• Nenhum resultado encontrado

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA"

Copied!
54
0
0

Texto

(1)

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CONSUMO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES POR ADOLESCENTES E ADULTOS PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS DE UMA ACADEMIA

DE PORTO VELHO-RO

GILVANIA KIYOMI KUBOTANI

Porto Velho - Rondônia 2012

(2)

CONSUMO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES POR ADOLESCENTES E ADULTOS PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS DE UMA ACADEMIA

DE PORTO VELHO-RO

Orientanda: Gilvania Kiyomi Kubotani. Orientadora: Silvia Teixeira de Pinho.

Monografia apresentada ao

Departamento de Educação Física do Núcleo de Saúde como requisito final para a obtenção de título de Licenciatura Plena em Educação Física da Fundação Universidade Federal de Rondônia.

Porto Velho - Rondônia

(3)

FICHA CATALOGRÁFICA

Kubotani, Gilvania Kiyomi

Consumo de suplementos alimentares por adolescentes e adultos praticantes de exercícios físicos de uma academia de Porto Velho – RO./ Gilvania Kiyomi Kubotani – Porto Velho: 2012.

56 páginas

Monografia (Conclusão de Curso) – Departamento de Educação Física (UNIR). Área de Concentração: Atividade Física e Saúde.

Orientadora: Prof. Ms. Silvia Teixeira de Pinho.

(4)

GILVANIA KIYOMI KUBOTANI

DATA DA DEFESA: 23/03/2012

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ms. Silvia Teixeira de Pinho

Julgamento: ______________

Assinatura:_________________________________

Prof. Esp. Daniel Delani

Julgamento: ______________

Assinatura:_________________________________

Prof. Ms. Ramón Núñez Cárdenas

Julgamento: ______________

(5)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois ele está presente em todos os momentos da minha vida. Dedico também a minha família: Gilberto, meu pai, que me ensinou com as suas experiências de vida, que eu devo estar preparada para todos os desafios, erros e acertos; Conceição, minha mãe, meu exemplo de mulher guerreira, determinada e humilde; Cristiane, minha irmã e amiga para todas as horas; Anderson, meu irmão e amigo em todos os sentidos; e Jackson, meu noivo que sempre esta ao meu lado, seja nas alegrias e/ou nas tristezas.

Vocês são peças fundamentais na minha vida, sem a ajuda e a colaboração de vocês, acredito que não teria conseguido, ou talvez, o caminho tivesse sido muito mais difícil do que foi. Desculpem todos os dias que fiquei longe de vocês, mas preparo hoje um melhor futuro para nós. Obrigada por fazerem parte da minha vida. Não há palavras para descrever o quanto eu admiro e amo vocês.

(6)

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer, em primeiro lugar, a Deus que tem sempre iluminado os caminhos que escolhi seguir;

Ao meu pai Gilberto, minha mãe Conceição, irmãos Cristiane e Anderson, que sempre me incentivaram nos projetos de estudos. Saibam que vocês são a base que sustenta os meus sonhos e a minha vida. Sem a força, companhia e carinho de vocês, eu não seria o que eu sou hoje. Amo incondicionalmente vocês;

Ao meu noivo Jackson, que sempre esteve ao meu lado, compartilhando alegrias e tristezas. Amo muito você;

À minha orientadora Silvia, que acreditou no meu potencial, e que me acolheu no momento em que eu mais precisei de ajuda, sou extremamente grata. Não há palavras para te agradecer. Muitíssimo obrigada Silvia.

Às minhas amigas, Winnie e Gabriela, agradeço por tudo que já fizeram por mim, na minha estadia em Porto Velho – RO. Sem ajuda de vocês eu não teria conseguido permanecer em Porto Velho – RO nestes 4 anos;

A vocês: Primas, Rose e Velaine, tia Vilma e tio Eduardo que me amparavam emocionalmente, mesmo sem vocês saberem, indiretamente vocês me ajudaram muito quando achava que não ia agüentar;

Ao Raony, meu colega de faculdade, que me ajudou a realizar toda a parte gráfica do trabalho. Muito obrigada;

Aos meus colegas de sala que compartilharam os momentos de estudo e também momentos de distração;

Aos meus professores do Departamento de Educação Física, que contribuíram para todo o conhecimento adquirido durante a faculdade;

À professora e nutricionista Suzana Gomes que me auxiliou em questões importantes do trabalho;

À nutricionista especializada em Nutrição Esportiva e Nutrição Clínica Clair Miranda, que me ajudou a definir os objetivos da pesquisa e a montar o questionário;

Aos proprietários e coordenadores da academia Adrenaline, que permitiram que o trabalho fosse desenvolvido dentro dos critérios pré-estabelecidos.

(7)

À todos os entrevistados que aceitaram participar nesta pesquisa, contribuindo para os resultados deste estudo;

A todos que, de uma maneira ou outra, colaboraram para a realização deste sonho.

(8)

“Se pudermos dar a cada indivíduo a quantidade exata de nutrientes e de exercício, que não seja insuficiente nem excessiva, teremos encontrado o caminho mais seguro para a saúde”. Hipócrates (c.460-377 a.C)

(9)

SUMÁRIO SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT LISTA DE ILUSTRAÇÕES...11 I – INTRODUÇÃO...12 II – REVISÃO DA LITERATURA...16 III – METODOLOGIA...29 IV – RESULTADOS...30 V – DISCUSSÃO...39 VI – CONCLUSÃO...43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...45 ANEXOS...50  Anexo I – Ofício...51

 Anexo II – Termo de consentimento livre e esclarecido...52

APÊNDICE...53

(10)

RESUMO

Uma alimentação adequada aliada a prática regular de exercícios físicos é suficiente para promoção da saúde e resultados estéticos. Os suplementos alimentares são produtos que contém em sua composição um ou mais nutrientes que podem ser proteínas, aminoácidos, carboidratos, vitaminas, minerais e gorduras que são utilizados com a finalidade de complementar a dieta. O objetivo geral do presente estudo foi verificar quais são os suplementos alimentares mais consumidos entre os adolescentes e adultos praticantes de exercícios físicos de uma academia da cidade Porto Velho-RO. Os objetivos específicos desta pesquisa foram: identificar os motivos que levam os praticantes de exercícios físicos a utilizarem os suplementos esportivos; identificar as fontes de indicação de suplementos; verificar o perfil do usuário considerando o consumo de suplemento esportivo de acordo com o gênero e idade; verificar os resultados esperados com o consumo do suplemento; e identificar a quantidade e o tempo de utilização dos suplementos alimentares. A amostra foi composta por 60 alunos selecionados aleatoriamente. Os pesquisados foram submetidos a um questionário com questões objetivas e subjetivas. O suplemento alimentar mais consumido entre os homens foi o suplemento protéico (28,57%), porém, entre as mulheres além do suplemento protéico (25%), o consumo de carboidrato (25%) foi significativo. Os praticantes de exercícios físicos relataram que os profissionais de educação física que indicavam os suplementos alimentares.

(11)

ABSTRACT

Adequate food combined with regular physical exercise is sufficient to promote health and aesthetic results. Food supplements are products which contain in their composition one or more nutrients which may be proteins, amino acids, carbohydrates, vitamins, minerals and fats which are used in order to complement the diet. The overall objective of this study was to determine which are the most consumed food supplements among adolescents and adults who practice physical exercises in a gym in the city Porto Velho-RO. The specific objectives of this research were to identify the reasons why practitioners of physical exercises to use sports supplements, identify sources of indication of supplements, check the user profile considering the consumption of sports supplement according to gender and age; verify the expected results with the supplement intake, and to identify the amount and duration of use of dietary supplements. The sample consisted of 60 randomly selected students. The subjects underwent a questionnaire with objective and subjective. The dietary supplement consumed more among men was the protein supplement (28.57%), however, among women than protein supplement (25%), consumption of carbohydrate (25%) was significant. Practitioners of exercise reported that physical education teachers indicated that dietary supplements.

(12)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Usuários e não-usuários de suplementos alimentares...30

Figura 2: Faixa etária dos consumidores de suplemento alimentar...31

Figura 3: Consumo de suplemento alimentar de acordo com o gênero...32

Figura 4: Quantidade de suplementos consumidos por dia...35

Figura 5: Tempo de uso do suplemento alimentar...36

Figura 6: Fontes de indicação dos suplementos alimentares...37

Figura 7: Motivos para a utilização de suplemento alimentar relatados pelos praticantes de exercício físico...38

TABELA 1: Composição de aminoácidos de proteínas de boa qualidade...16

TABELA 2: Necessidades diárias de aminoácidos de cadeia ramificada (ACR)...18

TABELA 3: Tipos de suplementos mais utilizados pelos praticantes de exercício físico...33

(13)

1. INTRODUÇÃO

O aumento do uso de suplementos alimentares e anabolizantes cresce a cada dia devido à pressão da sociedade e da mídia em relação ao corpo padrão. As academias são os locais que favorecem a disseminação desses padrões estéticos estereotipados, como o corpo magro, com baixo percentual de gordura ou com elevado volume e tônus muscular. Os jovens fisicamente ativos estão mais preocupados com a aparência física e com o peso ao invés do desempenho físico, sendo estes os usuários mais frequentes de suplementos alimentares. Entretanto, o uso de suplementos pelos jovens dá-se pelo apelo do marketing e à pressão da mídia, sendo na maioria das vezes orientados por colegas e treinadores, quase sempre despreparados (HIRSCHBRUCH et al. 2008).

Reforçando o que os autores acima citaram Alves e Lima (2009), relatam que o uso de suplementos, na maioria das vezes, ocorre sem a devida orientação, sendo resultado das recomendações de colegas, treinadores, revistas, sites na internet e de ouvir dizer nas academias de ginástica.

Normalmente, a aquisição destes produtos é feita em qualquer farmácia ou academia de ginástica sem necessidade de prescrição médica e sem orientação de nutricionistas. Já nos consultórios de endocrinologia pediátrica, hebiatra e de nutrição é comum o agendamento de consultas para avaliar as indicações e possíveis efeitos adversos dessa prática.

Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2003), o uso abusivo de suplementos alimentares trata-se muitas vezes de um comércio ilegal, sem controle dos setores da vigilância sanitária. Além de funcionar no próprio ambiente de prática de exercícios físicos contando com a participação, direta ou indireta, de profissionais responsáveis pelas sessões de exercícios físicos.

Conforme Alves e Lima (2009), a mídia serve como estímulo ao uso de suplementos alimentares ao veicular, por exemplo, o mito do corpo ideal.

Em 2001, foram investidos globalmente US$ 46 bilhões em propaganda de suplementos alimentares, servindo como meio de persuadir potenciais consumidores a

(14)

adquirir seus produtos. Na adolescência, período de auto-afirmação, muitos deles não medem esforços para atingir tal objetivo.

Suplementos alimentares são definidos como substâncias utilizadas por via oral com o objetivo de complementar uma determinada deficiência dietética. Muitas vezes eles são comercializados como substâncias ergogênicas capazes de melhorar ou aumentar a performance física. Proteínas e aminoácidos, creatina, carnitina, vitaminas, microelementos, cafeína, betahidroximetilbutirato e bicarbonato são os suplementos alimentares mais utilizados (ALVES E LIMA, 2009).

Segundo Grunewald & Bailey (1993, apud Bacurau 2001), atualmente existem milhares de tipos de suplementos esportivos disponíveis para a venda em todo o mundo. Cerca de 624 destinados somente para fisiculturistas.

Atualmente, no Brasil, os suplementos esportivos são agrupados em diversas categorias, tais como: repositores eletrolíticos, alimentos protéicos, alimentos compensadores, entre outros. Porém, esse agrupamento não define o que se entende por suplemento esportivo, ou seja, quais são as suas particularidades (BACARAU, 2001).

Nos EUA, o senado aprovou em 1994, o chamado Dietary Supplemts Health na Education Act que um produto pode ser considerado como suplemento, quando: for um produto (que não o tabaco) utilizado com o intuito de suplementar a dieta e que contenha um ou mais dos seguintes ingredientes: uma vitamina, um mineral, uma erva ou outro tipo de planta, um aminoácido, alguma substância dietética capaz de aumentar o conteúdo calórico total da dieta, ou um concentrado, metabólico, constituinte, extrato, ou combinação desses nutrientes; for produzido para ser ingerido na forma de pílulas, cápsulas, tablete ou como líquido; não for produzido para uso convencional como alimento ou como único item de uma refeição ou dieta; for um produto em cujo rotulo apareça a denominação de suplemento dietético; incluir substâncias como drogas novas aprovadas, antibióticos ou produto biológico licenciado, comercializado como suplemento dietético ou alimento antes da aprovação, certificação ou licença para ser utilizada como medicamento (BACURAU, 2001).

Considerando o aumento no consumo de suplementos alimentares entre os frequentadores de academias, o objetivo do presente estudo é verificar quais são os suplementos alimentares mais utilizados por praticantes de exercícios físicos de uma academia da cidade de Porto Velho - Rondônia. Os resultados encontrados neste estudo auxiliarão no entendimento dos fatores motivacionais relacionados ao consumo de suplementos alimentares entre os praticantes de exercícios físicos, assim como a sua frequência de uso e as fontes de indicação.

(15)

1.1 JUSTIFICATIVA

No momento, evidências médicas sugerem que a suplementação alimentar pode ser benéfica para um pequeno grupo de pessoas, que são os atletas competitivos, cuja dieta não atende as necessidades nutricionais. Nesses casos, comprovada a deficiência de um nutriente, é indicado o aumento da sua ingestão, através da alimentação habitual e da utilização de suplementos. Porém, tem-se constatado que adolescentes envolvidos em atividade física ou atlética estão usando cada vez mais suplementos (ALVES & LIMA, 2009).

Kacth & Mcardle (1984), afirmaram não existir nenhum benefício em ingerir proteínas em excesso, uma vez que as energias extras em forma de proteínas transformam-se em gorduras e são armazenadas em depósitos subcutâneos. O excesso de proteína pode ser prejudicial, pois sobrecarrega o fígado, local em que ocorre a metabolização de aminoácidos, e os rins, já que grande quantidade de subprodutos do metabolismo protéico como uréia, amônia e outros produtos nitrogenados são eliminados por via urinária. Segundo Alves & Lima (2009), o consumo excessivo de proteínas pode aumentar a produção de uréia, causar cólica abdominal, diarréia e aumentar o risco de desidratação.

O projeto em questão justifica-se pelo fato que normalmente não existe a necessidade da suplementação alimentar por parte dos praticantes de exercícios físicos que buscam a performance e o corpo perfeito. Somente a prática regular de exercícios físicos aliados à uma alimentação adequada e um bom descanso podem otimizar os resultados esperados sem a utilização de suplementos alimentares.

A suplementação alimentar sem a devida orientação nutricional e médica pode trazer alguns efeitos maléficos, como por exemplo: as proteínas quando ingeridas em quantidade superior a que o organismo necessita, podem sobrecarregar o fígado e os rins, e também se transformarem em gorduras que posteriormente serão armazenadas nos adipócitos.

O consumo de suplemento alimentar pode variar entre os tipos de exercícios físicos, aspectos culturais, faixas etárias e sexo. Poucos estudos se referem ao tipo, tempo e quantidade de suplementos usados, mas parece ser comum que as doses recomendadas sejam excedidas.

(16)

1.2 PROBLEMA

Quais são os suplementos alimentares mais utilizados por adolescentes e adultos praticantes de exercícios físicos de uma academia da cidade de Porto Velho – Rondônia?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

 Verificar quais são os suplementos alimentares mais consumidos por adolescentes e adultos praticantes de exercícios físicos de uma academia da cidade de Porto Velho.

1.3.2 Objetivos Específicos

 Identificar os motivos que levam os praticantes de exercício físico a fazerem o uso de suplementos alimentares;

Identificar as fontes de indicação de suplementos;

 Verificar o perfil do usuário considerando o consumo de suplemento esportivo de acordo com o gênero e idade;

(17)

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Suplemento alimentar

Conforme a portaria do Ministério da Saúde n° 222 de 24 de Março, de 1998, os produtos especialmente formulados e elaborados para praticantes de atividade física podem ser apresentados sob a forma de: tabletes, drágeas, cápsulas, pós, granulados, pastilhas mastigáveis, líquidos, preparações semi-sólidas e suspensões, sendo classificadas em:

a) Repositores Hidroeletrolíticos para Praticantes de Atividade Física

Os produtos denominados repositores hidroeletrolíticos apresentam em sua formulação concentrações variadas de sódio, cloreto e carboidratos, podendo ainda, conter potássio, vitaminas e/ou minerais (BRASIL, 1998a). Os repositores hidroeletrolíticos apresentam-se prontos para o consumo (líquido) ou em pó (ALVES, 2005).

b) Repositores Energéticos para Atletas

Nestes produtos, a concentração de carboidratos deve ser no mínimo, 90% dos nutrientes energéticos presentes na formulação. Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e/ou minerais. Os repositores energéticos são encontrados na forma líquida, em pó, em barra ou gel (ALVES, 2005).

c) Alimentos Protéicos para Atletas

Os suplementos protéicos devem ser constituídos de, no mínimo, 65% de proteínas de qualidade nutricional equivalente às proteínas de alto valor biológico, sendo estas formuladas a partir da proteína intacta e/ou hidrolisada. Estes produtos podem conter vitaminas e ou minerais, além de carboidratos e gorduras, desde que a soma dos percentuais do valor calórico total de ambos não supere o percentual de proteínas (BRASIL, 1998).

Tabela 1: Composição de aminoácidos de proteínas de boa qualidade

(18)

Aminoácido Ovo Leite de Vaca Carne Bovina Histidina 22 27 34 Isoleucina 54 47 48 Leucina 86 95 81 Lisina 70 78 89 Metionina + cistina 57 33 40 Fenilalanina + tirosina 93 102 80 Treonina 47 44 46 Triptofano 17 14 12 Valina 66 64 50 Total 512 504 479

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria n. 222, de 24 de março de 1998.

Os alimentos protéicos devem obedecer aos seguintes requisitos: • Mínimo de 50% das calorias oriundas de proteínas;

• Mínimo de 65% de proteína de alto valor biológico;

• É permitida adição de aminoácidos específicos para a correção do valor biológico; • Opcionalmente, podem conter vitaminas e/ou minerais desde que não ultrapassem a DRI;

• Podem conter carboidratos e gorduras desde que o somatório energético de ambos não ultrapasse o das proteínas (ALVES, 2005).

d) Alimentos Compensadores para Praticantes de Atividade Física

Os alimentos compensadores devem conter em sua composição uma concentração variada de macronutrientes (proteínas, carboidratos, lipídios), obedecendo aos seguintes requisitos:

(19)

• Carboidratos: abaixo de 90% do valor energético total do produto;

• Proteínas: no mínimo 65% de proteínas presente no produto devem corresponder a proteína de alto valor biológico;

• Gorduras: manter a relação de 1/3 gordura saturada, 1/3 monoinsaturada e 1/3 poliinsaturada;

• Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e ou minerais, desde que não ultrapassem a DRI.

Estes produtos são conhecidos popularmente como hipercalóricos e alimentos considerados nutricionalmente completos, ou seja, produtos que contém todos os nutrientes permitidos pela norma (BRASIL, 1998).

e) Aminoácidos de Cadeia Ramificada para Atletas (ou BCAA)

Os aminoácidos de cadeia ramificada (valina, leucina e isoleucina), isolados ou combinados, devem constituir no mínimo 70% dos nutrientes energéticos da formulação, fornecendo na ingestão diária recomendada até 100% das necessidades diárias de cada aminoácido (Tabela 2).

Tabela 2: Necessidades diárias de aminoácidos de cadeia ramificada (ACR) ACR

Necessidade (mg/kg/dia)

Isoleucina 10

Leucina 14

Valina 10

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria n. 222, de 24 de março de 1998.

f) Outros alimentos com fins específicos para praticantes de atividade física

Estes são produtos formulados de forma variada com finalidades metabólicas específicas, de acordo com determinada prática de atividade física. As vitaminas e minerais podem ser também adicionados a esses alimentos até o limite de 7,5% a 15% da DRI em 100 mL e de 15% a 30% da DRI em 100g, desde que o consumo diário não ultrapasse 100% da DRI em qualquer situação.

(20)

Segundo Katch & Mcardle (1996), as proteínas são formadas por um grupo de compostos orgânicos nitrogenados dos quais os aminoácidos são a estrutura básica. Os aminoácidos contêm um radical amino e um radical chamado ácido orgânico (grupo carboxila), estes compostos se reúnem através de ligações peptídicas para formarem uma proteína.

As proteínas funcionam como participante-chave no reparo e na construção de tecidos musculares após o exercício. Quando há o levantamento de peso, os músculos se contraem, esta ação causa rupturas microscópicas nas fibras musculares. Em resposta a esta agressão, o organismo torna as fibras musculares maiores e mais fortes para protegê-las das possíveis lesões futuras. A proteína é o substrato utilizado para construção de tecidos deste processo, sendo degradada, pela digestão, em aminoácidos. As células musculares utilizam os aminoácidos para criar mais proteína muscular, aumentando assim, as fibras musculares (KLEINER & ROBINSON, 2002).

Estudos recomendam que o uso dos suplementos protéicos, como a proteína do soro do leite ou a albumina da clara do ovo, deve estar de acordo com a ingestão protéica total. O consumo adicional destes suplementos protéicos acima das necessidades diárias (1,8g/kg/dia) não determina ganho de massa muscular adicional, nem promove aumento do desempenho. Ingestão protéica, após o exercício físico de hipertrofia, favorece o aumento de massa muscular, quando combinado com a ingestão de carboidratos, reduzindo a degradação protéica. Este consumo deve estar de acordo com a ingestão protéica e calórica total. O aumento da massa muscular ocorre como consequência do treinamento, assim como a demanda protéica, não sendo o inverso verdadeiro (SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DO ESPORTE, 2003).

Existem vinte tipos de aminoácidos, que se associam entre si até formarem várias combinações para construir as proteínas necessárias para o crescimento e reparo dos tecidos. Dos vinte aminoácidos, nove são considerados essenciais, ou seja, que não são sintetizados endogenamente e, portanto, devem ser ingeridos através da alimentação. Os outros onze aminoácidos são produzidos pelo organismo, sendo chamados de aminoácidos não-essencias. Os aminoácidos essenciais são: histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina. Já os aminoácidos não-essenciais são: alanina, arginina, asparagina, ácido aspártico, cisteina, ácido glutâmico, glutamina, glicina, prolina, serina e tirosina (KLEINER & ROBINSON, 2002).

(21)

2.1.2 Aminoácidos de Cadeia Ramificada – BCAA

Dentre os aminoácidos essenciais, se incluem os três aminoácidos de cadeia ramificada, ou seja, leucina, valina e isoleucina. Esses aminoácidos participam da regulação do balanço protéico corporal e são fontes de nitrogênio para a síntese de alanina e glutamina. Na regulação da síntese protéica muscular, verifica-se que a leucina age estimulando a fase de iniciação da tradução do RNA-mensageiro em proteína, por mecanismos tanto dependentes quanto independentes de insulina. Durante o exercício físico, pressupõe que esses aminoácidos estejam envolvidos na fadiga central, no balanço protéico muscular, na secreção de insulina, na modulação da imunocompetência, no aumento da performance de indivíduos que se exercitam em ambientes quentes e na diminuição do grau de lesão muscular (ROGERO & TIRAPEGUI, 2008).

De acordo com Bacurau (2001), acredita-se que a suplementação de BCAA possa promover o anabolismo de forma indireta, estimulando a liberação de alguns hormônios, tais como: hormônio de crescimento, insulina e testosterona. Dentre os três aminoácidos de cadeia ramificada, a leucina, é aquela que apresenta a maior resposta anabólica. A dose recomendada de BCAA é a ingestão de 5- 10g por dia. O uso de BCAA assim como outros suplementos deve ser feita em apenas algumas fases do treinamento e com supervisão do nutricionista e médico.

Durante a prática de atividade prolongada, o músculo capta BCAA da corrente sanguínea para oxidá-los na produção de energia. A ingestão de BCAA poderia resultar num aumento de performance por oferecer ao músculo substratos que diminuíssem a necessidade da quebra do glicogênio (GOMES & TIRAPEGUI, 2000). Da mesma forma reduziria o catabolismo protéico durante o exercício.

2.1.3 Whey Protein

As proteínas do soro do leite, também conhecidas como whey protein são consideradas proteínas de alto valor biológico por conter um elevado teor de

(22)

aminoácidos essenciais, especialmente os de cadeia ramificada. As proteínas do soro são extraídas durante o processo de fabricação do queijo (SALZANO, 2002).

Os peptídeos do soro são compostos por: beta-lactoglobulina (BLG), alfa-lactoalbumina (ALA), albumina do soro bovino (BSA), imunoglobulinas (Ig's) e glico-macropeptídeos (GMP), podendo variar em tamanho, peso molecular e função, e assim fornecer às proteínas do soro características especiais(KINSELLA & WHITEHEAD, 1989; AIMUTIS, 2004).

A proteína do soro do leite está presente em todos os tipos de leite, contém cerca de 80% de caseína e 20% de proteínas do soro, porém este percentual que pode variar em função da raça do gado, da ração fornecida e do país de origem(SALZANO, 2002).

O teor de aminoácidos das proteínas do soro do leite é muito semelhante ao teor das proteínas do músculo esquelético, desta forma, é possível fornecer quase todos os aminoácidos em proporção similar às do mesmo, podendo ser classificadas como um efetivo suplemento anabólico (HA & ZAMEL, 2003).

Estudos afirmam que as proteínas do soro são absorvidas mais rapidamente que outras proteínas, como por exemplo, a caseína. A rápida absorção das proteínas do soro eleva as concentrações plasmáticas de muitos aminoácidos logo após a sua ingestão (DANGIN et al., 2001). Portanto, pode-se hipotetizar que, a função do whey protein seria exercida com mais efetividade no processo de síntese protéica quando administrada logo após uma sessão de exercícios. Outra função exercida pela ingestão da proteína do soro é o aumento da concentração de insulina plasmática (ZAWADZKI et al. 1992; CALBET & MACLEAN, 2002), que auxilia na captação de aminoácidos para o interior da célula muscular, favorecendo o anabolismo e reduzindo o catabolismo protéico (HARAGUCHI et al. 2006).

Segundo Haraguchi et al. (2006), os benefícios da proteína do soro do leite sobre a hipertrofia muscular estão associados ao perfil de aminoácidos, em especial a leucina, à rápida absorção intestinal de seus aminoácidos e peptídeos e à sua ação sobre a liberação de hormônios anabólicos, como, por exemplo, a insulina.

Diversos trabalhos têm demonstrado que as proteínas do soro auxiliam no processo de diminuição da gordura corporal, por meio de mecanismos associados ao cálcio, e por apresentar altas concentrações de aminoácidos de cadeia ramificada (HARAGUCHI et al. 2006). As proteínas do soro são ricas em cálcio, cerca de 600mg a cada 100g de proteína. Uma possível explicação seria que o aumento no cálcio através da dieta diminui as concentrações dos hormônios calcitrópicos, principalmente o 1,25

(23)

hidroxicolecalciferol (1,25(OH)2D). Os hormônios calcitrópicos em concentrações elevadas estimulam a transferência de cálcio para os adipócitos,e consequentemente, o cálcio em altas concentrações nas células adiposas promovem à lipogênese e à redução da lipólise. Portanto, a ingestão de cálcio dietético favorece a diminuição dos hormônios calcitrópicos, que reduz a deposição de gordura nos tecidos adiposos(ZEMEL, 2004).

Em seus estudos, Layman (2003), mostrou que as dietas com maior relação proteína/carboidratos são mais eficazes no controle da glicose sanguínea e da insulina pós-prandial, desempenhando, dessa forma, a diminuição da gordura corporal e a manutenção da massa muscular durante a perda de peso.

2.1.4 Glutamina

A presença de glutamina no músculo pode regular o catabolismo e anabolismo protéico. A suplementação deste aminoácido em indivíduos que se submetem a fatores fisiológicos (exercício) e estressores (traumas, queimaduras, cirurgias) contribui para a menor queda da síntese protéica. A glutamina também pode estimular a síntese de glicogênio, aumentando a disponibilidade de energia para os processos anabólicos (BACURAU, 2001).

De acordo com Cruzat et al. (2009, pag. 1)

A glutamina é o aminoácido livre mais abundante no plasma e no tecido muscular. Nutricionalmente é classificada como um aminoácido não essencial, uma vez que pode ser sintetizada pelo organismo a partir de outros aminoácidos. A glutamina está envolvida em diferentes funções, tais como a proliferação e desenvolvimento de células, o balanço acidobásico, o transporte da amônia entre os tecidos, a doação de esqueletos de carbono para a gliconeogênese, a participação no sistema antioxidante e outras. Por meio de técnicas de biologia molecular, estudos demonstram que a glutamina pode também influenciar diversas vias de sinalização celular, em especial a expressão de proteínas de choque térmico (HSPs). As HSPs contribuem para a manutenção da homeostasia da célula na presença de agentes estressores, tais como as espécies reativas de oxigênio (ERO). Em situações de elevado catabolismo muscular, como após exercícios físicos intensos e prolongados, a concentração de glutamina pode tornar-se reduzida. A menor disponibilidade desse aminoácido pode diminuir a resistência da célula a lesões, levando a processos de apoptose celular. Por essas razões, a suplementação com L-glutamina, tanto na forma livre, quanto como dipeptídeo, tem sido investigada.

Numerosos trabalhos têm demonstrado diminuição significativa das concentrações plasmática e tecidual de glutamina durante e após exercício intenso e prolongado. Fato este, pode ser provocado pelo aumento da concentração do hormônio

(24)

cortisol, que estimula tanto o efluxo de glutamina muscular, quanto à captação de glutamina pelo fígado. Desse modo, a maior oferta de glutamina no fígado, aliada à diminuição dos estoques de glicogênio hepático e ao aumento da concentração de cortisol promovem maior estímulo da neoglicogênese hepática a partir do aminoácido glutamina. A glutamina também desempenha um papel modulador na secreção de alguns hormônios como: prolactina, hormônio do crescimento e ACTH (BACURAU, 2001).

2.1.5 Carnitina

A carnitina é um dos componentes do sistema enzimático que controla a entrada de ácidos graxos de cadeia longa na mitocôndria, sítio de sua oxidação. Esse mecanismo, se comprovado, aumentaria a oxidação de ácidos graxos, e conservaria o glicogênio muscular durante a atividade física, retardando a fadiga. Fato este, faz com que a carnitina seja muito utilizada por praticantes de exercício físico com o objetivo de redução da massa gorda, como fat burner. A ingestão de 2g/dia de L-Carnitina ajuda do aumento da concentração intramuscular desta amina (BACURAU, 2001).

A carnitina (L-3-hidroxitrimetilaminobutanoato) é uma amina quaternária encontrada na carne vermelha, leite e derivados, e produzida a partir da lisina e metionina no fígado, rim e cérebro. A carnitina pode aumentar o fluxo sanguíneo aos músculos, por causa do seu efeito vasodilatador e antioxidante. Em função das suas diversas ações, a carnitina tem sido utilizada por atletas que buscam uma melhor performance e maior resistência muscular à fadiga. Outros a utilizam em busca de perda de peso devido a sua ação promotora de oxidação de ácidos graxos e, consequentemente, maior utilização dos depósitos de gordura (ALVES & LIMA, 2009). No citoplasma os ácidos graxos de cadeia longa se unem a uma molécula de coenzima A (acil-coA) a qual é impermeável a membrana mitocondrial necessitando então da carnitina para formar um complexo permeável (acil-carnitina) pela ação da enzima carnitina palmitoil transferase I (CPT I). No interior da mitocôndria esse complexo é desfeito e o grupo acil é ligado à uma coenzima A mitocondrial pela enzima carnitina palmitoil transferase II (CPT II), regenerando a molécula de acil-coA que é levada à matriz para então ser oxidada na b-oxidação e dar origem ao acetil-coA para o ciclo de Krebs (GOMES & TIRAPEGUI, 2000).

Essa amina é peça fundamental na captação e translocação dos ácidos graxos livres através da membrana mitocondrial e, dentro da mitocôndria, contribui para o

(25)

processo de oxidação de gordura e carboidratos, aumento na produção de acilcarnitina e aumento da geração de energia (GOMES & TIRAPEGUI, 2000).

A dose recomendada de suplementação utilizada é de 2-6 g/dia por um período de 10 dias a 10 semanas. Não existem relatos de danos renais em indivíduos sadios que utilizam carnitina como suplemento dietético. No momento, não há conclusões definitivas sobre o efeito benéfico da carnitina no metabolismo do exercício em atletas sem deficiência nutricional(ALVES E LIMA, 2009).

2.1.6 Creatina

A creatina é um composto aminoacídico atípico encontrado principalmente nas carnes e nos peixes. Em humanos, 95% da creatina total são encontrados no músculo esquelético, e os 5% restantes se distribuem entre o encéfalo, fígado, rins e testículos. (DEMINICE et al. 2007).

A creatina é a principal molécula de ressíntese do ATP nos primeiros 10 segundos de atividades máximas, o que significa que quando sua concentração é aumentada pela suplementação, a ressíntese de ATP é mais eficiente e a recuperação é mais rápida. Assim como a glutamina o seu efeito osmótico tem sido relacionado a uma maior síntese protéica. No organismo humano, a creatina é sintetizada pelo fígado, rins e pâncreas a partir dos aminoácidos: glicina, arginina e metionina. Em indivíduos saudáveis, a creatina é reposta à taxa de 2g/dia pela síntese endógena e dieta. A suplementação oral de elevadas doses de creatina, cerca de 20g/dia-30g/dia durante vários dias aumenta de forma significativa as concentrações de CP durante o repouso e exercício. A ingestão dessas doses muitas vezes não é possível somente através da alimentação, pois as melhores fontes deste nutriente (carnes e peixes) apresentam cerca de 3g a 5g de creatina por quilo (BACURAU, 2001).

Nos exercícios de alta intensidade e curta duração a reserva de ATP é hidrolizada rapidamente no citoplasma da célula, mas não atinge um nível zero, é observado em humanos uma queda de 25 a 30% da concentração inicial no momento da fadiga (10). O composto creatina fosfato está no músculo servindo como um reservatório de fosfato de alta energia, assim conforme a reserva de ATP vai sendo hidrolizada a creatina quinase vai transferindo fosfatos das CPs para as moléculas de ADP, ressintetizando o ATP até 30 segundos de exercício (GOMES & TIRAPEGUI, 2000).

Vandenberghe et al. In Gomes & Tirapegui (2000), acreditam que o tempo de dosagem prolongado pode trazer benefícios em exercícios de resistência. Em 10

(26)

semanas de ingesto de creatina iniciadas por 4 dias com 20 g/dia e mantido 5 g/dia até a última semana. Houve aumento de força, redução de gordura corporal e aumento de performance em exercícios de alta intensidade e curta duração.

2.1.7 B-hmb

Segundo Bacurau (2001), a beta-hidroxi-butirato (b-HMB) é um derivado do aminoácido essencial leucina que parece ter relação com a síntese protéica e talvez maximize os efeitos anabólicos do exercício. A função anabólica da leucina parece estar ligada à estimulação da secreção de insulina. A suplementação com b-HMB com doses diárias de 1,5 a 3 gramas após o período de quatro a oito semanas tem sido relacionada à redução da proteólise muscular induzida pelo exercício físico o que proporcionaria o aumento da massa muscular e força.

2.1.8 Cafeína

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cafeína é considerada como uma droga estimulante do sistema nervoso central, juntamente com as anfetaminas, a nicotina e a cocaína (CLEMENTZ et al., 1998). Os efeitos que cafeína pode causar são: aumentar o estado de alerta e reduzir a sensação de fadiga, estímulo à diurese, efeitos inotrópicos, taquicardizantes, broncodilatadores e estimulantes da secreção gástrica; a cafeína ainda pode causar um aumento da lipólise, facilitação da transmissão no sistema nervoso central, aumento da força de contração muscular em baixas frequências de estimulação e leva à economia do glicogênio muscular (GUERRA et al., 2000).

Conforme mostram muitas pesquisas, o efeito da cafeína é ergogênico, e permite um melhor desempenho em exercícios prolongados e em exercícios de alta intensidade e de curta duração, retardando a fadiga (MCARDLE et al., 2001).

O suplemento de cafeína utilizada por atletas é um produto destinado ao aumento da resistência aeróbia em exercícios de longa duração. A quantidade de cafeína que deve conter na porção é de aproximadamente 210 a 420mg, e não pode ser adicionada de nutrientes ou outros não nutrientes (RODRIGUES et al., 2009).

(27)

Um dos pontos negativos da cafeína no exercício é a sua ação diurética, a qual poderá aumentar o risco de desidratação do indivíduo (GUERRA et al., 2000). Outro ponto a ser considerado é que o efeito da cafeína varia de organismo para organismo, dependendo do seu peso e regularidade com que a pessoa ingere esta substância. Acredita-se que a ingestão crônica de 100 mg de cafeína por dia, o que equivalente a uma ou duas xícaras de café, pode neutralizar as respostas metabólicas aos efeitos esperados da cafeína (ALTERMANN et al., 2008).

Conforme Alves & Lima (2009), cafeína pode melhorar o desempenho dos atletas por causa da mobilização de ácidos graxos livres do tecido adiposo, aumentando o suprimento de gordura ao músculo, reduzindo a utilização de glicogênio, melhorando a função neuromuscular e a contratilidade do músculo cardíaco e prolongando o tempo de exercício. Atua também como estimulante do sistema nervoso central, o que beneficia atividades que demandam concentração. Acredita-se, ainda, que possa ajudar na perda de peso, prevenção de fadiga e produção de energia. A dosagem com cafeína entre 3-6 mg/kg pode trazer efeitos positivos. Entre os efeitos adversos destacam-se: insônia, cefaléia, irritação gastrointestinal, hemorragia e estimulação da diurese, agitação, tremores e distração mental, hiperestesias, os quais podem retardar ou mesmo prejudicar a performance.

Segundo Spriet & Gibalaapud Alves & Lima (2009), outro efeito da cafeína seria o de cruzar a barreira hematoencefálica e antagonizar os efeitos da adenosina, resultando no aumento das concentrações de neurotransmissores estimulatórios, elevando a vigília e o humor.

2.1.9 Bebidas Esportivas

A desidratação é causada pela necessidade do organismo manter a temperatura corpórea próxima dos valores de repouso, cerca de 37ºC. Quando o corpo humano é submetido à alta temperatura, o único mecanismo que faz com que o organismo perca calor é a evaporação da água na superfície da pele, permitindo que a temperatura corporal seja mantida, entretanto, acaba resultando em desidratação e perda de eletrólitos. A reposição de líquidos é proporcional a alguns fatores, tais como: intensidade do exercício; condições climáticas; aclimatação do atleta; condicionamento

(28)

físico do atleta; características individuais fisiológicas e biomecânicas (MAUGHAN & LEIPER, 1994).

Quando o indivíduo encontra-se desidratado a 2% do seu peso corporal e se essa perda aumenta para 5%, pode diminuir a capacidade de trabalho em até 30% (HORSWILL CA, 1998).

As bebidas isotônicas ou esportivas são produtos formulados a partir da concentração variada de eletrólitos, associada a concentrações variadas de carboidratos, tendo como objetivo a reposição hídrica e eletrolítica decorrentes da prática de atividade física(ANVISA, 1998). O consumo voluntário dessas bebidas é maior do que o de água, devido a sua palatabilidade, ou seja, a "doçura", o sabor e a intensidade do gosto na boca e acidez influenciam a aceitabilidade, estimulando, assim, o consumo de líquidos durante o exercício(GUERRA, 2004).

A hidratação é um elemento importante que deve ser considerado antes, durante e depois do exercício (GALLOWAY SD, 1999). A hidratação antes e durante o exercício melhora o desempenho, principalmente se o líquido a ser consumido contém carboidrato (MAUGHAN & LEIPER, 1994). As bebidas hidroeletrolíticas são importantes para assegurar a ingestão adequada de líquidos e eletrólitos, pois pode garantir a performance e reduzir os riscos de problemas associados ao calor (MAUGHAN  LEIPER, 1994). “A ingestão de líquidos deve ocorrer antes, durante e após a atividade física, evitando assim comprometimento da saúde do indivíduo” (LANCHA JR apud ARRUDA et al. p. 97, 2006).

Segundo Maughan  Leiper (1994), as atividades aeróbias de longa duração são mais suscetíveis a serem acometidas negativamente pela hipohidratação do que atividades anaeróbias de curta duração. Um jogador de futebol com peso de 70 kg, chega a perder aproximadamente 3,5 kg durante uma partida, o que representa 5% de seu peso corpóreo e uma desidratação moderada, com queda de 30% na sua performance.

Coleman (1996 apud Arruda et al. 2006) afirma que as bebidas carboidratadas que contém cerca de 6-8% de concentração são absorvidas pelo organismo na mesma velocidade que a água, porém fornecem energia aos músculos em exercício.

A hidratação feita com bebidas contendo polímeros de carboidrato durante as atividades de alta intensidade e longa duração tem como objetivo a manutenção dos níveis de glicose no sangue para tentar minimizar ou retardar os efeitos da fadiga, visando assim otimizar o desempenho dos atletas (ARRUDA et al. 2006). Conforme

(29)

Foss & Keteyian (2000 apud Arruda et al. 2006), afirmam que o consumo de bebidas carboidratadas durante os exercícios de longa duração auxilia a performance do atleta, pois conserva os níveis glicêmicos estáveis e reduz a utilização do glicogênio muscular e hepático, resultando em maior tempo de execução de exercício quando a hidratação é feita com soluções carboidratadas, em comparação com a hidratação com água, ou sem hidratação.

3. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo e qualitativo, de corte transversal realizado com uma amostra intencional não-probabilística de 60 adolescentes e adultos praticantes de exercícios físicos de uma academia de ginástica e musculação, na cidade de Porto Velho-RO. A amostra foi composta por alunos de ambos os sexos, sendo 50% homens e 50% mulheres compreendendo a faixa etária entre 15 a 60 anos de idade.

A academia é uma empresa nova e moderna, com menos de dois anos de funcionamento, no qual oferece aos seus clientes atividades aeróbicas e anaeróbicas.

O instrumento utilizado para avaliar os objetivos propostos foi um questionário (Anexo 1) semi-estruturado composto por 11 questões objetivas e subjetivas pertinentes ao assunto, elaborado especialmente para esta pesquisa, tendo como base estudos semelhantes ao tema proposto que foram realizados em outras regiões do Brasil. As questões de múltipla escolha permitiam ao avaliado escolher, se necessário, mais de uma opção para a mesma pergunta. No anexo I é apresentado o questionário utilizado.

Os questionários foram aplicados em uma academia da cidade de Porto Velho-RO após a autorização dos responsáveis pela academia (Anexo II). A coleta de dados ocorreu no mês de outubro de 2011.

Os avaliados foram informados quanto ao objetivo da pesquisa antes de se disponibilizarem a responder o questionário, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo III), para posterior utilização dos dados em trabalhos científicos. Em relação a privacidade dos alunos, os questionários não exigiam identificação.

(30)

A ferramenta estatística utilizada foi o recurso Microsoft Office Excel 2003. O tratamento de dados empregado utilizou-se de cálculos em termos percentuais do índice de frequência das respostas para posterior apresentação em forma de tabelas e figuras (gráficos), além de uma análise quantitativa dos dados, a fim de obter conclusões sobre o presente estudo.

4. RESULTADOS

Participaram 60 indivíduos frequentadores de academia, sendo que 50% (n=30) foram do gênero masculino e 50% (n=30) do gênero feminino. Entre os participantes, 58,33% (n=35) declaram consumir algum tipo de suplemento alimentar e 41,66% (n=25) relataram nunca ter consumido suplemento alimentar conforme a figura 1.

Figura 1: Usuários e não usuários de suplementos alimentares.

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma academia da cidade de Porto Velho - RO.

Consumem suplementos 58% Não consomem suplementos 42%

Suplemento Alimentar

(31)

A idade mínima dos participantes que consomem suplemento alimentar foi de 15 anos e máxima de 60 anos, onde 8,57% (n=3) são adolescentes e 91,42% (n=32) são adultos, conforme demonstrado na figura 2.

Figura 2: Faixa etária dos consumidores de suplemento alimentar.

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma academia da cidade de Porto Velho - RO.

9%

91%

Faixa Etária

(32)

No presente estudo, uma das questões abordadas foi a utilização de suplemento alimentar associada ao gênero dos entrevistados. Conforme a figura 3, houve maior consumo entre os homens 65,71% (23/35) do que entre as mulheres 34,28% (12/35).

Figura 3: Consumo de suplemento alimentar de acordo com o gênero.

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma academia da cidade de Porto Velho - RO.

65,71 % 34,28 %

Consumo de suplemento alimentar de acordo

com o gênero

Homens Mulheres

65,71 % 34,28 %

Consumo de suplemento alimentar de acordo

com o gênero

(33)

Conforme a tabela 3, o suplemento alimentar mais consumido pelos praticantes de exercícios físicos de ambos os sexos foi o suplemento que possui como base de formulação as proteínas, sendo 28,57% (16/23) do sexo masculino e 25% (6/12) do sexo feminino. Entre os homens o segundo suplemento alimentar mais utilizado foram os aminoácidos 23,21% (13/23), seguido das vitaminas com 17,85% (10/23), em quarto lugar foram os minerais 8,92% (5/23), os carboidratos 8,92% (5/23) e os termogênicos 8,92% (5/23), e por último os lipídeos essenciais 1,78% (1/23) e as bebidas hidroeletrolíticas 1,78% (1/23).

Entre as mulheres houve um empate no suplemento mais consumido que foram as proteínas e os carboidratos cada um com 25% (6/12), o segundo suplemento mais utilizado foi o termogênico com 20,83% (5/12), em terceiro lugar tem-se as vitaminas, os minerais e os aminoácidos com 8,33% (2/12) cada um, e finalmente as bebidas hidroeletrolíticas com 4,16% (1/12).

Os nomes dos suplementos mais citados entre os participantes foram: whey

protein, creatina, BCAA, maltodextrina, termogênico, animal Pack entre outros. A dose

utilizada era diversificada, pois muitos relataram que utilizavam a recomendada no rótulo do produto ou utilizavam como convinha a eles.

Tabela 3: Tipos de suplementos mais utilizados pelos praticantes de exercício físico.

Suplemento Alimentar Masculino % Feminino %

Vitaminas 10 17,85% 2 8,33

Minerais 5 8,92 2 8,33

Proteínas 16 28,57 6 25

AA 13 23,21 2 8,33

(34)

Lipídeo Essencial 1 1,78 0 0 Termogênicos 5 8,92 5 20,83 Bebidas Hidroeletrolíticas 1 1,78 1 4,16 Total 56 100 24 100

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma academia da cidade de Porto Velho - RO.

De acordo com a figura 4, a quantidade de suplementos alimentares consumidos durante o dia pelos praticantes de exercícios físicos foi de 37,14% (13/35) consomem apenas um suplemento por dia, 34,28% (12/35) consomem dois suplementos por dia, e 28,57% (10/35) consumem três ou mais suplementos durante o dia.

Figura 4: Quantidade de suplementos consumidos por dia.

34, 28%

37, 14% 28, 57%

Quantidade de suplementos consumidos por

dia

Consomem apenas um suplemento por dia

Consomem dois suplementos por dia

Consomem 3 ou mais suplementos por dia

(35)

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma academia da cidade de Porto Velho - RO.

Em relação ao tempo de uso do suplemento pelos praticantes de exercícios físicos, observou-se que 68,57% (24/35) consomem suplemento alimentar entre um a quatro meses; 2,85% (1/35) entre cinco a nove meses; 2,85% (1/35) entre 10 a 12 meses; e 25,71% (9/35) utilizam suplemento alimentar por mais de um ano conforme a demonstração na figura 5.

Figura 5: Tempo de uso do suplemento alimentar.

68% 3%

3%

26%

Tempo de uso do suplemento alimentar

1 à 4 meses 5 à 9 meses 10 à 12 meses Mais de 1 ano

(36)

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma academia da cidade de Porto Velho - RO.

Em relação às fontes de indicação de suplementos alimentares, pode-se observar que a maior parte da prescrição ou indicação ocorre sem nenhuma orientação de um profissional especializado, ou seja, os frequentadores da academia utilizam os suplementos por indicação do profissional de educação 34,28% (12/35), influência de amigos 22,85% (8/35), iniciativa própria 17,14% (6/35), orientação do médico ou nutricionista 14,28% (5/35) e por último através de propagandas (mídia, internet, televisão) 11,42% (4/35).

Figura 6: Fontes de indicação dos suplementos alimentares.

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma academia da cidade de Porto Velho - RO.

Os principais motivos que levam os praticantes de exercício físico a consumirem suplemento alimentar são: ganho de massa muscular (38,23%) e melhor desempenho físico (22,05%), seguido de perda de peso com 14,70%, melhor saúde 13,23%, e por último melhor recuperação 11,76% devido a constante preocupação com o corpo ideal imposto pela sociedade.

Figura 7: Motivos para a utilização de suplemento alimentar pelos praticantes de exercícios físicos.

34,28%

22,85% 17,14%

14,28% 11,42%

Fontes de indicação dos suplementos

alimentares

Profissional de Educação Influência de Amigos

Iniciativa Própria Orientação do médico ou nutricionista Propagandas (mídia, internet, televisão)

(37)

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma academia da cidade de Porto Velho - RO.

5. DISCUSSÃO

Os resultados encontrados neste estudo mostraram que dos 60 entrevistados, 58,33% (n = 35) utilizam suplemento alimentar. Em outro estudo realizado por Hirschbruch et al. (2008) com 201 jovens frequentadores de academias de ginástica da cidade de São Paulo foi relatado que 61,2% (n = 123) da amostra utilizavam suplemento alimentar. Entretanto, em pesquisa feita por Rocha & Pereira (1998) em 16 academias no Estado do Rio de Janeiro, com 160 entrevistados no total, 51 indivíduos (32,0%) faziam uso de algum tipo de suplemento.

A maior parte dos entrevistados utiliza suplemento alimentar com o objetivo de alcançar o corpo padrão imposto pela mídia, ou seja, os praticantes de exercício físico priorizam o ganho de massa muscular, o que vai ao encontro da finalidade mais citada para o uso de suplementos (PEREIRA et al., 2003; ARAÚJO & SOARES, 1999; FLEISCHER & RED, 1982; HOFFAMAN et al., 2008),o melhor desempenho físico, a perda de tecido adiposo, ficando em segundo plano a melhor saúde e a melhor recuperação após o exercício físico. Fato este comprova a supervalorização do corpo perfeito imposto pela sociedade.

O objetivo dos entrevistados, quanto à ênfase do fator estético, ou seja, a hipertrofia e a perda de peso, assinalados por 52,93% dos avaliados, pode ser visto com atenção pelos profissionais da educação física, pois pode estar havendo um

38%

22% 15%

13%

12%

Motivos para a utilização de suplementos

pelos praticantes de exercício físico

Massa muscular

Melhor desempenho físico Perda de peso

Melhor saúde Melhor recuperação

(38)

distúrbio da imagem corporal, seja anorexia ou vigorexia. Quando a busca do corpo estaticamente perfeito for excessiva, existe o risco dos praticantes de exercício físico se submetem às ações prejudiciais a saúde, como o excesso de treino (overtraining) e a ingestão indiscriminada de suplementos alimentares, a fim de alcançar os resultados almejados, sem levar em consideração os danos causados à saúde devido à falta de informação segura.

Segundo Santos (2002), a ausência de uma cultura corporal saudável submete a população ao uso de substâncias que possam potencializar os seus objetivos em um menor espaço de tempo possível. E conforme Saba (1999), a academia é um local para a prática de exercícios físicos que favorece a disseminação de padrões estéticos, como o corpo com baixa quantidade de gordura subcutânea e com elevado volume de tônus muscular.

Observou-se que apesar da quantidade de adolescentes que consomem suplemento alimentar ser bem inferior que a dos adultos, a idade mínima encontra que foi de 15 anos, mostrando como a utilização dessas substâncias ergogênicas estão sendo inseridas cada vez mais precocemente.

Entre os usuários de suplementos foi possível constatar neste estudo, que os homens são os maiores consumidores de suplemento alimentar em relação às mulheres. Este resultado pode ser correlacionado com outros estudos semelhantes que mostram que os indivíduos do sexo masculino são os maiores consumidores de suplementos, cerca de 68,6% a 75,7% (ROCHA & PEREIRA, 1998; PEREIRA et al. 2003).

Quando foi associado o número de indivíduos usuários de suplementos com a quantidade dos diferentes suplementos usados por eles, verificou-se que dos trinta e cinco usuários de suplemento alimentar, 37,14% dos indivíduos faziam uso de um tipo de suplemento, 34,28% faziam uso de 2 tipos de suplementos, e 28,57% faziam uso de 3 ou mais suplementos. Em um estudo parecido realizado por Rocha e Pereira (1998), verificou-se que dos 51 indivíduos que consomem suplemento alimentar, 28 utilizam 1 suplemento, 15 faziam uso de 2 a 3 suplementos e 8 faziam uso de 4 a 6 suplementos diferentes.

Em relação ao tempo de uso do suplemento pelos praticantes de exercício físico, observou-se que 68,57% (24/35) consomem suplemento alimentar entre um a quatro meses; 2,85% (1/35) entre cinco a nove meses; 2,85% (1/35) entre 10 a 12 meses; e 25,71% (9/35) utilizam suplemento alimentar por mais de um ano. Em um

(39)

estudo realizado por Rocha & Pereira (1998), verificou-se entre os entrevistados que o tempo de uso dos suplementos concentrava-se principalmente entre um a seis meses (33,3%), de seis meses a um ano (37,2%) e mais de um ano (15,7%).

Os nomes dos suplementos mais citados entre os entrevistados foram: whey protein, creatina, BCAA, maltodextrina, termogênico, animal Pack entre outros. A dose utilizada era diversificada, pois muitos relataram que utilizavam a recomendada no rótulo do produto ou utilizavam como convinha a eles.

Levando em consideração os resultados encontrados neste estudo e em outros estudos pesquisados, a proteína é o suplemento alimentar mais consumido nas diversas regiões do Brasil, devido a sua função de síntese protéica e estar relacionada a vários mecanismos metabólicos associados ao exercício físico (DOUGLAS, 2006). Os atletas necessitam de um maior requerimento energético, devido o elevado gasto energético, logo a quantidade de proteínas deve ser (>1,2g/kg/dia) (PHILLIPI, 2004). Quando a quantidade de proteína estiver acima de (2,5g/kg/dia), pode estar sendo desviadas para a produção de energia ou excretadas, pois o corpo humano não possui reservas de proteínas (PHILLIPI, 2004; DOUGLAS, 2006).

O consumo excessivo de proteína e aminoácidos pode estar relacionado a efeitos maléficos a saúde, tais como: cetose, perda de massa óssea, sobrecarga renal, aumento da gordura corporal, desidratação, gota e excreção urinária de cálcio. (BACARAU, 2001; DOUGLAS, 2006; LANCHA, 2002). Conforme Domingues & Marins (2007), a utilização de BCAA e aminoácidos de forma descontrolada podem contribuir para a sobrecarga do sistema renal, caso o praticante não necessite do aumento do aporte protéico.

O consumo de maltodextrina, bebidas carboidratas, gel e barras energéticas são utilizados como meio alternativo para manter a taxa de glicose sanguínea em nível adequado durante o exercício físico ou recuperação do glicogênio muscular após o treinamento (DOMINGUES & MARINS, 2007).

Além dos suplementos citados acima, os termogênicos também foram bastante mencionados pelos entrevistados, estes são suplementos à base de cafeína. Segundo alguns autores, os efeitos que cafeína pode causar são: aumento do estado de alerta, redução da sensação de fadiga, estímulo à diurese, efeitos inotrópicos, taquicardizantes, broncodilatadores, estimulantes da secreção gástrica. A cafeína ainda pode causar um aumento da lipólise, facilitação da transmissão no sistema nervoso central, aumento da força de contração muscular em baixas frequências de estimulação, e levar à economia

(40)

do glicogênio muscular (GUERRA et al., 2000). Devido aos seus efeitos, o elevado consumo da cafeína deve ser evitado por pessoas que possuem hipertensão e gastrite.

A indicação e prescrição de suplemento alimentar é competência do nutricionista, entretanto, observou-se neste estudo que a indicação de suplemento foi realizada por pessoas não especializadas, sendo relatado pelos participantes que o profissional de educação física é o maior indicador de suplemento, seguido por influência de amigos, auto-prescrição, e ficando entre os últimos a orientação do médico ou nutricionista. Resultado semelhante ocorreu em uma pesquisa realizada por Pereira et al. (2003), a fonte mais utilizada de recomendação de suplementos foi a de instrutores e professores (31,1% das fontes de indicação), seguida de amigos (15,6%), auto-indicação (15,6%), nutricionista (11,1%) e médico (10,0%).

Em outro estudo, realizado por Miarka et al. (2007), com estudantes de educação física, verificou-se que, quando o suplemento era consumido por indicação, a principal fonte de prescrição era o instrutor, seguido de treinador, amigos, vendedor de loja e, por último, o nutricionista; dados estes semelhantes às informações encontradas nesta pesquisa, sendo surpreendente, pois é competência do nutricionista a prescrição de suplementos alimentares.

Uma baixa prevalência de consulta ao nutricionista com a finalidade de avaliar se há necessidade da utilização de suplemento alimentar também foi encontrada em outros estudos, que apontam para uma prevalência de 13% e 22,2% respectivamente (COSTA & ROGATTO, 2006; PAMPLONA et al., 2005). Esses dados juntamente com os dados obtidos neste estudo reforçam a ideia de que o nutricionista não vem sendo priorizado como agente de consulta para o uso de suplemento alimentar, devendo está situação ser modificada.

Segundo Araújo e Soares (1999), a auto-prescrição é comum, principalmente para as bebidas esportivas. Todavia, excluindo as bebidas esportivas, o número de citações da autoprescrição permanece elevado, porém, o treinador ou personal trainer se torna o maior responsável pela indicação de suplementos (ROCHA & PEREIRA, 1998).

A influência de amigos e leigos também é fonte importante de indicação de suplementos. Médicos e nutricionistas são os únicos profissionais legalmente habilitados para a prescrição de suplementos. O médico indica mais suplementos que o nutricionista, porém, a maioria desses são vitaminas e minerais (CARVALHO & HIRSCHBRUCH, 2000). Com exceção do nutrólogo (médico especializado em

(41)

nutrição), a maioria dos médicos não possui conhecimento científico suficiente para prescrever dietas/suplementos alimentares, sendo, portanto, a opção mais correta a procura de um nutricionista (DOMINGUES & MARINS, 2007).

Outro estudo semelhante foi realizado por Domingues & Marins (2007), mostrou que a maioria das informações obtidas sobre suplementos correspondiam às conversas com amigos e a orientação do professor da academia. Estes, em princípio não possuem habilitação e conhecimento científico suficiente para prescrever tais suplementos.

6. CONCLUSÃO

Nas condições da presente pesquisa realizada com praticantes de exercícios físicos de uma academia de Porto Velho-RO os resultados obtidos levam-nos a concluir que:

- A prevalência do consumo de suplementos alimentares nesta população apresentou-se elevada, levando em consideração de que tal prática só deveria ocorrer, em situações especiais, quando as necessidades nutricionais não sejam supridas pela alimentação habitual;

- Os suplementos mais consumidos foram os ricos em proteínas e aminoácidos, entretanto, os mais regularmente consumidos entre os homens foram as vitaminas e minerais, resultado diferente entre as mulheres que teve os termogênicos em segunda lugar, além dos carboidratos que foi juntamente com o suplemento protéico os mais consumidos pelas mulheres;

- A associação simultânea de dois ou mais produtos ocorreu;

- O consumo ocorreu em maior proporção entre os homens e pessoas adultas; - A indicação de suplemento alimentar sem a devida orientação profissional prevaleceu;

- O tempo de uso de suplemento foi de um a quatro meses entre a maior parte dos consumidores;

- Mais da metade dos praticantes de exercícios físicos que consomem suplemento buscam o aumento de massa muscular.

(42)

A cada dia mais pessoas acreditam que a beleza e a saúde sejam algo comprável. Neste estudo pode-se observar que maior parte da amostra pesquisada consome suplementos alimentares na busca pela bela imagem corporal, sendo preocupante a maneira indiscriminada como ocorre este consumo, ou seja, sem a orientação de profissionais habilitados para esta função. O mercado de suplementos alimentares cresce numa velocidade extraordinária, entretanto, os estudos científicos que comprovem os seus efeitos maléficos e benéficos não ocorrem na mesma proporção.

A prescrição de suplemento alimentar deve ser realizada pelo nutricionista em parceria com o profissional de educação física, pois o consumo de suplemento deve estar associado aos fatores biológicos, à alimentação, à intensidade, ao volume e o período do treinamento ao qual o indivíduo está submetido para que os resultados sejam alcançados de maneira saudável, sem sobrecarregar o organismo e causar efeitos maléficos.

Portanto, para que isto aconteça, torna-se emergente a educação nutricional do público em geral, principalmente no ambiente da prática de atividade física, visando melhorar o grau de informação e garantir segurança na utilização desses produtos. É necessário que sejam realizadas campanhas educativas conduzidas por profissionais da saúde, com apoio do governo e da mídia em prol da alimentação balanceada associada ao estilo de vida saudável. A demanda por pesquisas metodologicamente adequadas relacionadas à nutrição esportiva urgem, de forma a ampliar o conhecimento sobre as reais funções e possíveis efeitos benéficos ou adversos que os suplementos nutricionais exercem sobre o desempenho e a saúde geral dos indivíduos.

(43)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AIMUTIS, W.L.; Bioactive properties of milk proteins with particular focus on

anticariogenesis. J Nutr. 2004; 134(4):989s-95s.

ALTERMANN, A.M.; DIAS, C.S.; LUIZ, M.V.; NAVARRO, F. A influência da

cafeína como recurso ergogênico no exercício físico: sua ação e efeitos colaterais.

Rev Bras de Nutrição Esportiva, p. 225-239; 2008.

ALVES, L. A. Recursos ergogênicos nutricionais. In: BIESEK, S.; ALVES, L. A.;

GUERRA, I. Estratégias de nutrição e suplementação no esporte. Barueri/SP:

Manole, 2005. p. 283-318.

ALVES, C.; LIMA, R. V. B. Uso de suplementos alimentares por adolescentes. J. Pediatria (Rio J.) vol.85 no. 4 Porto Alegre Aug. 2009.

ARAÚJO, A. C. M.; SOARES, Y. N. G. Perfil de utilização de repositores protéicos

nas academias de Belém, Pará. Rev. Nutr., Campinas, 12(1): 5-19, jan./abr., 1999.

ARRUDA, M. et al. Efeitos da utilização de bebida hidroeletrolítica sobre a

glicemia durante uma aula de ciclismo indoor. Rev. Movimento e Percepção,

Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 6, n. 9, jul./dez. p 95-108, 2006.

BACURAU, R. F. Nutrição e suplementação esportiva. 2.ed. Guarulhos, SP: Phorte Editora, 2001. p 257-274.

Referências

Documentos relacionados

Depois de exibido o modelo de distribuição orçamentária utilizado pelo MEC para financiamento das IFES, são discutidas algumas considerações acerca do REUNI para que se

Em 2008 foram iniciadas na Faculdade de Educação Física e Desportos (FAEFID) as obras para a reestruturação de seu espaço físico. Foram investidos 16 milhões

Não obstante a reconhecida necessidade desses serviços, tem-se observado graves falhas na gestão dos contratos de fornecimento de mão de obra terceirizada, bem

intitulado “O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas” (BRASIL, 2007d), o PDE tem a intenção de “ser mais do que a tradução..

No Brasil, a falta de uma fiscalização mais rigorosa é uma das razões que possibilitam que certas empresas utilizem os estágios como forma de dispor de uma mão-de-obra

A presente dissertação é desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação

Dessa forma, diante das questões apontadas no segundo capítulo, com os entraves enfrentados pela Gerência de Pós-compra da UFJF, como a falta de aplicação de

Janaína Oliveira, que esteve presente em Ouagadougou nas últimas três edições do FESPACO (2011, 2013, 2015) e participou de todos os fóruns de debate promovidos