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Um Modelo para a Mensuração de Custos e Benefícios da Integração Siderúrgica na Área Andina(*)

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Academic year: 2021

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Custos e Benefícios da Integração

Siderúrgica na Área Andina(*)

Osvaldo H. Schenone ( * * J

1. INTRODUÇÃO

N a lite ra tu r a tra d ic io n a l (1) sobre u n iõ es a d u a n e ira s a p a r­ t ir de 1950 em d ian te, a ênfase te m incidido sobre os conceitos de criação e desvio de co m ércio (***). E stes co n stitu e m os in d i­ cadores dos efeitos de u m a u n ião a d u a n e ira sobre a alocação de recu rso s nos países m em bros.

U m país o btém benefícios de u m a união a d u a n e ira q u an d o im p o rta b ens de o u tro m em b ro da união a preços in ferio res aos custos de produção dom éstica de ta is b en s (criação de co m ér­ cio). P o r o u tro lado, u m país in c o rre em custos devidos a u m a u nião a d u a n e ira no caso de im p o rta r b ens de o u tro m em b ro da un ião a preços su p erio res aos preços líquidos de ta rifa , pelos quais p o d eria o b te r os m esm os b en s de o u tro país não m em bro

(desvio de com ércio).

(*) T rad u z id o do o rig in al e sp a n h o l “U n M odelo p a r a la M edición de Costos y B eneficios de la In te g ra c ió n S id erú rg ica en el A rea A n d in a" (* * ) O a u to r é P ro fesso r d a U n iv ersid ad e C ató lic a do C hile.

< * * * ) N .T .: — O p to u -se p o r seg u ir o o rig in al, tra d u z in d o desviación por desvio, como co rrelato do in glês trade diversion, m a triz do te rm o na lite r a tu r a tra d ic io n a l sobre un iões a d u a n e ira s .

(1) Ja c o b V IN E R — The Customs U nion Issue, 1950; J.E . M EADE — The Theory of Customs U nion, 1955.

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E m consequência, u m a união a d u a n e ira será benéfica p a ra u m país quando o efeito criação de com ércio s u p e ra r o efeito desvio de com ércio.

N a discussão das uniões ad u a n e ira s latin o -am erican as (das quais o P acto A ndino é u m ex em p lo ), todavia, o arg u m en to p reced en te se a p re se n ta quase que to ta lm e n te ofuscado p o r u m a m ais rece n te ênfase sobre os benefícios que re su lta ria m do ap ro v eitam e n to das econom ias de escala que a am pliação do m ercado p roporcionada p ela união a d u a n e ira to rn a ria possível.

A ex istên cia de econom ias de escala foi fo rm alm en te incor­ p o rad a à te o ria de uniões a d u an eiras em W.M. C o rd en (2). T al incorporação agrega dois efeitos adicionais àqueles já m encio­ nados de criação e desvio de com ércio, e que correspondem aos efeitos de “redução de cu sto ,, e “supressão de com ércio,, O p rim eiro se re fere ao fato de que, em p resen ça de econom ias escala, o au m en to da produção p a ra o ab astecim en to de u m no­ vo m ercado ex tern o red u z o custo da produção dom éstica. O segundo diz resp eito ao fato de que a am pliação do m ercado e as econom ias de escala (ju n to à im posição de u m a ta rif a e x te r­ n a com um ) p erm item que a produção dom éstica su b stitu a im ­ p ortações de países não m em bros de u m custo m en o r ao de produção in te rn a .

Ao in c o rp o rar econom ias de escala à análise das uniões ad u an eiras, C orden co rreta m e n te tom a como ponto de p a rtid a que os países — p re v ia m en te à form ação da u n ião — im p o rtam ou p roduzem a to ta lid a d e do consum o dom éstico dos bens de cu ja in teg ração se tra ta , p o rém não im p o rta m u m a p arte , e p ro d u zem o re sta n te , do consum o dom éstico. A razão consiste em que, se a in d ú stria pode (nas condições v ig en tes de preço in te rn a cio n a l e ta rifa dom éstica) ab aste cer u m a p a rte do m e r­ cado dom éstico, e n tão pode, a fortiori, ab a ste ce r a to ta lid ad e do m ercado, su b stitu in d o aos fornecedores estran g eiro s (devido ao suposto de econom ias de escala: custos m édios decrescentes).

C ontudo, este clara m e n te não co n stitu i o caso da s id e rú r­ gica nos países da área A ndina: com exceção da B olívia, em todos os países da área a produção dom éstica coexiste com su b stan ciais volum es de im portações. T al observação p ro je ta

(2) W .M . CO RD EN — "Econom ies of Scale a n d C ustom s U n io n T h e o ry ”. A gradecem os a Jo rg e G arcía , d a U n iversidad e dos A ndes, C olôm bia, por nos h a v e r ch am ad o a ate n ç ã o p a ra este im p o rta n te artig o .

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so m b ras de d ú v id a sobre a existência, n a v erd ad e , de econo­ m ias de escala n a sid erú rg ic a an d in a, so m b ras estas qu e só u m a investigação em p írica pode dissipar.

S u ponha-se que u m a ta l investigação m o strasse que, como os técnicos d esta in d ú s tria d e c lara m en fa tica m e n te , ex istem com efeito econom ias de escala em certo s p ro d u to s qu e se im ­ p o rta m e ao m esm o tem po se p ro d u zem do m esticam en te, (o caso, p o r exem plo, de p ro d u to s planos de aço). Isso le v a n ta ria a exigência de u m a explicação p a ra o fato de que a p rodução dom éstica não se te n h a expandido, a té co b rir a to ta lid a d e do consum o dom éstico.

E sta explicação pode se d esen v o lv er em te rm o s de in d i- visibilidades im p o rta n tes que fazem do ta m an h o de p la n ta u m a v a riá v el discreta, d e fo rm a qu e os p ro d u to re s locais pod em ju lg a r conveniente se a p ro x im a re m — sem e fe tiv a m e n te a tin ­ g ir — ao n ív e l preciso de p rodução de au to ab astecim en to .

O utros arg u m en to s passíveis de ju s tific a r a co ex istên cia de im portações e produção dom éstica n a p resen ça de econom ias de escala potenciais consistem em p o stu la r que os p ro d u to re s dom ésticos p o d eriam não co n sid erar e stra te g ic a m e n te conve­ n ien te a su b stitu ição aos fo rn eced o res estra n g eiro s do m ercado, p or te m o r de que isso seja in te rp re ta d o p ela a u to rid a d e ta r if á ­ ria com evidência de que a in d ú stria local já p resc in d a de proteção, re su ltan d o co n seq u en tem en te que e sta seja p riv a d a da p ro teção de q u e efetiv a m e n te carece p a ra sua sobrevivência.

A s im perfeições nos m ercados de capital, que e v e n tu a lm e n ­ te c ria re m u m a situação de racio n am e n to de capital, são ta m ­ b ém alg u m as vezes m a n e ja d as à guisa de explicação p a ra que a produção dom éstica não se ex p a n d a até s u b s titu ir a im p o r­ tação, obtendo-se em consequência sim u lta n ea m e n te im p o rta ­ ções e produção dom éstica, não o b sta n te a ex istên cia su b sta n ­ cial de econom ias de escala potenciais.

S eja q u a l fo r a explicação adequada, o certo é que ex iste a p ro p o sta p a ra a form ação de u m a união a d u a n e ira p a ra os p ro d u to s de sid e ru rg ia, e n tre os países da áre a andina, e nosso propósito o b je tiv a su g e rir u m a avaliação dos custos e b en e fí­ cios dessa união, em term o s dos efeitos de criação e desvio de com ércio, b em como d aqueles v inculados à ex istên c ia de eco­ nom ias de escala, re ce n te m e n te batizados po r C orden como efeito “redução de custos” e efeito “supressão de com ércio”

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G8

Dado que seja im possível ig n o rar a coexistência de produção dom éstica e im p o rtação no caso concreto de que se tra ta , será necessário re fo rm u la r a ap resen tação da te o ria de uniões a d u a ­ n eira s p a ra le v a r em conta esta p artic u larid a d e .

Assim , p o r exem plo, o efeito “supressão de com ércio”, que em te o ria apenas se v erifica quando a produção dom éstica em u m país m em b ro com eça com a form ação da união, em nosso caso o co rrerá ain d a quando a produção dom éstica p reex ista àquela. M esmo assim , o u tras diferenças ex istem que se ev id en ­ ciarão a tra v é s da com paração do artig o de C orden com a expo­ sição que segue.

2. O MODELO

2. 1. Apresentação

S uponham -se duas econom ias, A e B, cujos únicos desvios do eq u ilíb rio p e rfeita m e n te com petitivo consistam nos indicados em continuação, e as quais não com erciam in icialm en te o p ro ­ d uto X e n tre si, porém o com pram de o utros países ao preço in te rn acio n al Pi, que se supõe exogenam ente dado p a ra estes dois países. E stas im portações estão su je ita s a ta rifa s a tax as t A e t B, nos países A e B, resp ectiv am en te, os quais protegem a produção dom éstica do b em X em am bos os países.

A dm ita-se, sem p e rd a de g en eralid ad e, que o país A está em condições de e x p lo ra r econom ias de escala n a produção do b em X, e, além disso, que situação análoga se rep ro d u za com relação ao b em Z, resid in d o a única d iferen ça no fato de que, com resp eito a este últim o, é o país B o que goza de condições de e x p lo ra r econom ias de escala.

D essa form a estes dois países podem chegar a u m a acordo m ed ian te o q u al ex p lo ra re m as econom ias de escala resp ectiv as n a produção de X e Z, e que pode consistir em que am p liem seus m ercados de X e Z, elim inando as ta rifa s que g ra v am o com ércio destes bens e n tre eles, ao m esm o tem po que im põem u m a ta rifa e x te rn a com um p ro ib itiv a que g rav a as im portações de X e Z, p ro v en ien tes de outros países. S eja a situação com resp eito ao bem X a d escrita nos gráficos 1 e 2.

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Da e Db re p re se n ta m as cu rv as de d em an d a p o r X de A

e B, resp e ctiv a m en te, e SA e S B as cu rv a s de o ferta dom ésticas, an tes q u e a in teg ração te n h a lu g ar.

A c u rv a de o ferta SA e stá n a tu ra lm e n te associada a u m a cu rv a de custos m édios CA, co rresp o n d en te ao ta m an h o étim o de p la n ta em p resen ça da ta rifa t A. O gráfico 1 e stá co n stru íd o de ta l m odo que a ta rifa t A confere u m a p ro teção e x a ta m e n te suficiente p a ra q u e a in d ú stria X o b te n h a u m re to rn o com pe­ titivo. E ste suposto é inofensivo: a an á lise não v a ria se o ponto m ínim o de CA se coloca em o u tro ponto de SA à e sq u erd a e debaixo do ponto X.

P o r hipótese a cu rv a CA é ta n g e n te a u m a cu rv a de custos m édios de longo prazo d ecrescente, como a d en o m in ad a L C A no gráfico 1. A c u rv a L C A é decrescen te devido ao suposto de econom ias de escala.

E sta cu rv a se d elin eia assin tó tica à lin h a h o rizo n tal pi, dado que se supõe que as econom ias de escala q u e o p aís A pode a p ro v e ita r n a produção do b em X não b a sta m p a ra situá- lo em posição in te rn a cio n a lm e n te com petitiva. A razão de ser deste suposto resid e em que, se o p aís A obtivesse u m a situação in te rn a cio n a lm e n te com petitiva, en tão não seria neces­ sário que os m em bros da união estabelecessem q u a lq u e r ta rifa e x te rn a com um — o que, n a tu ra lm e n te , não é o caso q u e se v erifica n a p rática. A dem ais, se o país A lo g iasse o b te r u m a situação in te rn a c io n a lm e n te com petitiva, ta l o d isp en saria de c e le b rar tra ta d o s com q u a isq u e r países, h ab ilitan d o -se a in g re s­ sa r d ire ta m e n te com petindo no m ercado m undial.

Como resu lta d o da união ad u an eira, a in d ú stria X no país B pode se e n c o n tra r em u m a das d u as situações: (1) não pode co m p etir com o preço a qu e o país A oferece o bem X, cessando p o rta n to to ta lm e n te suas operações; (2) estav a p re v ia m e n te obtendo benefícios su p erio res aos com petitivos que a nova com ­ petição p ro v e n ie n te do país A o obriga a sacrificar, contudo a in d ú stria pode c o n tin u a r existindo, au ferin d o os benefícios e s tri­ ta m e n te com petitivos. C onfigurar-se-á o caso (2) quando a c u rv a de custos m édios associada a S B alcance seu m ínim o em u m ponto de S B su ficien tem en te abaixo e à esq u erd a do ponto V do gráfico 2. T ra ta r-se-á do caso (1), sem pre que não se

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cu m p ra a condição a n te rio r, estab elecen d o o caso ex tre m o aq u e le em q u e o m ínim o da c u rv a de custos m édios associada a S B se situ e e x a ta m e n te no ponto V — isto é, quan d o a in d ú s tria no país B o b tin h a, a n te rio rm e n te à in te g raçã o benefícios e s tri­ ta m e n te com petitivos.

2 .2 . Caso (1): A Produção D om éstica de X e Z nos Países B e A, R espectivam ente, Desapareceu Totalm ente

N este caso, em v irtu d e de que a u n ião im põe u m a ta rifa e x te rn a com um p ro ib itiv a, a d em an d a p o r X a que fazem fre n te os p ro d u to s corresponde a D A + D B, no gráfico 1. Nisso con­ siste, precisam en te, a am pliação do m ercad o que p e rm ite o a p ro v eitam en to das econom ias de escala. Com efeito, d ad a a nova cu rv a de d em an d a DA + D B, a p rodução OC já não é a ótim a, como tam pouco o é a p la n ta co rresp o n d e n te à c u rv a de custos m édios CA.

C laram e n te os dem ais países m em b ro s não ju lg a rã o conve­ n ie n te ra tific a r u m a ta rifa e x te rn a com um su ficien tem en te a lta p a ra que os p ro d u to s em A o b te n h am benefícios m aio res que aqueles e s trita m e n te com petitivos. No e q u ilíb rio re s u l­ ta n te da negociação da ta rifa e x te rn a com um , p o rtan to , os p ro ­ d u to res em A o p erarão no ponto m ínim o de u m a c u rv a d e custos m édios, recebendo u m preço ig u al ao custo m a rg in a l e igual ao custo m édio.

H á u m a e, em g eral, u m a ú n ica cu rv a de custos m édios cujo p o nto m ínim o p erte n c e à c u rv a DA + D B. No gráfico 1 esta cu rv a de custo m édio é a denom inada CA e o novo ponto de eq u ilíb rio é o ponto M.

A p rodução de X em A au m en ta de OC a OD, as im p o r­ tações d esap arecem e o consum o dom éstico au m e n ta de OA e OB. A q u a n tid a d e BD se e x p o rta ao país B ao preço p A.

A p rodução de X em B d im in u i a zero, o consum o a u m e n ta de ON a OP, as im portações au m en ta m d e QN a O P e m u d a m de origem (já não procedem de te rceiro s países, p o rém do p aís A ).

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2 .2 .1 . A L G U N S CU STO S E B E N E FÍC IO S D A IN TEG RA ÇÃ O P A R A O P A ÍS A

P a ra o país A, os benefícios e custos d a in teg ração se r e p re ­ se n ta m como segue: a ex istên cia de econom ias de escala, como b em se sabe, p e rm ite q u e u m m aio r volum e de produção se o btenha, com u m a p la n ta m aior, a u m m en o r custo p o r unidade. O vo lu m e to ta l de p rodução da n o v a p la n ta está fig u rad o no G ráfico 1 p ela d istân cia OD, que é ig u a l a OC (volum e de p ro ­ dução a n te rio r) m ais CD (au m en to de pro d u ção ). O custo to ta l de p ro d u zir a q u a n tid ad e QD corresponde à á rea do re tâ n - gulo ODMy.

2 .2 .1 .1 . C laram en te, os benefícios d eco rren tes da o b ten ­ ção do volum e de pro d u ção a n te rio r a u m custo reduzido consistem p recisam en te n a red u ção do custo u n itá rio m u l­ tip licad o pelo v o lu m e de p rodução a n terio r. E m term o s do G ráfico 1, este benefício é rep re se n ta d o p ela á rea de u m re tâ n - gulo cu ja base é OC (volum e de produção a n te rio r) e cu ja a ltu ra p ela distân cia e n tre o ponto /? e a intersecção da prolon- gação do v e rtic a l C/3 com a cu rv a CA (ou seja, a red u ção nos custos m édios). No gráfico 1 este re tâ n g u lo é denom inado a/?yô, e m ede o efeito “red u ção de custos” referid o po r C orden. Q uanto aos au m en to s da produção (d istân cia CD no gráfico 1), cu m p re n o ta r que se decom põem em : i. u m au m en to do consum o dom és­ tico (d istân cia AB no G ráfico 1); ii. exportações no país B

(d istân cia BD no G ráfico 1); e iii. su b stitu ição de im portações (d istân cia CA no G ráfico 1), b atizad o p o r C orden como “supres­ são do com ércio”

2 .2 .1 .2 . O au m en to do consum o g era u m benefício em te rm o s de ex ced en te do consum idor ig u a l à área EFG .

2 .2 .1 .3 . A su b stitu ição de im portação, em troca, g e ra u m custo ig u al à áre a /?GIJ, u m a vez que a q u an tid a d e de I J do bem X é agora p ro d u zid a d o m esticam ente a u m custo u n itá rio que excede J3J ao preço líquido da ta rifa a que a n te rio rm e n te se im p o rta v a a ta l q u an tid ad e do bem X. A avaliação de custos e benefícios e fe tu a d a a té aq u i pode tam b ém se fazer da seg u in te form a:

A q u an tid ad e OA de b em X q u e estav a p rev ia m en te dispo­ n ív e l p a ra consum o no país A tin h a u m custo to ta l ig u a l à

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som a das á rea s C A IJ + OCaô. C o n seq u en tem en te, da in te g ra ­ ção o p aís A consom e a q u a n tid a d e OB e e x p o rta BD. O custo to ta l é ag o ra ig u a l à á re a ODMy. A d iferen ç a de custo é

(1) ODMy - (OCaô + C A IJ) £ J IG - ajffyô + A G FB + BFM D O país A recebe p ag am en to s do país B pelo v o lu m e de bem X exportado, os q uais são co rresp o n d en tes à á re a BFM D. A lém disso, os consum idores em A v alo rizam o consum o das AB u nidades adicionais de X n a á re a EFBA .

A té agora se destacou a ex istên c ia de alg u n s custos e x p re s­ sos n a equação (1), que se d e v e rá co m p a rar com alg u n s b en e ­ fícios designados pelas á reas BFM D e EFBA .

C ancelando as áreas que sim u lta n ea m e n te re p re s e n ta m custos e benefícios, re s u lta qu e a té agora se h a ja in d iv id u a ­ lizado custos por m eio da á re a B J IG e os benefícios assin a ­ lados pelas áreas E F G e a/?yÔ.

O utros custos e benefícios da in teg raçã o p a ra o país A serão referid o s m ais ad ian te, convindo d isc u tir p rim e ira m e n te a situação do país B.

2 .2 .2 . A LG U N S CU STOS E B E N E FÍC IO S DA IN TEG R A Ç Ã O P A R A O P A ÍS B

Os custos e benefícios p a ra o país B consistem nos seguintes: 2 .2 .2 .1 . O consum o em B se ex p a n d e de ON a O P (v e r G ráfico 2), gerando-se u m benefício em term o s do ex c ed e n te do consum idor ig u al à á rea STU.

2 .2 .2 .2 . A lém disso, o país B o btém o to ta l do que an te s se p ro d u zia d o m esticam en te do b em X (d istân cia OQ) a u m preço in fe rio r aos custos dom ésticos n a distân cia VW, au ferin d o assim u m benefício ig u al à áre a do re tâ n g u lo V W H K no G rá ­ fico 2. Isto supõe q u e o ponto m ínim o da cu rv a de custos m édios associada a SB seja o ponto V, ou seja, que a in d ú stria X em B o b tin h a benefícios e s trita m e n te com petitivos an tes da in teg ração . Se não fosse assim , p a r te da á rea W H K não re p r e ­ se n ta ria po u p an ça de recursos, po rém an tes d esaparição de re n d a de n a tu re z a m onopolista; em cujo caso o cálculo de

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S \ P a rV P a -S B, d ev e ria in c lu ir a á rea de u m re tâ n g u lo i base foss? 1Su a l a distân cia e n tre o ponto W e o ponto

o^egm e^t^W V CUSt°S m^ os associada a SB interseccionasse

2 .2 .2 .3 . P o r o u tro lado, a distân cia QN no G ráfico 2 r e p re ­ se n ta a q u an tid a d e do b em X que, a n te s da integração, o país

B im p o rta v a de o u tro s países a u m p reço líquido de ta rifa

in fe rio r n a distan cia TY ao preço a que agora im p o rta esse pem ao pais A. C onsequentem ente, a área do retâ n g u lo W LYT indica o custo em que in c o rre o país B em decorrência do enca­ recim ento, em recu rso s reais, do vo lu m e QN de im portações

(desvio de com ercio).

2 .2 .3 . CÁLCULO F IN A L D OS CU STOS E B E N E FÍC IO S DA IN TEG RA ÇÃ O P A R A OS P A ÍS E S A E B

A gora já h á condições de co m p letar o cálculo dos custos e benefícios da in teg ração p a ra os países A e B.

A situação dos países A e B com resp eito ao bem X que se acabou de d escrev er é e x a ta m e n te aplicável ao bem Z que h av ia sido esquecido algum as p ág in as atrá s. T udo de que se necessita^ fazer ao a n a lisa r os custos a benefícios associados ao bem Z é re p ro d u z ir a discussão an terio r, trocando país A p o r p aís B e v ice-versa e se su b stitu in d o bem X p o r bem Z.

D essa form a, os benefícios e custos da in teg ração p a ra o p aís A, em sua q u alid ad e de país ex p o rta d o r de X d en tro da união, são aq u eles en u m erad o s n a seção 2 .2 .1 ., corresp o n d en ­ tes ao bem X, produzido p o r este país e ex p o rtad o p a ra o p aís B. A lém disso, em sua condição de im p o rta d o r d en tro da união, este país cap ta os benefícios e custos en u m erad o s n a seção 2 .2 .2 ., co rresp o n d en tes ao b em Z que im p o rta do país B.

Id en ticam en te, os benefícios e custos da in teg ração p a ra o país B co rrespondem àqueles en um erados n a seção 2 .2 .1 . re fe ­ re n te s ao bem Z que este país produz e ex p o ria p a ra A m ais os m encionados n a seção 2 .2 .2 ., correspondentes ao b em X im p o rtad o p o r este país de A.

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2 .3 . Caso (2): A Produção D om éstica de X e Z nos Países B e A, Respectivam ente, Não Desaparece Totalm ente

As elasticid ad es de o fe rta dos b en s objeto de in teg ração não d esem p en h am n e n h u m p ap e l decisivo no caso a n terio r, em que ta n to a in d ú stria X em B como a in d ú stria Z em A cessa to ta lm e n te suas operações.

C onstatar-se-á, em troca, no q u e se segue, que as e la sti­ cidades de o ferta re p re se n ta m u m p ap el im p o rta n te , quan d o as produções dom ésticas de X em B e de Z em A não se e x tin ­ guem to talm en te.

E m v irtu d e da séria dificu ld ad e co n cern en te à obtenção de inform ação sobre elasticid ad es de oferta, é m u ito te n ta d o r e m ­ p re en d e r a m ensuração em p írica dos custos e benefícios da integração, u tilizan d o os supostos do caso an terio r. No q u e se segue, observar-se-á que este p ro ced im en to in tro d u z iria u m viés que ten d e a su p e re stim a r os benefícios da in teg ração . C um pre m encionar, e n tre ta n to , que n as m en su raçõ es em p íricas o im p o rta n te não consiste em que não ex istam vieses, p o rém que sua ex istên cia não passe d esap erceb id a e q u e sua o rd em de m ag n itu d e seja d eterm in áv e l. De ta l fo rm a que, an im ad o de u m esp írito de prag m atism o , o recu rso à ten taç ão m encio­ n ad a acim a parece co n stitu ir, em princípio, u m p ro ced im en to eficiente e prático.

Em continuação se d iscu tirá, pois, o viés a este p ro ced i­ m ento, e o q u al se o b se rv a rá co n sistir em que p a rte da áre a K H V W no G ráfico 2 pode não re p re s e n ta r v erd ad e iro s b en e ­ fícios.

Os benefícios e custos d eriv ad o s da in teg ração p a ra o país A (B ), obviam ente, não se m odificam em deco rrên cia do fato de que a in d ú stria X (Z) não d esap areça no país B (A)<3>, n em ta m ­ pouco os custos p a ra o país B (A) derivados do desvio de com ércio. Em troca, os benefícios p a ra o país B (A ), devido à criação de com ércio são reduzidos pelo fato de qu e a in d ú stria X (Z) não desap arece to ta lm e n te no país B (A ).

(3) A re p re se n ta ç ã o g rá fic a , con tu do , v a r ia r á lig eiram en te, u m a vez que os p ro d u to re s em A e n fre n ta rã o u m excesso de d e m a n d a p ro v en ie n te do p aís B, em lu g a r d a to ta lid a d e d a d e m a n d a de B po r X.

(12)

76

« R Á F I C O *

O G ráfico 3 re p re s e n ta rá o caso co rresp o n d en te ao b em X que A e x p o rta p a ra B (cu ja produção dom éstica de X não se ex tin g u e co m p letam en te). O caso re fe re n te ao b em Z q u e B e x p o rta p a ra A (cu ja produção dom éstica ig u alm e n te não d e­ saparece de todo) é in te ira m e n te análogo. A penas u m a p a rte

(assinalada pela d istância RQ no G ráfico 3) da produção in i­ cial de X em B é su b stitu íd a p o r im portações de A, im plicando um a poupança em recu rso s reais p a ra o país B, re p re se n ta d a p ela á re a do triân g u lo VW Q no G ráfico 3, que é ig u al à área RQVW Q que ex p rim e os recu rso s lib erad o s p ela red u ção da produção dom éstica d e X de OQ a OR, m enos a á rea RQW Q, q u e designa o p ag am en to ao país A das im portações de X n a q u a n tid a d e RQ.

O resu lta d o obtido é in tu itiv a m e n te claro: p a ra u m país se rá m enos co n v en ien te a su b stitu ição de produção dom éstica p o r im portações, q u an to m ais aquela seja eficiente. P a ra e fe i­ to de avaliação dos custos e benefícios da integração p a ra o país B se faz n ecessária agora inform ação acerca da elasticid ad e da o ferta S B.

(13)

3. EXTENSÃO DO MODELO A MAIS DE DOIS PA ÍSES E MAIS DE DOIS BEN S

3. 1. Problemas Empíricos de Mensuração

E sta ex ten são não co n stitu i n en h u m a a ltera ç ã o fu n d a m e n ­ ta l ao m odelo a n te rio rm e n te desenvolvido. N o rm alm en te, u m país p o d erá e x p lo ra r econom ias de escala em m ais de u m b em objeto da integração, ao m esm o tem po em qu e h a v e rá diversos países form ando a união a d u an eira. Isso significa que o p aís em questão c a p ta rá benefícios e custos como os re p re se n ta d o s no G ráfico 1 (en u m erad o s a q u a tro dígitos n a seção 2 .2 .1 ) com resp eito a todos aqueles b ens que este país e x p o rte aos dem ais países m em bros da união, tira n d o p ro v eito de econom ias de escala. A ssim m esm o, c a p ta rá benefícios e custos ta is como rep resen tad o s no G ráfico 2 (ou 3, se a p rodução dom éstica dos b ens que im p o rta da união não d esap areceu p o r com pleto) com resp eito a todos os bens qu e este país im p o rta dos d em ais m e m ­ bros da união.

C om um ente se a p re sen ta m in te re ssa n te s p ro b lem a s em ­ píricos de m ensuração, nos casos seguintes: i. quan d o os b e n e fí­ cios e custos de integração, com relação a u m bem , e aq u eles d eco rren tes da in teg ração , com rela ção a o u tro bem , são in te r­ dependentes; ii. quando m ais de u m país d etém possibilidades de exploração de econom ias de escala n a produção do m esm o bem . N esse caso, su rg e o p ro b lem a de d ecid ir q u e b e m (n s) se produz (em ) em que país (es). T al p arece c o n s titu ir o caso dos d iferen tes p ro d u to s da in d ú stria sid erú rg ic a d e n tro do P acto A ndino. E ste p ro b lem a re q u e r tra ta m e n to com m odelos de program ação m a tem ática, os quais p o r sua vez a c a rre ta m a e x i­ gência de qu an tificação dos custos e benefícios das diversas a lte rn a tiv a s possíveis. E sta q u an tificação pode se r op erad a m e d ian te os lin eam en to s esboçados n e ste trab alh o , com o ac re s­ cen tam en to do sugerido n a seção 2 .2 .2 .

3 .2. Bens Interdependentes

S u ponha-se que u m a queda de preço do bem Z, que A im ­ p o rta de o u tro país da união, im plica u m a redução no custo de prod u ção dom éstica em A do b em X. E ste poderia, p o r e x e m ­ plo, co rresp o n d er ao caso de que o bem Z não só se u tilizasse como bem de consum o final, m as tam b ém rep rese n tasse u m

(14)

78

insum o n a p rodução de X. N esse caso, os benefícios e custos en u m erad o s n a seção 2 .2 .3 . não ca p tam a to ta lid a d e dos b e­ nefícios de in teg ração p a ra os países da união. Com efeito, es- les obterão benefícios adicionais devido a que o país A p oderá p ro d u zir X a u m custo m enor, au m en ta n d o assim os benefícios indicados nos iten s 2.2.1.1. e 2.2.1.2. e redu zin d o os custos ap o n ­ tados em 2 .2 .1 .3 . P o r o u tro lado, os países m em bros que im ­ p o rta m o b em X do país A (in d ifere n te m e n te ao fato de que p ro d u za ou não o b em Z) o obterão a u m preço in ferio r, a u ­ m en tan d o d e s ta rte os benefícios indicados nos ite n s 2 .2 .2 .1 e 2 .2 .2 .2 . e redu zin d o os custos referid o s em 2 2 .2 .3 .

Os au m en to s de benefícios e reduções de custos rep o rtad o s podem se r m edidos m ed ian te pro ced im en to s idênticos ao u tili­ zado p rece d en te m en te. O p ro b lem a em pírico de m ensuração aq u i se c e n tra essencialm ente n a d eterm in ação da redução dos custos de produção do bem X p roporcionada pela redução do preço do insum o Z. C onhecendo esta m ag n itu d e se obtém im e­ d ia ta m en te o au m en to das áreas E F G e a/3yb do G ráfico 1, as­ sim como ta m b ém a red u ção da áre a (3GI J do m esm o gráfico. D essa fo rm a se logra o b te r o au m en to (redução) dos benefícios (custos) no país A. No que se re fe re ao au m en to (redução) de benefícios (custos) nos dem ais países que im p o rta m X do país A, tam b ém podem ser avaliados, conhecendo a red u çã o do cus­ to de produção de X em A, como o au m en to das áre a s STU e V W H K no G ráfico 2 e a red u ção da á re a W TY I no m esm o gráfico.

A seried ad e do p ro b lem a das in te r-rela çõ es cresce p ro p o r­ cionalm ente ao n ú m ero de bens, visto que, em um, contexto de m ú ltip la s in terd ep en d ên cias, pode não ser possível d e te rm in a r em q u an to d im in u irá o custo de produção de X em A, até não sab er em q u an to d im in u irá o custo de produção de Z em B, o que pode re q u e re r o conhecim ento da m a g n itu d e da d im in u i­ ção do custo de produção de o u tro s bens em o utros países,. ., que, po r sua vez, podem fin a lm en te d ep e n d e r da dim inuição do custo de produção de X em A!

Isso suscita p ro b lem as em píricos de m ensuração b a sta n te sérios, que deverão n a p rá tic a receb er enfoque de m odo bem m ais pragm ático, a fim de e v ita r que a análise não seja e m b a ­ raça d a pela fa lta de dados. O custo d eco rren te de p ro ced e r de u m a fo rm a m ais p rag m á tic a reside em que os resu lta d o s o b ti­ dos consistirão em ordens de m agnitude, ou lim ites m áxim os e m ínim os dos benefícios e custos que se p re te n d e av aliar.

(15)

O R / Í F I C O . 4

3. 3. Economias de Escala na Produção do Mesmo Bem em m ais de um País

A dm ita-se que, d en tro do co n ju n to de países que fo rm am (ou irão fo rm a r) u m a união ad u an eira, com relação a alg u n s bens, ex istam v ário s países q u e p o d eriam e x p lo ra r econom ias de escala n a p rodução do b em X.

C laram en te, os benefícios (custos) en u m erad o s n a seção 2 .2 .3 . são m aio res (m enores) p a ra todos os países m em bros

q u an to m aiores se jam as econom ias de escala de qu e se ap ro ­ veitam . Com efeito, ás áreas a(3yò, EFG , STU e V W H K dos G ráficos 1 e 2 são maiores (e as área s /3GI J e W LY T nos m es­ m os gráficos são m enores) qu an to m aio r fo r a red u ção em cus­ tos m édios o b tid a p o r m eio do ap ro v eitam en to de econom ias de escala. Isso d em o n stra que é do p ró p rio in teresse d e todos os países a consecução de acordos a tra v é s dos q u ais a produção dos b en s que são objeto de in teg ração se realize n aq u e les p a í­ ses onde as econom ias de escala obteníveis forem m aiores.

(16)

80

E xistem , e n tre ta n to , circu n stân cias sob as q u ais a solução a n te rio r não é factível. U m a situação in te re ssa n te se ap re se n ­ ta quando, como resu ltad o das negociações conducentes à união, a produção de u m b em é lev ad a a cabo em diversos países cujos custos não são idênticos. C laram en te, o preço no m ercado r e ­ gional será d eterm in ad o pelo país de custo m édio m ais alto e todos os dem ais países p ro d u to re s (e e x p o rta d o re s regionais) p erceb erão u m a re n d a p u ra sobre a fração e x p o rta d a de sua produção, a q u al deve se som ar aos benefícios da integração p a ra esses países — obviam ente, do ponto de v ista do conjunto de países como um todo se tr a ta de m e ra tran sfe rê n c ia in tern a , todavia, do ponto de v ista dos países in d iv id u alm en te, n a con­ dição de recep to res dessa re n d a p u ra , co n stitu irá u m g en u í­ no benefício.

N esse caso a situação pode ser d escrita conform e o G ráfico 4, onde p r indica o preço reg io n al que se supõe a p A (o custo m édio de nosso p aís). O fa to de q u e o preço seja p r não afeta nossas áreas <x/?yô e J3GI J como m edidas parciais dos benefícios e custos de integração. E m troca, afeta, sim, a m edida EFG , que se pode o b serv ar agora red u zid a em F F T ” P o r o utro lado, a área F ”F ’M M ’ m ede u m benefício ad i­ cional p a ra o país, advindo da ex p o rtação da q u an tid a d e F ’M a u m preço que excede ao custo m édio em M M ’

N esse caso, os benefícios líquidos p a ra este país, em sua condição de ex p o rtad o r, são iguais a afiyb + E F ’G + G G ’M M ’ — pG IJ.

4- FORMULAÇÃO ALGÉBRICA DOS CUSTOS E BENEFÍCIOS

P a ra fins de m ensuração em pírica, pode r e s u lta r de u tili­ dade a expressão dos custos e benefícios em term o s de certos p arâ m e tro s em p iricam en te observáveis.

No caso m ais g eral ap resen tad o no fin al do C apítulo 3, tem - se que os benefícios e custos p a ra u m país em sua condição de e x p o rta d o r se acham rep resen tad o s pelas á reas a/?yô, E F ’G ’, 0 G IJ e G G ’M M ’

(17)

P o r o u tro lado, os benefícios e custos v in cu lad o s aos b en s que este país im p o rta dos dem ais m em bros da união estão d e ­ signados pelas área s H K V W (ou VW Q, segundo co rresp o n d a ), STU e W TYL.

O propósito q u e se o b je tiv a agora consiste em e x p re s s a r tais áreas em term o s de p a râ m e tro s observáveis.

4.1.

Área

<x/?yÔ

E sta áre a é ig u a l a: (2) pq e (1 - m )

onde p q = v a lo r do consum o dom éstico in icial (p é (P i(l + t A) e q é a d istân cia CA no G ráfico 1). e = p o rcen tag em da red u ção do custo m édio de

expansão da produção (em te rm o s do G rá ­ fico 1, e = yô/O y)

m = p o rcen tag em qu e as im p o rtaçõ es p ro v e n ie n ­ te s de te rc eiro s países re p re se n ta m do consum o in icial (em term o s do G ráfico

1, m = C A /O A ).

4. 2. Área EFG

E sta á rea é ig u al a: eri

(3) P q e y

-onde r ] é o v a lo r absoluto da elasticid ad e de dem an d a do­ m éstica (conform e o G ráfico 1, r\ é o v a lo r abso­ lu to de elasticid ad e da cu rv a D A). 4. 3. Área /?GIJ E sta á re a é ig u al a: 1 (4) p q m (1 — e — ) 1 “T

(18)

82

onde tA é a tarifa im plícita existente previam ente à in­ tegração.

4 .5 . Á rea G G W

E sta área é ig u al a: (5) pjnpp

onde q é ig u al à distân cia G ’M ou seja, = G ’M /q.

O benefício líquido p a ra o país A, em seu c a rá te r de e x ­ p o rta d o r do b em X, BN E é, como se refe riu , obtido m e­ d ia n te a som a das áreas afiyò, E F ’G ’ e G G ’M M ’ e su b tra- ção da área /?GIJ. Segim do as equações (2) a (5), obtém -se

(19)

No intuito de computar os benefícios e custos para o país A decorrentes da importação do bem Z dos dem ais m em ­ bros, utilizar-se-ão os sím bolos de m aneira análoga à que se procedeu para os custos e benefícios derivados da e x ­

portação do bem X. A fim de evitar confusões, todavia, adotar-se-ão asteriscos para as variáveis referentes ao bem Z.

Assim , por exem plo,

q* é o consumo doméstico anterior à união

t

p* é o preço doméstico anterior à união, onde:

*

p* = px (1 -f- t*A) em que p*i é o preço m undial de Z. ri* é a elasticidade de demanda doméstica do bem Z. A * é a diferença percentual entre o preço doméstico p* e o preço a que o bem Z será importado dos dem ais membros p*r.

4. 6. Área HVWK

Esta área é igual a: (7) p* — p*r

--- p*q (1 — m*) = p*q*A * (1 — m*) p*

4.7 Área STU

Esta área é igual a:

p* p* — p*r p* — p*r A *11* (8) — ( — ) (--- — ii* q*) = p*q* A * — - — 2 p* p* 2 4. 8. Área WTYL (9) q*m (pr* — p*i) p*q*m* ( * A A *) 1 + t*A

(20)

84

O benefício líquido p a rà o país devido a suas im p o rta ­ ções de Z dos dem ais m em bros, BN], é obtido a tra v é s da soma das áreas H V W K com STU e da su b tração da á re a WTYL. C onform e as equações (7) a (9), tem -se:

5. EFEITO DE DISTORÇÕES ANTERIORMENTE EXISTENTES

E ste capítulo ab o rd ará as consequências de elim inação do suposto explicitado no início do capítulo 2, p erm itin d o a ex is­ tên cia de distorções nos m ercados da economia.

C onvém e sp e ra r que a in teg ração com resp eito a alguns bens a p resen te repercussões nos m ercados de bens com eles r e la ­ cionados, as quais apenas darão lu g a r a novos custos e /o u

(21)

bene-lícios à m ed id a em que se façam s e n tir em m ercados onde os custos e benefícios m arginais sociais não se jam ig u a is(4).

A consideração de todos os m ercados atin g id o s p o r d isto r­ ções onde p u d essem e v e n tu a lm e n te ch eg ar as rep ercu ssõ es de integração ex c ed e ria os lim ites de q u a lq u e r avaliação em p í­ rica. E m troca, é aconselhável que se p ro c u re a ssin a la r a q u e ­ les m ercados distorcidos onde cu m p re e s p e ra r q u e a distorção seja m aior, em cu ja avaliação se co n cen trar. P a rec e razo áv el supor que os m ercados m ais im p o rta n te s a c o n sid erar co n sisti­ riam nos m ercados de divisas e dos bens qu e u tiliz a m com o insum os os p ro d u to s que fo re m objeto da in te g raçã o (estes últim os p arecem se tr a ta r de m ercados im p o rta n te s no caso da integração sid erú rg ica do P acto A n d in o ).

T eoricam ente não p arece h a v e r pontos duvidosos nesse campo. As dificuldades m ais im p o rta n te s resid e m n a m en su - ração em pírica dos custos e benefícios envolvidos. T oda vez que a integração im p liq u e a expansão de u m a ativ id a d e em que os benefícios m a rg in a is sociais se ja m m aio res q u e os custos m a rg in a is sociais, cu m p re a g re g a r aos b e n e ­ fícios da in teg ração o p ro d u to do excesso dos b e n e fí­ cios m a rg in a is sociais sobre o custo m a rg in a l social m u l­ tiplicado pela expansão qu e se v e rifiq u e n a a tiv id a d e distorcida. Assim , se a in te g ra çã o da in d ú s tria s id e rú r­ gica n a Á rea A n d in a p e rm ite e x p a n d ir em u m país a p ro d u ­ ção, digam os, de autom óveis, que estão su jeito s a u m im posto que faz com que o preço exceda ao custo m a rg in a l da p ro d u ­ ção, um benefício adicional será au ferid o pelo país, c u ja m en - suração n ec essitaria de conhecer a possível expansão n a p ro ­ dução de autom óveis (que, p o r sua vez, d ep e n d e rá da d im in u i­ ção de custo p o ssib ilitad a pela obtenção de aço m ais b a ra to e da elasticidade de d em an d a po r autom óveis) e a m ag n itu d e do im posto que incide sobre eles.

A efetu ação desse pro ced im en to p a ra cada b em de cu ja produção p a rtic ip e o aço e cujo m ercado se ap resen tasse d isto r­ cido é u m a ta re fa form idável, sendo que, em g eral, se carece da inform ação n ecessária p a ra sua realização.

N as estim ações em píricas se p ro c u ra le v a r a cabo ta l p ro c e­ dim ento ap en as com relação àq u elas ativ id ad es que (i) sejam

(4) A .C . H A R B E R G E R — “T h re e B asic P o stu la te s fo r A pplied W elfare E co no m ics: An In te rp re ta tiv e E s s a y ”, 1971; J .E . M EADE — T h e T h eo ry of C ustom s U nion, 1955, pp. 91-2.

(22)

86

m a is v ig o ro sam en te afetados p ela form ação da união e (ii) p a ra as q u ais h a ja dados em píricos suficientes.

Q u an to à m en su ração dos benefícios e custos p ro v en ien tes do im pacto da u n ião a d u a n e ira sobre o m ercado de divisas, cu m p re d e sta c a r a necessidade de a p lica r u m a ta x a de câm bio que re flita o v erd ad e iro v a lo r das divisas aos ingressos e saídas de divisas que d eco rram d a união. Como bem se sabe, o v e r­ dadeiro v a lo r das divisas corresponde a u m a m éd ia p o n d erad a da ta x a de câm bio que re g e as ex p o rtaçõ es e do v a lo r in te rn o que u m a u n id ad e de divisas é capaz de p ro d u zir, quando des­ p en d id a em im portações de diversos b e n s (5). A s ponderações a u tiliz a r são funções e x clu siv a m en te das elasticidades de d em an d a p o r im portações e o ferta de exportações. O v alo r social das divisas será, então,

A derivação da fó rm u la a n te rio r pode se e n c o n tra r no tr a ­ balho referid o de H a rb erg er, onde

R — V alor Social das divisas R ’ = V alo r de m ercado das divisas

e = E lasticidade de o fe rta de exportações r] = E lasticidade de d em an d a po r im portações

t = T ax a m éd ia (p o n d erad a) de im postos às im portações e = T ax a m éd ia (p o n d erad a) de im postos às exportações

O bviam ente, o cálculo de t) e e co n stitu i a d ificu ld ad e m ais g ra v e n a aplicação da fó rm u la p reced en te. N ote-se, contudo, q u e o excesso de R sobre R ’ é m áxim o quan d o s = 0 , ou

t] = - oo e qu e o excesso de R ’ sobre R é m áx im o quando E = oo ou ii = 0.

Isto nos p erm ite o b te r os v alo res m áxim os e m ínim os de R. Com efeito, se s = oo ou, en tão r \ = 0, tem -se que

(23)

P o r o u tro lado, se e = 0, ou rj = - oo, obtém rse: H = R ’ (1 + t)

C laram e n te, com dados de R*, e e t, obtêm -se os lim ite s d en tro dos q u ais se en c o n tra o v e rd a d e iro v alo r de R (6) a q u e se devem a v a lia r os custos e benefícios em divisas p ro v e n ie n te s da in teg ração ad u a n eira.

6. COMENTÁRIOS FIN A IS

A s expressões p reced en tes, p a rtic u la rm e n te a equação (11), devem se r in te rp re ta d a s sob a q u alid ad e de m en su ração dos custos e benefícios p o r unidade de tempo. N a re a lid a d e se tr a ta de u m a sequência de benefícios líquidos (u m p a ra cada período de tem p o ), cada u m dos q u ais passív el de m edição conform e indica a equação (11).

C laram en te, não h á razão p a ra su p o r qu e todos os elem e n ­ tos dessa sequência sejam iguais: m u d an ças ju n to às condições fu tu ra s de dem anda, preços in tern acio n ais, etc., p ro d u zirão a lte ­ rações n a m a g n itu d e dos elem en to s da sequência de benefício líquido co rresp o n d en tes a períodos fu tu ro s. Isso co n fig u ra u m problem a de predição m u ito sério, de cu ja solução pode d ep e n ­ d e r a resp o sta à p e rg u n ta acerca do m om ento ótim o p a ra e x e ­ c u ta r a integração. E stas predições são n ec essariam e n te ap ro ­ xim adas, devendo-se não o b stan te to m a r em conta ta is consi­ derações p a ra efeito de m e n su ra r os com ponentes fu tu ro s da sequência de benefícios líquidos gerados pela união.

S eria in c o rre r em pecado de re d u n d â n c ia in sistir sobre o fato de qu e as m ensurações em p íricas aq u i su g erid as co n sti­ tu irã o m e ra m e n te aproxim ações, d ista n te s dos v alo res reais n a proporção in v e rsa da q u alid ad e dos dados disponíveis. T oda­ via, fo rn ecerão u m a o rd em de m a g n itu d e dos benefícios e

(6) E ste p ro ced im en to fo rte m e n te p rag m á tic o recebeu ap licação a d ad o s d a A rg e n tin a , em 1969, com os seg u in tes resu ltad o s: a ta x a de câm bio de m e rcad o e ra m$n 350 d ó lares, e a ta x a de câm bio social o b tid a re su lto u com u m v alo r m áxim o de m$n 476 p o r d ó la r e um v alo r m ín im o de m$n 278 p o r d ólar. Vid. O .H . SCHENONE — U n Análisis de C osto-B eneficio del Proyecto Chocón-Cerros Colorados 1969 pp 174/177.

(24)

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custos d erivados dos efeitos sobre a alocação de recu rso s p ro ­ vocados p ela in teg ração ad u an eira. E sta orig in ará, po r suposto, o u tro s custos e benefícios em term o s de m u d an ças ev en tu ais na d istrib u ição da ren d a, no n ív e l de em prego, etc.. Sem p re te n ­ d e r in sin u a r qu e a m en su ração desses custos e benefícios careça de relev ân cia, este tra b a lh o se co n cen tro u no objetivo de m ed ir os custos e benefícios a trib u ív e is aos efeitos da in teg ra ção sobre a alocação de recursos.

Nesse sentido, este trab a lh o pode se co n sid erar como desem ­ p en h an d o u m dos seguintes papéis:

i. S uponha-se que a m etodologia aq u i delin ead a avance como resu ltad o que os benefícios d eco rren tes da integração excedem seus custos (apenas tom ando em conta os efeitos sobre a alocação de recu rso s). U m a vez que, a p a r tir da conside­ ração dos dem ais efeitos, re s u lta que a in teg ração não seja benéfica, este tra b a lh o in d ic aria o “p re ç o ” (em term o s de efi­ ciência sobre a alocação de recursos) que se e s ta ria e v e n tu a l­ m e n te pagando p o r p re se rv a r a d istrib u ição de ren d a, n ív e l de em prego, etc., ao d e ix ar de e fe tu a r a integração. T al “p reço ” pode (deve?) estab e lec er u m dado de in te re sse p a ra q u em está incum bido de to m a r a decisão final.

ii. E m troca, se a in teg ração fo r re p u ta d a b en éfica em v irtu d e de seus efeitos sociológicos, sobre a d istrib u ição de ren d a, n ív el de em prego, etc., p o rém este nosso tra b a lh o in d icar que seus custos excedem seus benefícios (em te rm o s de eficiên­ cia sobre a alocação de recu rso s), ele v iria en tão a in d icar o “p re ç o ” em term o s de recu rso s reais em qu e se in c o rreu p a ra o b te r os efeitos sobre d istrib u içã o de ren d a, em prego, etc., ao le v a r a cabo a u n ião ad u an eira. Se a au to rid a d e en c arre g ad a de to m a r as decisões re fe re n te s à in teg ração d e se ja r “c o m p ra r” os benefícios sobre d istrib u ição de ren d a, n ív e l de em prego, etc., p ro v av elm en te lhe seja de in tere sse conhecer o “p reço ” que paga p o r eles em term o s de alocação dos recu rso s escassos da econom ia.

iii. Se, fin alm en te , os efeitos produzidos p ela in teg ração sobre a alocação de recu rso s coincidirem com os efeitos sobre o u tras v ariá v eis que se desejou le v a r em conta, en tão não se e s ta rá e n fre n ta n d o q u a lq u e r trade-off, e a solução se rá triv ia l.

O p a rá g ra fo fin al deve u su a lm en te se d e stin a r a su g e rir a e tap a su b seq u en te no tra b a lh o de investigação, a q u a l se

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cons-titu ir á n a aplicação dos te rm o s expostos ao longo d este tr a b a ­ lho à in teg raçã o da in d ú stria sid e rú rg ic a e n tre os países do P acto A ndino. E sta aplicação se re s trin g irá in ic ialm en te ao caso do Chile. C ontudo, em v irtu d e do fato de qu e os p ro jeto s de investigação da in stitu ição onde este tra b a lh o foi concebido fo rm am p a rte de u m a investigação co n ju n ta com in stitu to s de outros países, cabe e s p e ra r que a aplicação da m etodologia a q u i exposta possa se e ste n d e r a esses o utros países, ta n to no qu e concerne a pesq u isas realizad as p o r in stitu to s locais, com o p ela in stitu ição qu e o rig in alm en te p atro c in o u este estudo, m u n id a da inform ação em p írica fo rn ecid a p o r tais o u tro s in stitu to s.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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