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"amor. de meus amores! TDePOTS de Mamãe, disse Stellinha, ninguém, ninguem me quer tanto e a ninguém dedico uma ternura tão profunda como á

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(1)

O

"amor

de meus amores!

TDePOTS de Mamãe, dis-se Stellinha, ninguém, nin-guem me quer tanto e a ninguém dedico uma ternu-ra tão profunda como á pobresinha da Babá. Elia nos criou a todos; mas a mim, talvez por eu ter sido a ultima, ella me adora com todas as véras de sua alma boníssima. Para ella

minha Ba b a

¦ sou sempre o mesmo ue• Rgfi I nensinho, nao cr es$~o Kg|jtj

nunda; e opezar de eu ja mIBu ]Sn3y

SQgffil ser uma mocinha, sao sem

¦SliJHB conta as vezes que ella me Jjtl

assenta em seus joelhos BSffijBM ;jr\ * /

\y9jn canta para adormecer-me" "^/# \.

j Ivj^ /o il °oi ^ ^\J // ' ° ^ I W \ \ \/J VI \ V v' ENVELHECIDA

no serviço de seus patrões,

Babá é humilde, submissa, callada; todos

para ella continuam a ser os

"meninos."

Também em casa, ninguém a

considera uma creada, mas uma pessoa da familia. Sempre foi san e

forte; mas tantos trabalhos, tantas noites de vigilia, causaram-lhe certas

dores nas juntas que muito a encommodam e umas picadas nas costas

que quasi não a deixam mover-se. Mas desde que

começou a usar a

©FIASPIRIJIÜ

e viu que em poucos minutos lhe desappareciam as pontadas e

as dôres nas juntas, adquiriu uma fé absoluta no excellente

remedio. E agora, ao sentirse alliviada, junta as mãos e exclama: "abaixo

de Deus e de Maria Santíssima, não ha nada como a

Cafiaspirina."

Ideal contra os rheumatismos, as n«-vralgias e o lumhago£ dores de cabeça.9 dentes, ouvidos, etc.; enxaquecas, con-sequencias de 66noitadas" e excessos alcoolicos. Restaura as forças e não affecta o coração nem os rins.

/i\

( A \

(BAYER]

V E /

Vgy

Na próxima vez, Stellinha terá o

prazer de apresentar-lhes a senhorita Doremifá, professora de musica, inte-ressantissima, com quem os senhorei vão sympathisar á primeira vista.

(2)

t

N. 320 — Anno XV a

Redacção : Rua S. Bento, 93«i\ — S. Paulo a

l.a quinzena ôe Março òe 1928

REVISTA DE MAIOR CIRCULAÇÃO NO ESTADO DE S. PAULO Offit.ines graphicas: Kun Brigadeiro Tobias i»

ftssignatura para o Brasil- 30$000 Numero Avulso : 1 $000

DIRECTOR : LUÍS COKREIfl DE MELLO SECRETARIO : BENED1CTO GOM1DE flssig. para o Extrangt iro - 40$000

vonica

Quaresma. Ha dez annos não era como hoje. São Paulo modificou

a physionomia provinciana de então, para a realidade, modernamente

bonita, dos prédios altos, de cimento armado. Ha dez annos!

A guerra

ainda não tinha acabado e a gente imaginava campos de França

lon-gos cemiterios. ..

Quaresma. A principal curiosidade dos meninotes era a "

Paixão

de Christo". Gente do povo, a boa gente, criança eterna em tudo,

tam-bem não passava anno que não procurasse o cinema para ¦ admirar a producção colorida

"Pathé

Frères", a grande marca franceza que mais

tarde apresentou optimas producções. . . E a gente daquelle tempo

sempre se ha de lembrar, com saudade, do gallo de bico arrogante, no

ultimo quadro da fita. . .

Quaresma. A alma popular gostava de se ciliciar na grande

sexta-feira, negra de tristeza, com a representação da tragédia deista

do Calvario. Melhor que um livro! A téla fazia viver o super-homem do perdão e da doçura. O povo se suspendia, olhos brancos, afflictos, no

panno molhado em que as imagens passavam, confrangedoramente.

Dahi a dois dias se esquecia tudo. Paschoa. Festão damnado.

Comilança, principalmente. Ao mysticismo da sexta-feira se seguiam

empanturrações phantasticas e pantagruelicas.

Hoje, tudo differente. Nem o Carnaval é o mesmo. O egoísmo mata

tudo. Sobrevem, depois, o tédio, um tédio enorme, que cria

pessimistas e negadores. Por que ha de.ser assim? Mais

valera, sem duvida, o provincianismo, com a doçura

da fé, do que o "Fiat Lux" da civilisação. . . )[

(3)

,<!¦

ôá^ua»!-1." quinzena - Março - 1928

THE ATRO rUTIL

0 Arlequim

que

ficou em casa

Em minha alma moram um phi-losopho. um pierrot e um arlequim. Seria uma casa de pensão, se não

fosse uma republica de estudantes. Porque todos estudam. Todos, me-nos um: pierrot.

* * *

Pierrot não tem tempo para

es-tudar. Levanta-se fazendo versos, almoça contando pés, passa o dia

á cata de uma rima e adormece sempre na certeza de que

encon-trará no somno o fecho

para o ultimo soneto em construcção.

0 philosopho, esse sim, estuda, estuda sempre. Sae cedinho, cáe no

bit-licio da vida. olha aqui.

espia acolá, tira uma

conclusão, aprende uma

faceta da vida, e volta á noite para colligir os

seus apontamentos. Tem uma bibliotheca de

ma-nuscriptos: os ensina-mentos que a vida lhe

deu.

Arlequim acha tudo ev

graçado. Mas estuda. Es-tuda um meio de

suppor-—ooo ——:

EXTRRNHft SEDUCÇftO.

DE ARMANDO BERTONI

Quando eu tinha quinze annos

e andava com os bolsos cheios

de versos, encontrei uma mulher

que nunca mais esquecerei.

Era uma actriz de revistas,

uma actrizinha vulgar, quasi feia

e quasi sem voz.

Todavia, apaixonei-me por

el-la. Apaixonei-me loucamente,

es-tupidamente, como pôde

apaixo-uar-se um rapazola pouco

co-nhecedor das realidades da vida.

Eu mesmo não chegava a

com-prehender o porquê daquelle meu

affecto, tão violento, por uma

tar alegremente a vida. Para isso empresta o romanticismo cie

Pier-rot. que lhe assenta ainda melhor.

Pierrot sahiu pelo Carnaval e

ainda não voltou. Anda, anda,

tal-vez, atraz do ultimo verso de um

soneto em construcção. Sumiu... O philosopho adormeceu nas pro-fundezas de um estudo philosophi-co sobre a Loucura que passou. Desappareceu...

Porisso ha só um personagem

em scena.

O Arlequim que ficou em casa.

"Poses"

e son-isos lindos

mulher que reconhecia não

pos-suir attractivos á altura da

ad-miração que me inspirava.

Um dia, porém, resolvi

desço-brir a razão do meu amor.

Reflectindo, observando,

analy-sando, cheguei, afiliai, á

conclu-são de que a actrizinha me

en-cantara com um simples gesto

que ella fazia repetidas vezes,

pondo a mão na nuca para arru-mar os cabellos.

Depois disso, não pensem que

deixei de querel-a, pois continuei

amando aquella mulher que me

conquistara, sem o saber, com

um gesto que, para ella, talvez

fôsse um motivo de fadiga e

abor-recímento ...

E que foi mexer no cofre de

Pierrot e nos livros do philosopho.

* ? *

Nos livros do philosopho

en-çontrou esta phrase: "toda mu-lher que é amaida tem o nariz

bo-nito".

No cofre de Pierrot encontrou

um perfil de mulher.

E concluiu, maliciosamente, que os dois andavam de combinação.

Então, para atrapalhar a philo-sophia do iMlosopho. e o

roman-ticismo do Pierrot,

poz-se a escrever qualquer vousa...

* * *

Se esta chronica fosse ãe Arlequim, começaria assim:

— Meu amor, beijo-te

a ponta do nariz.

* * *

Mas não o é porque,

neste . momento, o

philo-sopho aceordou dentro de minha alma e, em nome

de Pierrot, desandou a

procurar um meio de

pe-dir pwflão d dono* do hcl-ria.

E'LE

-O O

O-NOSSO MOMO.

DE BRAZ GLÉTTE

Não sabia o que sentia.

Via-me, porém, entre uma multidão

tristonha, a mover-se

lentamen-te, como uma compacta massa de

folhas, levada pela correnteza de

um rio cansado . . .

Via-me entre grupos

multicô-res, inexpressivos, a deixarem-se

levar pela avalanche, numa

mar-cha fúnebre de antigos

guerrei-ros vencidos, cujas mascaras não

lograram amedrontar os

inimi-. gos de quem fugiaminimi-. inimi-. inimi-.

A procissão seguia. O coração,

(4)

des-i." quinzena - Março - 1928

Be turbilhão silencioso, não

per-mittia conceber a realidade do

que me cercava.

De repente, um forte choque me tirou desse torpor! Era uma

serpentina que me cahia em

cheio sobre a cabeça. . .

Respondendo, alegre, ^o

ata-que, sorri maliciosamente. E' que logo percebi que o rio triste que

eu vira não era senão um

anima-do corso do nosso carnaval. . .

-O G

O-DE UM DIÁRIO SEM DrtTfl

Dizem que o silencio é ouro.

Eu ainda não sei de um mudo

rico. A sua riqueza é a dor da

in-gratidão da Natureza.

Afinal, a admiração que se tem

por um gênio é a manifestação externa da inveja subconsciente

que se tem desse mesmo gênio.

Um verdadeiro mendigo é um

drama de Shakespeare animado.

O Destino também é typographo.

* ? *

A memória é a mais ingrata

das propriedades do sêr

intelli-gente. Serve para nos lembrar de

que esquecemos alguma cousa

que não devia ser esquecido.

Só a esperança consola. O

ho-mem a creou para supportar a

realidade da vida.

Do lôdo é que se apuram as

virtudes. Tem mais valor o lyrio.

que luta contra o charco em que

vive e que ostenta a sua corolla

ao sol, do que a roseira que abre

as suas pétalas anêmicas ao

ca-lor artificial de uma estufa.

Toda a vez que vejo uma

crian-ça, não sei porquê, vem-me á

lembrança a imagem da Morte,

a concepção do cyclo da Vida.

Uma phrase é, muitas vezes,

como uma bomba que estourasse

a parede de um dique. Faz com

que se espraiem os

resentimen-tos de ha. muito represados no

in-timo da nossa alma.

* * *

Mede-se a capacidade de um

indivíduo, não pelo que elle faz,

^ "

O ARCO IRIS DO MEU AMOR...

DE JOLEMA BRITTO

Era n'um dia claro do mês

Em que Nossa Senhora

Anda atirando flores pela Vida...

E na côr negra de teus olhos,

Da tua bocca, talvez,

Rubra, incendida,

Nasceu minha esperança, a luz

que me illumina.

Minha esperança verde,

Nasceu nesses olhos de meni-na. . .

' • ~ ¦

I tSiSPlSk '»• i

Depois. fantasiei. Sonhei-te para mim,

Que saudade do frio, nesses dias em que o sol accende em fogo a Praça do Patriarcha.

mas sim pelo que pôde fazer. A differença entre esses dois

va-lores exprime o valor real do

indivíduo.

A riqueza proporciona aot que

são rico? todas as coisas deste

mundo. O rico tem de tudo: até

amigos leaes e verdadeiros.

Sonha-se pela harmonia

uni-versai, quando ainda não se

cui-dou de que existem os instinctos.

Linda, formosa...

Para o castello todo côr de

rosa. . .

Que era teu, que era meu, que era nosso.. .

Sonho de louco, de moço-sonha-dor,

Meu pobre e desgraçado amor!

Tu partiste uma tarde em que

eu chorava,

E acreditei, Nossa Senhora,

Acreditei no que ella disse,

Porque ella disse que voltava!

E nunca mais... e nunca mais 1 voltou!

Para consolo da minh'alma,

Para tristeza de meus olhos, na hora da partida,

Ella deixou:

Um lenço branco... branco...

esvoaçando...

No céu azul de minha Vida...

-O O

O-^omprehender

a Deus seria

com-prehender o infinito, a

immen-sidade: creaturas limitadas no

es-paço e tempo são incapazes de

tão sublime comprehensão: Deus

(5)

1." quinzena - Março - 1928

CONFISSÕES.

De PASCHOAL IMPERATRIZ

A minha vida foi uma

corri-da louca, em busca cio amor. Pen-sei que a estrada fôsse uma só.

E procurei-a. Mas, quantas

es.tra-das descobri nas voltas do

cami-nho, quantas! Pàrei muita vez,

indeciso no rumo a seguir. E

er-rei. Atravessei veredas asperas.

Soffri. Experimentei rumos '

di-versos. Soffri muito ainda.

Gal-guei alturas, ganhei distancias, removi obstáculos. A voz

som-bria da derrota gemeu canções

de desalento. Mas, a esperança de

novos horizontes ordenava-me

fóssê para a frente. Obedeci.

Ven-ei torturas, affrontei horrores,

destrui sonhos enganososi — Segue ainda mais, viajor!

--animava-;:3 o ideal. Fere-te mais

ainda! — bradava-me o coração.

E encontrarás a estrada larga dos

dias felizes, das noites

tranquil-Ias, dos devaneios longos.

Co-nhecerás então o amor, o

ver-dadeiro amor.

Prosegui. Cansado e quasi

an-niquilado, mas prosegui. Era o

coração que me impellia. Era o

Ideal que me pedia ardor á

pele-ja.

*

Lembranças, anhelos,

ambi-ções. . . Lagrimas de muitas mu-lheres... Tudo eu perdi, tudo

deixei pelos caminhos. . .

O amor, o verdadeiro amor. . .

Conquistei-o, afinal. E abençoei

todos os meus sacrifícios, toda

a rude batalha travada.

Appíau-diu-me o ideal. Offertou-me

hymnos de victoria o coração.

.— Sou feliz, sou grande, sou

rei! exclamei para mim mesmo. E

amei. No mundo da minha

gran-de ventura, não percebi que eu

me enganava. Pois o amor não é

um dar e receber de affectos?

Não é elle uma communhão de

almas?

Triste engano o meu! Adorei-a

como santa, exaltei-a conto

rai-BOBÍNHA

JOAQUIM JESUINO, FILHO

Um "black-botton" saltita, sorridente, no ar ...

Luz, flores, alegria, toilletes várias, perfumes, vida.

Mais um detalhe:

Um communicativo "jazz", muito barulhento, a tocar;

Dansam ; eu, porém, rião danso ; do salão perdido num canto, Só, com a alma em luto,

Rccostado num "divan", da folia pela ausência primo,

Eu, que sou melancolico e sou triste, fumo; fumo e scismo...

Um lindo par, bailando, passa na volúpia da dansa ; Mas com que graça, que distineta, humana perfeição !

Oh ! como é bom, infinitamente bom, a gente saber dansar...

Penso, ou, melhor, philosópho : a vida é mulher .. .

Bobinha, eu te não amo tanto como pensas;

Vaidosa boneca ...

Em verdade ha, em toda mulher, muito de pavão...

(Somente ? . .. Não, desgraçadamente não)

Também um pouco de serpente...

Um "black-botton" saltita, sorridente, no ar...

nha. Dei-lhe tudo, tudo o que

era meu. E o prêmio do meu

ca-rinho, a palma da minha

adora-ção, a corôa do meu sonho, foi o desprezo que ella me votou.

Desprezo que fez ruir por terra

o meu castello de promessas, que

pôz a pique o meu barco de illu-sões, que me roubou a alegria.

*

Hoje — pobre que sou!,

vi-vo de evocações. Lembranças do

amôr e do desprezo. O meu

ideal sussurra-me: esquece. O

coração accrescenta: foi o

Des-tino.

E ella. que ao menos poderia

ter pena de mim, que eu

julga-va ser seu eleito, alegra-se em

di-zer aos outros: elle era jovial, es-perançoso, forte. E agora?

Tor-néi-o sombrio, taciturno, poeta

da sua desdita.

E desde então fiquei sendo o

poeta da minha desdita. Os meus

poemas são gritos de agonia.

Ca-da verso meu é a litania de uma

saudade . . . Cada verso meu é

uma lagrima engastada num

pe-queno circulo de " phrases tvis-tes. . . OCO O O O

(6)

1." quinzena - Março - 1928

Ü CflSOS DO

flMIGO PIMfi

|

(AVENTURAS EXTRAORDINÁRIAS DE UM MYOPE)

V

O meu amigo Pina. . . O conselheiro Antunes. . . Isto dizia eu, numa tarde do verão de 1885, apresentando o amigo Pina ao conselheiro An-tunes, que viera propositalmente á minha casa para convidar-me a passar aquella noite na sua linda chacara de Villa Marianna. O conselheiro Antunes era um velhinho magro, nervoso, muito delicado, muito cumprimenteiro e extremamente surdo.

Fazia annos nesse dia o bom do conselheiro e, por um requin-te de amabllidade, viera pessoal-mente convidar-mé a participar das alegrias do seu lar tranquillo e hospitaleiro.

Mas, como encontrasse em mi-nha casa o amigo Pina, que eu acabava de apresentar-lhe, o con-selheiro entendeu que o devia convidar também e assim fez, di-zendo que contava com elle.

.Isso e o que o Pina queria, era uma e mesma coisa. Bastava-lhe-a suspeita, aliás fundada, de que o conselheiro não deixaria de re-galar os hospedes com boas pe-tisqueiras, para que esse "gour-mand" voraz acceitasse o convite com.immenso jubilç.

Fomos.

A's oito horas da noite, entra-vamos, eu e o Pina, na linda vi-venda do conselheiro, toda illu--minada á "giorno", e ali éramos recebidos com a maior affabilida-de pelo amphytrião e pela sua amavel familia.

E, como o Pina era um dos ra-ros que ali entrava pela primeira vez, o conselheiro, por um ex-cesso de cortezia, dispoz-se a en-tretel-o, conversando com elle, e levou-o para um alpendre que dava sobre o jardim. Ali, em frente a uma mesinha, abanca-ram os dois, beberricando doçú-ras e conversando sobre coisas do tempo.

A principio, a conversa correu serena, porque o conselheiro, de-licado sempre e julgando-se no dever de entreter o hospede, foi quem primeiro falou e, como era extremamente surdo, falava bai-xo e pausado.

Mas, quando chegou a vez do Pina, quando elle encontrou o al-mejado momento para pergun-tar: — V. Ex." não ouviu agora um tiro? — a conversa tomou uma animação tal que, a pouco e pouco, foi attrahindo todos os convidados e arrastando-os da sala para o alpendre. Em pouco tempo, o conselheiro e o Pina vi-ram-se rodeados por mais de

vin-te pessoas, que os escutavam com interesse, tão extraordinário era tudo quanto fazia e quanto dizia o Pina.

Um dos últimos a vir ao alpen-dre, fui eu e, quando cheguei, o Pina, meio curvo sobre o conse-lheiro, mettendo-lhe o nariz den-tro da orelha, para se fazer ouvir melhor, e, gritando, fazia a nar-ração de uma das suas terríveis aventuras de caça, uma das que lhe havia acontecido nos sertões dfe Araraquara, com uma enorme sucury, que quasi o matara.

Dizia o Pina:

V. Ex.a nunca viu uma su-cury? E' uma cobra descommu-nal e feroz, que vive á beira dos rios e dos lagos, de taes dimen-sões que ás vezes attinge a no-venta palmos de comprimento com grossura proporcional.

E, como o conselheiro fizesse um oli! admirativo, porque nun-ca ouvira falar em cobras de taes dimensões, o Pina, para at-tenuar um pouco o effeito de seu exagero, accrescentou:

A

que eu vi e me perseguiu em Araraquara, não sendo das maiores, tinha bem sessenta pai-mos. . .

Está feito, está feitol! dizia o conselheiro, ainda muito admi-rado e attento.

O Pina, continuando, narrava: Estava ella á beira do rio, enroscada ao tronco de uma grande arvore, na occasião em que eu chegava para atirar a um veado. Súbito, aquella rodilha

É G O S DO CARNAVAL 'it 9 kISMEl'T' -1 - f* ' 8

(7)

. .. .. ^¦¦ -;í v..;';' '£? y:-'WU~>'% }¦

cm Cigarra

' '¦¦¦ ,v '•']

1925

medonha desenrolou-se lá em cima e, num abrir e fechar de olhos, eu me senti inopinadamen-te preso por aqui. . .

E, ao dizer isto, o Pina intro-duziu, rapida e surrateiramente, a mão entre o assento da cadei-ra e. . . as calgas do conselheiro e segurou-o pelas nadegas. Em . seguida accrescentou:

Depois senti-me levado pelo ar, assim...

E, juntando o gesto á palavra, o Pina, segurando sempre o con-selheiro pelos fundilhos das cal-ças, foi-o erguendo no ar, accres-centando:

De repente, porém, senti uma dôr agudissima aqui(e com os beiços apontava para o logar em que segurava o conselheiro) produzida pe-los dentes da cobra, enter-rando-se-me nas carnes.

Nesse ponto da narrati-va, o conselheiro, que já estava no ar, dois palmos acima do. assento da cadei-ra, deu um grito de dôr e lançou as mãos á cara do Pina, que evidentemente lhe havia dado um belis-cão formidável.

O que se passou, desse momento em diante, é uma scena horrorosa e que dif-ficilmente se descreve.

Sentindo-se ou suppon-do-se aggredido pelo conse-lheiro, o Pina que não via nada e que, quando narra-va, de nada se lembrava, teve, ao principio, a idéa de cuspil-o para o meio do jardim, mas, impedido pe-los circumstantes, que logo se puzeram á frente, o Pi-na deixou-o cahir sobre a pequena mesa onde estava o licoreiro. Emquanto o infeliz conselheiro estrebu-chava num banho de lico-re.s, dizia elle, fulo de rai-va:

E foi para isto que me convidou a vir aqui? Pôz-me as mãos na cara!... Este homem está louco!!... Ao passo que vociferava estas coisas, o Pina procu-rava os oculos, que o con-selheiro lhe atirára ao O— chão. Ao abaixar-se, porém, o desgraçado myope esbarra com a testa no angulo de uma cadei-ra e, suppondô que era uma nova aggressão do conselheiro, atira-se para o lado da mesa, sobre a qual o havia pousado.

Ahi, porém, já não estava o bom do homem, porque os con-vidados, afim de evitar maior escandalo, tinham-no levado para a sala, mas estava um outro ve-lhote que, curioso e espantado com a algazarra, tinha deixado

o seu voltarete para ver o que se passava no alpendre.

Foi essa a nova victima do Pina.

Furioso, espumando de raiva, com um grande gallo na testa, sem oculos, cégo completamente, o Pina agarra o velhote pela cin-tura e leva-o para fora do al-pendre, dizendo:

Ah! elle é isso? Você quer

brincar commigo? pois vae sa-ber quem eu sou, meu conselhei-ro de. . .

Não acabou a phrase, porque, caminhando ás cégas, sem ver na-da e sem conhecer a casa, o Pi-na sahira do alpendre e dirigi-ra-se para um pequeno tanque

/

Y^HHHb fs

que, depois de todo aquelle me-donho "charivari", elle acabasse por torcer o pescoço ao conse-lheiro.

Era homem para isso.

Finalmente, passado um quar-to de hora e depois de muita ex-plicação, consegui arrastar o Pi-na daquella casa para fora e con-duzil-o commigo, a tiritar de frio, com os cabellos e a barba a es-correr agua, embrulhado num cobertor vermelho, que um criado da casa me emprestára, e tendo sob o braço um enorme gaarda-chuva, que ninguém ainda hoje sabe como lhe foi parar ás mãos. O certo é que o Pina, ao entrar na cidade, depois da meia noite, todo encharcado, arrastan-do o seu cobertor verme-lho, de guarda-chuva de-baixo do braço, e tropeçan-do a cada passo, por falta dos oculos, tinha o aspecto de um Mephistopheles car-navalesco, muito ebrio, ao regressar a casa, em terça-feira gorda.

E assim terminou, para nós, essa noite de festa, da qual resultou uma terrível constipação para o Pina e a perda das minhas rela-ções com o conselheiro, que nunca me perdoou o não lhe ter dito quem era aquel-le homem extraordinário, que imitava as sucurys com tanta convicção e com. quem eu privava em tão a-mistosa camaradagem.

crt

Dez salutares

manòamentos

Francisco Nicolau Baruel, ha pouco fal-lecido nesta Capital, foi um grande es-pvrito emprehendedor, activo e incansa-vel. A elle eleve a industria pharmaceu-tica paulista o extraordinário surto a que attingiu. Vereador municipal e pre-sidente da Associação Oommercial, col-laborou, com dedicação, nos assumptos que interessavam á conectividade. Foi, por isso, sentidissimo o seu passamento.

redondo, que ficava ao centro do jardim, a cinco ou seis passos da casa. E, ao chegar ahi, tropeça na beira do tanque e cáe, arras-tando na quéda o infeliz velhote, que tomou um formidável banho frio, ás onze horas da noite.

A despeito da gravidade do caso, os circumstantes deram uma grande gargalhada e eu vi-me na dura necessidade de ir ti-rar o Pina do tanque, não por humanidade, mas para evitar

— Cumpre os manda-mentos da hygiene, pa-rá formares hábitos rte saúde.

II — O melhor presente de anniversario é um exa-me de sanidade. III — Exercita o corpo

sys-tematicamente todos os dias.

IV —- Contrabalhança o trabalho com o des-— canço e a recreação.

— Mantém attitudes que não prejudiquem a saúde e a belleza.

VI — O peso é a melhor bússola da saúde.

VII — Proteger a bocca é defen-der a saúde.

VIII —• Escolhe os alimentos in-telligentemente.

IX — A prisão de ventre é a maior fonte de auto-intoxi-cações.

—- Prepara-te para .garantir uma prole boa, bella e forte.

(8)

31 Cigarra

i.a quinzena - Março - 1928

Festa de Anisiversario d'"R Cigarra"

A sociedade paulistana,

sem-pre prompta a amparar, com seu apoio moral e material, todos os empreendimentos philanthropi-cos, mereceu, ha pouco, as seguin-tes palavras, justíssimas e bellas,

de Plinio Barreto: "A caridade das famílias paulistas não preci-se nem de prégões liem de enca-recimentos". Realmente, tem sido

assim sempre. Quaesquer inicia-tivas que visem minorar os

sof-frimentos dos desgraçados tra-zem, bem mercado, o traço indele-vel da generosidade publica.

Con-forta e eleva.

Não nos surprehendeu, assim,

o extraordinário interesse que despertou, em nosso meio social, a noticia da festa d' "A Cigarra",

em commemoração do seu décimo

quinto anniversario. Destina-se o seu producto liquido a auxiliar a obra grandiosa do Asylo S.

Vi-cente de Paulo, qué tantos infe-lizes tem abrigado.

Entretanto, força t convir que o seu programma é de molde a attrahir, de facto, todas as at-tenções. Não podia ser melhor,

mais variado, mais interessante, mais fino. E', repetimol-o, formi-davel! De tão subido valor são os

&

I

nomes que o prestigiam e o hon-ram e o enaltecem e o dignificam,

que contamos como certo o Thea-tro Municipal cheiissimo na noi-te de 23. Autorisa-nos, concreta-mente, essa espec.tat.iva a pro-cura, sem egual nos annaes da vida social paulistana, dos ingres-sos. E' tão grande ella, que, a mais de uma semana distante da festa, já não restam muitos bilhe-tes da lotação de quasi 2.000 lo Theatro! E' com viva alegria que

registramos esse facto, carinho-so para nós e honroso para a 30-ciedade paulistana.

Divide-se o programma era

duas partes — uma, musical; ou-tra, literaria. Na primeira, far-se-ão ouvir: no piano, a porten-tosa joven Lydia Simões, que,

entre outros números, executará "Hopak"

de Mussorgáki-Rachma-ninoff e "Grande Polonaise" de

Chopin; o querido tenor brasilei-ro Reis e Silva, que cantará

algu-mas romanzas; a illustre cantora

d. Emma da Rocha Brito, que cantará "Adelaide" de Beethoven e "Céo de Parahyba" de "Lo Schiavo" de Carlos Gomes; no violino, d. Cecilia de Falco, que,

com o encanto de sua emoção

ar-tistica, executará "La Chasse", oe Vieuxtemps.

Na outra, que será aberta com

uma palestra do scintillante chro-nista dr. Arthur de Cerqueira Mendes sobre "A Cigarra e o Gelasio", far-se-ão ouvir: a gran-de declamadora d. Noemia do

Nascimento Gama em "Velho Thema" e "Deslumbramento", de Vicente de Carvalho, a brilhante "diseuse"

d. Julieta Reichert Becker em "Batuque" de Oliveira

Ribeiro Netto e "Sacy-Pereré", de Olegario Mariano; a prodigiosa menina Pauliquinha Sousa Perei-ra em "Ouvindo Chopin", de Laurindo de Brito, e "Carnaval",

de Cassiano Ricardo.

Esta parte terá o concurso, que

a tornará imperecivel, dos nota-veis e queridos poetas Martins Fontes, Cyro Costa e Laurindo de Brito, que dirão versos seus.

Os acompanhamentos ao piano

serão feitos pela distincta profes-sora d. Maria De Falco e pelo

a-preciado maestro Manfredini. Os restantes bilhetes

acham-se á venda, nesta redacção, das 8 ás 11 e das 12,30 ás 18 horas. Telephone 2-5169. Rua S. Bento, 93-A.

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• Off erecem-n'o, aos leitores d'"A Cigarra"", como sempre, os srs. Mostardeiro, Demarchi & Cia., acreditados concessionários da Loteria do Estado. Tem a sympa-thica numeração

5 4 3 2

correspondendo á Loteria de S. Paulo, cujo prêmio maior é de

1 O O CONTOS

a extrahir-se em 30 do corrente. Será, como de costume, dividido em décimos e dis-tribuido, por sorteio, a dez dos nossos .

leitores. üm bnnúe fle 100 contos para os leitores H A Cigarra

Para participar do sorteio e po- Nome do leitor.

der, assim, concorrer á extracção da

importante Loteria, basta recortar o

coupon e, depois de prehencido, en- Restáencm

vial-o á nossa redacção.

(9)

1." quinzena - Março - 192S

iSt

r te £rm uch©

O cinema é o que ha de mais futii, dizem, freqüentemente, pes-soas que têm fama ou se julgam sensatas. Nos dias de hoje, po-rém, a futilidade que essas pes-soas sensatas enxergam, atravez da mecanização da época, não es-tá nas coisas, mas, sim, no con-servantismo innato ao bom senso eommum. Phenomeno explicável: a evolução da machina, em al-guns annos, foi uma verdadeira revolução, tão apressada

se effectuou...

Nada mais do que is-so ou unicamente isso. As artes, impulsiona-das, cederam lugar á industria. E estou quasi crendo que a "Kunst-geWerb", dos allemães, significando arte indus-trial, poderá mais do que outra qualquer di-recção levar o cinema ao triumpho nestes an-iios próximas. Modifico um pouco o que pensa-va. O cinema não pôde deixar de ser uma arte applicada ou, melhor, in-dustrializada. . .

Terá, portaTito, que o-bedecer á technização apropriada, para não desmoralizar a etiqueta: "made in..."

O calculo será mais do .que necessário: es-sencial, porque é a es-sencia da industria, de machina, do momento qué vivemos. E esse con-ceito não tem nada de fria indifferença. Ao contrario, é romântico... Estabelecer para a arte vivida do cinema a

mes-ma directriz com que os archite-tos modernos se norteam será fó-ra do possivel... Porque a archite-ctura agora, melhor do que nun-ca, se superiorizou em sua torre de marfim: a architectura de lio-je é artística.

Portanto, fóra do calculo, da geometrização. . .

Não é paradoxo. E' verdade. A verdade que se sente e não se quer dizer. Procura-se, o mais das vezes, varar as nuvens e não se guer admittir o gesto humanamen-te romântico do ícaro século XX. Engraçada a situação a que chegamos: temos de comprehen-der que a geometria está atraza,-da, que o calculo é inferior, por-que, além do calculo, está tudo o

que não foi feito, tudo o que va-mos fazer sobre a bola terrestre, nos oceanos, nos espaços.

Assim o cinema é divinamente inferior... Mais perto das mas-sas, folhetinescos mais das vezes, equilibrando-se em novellas ligei-ras de enredos appreensiveis £a-cilmente, a arte muda não passa de uma das artes com que a in-dustrialização do século satisfaz o anseio do homem moderno, de

COS DO CARNAVAL

jTres lindas senhoritas que tomaram parte no Corso cia Avenida, de. que damos ao centro,

um interessante aspecto.

encontrar na téla branca um pe-daço de vida dos outros homens, destes ou do tempo antigo, deste ou daquelle continente. . . E a in-dustria não esmagará vencedoras. O cinema, expoente dessa artifi-cialização da vida, pela industria, denuncia hoje, vontadinhas^ for-tes de ensinar. . . Admitto, ago-ra, também, que o didatismo se-ja um fim nobre no cinema. E me penitencio de tudo quanto af-firmei, anteriormente, escudando a arte muda no conceito falso de arte pura. . . •—¦ Argus.

O O O "MEIAS INDISCRETAS"

No mos,

cinema São Bento como toda a gente

assisti-que se

présa, esse bom filme norte-ame-ricano. Bom em todos os senti-dos. Até no sentido da moral.

Para nós, entanto, como para toda gente que se présa, ha uma grande duvida no "Meias indis-cretas". Não se pôde calcular que relação ha entre o filme e o ti-tulo que apparecia no principio de cada acto, em letras magras, altas: "Meias indiscretas"... Por que?

Será uma das ironias dos senhores norte-ame-ricanos?

Estamos que não. Ou... Conhecem aquel-la sympathica quadri-nha ingleza, que dá isto, traduzida?

Eu nunca vl um» vicca cOr vioira. Mis gostaria nals ü vir,

Do tU3 d3 ser, A vacca cor violeta...

Parecerá extranho, depois disto, pensar que a censura collaborou para a completa discôr-dancia entre o filme e o seu titulo. Porque a nos-sa censura tem medo da indiscreção das meias...

O O O

"GARÇON

ELEGANTE"

Poucas vezes- tem-se-nos apresentado occa-sião de elogiar tão fran-camente como o vamos fazer. O filme, o melhor filme que o Cine S. Ben-to apresentou em janei-ro, tem uma photogra-phia optima. Nitida e sombreada ao systema de sombra luminosa, branca. O pesadello "fóra de fó-co", de photographos do passado, foi invertido na maravilha da idade do "jazz" em coisa obri-gada. á boa photographia. E, a que vimos varias vezes emprega-da no "Garçon elegante". Paisa-gens que se prestavam ás cir-cumstancias. E a historia, a his-toria linda do melhor "maitre d'hôtel" de Pariz, só mesmo a gente vivendo, para poder dizer de seu encanto delicado, doloroso e bastante para temperar a luz intensa da pliantasia. . .

A musica completa o filme. Trabalhou Adolphe Menjou, o in-subs,tituivel...

(10)

1." quinzena - Março - 192S

c57 Cigarra

CAMPEONATO D A A, P. E. A.

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Photographias tiraclas especialmente para, "A Oigarra", par occasiao do sensacional encontro, realizado a 5 do corrente, entre o Palestra Italia e Santos F. G., para, a disputa do campeona-to de 1927. Em cima: urn aspecto da assistencia. Ao centro: o quadro santista. Em baixo: a turma palestrina, que venceu por 3 a 2. No oval, os capitdes clos clois clubes que se defrontaram Photographias tiradas especialmente para "A Cigarra", por occasião do sensacional encontro, realizado a 5 do corrente, entre o Palestra Italia e Santos F. G., para a disputa do campeona-to de 1927. Em cima: um aspecto da assistência. Ao centro: o quadro santista. Em baixo: a turma palestrina, que venceu por 3 a 2. No oval, os capitães cios clois clubes que se defrontaram

(11)

-cCigarra

Da esquerda para a clireita'. Haydée Apparecida Setti, filha do sr. Henrique Setti; Lucy. fi-lha do sr. Osorio Rocha; Georgina e Octavio, filhos do sr. Jorge de Miranda Tacques; Maria

Amélia Santos, no dia de sua primeira communhão.

g—M—Mi———— ———I

DECftLOGO DE HYGIENE

I •— Sanearás o "solo" que pisas, destruindo de sua superfície os detrictos contaminadores.

IX — Depurarás a "agua" que utilisas para as necessidades diarias.

III — Renovarás constantemen-te o "ar" livre que respiras, vivendo nelle o mais possi-vel.

IY — Aquecer-te-ás freqüente-mente á luz do "sol" que te illumina.

y — Cuidarás da "habitação" que te abriga, limpando,

are-—o o

Ao centro: Maria Lúcia, encanta-dora filhinha do sr. Emílio Ferra-ri ¦—¦ e "Sorriso em flor" da "Ca-bana das Rosas" do scintillante escriptor dr. Arthur de Cerqueira Mendes, nosso illustre

collabora-dor.

jando e insolando seu inta-rior.

VI — "Exercita rãs" diariamente todos os seus musculos, faci-litando a transpiração.

VII — Tomaras um "banho" dia-rio, fazendo o asseio dos o-lhos, ouvido, bocca, dentes, nariz, cabello, unhas, e to-do o corpo.

VIII — Vestirás "roupa" sim-pies, limpa, folgada e ade-quada ao clima.

IX — "Comerás" em hora certas alimentos escolhidos por seu valor nutritivo. Pouca car-ne, mais legumes e fructos. De bebida somente agua.

— Repartirás o tempo entre o "trabalho",

o "repouso" e as "distracções" sãs. Evita relações illicitas e cultiva "pensamentos" de saúde,

a-legria, pureza, altruísmo.

O O O

A' esquerda, Domingos Oswaldo, netinho do sr. Domingos Carnovale So<brinho e da sra. d. Ca-tharina Carnovale e, á direita, Thelma filhinha do dr. Nestor Seabra e

_da sra. d. Corina Ca-margo, residentes em Botircatú. Ao centro, Maria Klisa, filha do sr. João Camargo Madeira e da -sra. d. Noemia Souto Madeira — e um futuro "boxeur"... Em baixo, Olga, Mafalda, Nair e

(12)

1.» quinzena - Março - 1928

ECOS DO CARNAVAL. DE 1928

Garros que tomaram parte no Cor so da Avenida Carlos de Campos

j^"A

mulher, domina o

altruis-mo; no homem, o egoísmo. A

alegria mais intensa, a felicidade mais perfeita, sem um

compa-nheiro para partilhar uma e

ou-tra, são para a mulher um

para-doxo. O homem pensa primeiro

em si; e, até, amando a sua companheira e os seus filhos, os

considera como propriedade sua.

A mulher, pelo contrario, pensa

primeiro nos outros, e depois em si. Podeil-o verificar nos mais

insignificantes actos da vida

Referências

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