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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E INCLUSÃO: REFLEXÃO DOS PROFESSORES PERANTE SUA PRÁTICA RESUMO

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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E INCLUSÃO: REFLEXÃO DOS PROFESSORES PERANTE SUA PRÁTICA

Angélica Silva de Souza1 Prof. Dr. Paulo Dantas2

RESUMO

A necessidade de discussão sobre inclusão social tem se tornado cada vez maior em função de tentativas de transformação da sociedade, através da busca por justiça e igualdade. Na qual o respeito à diversidade e a garantia ao direito, à participação social de cada pessoa, o respeito as suas características (de gênero, étnicas, socioeconômicas, religiosas, físicas e psicológicas), têm emergido como uma questão ética. Baseado nestes ideais, o objetivo deste estudo foi analisar as atitudes de professores de educação física da rede regular de ensino, a respeito da inclusão de alunos portadores de necessidades especiais em suas aulas. Para tanto, cinco professores de educação física, sendo dois da rede pública e três da rede privada, responderam a um questionário adaptado dos modelos originais da literatura especializada. Este questionário abordou três aspectos: como o professor avaliava seus conhecimentos para lidar com crianças especiais, como o professor percebia a aceitação dessas crianças pelos colegas ditos “normais” e como o professor avaliava as condições de sua escola para aderir à proposta do ensino inclusivo. Os resultados indicaram que 60% dos professores acreditavam que seus conhecimentos para lidar com crianças especiais eram insuficientes; 80% dos professores entrevistados não gostavam ou não gostariam de trabalhar com proposta de ensino inclusiva. Entretanto, 100% dos docentes acreditavam nos benefícios da proposta inclusiva para todas as crianças. E em relação à estrutura de suas escolas, 60% dos professores as julgaram inadequadas para receber crianças especiais. Concluímos que no presente estudo não forma observados divergências entre as respostas dos professores de escola públicas e privadas. No geral, os professores se veem na obrigatoriedade de receber/incluir alunos portadores de necessidades especiais em suas aulas, mas não se sentem capacitados e nem a vontade para exercer tal tarefa. Sugere-se que este estudo seja ampliado para uma população maior de professores de Educação Física.

1 Acadêmico do Curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte (UFRN). E-mail: angelica_silva154@hotmail.com

2 Professor orientador do Curso de Educação Física da UniversidadeFederal do Rio Grande do Norte

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Palavras-chave:educação inclusiva, deficiência, necessidades especiais.

SCHOOL PHYSICAL EDUCATION AND INCLUSION: REFLECTION OF TEACHERS BEFORE THEIR PRACTICE

ABSTRACT

The need for discussion about social inclusion has become ever greater in terms of attempts to transform society through the search for justice and equality. In which respect for diversity and guaranteeing the right to social participation of each person, respect for their characteristics (gender, ethnic, socioeconomic, religious, physical and psychological), has emerged as an ethical issue. Based on these ideals, the objective of this study was to analyze the attitudes of physical education teachers of the regular education network, regarding the inclusion of students with special needs in their classes. For this, five physical education teachers, two from the public system and three from the private system, answered a questionnaire adapted from the original models of the specialized literature. This questionnaire approached three aspects: how the teacher evaluated his / her knowledge to deal with special children, how the teacher perceived the acceptance of these children by the so-called "normal" colleagues, and how the teacher evaluated the conditions of his / her school to adhere to the proposal of inclusive education. The results indicated that 60% of teachers believed that their knowledge of dealing with special children was insufficient; 80% of the teachers interviewed did not like or would not like to work with an inclusive teaching proposal. However, 100% of teachers believed in the benefits of the inclusive proposal for all children. And in relation to the structure of their schools, 60% of teachers considered them inadequate to receive special children. We conclude that in the present study there were no differences between the responses of public and private school teachers. In general, teachers find themselves obliged to receive / include pupils with special needs in their classes, but they do not feel able or willing to perform such tasks. It is suggested that this study be expanded to a larger population of Physical Education teachers.

Keywords: inclusive education; handicap, special needs.

1 INTRODUÇÃO

A necessidade de discussão sobre inclusão social tem se tornado cada vez maior em função de tentativas de transformação da sociedade, através da busca por

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justiça e igualdade. Na qual o respeito à diversidade e a garantia ao direito, à participação social de cada pessoa, o respeito as suas características (de gênero, étnicas, socioeconômicas, religiosas, físicas e psicológicas), têm emergido como uma questão ética (DELLANI & MORAES, 2012).

Dessa forma, a temática da inclusão social apresenta como pressuposto, a ideia de uma sociedade que acolhe a diversidade humana, nos diferentes tipos de atividades e relacionamentos, “estruturando-se para atender às necessidades dos cidadãos, das maiorias às minorias, dos privilegiados aos que vivem às margens da sociedade” (WERNECK, 1999).

Segundo Gorgatti (2005), são necessários alguns esforços além da proposta de incersão de instrumentos legais, tais como a modificação de atitudes, visões estigmatizadas e valores para que se torne viável a inclusão de crianças com deficiência no sistema de ensino regular. A escola deve incluir em seu modelo pedagógico, critérios que levem em conta as diferenças existentes entre seus alunos, além de estimular a diversificação de tecnicas e estrategias de ensino.

A inclusão de crianças com necessidades especiais no campo da educação está presente no cotidiano, defendida como para Todos, sem nenhum tipo de distinção para que o processo inclusivo aconteça. Porém, mesmo após a implantação da Declaração de Salamanca há mais de dez anos, em relação a princípios, políticas e práticas em Educação Especial, ainda se caminha a passos lentos, sendo necessária a quebra de muitos paradigmas, auxiliando a sociedade na recepção e aceitação da diversidade biopsicossocial (DELLANI & MORAES, 2012).

A ideia de que existem alunos incapazes de aprender é muito difundida na sociedade brasileira, de forma a se disseminar que essas pessoas são destituídas de intelecto para desenvolver suas habilidades cognitivas. Neste sentido, as escolas devem se apresentar de forma decisiva para a sua formação, assim como no estabelecimento de sua condição de cidadãos políticos e sociais. Segundo Mantoan (2003), a inclusão escolar traz reflexões em relação ao papel da escola e conduz a adoção de posturas mais solidárias e para a convivência.

Para Aranha (2002), inclusão tem o significado de afiliação, combinação, compreensão, envolvimento, ou seja, trazer aqueles que (de alguma forma) têm esperado para entrar e pedir-lhes auxílio para construir novos sistemas, que estimulem as pessoas a participar da completude de suas capacidades como

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companheiros e como membros, incluindo aquele que de alguma forma teve seus direitos perdidos ou por algum motivo não os exercem.

Sabe-se contudo, que nem todas as escolas estão preparadas para propor um ambiente inclusivo a seus alunos especiais. Grande parte não apresenta professores qualificados para atender as necessidades dos mesmos, além de não disponibilizarem devidas orientações aos alunos que não apresentam deficiência, visando uma melhor aceitabilidade com relação à convivência nas aulas (CIDADE & FREITAS, 2002).

Ao se falar em educação física escolar e inclusão de alunos com algum tipo de deficiência, nota-se que boa parte dos professores não os integra em suas aulas. Dados relacionados aos motivos de situações de exclusão como esta ainda são escassos, talvez por comodismo ou apenas a falta de informação que os levam a ter esta postura.

Até pouco tempo atrás, achava-se que alunos deficiêntes não poderiam participar das aulas de educação física escolar convencional devido as suas limitações, apresentando um melhor resultado sendo incluido em um sistema especial. Apenas recentemente é que algumas escolas têm buscado implementar o programa de educação física integrada em seu curriculo. A partir desta prática conclui-se que a falta de acessibilidade dos alunos especiais à prática de educação física escolar priva a sua possibilidade de adquirir aptidão fisica (GORGATTI et. al., 2004).

Com base nos avanços, embora lentos, da educação física inclusiva, o devido estudo tem como objetivo analisar as expectativas dos professores de Educação Física, da rede pública e privada, diante das práticas realizadas com alunos portadores de necessidades especiais adotadas em sua escola.

2 METODOLOGIA

2.1 Caracterização da pesquisa

A pesquisa caracterizou-se como pesquisa exploratória na qual foi aplicado um questionário . Segundo Gil (2008), a pesquisa exploratória busca familiarização entre o pesquisador e o tema pesquisado, e por ser muito específica, assume um estudo de caso. A análise será do tipo quantitativa, tendo como característica

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principal a interrogação direta de pessoas sobre um determinado assunto, por meio de um questionário

2.2 População e amostra

A amostra da presente pesquisa foi composta por cinco professores de Educação Física, sendo dois de uma escola pública e três de uma escola privada, escolhidas de maneira aleatória, no universo amostral da cidade de Natal/RN. Todos os docentes são licenciados em educação física. Os sujeitos responderam o questionário de forma voluntária.

2.3 Instrumento de coleta

Para verificar as expectativas dos professores de Educação Física quanto a presença de alunos com necessidades especiais em suas aulas regulares, foi aplicado um questionário com 18 questões adaptado dos modelos já validados de Sideridis e Chandler (1997) e Kozub e Porretta (1998).

O questionário apresenta quatro níveis de respostas: concordo totalmente, concordo quase totalmente, discordo quase totalmente e discordo totalmente, das quais o professor preencheu apenas uma das questões.

As afirmações de um a dez dizem respeito à forma como o professor se posiciona diante da inclusão de alunos com deficiência em suas aulas; as questões onze a quatorze dizem respeito à forma como o professor percebe os benefícios da inclusão para todos os alunos; as questões quinze a dezoito abordam opiniões dos professores com relação à estrutura e estímulos recebidos pela escola.

2.4 Procedimentos da coleta

A coleta dos dados foi realizada nos locais de trabalho dos sujeitos, escola privada e pública do município de Natal/RN. Os professores responderam à escala de forma individual, em seus horários vagos e sem a interferência do pesquisador.

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3 RESULTADOSE DISCUSSÃO

Para os professores de educação física que não possuíam alunos portadores de necessidades especiais em suas aulas, as respostas deveriam ser assinaladas de acordo com suas expectativasem relação à inclusão em sua escola. As respostas estão sintetizadas na TABELA 1.

Tabela 1 – Freqüência de respostas dos professores de Educação Física.

Professores que gostam ou gostariam de ter alunos com necessidades especiais em suas aulas

Professores que se consideram preparados para trabalhar com alunos com necessidades especiais

Professores que já realizaram cursos de capacitação para atender alunos portadores de necessidades especiais

Professores que pretendem fazer cursos de capacitação para melhorar o atendimento aos alunos com necessidades especiais

Professores que consideram importante o processo de ensino integrado para todas as crianças

Professores que consideram sua escola preparada para receber alunos portadoras de necessidades especiais (estrutura, materiais, profissionais qualificados)

Professores que avaliam ou avaliariam seus alunos com necessidades especiais com os mesmos

procedimentos que utilizam com os alunos sem deficiência

Professores que percebem práticas de bullying por parte dos alunos sem deficiência para com os alunos portadores de necessidades especiais

De acordo com os resultados obtidos na pesquisa (Tabela 1), observa-se que 60% dos docentes entrevistados não se consideram preparados para atender alunos

20% 60% 80% 100% 100% 60% 20% 40%

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com algum tipo de deficiência em suas aulas, mesmo tendo realizado cursos de capacitação voltados para este fim.

As respostas não foram consideradas atreladas à origem do professor: se de escola pública ou privada. Provavelmente essa percepção de incapacidade se deva ao fato de que os mesmos professores afirmaram que não gostam ou não gostariam de atender alunos com deficiência em suas aulas

de educação física. Dos cinco professores que responderam ao questionário, quatro assinalaram a opção “discordo quase totalmente da afirmação”, enquanto que somente um assinalou a opção “concordo totalmente com a afirmação”.

Esses resultados corroboram com estudos realizados por LaMarter et al. (1998) e Gorgatti et al. (2004), nos quais também foram aplicados questionários a professores da rede regular de ensino que possuíam em suas

salas alunos com algum tipo de deficiência. Os resultados demonstraram que o modo de ensino e a forma de possibilitar a integração entre os alunos variavam de um profissional para o outro, porém todos afirmaram que sentem algum grau de frustração por não conseguir realizar um trabalho de maior êxito com as crianças que apresentam deficiência. Tais sensações negativas foram justificadas pelo pouco ou nenhum apoio recebido pela direção da escola e à falta de conhecimentos mais específicos sobre as deficiências.

Os professores demonstraram em suas respostas, que sua preparação para estas situações era precária e que também não havia incentivos para a realização de cursos de especialização. Estudos de Gilberts & Lignugaris-Kraft (1997) analisaram professores que lecionavam em salas regulares ou salas especiais de ensino, e constataram a existência de diferenças nítidas no quesito proposta educacional, e na própria filosofia do ensino/aprendizagem. De acordo com os autores, os educadores necessitariam receber uma capacitação profissional que os preparasse de maneira uniforme, em relação aos conhecimentos e propostas pedagógicas e curriculares para ambas as situações, atentando principalmente para que todos os alunos tivessem acesso a programas e oportunidades similares.

Essas divergências entre as competências dos professores poderiam explicar adificuldade dos profissionais de classes regulares em receber alunos com algum tipo de deficiência. E mesmo com esse sentimento negativo por grande parte dos professores, pôde ser constatado que 100% deles concordam totalmente em fazer

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cursos para se aperfeiçoar na área da atividade física voltada para pessoas com necessidades especiais.

Seria ideal que os cursos preparatórios fossem oferecidos ou estimulados pela própria escola, para que o docente se sinta mais motivado a frequentá-los. Melograno & Loovis (1991) analisaram a prática de professores de educação física dos Estados Unidos nos anos de 1980 e 1988, e constataram um despreparo no que se refere a alunos com algum tipo de deficiência. Em ambas as ocasiões, 51% dos professores participantes da pesquisa relataram que não recebiam qualquer apoio ou encorajamento por parte da direção da escola para que pudessem trabalhar com alunos portadores de necessidades especiais.

Espera-se que professores ao se sentirem mais preparados, recebam seus alunos portadores de necessidades especiais com atitudes mais positivas. Os dados deste estudo também trazem que 80% dos professores concordam sobre os possíveis benefícios da prática inclusiva nas aulas de educação física, sejam as crianças com necessidades especiais ou não. Os 20% de professores que discordaram totalmente dos benefícios não possuem alunos especiais inclusos em suas turmas regulares de educação física.

Block & Zeman (1996) avaliaram o impacto da inclusão de três alunos com sérias limitações motoras em aulas regulares de educação física na sexta série do ensino fundamental. O estudo feito ocorreu no período de um bimestre em duas salas de sexta série: uma sem alunos portadores de necessidades especiais (C1) e a outra com as três crianças portadoras de limitações motoras (C2). Foram realizados testes pré e pós a unidade de ensino, cujo tema era “Desenvolvimentos de habilidades básicas de basquetebol”. Os testes realizados envolveram habilidades de passes, arremessos e dribles. Como resultados os autores concluíram que, embora C2 apresentasse valores pré-teste maiores a C1, não houve diferenças significativas nos ganhos de resultados entre as duas classes comparando o pré e o pós-teste.

Pode-se dizer então, que para professores bem capacitados, a presença de alunos portadores de necessidades especiais não influenciou negativamente sobre o desempenho dos alunos, nem sobre o cumprimento de todas as atividades propostas. Já em relação à aceitação dos alunos especiais por seus colegas não portadores de deficiências, 90% dos docentes concordaram que esse processo ocorre de forma espontânea, sem humilhações para nenhum aluno. Somente um

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professor da rede pública, que possui um aluno com deficiência mental em suas aulas, afirmou que percebia que esse aluno era humilhado pelos seus colegas ditos “normais”. Os dois professores que não possuíam alunos portadores de necessidades especiais demonstraram uma expectativa positiva no que diz respeito à aceitação de crianças especiais pelos demais alunos. Os resultados obtidos neste estudo corroboram os de algumas pesquisas na área de educação física inclusiva. Ao longo dos anos tem aumentado a preocupação com relação à aceitação de alunos especiais por parte de seus colegas não portadores de deficiência na rede regular de ensino.

Estudos de Trippet al. (1995) analisaram o comportamento de 455 crianças de 9 a 12 anos em turmas de educação física regular, sendo 226 em classes integradas e 229 em classes segregadas, ou seja, sem apresença de alunos portadores de necessidades especiais. Foram estabelecidas medidas para analisar o comportamento dos alunos utilizando a Escala de Atitudes dos Colegas em Relação aos Portadores de Deficiência (PATHS – Peer Attitudes Toward the Handicapped Scale) ao final do período letivo. Os autores concluíram que os alunos que participavam do sistema integrado apresentavam atitudes bem mais benéficas em relação aos colegas especiais, do que os que participavam do sistema segregado. Dessa forma, o estudo apoiou a“Teoria do Contato”, relatando que o contato direto com crianças portadores de necessidades especiais torna o relacionamento entre as crianças mais positivo e com uma maior aceitação.

Block (1995) avaliou o comportamento de crianças não portadoras de deficiência a respeito da integração de crianças portadoras de necessidades especiais nas aulas de Educação Física. Foi realizado neste estudo o questionário Atitudes das Crianças em Relação à Educação Física Integrada –Revisado (CAIPE – Children’s Attitudes Toward Integrated Physical Education – Revised). Um total de 208 crianças entre 10 e 12 anos de idade, da quinta série do ensino fundamental, responderam o questionário. Os resultados demonstraram que todas as crianças apresentam atitudes positivas em relação à EducaçãoFísica Integrada. O estudo propõe a necessidade de pesquisas abrangendo alunos da rede pública e particular de ensino em outras regiões, a fim de que os resultados possam ser comparados.

Em relação ao preparo da escola em atender alunos portadores de necessidades especiais em aulas regulares educação física, 90% dos professores “discordaram totalmente” da capacidade da escola em cumprir esta tarefa. Foram

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abordados aspectos como estrutura das instalações, materiais adequados e profissionais especializados. Apenas um professor “concordou quase totalmente” que sua instituição estava capacitada a receber alunos especiais e, o mesmo era proveniente de uma escola pública.

Com isto verifica-se que apenas a criação de instrumentos legais e a disposição dos professores não garantem o sucesso da proposta inclusiva nas instituições regulares de ensino. Há uma grande necessidade de estruturação adequada dos ambientes escolares, para atender a demanda de alunos portadores de necessidades especiais. Como por exemplo, rampas de acesso, banheiros adaptados, portas na largura correta e materiais específicos podem ser fundamentais para a possibilidade de ingresso efetivo de alunos portadores de deficiência nas aulas de educação física.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos que no presente estudo não foramobservadas divergências entre as respostas dosprofessores de escolas públicas e privadas. No geral, os professores se veem na obrigatoriedade de receber/incluir alunos portadores de necessidades especiais em suas aulas regulares, mas não se sentem capacitados e nem a vontade para exercer tal tarefa. A maioria dos docentes, tanto os que já possuem alguma experiência na prática integrada, quanto os que ainda não viveram essa experiência, assinalam de forma positiva essa prática, e esperam resultados benéficos, tanto para as crianças portadoras de deficiência, quanto para as ditas “normais”.

Todavia, percebe-se que as escolas ainda deixam muito a desejar no momento de receber a população especial de alunos, e que isso muitovezes impede que os docentes possam trabalhar demaneira mais eficiente.Sugere-se que esse estudo seja ampliado para umapopulação maior de professores de educação física, a fimde que os resultados obtidos possam ser correlacionadoscom a faixa etária, o sexo, o tipo de escola (pública ouparticular) e o tempo de experiência destes.

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REFERÊNCIAS

ARANHA, M. S. F. Integração social do deficiente: análise conceitual e metodológica.Temas em Psicologias, v. 2, p. 63-70, 2002.

BLOCK, M.E.; ZEMAN, R. Including students with disabilities in regular physical education: effects on nondisabled children. Adapted Physical ActivityQuarterly, 13, 38-49, 1996.

CIDADE, R. E., FREITAS, P. S. Educação Física e inclusão: considerações para prática pedagógica na escola. Integração, v.14 - Edição Especial - Educação Física Adaptada-, p. 27-30, 2002.

DELLANI, M. P.; MORAES, D. N. M. Inclusão: caminhos, encontros e descobertas.

Revista de Educação do Ideau, v. 7, p. 1-13, 2012.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GILBERTS, G.H.; LIGNUGARIS-KRAFT, B. Classroom management and instruction competencies for preparing elementary and special education teachers. Teaching

and Teacher Education, v.13, n.6, 597-610, 1997.

GONSALVES, E. P. Conversas sobre iniciação à pesquisa científica. Campinas, SP: Alínea, 2001.

GORGATTI, M. G.; PENTEADO, S. H. N. W; PINGE, M. D.; DE ROSE JÚNIOR., D. Atitudes dos professores de educação física do ensino regular com relação a alunos portadores de deficiência.Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v.12, n.2, p. 63-68, 2004.

GORGATTI, M. G. Educação Física escolar e inclusão: uma análise a partir do

desenvolvimento motor e social de adolescentes com deficiência visual e das atitudes dos professores.2005. 189f. Tese (DoutoradoemEducaçãoFísica) - Escola

de EducaçãoFísica e esporte da USP. Universidade de São Paulo, SP.

KOZUB, F. M.; PORRETTA, D. L. Interscholastic Coache’s Attitudes Toward Integration of Adolescents with Disabilities.Adapted Physical Activity Quarterly, v. 15, p. 328-344, 1998.

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LaMASTER, K.; GALL, K.; KINCHIN, G.; SIEDENTOP, D. Inclusion practices of effective elementary specialists. Adapted Physical Activity Quarterly, 15, 64-81, 1998.

MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer?. São Paulo: Moderna, 2003.

MELOGRANO, V. J.; LOOVIS, E.M. Status of physical education for handicapped students: a comparative analysis of teachers in 1980 and 1988.Adapted Physical

Activity Quarterly, 8, 28-42, 1991.

SIDERIDIS, G. D.; CHANDLER, J. P. Assessment of Teacher Attitudes Toward Inclusion of Students with Disabilities: a Confirmatory Factor Analysis. Adapted

Physical Activity Quarterly, v. 14, p. 51-64, 1997.

TRIPP, A.; FRENCH, R.; SHERRILL, C. Contact theory and attitudes of children in physical education programs toward peers with disabilities.Adapted Physical

Activity Quarterly,12, 323-332, 1995.

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ANEXO A – Questionário

Prezado (a) professor (a):

O presente questionário visa avaliar quais as expectativas ou as experiências do professor de educação física em relação à presença de alunos com deficiência em suas aulas regulares. Você não precisa se identificar e deve assinalar apenas uma alternativa em cada afirmação, correspondendo àquela que melhor expressa seu grau de concordância.

Desde já, agradeço sua colaboração.

A escala utilizada será a seguinte:

0 - não se aplica

1 - discordo totalmente da afirmação

2 – discordo quase totalmente da afirmação

3 – concordo quase totalmente com a afirmação

4 – concordo totalmente com a afirmação

Favor preencher os seguintes campos:

I – DADOS PESSOAIS

a) Idade:

b) Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

II – DADOS PROFISSIONAIS

a) Tipo de escola: ( ) pública ( ) particular

b) Tempo de experiência em educação física escolar:

( ) menos de dois anos ( ) de 2 a 10 anos

( ) mais de 10 anos

III – TRABALHO COM ALUNOS COM DEFICIÊNCIA

a) Outras experiências com alunos com deficiência:

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b) Qual o tipo de deficiência apresentada pelos seus alunos?

( ) visual ( ) auditiva ( ) mental ( ) motora

( ) múltipla (descreva) ___________________________________________________

c) Já participou de cursos na área de educação física adaptada para pessoas com deficiência?

( ) sim ( ) não

1- Eu sinto que tenho o conhecimento suficiente para atingir as necessidades educacionais de alunos com deficiência.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

2- Com os conhecimentos que possuo, eu me sinto preparado para trabalhar com alunos com deficiência.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

3- Eu sinto que sou ou serei capaz de resolver ou controlar os problemas de comportamento dos alunos com deficiência.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

4- Eu sinto que sou ou serei capaz de remediar os déficits de aprendizagem do aluno com deficiência.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

5- Eu gosto ou gostaria de ter alunos com deficiência em minha aula.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

6- Eu pretendo participar de cursos e palestras para aumentar meus conhecimentos sobre os métodos de ensino para alunos com deficiência.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

7- Eu avalio ou avaliarei os meus alunos com deficiência com os mesmos procedimentos utilizados para os alunos sem deficiência.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

8- Eu sinto que sou ou serei capaz de cumprir o programa de ensino proposto mesmo com a presença de alunos com deficiência.

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9- Eu sinto que consigo ou conseguirei motivar o aluno com deficiência da mesma forma que aquele sem deficiência.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

10- Eu sinto que a forma de tratamento do aluno com deficiência em minha aula é diferenciada.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

11- Eu sinto que os alunos com deficiência vão se beneficiar da interação oferecida por um programa em uma classe regular.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

12- Eu sinto que os alunos sem deficiência irão se beneficiar com a inclusão de colegas com deficiência nas aulas regulares.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

13- Eu sinto que os alunos com deficiência são aceitos socialmente por seus colegas sem deficiência.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

14- Eu sinto que os alunos com deficiência são humilhados por seus colegas sem deficiência na aula regular.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

15- Eu sinto que existem materiais instrucionais suficientes para que eu ensine os alunos com deficiência.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

16- Eu sinto que são oferecidos pela escola todos os serviços de suporte suficientes para que eu ensine alunos com deficiência (médico, psicólogo, fonoaudiólogo, auxiliares).

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

17- Eu sinto que eu tenho recursos suficientes da escola para adquirir os materiais necessários para planejar as aulas e trabalhar com os alunos com deficiência.

( ) 0 ( )1 ( )2 ( )3 ( )4

18- As instalações da escola em que trabalho são adaptadas para receber um aluno com deficiência.

Referências

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