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Clipping SCA. Data de Criação: 19/06/2020. Criado por: Biblioteca

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Data de Criação: 19/06/2020

Criado por: Biblioteca

Clipping SCA

Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de inteira responsabilidade de seus autores. Não traduzem, por isso mesmo, a opinião legal ou manifestação de integrante da SiqueiraCastro.

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Sumário das

Matérias:

Taxação sobre gigantes de TI opõe EUA à UE Valor ––19 de junho...01 Tributar mais a renda requer cuidado para evitar distorções

Valor ––19 de junho...04 Reforma eleva PIB potencial em 20% em 15 anos, diz estudo

Valor ––19 de junho...06 FMI vê falta de clareza de mandatos nas estatais brasileiras

Valor ––19 de junho...10 Impasse sobre imposto digital eleva tensão entre EUA e UE

Valor ––19 de junho...12 A reforma tributária e a intermediação financeira Valor ––19 de junho...14 Fim de plataforma eletrônica preocupa incorporadoras Valor ––19 de junho...17 Governo vai licitar duas áreas minerais

Valor ––19 de junho...20 Movimento falimentar

Valor ––19 de junho...21 Em crise, grupo de moda Inbrands renegocia contratos Valor ––19 de junho...23 Anatel aprova TAC de R$ 639 milhões com a TIM Valor ––19 de junho...25 Linha deve ter cinco anos de prazo para quitar Valor ––19 de junho...27

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Receita deve flexibilizar norma sobre residência fiscal devido à pandemia

Valor ––19 de junho...29 Carf analisa mudança não declarada ao Fisco Valor ––19 de junho...31 Taxação de grandes fortunas no cenário atual Valor ––19 de junho...33 Proposta de tributação global de Piketty traz debate para reforma no Brasil

FOLHA ––19 de junho...36 Europa afirma que vai tributar gigantes de tecnologia até o fim deste ano

FOLHA ––19 de junho...39 Empresas começam a buscar mediação para solucionar problemas trazidos com a pandemia

OESP ––19 de junho...41 Senado aprova suspensão de parcelas de empréstimo consignado por 4 meses

OESP ––19 de junho...43 Incide IOF sobre operações de factoring, decide STF Conjur ––19 de junho...45 Supremo suspende julgamento sobre incidência de IPI na revenda de importado

Conjur ––19 de junho...47 STF: São constitucionais normas que elevaram alíquota de CSLL de seguradoras e instituições financeiras

Migalhas ––19 de junho...49 Receita reduz efeitos econômicos da pandemia para beneficiários de regimes aduaneiros especiais

Migalhas ––19 de junho...51 STF: É válida cobrança de ICMS com base em lei editada antes da LC 114/2002

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Valor Econômico

Caderno: Primeira Página, sexta-feira

19 de junho de 2020.

Taxação sobre gigantes de TI

opõe EUA à UE

Após pedido de pausa nas negociações por parte de Trump, países europeus ameaçam adotar imposto unilateralmente, o que pode gerar uma guerra comercial com Washington

Por Assis Moreira — De Genebra

O risco de uma nova guerra comercial, agora entre Estados Unidos e União Europeia, aumentou com a decisão do presidente Donald Trump de sair das negociações para taxação das atividades de empresas como Google, Amazon e Facebook. Em carta, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, alegou que os EUA precisam de uma “pausa”, porque no momento o foco é no combate à pandemia.

Os europeus consideraram a decisão uma “provocação”. Os governos da região insistem no prosseguimento das negociações, que envolvem 137 países e estão sendo conduzidas pela OCDE. O plano é fechar um acordo até o fim do ano. “Isso poderá deflagrar disputas sobre impostos e, inevitavelmente, aumentará as tensões comerciais”, advertiu o secretário-geral da OCDE, José Angel Gurría.

01

Impasse sobre imposto digital

eleva tensão entre EUA e UE

EUA pedem “uma pausa” nas negociações sobre a taxação de

empresas digitais. Países

europeus ameaçam adotar

imposto unilateralmente, o que pode gerar uma guerra comercial com Washington

Por Assis Moreira — De Genebra

O risco de uma nova guerra comercial, agora entre EUA e Europa, cresceu com a decisão do governo americano de suspender sua participação nas negociações finais para um imposto mundial sobre as atividades de empresas digitais como Google, Amazon e Facebook.

O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, informou os países europeus que Washington precisa de uma “pausa” nas negociações, devido ao foco no momento à pandemia de covid-19. Os europeus consideraram isso uma “provocação” e insistem que as negociações, que envolvem 137 países, devem prosseguir na Organização para

Cooperação e Desenvolvimento

Econômico (OCDE), para um acordo até o fim do ano.

O secretário-geral da OCDE, José Angel Gurría, alertou que este não é o momento de parar as negociações. E que, na ausência de uma solução multilateral, mais países adotarão taxação unilateral.

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“Isso poderá deflagrar disputas sobre impostos e inevitavelmente aumentará as tensões comerciais”, disse Gurría. “Uma guerra comercial, especialmente neste momento, quando a economia mundial ruma para uma contração histórica, afetaria ainda mais economia, empregos e confiança.”

O plano inicial da OCDE era de se tentar alcançar um acordo político em julho. Por causa da pandemia, foi marcada nova data para ter o projeto de taxação em outubro e permitir barganhas finais até o fim do ano - algo que Washington agora tampouco quer. O ministro de Finanças francês, Bruno Le Maire, disso que França, Espanha, Itália e Reino Unido responderam a Mnuchin dizendo considerar a posição americana “uma provocação a todos os parceiros na OCDE, quando estamos a alguns centímetros do acordo sobre a taxação de gigantes digitais”.

Países europeus insistem que as grandes companhias digitais pagam pouquíssimo imposto nos países onde fazem negócios, porque se aproveitam de lacunas e transferem lucros para jurisdições com pouca ou nenhuma taxação.

A Comissão Europeia também alertou que pode impor taxação se não houver acordo até o fim do ano. A França já aplica taxa de 3% sobre a receita de serviços digitais de empresas que faturam mais de € 25 milhões no país. O projeto em debate na OCDE tem dois pilares. O primeiro visa simplificar e reescrever as regras que determinam como os lucros das multinacionais são alocados entre os países. A negociação prevê redistribuir os direitos de cobrança do imposto sobre as

02 empresas, não mais em função de sua presença física num país, mas da atividade que realiza naquele mercado. O segundo pilar do imposto global visa criar um imposto mínimo sobre as multinacionais digitais. A avaliação é que essas companhias pagam em média 9,2% de imposto sobre seus lucros, contra 23,2% das empresas de outros setores. A França já propôs cobrar uma alíquota mínima de 12,5% em nível mundial, e o acordo deve ser fechado em torno desse percentual.

Negociadores dizem que os EUA não demonstraram oposição ao segundo pilar, que é onde estará realmente o dinheiro. Importantes fontes na Europa veem um exagero na interpretação da “pausa” solicitada elos EUA. Alegam que Wa-shington não disse que abandonou a negociação global na OCDE.

Mas recentemente o governo de Donald Trump abriu investigação contra vários países, incluindo o Brasil, por causa da adoção ou plano de taxação de serviços digitais. Para isso, apoia-se na seção 301 da lei de Comércio de 1974, que dá ao governo ampla autoridade para reagir a práticas consideradas desleais que afetem negativamente interesses comerciais americanos.

Estão sob investigação por “taxas de serviços digitais” Áustria, Brasil, República Tcheca, União Europeia, Índia, Indonésia, Itália, Espanha, Turquia e Reino Unido.

Trump reclama que as empresas mais visadas por medidas adotadas ou em exame por certos governos são americanas, como Facebook, Google, Amazon e eBay.

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No caso do Brasil, o USTR reclama da chamada Cide Digital, projeto na Câmara que propõe uma Contribuição

para Intervenção no Domínio

Econômico (Cide). Se for adotada, a Cide seria aplicado sobre a receita bruta de serviços digitais prestados pelas empresas. https://valor.globo.com/mundo/noticia/2020/06/19/ impasse-sobre-imposto-digital-eleva-tensao-entre-eua-e-ue.ghtml Retorne ao índice 03

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, sexta-feira 19 de

junho de 2020.

Tributar mais a renda requer

cuidado para evitar distorções

Não faz sentido aumentar mais a

tributação da renda do

empregado formal e não corrigir a distorção na tributação de sócios

de empresas dos regimes

simplificados, diz Appy

Por Sergio Lamucci e Hugo Passarelli — De São Paulo

Há caminhos para aumentar a arrecadação sem a necessidade de se recorrer a um imposto sobre transações financeiras, como mudanças na tributação da renda, mas é importante tomar cuidado para não gerar distorções no processo, avaliam os diretores do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF). “Não faz sentido aumentar ainda mais a tributação da renda do empregado formal e não corrigir a distorção na tributação da renda do trabalho de sócios de empresas dos regimes simplificados”, resume o economista Bernard Appy.

Segundo ele, o corte dos benefícios no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) pode render cerca de R$ 50 bilhões por ano, uma estimativa do próprio governo. “No IRPF, há um

espaço enorme para eliminar

benefícios, não só com as deduções de educação e saúde”, explica.

04

Se há condições políticas para isso ser feito, é outra história. Além disso, Appy considera possível uma aumento de arrecadação da ordem de R$ 20 bilhões, a depender de como for reduzido o espaço para subtributação da renda do trabalho dos sócios de empresas em regimes simplificados (como o do lucro presumido e o do Simples, além da própria reação à mudança).

Se houver mudanças nesse campo, o ideal é “reduzir um pouco a tributação do empregado e elevar a tributação dos PJs”, diz Appy, reiterando a importância de se evitar novas distorções.

Ele destaca que a chamada alíquota marginal efetiva que incide sobre a renda de um empregado do setor formal que recebe acima de R$ 6,1 mil é de pelo menos 42,6%, “um valor muito alto”.

Já a alíquota marginal que incide sobre o rendimento de um profissional liberal de uma empresa que opta pelo lucro presumido com ganhos de R$ 40 mil por mês é de apenas 10%, diz.

Segundo o diretor do CCiF, no entanto, é preciso desfazer a ideia de que o ajuste dessas alíquotas é o que trará espaço fiscal para financiar o crescente déficit público. “A correção dessas distorções pode apresentar alguma receita, mas não é um caminhão de recursos”, defende ele.

Da mesma forma, ele afirma que há espaço para elevar a cobrança sobre heranças e doações, mas o alcance é limitado. “Não é suficiente para pagar um programa de renda mínima cujo

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custo pode chegar a R$ 400 bilhões ao ano”, diz.

A volta de um imposto sobre transações financeiras, nos moldes da antiga CPMF, é uma das propostas defendidas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como fonte de recursos para desonerar a folha de pagamentos. Os diretores do CCiF criticam a possibilidade de volta do tributo, pelos problemas e pelas ineficiências causados na economia. “Existe sim espaço para aumentar a arrecadação racionalizando o sistema tributário brasileiro. Mas a CPMF aumenta a arrecadação piorando o sistema tributário”, afirma Appy.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/06/19/tr ibutar-mais-a-renda-requer-cuidado-para-evitar-distorcoes.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, sexta-feira 19 de

junho de 2020.

Reforma eleva PIB potencial

em 20% em 15 anos, diz

estudo

Aprovação da PEC 45 teria forte efeito sobre a produtividade, de acordo com estudo feito por Bráulio Borges a pedido do Centro de Cidadania Fiscal

Por Hugo Passarelli — De São Paulo

Appy: Elevar o PIB potencial pode ser a diferença entre a solvência e a insolvência — Foto: Ana Paula Paiva/Valor

O Produto Interno Bruto (PIB) potencial do Brasil pode aumentar até 20,2% em 15 anos com a reforma tributária sugerida pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019,

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aponta estudo feito a pedido do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) por Braulio Borges, economista-sênior da LCA Consultores. Hoje, a estimativa de Borges é que a economia pode crescer, sem pressões inflacionárias, entre 1,5% a 2% ao ano.

O cálculo identificou os efeitos diretos da mudança no regime de impostos no ambiente de negócios, custo do investimento e sobretudo na melhora da produtividade. Também é esperado o fim da guerra fiscal entre os Estados. Ao aumentar a capacidade de crescimento da economia, a reforma, que se baseia em proposta do CCiF, contribui para o país ter mais recursos para bancar políticas públicas e também para garantir uma trajetória sustentável para a dívida pública.

Eurico de Santi: reforma melhora qualidade do ambiente de negócios — Foto: Nilani Goettems/Valor

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A aprovação da PEC 45, se ocorrer em 2020, teria efeitos indiretos em variáveis financeiras, como o risco-país, o que levaria o PIB potencial a aumentar até 33%. A melhora por este canal ocorreria com a percepção mais benigna dos investidores sobre a solvência das contas públicas.

Isso porque a proposta deve, além de unificar impostos, elevar a arrecadação de Estados e municípios. A expectativa é que os dois entes mais a União observem aumento anual de R$ 753 bilhões no recolhimento de impostos em um horizonte de 15 anos. O ganho é um subproduto do crescimento mais forte esperado se a proposta for aprovada.

Machado: O ideal é que o

financiamento de gastos se faça com crescimento — Foto: Ruy Baron/Valor Um dos diretores do CCiF, Bernard Appy diz que a reforma tributária ganhou urgência após a pandemia do novo coronavírus, que ampliou o déficit

07 público. Além da conta gerada pela crise, cresce o apelo para criação de uma renda mínima para a população, cujo custo fiscal ainda é desconhecido, mas certamente será elevado.

“No longo prazo, a melhor forma de financiar um programa de distribuição de renda é aumentar o crescimento potencial da economia. E a reforma tributária é com certeza a mudança institucional que tem maior impacto sobre isso. É o que pode ser a diferença entre a solvência e a insolvência”, afirma Appy, ex-secretário-executivo e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.

“É uma reforma que se caracteriza como pró-eficiência. Há melhora no ambiente de negócios, impulso no investimento em ativos fixos, mas o principal ganho, cerca de 70%, é na produtividade”, afirma Borges, também pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

A PEC 45 propõe a substituição de cinco tributos atuais (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por um único Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), cobrado de forma não cumulativa e onde os produtos são consumidos (destino). A mudança afetaria cerca de metade da carga tributária brasileira. PIS, Cofins e o

Imposto sobre Produtos

Industrializados (IPI) são tributos federais, enquanto o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é da esfera estadual, e o

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Imposto sobre Serviços (ISS), da municipal.

Também diretor do CCiF, Eurico de Santi diz que a proposta de reforma, se aprovada, melhora a qualidade do sistema tributário e também a qualidade do ambiente de negócios no Brasil.

Para Nelson Machado, outro dos diretores do CCiF, acelerar o crescimento é uma opção melhor do que financiar as despesas geradas pela crise com impostos transitórios. “Já se fala que é preciso aumentar fortemente a carga tributária para fazer frente aos custos da pandemia. O ideal é que o financiamento disso se faça no longo prazo, com crescimento”, diz ele, ex-ministro da Previdência Social.

Desatado parte do nó tributário, o país teria condições de crescer a taxas mais altas, o que aumenta a arrecadação e a capacidade do Estado de financiar programas sociais. A aceleração do crescimento prevista é gradual, assim como a reforma tributária prevista pelo texto, cujo período de transição é de dez anos para consumidores e empresas e de 50 anos para os entes federados. Os impactos sobre o PIB potencial podem ser ainda maiores. No longo prazo, período que considera a integral transição para o novo regime após 2050, apenas pelos efeitos diretos o PIB potencial aumentaria 24%; adicionados os efeitos indiretos, a alta é de 40%. Borges diz que a unificação dos cinco impostos tende a acabar com a guerra fiscal entre os Estados, ou seja, eliminar a diferença nas alíquotas de ICMS fixadas com objetivo de atrair investimento. “Temos evidência robusta de que a guerra fiscal prejudica a

08 produtividade brasileira. Não quer dizer que uma empresa é menos produtiva no Nordeste do que no Sudeste, mas a produção brasileira poderia aumentar sem mais investimento a partir da mera realocação geográfica”, afirma ele. De acordo com Borges, também é projetada a elevação do nível de investimento no país. “Cerca de 6,6% do preço final dos bens investidos corresponde a tributos. É uma carga baixa, mas a PEC desonera totalmente o investimento. Se ele aumenta, cai a obsolescência do estoque de capital e o Brasil fica mais produtivo”, afirma ele. Tentativas de mudar o regime de impostos no Brasil existem há pelo menos três décadas. Antes da crise, havia uma expectativa favorável de que textos como a PEC 45, ou mesmo outros em tramitação, conseguiriam avançar com rapidez pelo Congresso. Apesar do sinal difuso do Executivo, havia disposição dos parlamentares.

Também colaborava a favor da reforma tributária o raro consenso entre os governadores das 27 unidades da federação. “Os Estados apoiam porque a PEC tem um design jurídico atrativo. Ao mesmo tempo, a economia está crescendo pelo meio digital e isso não está sendo alcançado pelos impostos da esfera municipal”, afirma De Santi, também professor da FGV Direito.

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As discordâncias que existem sobre a PEC 45 vêm dos grandes municípios, com alta receita de ISS, e de alguns setores da economia, em especial o de serviços. “Mesmo que relativamente alguns setores e entes percam com a reforma tributária, em valores absolutos todos vão ganhar no longo prazo” afirma Borges.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/06 /19/reforma-eleva-pib-potencial-em-20-em-15-anos-diz-estudo.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, sexta-feira 19 de

junho de 2020.

FMI vê falta de clareza de

mandatos nas estatais

brasileiras

Fundo também afirma que a interferência governamental em

bancos públicos levanta

preocupações

Por Sergio Lamucci — De São Paulo

Falta de clareza de mandatos e problemas de governança são fraquezas significativas das empresas estatais brasileiras, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). No capítulo 3 do Monitor Fiscal, divulgado no mês passado, o FMI diz que a experiência dos últimos anos realçou esses pontos, embora em alguns aspectos haja um alto grau de transparência sobre essas companhias, como a publicação de

relatórios com o desempenho

financeiro e as principais relações entre essas empresas e o governo. O Fundo também afirma que a interferência governamental em bancos públicos levanta preocupações.

Ao falar da falta de clareza de mandatos, o FMI observa que, em muitos casos, as diretrizes das estatais são vagas, e os custos, desconhecidos. “Por exemplo, o TCU [Tribunal de Contas da União, em 2018] apontou que o governo não definiu objetivos e

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metas para a Petrobras ”, diz o relatório do Fundo. “Este também é o caso entre bancos públicos, em que a informação sobre mandatos e os custos totais permanecem limitados (embora alguns programas sejam explícitos sobre taxas subsidiadas).” Isso afeta uma avaliação do desempenho das estatais em relação aos seus mandatos, com efeitos adversos para a prestação de contas, diz o FMI.

O relatório aponta problemas de governança como uma das fraquezas das estatais brasileiras, um ponto que levou à corrupção disseminada

envolvendo as duas maiores

companhias não financeiras sob controle do Estado - a Petrobras e a Eletrobras. Isso contribuiu para o declínio recente dessas empresas para o investimento público, segundo o FMI. O Fundo trata ainda da interferência estatal sobre bancos públicos. “O uso do BNDES durante a crise financeira global e nos anos seguintes levantou várias questões”, afirma o relatório, lembrando que, durante a crise, o banco aumentou significativamente o crédito para tentar estabilizar a economia. A

operação, contudo, causou

preocupação, porque o grosso do crédito subsidiado beneficiou principalmente grandes empresas, e não as que enfrentavam maiores restrições de acesso a empréstimos. O BNDES continuou a expandir os financiamentos num ritmo forte mesmo depois da forte recuperação que se seguiu à crise de 2008 e 2009, de acordo com o FMI. Na recessão de 2014 e 2016, porém, a situação fiscal levou o governo a reduzir o apoio para os bancos públicos. Nesse cenário, o

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BNDES diminuiu os seus empréstimos, de modo abrupto e pró-cíclico, diz o Fundo.

A instituição observa ainda que há preocupação de que os bancos públicos possam ter estendido empréstimos sob pressão política, e não necessariamente para atingir os seus mandatos. “Além disso, transações não transparentes entre o governo e os bancos públicos contribuíram para esconder uma deterioração das contas fiscais no passado.”

O FMI reconhece que o Brasil promoveu várias reformas nos últimos anos, em parte em resposta ao escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava-jato, medidas que representaram um passo adiante para promover melhor governança. O relatório cita a aprovação de uma nova lei para estatais aprovada em 2016, com o foco especial em fortalecer a governança corporativa. O governo

federal também melhorou a

comunicação da situação dessas empresas, incluindo a relação com os bancos públicos, diz o FMI.

“Ainda assim, reformas adicionais seriam benéficas”, afirma a instituição, reiterando que a falta de clareza sobre os mandatos públicos e de um arcabouço claro de prestação de conta

permanecem como fraquezas

significativas. https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/06 /19/fmi-ve-falta-de-clareza-de-mandatos-nas-estatais-brasileiras.ghtml Retorne ao índice 11

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Valor Econômico

Caderno: Mundo, sexta-feira 19 de

junho de 2020.

Impasse sobre imposto digital

eleva tensão entre EUA e UE

EUA pedem “uma pausa” nas negociações sobre a taxação de

empresas digitais. Países

europeus ameaçam adotar

imposto unilateralmente, o que pode gerar uma guerra comercial com Washington

Por Assis Moreira — De Genebra

O risco de uma nova guerra comercial, agora entre EUA e Europa, cresceu com a decisão do governo americano de suspender sua participação nas negociações finais para um imposto mundial sobre as atividades de empresas digitais como Google, Amazon e Facebook.

O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, informou os países europeus que Washington precisa de uma “pausa” nas negociações, devido ao foco no momento à pandemia de covid-19. Os europeus consideraram isso uma “provocação” e insistem que as negociações, que envolvem 137 países, devem prosseguir na Organização para

Cooperação e Desenvolvimento

Econômico (OCDE), para um acordo até o fim do ano.

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O secretário-geral da OCDE, José Angel Gurría, alertou que este não é o momento de parar as negociações. E que, na ausência de uma solução multilateral, mais países adotarão taxação unilateral.

“Isso poderá deflagrar disputas sobre impostos e inevitavelmente aumentará as tensões comerciais”, disse Gurría. “Uma guerra comercial, especialmente neste momento, quando a economia mundial ruma para uma contração histórica, afetaria ainda mais economia, empregos e confiança.”

O plano inicial da OCDE era de se tentar alcançar um acordo político em julho. Por causa da pandemia, foi marcada nova data para ter o projeto de taxação em outubro e permitir barganhas finais até o fim do ano - algo que Washington agora tampouco quer. O ministro de Finanças francês, Bruno Le Maire, disso que França, Espanha, Itália e Reino Unido responderam a Mnuchin dizendo considerar a posição americana “uma provocação a todos os parceiros na OCDE, quando estamos a alguns centímetros do acordo sobre a taxação de gigantes digitais”.

Países europeus insistem que as grandes companhias digitais pagam pouquíssimo imposto nos países onde fazem negócios, porque se aproveitam de lacunas e transferem lucros para jurisdições com pouca ou nenhuma taxação.

A Comissão Europeia também alertou que pode impor taxação se não houver acordo até o fim do ano. A França já aplica taxa de 3% sobre a receita de

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serviços digitais de empresas que faturam mais de € 25 milhões no país. O projeto em debate na OCDE tem dois pilares. O primeiro visa simplificar e reescrever as regras que determinam como os lucros das multinacionais são alocados entre os países. A negociação prevê redistribuir os direitos de cobrança do imposto sobre as empresas, não mais em função de sua presença física num país, mas da atividade que realiza naquele mercado. O segundo pilar do imposto global visa criar um imposto mínimo sobre as multinacionais digitais. A avaliação é que essas companhias pagam em média 9,2% de imposto sobre seus lucros, contra 23,2% das empresas de outros setores. A França já propôs cobrar uma alíquota mínima de 12,5% em nível mundial, e o acordo deve ser fechado em torno desse percentual.

Negociadores dizem que os EUA não demonstraram oposição ao segundo pilar, que é onde estará realmente o dinheiro. Importantes fontes na Europa veem um exagero na interpretação da “pausa” solicitada elos EUA. Alegam que Wa-shington não disse que abandonou a negociação global na OCDE.

Mas recentemente o governo de Donald Trump abriu investigação contra vários países, incluindo o Brasil, por causa da adoção ou plano de taxação de serviços digitais. Para isso, apoia-se na seção 301 da lei de Comércio de 1974, que dá ao governo ampla autoridade para reagir a práticas consideradas desleais que afetem negativamente interesses comerciais americanos.

13 Estão sob investigação por “taxas de serviços digitais” Áustria, Brasil, República Tcheca, União Europeia, Índia, Indonésia, Itália, Espanha, Turquia e Reino Unido.

Trump reclama que as empresas mais visadas por medidas adotadas ou em exame por certos governos são americanas, como Facebook, Google, Amazon e eBay.

No caso do Brasil, o USTR reclama da chamada Cide Digital, projeto na Câmara que propõe uma Contribuição

para Intervenção no Domínio

Econômico (Cide). Se for adotada, a Cide seria aplicado sobre a receita bruta de serviços digitais prestados pelas empresas.

Para a OCDE, a taxa digital pode render US$ 100 bilhões aos países.

https://valor.globo.com/mundo/noticia/2020/06/19/ impasse-sobre-imposto-digital-eleva-tensao-entre-eua-e-ue.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Opinião, sexta-feira 19 de

junho de 2020.

A reforma tributária e a

intermediação financeira

No Congresso há duas propostas de mudança, que não mudam muito, e com mais tributos por um tempo

— Foto: Pixabay

A qualidade da arrecadação no Brasil é ruim. Está em 184º lugar entre 190 países, de acordo com relatório do Banco Mundial (Doing Business 2020). A tributação é complexa, injusta, reduz a competitividade da economia e aumenta a concentração de renda. É um quadro grave.

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Na intermediação financeira, é pior ainda. Foi objeto de remendos tributários em cada aperto fiscal que apareceu, por ser um setor com poucas empresas, totalmente formal e com eficiência de arrecadação. É possível mudar e arrecadar mais, de uma maneira mais justa e eficiente, com vantagens para cidadãos, empresas, governo, bancos e o país.

É preciso incluir no debate a

questão da incidência da

estrutura tributária no

crescimento e na concentração de renda

Um primeiro ponto a ser analisado, na qualidade da intermediação, é a incidência - quem paga a conta. Há dois tipos de incidências, a legal, de quem recolhe os impostos e a econômica, que analisa como está distribuído o ônus entre a oferta e demanda do produto tributado, os efeitos em terceiros não envolvidos diretamente e sua evolução ao longo do tempo.

Uma analogia para ilustrar o conceito é supor um tributo adicional sobre a gasolina. A incidência legal (quem vai recolher) será da Petrobras. O ônus econômico será alto para os donos de carros a gasolina e menor para os de carros flex, deve aumentar a margem para produtores de etanol e diminuir o consumo de combustíveis no país. Outras consequências são: menos quilômetros rodados, alta de preços de produtos transportados, um meio

ambiente mais limpo e um

encolhimento na produção de veículos e no crescimento da economia como um todo. Dependendo do valor do aumento e das sensibilidades das ofertas e das

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demandas da gasolina a preços, o governo pode acabar arrecadando menos.

A mesma análise pode ser feita com a intermediação financeira. Nas suas operações incidem sete tributos IOF, PIS, Cofins, IR, adicional de IR, CSLL e ISS sobre cinco bases diferentes: principal, prazo, juros, serviços e lucros. O ISS é municipal e os outros seis são do governo federal.

A quase totalidade da incidência econômica é dos tomadores de crédito e de toda a sociedade que tem uma oferta de crédito menor e mais onerosa. Há menos investimento e consumo em outros setores, crescimento mais baixo e o governo tem um resultado fiscal pior, em vez de melhor, pela má qualidade da arrecadação.

Está na ordem do dia a oportunidade de melhorar esse quadro. Há duas PECs Propostas de Emendas Constitucionais, uma da Câmara dos Deputados e outra do Senado sendo analisadas. Uma (PEC 45) é um cinco em um: PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS, transformados em um, o IBS. Há períodos de transição de 10 anos e de 50 anos. É omisso com relação ao IOF. A outra (PEC 110) adiciona também: Pasep, Cide, IOF e Salário Educação.

São duas propostas de mudar, sem mudar muito. Continuam alíquotas diferentes em cada ente da federação. Há alguns aprimoramentos, mas há também a inclusão de mais tributos por um tempo. O período de transição pode se alongar décadas. Mais importante, a análise da incidência econômica na estrutura pós-reforma não está no debate, assim como medidas de curto prazo.

15 O Executivo nunca enviou sua proposta. Passados 17 meses, anunciou que encaminhará uma até agosto e tentará criar um consenso entre as três. Anunciou também o ITF (Imposto sobre Transações Financeiras) no saque e no depósito em dinheiro, inicialmente em 0,4%, que não incidiria sobre operações de mercado financeiro e extinguiria outros tributos. A conta não fecha.

O anúncio e as duas propostas são sedutoras. O IOF seria eliminado, o novo imposto substituindo o PIS-Cofins incidiria apenas sobre tarifas, e como são valores um pouco maiores do que os serviços de terceiros (basicamente custos administrativos no balanço), o total oferecido à tributação cairia. Ficaria de fora apenas a questão da isonomia na tributação dos lucros e do tratamento ao leasing.

Deixar tudo como está para ver como é que fica é arriscado. O resultado da reforma pode ser pior para a intermediação e pior para o Brasil. Podem continuar a tributar o crédito, aumentar as alíquotas e cada Estado e município fixar alíquotas diferentes para juros, piorar ainda mais o IOF e não resolver nem questão da isonomia, nem dos créditos tributários e nem da justiça social.

A questão é o que fazer. Um primeiro ponto é incluir no debate a questão da incidência da estrutura tributária e o impacto a médio e longo prazo no crescimento e na concentração de renda. Alguns ajustes são possíveis sem reformas, como zerar o IOF, o PIS e o Cofins sobre receitas de operações de crédito e elevar a tributação para 30% do rendimento em todos os ativos de renda fixa.

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Pode-se mudar o imposto de renda e criar uma alíquota adicional de 35% para rendas acima de R$ 500 mil anuais e mudar rendimentos de juros sujeitos a tributação exclusivamente na fonte em juros recebidos como renda e descontar o imposto de renda adiantado. O IOF sobre operações de câmbio tem que ser ajustado, atualmente, tributa o turista que quer consumir aqui e isenta o investidor estrangeiro nos mercados futuros. É possível melhorar a transparência tanto do Banco Central como do Tesouro Nacional de qual é a incidência legal na intermediação. Deve-se incluir o IOF nas demonstrações de resultados das instituições e tratar o tributo como tal nas operações de crédito. Pode-se estabelecer um marco regulador para a tributação da intermediação na Emenda Constitucional que for votada, assim como eliminar algumas distorções, como créditos tributários e limites de deduções.

É uma questão importante e urgente. O setor financeiro pode ser um fator de agravamento ou de ajuda na superação da crise. Depende apenas de que ajustes sejam feitos com celeridade. O setor é intermediário, e quanto mais eficiente for, à semelhança de outros setores intermediários, como transporte e energia, mais recursos serão intermediados, haverá mais crédito e uma crise mais branda.

16 Há mais a ser feito na intermediação, na tributação e na política econômica. Mas as medidas propostas não têm porque serem postergadas. É isso.

Roberto Luis Troster é economista robertotroster@uol.com.br

https://valor.globo.com/opiniao/coluna/a-reforma-tributaria-e-a-intermediacao-financeira.ghtml Retorne ao índice

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, sexta-feira 19 de

junho de 2020.

Fim de plataforma eletrônica

preocupa incorporadoras

As associações de registradores de imóveis não podem cobrar pelo uso do Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis (SREI), por conta de liminar, o que ameaça a continuidade dos serviços

Por Chiara Quintão — De São Paulo

Luiz França, presidente da Abrainc, diz que a cobrança pelo uso dos serviços eletrônicos é necessária e haverá retrocesso se deixarem de ser oferecidos — Foto: Claudio Belli/Valor

Uma decisão liminar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) poderá resultar em prazos mais longos para a realização de operações consideradas

fundamentais para o mercado

imobiliário, como o repasse dos recebíveis dos clientes para os bancos e obtenção de certidões. Desde 16 de maio, associações de registradores de

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imóveis não podem mais fazer cobrança adicional aos emolumentos dos cartórios pelo uso do Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis (SREI) por parte de incorporadoras, imobiliárias, bancos, escritórios de advocacia e pessoas físicas.

O Registro de Imóveis do Brasil, que reúne associações estaduais dos registradores, avalia deixar de oferecer esses serviços compartilhados caso a decisão definitiva seja de que não pode haver cobrança pelo uso dessa ferramenta. Hoje, termina o prazo do julgamento administrativo, em que conselheiros do CNJ votam se ratificam ou não a decisão liminar. Se confirmada, a proibição da cobrança pelo uso do sistema eletrônico compartilhado terá validade até o exame de mérito. A liminar foi concedida pelo CNJ em resposta a uma solicitação feita em Minas Gerais. “A plataforma é uma conveniência que possibilita que o registro seja feito mais rapidamente”, afirma o presidente da

Associação Brasileira das

Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz Antonio França. Na avaliação do representante setorial, a cobrança pelo uso dos serviços eletrônicos compartilhados é necessária, e haverá um retrocesso se deixarem de ser oferecidos. França cita que, nos repasses, por exemplo, quanto menor o prazo para o registro da operação, mais rapidamente o comprador pode se mudar para o imóvel, a incorporadora reduz sua dívida com o banco, e a instituição financeira recebe pelo financiamento.

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Além da plataforma, quem precisa de serviços relacionados ao registro de imóveis pode recorrer ao balcão dos cartórios e às páginas de internet individuais dos cartórios. Segundo o Registro de Imóveis do Brasil, os serviços eletrônicos compartilhados

oferecidos pelas associações

possibilitam acesso diário à matrícula dos imóveis em tempo real e obtenção de certidão digital em duas horas ante o prazo de 24 horas dos cartórios. Pela plataforma, o registro de uma transmissão de propriedade leva até cinco dias úteis, metade do tempo necessário se a operação for solicitada em cartório. Em algumas situações, ao fazer o pedido pelo sistema integrado, o usuário pode prescindir de viajar a outro estado.

Recentemente, a Trisul registrou, de

forma totalmente digital, a

incorporação imobiliária de um empreendimento que será lançado na capital paulista. O gerente jurídico da companhia, José Carlos Mascarenhas Neves, diz acreditar que essa tenha sido a primeira operação desse tipo no Estado de São Paulo. Na avaliação do executivo da incorporadora, a utilização das possibilidades oferecidas pelo sistema eletrônico é “sem volta”.

“A agilidade dos processos permite economia de tempo e de dinheiro, além de mais eficiência”, afirma o vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Celso Petrucci), acrescentando que os custos pela utilização do sistema estão “muito bem assimilados” e que a plataforma facilita a vida de empresas e consumidores finais. “Isso estar sendo debatido agora me causa estranheza”, diz Petrucci, referindo-se à liminar.

18 Para o presidente da rede de imobiliárias Brasil Brokers, Claudio Hermolin, será “péssimo para o setor” se os serviços da plataforma deixarem de ser oferecidos. “Nós brigamos para ter, cada vez mais, agilidade e

transparência nas transações

imobiliárias, o que contribui para a segurança jurídica e para atrair investidores”, diz Hermolin. O presidente da Brasil Brokers destaca que o sistema reúne informações de unidades imobiliárias, prédios inteiros e terrenos e que, sem acesso à plataforma, investidores institucionais e pequenos investidores têm menos segurança na tomada da decisão de compra.

Petrucci, da CBIC, questiona quem arcará com as despesas de manutenção dos serviços compartilhados se não puder haver cobrança por parte das centrais de registro. Segundo o presidente do Registro de Imóveis do Brasil, Flaviano Galhardo, as associações deixarão de ter recursos para custeio da plataforma se a não cobrança pelos serviços eletrônicos compartilhados se estender por mais dois ou três meses. “Se o serviço for tirado do ar, haverá um retrocesso de mais de 20 anos”, diz Galhardo. “O usuário perderá a rapidez do documento eletrônico padronizado”, acrescenta. De acordo com o presidente do Registro de Imóveis do Brasil, o envio de documentos para registro (e-protocolo) e o pedido de certidões não eram cobrados mesmo antes da liminar.

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O valor pago pelo uso do Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis se destina também à produção de indicadores em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). https://valor.globo.com/empresas/noticia/2020/06/1 9/fim-de-plataforma-eletronica-preocupa-incorporadoras.ghtml Retorne ao índice 19

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, sexta-feira 19 de

junho de 2020.

Governo vai licitar duas áreas

minerais

Os projetos estão localizados em Goiás, Pernambuco e Paraíba Por Ana Paula Machado — De São

Paulo

O governo começa este mês o processo para concessão de áreas de mineração. O Ministério da Economia abriu as consultas públicas para os leilões para cessão de direitos minerários que compõem os projetos Fostato de Miriri (nos estados de Pernambuco e Paraíba) e Cobre de Bom Jardim de Goiás. Os ativos são de titularidade do Serviço Geológico do Brasil - CPRM, empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Em nota o Ministério da Economia informou que ambos os projetos foram qualificados como empreendimentos de prioridade nacional no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

O projeto Cobre de Bom Jardim de Goiás corresponde a um depósito de cobre, cobalto e ouro com área total de 1 mil hectares. Nessa área, o governo estimou recursos minerário de 4,4 milhões de toneladas de cobre com teor médio 0,44%. O lance inicial foi definido em R$ 2,56 milhões e o leilão será feito pela maior oferta de preço.

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Já o projeto Fosfato de Miriri tem cerca de 45 km de extensão. Localiza-se em faixa paralela à costa brasileira, ao sul da cidade de João Pessoa (PB), abrangendo os municípios de Alhandra (PB), Pedra do Fogo (PB) e chegando até Goiana, em Pernambuco. São 6,11 mil hectares de área e com potencial de produção de 55 milhões de toneladas de fosfato. O lance mínimo será de R$ 2,46 milhões.

Alexandre Sion, sócio do escritório Sion Advogados, especializado em energia e mineração, disse que esses leilões podem atrair muitos investidores estrangeiros, pois são áreas que já têm estudos geológicos que informam o potencial de cada um.

“Passa a ser muito atrativo com o dólar no atual patamar. Além dessas áreas, o governo deverá colocar em leilão outras áreas minerárias que já pertenceram a alguém e que a ANM (Agência Nacional de Mineração) deve licitar. Elas também serão pelo critério de maior preço. É um assunto de muito interesse e tem muita gente fazendo pesquisa para fazer uma proposta”, disse Sion.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2020

/06/19/governo-vai-licitar-duas-areas-minerais.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, sexta-feira 19 de

junho de 2020.

Movimento falimentar

Falências Requeridas

Requerido: Jfe 11 Empreendimentos

Imobiliários Ltda. - CNPJ:

11.096.259/0001-02 - Endereço: Setor de Rádio e Televisão Sul, Quadra Nº 701, Bloco O, Nº 110, Salas 526 a 528, Parte E, Asa Sul, Brasília/df - Requerente: Samuel Cardoso de Oliveira, Juliana Michele Vicentin e

João Batista Damaceno -

Vara/Comarca: 4a Vara Empresarial do Rio de Janeiro/RJ

Requerido: Lb 10 Investimentos

Imobiliários Ltda. - CNPJ:

10.176.231/0001-04 - Endereço: Setor de Rádio e Televisão Sul, Quadra Nº 701, Bloco O, Nº 110, Salas 526 a 528, Parte E, Asa Sul, Brasília/df - Requerente: Ananda Rodrigues Pereira de Figueiredo - Vara/Comarca: 4a Vara Empresarial do Rio de Janeiro/RJ Requerido: Leandro Aparecido Passini ME - CNPJ: 03.737.713/0001-20 - Endereço: Rua General Osório, 1734, Centro - Requerente: Gisela de Lima Racy - Vara/Comarca: 2a Vara de São Carlos/SP

Requerido: Sucip Equipamentos Hidráulicos Ltda. Epp - CNPJ: 58.292.103/0001-52 - Endereço: Rua Professor Manoel Rodrigues Lourenço, 99, Bairro Santa Rosa - Requerente:

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A2a Fomento Mercantil Ltda. -

Vara/Comarca: 4a Vara de

Piracicaba/SP

Falências Decretadas

Empresa: Fazendas Reunidas Lisot Ltda. - CNPJ: 03.940.830/0001-97 - Endereço: Av. Senador Júlio Campos, 1390, Centro, Brasnorte/mt - Administrador Judicial: Adjud Administratores Judiciais Ltda., Representada Pelo Sr. Vanio César Pickler Aguiar - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Empresa: Neroli Importadora e Distribuidora Eireli - CNPJ: 20.382.117/0001-94 - Endereço: Rua Benedito Osvaldo Lecques, 51, Sala 506, Parque Residencial, São José Dos Campos/sp - Administrador Judicial: O Mesmo Dos Autos Principais, Onbehalf Auditores e Consultores Ltda. - Vara/Comarca: 4a Vara de Barueri/SP - Observação: Extensão dos efeitos da falência da empresa Latin Investment Solutions Participações Ltda.

Empresa: Rnl Comércio de Produtos de Higiene e Serviços de Logística Ltda. - CNPJ: 04.552.729/0001-21 - Endereço: Estrada Dos Romeiros, Km 35, Galpão 183, Condomínio Morro Grande,

Santana de Parnaíba/sp -

Administrador Judicial: Sr. Paulo Roberto Bastos Pedro - Vara/Comarca: 1a Vara Regional de Competência

Empresarial e de Conflitos

Relacionados À Arbitragem da 1ª Raj/SP

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Empresa: Usival Administração de Bens Ltda. - CNPJ: 29.805.462/0001-68 - Endereço: Estrada Valença / Barra do Piraí, S/nº, Km 71, 21/1, Bairro Canteiro - Administrador Judicial: A Ser Nomeado - Vara/Comarca: 1a Vara de Valença/RJ

Processos de Falência Extintos

Requerido: Sow Importação e

Exportação Ltda. - CNPJ:

24.506.698/0001-80 - Endereço: Rua Sousa Caldas, 374, Bairro do Brás - Requerente: Dfg Fomento Comercial Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de

São Paulo/SP - Observação:

Homologado acordo celebrado entre as partes.

Recuperação Judicial Requerida

Empresa: Heanlu Indústria de

Confecções Ltda. - CNPJ:

49.682.396/0001-93 - Endereço: Rua Vinte e Oito de Dezembro, 50, Centro - Vara/Comarca: 1a Vara de José Bonifácio/SP

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2020/06/1 9/c82d8167-movimento-falimentar.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, sexta-feira 19 de

junho de 2020.

Em crise, grupo de moda

Inbrands renegocia contratos

Nelson Alvarenga Filho,

controlador do grupo, contactou grandes escritórios de advocacia, especializados em recuperação judicial

Por Adriana Mattos e Ana Paula Ragazzi — De São Paulo

A Inbrands renegocia com

fornecedores, shopping centers e debenturistas novas condições de contrato após piora da situação da rede, com o fechamento de suas lojas a partir de março. Parte dessas tentativas de acordo ainda não foi concluída. A empresa controla marcas como Ellus, Richards e Salinas, entre outras.

A companhia já registrava vendas em queda no ano passado - a receita encolheu 13,5% sobre 2018 - mas o cenário se deteriorou com a crise.

O Valor apurou que o sócio

controlador, Nelson Alvarenga Filho, esteve em contato com pelo menos dois grandes escritórios de advocacia de São Paulo, especializados em recuperação judicial, para buscar assessoria num processo de reestruturação das dívidas.

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Na noite de quarta-feira, em comunicado ao mercado, a empresa negou que prepara um plano de recuperação judicial. A nota foi divulgada após notícia veiculada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” informando que a empresa está se organizando para entrar com um pedido dessa natureza.

Segundo um fornecedor de moda masculina da empresa, a companhia negociou alongamento nos prazos de pagamentos de coleções entregues no começo do ano, com vencimento em abril. A empresa passou a vender em seus sites estoques de coleções antigas, e com isso diminuir gastos com compras de novas coleções, informou a rede em relatório do demonstrativo anual publicado semanas atrás. Nesse relatório, a empresa menciona, entre as medidas tomadas para enfrentar a crise gerada pela pandemia, a tentativa de aumento de vendas on-line, emprego de "home office" e ações para preservar o caixa.

“Com relação à queda do volume de vendas, a companhia não consegue dimensionar neste momento o impacto que terá nas operações devido a uma possível retração do mercado internacional e nacional”, diz o relatório.

No caso das negociações com shoppings, a empresa reabriu as lojas, mas busca mudanças nas condições de contrato. Segundo o Valor apurou, após a retomada das atividades, a empresa teria proposto pagamento de um aluguel menor, como percentual da venda mensal.

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Quando a receita cai muito, as varejistas são obrigadas a pagar um valor mínimo definido no acordo em vigor, que sempre é maior que o percentual da receita.

Procurada, a empresa não se manifestou até o fechamento dessa edição.

A Inbrands ainda não publicou os resultados relativos ao primeiro trimestre do ano. No demonstrativo anual de 2019, a empresa disse que, no fim do ano passado, atingiu índice de 3,20 na relação da dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, amortização e

depreciação (Ebitda).

“Consequentemente, atingiu [o limite] do índice financeiro na relação da dívida líquida e Ebitda previsto em cláusula do 3º Aditamento ao Instrumento Particular de Escritura da 4º Emissão de Debêntures”, diz o relatório da empresa. Isso a obriga a negociar com debenturistas para evitar a antecipação de vencimento.

Em 2019, a empresa tinha, em empréstimos e financiamentos, R$ 62 milhões na conta circulante e R$ 470 milhões na conta não-circulante. Ao fim de 2019, o caixa somava R$ 21,4 milhões.

A companhia informou em atas de assembleia de acionistas em abril e maio que esteve em negociações para postergação dos pagamentos da remuneração das debêntures e de adiamento também nas amortizações de dívida.

Desde o início da pandemia, nenhuma das empresas teve tantas reuniões com debenturistas como a Inbrands. Foram nove encontros desde 6 de abril e o próximo é hoje (19 de junho). Conforme

24 informações da ata, a os papéis estão nas mãos da gestora Quatá e dos bancos Itaú, Votorantim, ABC Brasil e Bradesco.

A varejista chamou debenturistas para liberar recursos de uma conta-garantia, que reúne recebíveis de cartão de crédito, para usar em sua operação. O que conseguiu até o momento foi liberar metade dos R$ 13 milhões dessa conta.

A outra metade foi para pagar a remuneração devida pela debênture até 8 de maio, além de antecipar pequeno percentual do pagamento programado para junho. O fundo NAF abdicou de receber a remuneração agora - vai receber os recursos só em 12 de julho, corrigidos por CDI + 1,5%.

Há poucos papéis em fundos. Nos últimos anos, Alvarenga Filho veio comprando debêntures da empresa no mercado, por meio do fundo NAF, que reúne as iniciais de seu nome. Hoje, ele concentra 91,35% de uma emissão (o restante está com fundos) e 24% de outra (o restante desta está com bancos).

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2020/06/1 9/em-crise-grupo-de-moda-inbrands-renegocia-contratos.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, sexta-feira 19 de

junho de 2020.

Anatel aprova TAC de R$ 639

milhões com a TIM

Operadora deverá levar cobertura de redes 4G para 366 municípios e 18 distritos que não dispõem da tecnologia

Por Daniel Rittner — De Brasília

O conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou, nesta tarde, o termo de ajustamento de conduta (TAC) com a TIM. É o segundo acordo do gênero celebrado pela agência -- o primeiro foi com a Algar Telecom. Outro processo, com a Telefônica, dona da marca Vivo, acabou sendo barrado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Em reunião extraordinária da agência, o conselheiro interino Carlos Baigorri fez pequenos ajustes no TAC e corrigiu “erros materiais”, após pedido de vista. O valor final subiu de R$ 627 milhões para R$ 638,9 milhões. Ele destacou que o TCU não impôs obstáculo à celebração do termo.

Pelas disposições originais do TAC, a TIM se compromete a levar cobertura de redes 4G para 366 municípios e 18 distritos que não dispõem da tecnologia. Eles foram selecionados entre localidades com população inferior a 30 mil habitantes e baixo índice de desenvolvimento humano nas

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regiões Norte e Nordeste. Serão 268 municípios nas regiões Norte e Nordeste, 89 no norte de Minas Gerais e 9 em Goiás. Desse total, 80% serão atendidos até o segundo ano do TAC e os demais nos 12 meses subsequentes. Em outro processo, a Anatel aprovou outra transformação de multa em “obrigação de fazer”. A medida determina que, se concordar com a proposta, a TIM instale rede de 4G em Arroio do Padre (RS), com menos de 3 mil habitantes e a 270 quilômetros de Porto Alegre. Com isso, evitaria uma sanção de R$ 134 mil.

A agência reguladora inaugurou esse recurso há pouco mais de um mês, quando a Claro foi obrigada a instalar 4G em áreas sem serviço. Esse mecanismo tem origem em sanções por descumprimento de índices de qualidade na telefonia celular. Com a aprovação pelo conselho diretor, a TIM tem 20 dias para declarar se aceita o compromisso. Em caso positivo, o prazo é de 180 dias para cumprimento da medida. Se não, a “obrigação de fazer” se reverte em multa de R$ 134,4 mil. O presidente da Anatel, Leonardo Euler, destacou a importância do ajustamento de conduta em lugar de postura sancionatória, que “não resulta na melhoria de qualidade dos serviços prestados”. Segundo ele, o acordo representa uma soma do interesse público e do interesse privado. “Caso contrário, o TAC nem seria aprovado, pois busca justamente alinhar interesses com vista de soluções de pendências regulatórias”, afirmou.

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O presidente da TIM Brasil, Pietro Labriola, entrou na reunião - que ocorreu por videoconferência -- e disse que o TAC demonstra a maturidade do setor como um todo. Ele lembrou que a celebração do termo se deu no dia seguinte à assinatura do decreto presidencial que regulamenta a Lei 13.879 de 2019, com uma série de aperfeiçoamentos no setor, como a mudança no regime de outorga de telefonia fixa de concessão para autorização.

A nova legislação permitirá que as teles incorporem, em seu patrimônio contábil, bens reversíveis, como edifícios, que precisariam ser devolvidos à União no fim dos contratos. “O TAC, as obrigações de fazer, as novas regras de concessão e autorização, os fundos setoriais e os processos licitatórios são parte da

modernização de instrumentos

regulatórios, com aplicação inteligente e coordenada para levar melhorias para o país”, disse Labriola.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2020 /06/19/anatel-aprova-tac-de-r-639-milhoes-com-a-tim.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Finanças, sexta-feira 19 de

junho de 2020.

Linha deve ter cinco anos de

prazo para quitar

Relator de MP descarta vincular

concessão de recursos a

compromisso de empresa não demitir

Por Raphael Di Cunto e Lu Aiko Otta — De Brasília

Relator da medida provisória (MP) 975, que cria o “Programa Emergencial de Acesso a Crédito”, o deputado Efraim Filho (DEM-PB) estabelecerá em seu parecer que as empresas terão cinco anos para quitarem os empréstimos e carência de ao menos seis meses para começarem os pagamentos. As linhas gerais do texto já foram apresentadas à equipe econômica e, segundo uma fonte, o governo não vai se opor à proposta do deputado.

Para Efraim, um dos motivos da MP anterior para liberação de crédito as empresas (944) não ter dado certo foi que, em alguns casos, o prazo para quitar o empréstimo era de um ou dois anos. “Está havendo reclamação de que as linhas de crédito são de no máximo um ano, as vezes três anos. Tem que ter tempo para diluir, a retomada não será tão rápida”, disse.

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Os recursos da MP 944, que seriam utilizados para financiar a folha de pagamento das empresas, ficaram empossados e o próprio governo resolveu reformular o programa. A nova MP, na visão do relator, corrige um erro que era o governo não garantir 100% do empréstimo - o novo modelo dá uma garantia global de até 30% para o conjunto dos financiamentos.

O parlamentar ainda estabelecerá um valor máximo para a taxa de juros cobrada pelos bancos. O percentual exato ainda não está definido e está em negociação com as instituições financeiras e o governo. “Será uma taxa equilibrada, que dê condição do empreendedor pagar, mas também seja atrativa para os bancos participarem do programa”, disse.

A MP previu uma taxa máxima de remuneração apenas para o Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que será de 1% ao ano, mas os juros cobrados pelos bancos ficaram para uma regulamentação posterior do Ministério da Economia. Efraim quer o valor determinado na lei.

A oposição pressiona para que a MP 975 repita uma regra prevista em outras MPs durante a pandemia e condicione a ajuda à manutenção dos empregos, mas Efraim diz que não cogita aceitar isso. “Quem quiser isso tem a opção de aderir à MP anterior [944]. A manutenção do emprego não será a causa do empréstimo, será a consequência. Uma empresa que sobrevive vai manter seus empregados. Uma que fecha vai demiti-los”, disse.

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Esse projeto visa oferecer crédito a médias e pequenas empresas, com receita bruta anual de R$ 360 mil a R$ 300 milhões. O governo aportará até R$ 20 bilhões no FGI, que cobrirá parte das perdas dos bancos - 20% da carteira estará garantida pelo programa. As pequenas terão outra linha, oferecida no Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), com cobertura de 85% da carteira de empréstimos.

Na área econômica, acredita-se que serão necessários mais 30 dias,

aproximadamente, até que os

regulamentos do FGI sejam adaptados para exercer essa nova função. Já Efraim pretende votar o projeto até o fim do mês no Congresso e conta com a simpatia dos presidentes da Câmara e do Senado, que são de seu partido, para viabilizar isso. https://valor.globo.com/financas/noticia/2020/06/19 /linha-deve-ter-cinco-anos-de-prazo-para-quitar.ghtml Retorne ao índice 28

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Valor Econômico

Caderno: Legislação e Tributos,

sexta-feira 19 de junho de 2020.

Receita deve flexibilizar norma

sobre residência fiscal devido à

pandemia

Órgão analisa medida em razão do fechamento de fronteiras e escassez de voos

Por Adriana Aguiar — De São Paulo

Advogado Hermano Barbosa: pessoa deve comprovar situação excepcional que impossibilitou retorno a residência — Foto: Leo Pinheiro/Valor

A Receita Federal vai flexibilizar, em razão da pandemia, a norma nacional que trata de domicílio fiscal. A Instrução Normativa nº 208, de 2002,

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considera residente a pessoa que completar 184 dias no Brasil, consecutivos ou não, no período de um ano. Nesse caso, terá que entregar declarações fiscais e, se for o caso, pagar tributos no país.

Segundo advogados, diversos

brasileiros residentes no exterior e estrangeiros foram obrigados a permanecer no Brasil em decorrência do fechamento de fronteiras e suspensão de voos. “Esse problema tem afetado um número significativo de clientes”, diz o advogado Hermano Barbosa, sócio da área de Direito Tributário no BMA Advogados.

Em nota ao Valor, a Receita Federal afirma reconhecer que “circunstâncias excepcionais têm provocado alteração da situação de residência fiscal de brasileiros e estrangeiros, que se encontram impossibilitados de viajar”. E acrescenta estar estudando o problema para emitir orientação às pessoas afetadas.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já se manifestou com orientações aos países para que esses eventos, por serem excepcionais, não impactem artificialmente a aquisição ou perda de residência fiscal.

Os Estados Unidos foram precursores e já editaram uma norma para flexibilizar prazos para aquisição ou perda de residência decorrente do confinamento. Uma das clientes assessoradas pelo advogado Rafael Amorim, sócio do Vieira Rezende, está apreensiva com a situação. De acordo com ele, a cliente chegou ao Brasil, onde tem residência,

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pouco antes do carnaval, com previsão de permanecer por um mês. Com a pandemia, por estar no grupo de risco, preferiu não retornar ao Reino Unido, onde realmente vive.

“Ela não está impedida de voltar, mas por uma questão de saúde preferiu ficar mais tempo por aqui”, diz. O advogado aguarda agora a edição de uma norma pela Receita Federal, que deve ampliar o prazo de 184 dias. “O meu feeling é que ela não deverá esgotar as diferentes possibilidades que podem acontecer.”

Casos simples em que há a

comprovação de que a pessoa não tem residência e relações no Brasil e permaneceu por não ter como retornar ao país de origem não devem ser motivo de preocupação ou de questionamentos pela Receita Federal, avalia Amorim. Há, porém, segundo o advogado João Marcos Colussi, sócio do escritório Mattos Filho Advogados, casos mais nebulosos de pessoas com residências em dois países e vínculos, que precisam ser analisados com cuidado.

De acordo com o advogado Hermano Barbosa, existem alguns precedentes na jurisprudência que podem ser usados por analogia. Esses julgados estipulam a flexibilização de regras de aquisição ou perda de residência. “Mas,

naturalmente, não há nenhum

precedente específico sobre situação como a atual”, diz.

Hoje, para se defender, acrescenta Barbosa, além de comprovar a situação excepcional que a impossibilitou de retornar ao seu local de residência, a pessoa pode alegar que existe tratado internacional para evitar a dupla tributação.

30 O Brasil fechou acordos com cerca de 30 países. Em geral, todos seguem um modelo padrão e preveem critérios de desempate para tratar de residência fiscal, que vão além de uma quantidade de dias estabelecidos.

O advogado João Victor Guedes, sócio da área tributária do L.O. Baptista advogados, afirma que, diante da situação excepcional, o ideal seria a Receita Federal editar uma orientação para flexibilizar a norma atual. Para ele, discussões como essa não são tão comuns no Brasil porque o país é extenso e não costuma ter brasileiros que residam aqui e trabalhem em outros países, como ocorre na Europa.

https://valor.globo.com/legislacao/noticia/202 0/06/19/receita-deve-flexibilizar-norma-sobre-residencia-fiscal-devido-a-pandemia.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Legislação e Tributos,

sexta-feira 19 de junho de 2020.

Carf analisa mudança não

declarada ao Fisco

Engenheiro deixou o Brasil para trabalhar em Portugal

Por Adriana Aguiar — De São Paulo

João Marcos Colussi: CTN determina prevalência de tratados internacionais — Foto: Nilani Goettems/Valor

Um julgamento recente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais

(Carf) chamou a atenção de

tributaristas por mencionar, pela primeira vez, critérios previstos em acordo internacional para definir

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residência fiscal e evitar a dupla tributação. O caso envolve um engenheiro brasileiro que foi transferido para Portugal.

O profissional, que não formalizou a sua saída fiscal do país, discute autuação fiscal por omissão de rendimentos recebidos no exterior. Ele foi autuado depois de fazer declaração de Imposto de Renda. Achou necessário por ter imóveis no Brasil.

O tema, segundo especialistas, ganhou importância com a pandemia de covid-19, que levou ao fechamento de fronteiras e suspensão de voos. Normalmente, a Receita Federal considera residente aquele que completar 184 dias no ano, mesmo que de forma não consecutiva, conforme a Instrução Normativa nº 208, de 2002. Apesar de o desfecho ter sido desfavorável ao contribuinte, segundo o advogado Hermano Barbosa, sócio da área de Direito Tributário no BMA Advogados, o julgamento demonstra haver um novo caminho nessas discussões ao abordar, ainda que de forma superficial, o que dispõem esses tratados internacionais.

O Brasil tem tratados para evitar a dupla tributação com cerca de 30 países. Em geral, todos seguem um modelo padrão e preveem critérios de desempate, que vão além da quantidade de dias. O primeiro deles é onde a pessoa tem residência permanente e onde mantém seu centro de interesses vitais - ou seja, onde são mais estreitas as suas relações pessoais e econômicas.

Referências

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