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Uso de aplicativos para smartphones como ferramentas de apoio em saúde.

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Academic year: 2021

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Uso de aplicativos para smartphones como

ferramentas de apoio em saúde.

Júlio Antônio Marçal Silva1, Fábio Oliveira Teixeira2

1. Cirurgião-Dentista, Mestrando em Odontologia pela UFPR, Curitiba (PR), Brasil. Especializando em Informática em Saúde pela UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil.

2. Doutorando e Mestre em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Gestão e

Informática em saúde – UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil.

Resumo

Objetivo: Realizar revisão de literatura acerca do papel dos aplicativos para

smartphones como ferramentas auxiliares em saúde. Método: Revisão de literatura,

adotamos como critério de inclusão a publicação do artigo de até 5 anos, e critério de exclusão a não abordagem sobre o apoio oferecido à saúde. Resultados: Foram selecionados cinco artigos de diferentes autores, que versam sobre o uso dos aplicativos mobile como ferramentas de apoio em saúde ou como ferramentas educacionais em saúde. Conclusão: Os aplicativos para smartphones são ótimas ferramentas de apoio em saúde, permitindo maior mobilidade, rapidez, além de despertar o interesse de profissionais em formação em saúde em formas mais dinâmicas de se tratar educação e tratamento de dados em saúde.

Descritores: ("health"[MeSH Terms] OR "health"[All Fields]) AND applications[All Fields]

Introdução

Cada vez mais os recursos tecnológicos têm sido adaptados para o uso nos processos de cuidado, promoção e educação em saúde. Ainda existem poucos estudos sobre o impacto dos dispositivos tecnológico portáteis na saúde (1). Segundo a Fundação Getúlio Vargas, em 2015, o Brasil possuía 154 milhões de telefones inteligentes conectados à internet. O 26ª Relatório Anual de Tecnologia da Informação mostrou que existem 3 terminais para cada 2 habitantes no Brasil, sendo a maioria telefones inteligentes, superando o número de computadores e tablets(6). Tais números mostram como o uso destes dispositivos é quase que indissociável da evolução no cuidado em saúde ou em outras áreas. Sendo assim, é de extrema importância conhecermos mais a respeito desta prática.

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Nossos antepassados passaram pelos mesmos dilemas quando a saúde começou a passar pela revolução tecnológica por volta de 1970-80, onde os computadores e meios digitais começaram a se fazer presentes no dia a dia do profissional da saúde. Por se tratar de uma área que tem por objetivo promover a vida, a apresentação de novas técnicas e novos meios de se trabalhar sempre geram desconfiança. E hoje com cada vez mais nossas rotinas sendo “digitalizadas” e de forma móvel, com o auxílio dos smartphones, isso ainda se complica já que aplicações mobile podem ser criadas e distribuídas de forma livre, e exigem dos profissionais atenção quanto á veracidade e aplicabilidade desses dispositivos digitais.

Sendo assim, acreditamos que trabalhos que versem sobre este tema sejam muito importantes, explicando suas vantagens e desvantagens, identificar os vieses, e principalmente descrever tendências. Já que o mercado de trabalho exige atualização constante, e a tecnologia está cada vez mais avançando em concomitância com a ciência da saúde. Assim buscamos, como os aplicativos mobile tem colaborado, e sua importância seja na educação em saúde ou como ferramentas de apoio?

Método

Desenvolvemos estudo de revisão bibliográfica de literatura. Foram utilizadas as bases de dados BVS e Pubmed, disponíveis em meio digital. Os artigos selecionados passaram pelo critério de inclusão de serem datados entre 2011-2016 (5 anos), serem estudos observacionais ou revisões de literatura (sistemáticas ou não). Já como critérios de exclusão foram adotados: Não serem publicados nos idiomas português, inglês ou espanhol, e serem datados em mais de 5 anos. Os artigos que não puderam ser disponibilizados integralmente nas bases de dados selecionadas, tiveram seu acesso por meio do portal de periódicos da Capes. Foram selecionados um total de cinco artigos.

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Resultados

ARTIGO BASE DE DADOS

OBJETIVO RESULTADO

Using apps for health and wellness, 2011.

BVS

Fazer um levantamento

sobre o uso das

aplicações voltadas ao cuidado de saúde e bem estar.

O uso de apps para

smartphones se mostrou muito efetivo, de baixo custo, e de fácil acesso, para promover o bem estar e o cuidado em saúde. Foi notório como os apps vem

suplantando o uso do

computador nesta área.

Mobile medical apps changing healthcare technology, 2011.

Pubmed

Levantar na literatura sinais de que o uso de aplicações móveis são cada vez mais fator de mudança na tecnologia de cuidado em saúde.

Foi indiscutível o papel dos aplicativos móveis na mudança do perfil do cuidado em saúde, que cada vez mais exige agilidade e atualização. Em várias áreas diferentes da saúde o uso dos apps é fator determinante para melhoria do cuidado. A systematic rewiew of healthcare applications for smartphones, 2012. BVS Classificar tecnologias de saúde à base de smartphones disponíveis na literatura acadêmica de acordo com as suas

funcionalidades, e

resumir artigos em cada categoria.

Um total de 83 artigos foram documentados, e classificados nas seguintes subáreas: Enfoque no diagnóstico da doença, Referência ao uso de drogas , calculadoras médicas , busca na literatura, comunicação clínica, Sistema de Informações Hospitalares (HIS), formação médica para estudantes de medicina ou áreas correlatas.

Applications of low-cost methodologies for mobile phone app development, 2014.

BVS Levantar as principais técnicas para construção de aplicativos por não profissionais de tecnologia, com o intuito

Foi possível constatar que os estudantes de graduações em saúde eram os maiores usuários, e que essas ferramentas disponíveis gratuitamente são boas para permitir a construção e

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de promover educação e autocuidado.

propagação de aplicativos móveis, sobretudo voltados a educação.

An empirical assessment of technology

acceptance model for apps in medical education, 2015. Pubmed Projetar, implementar e verificar se o modelo de aceitação tecnológica (TAM) pode ser utilizado para medir e explicar a aceitação da tecnologia móvel e "apps" na educação médica.

O modelo TAM obteve 46,7% de intenção comportamental de uso e criação de "apps" para a aprendizagem e possiilitou justificar e entender a situação atual da introdução de "apps" no currículo da Faculdade de Medicina.

Em 2011, Handel,M.(1) desenvolveu trabalho de revisão literária em que reunia as principais vertentes de aplicativos para smartphones disponíveis em lojas virtuais do sistema android® e iOS®, direcionados a saúde, autocuidado e bem estar. Entendo os smartphones como pequenos computadores, o autor ressalta que o poder dos aplicativos móveis não deve ser subestimado, já que cada vez mais os mesmos podem competir de igual para igual para com os computadores, na quantidade de informações, popularidade, estética e abrangência. Segundo o autor, as principais categorias de aplicativos disponíveis são nas áreas: nutrição/perda de peso, avaliação de condições de saúde, meditação/relaxamento e da relação meio ambiente- saúde. O mesmo concluiu que os aplicativos móveis possuem papel significante na educação em saúde e condução do processo saúde-doença, sendo na data do estudo, responsáveis por 25% de presença nos smartphones de alguns grupos étnicos pesquisados nos Estados Unidos.

Também em 2011, Kabachinski, J. (2) estudou como os aplicativos móveis estão mudando a tecnologia em cuidado em saúde, utilizando dados de órgãos oficiais americanos. Segundo o autor, a partir de 2009 com a explosão no número de usuários e de aplicativos móveis nos Estados Unidos, o FDA (Food and Drug

Administration) órgão governamental americano responsável por regular e

normatizar produtos médicos e alimentares, se viu na obrigação de criar guias para o desenvolvimento e regulação destas aplicações. A preocupação maior da entidade, seria quanto aos pacientes, que cada vez mais usam do recurso da

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internet para obter informações médicas, nem sempre prestadas por profissionais da área, ainda para a entidade, as aplicações voltadas aos profissionais já possuem formas de “auto regulação” como as prestadas por entidades de representativas de classe. Outros pontos abordados sobre o tema, seriam a necessidade constante de se promover a seguridade das informações transmitidas, e também sobre a importância econômica deste setor que segundo estimativas colhidas pelo autor, projetava-se em 2013 um movimento de aproximadamente US$ 4,4 bilhões. O autor concluiu que o mercado dos aplicativos para saúde é promissor, está em ampla ascensão e o maior desafios se dá na segurança das informações passadas por este meio.

Mosa (3), e colaboradores desenvolveram revisão literária sistemática sobre aplicações para smartphones para cuidados em saúde, em 2012. Utilizando a base de dados MEDLINE os autores encontraram 2894 artigos sobre o tema em suas diferentes abordagens, após aplicar seus critérios de exclusão, trabalharam com 55 artigos. Foram abordadas 83 aplicações, nas seguintes categorias: Diagnóstico de doenças (21), referências sobre fármacos (6), calculadoras médicas (8), buscadores de literatura (6), comunicação clínica (3), sistemas de informação hospitalar (4), treinamento médico (2), aplicações de cuidados gerais em saúde (7), educação em saúde (11), voltados a pacientes portadores de doenças crônicas (6), portadores de doenças especificas (9). Foi constatada uma maior taxa de download e de uso nos aplicativos de diagnóstico, calculadoras médicas e referências de fármacos. Os autores concluíram que os aplicativos são bons auxiliares na prática da medicina baseada em evidencias, sobretudo colaborando na educação em saúde.

Já no ano de 2014, Zhang (4) e colaboradores, discorreram sobre metodologias de baixo custo para desenvolvimento de aplicativos móveis em saúde. O objetivo do estudo era levantar as principais técnicas para construção de aplicativos por não profissionais de tecnologia, com o intuito de promover educação e autocuidado. Eles se basearam em duas principais ferramentas disponíveis gratuitamente: “deja vu” e “mastering psychiatry”. Foi possível constatar que os estudantes de graduações em saúde eram os maiores usuários, e que essas ferramentas disponíveis gratuitamente são boas para permitir a construção e propagação de aplicativos móveis, sobretudo voltados a educação.

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Ponce e Peñalvo (5), apresentaram em 2015 um estudo empírico sobre o modelo de aceitação do uso de aplicativos móveis na educação médica, na Universidade de Salamanca na Espanha. Foi aplicado um questionário com 29 questões a respeito da opinião de estudantes e professores das áreas de saúde, a respeito do uso de aplicativos na educação médica. Ao fim da pesquisa um total de 46,7% dos entrevistados afirmou serem favoráveis a introdução dos apps na educação em saúde, em todos os seus níveis. Porém os autores ainda sugerem que mais estudos sejam realizados para discorrer melhor acerca de vantagens e desvantagens e traçar melhor variáveis como sexo, idade, e níveis de instrução, em pesquisas sobre o uso dos apps na educação.

Discussão

Seja quanto a educação em saúde, apoio profissional e voltados aos pacientes, as vantagens do uso de aplicativos móveis superaram em grande quantidade as desvantagens abordadas por todos os autores, um dos pontos principais como a facilidade de uso, e a rapidez de acesso, destacaram-se entre os fatores principais que servem de chamariz para esta tecnologia (5), também corroborados por outros autores (2,4). É impossível negar, que com a globalização e acesso a informação cada vez mais sendo cobrado, esta forma de distribuir e adquirir informações será sempre bem-vinda.

Antes território reservado aos profissionais da tecnologia, a criação de aplicativos pode ser feita através de várias ferramentas disponíveis gratuitamente na internet, de forma bastante prática e intuitiva, permitindo que mesmo profissionais de outras áreas possam utilizá-las (4). Porém essa liberdade nos leva a reflexões sobre a confiabilidade das informações passadas e sobretudo acerca da segurança dessas informações. Quando da criação de ferramentas de apoio profissionais que envolvam dados de pacientes, é importantíssimo observar-se as regras de conselhos de ética, e possíveis normatizações já existente sobre este assunto como ressalta (2), corroborado por (1,5).

Apesar de novidades tecnológicas poderem ser muito voláteis, o uso dos smartphones parece não ser uma delas, e essa agregação quase que indissociável destes dispositivos ao dia a dia da grande maioria dos seres humanos, não pode passar longe da área da saúde. Não foram poucos os trabalhos citados por autores que expressam o grande potencial educacional em saúde, seja direcionado a

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estudantes da área ou pacientes, que os aplicativos podem exercer (1,3,4,5). Os dispositivos fixos sempre terão seu papel dentro do ambiente administrativo, porem o cuidado em saúde apresenta forte tendência apontando o uso de dispositivos móveis que conferem maior agilidade.

Conclusões

Com base nos trabalhos levantados foi possível concluir que os aplicativos para smartphones são ótimas opções para a criação de ferramentas digitais de apoio em saúde. Seu uso em várias esferas como a educacional, apoio a decisão, diagnóstico e promoção de saúde pode ser ampla e facilmente difundido, desde que sejam observados os quesitos de segurança da informação e principalmente da veracidade, já que a internet, e meios digitais podem passar por poucos filtros e normatizações que podem diminuir a validade de seu conteúdo. Além disso, seu baixo custo e ótimo alcance, pode ajudar na criação de campanhas e atos educacionais, e também servir como modelo de negócio em franca expansão.

Referências

1- HANDEL, Marshal. mHealth (Mobile Health) – Using apps for health and

wellness. EXPLORE: July, 2011, vol. 7 n. 4.

2- KABACHINSK, J. Mobile medical apps changing healthcare technology. Biomedical instrumentation & Technology; Nov/Dec, 2011.

3- MOSA, et al. A systematic rewiew of healthcare applications for

smartphones. BMC Medical Informatics & Decision Making. N. 12, 2012.

4- ZHANG, et al. Applications of low-cost methodologies for mobile phone

app development. JMIR Mhealth and Uhealth Vol 2. 2014.

5- PONCE, L. e PEÑALVO, F. An empirical assessment of technology

acceptance model for apps in medical education. J Med Syst. N. 39,

2015.

6-

Referências

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