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Parecer. Finaliza, formulando um único pedido, correspondente aos efeitos da impugnação pauliana, e que se traduz no seguinte:

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P.º R. P. 150/2005 DSJ-CT: Registo de acção. Pedido constante da petição inicial respeitante apenas à impugnação pauliana, não obstante se invoque também na parte narrativa do articulado a nulidade do negócio jurídico, por simulação.

Parecer

1 – Em 15 de Junho de 2005, a coberto da ap.45, foi requisitado um registo de acção

interposta pelo agora recorrente contra A… e M… , instruído com certidão de teor do articulado, sobre o prédio descrito sob o n.º 00496/140187-“Q”, da freguesia de ….

Sobre metade do aludido prédio impende um registo de penhora, lavrado como provisório por natureza, nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 92.º do CRP, em que figuram como exequente o autor da acção, executado o 1.º réu e titular inscrita a 2.ª ré (G-2 e G-3).

A penhora do referido bem foi efectuada na sequência da falta de pagamento do valor da indemnização a que o 1.º R. foi condenado a pagar ao A.

2 – Na parte inicial da petição é invocada a simulação da venda de metade da fracção

autónoma supra-identificada, entre o 1.º R. e a 2.ª R., com clara intenção de a subtrair ao património do 1.º R., para que deixasse de constituir garantia patrimonial do crédito do A., não tendo sido pago o preço da aparente compra.

Por se tratar de um negócio simulado, é nulo. Mas, acrescenta, ainda que assim não se entenda, o que não se concede, sempre o negócio é passível de impugnação, tendo o autor o direito à restituição dos bens na medida do seu interesse, podendo executá-lo no património do obrigado à restituição e praticar os actos de conservação da garantia patrimonial autorizados por lei.

Finaliza, formulando um único pedido, correspondente aos efeitos da impugnação pauliana, e que se traduz no seguinte:

«a) Ser declarada a ineficácia, em relação ao A., da venda efectuada entre o 1.º R. à 2.ª R., aqui impugnada.

b) Ser ordenada a restituição do bem daquela forma alienado, ao património do 1.º R. c) Ser reconhecido ao A. o direito à restituição daquele bem, na medida do seu interesse, ao património do 1.º R., podendo executá-lo no património do obrigado à restituição e praticar os actos de conservação da garantia patrimonial autorizados por lei».

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«Recusado o registo da acção por não estar sujeita a registo. Artigos: 68º, 69º e 3º (a contrario).»

4 – A referida qualificação não mereceu a concordância do requerente que a impugnou

nos termos que aqui se dão por integralmente reproduzidos.

4.1 – Acentua, contudo, que o pedido principal respeita à declaração de nulidade do

negócio jurídico, por simulação, e só subsidiariamente visa a impugnação pauliana, pelo que o registo peticionado deveria ter sido lavrado em conformidade.

4. 2 – A nulidade do negócio jurídico resultante da alegada simulação é de

conhecimento oficioso, pelo que, provando-se, o Tribunal terá de a declarar, por força do disposto no artigo 286.º do Código Civil.

4. 3 – Donde resulta que a acção está sujeita a registo não só nos termos da alínea a)

do n.º 1 do artigo 3.º do CRP, porque tem por finalidade principal a extinção do direito de propriedade do titular inscrito, como também, porque visa, subsidiariamente, a impugnação pauliana, sendo esta registável ao abrigo do disposto na alínea u) do n.º 1 do artigo 2.º do CRP.

Consequentemente, deve revogar-se a decisão de recusa do registo de acção e ordenar-se a sua elaboração nos termos requeridos.

5 – A Sr.ª Adjunta da Conservadora proferiu despacho de sustentação da posição

antes assumida, por não restarem dúvidas de que se trata de uma acção de impugnação pauliana, e esta, sendo de natureza pessoal e de escopo meramente indemnizatório, não está sujeita a registo, não se enquadrando no disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 3.º do CRP.

Cita, em abono da sua tese, diversa doutrina e jurisprudência proferida sobre esta temática.

6 – O processo é o próprio, as partes têm legitimidade, o recurso é tempestivo e não

existem questões prévias ou prejudiciais que obstem ao conhecimento do mérito. Cumpre, pois, emitir parecer.

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1 – A resolução da matéria controvertida nos autos aconselha-nos, como ponto prévio,

uma breve alusão aos conceitos inerentes à petição inicial, bem como à causa de pedir e ao pedido.

A petição inicial é, segundo Miguel Teixeira de Sousa1, o primeiro articulado do

processo, no qual o autor alega os fundamentos de facto e de direito da situação jurídica invocada e formula o correspondente pedido contra o réu.

Os requisitos especiais que dela devem constar resultam do prescrito no artigo 467.º do CPC. Destes, destacamos os atinentes à causa de pedir e ao pedido (alíneas d) e e) do n.º 1 do citado artigo) considerando que são os relevantes para o caso que nos ocupa.

A causa de pedir é o facto concreto que serve de fundamento ao efeito jurídico que se quer obter, sendo o pedido o meio de tutela jurisdicional pretendido pelo autor.

O pedido deve ser formulado na conclusão da petição inicial, sendo insuficiente a sua referência acidental na parte narrativa da referida petição. O autor deve expressamente no final do articulado dizer, com precisão, o que pretende do tribunal – que efeito jurídico quer obter com a acção2.

A formulação do pedido reveste a máxima importância visto que o juiz, por força do prescrito no n.º 1 do artigo 661.º do CPC, está limitado por aquele, não podendo condenar em quantidade superior nem em objecto diverso do que se pedir. A violação deste limite determina, aliás, a nulidade da sentença, como decorre do disposto na alínea e) do n.º 1 do artigo 668.º do CPC.

Como é sabido, a falta de indicação do pedido ou da causa de pedir, bem como a contradição entre a causa de pedir e o pedido, acarreta a ineptidão da petição inicial, nos termos prescritos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 193.º do CPC, conduzindo à nulidade de todo o processo – n.º 1 do citado artigo, embora este juízo seja da competência exclusiva do juiz do respectivo processo.

2 – Posto isto, debrucemo-nos sobre o objecto do presente recurso hierárquico,

analisando-o sob as seguintes perspectivas:

a) da possibilidade do registo da acção na parte respeitante à declaração de nulidade

do negócio jurídico, por simulação - matéria articulada sem que, contudo, lhe corresponda qualquer pedido.

b) do enquadramento do dever de declaração oficiosa de nulidade pelo tribunal; e

1 Estudos sobre o Novo Processo Civil, 2.ª edição, pág. 268.

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c) da registabilidade da acção de impugnação pauliana individual - causa de pedir e

pedido expressamente formulados na petição inicial.

Procedendo à análise da petição inicial interrogamo-nos, desde logo, da possibilidade de se extrair dos factos articulados na parte narrativa, embora não reflectidos na parte conclusiva, que a pretensão do autor vai, em primeiro lugar, no sentido de que seja

declarada a nulidade do negócio jurídico, por simulação3, e só subsidiariamente visa a

impugnação pauliana, de forma a considerar esta acção registável.

Transpondo a doutrina atrás expendida no que concerne ao binómio causa de pedir/pedido, entendemos que a resposta só pode ser infirmativa.

Com efeito, o que vem articulado na primeira parte da petição, respeitante à simulação do negócio jurídico, terá de ser interpretado no sentido de que se trata de uma alegação da má fé (que, em algumas situações, é também requisito exigível na impugnação pauliana – artigo 612.º do Código Civil) por parte do réu, na sua actuação, não de uma pretensão para que seja declarada a nulidade do respectivo negócio jurídico, por simulação4,

visto que não lhe corresponde qualquer pedido nesse sentido e a falta deste é determinante da ineptidão da correspondente petição inicial.

A causa de pedir resultante da invocação da simulação do negócio não se adequa ao pedido formulado na parte conclusiva, que corresponde, tão só, ao da impugnação pauliana, que tem como causa de pedir a diminuição da garantia patrimonial do crédito do A., decorrente do negócio efectuado entre os RR, sendo certo que não obsta à opção por esta a nulidade do acto realizado pelo devedor5.

Outra questão a abordar, e que se encontra em estrita conexão com a primeira, respeita ao dever de declaração oficiosa da nulidade de negócio jurídico pelo juiz do processo, previsto no artigo 286.º do Código Civil, havendo que surpreender o alcance desta norma e colocar aquele dever nos seus devidos limites.

3 O recorrente sustenta expressamente no recurso hierárquico, não na petição inicial,

sublinhe-se, que o pedido principal respeita à nulidade do negócio jurídico simulado.

4 Para que haja simulação o artigo 240.º exige três requisitos: divergência entre a vontade

real e a vontade declarada, intuito de enganar terceiros e o acordo simulatório. Para mais desenvolvimentos sobre esta temática, veja-se Carvalho Fernandes, in Teoria Geral do

Direito Civil, II Vol., págs. 281e segts., e Menezes Cordeiro, in Teoria de Direito Civil, I Vol.,

págs. 627 e segts.

5 Cfr. o acórdão do STJ, de 14 de Janeiro de 1997, in BMJ n.º 463, pág. 464 e Antunes

(5)

Na verdade, tal declaração apenas tem justificação nos casos em que exista a susceptibilidade de retirar efeitos jurídicos do negócio, decorrente da causa de pedir validamente expressa6.

No caso vertente, a satisfação do pedido formulado pelo A. ficaria até inviabilizada mediante a actuação oficiosa do tribunal defendida expressamente pelo recorrente no recurso hierárquico.

Ora, sendo o fim da acção definido pelo pedido formulado pelo autor e considerando que o único pedido deduzido é respeitante à impugnação pauliana, mesmo que viesse a provar-se a factualidade consubstanciadora da nulidade do negócio jurídico, por simulação, o tribunal não poderia, sobrepondo-se ao pedido formulado, declarar ex officio a nulidade do negócio.

Neste sentido se pronunciou o Supremo Tribunal de Justiça7 que, ao analisar um

recurso em que o réu colocava precisamente a questão do dever de conhecimento oficioso da nulidade de negócio jurídico, por simulação, e em que tinha sido pedida também a impugnação pauliana, decidiu que os «interesses desta prevalecem sobre o interesse subjacente à declaração oficiosa de nulidade do negócio jurídico simulado, nos termos dos artigos 240.º, 242.º, 286.º e 289.º do Código Civil». E, acrescenta, «Logo, não poderá haver conhecimento oficioso da invocada nulidade, porque, de outro modo, o tribunal estaria a julgar conforme valores não tutelados».

Consequentemente, não podemos acolher a argumentação do recorrente no que concerne à registabilidade da acção de declaração de nulidade do negócio jurídico simulado, uma vez que não tendo sido formulado qualquer pedido nesse sentido, não poderá tal declaração, in casu, ser proferida pelo tribunal.

Acresce ainda que o relevante, no juízo a emitir acerca da registabilidade (ou não) das acções, é o pedido expressamente formulado, se bem que interpretado à luz da causa de pedir, não podendo a qualificação estar dependente de um acontecimento futuro e incerto – a eventual declaração oficiosa de nulidade do negócio, pelo tribunal.

Lembramos que sem o pedido não há sequer registo, tendo em conta que, por força do prescrito na alínea g) do n.º 1 do artigo 95.º do CRP, do extracto da inscrição de acção deve constar, como menção especial e imprescindível, o respectivo pedido – tabularmente relevante, claro (cfr. n.º 1 do artigo 3.º do CRP).

6 O acórdão do STJ, de 28 de Março de 1995, in BMJ n.º 445, pág. 67, ilustra um caso

paradigmático em que se discutia o conhecimento oficioso, pelo tribunal, da nulidade de negócio jurídico invocado no pressuposto da sua validade mas que, por falta da observância de forma legal, era nulo. Aqui colocava-se, e bem, o dever do tribunal declarar oficiosamente a nulidade de negócio.

(6)

Caso tivessem sido formulados os dois pedidos, não existiria qualquer dúvida de que a acção estaria sujeita a registo embora restrito ao pedido de declaração de nulidade8 do

negócio jurídico simulado celebrado entre os dois RR, e não quanto à impugnação pauliana da referida compra e venda.

Como é sabido, o entendimento sufragado por este Conselho9 vai no sentido de que a

acção de impugnação pauliana individual não está sujeita a registo, por não ter natureza real, mas antes pessoal, resultando da sua procedência efeitos meramente obrigacionais, pelo que não se enquadra no âmbito de aplicação do previsto nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 3.º do CRP.

A procedência desta acção não determina a extinção (nem a modificação) do direito real adquirido por terceiro, apenas confere ao credor impugnante, no plano obrigacional, o direito de obter daquele, a quantia necessária à satisfação do seu crédito, à custa dos bens adquiridos, dispensando-se mesmo que tais bens regressem juridicamente ao património do devedor.

A irregistabilidade desta acção resulta, portanto, da sua natureza pessoal e do escopo meramente obrigacional, visando obter, na estrita medida do interesse do credor impugnante, a restituição dos bens alienados para satisfação do direito de crédito de que o alienante é devedor, deixando intocável a validade e a eficácia da transmissão dos bens operada pelo acto impugnado e, consequentemente, também o acto de registo correspondente – artigos 606.º e 616.º do Código Civil10.

Também o Supremo Tribunal de Justiça, no acórdão de 27 de Maio de 200311, decidiu,

para uniformização de jurisprudência, que a acção de impugnação pauliana individual não está sujeita a registo predial.

Por último, salienta-se que também não assiste razão ao recorrente no que concerne à sua pretensão de submeter esta acção a registo ao abrigo do prescrito na alínea u) do n.º 1 do artigo 2.º do CRP.

8 Cfr., neste sentido, o parecer do CT, proferido no proc.º n.º R.P.202/99 DSJ-CT, in BRN n.º

7/2000, II, pág. 2.

9 A doutrina fixada pelo CT no parecer ínsito no proc.º n.º R.P.19/98 DSJ-CT, in BRN n.º

4/99, II, pág. 8, marca a mudança (irregistabilidade da acção) relativamente ao entendimento até então perfilhado pelo referido Conselho. Desde então, a questão do registo da acção pauliana (individual) tem sido inúmeras vezes suscitada e, sucessivamente, reafirmada a sua irregistabilidade – Cfr., entre outros, os pareceres ínsitos nos proc.ºs n.ºs R.P.207/99DSJ-CT e R.P.19 e 20/2000DSJ-CT, in BRN n.º 3/2002, II, pág. 2.

10 Cfr., entre outros, Henrique Mesquita, in Rev. Leg. Jurisprudência, Ano 128, págs. 254 e

255, que entende que de «iure constituto a impugnação pauliana não cabe no elenco das acções que a lei sujeita a registo. Se o credor impugnante quiser precaver-se contra o perigo de o demandado, na pendência do pleito, alienar os bens que adquiriu do devedor, frustrando desse modo a satisfação do crédito, só poderá consegui-lo pela via de uma providência cautelar – designadamente pela via de um arresto».

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A referida norma preceitua que estão sujeitos a registo: «quaisquer outras restrições ao direito de propriedade e quaisquer outros encargos sujeitos, por lei, a registo».

Ora, as «restrições» e os «encargos» em causa reconduzem-se inexoravelmente às restrições ao direito de propriedade ou a figuras parcelares desse direito, previstas no artigo 1306.º do Código Civil.

A permissão da lei de constituição das referidas restrições e encargos não significa que os correspondentes factos fiquem automaticamente sujeitos a registo, antes exige que exista uma intervenção legislativa expressa a sujeitar essas restrições ou encargos a registo, só assim passando a integrar o elenco dos factos sujeitos a registo previstos no artigo 2.º do CRP12.

Com efeito, e não obstante se possa entender o direito do credor impugnante como um encargo ao direito de propriedade13, o mesmo não se enquadra na previsão da alínea u)

do n.º 1 do artigo 2.º do CRP, pela simples razão de não se encontrar especialmente prevista na lei a sua sujeição a registo14.

Face ao exposto, somos de parecer que o presente recurso não merece

provimento.

Em consonância, firmamos as seguintes

C O N C L U S Õ E S

I – A acção de impugnação pauliana individual, porque não tem natureza real, mas antes pessoal, e objecto meramente obrigacional, não está sujeita a registo, por não se enquadrar no âmbito de aplicação do previsto nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 3.º do CRP.

12 Cfr. o parecer do CT proferido no proc.º n.º R.P. 19 e 20/2000DSJ-CT, in BRN n.º 3/2002,

II, pág. 2.

13 Veja-se, neste sentido, o parecer da PGR n.º 36/2000, de 21 de Dezembro, publicado na

II série do DR n.º 76, de 30 de Março de 2001, bem como a I conclusão do parecer do CT proferido no proc.º n.º 1/17R.P.95DST, in BRN n.º 5/96, pág. 27.

14 No acórdão n.º 273/2004, publicado na II série do DR n.º 134, de 8 de Junho de 2004, o

Tribunal Constitucional, chamado a pronunciar-se sobre a constitucionalidade desta alínea, decidiu: «não julgar inconstitucional a norma que se extrai dos artigos 2.º, n.º 1, alínea u) e 3.º, n.º 1 alínea a), do Código do Registo Predial, quando interpretada em termos de não admitir o registo da acção de impugnação pauliana».

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II – É do pedido formulado que se extrai se a acção está sujeita a registo, não podendo esta decisão depender da eventual declaração oficiosa de nulidade do negócio, a proferir pelo tribunal.

III – O Juiz está limitado pelo pedido, não podendo condenar em quantidade superior ou em objecto diverso – artigo 661.º do CPC.

(9)

P° R.P. 150/2005 DSJ-CT.

Declaração de Voto

Voto vencido o projecto de parecer, porquanto entendo que o registo deveria ser qualificado como provisório por natureza (art. 92°, n° 1,a)) e por dúvidas, e, assim sendo, o recurso deveria obter provimento parcial.

Brevitatis causa alinho a seguinte argumentação:

- Os factos alegados nos art.s 27° a 30°, inclusive, da petição inicial integram, a meu ver claramente, a causa de pedir de um pedido de declaração de nulidade do negócio jurídico; - E certo que não foi, e deveria sê-lo, formulado expressamente o pedido de declaração de nulidade do negócio jurídico, e tal pedido só poderia ser formulado numa relação de subsidiariedade com o pedido de impugnação pauliana;

- Mas também é certo que o pedido pode ser alterado ou ampliado em determinados circunstancialismos (cfr. art.s 272° e 273°, n° 2, do C.P.C.);

- Em sede de qualificação do pedido de registo de acção que só pode inscrever um pedido — no caso, o de declaração de nulidade do negócio jurídico — cuja causa de pedir (a nulidade específica - cfr. art. 498°, n° 4, último segmento, do C.P.C.) foi expressamente alegada, afigura-se-me pertinente a provisoriedade por dúvidas, porquanto não se pode afirmar de forma categórica que o facto, manifestamente, não está sujeito a registo, e só neste caso, a meu ver, se justificaria a recusa;

- Acresce que no caso dos autos já existe registo de penhora do bem a favor do exequente-autor, inserindo-se muito provavelmente a acção registanda no âmbito do art. 119° do C.R.P. (maxime, do seu n° 4), sendo certo que, por um lado, neste âmbito só fará sentido o registo da acção com pedido de declaração de nulidade do negócio jurídico, e, por outro lado, o registo da penhora está sujeito a vários prazos de caducidade (cfr. art.s 92°, nº 5, e 119°. n°s 5 e 6. do C.R.P.).

Este parecer foi homologado por despacho do Director-GeraJ de

22/12/2006.

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