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Solenidade de abertura

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Academic year: 2021

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O

resultado mais evidente da iniciativa foi o salto de qualidade na parceria entre o Conselho Brasileiro de Of-talmologia (CBO) e o Ministério da Saúde. Se em passado recente a união de esforços entre o conselho e o ministério já haviam resultado em consideráveis benefícios para a saúde ocular da população, com a rea- lização do fórum ficou evidenciado, inclusive pela manifestação pública do ministro Alexan-dre Padilha, o propósito de construir conjunta-mente políticas de curto e médio prazos que contemplem todos os aspectos ligados à saú-de ocular e à assistência oftalmológica.

Além disso, a participação de parlamenta-res de todos os partidos políticos aumentou a integração entre a principal entidade repre-sentativa da especialidade e o Poder Legisla-tivo, base para a criação de condições legais para a continuidade de programas de promo-ção e defesa da saúde ocular da populapromo-ção e para neutralização das ameaças que pesam sobre tais objetivos.

Solenidade de abertura

“Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!”. Com a proclamação, à capela, do último verso do Hino Nacional Brasileiro, teve início a cerimônia de abertura do IV Fó-rum Nacional de Oftalmologia.

Em seu pronunciamento, um dos coor-denadores do fórum, Marcos Avila, repetiu a frase que serviu de mote para o recente Con-gresso Mundial de Oftalmologia e que, segun-do ele, retrata com exatidão a ideia presegun-domi- predomi-nante do fórum: “one vision, one voice”.

IV Fórum Nacional de Saúde Ocular

“Essas palavras simbolizam o verdadeiro significado da união de pessoas engajadas com o propósito de colaborar para que haja uma melhor saúde ocular para toda popula-ção”, afirmou.

Marcos Ávila também ressaltou a impor-tância do evento na criação e consolidação de novas políticas que promovam a saúde ocular dos brasileiros.

Outro dos coordenadores do fórum, Paulo Augusto de Arruda Mello, esclareceu que o propósito do encontro foi debater e enfrentar o desafio de criar a logística adequada para levar a assistência oftalmológica a todo o País.

“O que vamos fazer aqui é olhar para o futuro, ajudando a construir uma sociedade mais justa e igualitária, pois saúde e visão são direitos de todos”, concluiu.

Por fim, o presidente do CBO e também coordenador do IV Fórum Nacional de Saúde Ocular, Marco Antônio Rey de Faria afirmou que os oftalmologistas querem ser “parceiros ativos no desenvolvimento das políticas pú-blicas, porque entendem que a nossa contri-buição é importante no desenvolvimento e na implantação dessas políticas. Estamos aqui porque sabemos do nosso papel na organi-zação e execução responsável de todos os projetos.”

A Mesa Solene da cerimônia reuniu os in-tegrantes do Conselho de Diretrizes e Gestão do CBO, além de Maria do Patrocínio Tenó-rio Nunes (secretária Executiva da Comissão Nacional de Residência Médica) e a Senado-ra Lúcia Vânia (PSDB/GO).

A data de 29 de fevereiro de 2012 já faz parte da História da Oftalmologia Brasileira e da Saúde Ocular no País. Neste dia,

centenas de médicos oftalmologistas, parlamentares, autoridades, técnicos dos Ministérios da Saúde e da Educação e secretários

estaduais e municipais de saúde estiveram reunidos no Auditório Petrônio Portela, no Senado Federal, no IV Fórum Nacional de

Saúde Ocular debatendo o presente e o futuro da assistência médico-oftalmológica à população brasileira

Marcos Ávila

Paulo Augusto de Arruda Mello Marco Antônio Rey de Faria

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F

oi desta forma que o ministro da Saú-de, Alexandre Padilha, encerrou sua participação no IV Fórum Nacional de Saúde Ocular, na qual reiterou, de vá-rias formas, a disposição do ministério de prio-rizar a saúde ocular e a parceria com o Conse-lho Brasileiro de Oftalmologia e fez o balanço das ações e dos problemas enfrentados para levar assistência oftalmológica de qualidade para toda a população brasileira.

Padilha afirmou que as recentes conquis-tas do Brasil no campo da assistência oftal-mológica têm chamado a atenção do mundo. O recente aumento do número de transplan-tes de córnea e a ampliação em 20% do nú-mero de cirurgias de catarata de 2010 para 2011 são, segundo ele, exemplos que cau-sam admiração em outros países.

“Mas também espanta o mundo a desas-sistência que temos, espanta o mundo o fato de não termos atingido a universalização do acesso aos cuidados oculares desde a in-fância, no espaço da escola, que é o primeiro espaço de socialização do Ser Humano, onde a necessidade de ter uma visão de qualida-de chama mais a atenção. Também espanta o fato de não termos universalizado o acesso à Oftalmologia nas idades mais avançadas, que

Ministro da Saúde

reafirma

parceria com o CBO

faz com que uma parcela importante da nos-sa população sofra de cegueira por catarata, uma parcela importante da nossa população fique cega por glaucoma por falta de acesso aos procedimentos necessários e pela Oftal-mologia ser tão desigual em nosso País”, afir-mou.

Alexandre Padilha disse que o Brasil é o único grande país do mundo que comprome-teu-se a proporcionar saúde pública a toda sua população gratuitamente. O sistema de saúde pública do País convive com situações novas trazidas pelo processo de envelheci-mento da população e ainda tem que equa-cionar os problemas resultantes das desigual-dades sociais e regionais.

Também destacou que os médicos são os principais aliados do ministério na revisão dos critérios de remuneração e nos critérios de credenciamento, pois são os que colocam em primeiro lugar os interesses dos pacientes. “É verdade que a Saúde precisa de mais recursos, mas temos que ser implacáveis con-tra qualquer tipo de desperdício, qualquer tipo de desvio. A sociedade brasileira não nos dará os recursos que precisamos se não provar-mos que soprovar-mos implacáveis no combate ao desperdício”, afirmou.

O ministro citou como ações recentes de sua pasta na área da assistência oftalmológi-ca as mudanças nos critérios para classifioftalmológi-ca- classifica-ção das cirurgias eletivas (que segundo ele resultaram no aumento de 20% do número de cirurgias de catarata feitas pelo SUS), a ampliação da avaliação e do cuidado com a saúde ocular da população em idade escolar e a participação do Ministério da Saúde em programas para a formação de especialistas através do programa Pró-Residência.

Por fim, Alexandre Padilha reafirmou o compromisso de estreitar cada vez mais a parceria entre o Ministério e o CBO em tudo o que se relaciona com a saúde pública ocular e com a assistência oftalmológica e solicitou que todos os resultados do IV Fórum Nacio-nal de Saúde Ocular lhe sejam entregues rapidamente para que possam servir de sub-sídios para os estudos e ações do Ministério da Saúde.

Consideramos este esforço

de diálogo prioritário. Para terminar,

quero que os senhores me apresentem

o mais rapidamente possível os

resultados deste fórum para que

possamos implementar as medidas

propostas. Quero também deixar

público o compromisso de estabelecer

conjuntamente, programas permanentes

voltados para a saúde ocular.

Parabéns a todos pelo fórum e muito

obrigado

O ministro com os coordenadores do fórum

o secretário geral do CBO, Nilo Holzchuh, com o deputado Arlindo Chinaglia

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E

stá em fase final o processo de ela-boração de um protocolo para trata-mento da Degeneração Macular Rela-cionada à Idade (DMRI) que dentro de algumas semanas será encaminhado para a palavra final do Grupo Técnico do qual o CBO, como ressaltou o próprio ministro Padilha, faz parte. Este novo protocolo trata da utilização de antiangiogênicos para o tratamento e re-presentará um grande avanço na forma como o SUS receberá os portadores desta doença”.

Com estas palavras, o coordenador de Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde, José Eduardo Fogolin Passos encer-rou sua participação no módulo de debates sobre DMRI no IV Fórum Nacional de Saúde Ocular. Este módulo foi coordenado por Mar-cos Pereira de Ávila e contou com a partici-pação de Carlos Augusto Moreira Júnior, Ale-xandre Chater Taleb, Michel Eid Farah Neto, Jacó Lavinsky, Rodrigo Jorge, Marco Antônio Rey de Faria e do deputado federal Ronaldo Caiado (DEM/GO).

Os médicos oftalmologistas que partici-param da mesa de debates ressaltaram que

A

o falar sobre as aspirações da Oftalmologia brasileira em rela-ção aos valores para remunerarela-ção dos procedimentos oftalmo-lógicos, o presidente da Federação das Cooperativas Estaduais de Serviços Administrativos em Oftalmologia (FeCOOESO), Nelson Louzada, defendeu o credenciamento universal de todos os médicos ao SUS para possibilitar a universalização do atendimento. Louzada também defendeu a adoção da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), com redutor negociado, para a remuneração dos procedimentos médicos pelo Sistema Único de Saú-de colocando os honorários profissionais em patamares mais dignos.

Ao falar da Saúde Suplementar, Louzada afirmou que a utilização de várias tabelas de remuneração, entre outros muitos fatores, provo-cam a insegurança nas relações entre médicos e operadoras e entre os médicos e os pacientes. A situação aproxima-se rapidamente de um impasse que provavelmente terá consequências negativas para a saúde.

Por fim, o presidente da FeCOOESO fez a defesa do SUS como sistema de saúde universal e que os investimentos necessários para sua melhoria, inclusive o reajuste dos procedimentos médicos, são in-feriores aos custos provocados pelas doenças em geral e pelas doen-ças oculares em particular.

Aspirações da

Oftalmologia brasileira

DMRI

em debate

o sistema público de saúde precisa avançar muito não só no tratamento da DMRI, mas na criação de mecanismos que permitam sua de-tecção precoce, já que o tratamento é mais eficiente nas fases iniciais da doença.

Encerrando o módulo, o deputado Ro-naldo Caiado defendeu o direcionamento de maiores verbas para a saúde e fez a defesa da modificação da regulamentação da Emenda 29 para obrigar o governo federal a destinar parte de sua receita para o setor.

Carlos Augusto Moreira Júnior Alexandre Chater Taleb

Nelson Louzada

Coordenador e debatedores do módulo de DMRI com o deputado Ronaldo Caiado

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E

m todas as áreas o fator humano é fundamental. Na Medicina ele é in-substituível e decisivo”.Foi com esta frase que o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT/SP) encerrou os debates rela-cionados com as políticas públicas voltadas para a realização de cirurgias de catarata pelo Sistema Único de Saúde. As exposições contaram com a participação do médico of-talmologista Paulo César Silva Fontes e do representante do Departamento de Regu-lação, Avaliação e Controle do Ministério da Saúde, Josafá dos Santos. Teve como deba-tedores os médicos oftalmologistas Breno Barth Amaral de Andrade, Miguel Ângelo Padilha, Cláudio Luiz Lottenberg (presidente do Hospital Israelita Albert Einstein), Marco Antônio Rey de Faria (presidente do CBO) e Leonardo Akaishi (presidente da Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraocu-lares – SBCII),além do senador Paulo Davim (PV/RN) e o deputado Chinaglia.

Todos os participantes ressaltaram que, em consequência do processo de envelheci-mento por que passa a sociedade brasileira, as cirurgias de catarata serão cada vez mais solicitadas e cada vez mais importantes para a manutenção da qualidade de vida dos cida-dãos. Miguel Padilha afirmou que, levando em consideração as atuais necessidades popula-cionais, o Brasil teria que realizar cerca de um milhão dessas cirurgias por ano.

Já o representante do Ministério da Saú-de, Josafá dos Santos, declarou que a

cirur-Catarata:

esforços para

resgatar a cidadania

gia de catarata tem tratamento privilegia- do nas políticas do governo e, desde setem-bro, figura em itens orçamentários diferencia-dos, estratégia que permitiu o aumento em cerca de 20% no número de procedimentos realizado em 2011 em relação ao ano ante-rior.

Santos apresentou os seguintes dados: em 2010 o Sistema Único de Saúde finan-ciou a realização de 346.125 cirurgias de ca-tarata e, em 2011, 413.416. O representante do ministério ressaltou que o objetivo do Mi-nistério para o ano de 2012 é a realização de 600 mil cirurgias de catarata.

Os números apresentados surpreende-ram os debatedores que, ao mesmo tem-po que congratularam-se pelo considerável aumento do número das cirurgias, ressalta-ram que as necessidades da população ain-da estão longe de serem atendiain-das de forma satisfatória. Também ressaltaram a impor-tância da parceria entre o CBO e as autori-dades para superar as dificulautori-dades relacio-nadas com a universalização dos cuidados com a saúde ocular e com a realização das cirurgias de catarata. Por fim, os médicos of-talmologistas reivindicaram a atualização dos valores pagos pelo SUS pela cirurgia de ca-tarata, principalmente para a facoemulsifica-ção, já que as atuais tabelas correm o risco de inviabilizar em curto prazo a realização dos procedimentos pelas instituições credencia-das, colocando em risco os objetivos gover-namentais. Cláudio Lottenberg Leonardo Akaishi Paulo César Fontes Miguel Padilha Josafá dos Santos O senador Davim e o presidente do CBO Os coordenadores do fórum e o deputado Chinaglia

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A

fila de pacientes aguardando trans-plante de córnea no Brasil reduziu--se em cerca de 40% de 2010 para 2011. Esta informação foi dada pelo coordenador do Sistema Nacional de Trans-plantes, Helder Murari Borba, em sua exposi-ção, coordenado por Hamilton Moreira.

Ressaltando que o País tem o maior pro-grama público de transplantes do mundo, Murari Borba apresentou uma série de dados relacionados com os vários tipos de trans-plantes, com o aumento da relação doadores/ população e dos investimentos feitos para a realização desses procedimentos.

A apresentação técnico-científica das condições existentes para o transplante de córneas no Brasil e as medidas necessárias para zerar a fila de espera de pacientes ficou a cargo dos médicos oftalmologistas Luciene Barbosa de Sousa, Francisco de Assis Cor-deiro e Élcio Sato, que ressaltaram os recen-tes progressos em termos de legislação e de universalização do acesso dos pacientes ao procedimento, mas também ressaltaram os problemas jurídicos e burocráticos que impe-dem o pleno funcionamento dos bancos de olhos e os obstáculos culturais que entravam o aumento do número de potenciais doadores.

Luciene Barbosa de Sousa criticou o fato dos recursos financeiros obtidos pelos di-ferentes bancos de tecidos oculares serem absorvidos pelos hospitais públicos dos quais eles fazem parte, bem como as dificuldades existentes na harmonização das posturas do Sistema Nacional de Transplantes e da Agên-cia Nacional de VigilânAgên-cia Sanitária.

A análise política foi feita pela senadora Ana Amélia (PP/RS) e pelo deputado fede-ral Darcício Perondi (PMDB/RS), que res-saltaram a necessidade de maiores recursos financeiros para a melhoria de todo o Sistema Único de Saúde.

O

módulo em que foi discutido o teste do reflexo vermelho (teste do olhinho) foi coordena-do pela médica oftalmologista Andréa Araújo Zin e contou com a participação de Rosa Maria Graziano (presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica), Islane Maria Castro Verçosa, Liana Maria V. O. Ventura, João Orlando Ribeiro Gonçalves e Ale-xandre Henrique Bezerra Gomes. Foi defendida a obrigatoriedade legal de realização do teste do olhinho em todo território nacional, o que traria avanços inestimáveis na prevenção da cegueira infantil. Os participantes afirmaram que esta prática já é lei em várias cidades brasileiras e que a apresentação e aprovação de uma lei federal neste sentido demonstraria a sensibilidade e a harmonia dos parlamentares com as aspirações da Oftalmologia brasileira.

De acordo com Rosa Maria Graziano, o Teste do Reflexo Vermelho é uma poderosa arma na prevenção da saúde ocular da criança. “É um teste fácil, não invasivo, precisa apenas de um aparelho que custa no máximo R$ 400 e deve ser feito em todos os recém nascidos. Precisa-mos conscientizar e capacitar os pediatras e neonatologistas, precisaPrecisa-mos que o teste seja obri-gatório e precisamos de meios financeiros para que este sistema seja implementado no Brasil.

A necessidade de tornar obrigatório

o teste do olhinho

O desafio de zerar a fila dos

transplantes de córnea

Helder Murari Borba

Luciene Barbosa de Sousa

Debatedores do módulo com o deputado Darcício Perondi e a senadora Ana Amélia

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O desafio de zerar a fila dos

transplantes de córnea

A

cho que a fila para cirurgias de vitrec-tomia, proporcionalmente, é maior do que a fila para cirurgias de catarata. Existem casos em que o paciente fica esperando por até três anos. Na cata-rata, se ele for operado depois de três anos, tem sua visão de volta, na retinopatia diabé-tica, não. Por esta razão, temos que construir mais centros com disponibilidade material e de pessoal para a realização da cirurgias de vitrectomia.”

Esta foi a avaliação de Mário Martins dos Santos Motta em sua exposição sobre “Pre-venção da cegueira por retinopatia diabética”, no módulo que debateu esta doença.

O módulo, coordenado por Elisabeto Ri-beiro Gonçalves, contou também com a parti-cipação dos médicos oftalmologistas Alexan-dre Chater Taleb (consultor do Ministério da Saúde), Jacó Lavinsky, Suel Abujamra, Paulo Henrique de Ávila Morales, Walbert de Paula e Souza e dos deputados federais Arlindo Chi-naglia (PT/SP) e João Ananias (PC do B/CE). De acordo com Mário Motta, a cegueira por retinopatia diabética ocorre em conse- quência do atraso na atenção médica. Estu-dos comprovam que o tratamento precoce com laser, controle clínico e, mais recente-mente, com o uso de antiangiogênicos, são capazes de reduzir a cegueira por retinopatia diabética em mais de 90%.

Para o consultor da Coordenação de Alta e Médica Complexidade do Ministério da Saú-de, Alexandre Taleb, o tratamento da retino-patia diabética foi uma das partes da Política de Atenção à Saúde Ocular em que houve avanços significativos. De acordo com ele, até 2006 não existiam os códigos funcionais e protocolos burocráticos necessários para tratamento da doença dentro da estrutura do SUS.

A partir de então, há aumento progressivo no número de procedimentos como vitrecto-mias complexas, aplicações de endolaseres simultâneos e panfotocoagulação a laser rea-lizados por meio do SUS. Citou como exemplo a marca de 127 mil operações de fotocoagu-lação realizadas em 2011.

Afirmou que a mesma tendência é observada com relação à vitrectomia: em 2006 foram realiza-dos aproximadamente oito mil destes procedimen-tos e em 2011 cerca de 14 mil.

Taleb terminou sua exposição afirmando que o desafio atual é inserir o tratamento da retinopatia diabética nas ações de atenção primária à saúde para tornar o diagnóstico mais precoce e o trata-mento mais simples, rápido, seguro e barato. Tam-bém defendeu a busca ativa dos pacientes diabéti-cos e a rediscussão dos protocolos de tratamento da retinopatia diabética para inclusão da utilização de antiangiogênicos.

Suel Abujamra, por sua vez, defendeu o trata-mento integral ao paciente diabético e a revisão de todas as políticas para o controle do diabetes. Defendeu também a maior alocação de recursos financeiros para a saúde pública. Jacó Lavinsky defendeu o resgate dos centros de referência para o tratamento da retinopatia diabética, criados em 2003 e paulatinamente esvaziados pelo poder público. Defendeu também o tratamento integrado do paciente diabético com todas as especialida-des médicas envolvidas num único espaço físico.

Walbert de Paula e Souza enfatizou que o mé-dico oftalmologista deve participar mais da triagem e primeira consulta aos diabéticos e Paulo Hen-rique Morales ressaltou que a grande dificuldade para o tratamento das doenças relacionadas com o diabetes é a construção da ponte entre a Unidade Básica de Saúde e os tratamentos especializados.

Por fim, os deputados Arlindo Chinaglia e João Ananias defenderam o fortalecimento do SUS com o aporte de maiores recursos financeiros e humanos.

Unir atenção básica e tratamento

especializado para enfrentar

o desafio da retinopatia diabética

Mário Motta Debatedores do módulo com os deputados Arlindo Chinaglia e João Ananias Debatedores do módulo com o deputado

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E

m mesa coordenada por Paulo Au-gusto de Arruda Mello, as políticas e as dificuldades existentes para a universalização dos tratamentos para o glaucoma foram debatidas como parte da programação do IV Fórum Nacional de Saúde Ocular.

A exposição inicial do tema foi feita pelo médico oftalmologista Geraldo Vicente de Almeida, que ressaltou as características do glaucoma primário de ângulo aberto que o tor-nam uma grande ameaça para a saúde ocular da população: é de difícil diagnóstico, ataca com maior frequência e virulência os afrodes-cendentes, é assintomático em seus estágios iniciais, é incurável e, se não controlado ade-quadamente, leva á cegueira irreversível.

Já o coordenador de Média e Alta Com-plexidade do Ministério da Saúde, José Edu-ardo Fogolin Passos, colocou em evidência a atuação do órgão e as dificuldades enfrenta-das junto a serviços habilitados, que levaram o ministério a exercer controle mais rigoroso na aplicação da legislação, bem como a adequar os valores, registros e sistemáticas de paga-mento. Fogolin Passos esclareceu que as sis-temáticas serão reavaliadas periodicamente, inclusive com a atuação do CBO.

O presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma, Vital Paulino Costa, por sua vez ressaltou o grande problema causado pela ausência de dados epidemiológicos confi-áveis a respeito da doença e do tratamento,

A permanente ameaça do

glaucoma

bem como da falta de informação sobre o glaucoma primário de ângulo aberto por gran-de parte da população. Lembrou também que a sociedade que preside está à disposição do Ministério da Saúde para o estabelecimento de parcerias que levem ao aumento do acesso ao tratamento.

Os debatedores e parlamentares presen-tes ao debate ressaltaram a necessidade de aprofundar as medidas para disseminar in-formações corretas entre a população e para facilitar o acesso aos tratamentos clínico e ci-rúrgico do glaucoma e que tais medidas serão muito mais eficientes se resultarem da parce-ria entre o governo, o legislativo e o Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

Geraldo Vicente de Almeida

Debatedores do módulo

Homero Gusmão de Almeida Vital Paulino Costa

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A Palavra dos

Coordenadores

O IV Fórum de Saúde Ocular não podia ter sido melhor. Houve o comprometimento do Ministério da Saúde em ouvir o CBO nas principais decisões a respeito da saúde ocular da população brasileira. Só isto já teria justificado o evento. Na verdade, desde sua criação, o Fórum Nacional de Saúde Ocular tem o objetivo de dialogar com os parlamentares e, também, concretizar o que foi debatido e acertado em benefício da população. Com a consolidação dos canais de diálogo e participação entre o CBO e os vários órgãos do ministério, evidenciados no Fórum, tenho certeza que a saúde ocular terá grande avanço no Brasil a curto prazo. Outro ponto de destaque, foi o exame da atuação do ministério, que nos reservou algumas surpresas, como o aumento do número das cirurgias de catarata e a redução da fila dos transplantes de córnea e pontos que precisam ser discutidos, como a defasagem do que é pago pelo SUS e o que é necessário para se realizar certos procedimentos com as condições mínimas que se exige de uma Oftalmologia moderna.

Marco Antônio Rey de Faria

Coordenador do IV Fórum Nacional de Saúde Ocular

N

a véspera do IV Fórum Nacional de Saúde Ocular, o presiden-te do CBO Marco Antônio Rey de Faria, Marcos Ávila, Jacó Lavinsky, Paulo Augusto de Arruda Mello e Ítalo Mundialino Marcon foram recebidos em audiência pelo vice-presidente da República, Michel Temer.

O encontro foi intermediado pelo deputado federal Eliseu Lemos Pa-dilha (PMDB/SP) e contribuiu para fortalecer a presença da Oftalmologia brasileira junto às autoridades fede-rais

Lideranças da Oftalmologia com o vice-presidente

Foi o melhor dos quatro fóruns nacionais. O Ministério da Saúde mostrou detalhadamente seu plane-jamento estratégico e ampliou as verbas para atendimento das principais reivindicações da Oftalmologia. Vai haver uma nova política, mais abrangente, e isto ficou evidente no IV Fórum Nacional de Saúde Ocu-lar. Além disso, ficou evidente a importância com que o Governo Federal dá ao CBO.

Outro benefício foi o aprofundamento do diálogo com os parlamentares de todos os partidos e as prin-cipais lideranças do Congresso Nacional. Todos que lutam pela saúde ocular sabem da importância do conjunto formado pelo Ministério da Saúde, Parlamento e CBO e da necessidade dessas instituições trabalharem em harmonia. E o IV Fórum mostrou justamente essa harmonia e a grande vontade política de todos os interlocutores em trabalhar cada vez mais para a melhoria da assistência oftalmológica à população. Começamos agora a fase de implantação de políticas, da qual o CBO vai participar ativamente colaborando e cobrando.

Marcos Pereira de Ávila

Coordenador do IV Fórum Nacional de Saúde Ocular

O Fórum foi um grande sucesso por que cumpriu as finalidades propostas. Tivemos a participação de muitas lideranças da Oftalmologia brasileira, colegas que se disponibilizaram a doar parte importan-te de seu importan-tempo para o bem comum. Tivemos a participação de gestores de saúde de todos os níveis, inclusive o ministro. Em todos os momentos, demonstramos que o profissional competente para tratar da Saúde Pública Ocular é o Médico Oftalmologista. Mostramos nossa potencialidade para ajudar, não só na logística do atendimento, como também na execução dos projetos governamentais e na avaliação dos resultados. Sabemos que cada centavo economizado é muito importante. Então a proposta é reduzir os custos sem perder qualidade. O Ministério da Saúde entendeu esta proposta e hoje coloca o CBO como órgão assessor nas decisões relacionadas com saúde ocular.

Paulo Augusto de Arruda Mello

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E

nquanto a saúde ocular era ampla-mente discutida no Auditório Petrônio Portela, no Senado Federal, o CBO preparou um ambiente real para simu-lar a mesma sensação enfrentada por um de-ficiente visual, posicionada estrategicamente na entrada da Câmara dos Deputados.

A instalação Casa dos Sentidos, simu-lação de uma residência com três cômodos (cozinha, quarto e sala) que recriava precisa-mente os aspectos de um lar comum, com a característica de ser totalmente escura para quem estivesse em seu interior e permitir aos espectadores externos acompanhar as difi-culdades dessa pessoa por um aparelho de TV especial. O espaço também continha um pequeno degrau baixo, apenas para sinalizar um bloqueio corriqueiro, tornando o trajeto um pouco mais complicado.

Para conscientizar o participante sobre o drama representado pela cegueira, os instru-tores do espaço indicavam pequenas tarefas

a serem realizadas dentro da casa tais como procurar e calçar sapatos, pegar roupas no ca-bide, encontrar papel posicionado na mesa e escrever um bilhete ou guardar objetos espa-lhados no local certo.

DePOIMeNTOS De PARTICIPANTeS A jornalista Juliana dos Santos, 25 anos, en-carou o desafio de entrar na casa e ao sair contou sua percepção do ambiente. “É uma sensação realmente de agonia, você não sabe no que está tocando, para onde está indo. É como sentir que está presa em um lugar des-conhecido e pequeno”, disse.

Esta sensação foi compartilhada pelo De-putado Federal Sandes Júnior (PP/GO). “Pro-curei também manter a calma, respirar fundo e ver as possibilidades de encontrar o livro para concluir a missão que me foi passada”.

Já para Flávio Batista, 39 anos, a iniciativa do CBO em fazer o cidadão sentir na pele a falta que a visão faz surtiu o efeito desejado

Casa dos Sentidos

simula cegueira na Câmara dos Deputados

Casa dos Sentidos

simula cegueira na Câmara dos Deputados

Casa dos Sentidos

simula cegueira na Câmara dos Deputados

Casa dos Sentidos

simula cegueira na Câmara dos Deputados

Casa dos Sentidos

Casa dos Sentidos

Casa dos Sentidos

Casa dos Sentidos

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É uma sensação

realmente de

agonia, você não

sabe no que está

tocando, para onde

está indo...

e incentiva os participantes a procurem o médico oftalmologista. “Após sair da casa e sentir como é ruim perder a visão, irei o quanto antes procurar um médico e fazer o check up anualmente e orien-tar meus amigos e familiares a fazerem o mesmo”, ressaltou Batista.

A Casa dos Sentidos ficou aberta para o público por cinco dias entre 27 de fevereiro e 2 de março. Durante esse tempo centenas de pessoas vivenciaram a cegueira por alguns minutos, entre as quais diversos parlamentares, como o Deputado Federal pelo PR/SP Francisco Everardo Oliveira Silva (Tiririca).

Além da Casa dos Sentidos, o CBO

também preparou duas exposições es

-trategicamente instaladas nos corredores do Congresso Nacional.

A primeira exposição, nomeada de

“As Condições de Saúde Ocular no Bra

-sil em 2012”, reforçou para o público as atividade do CBO e sua representação como órgão máximo da Especialidade em

todo o País. Também mostrou dados re

-lacionados com as diferentes patologias oculares.

Já a segunda exposição divulgava a realização do IV Fórum e, ao mesmo tem -po, oferecia material explicativo da situa -ção da visão nas diferentes fases da vida.

“Tiririca” ao sair da Casa dos sentidos

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Referências

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