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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM HUMANIZADA PRESTADA EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

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IRLANDA DE SANTANA

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM HUMANIZADA PRESTADA EM

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

.

Salvador-Ba. 2015

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina metodologia da pesquisa do curso Atualiza como requisito para aprovação na disciplina.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM HUMANIZADA PRESTADA EM

UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

Irlanda de Santana.¹

RESUMO

Este artigo tem como objetivo analisar os fatores de riscos que prejudicam o desenvolvimento de bebês prematuros ou com patologias congênitas nas unidades de terapia intensiva neonatal. Através da revisão de literatura percebeu-se a necessidade de implantar uma nova política que venha acrescentar algo a mais no nosso atual sistema de saúde. Neste caso, trata-se de uma política nacional humanizada onde esta venha atender a todos os serviços de saúde dando importância nas unidades de terapia intensiva neonatal, estabelecendo um olhar diferenciado tanto para o recém nascido quanto para os pais, promovendo um acolhimento familiar por parte da assistência de enfermagem. Sendo assim, esta revisão demonstra a necessidade de inserir políticas que venham contribui com a qualidade na assistência prestada a população.

Palavra-chave: Assistência de enfermagem. Política Humanizada. Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

__________________________________________

Bacharel em Enfermagem. E-mail: Irlanda-santana@hotmail.com

Artigo apresentando Atualiza cursos, como requisito parcial para obtenção do titulo de especialista em enfermagem em UTI, sob a orientação da professora: Jeane Rodella Assunção. Salvador, 2015

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1. INTRODUÇÃO:

“Humanizar é uma ferramenta de gestão, pois valoriza a qualidade no atendimento, preserva as dimensões biológicas, psicológicas e sociais dos usuários e enfatiza a comunicação e a integração entre profissionais.” (LINARA RIZZO BATISTELLA).

O hospital humanizado possui uma estrutura física e tecnológica valorizando e respeitando a dignidade da pessoa, seja paciente, família ou o próprio profissional. Desde modo, a política de humanização, visa estimular mudanças, atitudes e comportamento por parte dos profissionais. (CAROLINA et al. Abr-jun 2011)

Para nortear as práticas em saúde dentro do sistema assistencial do país, o termo humanização pressupõe uma conjuntura complexa de posturas e atividades que compreendem algumas modificações no setor de saúde, que persistem em dias atuais, como um modelo de atenção biomédico, com frágeis relações entre usuários, equipe de saúde e precarização do acesso aos serviços. (ANTÔNIO et al. 2013)

Porém está realidade é diferente em algumas unidades de terapia intensiva onde a assistência realizada é complexa e intensa e os enfermeiros intensivistas desempenham papéis importantes nestas unidades, devendo estes está preparado para atender a qualquer paciente com alterações hemodinâmicas importantes, as quais requerem conhecimento especifico e habilidades, para tomar decisões e programar-las em tempo hábil. (BRAGA; VARGAS 2005)

Segundo o artigo 17 do Código de Ética do enfermeiro é de responsabilidade e dever do enfermeiro, prestar informações às pessoas, família e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências a cerca da assistência prestada. Visto que o enfermeiro deve intervir junto à família fornecendo cuidados humanizados orientando os familiares quanto aos cuidados que o recém nascido vem recebendo, como é as rotinas destas unidades, os horários de visitas e suas flexibilizações.

Sendo assim, o enfermeiro intensivistas é visto como um profissional capacitado em exercer atividades de maior complexidade devendo este ter autoconfiança nos conhecimentos científicos necessárias para atender o paciente. Ele passa a ser o elo, a referência da família em relação ao paciente e muitas vezes também para a equipe. (BARRETO; PINHEIRO; VIEIRA 2003 p. 615)

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Desta forma, “a proposta da humanização do cuidado vem resgatando o sentido do cuidar por meio de valores humanistas, como amor, toque, respeito, atenção e percepção do outro” (HUDAK e GALLO, 1997).

Como uma proposta de mudança, a humanização visa à melhoria do atendimento em saúde como um todo, na associação entre o lado subjetivo e objetivo do cuidado ao ser humano. Através da promoção, prevenção, recuperação e reabilitação e por meio do reconhecimento relacionados aos aspectos psicológico, emocional, espiritual e social pressupondo uma estrutura assistencial e uma prática dita holística. (FERREIRA J. 2005)

Logo, “humanizar em Unidade de Terapia Intensiva significa cuidar do paciente, independente de sua faixa etária, como um todo, englobando o contexto familiar, social e valorizando as características do gênero humano” (KNOBEL; NOVAES; KARAM, 1999).

Diante do exposto acima, esta pesquisa visa responder ao seguinte problema: Qual a importância de inserir uma política humanizada nas unidades de terapia intensiva neonatal?

A Política Nacional Humanizada é importante porque foram criadas com o intuito de melhorar a qualidade do atendimento aos pacientes, verificando a possibilidade de transformar o ambiente mais agradável com menos ruídos além de estreita as relações entre profissionais e gestores. Entretanto a humanização é vista como uma forma de assistência que vai ampliar a forma de comunicação e cuidado entre profissionais e pacientes promovendo um acolhimento familiar por parte da assistência de enfermagem. (MINISTÉRIO DA SAÚDE: HUMANIZA SUS 2003)

Desta forma, a assistência de enfermagem vem se aperfeiçoando ao longo dos anos, porém é notória a necessidade de implantar a humanização em vários setores das instituições hospitalares como alternativas para obter uma melhora na qualidade do atendimento para seus usuários, família e até entre os profissionais que prestam à assistência. (FURBINO; et al.)

O objetivo principal desta pesquisa é analisar estímulos que possam prejudicar o desenvolvimento de bebês prematuros ou com patologias congênitas.

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Diante disso têm-se os seguintes objetivos secundários: citar o papel do enfermeiro nas unidades de terapia intensiva, descrever as relações entre família e a equipe de enfermagem e identificar as dificuldades encontradas pelo enfermeiro para realizar um cuidado humanizado neste tipo de assistência.

2. METODOLOGIA

De acordo com Lakatos e Marconi, a pesquisa bibliográfica consiste em colocar à disposição do pesquisador tudo o que foi escrito, dito ou filmado. O mesmo acrescenta ainda que esta, não se resume a uma “mera repetição do que foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enforque ou abordagem chegando a conclusões inovadoras”.

Através da revisão de literatura pode-se perceber a necessidade de se implantar uma nova política que venha acrescentar algo a mais no nosso atual Sistema Único de Saúde com ênfase nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal.

Para a coleta de dados foi feito um roteiro para o levantamento bibliográfico. Este roteiro permitiu a identificação de fontes bibliográficas (livros, revistas, jornais, vídeos etc.) que são importantes à consecução da presente pesquisa.

O roteiro consiste na seleção de fontes de referências consulta a dicionários técnico-científico e a pesquisa propriamente dita, pois através do conteúdo obtido podemos criar uma reflexão crítica a cerca dos assuntos estudados dos diferentes autores e identificar as diferenças de abordagem dos mesmos.

A busca foi feita através de livros, revistas, jornais, pesquisas em sites como: Ministério da Saúde, Scielo, Bireme, onde os descritores foram: Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e Políticas humanizadas.

3. DISCUSSÕES

3.1 Política Nacional de Humanização

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o hospital é utilizado para todo tipo de atendimento e deve ter pelo menos cinco leitos para internação garantindo um tratamento completo, com uma equipe multiprofissional organizada desde a sua internação até alta hospitalar. Porém com o aumento de recém nascidos de alto

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risco nos últimos anos houve a necessidade de aumentar a quantidade de leitos nestas unidades, mesmo assim devido à grande procura por cuidados intensivos, existe uma grande carência de hospitais que atendam a esta demanda.

O Programa Nacional da Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) elaborado pelo Ministério da Saúde era voltado apenas para nível hospitalar, para melhorar a qualidade e a eficácia dos serviços prestados nestas instituições. Porém este programa não atendia todos os serviços públicos, desta forma o Ministério da Saúde junto com outras esferas do governo em 2003 através da Portaria Interministerial Nº 1000 criou a Política Nacional Humanizada conhecida também como Humaniza SUS.

Esta política visa expandir a humanização para todos os âmbitos tendo como princípios norteadores: a valorização da dimensão subjetiva dos direito dos cidadãos e o fortalecimento do trabalho numa equipe multiprofissional, apoio à construção de redes cooperativas, solitárias e comprometidas com a produção de saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE: HUMANIZA SUS, 2003)

Segundo (Santos Filho 2006; Santos Filho 2007; Santos Filho 2009), à medida que esta política foi se expandindo e se aprofundando esta passou a ter um olhar mais avaliativo sobre seus processos havendo a necessidades de investimentos em metodologias e instrumentos de avaliação. Mesmo assim há certa dificuldade em se traduzir estas ações e mudanças nas práticas do cuidar.

Além disso, antes da criação das Políticas Nacional Humanizada, foram criados outros programas pelo quais pode se destacar:

A instauração do procedimento de Carta dos direitos dos Usuários da saúde, que assegura ao cidadão o direito básico ao ingresso digno nos sistemas de saúde, Programa Nacional de Avaliação dos Serviços da Saúde – PNASS é um instrumento de apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde relacionada aos riscos, acessos e satisfação dos cidadãos frente aos serviços públicos de saúde, Programa de Humanização no Pré Natal e Nascimento, Método Canguru que assegura um elo no cuidado entre mãe e RN prematuro e o Sistema Único de Saúde que vem tentando melhorar a qualidade da assistência, garantindo que os usuários sejam atendidos e acolhidos conformes suas necessidades, porém com todos os princípios que existe

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neste sistema único este ainda não obteve total êxito em relação à Humanização e a qualidade no atendimento. (BRASILEIRO et al. 2008)

Este Sistema Único de Saúde através da Lei 8080/90 dispõe sobre as condições para a promoção, prevenção e recuperação da saúde na Constituição. Reafirmar os princípios e diretrizes como a universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência a integralidade de assistência e a participação da comunidade, a descentralização política administrativa com direção única em cada esfera do governo e ênfase na descentralização dos serviços para os municípios, além da regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde entre outros (FERREIRA J. 2005).

Assim, quando no Sistema Único de Saúde se incumbiu da tarefa de humanizar as práticas de gestão e do cuidado pela Política Nacional Humanizada, não foi para combater práticas adjetivadas de desumanas, mas para afirmar a humanização como um valor do cuidado e da gestão em saúde. Valor que afirma uma nova ética, a de colocar em primeiro plano na gestão, o trabalho e o cuidado em saúde que implicam em reconhecer seus diferentes interesse, desejos e necessidades e incluí-los nos processos de diálogo, negociação e construção de co-responsabilidade. (SALICIO; GAIVA, 2006)

(REIS; MARAZINA; GALLO 2004) “consideram que humanização em saúde é uma possibilidade política de ser alterar uma lógica utilitária e autoritária que produz sujeitos cercados, fragmentados e incapazes. Ela poderá instaurar, no interior das organizações, espaços de liberdade de acolher, amparar, sustentar e dar significados à presença e às ações de profissionais de saúde, gestores e pacientes, ao considerar dimensões subjetivas e singulares.”

O programa de humanização, na verdade constitui-se de uma oportunidade em resgatar o sentido do cuidado, pois na pratica a equipe que presta a assistência busca um aprimoramento das relações estabelecidas entre si, com a família dos recém nascidos de modo que sejam valorizadas as dimensões humanas das pessoas

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envolvidas. Sendo valorizado como pessoa, o profissional reconhecerá a importância do seu desempenho não apenas para a instituição, mas também para o seu próprio crescimento e auto-realização. (MINISTÉRIO DA SAÚDE: HUMANIZA SUS, 2003) 3.2 Unidades de Terapia Intensiva Neonatal

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um ambiente hospitalar reservado à pacientes graves, porém que apresentem um quadro clínico recuperável. Constituindo-se de um recinto de profissionais qualificados, com alta tecnologia e assistência continua. (SILVA, SANCHES, CARVALHO 2007)

Entretanto, sabe-se que a unidade intensiva é uma área critica destinada a internação de pacientes com patologias graves, que requerem cuidados contínuos por uma equipe especializada e aparelhos específicos, necessários para monitorização, diagnósticos e terapia, estruturada com o objetivo de se diminuir a mortalidade desta clientela. No entanto, existem diferentes classificações de UTI, dentre as quais se destaca a UTI neonatal, a qual é destinada, ao suporte de vida dos recém nascidos de 0 a 28 dias de vida. (CARVALHO et al. 2005)

Através da portaria nº 930, de 10 de maio de 2012 do Ministério da Saúde se define que:

As diretrizes e os objetivos para a organização da atenção integral e humanizada ao recém nascido grave ou potencialmente grave e os critérios de classificação e habilitação de leitos de Unidade Neonatal no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), dotado de estruturas assistenciais que possuem condições técnicas adequadas à prestação de assistência especializada, incluindo instalações físicas, equipamentos e recursos humanos. (Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Resolução nº 7/2010)

Portanto no artigo 3º desta portaria fazem parte dessas diretrizes para a atenção integral e humanizada ao recém nascido: o respeito, a proteção e o apoio aos direitos humanos; promoção da equidade; integralidade da assistência; atenção

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multiprofissional e humanizada; e estímulo à participação da mãe e do pai nos cuidados ao recém nascido. (Agência Nacional de Vigilância Sanitária nº 7/2010)

O objetivo das unidades de terapia intensiva neonatal é prestar atendimentos interruptos a recém nascidos com risco eminente de vida e que precisam de uma assistência médica de enfermagem, ou seja, de uma equipe multiprofissional além de equipamentos qualificados que atenda a necessidade de cada recém nascido. (Agência Nacional de Vigilância Sanitária nº 7/2010)

Sendo assim, o artigo 4° descreve sobre estes objetivos destacando:

A organização da atenção a saúde neonatal para que garanta o acesso, o acolhimento e a resolutividade;

Priorizar as ações que visem reduzir a morbi-mortalidade perinatal e neonatal possibilitando o desenvolvimento saudável do recém nascido e sua integração na família e sociedade;

Garantir acesso aos diferentes níveis da assistência neonatal, por meio da melhoria da organização do acesso aos serviços e ampliação de leitos em unidades neonatal;

Induzir a formação e qualificação de recursos humanos para a atenção ao recém nascido, incorporando os referenciais conceituais e organizacionais do sistema único de saúde;

Induzir a implantação de mecanismos de regulação, fiscalização, controle e avaliação da assistência prestada aos recém nascidos graves ou potencialmente graves no Sistema único de saúde. (Agência Nacional de Vigilância Sanitária nº 7/2010)

Apesar do enfoque da UTIN ser voltada a realização de procedimentos e atendimentos às urgências e emergências, bem como a monitoração terapêutica de condição clinicas e patológicas de recém nascido, tornam os cuidados despersonalizados e o ambiente pouco afável. (BARRETO; INOUE; jul-set 2013 p. 6-71)

É fundamental humanizar a assistência com vista para efetivação de um relacionamento mais acolhedor com o outro, neste sentido a intervenção da família

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nos cuidados aos recém nascidos é necessária, já que este deve ser respeitado como um ser sujeito, com características individuais e emoções e não como apenas um objeto de trabalho. (CARVALHO et al out 2005)

Atualmente a taxa de mortalidade neonatal vem ocorrendo devido à prematuridade, doenças congênitas ou problemas de retardo uterino, porém com os avanços tecnológicos e científicos esta característica vem mudando. O aumento de sobrevida dos recém nascidos de alto risco é visto graças ao avanço tecnológico aplicada nestas unidades, onde o atendimento às crianças pré-termo vem se mostrando eficaz, através de diagnósticos, procedimentos cirúrgicos as chances de sobrevivência desses bebês têm assegurado um retorno por parte do tratamento realizado. (COSTA; NASCIMENTO 2001)

Os graves problemas das unidades de terapia intensiva para os neonatos são gerados pelo ambiente repleto de interferências, seja através dos ruídos que são muito elevados, dentre eles incluem alarmes, conversa entre profissionais e manipulação com a incubadora dentre outros. Por si tratar de uma unidade repleta de equipamento, a iluminação forte em todo o ambiente, incomoda a visão do recém nascido mesmo que este ainda não enxergue totalmente a fina pálpebra se mantém semi-aberta sendo assim são necessários cuidados especiais como o controle da intensidade da luz. (AMARAL et al. abr-jun 2011& LIRA 2004)

Além do que os bebês sofrem constantes estímulos ao terem repetidas avaliações e procedimentos por parte da equipe que prestam assistência, a fragilidade da pele e a presença de sondas dentre outras aparelhagens causam-lhes sofrimento, desconforto estresse e dor aos recém nascidos. (AMARAL et al. abr-jun 2011)

Segundo Ricardo Silva, 2002 “o ambiente da UTIN pode ser considerado como um ambiente estressante devido a perda do contato do útero materno, com seus familiares, podendo desencadear a síndrome do estresse e seqüelas futuras como déficits motores da aprendizagem dentre outros.”

Para Guinsburg, em 1998 “a dor é uma das principais fatores de estresse presentes nas UTI e pacientes quando intubados sem receber analgesia apresentam alterações fisiológicas, comportamentais e endocrinológicas decorrentes da dor.”

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As várias multiplicidades de estímulos e o rápido crescimento diferenciado das células cerebrais, especialmente entre a 26ª e 40ª semanas de vida fetal, tornam o bebê nascido pré-termo vulneráveis a alterações neurológicas com seqüelas ao seu desenvolvimento neuropsicomotor, podendo haver seqüelas do tipo tátil, vestibular, gustativo, olfativa, auditiva e visual. (SALICIO et al. 2006)

Nas unidades de terapia intensiva neonatal, não basta apenas à existência ou implementação de uma política transversal humanizada, mas uma qualificação ou reorientação dos profissionais para que possa haver mudanças e comprometimento nos serviços de saúde. (GAIVA; SALICIO 2006)

A humanização, portanto precisa ser considerada como uma construção coletiva que aconteça a partir da identificação das potencialidades, necessidades, interesses e desejos dos sujeitos envolvidos, bem como a criação de redes interativas, participativas e solidarias. (CASATE; CORRÊA 2012)

ROLIM E CARDOSO (2006) “o cuidado de unidade de terapia intensiva neonatal, deve ser estruturado no sentido de atender a todas as necessidades dessa população sujeita a riscos. Sendo assim, é necessário que os profissionais evidenciem e tentem minimizar os fatores que prejudicam o desenvolvimento dos bebês.”

3.3 O enfermeiro e a Família do Recém Nascido

Em uma UTI neonatal a equipe que presta assistência deve assegurar um ambiente acolhedor para cada neonato, incentivando e promovendo a participação da família junto ao recém nascido orientando-as quanto o estado geral dos mesmos. (ANJOS et al. mar - abr 2014)

“O cuidado da enfermagem implica em auxiliar as pessoas a buscar caminhos que lhes dêem sentido, a fim de que prolonguem e renovem as formas de ser e sentir se saudáveis através do cuidado de si.” (Silva et al. 2005).

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A atuação do enfermeiro em UTIN humanizada deve consistir na diminuição de fatores causadores de estresses para os recém nascidos e na implantação de ações que venham a proporcionar um ambiente terapêutico, pois o mesmo deve condicionar seus esforços para um bem comum, ou seja, o conforto e a cura dos recém nascidos internados. Visando conciliar o equipamento tecnológico disponíveis aos cuidados em saúde promovendo um melhor acolhimento à família. (BARRETO; INOUE, jul – set 2013)

Para implantar e implementar a humanização no cenário hospitalar, os profissionais precisam desenvolver uma consciência de aprimoramento Profissional para que possam acompanhar a evolução das novas tecnologias e aliá-las à escuta, ao diálogo e à solidariedade durante o processo de cuidado. A humanização precisa ser sentida e percebida pelos pacientes, familiares e equipe de saúde, sendo que cada processo de humanização é único e singular, dependendo de cada profissional, de cada equipe e de cada instituição (CASATE; CORRÊA, 2005).

O grande desafio da equipe de enfermagem na prática diária da unidade de terapia intensiva neonatal é oferecer uma assistência que resulte uma melhor tecnologia voltada para os neonatos, pois muitas vezes a assistência prestada é generalizada e tecnicista tornando o trabalho estressante até mesmo para os profissionais. (BARRETO; INOUE, jul – set 2013)

“O cuidar humanizado implica, por parte do cuidador, exercer na prática o resituar das questões pessoais num quadro ético, em que o cuidar vincula à compreensão das pessoas em sua peculiaridade e em sua originalidade de ser.” (PESSINI; BERTACHINI, P.3, 2004).

O cuidado humanizado para os pais que tem seus filhos internado na Unidade Terapia Intensiva Neonatal estar estreitamente ligado ao relacionamento com a equipe de enfermagem sendo que para eles o tratamento dado com educação e respeito é humanizado. Em contrapartida, quando o profissional atende com descaso ou falta de atenção, isto é interpretado como um cuidado desumanizado. (CASTRO et al. jan-jul 2010)

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Para (BELLI 1995) “A primeira visita à UTI neonatal pode ser deprimente; os termos cuidados intensivos ou estado critico trazem à mente situações negativas que normalmente significam para a família uma piora das condições físicas, do RN, colocando-o próximo à morte. Todos aqueles aparelhos, fios, monitores ligados à criança que, na maioria das vezes, está confinada numa incubadora, propiciam este sentimento negativo.”

Para promover a melhor resposta biológica do neonato, em UTIN, devemos incentivar o contato mãe-filho. A ligação afetiva entre a criança e sua família, principalmente a mãe, promove também as bases de sua formação psicológica e ajuda em seu desenvolvimento físico. Além disso, os pais acabam se sentindo angustiados e impotentes frente à prematuridade ou patologia de seu filho.( CASTRO et al. jan-jul 2010)

Para os pais, a unidade terapia intensiva assegura uma esperança em ver seu filho recuperado, mas ao mesmo tempo vem à insegurança e o medo relacionado à morte ao ver seu filho naquelas condições, cheio de aparelhagem e tubos. Desta forma é inquestionável se implantar a humanização para que atendam a todos recém nascidos, familiares e a equipe. (CASTRO et al. jan-jul 2010)

(PIERRE BUDIN apud KLAUS; KENNEL 1998) “salienta a importância para um RN, em estado crítico, e sua família, de uma abordagem que favoreça a interação precoce e contínua entre ambos após o nascimento, criando um vínculo que irá estabelecer um compromisso emocional fundamental para estimulá-la a cuidar do seu filho, pois mães que foram separadas precocemente dos filhos, perdem logo o interesse por aqueles que não puderam cuidar ou ninar.”

Apesar das possíveis intervenções do profissional de enfermagem em realizar uma assistência humanizada, permanece ainda o fator de despreparo em termos educacionais formais para sua execução de modo que contemple os diversos aspectos biopsicossociais. Entendemos que muitas de suas ações entendidas como desumanizadas e que são evidenciadas com frequência nos diversos âmbitos da atenção a saúde que podem ocorrer por insegurança do próprio profissional em modificar as rotinas do cuidado já estabelecidas em seus meios de atuação, bem como, na incapacidade de sistematizar ações de humanização. (SELLI L, 2003)

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(SCOCHI 1998) refere que “as pesquisas que envolvem questões emocionais e comportamentais mostram que à assistência aos pais de recém nascidos prematuros com extremo baixo peso, é essencial para pais e filhos, pois este contato inicial, contributivo para a formação de vínculo, irá permitir que se tenha uma melhor compreensão do impacto do nascimento dessas crianças no contexto familiar.”

Quando falamos da unidade de terapia intensiva neonatal, várias dificuldades são encontradas na prestação de um bom atendimento, incluindo o sofrimento psíquico dos membros da equipe, pois o enfermeiro, em especial, pode ter este sofrimento pelo contato direto com a dor, a terminalidade ou pela forma como está organizado o trabalho. Exemplos desse fato são jornadas prolongadas, ritmo acelerado, falta de descanso ao longo do dia, até mesmo a jornada dupla de serviço, intensa responsabilidade na realização de tarefas para um paciente que não expressa suas angústias, irritações e medos. (CASTRO et al. Jan - jul 2010)

Apesar das controversas que existem em torno da palavra humanização, nos apropriamos dela como uma forma de expressar um comprometimento não apenas com as dimensões praticas do trabalho, mas também com as dimensões subjetivas e sociais da vida dos quais cuidamos. Humanizar é então um novo paradigma onde fazer e pensar em saúde se integra e prioriza a construção de relações de encontro e acolhimento, com autonomia e responsabilização onde a totalidade dos sujeitos fica garantida. (CHIRISTOFFEL; SILVA; SILVA set. 2009)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da literatura é possível perceber que a humanização deve ser implantada em todos os setores hospitalares, especialmente em unidades de terapia intensiva neonatal, pois nestes ambientes a atenção humanizada é de fundamental importância tanto para os recém nascidos, familiares quanto para os profissionais envolvidos no processo do cuidar.

A política nacional de humanização foi criada para qualificar o atual sistema de saúde, porém esta não pode ser entendida apenas como um programa a mais, e sim como um programa que venha a valorizar e modificar o modo como os profissionais

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prestam a assistência inserindo a família para que esta possa atuar de modo efetivo junto à equipe profissional.

A humanização não se aplica apenas na utilização de equipamentos tecnológico modernos mais na mudança de atitude de todas as pessoas envolvidas tornando o trabalho, prazeroso, eficiente e eficaz para todos.

Espero que este estudo contribua e enfatize sobre a importância de se implementar a humanização nos cuidados intensivos aos recém nascidos junto a família, fazendo valer a importância do enfermeiro e toda equipe multiprofissional de saúde sobre a orientação e pratica do cuidar humanizado a população que necessita desta assistência.

NURSING CARE HUMANIZED PROVIDED IN INTENSIVE CARE UNITS NEWBOR

ABSTRACT

This article aims to analyze the risk factors that impair the development of premature babies or congenital diseases in neonatal intensive care unit. Through literature review we realized the need to implement a new policy that will add something extra in our current health care system. In this case, it is a humanized national policy where it will meet all health services giving importance in neonatal intensive care units, establishing a different look for both the newborn as for parents, promoting foster care by nursing care. Therefore, this review demonstrates the need to integrate policies that may contribute to the quality of care provided to the population.

Keyword: Humane policy. Neonatal intensive care unit. Nursing care.

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