Aula 5 – Perpendicularidade e paralelismo
Objetivos
• Introduzir os conceitos de perpendicularidade e de paralelismo.
• Introduzir o quinto postulado de Euclides, ressaltando sua grande im-portˆancia hist´orica e te´orica.
• Apresentar os primeiros resultados decorrentes do quinto postulado.
Introdu¸c˜
ao
Discutiremos nesta aula os importantes conceitos de perpendicularidade e paralelismo entre retas.
J´a vimos, na aula 1, que duas retas s˜ao paralelas quando n˜ao se inter-sectam. A seguir, veremos o que significa dizer que duas retas s˜ao perpendi-culares.
Defini¸c˜ao 12
Duas retas s˜ao ditas perpendiculares se elas se intersectam formando ˆangulos retos.
(a) (b)
Fig. 68: a) Retas paralelas. b) Retas perpendiculares.
Observe o desenho abaixo. As retas s˜ao paralelas ou n˜ao?
As retas s˜ao paralelas. Verifique com uma r´egua.
Usando os resultados das aulas anteriores, ´e poss´ıvel provar as seguintes proposi¸c˜oes:
Proposi¸c˜ao 7
Dados uma reta r e um ponto P , existe uma ´unica reta s perpendicular a r passando por P .
s r
P
Fig. 69: Reta s perpendicular a r passando por P .
Proposi¸c˜ao 8
Dados uma reta r e um ponto P fora de r, existe uma reta s paralela a r contendo P .
s r
P
Fig. 70: Reta s paralela a r contendo P .
As provas dessas proposi¸c˜oes est˜ao no Apˆendice que aparece no final da aula, e vocˆe deve estud´a-las num segundo momento, ap´os ter dominado o uso destas proposi¸c˜oes para resolver problemas.
Observe a figura 71.
s r
P
T Q
Fig. 71: O ponto Q ´e o p´e da perpendicular.
O ponto Q ´e chamado de p´e da perpendicular baixada do ponto P `a reta r e o ponto T pertencente `a reta s ´e chamado de reflexo do ponto P em rela¸c˜ao `a reta r, desde que P Q≡ QT .
Note que a palavra ´unica no enunciado da proposi¸c˜ao 7 n˜ao aparece no enunciado da proposi¸c˜ao 8. Na verdade, n˜ao ´e poss´ıvel provar, usando apenas os axiomas e os resultados anteriores, que s´o existe uma reta com a propriedade desejada.
Vocˆe sabia que... A unicidade da paralela (chamado de Quinto Postulado de Euclides) foi proposta por Euclides como um axioma. Por muitos anos (mais de 2.000!) v´arios matem´aticos tentaram provar, sem sucesso, que a unicidade da paralela decorria dos outros axiomas. Foi somente na primeira metade do s´eculo XIX que os matem´aticos chegaram `a conclus˜ao de que o quinto postulado n˜ao era demonstr´avel a partir dos outros quatro. Isso ocorreu com a descoberta das chamadas geometrias n˜ao-euclidianas em que o quinto postulado de Euclides ´
e substitu´ıdo por uma outra afirma¸c˜ao que lhe ´e contradit´oria. Essa
descoberta est´a associada ao nome de dois matem´aticos que a obtiveram
independentemente: J´anos Bolyai (1802-1860) e Nikolai I. Lobachevsky (1793-1856). Apresentamos, agora, o axioma que ´e conhecido como o Quinto
Postu-lado de Euclides.
Quinto Postulado de Euclides
• Por um ponto fora de uma reta passa uma ´unica reta paralela `a reta dada.
Antes de obter algumas conseq¨uˆencias do Quinto Postulado de Euclides, definiremos o importante conceito de mediatriz de um segmento.
Defini¸c˜ao 13
A mediatriz de um segmento ´e a reta perpendicular a esse segmento em seu ponto m´edio (veja figura 72).
r A
B
Fig. 72: A reta r ´e mediatriz do segmento AB.
Agora considere duas retas r e s; suponha que t ´e uma reta que corta as duas. A reta t ´e chamada transversal `as retas r e s. Considere os oito ˆangulos indicados na figura 73, numerados para facilitar a explica¸c˜ao.
r s 1 3 2 4 5 6 7 8 t
Fig. 73: Paralelas cortadas por uma transversal.
Os ˆangulos ˆ3 e ˆ6, bem como os ˆangulos ˆ4 e ˆ5, s˜ao chamados alternos internos (pois ficam em lados alternados de t, entre as retas r e s), enquanto os pares ˆ1 e ˆ8 e ˆ2 e ˆ7 s˜ao ditos alternos externos. Chamam-se correspondentes os seguintes pares de ˆangulos: ˆ1 e ˆ5, ˆ2 e ˆ6, ˆ3 e ˆ7, e ˆ4 e ˆ8. Note que, se um dos pares acima for congruente, os outros tamb´em o ser˜ao.
Vocˆe sabia que...
J´anos Bolyai 1802-1860 d.C., Romˆenia.
J´anos Bolyai nasceu na Transilvˆania, naquela ´epoca parte da Hungria e do Imp´erio Austr´ıaco. Entre 1820 e 1823, ele preparou um tratado sobre um sistema completo de Geometria n˜ao-euclidiana. Antes de o trabalho ser publicado, ele descobriu que Gauss tinha antecipado muito do seu trabalho. Embora Gauss nunca tivesse publicado seu trabalho nessa ´area, isso era um ponto de honra para Bolyai. Por´em, o trabalho do Bolyai foi publicado em 1832 como apˆendice de um ensaio, por seu pai. Consulte: http://www-groups.dcs. st-nd.ac.uk/~history/ Mathematicians/Bolyai. html Proposi¸c˜ao 9
Se duas retas cortadas por uma transversal determinam um par de ˆangulos alternos internos congruentes, ent˜ao as retas s˜ao paralelas.
Prova:
Suponha que r e s s˜ao cortadas por t, como na hip´otese da proposi¸c˜ao. Se r e s n˜ao fossem paralelas, elas teriam um ponto em comum, como na figura 74.
r s
t
Fig. 74: Proposi¸c˜ao 9.
Ter´ıamos ent˜ao um triˆangulo para o qual um ˆangulo externo seria igual a um ˆangulo interno n˜ao adjacente, o que seria contradit´orio com o teorema do ˆangulo externo. Logo r e s s˜ao paralelas.
Q.E.D.
Na proposi¸c˜ao seguinte utilizaremos pela primeira vez o Quinto Postu-lado de Euclides.
Proposi¸c˜ao 10
Se duas retas paralelas s˜ao cortadas por uma transversal, os ˆangulos alternos internos s˜ao congruentes.
A proposi¸c˜ao 10 ´e quivalente `
a proposi¸c˜ao 29 do livro I dos Elementos, em que Euclides usou o Quinto Postulado pela primeira vez.
Prova:
Sejam r e s duas retas paralelas cortadas por uma transversal t nos pontos A e B, respectivamente. Sejam C e F pontos de r e G e D pontos de s dispostos como na figura 75.
r s t A B C D F G
Fig. 75: t ´e transversal `as retas paralelas r e s.
Provaremos que os ˆangulos BAC eˆ ABD s˜ao congruentes. Para isso,ˆ vamos supor que tal fato n˜ao aconte¸ca, ou seja, que B ˆAC > A ˆBD ou A ˆBD > B ˆAC.
Vocˆe sabia que... Nikolai I. Lobachevsky (1793-1856 d.C., R´ussia) foi o primeiro a publicar um relato sobre Geometria n˜ao-euclidiana (1829). Seu trabalho atraiu pouca aten¸c˜ao quando apareceu porque foi publicado em russo e os russos que o leram fizeram severas cr´ıticas. Em 1840, ele publicou um tratado em alem˜ao, atrav´es do qual suas descobertas chegaram ao conhecimento de Gauss. Em uma carta a Schumacher, Gauss elogiou o trabalho de Lobachevsky, mas ao mesmo tempo reiterou sua prioridade nesse assunto. Lobachevsky n˜ao teve o merecido reconhecimento durante sua vida. De fato, em 1846 ele foi demitido da Universidade de Kazan, apesar dos vinte anos de not´aveis servi¸cos prestados como professor e administrador. Somente ap´os a morte de Gauss (1855), quando suas correspondˆencias foram publicadas, o mundo come¸cou a reconhecer os trabalhos de Lobachevsky sobre Geometria n˜ao-euclidiana. Em qualquer caso, no semiplano determinado por t que cont´em C,
tra¸camos a semi-reta−→AE tal que BAEˆ ≡ABD, como na figura 76. O ladoˆ esquerdo da figura 76 representa o caso B ˆAC > A ˆBD, enquanto que o lado direito, o caso A ˆBD > B ˆAC.
r s t A B C D F G r s t A B C D F G E E Fig. 76: Proposi¸c˜ao 10.
As retas ←→AE e s s˜ao cortadas por t de forma que os ˆangulos alternos internos BAE eˆ ABD s˜ao congruentes. Usando a proposi¸c˜ao 9, conclu´ımosˆ que ←→AE ´e paralela a s, e portanto existem duas paralelas a s (←→AE e r) passando pelo ponto A, o que contraria o Quinto Postulado de Euclides. Chegamos a essa contradi¸c˜ao porque assumimos que B ˆAC n˜ao ´e congruente a A ˆBD. Logo, devemos ter B ˆAC ≡ A ˆBD.
Q.E.D.
O teorema a seguir ´e um dos mais utilizados da Geometria euclidiana.
Lei Angular de Tales
A soma dos ˆangulos internos de qualquer triˆangulo ´e 180o.
Prova:
Seja ABC um triˆangulo e seja s a reta que passa por A e ´e paralela `a reta ←→BC, como na figura 77.
A
B C
D E s
Fig. 77: Reta s paralela `a reta que cont´em os pontos B e C.
Sobre s marque pontos D e E. Como a reta ←→AB ´e transversal `as retas paralelas s e ←→BC, podemos concluir, a partir da proposi¸c˜ao 10, que A ˆBC ≡ D ˆAB. Analogamente, considerando a transversal ←→AC, podemos concluir que A ˆCB ≡ E ˆAC. Logo,
A ˆBC + B ˆAC + A ˆCB = D ˆAB + B ˆAC + E ˆAC = 180o Q.E.D.
Vocˆe sabia que... Considerado o primeiro fil´osofo grego, introdutor da Geometria na Gr´ecia. Como rico negociante de azeite da cidade de Mileto, litoral da ´
Asia Menor (atual Turquia), Tales percorreu in´umeras vezes o litoral do Mediterrˆaneo, entre 600 a.C. e 550 a.C., e conheceu as obras de v´arios matem´aticos e astrˆonomos da regi˜ao, principalmente no Egito. Ao aposentar-se, dedicou-se `a Matem´atica e estabeleceu os primeiros postulados b´asicos da Geometria. ´E atribu´ıdo a ele o c´alculo da altura de uma pirˆamide a partir do comprimento de sua sombra, em determinado hor´ario do dia e dependendo da posi¸c˜ao do sol. Na Filosofia, Tales defendeu a existˆencia de uma substˆancia fundamental que d´a origem ao movimento e `a transforma¸c˜ao da vida. Para ele, o princ´ıpio de tudo
´
e a ´agua. “O morto resseca, enquanto os germes s˜ao
´
umidos, e os alimentos cheios de seiva”, ele dizia. At´e Tales, todas as explica¸c˜oes sobre o Universo eram mitol´ogicas. Consulte: http://www-groups.dcs. st-nd.ac.uk/~history/ Mathematicians/Tales.html
Notas:
1) Como os ˆangulos internos de um triˆangulo equil´atero tˆem todos a mesma medida, segue da Lei Angular de Tales que cada um deles mede 60o.
2) Se dois triˆangulos ABC e DEF s˜ao tais que BC ≡ EF , ˆB ≡ ˆE e ˆ
A≡ ˆD, ent˜ao ABC ≡ DEF .
De fato, como ˆA + ˆB + ˆC = ˆD + ˆE + ˆF = 180◦, ent˜ao ˆA ≡ ˆD, ˆB ≡ ˆE e ˆC ≡ ˆF e estamos no caso A.L.A. de congruˆencia, as vezes ´e referida como caso A.L.A◦. (lˆe-se ˆangulo, lado, ˆangulo oposto).
Resumo
Nesta aula vocˆe aprendeu...
• O que significa dizer que duas retas s˜ao paralelas ou perpendiculares. • Que s´o existe uma reta passando por um ponto e perpendicular a uma
reta dada.
• Que s´o existe uma reta passando por um ponto e paralela a uma reta dada.
• Que ˆangulos alternos internos s˜ao congruentes.
• Que a soma dos ˆangulos internos de um triˆangulo ´e 180o.
Exerc´ıcios
1. (PUC-SP, 1983) Considere a senten¸ca:
“Num plano, se duas retas s˜ao..., ent˜ao toda reta... a uma delas ´e...`a outra”
A alternativa que preenche corretamente as lacunas ´e: (a) Paralelas, perpendicular, paralela
(b) Perpendiculares, paralela, paralela
(c) Perpendiculares, perpendicular, perpendicular (d) Paralelas, paralela, perpendicular
(e) Perpendiculares, paralela, perpendicular
2. (UFMG, 1992) Com base nos dados da figura 78, pode-se afirmar que o maior segmento ´e:
A B C D E 55 65 70 70 o o o o Fig. 78: Exerc´ıcio 2.
(a) AB (b) AE (c)EC (d) BC (e) ED
3. Determine os ˆangulos x e y indicados na figura 79 onde ˆD = 25◦ e AE e BD s˜ao segmentos de reta. (Lembre-se de que as indica¸c˜oes dadas pelos tra¸cos curtos transversais significam que AB ≡ AC ≡ CD e
BC ≡ BE). A B C D E x y Fig. 79: Exerc´ıcio 3.
4. Determine D ˆP E na figura 80, sendo ˆB = 20◦.
A B C D E P Fig. 80: Exerc´ıcio 4.
5. Na figura 81, ˆA ´e reto, −−→BD ´e bissetriz de ˆB e −−→CE ´e bissetriz de ˆC. Determine a medida de BF C.ˆ C B A D E F Fig. 81: Exerc´ıcio 5.
6. Determine o valor do ˆangulo ˆA no triˆangulo ABC da figura 82.
C B
A
D
7. Na figura 83 , B ˆAC ´e reto e D ´e o ponto m´edio de BC. Mostre que m(AD) = m(BC) 2 . C B A D Fig. 83: Exerc´ıcio 7.
8. Determine a medida de AB na figura 84.
C B A 60 30 10 o o Fig. 84: Exerc´ıcio 8.
9. Determine as medidas dos ˆangulos ˆB e ˆC na figura 85.
C B A 6 3 Fig. 85: Exerc´ıcio 9.
10. Na figura 86, o ˆangulo B ˆAC ´e reto e−−→M N ´e bissetriz do ˆangulo A ˆM C. Determine o valor de A ˆN M . C B A N M Fig. 86: Exerc´ıcio 10. 63
11. Na figura 87, B ˆAC ´e reto e M ´e o ponto m´edio de BC. Determine M ˆAN . C B A N M 30o 60o Fig. 87: Exerc´ıcio 11.
12. Na figura 88, AB ≡ AC. Determine o valor de ˆA.
C B A D E F Fig. 88: Exerc´ıcio 12.
13. Considere os triˆangulos T1, T2, . . . , T12 da figura 89. Assinale os pares de triˆangulos congruentes e indique o caso de congruˆencia.
T 3 4 70o 1 1 2 T 60o 2 35 o 3 8 T4 T3 35o 25 o T5 3 8 35 o 3 6 4 T6 T7 10 1 2 60o T8 3 4 70o T9 6 5 20o 80 o T10 3 4 T11
25 o 35o 80o 20o
5 T12 10
14. Na figura 90 tem-se m(AC) = m(P R) = 4, m(AB) = m(RS) = 3 e m(BC) = 6. A B C R S P 3 4 6 3 4 Fig. 90: Exerc´ıcio 14. Considere os casos: a) ˆC ≡ ˆP , b) ˆB ≡ ˆS e c) ˆC ≡ ˆR
Em que casos podemos determinar a medida de PS?
15. Seja ABC um triˆangulo is´osceles de base BC. Prove que a mediatriz de BC passa pelo ponto A.
16. (Distˆancia de ponto a reta) Sejam r uma reta e P /∈ r. Se Q ´e o p´e da perpendicular baixada de P `a reta r, prove que Q ´e o ponto de r mais pr´oximo de P . A medida do segmento P Q ´e definida como a distˆancia de P a r.
17. Prove que a medida de um ˆangulo externo de um triˆangulo ´e igual `a soma das medidas dos ˆangulos internos a ele n˜ao-adjacentes.
18. (Desafio) Na figura 91, as retas r e s s˜ao perpendiculares.
r
s A
B
Fig. 91: Exerc´ıcio 18.
Qual ´e o caminho mais curto para ir do ponto A ao ponto B tocando-se nas duas retas?
19. Seja ABC um triˆangulo e r uma reta que n˜ao corta ABC. Sejam A0, B0 e C0 os reflexos de, respectivamente, A, B e C em rela¸c˜ao a r, como na figura 92. r C B A A' B' C' Fig. 92: Exerc´ıcio 19.
Prove que o triˆangulo A0B0C0 ´e congruente a ABC.
20. (FUVEST-2001) Na figura 93, tem-se que AD ≡ AE, CD ≡ CF e
BA≡ BC. C B A D E F 80o Fig. 93: Exerc´ıcio 20.
Se o ˆangulo E ˆDF mede 80o, ent˜ao o ˆangulo A ˆBC mede: (a) 20o
Apˆ
endice: Para saber mais...
Neste Apˆendice vamos apresentar uma prova das proposi¸c˜oes 7 e 8 que enunciamos nesta aula.
Proposi¸c˜ao 7
Dada uma reta r e um ponto P , existe uma ´unica reta s perpendicular a r passando por P .
Prova:
Temos dois casos a considerar: P ∈ r e P /∈ r. O caso em que P ∈ r pode ser demonstrado facilmente a partir dos axiomas sobre medi¸c˜ao de ˆangulos (veja a aula 2). No caso em que P /∈ r, tome pontos distintos A e B em r e trace AP . No outro semiplano determinado por r, trace uma semi-reta −→AC de modo que B ˆAC ≡ P ˆAB (figura 94).
A C D E B P r Fig. 94:
Sobre −→AC marque o ponto D tal que AD ≡ AP . Seja E o ponto em que P D intersecta r. Prove que P AE ≡ DAE. Segue da´ı que P ˆEA≡ D ˆEA. Logo, P ˆEA ´e reto e, portanto, ←→P E ´e perpendicular a r.
Est´a provado, assim, que existe uma reta passando por P e perpendi-cular a r. Falta provar que n˜ao existe outra reta com essa propriedade.
Suponha que exista outra reta ←→P F que seja perpendicular a r (figura 95).
E F
P
r Fig. 95:
Use o teorema do ˆangulo externo para mostrar que isso ´e um absurdo.
Proposi¸c˜ao 8
Dados uma reta r e um ponto P fora de r, existe uma reta s paralela a r contendo P .
Prova:
Sejam r uma reta e P /∈ r. Seja ←→P A a reta passando por P e perpendi-cular a r. Trace a semi-reta−−→P B tal queAP B ´e reto. Prove, por contradi¸c˜ao,ˆ que←→P B ´e paralela a r. (Se←→P B e r n˜ao fossem paralelas, elas se intersectariam em um ponto C, formando um triˆangulo com dois ˆangulos retos).