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A Reformulação do Plano Diretor de Feira de Santana: O Lugar do Direito à Moradia e do Direito à Cidade 1

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Academic year: 2021

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A Reformulação do Plano Diretor de Feira de Santana: O Lugar do Direito à Moradia e do Direito à Cidade 1

The Reformulation of the Feira de Santana Master Plan: The Place of the Right to Housing and the Right to the City

Marcelo Diego Gomes da Silva Vitorio.2

Resumo

O presente trabalho buscou investigar qual foi o espaço reservado ao Direito à Moradia, consubstanciado pelos institutos ensejadores de regularização fundiária, e difusamente à Cidade no Plano Diretor de Desenvolvimento Territorial e Urbano do município de Feira de Santana, Bahia, bem como a participação dos setores da população na elaboração do plano diretor. A pesquisa foi concebida eminentemente empírica, utilizando-se prementemente do método dedutivo, pelo qual se partiu das questões que perpassam a discussão acerca da urbanização no Brasil para o exame da dinâmica traçada entre o adensamento populacional e a política de planejamento urbano municipal feirense, sendo elemento essencial na consecução dessa investigação. A perspectiva do “direito achado na rua” foi mister na presente pesquisa, uma vez que restou verificado que a carência de participação popular no plano diretor ensejou grandes lacunas do que tange a efetivação de institutos garantidores do Direito à Moradia e o Direito à Cidade.

Palavras-chave: Plano Diretor; Direito à Moradia; Direito à Cidade; Participação Popular.

Abstract

The present work sought to investigate what was the space reserved for the Right to Housing, embodied by the institutes that provide land regularization, and diffusely to the City in the Master Plan for Territorial and Urban Development in the municipality of Feira de Santana, Bahia, as well as the participation of the sectors of the population in the elaboration of the master plan. The research was conceived eminently empirical, using mainly the deductive method, by which it started from the questions that permeate the discussion about urbanization in Brazil to examine the dynamics traced between the population density and the municipal urban planning policy in Feirense, being essential element in carrying out this investigation. The perspective of the “right found on the street” was essential in the present research, since it was verified that the lack of popular participation in the master plan gave rise to great gaps regarding the implementation of institutes guaranteeing the Right to Housing and the Right to the City.

Keywords: Master plan; Right to Housing; Right to the City; Popular Participation.

1 Trabalho apresentado no GT 7 • Direito à Cidade

2 Bacharelando em Direito pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). É membro do grupo de pesquisa “Direito, Territorialidade e Insurgência”, da UEFS. E-mail: marcelodiego.juridico@gmail.com

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1. Introdução

As inquietações acerca das perspectivas da cidade quanto à moradia e bem-estar da população nascem do olhar descontente e insatisfeito diante de um processo de urbanização excludente, olvidando o clamor das classes mais pobres e vulneráveis (LYRA FILHO, 1982). Segundo Lima (2005), o Brasil passou por um processo de crescimento urbano “destituído” de planejamento e direcionado segundo os rumos que o capital impunha. Esse movimento descontrolado e problemático gerou graves consequências para a população, sobretudo àquela destituída de recursos econômicos, e ampliou o abismo entre as classes sociais da sociedade brasileira.

Na contramão dessa situação de mitigação sistemática de prerrogativas atinentes à própria pessoa humana, o Direito no Brasil – fazendo clara referência a legislação pátria – olvidou esse caótico estado de coisas desumano. Durante décadas o Estado brasileiro foi silente às medidas necessárias à reversão do processo de urbanização não planejado e, a despeito da atenção aos direitos humanos atinentes à essa população vivendo em situação de precariedade nos grandes centros urbanos, sempre deu demasiada atenção ao Direito à Propriedade e às medidas de contenção e zoneamento do espaço urbano privilegiando, dessa maneira, as classes sociais mais abastadas em detrimento daquelas mais pobres (LIMA, 2005).

Essa perspectiva somente foi mudar, isso no plano legislativo nacional, com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, após uma árdua luta encanpanda por setores da população brasileira. Esse marco de criação do Estado Democrático brasileiro representou um avanço relevante na forma de conceber a propriedade e a cidade no Brasil, tendo pela primeira vez uma Constituição no Brasil previsto o exercício do Direito à Propriedade à sua função social. Ademais, possibilitando que a política de organização urbanística atendesse também a uma função social respeitando, assim, a participação popular nos processos de planejamento e instando a relevância desse planejamento visar o bem estar de toda a população.

Com fins de se consubstanciar tais previsões, a Constituição de 1988 erigiu o plano diretor como meio principal para a concretização das políticas públicas urbanísticas, tendo, mais de uma década depois, a Lei de nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) ratificado a

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relevância do plano diretor na garantia das prerrogativas constitucionais no tocante à habitação e bem-estar da população nos centros urbanos.

Levando em consideração a recente aprovação legislativa e sanção executiva de um pacote visando a regulamentação e planejamento das políticas urbanísticas no município de Feira de Santana, Bahia, dando especial destaque ao Plano Diretor, este trabalho buscou entender se as garantias cingidas no texto da Constituição do Brasil e no Estatuto das Cidades no tocante ao Direito Fundamental à Moradia, e difusamente ao Direito à Cidade, foram atendidas na Lei Complementar de nº 117/2018 (Plano Diretor de Desenvolvimento Territorial e Urbano de Feira de Santana).

O estudo da historicidade do processo de planejamento urbano da cidade de Feira de Santana foi necessária a fim de se compreender a dinâmica do planejamento urbano no município. Feira de Santana desponta como uma das maiores cidades do interior das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ocupando a posição de segundo maior município do Estado da Bahia (IBGE, 2018) e, nesse sentido, a problemática acerca do planejamento urbano torna-se pujante.

Um olhar sobre as medidas alcançadas pelo PDDU, 2018, e as vias de efitivação para a garantia do Direito à Moradia e à Cidade foram buscados neste trabalho. A escassez de um estudo jurídico acerca do instrumento mor de planejamento urbano – o plano diretor – foi mola propulsora nas investigações traçadas nesse processo de pesquisa. O respeito ao próprio Estado Democrático de Direito no Brasil foi pano de fundo para a compreensão da legislação municipal no tocante à política urbana, isso tende em vista a ligação íntima que o Direito à Moradia guarda com o princípio da dignidade da pessoa humana, um dos fundamentos do Estado Brasileiro.

2. Mitigação Histórica dos Direitos à Moradia e à Cidade no Brasil e a Insurgência do Movimento Popular pela Reforma Urbana

A cidade3 torna-se, com a virada do século XIX e o galopar dos anos, o centro das relações sociais, econômicas e culturais. Findando a primeira metade do século XX (LIMA,

3 A caracterização da cidade a partir de sua funcionalidade permite determiná-la como o espaço físico de

habitação, conjugado com condições de trabalho, recreação e circulação humana (art. 2º, § 1º, Lei nº. 10.257/01). Com a fixação da cidade como o local de trabalho e exercício da cidadania, fruto de uma elevada urbanização, por vezes abrupta e desenfreada, diversos problemas acompanham o dia-a-dia das cidades: falta de habitação, especulação imobiliária, espaços vazios, trânsito caótico e outros. (MARQUES; ROCHA, 2016, p. 114)

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2005), o campo não é mais visto como sendo o único local possível para a vida e o desenvolvimento das estruturas sociais e, nesse momento, a migração das pessoas do campo para a cidade se torna notória (SILVA, 2000). Nesse processo, grandes e incontáveis problemas se formam e perduram até o Brasil hodierno. Segundo Saule (2007, p. 32) ” foi marcada por um êxodo rural altíssimo entre os anos de 1940 e 1991, quando a população urbana passou de 31,2% a 75% do total. As cidades cresceram desprovidas de infraestrutura mínima”.

A legislação brasileira cumpriu relevante papel na reprodução da exclusão das classes mais pobres e vulneráveis de uma cidade cada vez mais elitista, estabelecendo normas rígidas e irreais de organização do solo urbano (LIMA, 2005). Nessa perspectiva, além de conviverem com a precariedade de habitação, as classes mais pobres passam a enfrentar entraves na regularização de suas moradias “Ao impor uma série de exigências, a legislação veda o acesso ao solo urbanizado a uma grande parcela da população, (...) tais como, códigos de obras e edificações, lei de parcelamento urbano etc” (LIMA, 2005, p. 38) – grifos nossos.

A luta pela garantia do Direito à Moradia e à Cidade, égide do movimento pela reforma urbana, foi avultada, porém, pela quebra do regime democrático no Brasil. Em 1964, pois, o Brasil sofreu um golpe militar e o regime ditatorial suprimiu diversas correntes de reivindicações político-sociais, inclusive a luta pela reforma urbana (BASSUL, 2004). Somente após o arrefecimento do regime militar, que houve uma lenta e gradual abertura política e visibilidade dos movimentos sociais (SAULE, 2007).

O movimento pela reforma urbana ganhou força com a queda do regime militar e a abertura política. Os planos engendrados para a elaboração de uma nova Constituição fomentaram que várias entidades da sociedade civil organizada pudessem propor que os princípios da reforma urbana figurassem no novel texto constitucional.

Ganha especial destaque nessa batalha o papel do IAB, bem como o de outros movimentos sociais e organizações da sociedade civil organizada e entidades de classe, e o documento formulado pelo instituto décadas anteriormente serviria de base para a emenda popular de nº 63/1987 (Emenda Popular da Reforma Urbana) essa, por sua vez, foi mola propulsora para a inclusão na Constituição de 1988 dos princípios da Reforma Urbana. Frise-se que essa emenda foi subscrita por 131.000 eleitores mostrando (BASSUL, 2004), dessa forma, que as reivindicações do movimento pela reforma urbana não era somente uma

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aspiração de estudiosos e técnicos, mas uma vontade eminentemente popular (LYRA FILHO, 1982).

Diante desse cenário, as insatisfações e lutas por uma reforma desse modelo de cidade e de legislação altamente supressores ganham relevo. Conforme Bassul (2004), após um longo período de manifestações, foi proposta uma emenda popular que propunha que os princípios da Reforma Urbana fossem introduzidos no texto da Constituição de 1988, tendo essa sido parcialmente aprovada durante o processo de elaboração da Constituição. Mesmo de forma mitigada, a linha principiológica adotada pela emenda da Reforma Urbana foi contemplada na Constituição de 1988.

2.1 O Tratamento Constitucional e Infraconstitucional do Direito Fundamental à Moradia e do Direito à Cidade: a Lei nº 10.257/2001 (Estatuto das Cidades) e o Papel Central do Plano Diretor na Instituição das Políticas Públicas Urbanas

No Brasil, a Constituição Federal restou por positivar o Direito à Moradia com a vigência da Emenda Constitucional de nº26/2000. Somente a partir dessa emenda, que veio a figurar expressamente positivado o Direito à Moradia na Carta Magna brasileira, frise-se que como um dos Direitos Sociais Fundamentais (COSTA, 2018). O Direito à Moradia, gizado no art. 6º da Carta Política brasileira, foi posto no Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais – conferindo-o status de cláusula pétrea, tendo em vista que a Constituição impede, na forma do art. 60, §4 (BRASIL, 1988), que qualquer iniciativa de emenda a Constituição venha a abolir qualquer um dos direitos alcançados nesse título (LOPES, 2012).

Com o fito de assegurar a consecução dos objetivos e princípios insertos no texto da Constituição Federal no tocante à função social da propriedade e promoção de políticas públicas para o bem-estar da população nos centros urbanos (LIMA, 2005), foram implementados institutos jurídicos de sobremaneira relevantes tais como a usucapião urbana, concessão de uso, desapropriação mediante indenização e o imposto predial territorial urbano (IPTU) progressivo, nos termos dos arts. 182, §4º e os seus incisos e 183 (BRASIL, 1988). Além de alçar o Plano Diretor como instrumento basilar de organização urbana e implementação de políticas públicas voltadas ás funções sociais da propriedade e da cidade.

O Estatuto da Cidade, Lei de nº10.257/2001, foi sancionada em 10 de junho de 2001, entrando em vigor 90 dias após a publicação, conforme o art. 58. Foi o marco que há muito se

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aguardava para que as medidas tendentes a viabilizar um planejamento urbano adstrito aos princípios da Função Social da Propriedade e da Cidade. No plano do Direito à Moradia, cingiu diversos institutos jurídico-urbanísticos assaz para a regularização fundiária e outros que indiretamente contribuem para a garantia do Direito Fundamental à Moradia. Sobre a centralidade que o plano diretor tomou no Estatuto da Cidade, seus atributos mínimos e sua relevância na adoção de medidas capazes de garantir o Direito à Moradia e à Cidade, dando especial atenção a regularização fundiária, aduz Lima (2005, p. 68) – grifos nossos:

Ao “delimitar”, “fixar”, “estabelecer as bases” para aplicação dos instrumentos contidos no Estatuto da Cidade, o Plano Diretor não pode deixar de levar em consideração os princípios e as diretrizes da política urbana, sob pena de está ferindo o princípio da justiça social que guiou a construção dessa nova ordem urbanística. Sendo então a regularização fundiária uma dessas diretrizes, a aplicação desses instrumentos deverá ser feita de forma orquestrada de modo a viabilizá-la.

Por conseguinte, a prevalência em estruturar as definições acerca da política urbanística no instrumento do plano diretor revela que houve certa preocupação do legislador em assegurar a reunião dessa política, que é multifacetada, num só instrumento único capaz de assessorar os rumos do crescimento do município – região metropolitana – e das medidas atinentes a enfrentar os gargalos de um processo de urbanização não planejado. Embora essa interpretação possa ser conferida, segundo Villaça (2005), as cidades agoniam numa série de problemas que não tem o condão de serem resolvidos com a “simples” adoção do plano diretor.

3. O Caso do Município de Feira de Santana

Segundo maior município do Estado da Bahia e um dos maiores do interior das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (IBGE, 2010), Feira de Santana sofreu com as mesmas problemáticas no tocante à expansão urbana que marcaram a história moderna de relevantes centros urbanos no Brasil, com matizes próprias, e os reflexos são hodiernamente sentidos.

O município de Feira de Santana enfrenta necessidades habitacionais relevantes, marcadas pelo déficit4 e as inadequações em termo de habitação. Segundo Souza (2014, p.7) –

4 O conceito de déficit aponta para a necessidade de construção de novas moradias em substituição ao estoque já

existente ou não, e a inadequação habitacional refere-se a problemas na qualidade das moradias existentes ou na qualidade de vida dos moradores e não ao dimensionamento do estoque habitacional, mas às especificidades desse mesmo estoque (FJP, 2007, pág.111 apud SOUZA, 2014, p. 7).

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grifos nossos “O déficit urbano do TI Portal do Sertão, em termos absolutos, soma 20.605 UHs e concentra-se no município de Feira de Santana, com 15.219 UHs, que representam 73% do déficit urbano do TI (...).”.

Isso fica evidente na repressão da ocupação ocorrida no bairro Lagoa Salgada, em 2018, por famílias pobres, essas famílias se instalaram em barracos de madeira e foram retiradas à força por pessoas desconhecidas do local em ação ocorrida no período da madrugada.

Figura 1 – Foto: Miro Nascimento, 2018 Fonte: www.bomdiafeira.com.br

A razão da análise desses dados no presente trabalho remonta a necessidade de se explicitar as razões pelas quais a implementação dos princípios atinentes ao texto da Constituição Federal e do Estatuto da Cidade, cingidos no Plano Diretor, são imperiosas. Dessarte, um Plano Diretor distante dessa realidade e circunstâncias estaria a incorrer em vício de inconstitucionalidade. O questionamento fica aqui em suspenso, mas é respondido no próximo e derradeiro capítulo.

3.1 Planejamento Urbanístico em Feira de Santana: Do Plano de Desenvolvimento Local Integrado (PDLI), 1968, ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Territorial (PDDU), de 2018

A legislação urbanística de Feira de Santana é marcada no processo histórico do município como problemática e pueril. Foram diversas as tentativas de se implementar um

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plano diretor, sendo que somente um dos quatro projetos criados resultou na positivação legislativa de um dos projetos, na forma da Lei Ordinária nº1614 de 1992 (SANTO, 2012).

Após esse longo período entre a positivação do segundo projeto de plano diretor, em 1992 com a Lei nº1614, até o começo das discussões em torno do recém aprovado Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Territorial (PDDU), Lei Complementar nº 117/2018, se passaram mais de duas décadas. A população do município baiano cresceu e a cidade ocupa atualmente o posto de segunda maior cidade da Bahia, com mais de 609 mil habitantes (IBGE, 2018). Somente em 20 de dezembro de 2018, mais de 26 anos após a implementação legislativa do Plano Diretor de 1992, foi sancionada a Lei Municipal Complementar de nº 117/2018, Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Territorial (PDDU) da cidade de Feira de Santana.

A participação popular da elaboração do PDDU deixou dúvidas, apesar de a empresa responsável pela elaboração dos anteprojetos de lei afirmar em documento com o compilado da trajetória da elaboração dos anteprojetos de leis – PDDU, LOUOS, Código Ambiental do município – afirmar que foram atingidos diretamente cerca de 106.927 pessoas no decorrer desse processo (ARGOLO, 2018). Nas audiências públicas, forma mais próxima e direta na participação das discussões em termo de políticas públicas, promovidas tanto pelo Poder Executivo de Feira de Santana quanto pelo Poder Legislativo, que no total foram 19, apenas 759 pessoas se fizeram presentes nesses debates.

Segundo dados de Argolo (2018), das cerca de 106 mil pessoas apontadas como atingidas no decorrer do processo de elaboração do anteprojeto e discussão legislativa, cerca de 40 mil foram contactadas por meio das redes sociais (Facebook, Instagram e WhatsApp), do site do Projeto Integra Feira e de uma lista de e-mails não divulgada. Observa-se, nesse contexto, que grande parte da participação apontada pela empresa parte de contatos insipientes, levando em conta a baixíssima participação da população – apenas 759 - no que é tido como o meio mais direto de discussão de políticas públicas, as audiências públicas.

No decorrer deste trabalho de pesquisa, foi procedida uma visita à Câmara de Vereadores no dia da discussão de um dos projetos de lei inseridos no pacote de projetos de lei de ordem urbanística e se verificou a parca participação da população, tendo a audiência

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contado com poucos profissionais da área e alguns estudantes de arquitetura e urbanismo. Como aponta Villaça (2005), os grandes interessados – as classes mais bastadas - na aprovação de um plano diretor conseguem se articular para fazer valer suas reivindicações, no entanto, o grosso da população se vê alheia nessas importantes discussões. O poder público é ineficiente em gerar a atenção da população nessas discussões e pode ser evidenciado nas discussões em torno do PDDU de Feira de Santana.

3.2 O Direito à Moradia e os Instrumentos de Regularização Fundiária no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Territorial (PDDU) de Feira de Santana

O Direito à Moradia carece de efetivação frente a vários obstáculos, dentre estes, a insegurança em relação à posse e a propriedade das habitações é o mais contundente (MARICATO, 1996). O plano diretor, nessa monta, como principal meio para implementação de uma política urbana adstrita aos princípios da função social da propriedade e da cidade, deverá assegurar que os institutos jurídicos que garantem a posse e a titulação de habitações irregulares sejam expressamente incluídos em seu texto.

Segundo Alfonsin (1997), a regularização fundiária, pois, é medida de relevante importância tanto na proteção da segurança da posse dos imóveis já ocupados, quanto no alinhamento das públicas de promoção de melhores condições de habitabilidade (projetos de saneamento básico, manutenção das habitações, instalação de creches e postos de saúde etc.), bem como na adequação da legislação para a inserção dos assentamentos irregulares no campo da legalidade. Pode-se conceituar juridicamente a regularização fundiária como gênero do quais as espécies são diversos institutos jurídicos de direito real ou não, que consubstanciam as prerrogativas atinentes à posse, titulação da propriedade de imóveis urbanos e de assentamentos. Além disso, outros instrumentos jurídicos-urbanísticos também podem ser utilizados para fins de resolução da questão da regularização fundiária. Segundo Lima (2005, p. 64) – grifos nossos:

Esse novo marco normativo, além de prevê instrumentos jurídicos úteis à titulação dos assentamentos, tais como usucapião urbano individual e coletivo, concessão de uso para fins de moradia, direito de superfície e concessão de direito real de uso, prevê também instrumentos urbanísticos e de gestão democrática que deverão ser utilizados na implementação de uma política de regularização fundiária. [...] os instrumentos de política urbana trazidos pelo Estatuto da Cidade que podem ser utilizados na implementação de uma política

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de regularização fundiária estão as zonas especiais de interesse social, preempção, solo criado, transferência do direito de construir, assistência jurídica e técnica, audiências públicas, conferências etc., devendo sua aplicação

ocorrer de forma orquestrada com os instrumentos de titulação do solo.

No plano do Plano Diretor de Feira de Santana, observa-se que foi reservado um título específico para o tratamento das questões envolvendo habitação no município de Feira de Santana, o título IV – Da Política Municipal de Habitação – com cinco capítulos. Nesse título são discriminados um rol extenso de diretrizes que serão tomadas pelo município para a garantia do Direito à Moradia. Prefacialmente, dispõe o PDDU, que:

Art. 25 - A Política Municipal Habitacional (PMH), instituída pela Lei

Complementar nº 65/2012, tem por objetivo universalizar o acesso à moradia com

condições adequadas de habitabilidade, priorizando os segmentos sociais

vulneráveis, mediante instrumentos e ações de regulação normativa, urbanística

e jurídico-fundiária. (FEIRA DE SANTANA, 2018, não paginado) – grifos nossos

Observa-se que é de pronto cingida a pretensão de universalização do acesso à moradia no município e, nesse sentido, põe como instrumentos de efetivação a regularização fundiária. Outro ponto a se destacar é o destacamento da lei aprovada em 2012, Lei Complementar de nº 65, tratando sobre a habitação de interesse social no município, sugerindo uma integração dos dispositivos do PDDU com a referida lei.

O PDDU, 2018, avança em relação ao Plano Diretor de 1992 ao trazer a instituição de princípios e institutos jurídicos para a política de habitação, tais como as ZEIS, a discriminação dos instrumentos jurídicos para concretização da regularização fundiária e a fixação de prazos a instituição de algumas políticas trazidas no plano. Assevera o PPDU, em sede do art.26, que (FEIRA DE SANTANA, 2018, não paginado) – grifos nossos:

I – articulação dos programas habitacionais com os de gestão ambiental, transporte, saúde, educação, ação social e geração de emprego e renda;

II – instituição de Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), mediante legislação específica, no prazo máximo de um ano, a contar da publicação desta Lei, nos termos definidos pela política urbana previstos no Estatuto da Cidade e neste PDDU 2018, delimitadas conforme presentado no Anexo VI, devendo ser

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atualizado com os dados do censo demográfico do IBGE, previsto para 2020; (...)

XIX - criação de um Fundo Municipal de Habitação Popular e Regularização Fundiária;

XX - relocação da população assentada em áreas de risco;

XXI - promoção da regularização urbanística e jurídico-fundiária dos assentamentos precários e loteamentos irregulares.

§ 1º - As diretrizes dos incisos III, IX, X, XIV, XV, XVI, XVIII, XIX e XXI devem ser cumpridas no prazo máximo de um ano, a contar da publicação desta Lei;

O Plano Diretor traz uma série de princípios que não cabem aqui explicitar, contudo, dá-se atenção à fixação de prazos para a consecução das diretrizes firmadas. No tocante à regularização fundiária, o PDDU condiciona sua concretização ao prazo de um ano, bem como a fixação das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) – política pública de extrema relevância para a garantia do Direito à Moradia e à Cidade. Entretanto, é confusa a redação do parágrafo primeiro, que não inclui o inciso referente à instituição das ZEIS, sendo que o inciso II fala expressamente sobre a implementação das ZEIS no prazo de um ano. Ademais, parece afoito a fixação do prazo máximo de um ano para a consubstanciação de um plano de regularização no município, seja pela dimensão da problemática ou pela competência do Poder Executivo em realizar tal tarefa em tão apertado prazo.

Na fixação dos instrumentos urbanísticos de regularização fundiária, o Plano Diretor assevera, em sede do art.55, que serão utilizados ZEIS; Concessão de Direito Real de Uso (CDRU); Concessão de Uso Especial para fins de Moradia (CUEM); demarcação urbanística e legitimação de posse; Transferência do Direito de Construir – TRANSCON; assistência técnica, urbanística, jurídica e social gratuita; apoio técnico às comunidades na utilização de instituto da usucapião especial de imóvel urbano.

O PPDU apenas prevê, pois, os principais institutos jurídicos na consecução da regularização fundiária. Do ponto de vista formal atende aos preceitos expostos no texto constitucional e infraconstitucional, com o Estatuto da Cidade. Além de ratificar os institutos sobreditos, o Plano prevê, em sede do art. 232, Parcelamento, Edificação ou Utilização

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Compulsórios, IPTU Progressivo no Tempo e Desapropriação com Títulos da Dívida Pública; Outorga Onerosa do Direito de Construir; Direito de Preferência (Direito de Preempção); Direito de Superfície; Operações Urbanas Consorciadas; Outorga Onerosa de Alteração de Uso. Observa-se que o Plano buscou articular as medidas de regularização fundiárias com as diretivas capazes de assegurar o Direito à Moradia. Há uma fixação dos institutos de Regularização Fundiária com a adoção de planos, sendo postos alguns prazos para a concretização desses.

A positivação dos institutos de regularização fundiária são um avanço na legislação urbanística feirense, tendo em vista que seu plano diretor passado, de 1992, restou apenas por fixar diretrizes generalistas de regulamentação dos aspectos urbanos, a despeito de fixar garantias pelas quais os cidadãos pudessem consubstanciar o Direito à Moradia e à Cidade cingidos no texto constitucional.

A previsão das ZEIS, apesar de não inovar no ordenamento jurídico municipal, tendo em vista a previsão desse instrumento jurídico na Lei 2.987/2009, foi relevante, pois a adoção de critérios mais claros e objetivos para a regularização dessas zonas de interesse social tendem a facilitar o processo.

4. Considerações Finais

A política urbana no município sempre ficou ao alvitre dos governos executivos e isso se tornou um óbice à participação da população – um dos princípios angulares na discussão e implementação de políticas públicas urbanas e da concepção do direito achado na rua – que assistiu ao manejamento e conformação da cidade de Feira de Santana ao “estro” da vontade política dominante nos governos executivos da cidade e, nesse sentido, se revestiu de relevância a discussão em torno de um novel plano diretor. Entretanto, embora veiculado que as discussões em torno do plano diretor reuniu grande parte dos cidadãos feirenses, o número dos presentes em todas as audiências públicas realizadas para a discussão do plano foi muito diminuto, inferior a 800 habitantes (ARGOLO, 2018).

A positivação dos institutos de regularização fundiária é um avanço na atual legislação urbanística feirense, tendo em vista as limitações evidentes do plano diretor de 1992, reduzido à fixação de diretrizes generalistas de regulamentação dos aspectos urbanos (VILLAÇA, 2005).

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Por outro lado, considerando a finalidade dos instrumentos jurídicos urbanísticos do Estatuto da Cidade, o PPDU de 2018 não resiste a certas fragilidades. À título de exemplo, a previsão das ZEIS, que não é exatamente uma inovação neste diploma legal, tendo em vista a previsão desse instrumento jurídico na Lei 2.987/2009, serviu, basicamente, para fixar as regiões dos condomínios “Minha Casa minha Vida”.

Em outras palavras, PDDU de Feira de Santana prevê formalmente institutos ensejadores do Direito à Cidade e do Direito à Moradia, contudo, se tomados como referência o histórico do planejamento urbano no município, a projeção de concretização dos instrumentos de regularização fundiária são distantes e dependerão em muito das pressões populares para que o Poder Executivo seja tensionado e constrangido a concretizar aquilo que não tem sido mais do que letra-morta da lei.

REFERÊNCIAS

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