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Objetivou-se avaliar a condutividade elétrica e germinação de sementes de Mimosa somnians

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Academic year: 2021

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CONDUTIVIDADE ELÉTRICA E GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Mimosa somnians

Apresentação: Pôster

Itallo Michael Soares Leal1; Yanna Karoline Santos da Costa2; Jehmison de Oliveira Barradas3; Héria de Freitas Teles 4; Rafael Gomes Viana5

Introdução

O gênero Mimosa compreende cerca de 530 espécies, distribuídas nas Américas, muitas delas nativas do Brasil com propagação em sua maioria por via seminífera (DUTRA & GARCIA, 2014). É um gênero com potencial econômico apresentando diversas espécies medicinais, madeireiras e forrageiras (PIO-CORRÊA; PENA, 1984), possuindo também importância ecológica, devido à associação com bactérias fixadoras de nitrogênio, com potencial uso na recuperação de áreas degradadas (TAVARES, 2012).

No entanto a obtenção de mudas e o semeio em campo possui restrições quanto a características da sementes, principalmente dormência, sendo necessário o emprego de métodos de detecção rápidos e confiáveis na seleção de sementes. A coloração da semente bem como a avaliação da condutividade elétrica apresenta potencial para ser empregado no controle de qualidade fisiológica pelas empresas produtoras de sementes (LOPES & FRANKE, 2010).

Objetivou-se avaliar a condutividade elétrica e germinação de sementes de Mimosa somnians

Fundamentação Teórica

A condutividade elétrica de sementes se mostra um teste rápido de qualidade das mesmas e frequentemente tem correlação com o potencial de germinação. Para Gonzales, Paula e Valeri (2009) a condutividade elétrica significa que quanto maior a condutividade sugere maior saída de

1

Graduando em Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Belém, E-mail 2

Mestranda em Fitotecnia na Universidade Federal de Viçosa, E-mail: yanna.karoline@hotmail.com 3

Graduando em Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Belém, E-mail: jehmison.barradas@gmail.com

4

Professora da Universidade Estadual de Goiás, Campus Palmeiras de Goiás, E-mail: heriafreitas@hotmail.com 5

Professor Doutor da Universidade Federal Rural da Amazônia, Instituto de Ciências Agrárias, rafael.gomes@ufra.edu.br

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lixiviados (constituintes celulares) da semente, ou seja, menor vigor desta e portanto, quanto maior for a condutividade elétrica menor será a probabilidade de germinação das sementes.

A pesquisa tem demonstrado que vários fatores podem afetar os resultados do teste, tais como: idade da semente, coloração de tegumento, genótipo, qualidade da água, temperatura, duração do período de embebição, grau de umidade e número de sementes (Vieira, 1994).

Metodologia

Pesquisa de natureza quantitativa, experimental realizada no Laboratório de Produção

Vegetal da Universidade Federal Rural da Amazônia no município de Parauapebas – Pará.

Utilizou-se uma amostra de 500 Utilizou-sementes, onde foram subdividas em cinco grupos de 100 Utilizou-sementes com

quatro repetições de 25 sementes, sendo elas (Figura 1): G1 – sementes coloridas intactas, amostra

composta (sem separação quanto à coloração); G2 – sementes coloridas chochas, amostra

composta; G3 – sementes intactas de coloração bronze; G4 – sementes intactas de coloração

marrom e G5 – sementes intactas de coloração bistre.

Figura 1– Coloração das sementes: Bronze (A), Marrom (B) e Bistre (C) de M. somnians. Fonte: Yanna Karoline Santos da Costa

As sementes foram embebidas no volume de água destilada de 50 mL a 25°C ± 2 por um período de 24 horas, onde foi realizada a medição da condutividade elétrica usando-se

condutivímetro MS TECNOPON®/mCA 150 e os resultados expressos em μS.cm-1.g-1.

Posteriormente, as sementes foram semeadas e submetidas à temperatura constante de 25 °C. Calculou-se a porcentagem de germinação das sementes ao final do teste (28 dias após semeadura), conforme metodologia descrita Labouriau e Valadares (1976).

𝐺 𝑖 𝑎çã % = ú ú 𝑎 𝑔 𝑖 𝑎 𝑎 𝑥

Para o cálculo do índice de velocidade de germinação, as contagens de sementes germinadas

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apresentaram protusão da raiz primária com dimensão ≥ 2 mm, onde foi calculado de acordo com a fórmula de Maguire (1962), em que:

Í 𝑖 𝑣 𝑖 𝑎 𝑔 𝑖 𝑎çã 𝐼𝑉𝐺 = 𝐺𝑁 + 𝑁𝐺 + ⋯ + 𝐺𝑛

𝑁𝑛 , onde:

G1, G2,..., Gn = número de plântulas computadas na primeira, segunda e última contagem de

germinação; N1, N2,..., Nn = número de dias transcorridos da semeadura à primeira, segunda e

última contagem de germinação.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância utilizando o teste F (p<0,0001) e

as médias foram comparadas pelo teste de Tukey com 5% de probabilidade, pelo software Bioestat®

5.0. Adicionalmente realizou-se uma análise de regressão relacionando a condutividade elétrica com o porcentual de germinação.

Resultados e Discussões

O teste de condutividade elétrica fornece uma boa confiabilidade e rapidez para avaliação da qualidade de sementes, entretanto, para sementes de dormideira ainda não há padrão estabelecido. O grupo de sementes chochas obteve diferença entre os demais grupos, para este mesmo grupo de sementes não houve germinação durante 28 dias (Tabela 1). Considerando os parâmetros índice de velocidade de germinação e porcentagem de germinação não houve diferença entre os grupos de sementes intactas, logo, consideram-se como sementes viáveis aquelas que apresentaram

condutividade entre 39 a 87 μS.cm-1.g-1.

Tabela 1: Valores médios de Condutividade Elétrica em 24 horas, índice de velocidade de germinação (IVG) e porcentagem de germinação aos 28 dias após a semeadura de sementes de M. somnians. Médias seguidas de letras

iguais não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Tratamento Condutividade Elétrica (μS.cm-1.g-1) IVG Germinação (%)

Semente colorida intacta 57,50 a 1,12 a 42,00 a

Semente colorida chocha 998,74 b 0,00 b 0,00 b

Semente intacta bronze 39,79 a 1,14 a 43,00 a

Semente intacta marrom 65,69 a 0,91 a 32,00 a

Semente intacta briste 86,41 a 0,97 a 30,00 a

Em trabalho exposto por Garcia (2013) a condutividade elétrica de semente de Mimosa heringeri foi entre 5,57 μS.cm-¹.g-¹ a 17,09 μS.cm-¹.g-¹ representando 63,5% de viabilidade no lote destas sementes. Já a condutividade elétrica encontrada em sementes armazenadas por dois anos de Mimosa caesalpiniifolia Benth por Medeiros et al. (2014) foi igual 334,45 μS.cm-1.g-1, estas

mesmas sementes apresentaram 100% de germinação e IVG igual a 16,71.

Devido à regressão ser altamente significativa, admite-se que quanto maior a condutividade elétrica menor o porcentual de germinação. Conforme o coeficiente de determinação apresentado na

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Figura 2 consta que, 91% da variação dos dados de porcentual de germinação são influenciados pelo aumento da condutividade elétrica. De acordo com Vanzolini e Nakagawa (1999), sementes com baixo vigor tendem apresentar desorganização das estruturas das membranas celulares, permitindo acréscimo na lixiviação de solutos. Em trabalho realizado por Silva et al. (2014), altos valores na medição da condutividade elétrica indicam baixa qualidade fisiológica, e baixos valores representam maior vigor das sementes.

Figura 2 – Relação entre a condutividade elétrica e o porcentual de germinação de sementes de M. somnians. Fonte: Yanna Karoline Santos da Costa.

Conclusões

Quanto maior a condutividade elétrica menor a germinação de sementes de Mimosa somnians. Sementes coloridas chochas não devem ser utilizadas para plantio.

Referências

DUTRA, Valquíria Ferreira; GARCIA, Flávia Cristina Pinto. Mimosa L. (Leguminosae-Mimosoideae) dos campos rupestres de Minas Gerais, Brasil. Iheringia, Porto Alegre, v. 69, n. 1, p. 49-88, 2014.

GARCIA, Jessica Pereira. Avaliação da qualidade fisiológica e caracterização morfológica das

sementes de duas espécies nativas do Cerrado. 2013. 38f. Trabalho de Conclusão de Curso

(Engenharia Florestal) – Universidade de Brasília, Brasília – DF, 2013.

GONZALES, José Luis Souto; PAULA, Rinaldo César de; VALERI, Sérgio Valiengo. Teste de condutividade elétrica em sementes de Albizia hassleri (Chodat) burkat. fabaceae-mimosoideae.

Rev. Árvore, v. 33, n. 4, p. 625-634, 2009.

LOPES, Rodrigo Ramos; FRANKE, Lúcia Brandão. Teste de condutividade elétrica para avaliação fisiológica de sementes de azevém (Lolium multiflorum L.). Rev. Sementes, v. 32, n. 1, p.123-130, 2010. y = -0.0397x + 39.356 R² = 0.9117 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 0.0 200.0 400.0 600.0 800.0 1000.0 1200.0 G e rm ina ç ã o (% ) Condutividade Elétrica (μS.cm-1.g-1)

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MEDEIROS, Maria L. de S.; CORREIA, Luiz A. da S.; PÁDUAL, Guilherme V. G.; SILVA, Mariana D. da. Qualidade fisiológica de sementes de Mimosa caesalpiniifolia Benth. em função de diferentes períodos de armazenamento. Anais... VIII Simpósio de Floresta. Recife. 2014.

PIO-CORRÊA, Manoel; PENA, Leonam de Azevedo. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil e das

Exóticas Cultivadas. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, v. 6, 1984.

SILVA, Kelina Bernardo; ALVES, Edna Ursulino; OLIVEIRA, Arnaldo Nonato Pereira de; RODRIGUES, Paulo Alexandre Fernandes; SOUSA, Nelto Almeida de; AGUIAR, Vaniclécia Alves de. Variabilidade da germinação e caracteres de frutos e sementes entre matrizes de Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T.D. Penn. Rev. Eletrônica de Biologia, v. 7, n. 3, p 281-300, 2014

TAVARES, Rodrigo Castro; FILHO, Paulo Furtado Mendes; LACERDA, Claudivan Feitosa de; SILVA, Joedna. Mycorrhizal colonization and root nodulation in sabiá seedlings (Mimosa caesalpiniaefolia Benth.) at different salinity levels. Rev. Ciência Agronômica, v. 43, n. 3, p. 409-416, 2012.

VANZOLINI, Silvelena Segato; NAKAGAWA, João. Teste de condutividade elétrica em sementes de amendoim: Efeitos do teor de água inicial e de período de embebição. Rev. Bras. de Sementes, Brasília, v. 21, n.1, p. 46-52, 1999.

VIEIRA, R.D. Teste de condutividade elétrica. In: VIEIRA, R.D.; CARVALHO, N.M. (Ed.). Testes de vigor em sementes. Jaboticabal: FUNEP, 1994. p.103-132.

Agradecimentos

A VALE pelo financiamento do projeto e concessão de bolsas de iniciação científica. A Universidade Federal Rural da Amazônia por auxílio a transporte. Aos grupos PET Agronomia e MIPDAM pela realização dos experimentos de campo e Laboratório.

Referências

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