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Novo Teste Farsa de Inês Pereira

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Academic year: 2021

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Texto

(1)

3.º Teste de avaliação – 10.º ano Educação Literária

Grupo I (100 pontos)

A (60 pontos)

Lê atentamente o seguinte texto.

ESCUDEIRO Antes que mais, diga agora, Deus vos salve, fresca rosa, e vos dê por minha esposa, por mulher e por senhora.

5 Que bem vejo

nesse ar, nesse despejo, mui graciosa donzela,

que vós sois, minha alma, aquela que eu busco e que desejo.

10 Obrou bem a Natureza

em vos dar tal condição que amais a discrição muito mais que a riqueza. Bem parece

15 que a discrição merece gozar vossa fermosura, que é tal que, de ventura, outra tal não se acontece. Senhora, eu me contento 20 receber-vos como estais: se vós vos não contentais, o vosso contentamento pode falecer: no mais. LATÃO Como fala!

25 VIDAL E ela como se cala! Tem atento o ouvido… Este há-de ser seu marido, segundo a coisa s’abala. Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira.

1. Seleciona, na fala do Escudeiro, marcas de um discurso sedutor e elogioso que caracterizam a personagem, introduzindo expressões comprovativas.

2. Explicita a função das personagens Latão e Vidal na peça.

(2)

B(40 pontos)

Lê o seguinte texto e consulta as notas apresentadas. CAPÍTULO 115

Per que guisa estava a cidade corregida pera se defender, quando el-Rei de Castela pôs cerco sobr'ela.

5

10

15

20

Nem uũ falamento deve mais vizinho seer deste capitulo que havees ouvido, que poermos logo aqui brevemente de que guisa estava a cidade, jazendo el-Rei de Castela sobr'ela; e per que modo poinha em si guarda o Meestre, e as gentes que dentro eram, por nom receber dano de seus ẽmigos; e o esforço e fouteza que contra eles mostravom, em quanto assi esteve cercada.

Onde sabee que como o Meestre e os da cidade souberom a viinda del-Rei de Castela, e esperarom seu grande e poderoso cerco, logo foi ordenado de recolherem pera a cidade os mais mantiimentos que haver podessem, assi de pam e carnes, come quaes quer outras cousas. E iam-se muitos aas liziras em barcas e batees, depois que Santarem esteve por Castela, e dali tragiam muitos gaados mortos que salgavom em tinas, e outras cousas de que fezerom grande açalmamento; e colherom-se dentro aa cidade muitos lavradores com as molheres e filhos, e cousas que tiinham; e doutras pessoas da comarca d'arredor, aqueles a que prougue de o fazer; e deles passarom o Tejo com seus gaados e bestas e o que levar poderom, e se forom contra Setuval, e pera Palmela; outros ficarom na cidade e nom quiserom dali partir; e taes i houve que poserom todo o seu1, e ficarom nas vilas que por Castela tomarom voz. (…)

E ordenou o Meestre com as gentes da cidade que fosse repartida a guarda dos muros pelos fidalgos e cidadãos honrados; aos quaes derom certas quadrilhas e beesteiros e homẽes d'armas pera ajuda de cada uũ guardar bem a sua. Em cada quadrilha havia uũ sino pera repicar quando tal cousa vissem2, e como cada uũ ouvia o sino da sua quadrilha, logo todos rijamente corriam pera ela; por quanto aas vezes os que tiinham cárrego das torres viinham espaçar pela cidade, e leixavom-nas encomendadas a homeẽs de que muito fiavom; outras vezes nom ficavom em elas senom as atalaias; mas como davom aa campãa, logo os muros eram cheos, e muita gente fora.

Teresa Amado, Crónica de D. João I de Fernão Lopes, Lisboa: Seara Nova/Comunicação, 1980, pp. 170-171.

1 puseram na cidade tudo o que tinham. 2 quando vissem que era caso para isso.

4. Refere duas medidas tomadas pelo Mestre antes do cerco da cidade, temendo a sua duração prolongada.

5. Explicita como neste excerto os atores individuais e coletivos articulam os seus esforços para o bem comum.

Grupo II (50 pontos)

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.

Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

Leitura | Gramática

(3)

Chewbacca precisa de amigos

O cinema começou por ser um espetáculo de feira. As pessoas espreitavam por óculos ou binóculos e deixavam-se surpreender pela ilusão do movimento, como se fosse magia. A elevação da tecnologia a expressão artística, como antes acontecera com a fotografia abriu novas hipóteses, libertando-o da sua génese popular. A Guerra das

Estrelas, apesar de todas as suas reciclagens, é o que de mais próximo existe com o

intuito fundador do cinema: um enorme e surpreendente espetáculo de entretenimento, megalómano nos meios e efeitos, com o objetivo assumido de gerar grandes lucros comerciais. De resto, a lógica da indústria americana nunca foi outra: os filmes são vistos como empreendimentos de investidores com o objetivo de criar riqueza. Mas atenção que tal não impediu Hollywood de gerar John Ford Nicholas Ray ou Alfred Hitchcock. Arte e comércio não são necessariamente incompatíveis, mas caso haja a necessidade de escolher entre arte e dinheiro, Hollywood opta claramente pelo segundo.

Passa-se que o cineasta George Lucas criou, em 1977, uma start up de sucesso improvável. Acreditou que o êxito popular não partia da reciclagem fácil de modelos preexistentes, mas na criação de todo um universo e de uma linguagem cinematográfica que desse prioridade aos efeitos visuais. Muitos duvidavam do sucesso da fórmula, mas acompanhando-a de uma inteligente estratégia de marketing e merchandising, também inovadora para a época, Lucas criou um novo paradigma para o cinema. A partir daí foi só saber como explorar o filão: entenda-se que a eficácia desta exploração do filão esta também dependente da capacidade artística e tecnológica. (…)

Este sétimo episódio é o grande reconciliador de gerações, fórmula perfeita para, novamente, bater recordes de audiência. Está tudo lá: Chewbacca R2 – D2, C- 3PO, Han Solo, Princesa Leia, e uma porta para Luke Skywalker. Mas também há um novo Dart Vader, inevitavelmente mais fraco que o seu antecessor, mas que faz dessa fraqueza uma fonte de enriquecimento dramático da personagem; um mau do lado do bom; um piloto com atributos humanos; e uma super-heroína que aprende a ter poderes. Há também a importação de elementos de outros filmes e séries de televisão e uma constante recapitulação da matéria dada, para ter a certeza de que ninguém fica fora do contexto. (…)

Star Wars é o que há de mais próximo do espetáculo de feira onde o cinema

começou por habitar. É bom se entretém. E se entretém é bom.

Manuel Halpern, Jornal de Letras, 23 de dezembro a 5 de janeiro, 2015, p. 21. 1. O texto apresenta características específicas do género

A apreciação crítica.

B exposição sobre um tema.

C síntese.

D artigo de divulgação científica.

2. A expressão Star Wars está destacada em itálico

A de forma intencional para realçar palavras importantes no texto. B de forma aleatória.

C para assinalar um empréstimo. D para distinguir o título do filme.

3. Na expressão “megalómano nos meios e efeitos” (l.7), a palavra “megalómano” está associada à ideia de

A rigor. B originalidade. C exuberância. D atualidade. 5 10 15 20 25 30

(4)

4. Na frase “De resto, a lógica da indústria americana nunca foi outra: os filmes são vistos como empreendimentos de investidores com o objetivo de criar riqueza.” (ll.8-9), a utilização da vírgula e dos dois pontos serve, respetivamente,

A. para introduzir uma explicação e uma citação.

B. para delimitar um conector e introduzir uma explicação. C. para delimitar duas enumerações.

D. para introduzir uma citação e delimitar uma explicação. 5. O texto apresenta

A. várias marcas de terceira pessoa nas formas verbais, nos pronomes e nos determinantes.

B. caráter persuasivo, informação seletiva e dimensão ética e social. C. caráter demonstrativo, concisão e objetividade.

D. título, subtítulo, notas de rodapé, epígrafe e bibliografia.

6. Identifica as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões sublinhadas na frase: “a lógica da indústria americana nunca foi outra” (l.8).

7. Classifica a oração “que aprende a ter poderes” (l.26).

8. Na frase “Acreditou que o êxito popular não partia da reciclagem fácil de modelos preexistentes, mas na criação de todo um universo e de uma linguagem cinematográfica que desse prioridade aos efeitos visuais.” (ll.14-16) indica a função sintática do pronome relativo.

Grupo III (50 pontos)

Escrita

“Há muitas situações em que as pessoas reagem plenamente indiferentes em relação aos semelhantes nas situações de fragilidade e incapacidade” (autor anónimo).

Tendo em conta o comentário apresentado, num texto bem estruturado, com um mínimo de 100 e um máximo de 150 palavras, apresenta uma exposição sobre a indiferença nas relações humanas.

Recorre a exemplos que conheças para fundamentares a tua opinião.

3.º Teste - 10.º ano Proposta de correção

(5)

Grupo I A

1. O Escudeiro, para seduzir Inês, mostra-se muito gentil e sedutor. Efetivamente, elogia-a e demonstra o seu desprendimento pelos interesses materiais, como se verifica em “Senhora, eu me contento/receber-vos como estais”. Trata a jovem por “fresca rosa”, fazendo-lhe vários elogios, dizendo que é “mui graciosa donzela” e dotada de muitas qualidades: “Bem parece/que a discrição merece/gozar vossa fermosura”. O discurso do escudeiro demonstra o seu caráter artificial e fingido.

2. A inclusão na peça dos Judeus casamenteiros demonstra a preocupação de Gil Vicente em, por um lado, alargar o leque da representatividade social e, por outro, reforçar o caráter cómico da farsa. As duas personagens em bloco desempenham um único papel: o de casamenteiros.

3. Neste excerto, encontramos alguns recursos expressivos. A expressão “fresca rosa” é uma apóstrofe à jovem, designada metaforicamente, de modo a destacar o facto de o Escudeiro elogiar a beleza e a juventude de Inês para a seduzir. Nas falas dos Judeus, verificamos a presença da antítese “falar”/ “calar”, realçando o efeito que as palavras do escudeiro têm na jovem, que fica sem palavras ao ouvir o Escudeiro. Estes recursos contribuem para a caracterização das personagens.

B

4. Todas as medidas tomadas pelo Mestre demonstram o seu receio pela duração do cerco, que se prevê “grande e poderoso”. Na verdade, aquando do iminente cerco da cidade, o Mestre ordenou que o povo se abastecesse de alimentos (“logo foi ordenado de recolherem pera a cidade os mais mantiimentos que haver podessem, assi de pam e carnes, come quaes quer outras cousas”) e que fossem tomadas medidas militares para proteger a cidade (“que fosse repartida a guarda dos muros pelos fidalgos e cidadãos honrados; aos quaes derom certas quadrilhas e beesteiros e homẽes d'armas pera ajuda de cada uũ guardar bem a sua”). Conclui-se, então, que o Mestre procura a melhor forma de resistir aos castelhanos.

5. Neste excerto, a preservação do bem comum depende da entreajuda entre os indivíduos. Assim, o Mestre assume o seu papel de líder incontestado do povo e as medidas que toma não são questionadas, uma vez que cada homem e cada mulher do povo contribui, como pode, para a defesa da cidade (“e como cada uũ ouvia o sino da sua quadrilha, logo todos rijamente corriam pera ela”). Os Portugueses poderão, portanto, sair vitoriosos através da união e do esforço conjunto.

Grupo II

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

(6)

predicativo do sujeito. relativa restritiva.

Grupo III Tópicos de resposta:

• a indiferença numa relação humana poderá surgir como consequência de um episódio de conflito, em que os intervenientes guardam rancor/mágoa uns aos outros;

• a indiferença entre elementos de uma família (pais e filhos, irmãos…) poderá surgir como consequência do desgaste provocado por diversas situações familiares;

• a indiferença entre os elementos de um casal poderá surgir após a descoberta de uma traição ou de uma mentira;

• a indiferença poderá surgir de forma involuntária em consequência da excessiva ocupação de um indivíduo com o trabalho, atividades de lazer ou situações que o preocupem;

• a indiferença poderá ser verificada quando um indivíduo não se importa com as condições de vida das outras pessoas que vivem em estados de vulnerabilidade (doença, pobreza, fome…);

• a indiferença nas relações governamentais, em que as nações dominantes reagem de forma desprezível para com as situações de dependência das nações que dependem de um auxilio da nação dominante;

• a indiferença nas relações de trabalho, em que a entidade patronal não se preocupa com os problemas do seu empregado, estando apenas preocupado com questões financeiras e operacionais;

Referências

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