• Nenhum resultado encontrado

Curso Online Contabilidade Geral e Avançada. Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil - AFRFB. Egbert Buarque

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Curso Online Contabilidade Geral e Avançada. Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil - AFRFB. Egbert Buarque"

Copied!
92
0
0

Texto

(1)

1 Olá pessoal,

Chegamos à nossa quinta aula, cujo conteúdo previsto é:

Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido, forma de apresentação e conteúdo. Demonstração do Fluxo de Caixa: obrigatoriedade de apresentação, métodos de elaboração e forma de apresentação. Demonstração do Valor Adicionado – DVA: conceito, forma de apresentação e elaboração.

Bem, vamos ao trabalho.

1. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)

A demonstração das mutações do patrimônio líquido inclui as seguintes informações:

(a) o resultado abrangente do período, apresentando separadamente o montante total atribuível aos proprietários da entidade controladora e o montante correspondente à participação de não controladores;

(b) para cada componente do patrimônio líquido, os efeitos da aplicação retrospectiva ou da reapresentação retrospectiva, reconhecidos de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro;

(c) para cada componente do patrimônio líquido, a conciliação do saldo no início e no final do período, demonstrando-se separadamente as mutações decorrentes:

(i) do resultado líquido;

(ii) de cada item dos outros resultados abrangentes; e

(iii) de transações com os proprietários realizadas na condição de proprietário, demonstrando separadamente suas integralizações e as distribuições realizadas, bem como modificações nas participações em controladas que não implicaram perda do controle.

(2)

2 Informação a ser apresentada na demonstração das mutações do patrimônio líquido ou nas notas explicativas

Para cada componente do patrimônio líquido, a entidade deve apresentar, ou na demonstração das mutações do patrimônio líquido ou nas notas explicativas, uma análise dos outros resultados abrangentes por item.

O patrimônio líquido deve apresentar:

• O capital social;

• As reservas de capital;

• Os ajustes de avaliação patrimonial; • As reservas de lucros;

• As ações ou quotas em tesouraria; • Os prejuízos acumulados;

• Se legalmente admitidos, os lucros acumulados; e

• As demais contas exigidas pelos Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo CPC.

A entidade deve apresentar, na demonstração das mutações do patrimônio líquido ou nas notas explicativas, o montante de dividendos reconhecidos como distribuição aos proprietários durante o período e o respectivo montante dos dividendos por ação.

Os componentes do patrimônio líquido incluem, por exemplo, cada classe de capital integralizado, o saldo acumulado de cada classe do resultado abrangente (ajustes de avaliação patrimonial e ajustes acumulados de conversão, por exemplo) e as reservas de lucros.

As alterações no patrimônio líquido da entidade entre duas datas de balanço devem refletir o aumento ou a redução nos seus ativos líquidos (patrimônio líquido) durante o período. Com a exceção das alterações resultantes de transações com os proprietários agindo na sua capacidade de detentores de capital próprio (tais como integralizações de capital, reaquisições de instrumentos de capital próprio da entidade e distribuição de dividendos) e dos custos de transação diretamente relacionados com tais transações, a alteração global no patrimônio líquido durante um período representa o montante total líquido de receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas, gerado pelas atividades da entidade durante esse período, acrescido, ou diminuído, dos outros resultados abrangentes.

O Pronunciamento Técnico CPC 23 - Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro requer ajustes retrospectivos ao se efetuarem alterações nas

(3)

3 políticas contábeis, até o ponto que seja praticável, exceto quando as disposições de transição de outro Pronunciamento Técnico, Orientação ou Interpretação do CPC requererem de outra forma. O Pronunciamento Técnico CPC 23 também requer que reapresentações para corrigir erros sejam feitas retrospectivamente, até o ponto em que seja praticável. Os ajustes retrospectivos e as reapresentações retrospectivas para corrigir erros não são alterações do patrimônio líquido, mas são ajustes aos saldos de abertura da reserva de lucros retidos (ou prejuízos acumulados) exceto quando um Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação do CPC exigir ajustes retrospectivos de outro componente do patrimônio líquido.

Você deve ter percebido que o texto, até aqui, praticamente reproduziu o CPC 26 naquilo que se refere à DMPL. Prefiro fazer assim, porque tem sido uma tendência das bancas, inclusive da ESAF, cobrar o conteúdo dos CPCs de forma teórica.

Veja que o CPC 26 permite a apresentação da demonstração dos resultados abrangentes (DRA) dentro da DMPL, mas, como se viu na aula anterior, o CPC 26 não permite que a DRA seja apresentada somente dentro da DMPL.

Vamos a um exemplo numérico de DMPL.

Suponha que os seguintes fatos contábeis tenham ocorrido ao longo do exercício social da empresa ABC:

1. Aumento de capital, no valor de 700, sendo 500 por meio de recursos dos sócios e 200 provenientes de reservas de capital;

2. Lucro líquido do exercício, no valor de 2.500;

3. Reconhecimento de ajustes positivos de avaliação patrimonial de instrumentos financeiros disponíveis para venda no valor de 800;

4. Reconhecimento de ajustes de avaliação patrimonial negativos sobre outros resultados abrangentes de coligadas no valor de 300;

5. Reconhecimento de ajustes de conversão positivos no valor de 100;

6. Reclassificação para o resultado de 400, referentes a ajustes de avaliação patrimonial positivos de exercícios anteriores;

7. Constituição de 350 em reservas de lucros; e 8. Distribuição de 1.200 a título de dividendos. Vamos montar, passo a passo, a DMPL?

(4)

4 Fato 1: Aumento de capital, no valor de 700, sendo 500 por meio de recursos dos sócios e 200 provenientes de reservas de capital.

Veja que o capital social integralizado aumenta de 700 e as reservas de capital são reduzidas em 200. A contrapartida da parcela de aumento de capital proveniente dos sócios não é evidenciada na DMPL, pois ocorre em conta do ativo. O resultado é o aumento do patrimônio líquido em 500.

(5)

5 Fato 2: Lucro líquido do exercício, no valor de 2.500.

Veja que o lucro é registrado na conta “Lucros ou prejuízos acumulados”, aumentando o patrimônio líquido pelo mesmo valor (2.500). Lembre-se de que o lucro do exercício deve ser transferido para esta conta para que sejam feitas, posteriormente, as destinações. Observe, ainda as alterações dos saldos finais.

(6)

6 Fato 3: Reconhecimento de ajustes positivos de avaliação patrimonial de instrumentos financeiros disponíveis para venda no valor de 800.

O registro de ajustes de avaliação patrimonial do exercício em “Outros resultados abrangentes” faz aumentar o PL pelo mesmo valor (800). Observe, também, os saldos finais.

(7)

7 Fato 4: Reconhecimento de ajustes de avaliação patrimonial negativos sobre outros resultados abrangentes de coligadas no valor de 300.

Os ajustes de avaliação patrimonial sobre coligadas resultam da aplicação do método da equivalência patrimonial, o qual pressupõe o reconhecimento, de forma reflexa, das variações do PL da coligada (ou controlada) de forma reflexa na investidora. A coligada reconheceu, por algum motivo (que não interessa para o exemplo), ajustes de avaliação patrimonial. Por isso, a investidora (que está elaborando a DMPL) reconheceu ajuste de avaliação patrimonial na proporção da participação que ele detém na sua investida.

(8)

8 Fato 5: Reconhecimento de ajustes de conversão positivos no valor de 100.

Ajustes de conversão surgem, como o nome sugere, de conversão do balanço patrimonial da moeda funcional (moeda do principal ambiente de negócios no qual a entidade atua) para moeda estrangeira (qualquer moeda que não seja a moeda funcional). Dependendo se a moeda funcional for de economia hiperinflacionária ou não, o método de conversão levará ao reconhecimento de ajustes de conversão. Veja que os “outros resultados abrangentes” do período totalizam 600 (800 – 300 + 100). O saldo dos “Outros resultados abrangentes” aumentou para 1.400 (800 + 600). O saldo do PL aumento para 17.900 (14.300 + 500 + 2.500 + 600).

(9)

9 Fato 6: Reclassificação para o resultado de 400, referentes a ajustes de avaliação patrimonial positivos de exercícios anteriores.

Observe no campo “Total” que está grifado de 2.500 até 2.700. Isto representa a Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) do período (2.500 + 600 – 400). O saldo inicial (14.300) somado ao aumento de capital (500) e ao resultado abrangente total (2.700) totalizam 17.500. Cabe destacar que o ajuste de reclassificação foi negativo porque o ajuste baixado para o resultado era positivo. Como vimos, o ajuste de reclassificação tem por objetivo evitar a duplicidade na contabilização, no resultado abrangente total, de um “outro resultado abrangente” que foi baixado para oi resultado.

(10)

10 Fato 7: Constituição de 350 em reservas de lucros.

A destinação de parcela do resultado para reserva de lucros não causa alteração quantitativa do PL, mas apenas qualitativa. Como se vê, são deduzidos 350 da conta “lucros ou prejuízos acumulados” e acrescidos os mesmos 350 às Reservas de lucros. Este fato não altera o saldo do PL, o qual se mantém em 17.500.

(11)

11 Fato 8: Distribuição de 1.200 a título de dividendos.

Observe que os dividendos causam redução da conta “Lucros ou prejuízos acumulados”. A contrapartida do registro dos

(12)

Veja como já caiu em prova.

(CESGRANRIO - BNDES ANALISTA CONTÁBIL 2008) Informação parcial da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido da Cia. Gama S/A, referente aos saldos finais apresentados no grupo do Patrimônio Líquido, no Balanço de 31/12/05.

Durante o exercício de 2006 ocorreram as seguintes situações:

• aumento de capital proveniente de transferência de reservas de capital no valor de R$ 500.000,00 e aporte de capital por parte dos sócios de R$ 500.000,00;

• reversão de reserva de contingência estabelecida em função de perdas possíveis em matéria-prima que efetivamente ocorreram no exercício de 2006 no valor de R$ 100.000,00;

• Lucro Líquido do exercício no montante de R$ 300.000,00; • distribuição de lucros em forma de reserva:

• Reserva legal = percentual determinado pela lei • Reserva estatutária = R$ 100.000,00

• Reserva para contingência = 80% do valor da reserva revertida • proposta para dividendos = R$ 0,08 por ação.

Sabendo-se que a Cia. Gama S/A só possui ações ordinárias, cujo valor nominal em 31/12/06 era de R$ 1,20, o saldo da coluna Lucros ou Prejuízos

(13)

Acumulados, em 31/12/06, considerando exclusivamente as informações recebidas, em reais, é (A) 15.000,00 (B) 20.000,00 (C) 35.000,00 (D) 40.000,00 (E) 115.000,00 SOLUÇÃO

A questão já forneceu a estrutura da DMPL. Preenchendo a demonstração com as informações do enunciado, tem-se:

Itens Capital Reserva de Capital Lucro Acum. Total

Legal Estatutária Contingência

Saldo 31.12.2005 2.000.000 1.050.000 200.000 250.000 150.000 15.000 3.665.000

Aumento de Capital 1.000.000 -500.000 500.000

Reversão Reserva -100.000 100.000 0

L. Líquido do Exercício 300.000 300.000

Proposta de Distribuição do Lucro

Reservas 15.000 100.000 80.000 -195.000 0

Dividendos 200.000 -200.000 0

Saldo em 31/12/2006 3.200.000 550.000 215.000 350.000 130.000 20.000 4.465.000

Reserva de Lucros

Deve-se observar que cada ação, em 31/12/2006 estava avaliada em R$ 1,2. Considerando um capital social integralizado de R$ 3.000.000,00, pode-se concluir que ele é formado por 2.500.000 ações (3.000.000,00/1,2).

A partir da determinação do número de ações, pode-se determinar o valor dos dividendos:

Dividendos = 2.500.000 X 0,08 (dividendo por ação) = 200.000,00.

Finalizando a DMPL, calculamos o saldo final da conta lucros acumulados, que é de R$ 20.000,00.

(14)

2. Demonstração dos fluxos de caixa (DFC)

2.1. Fundamentação Legal

O conteúdo mínimo da Demonstração dos Fluxos de Caixa está previsto no art. 188 da Lei 6.404/76 e suas alterações:

“Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

a) das operações; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

b) dos financiamentos; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)”

2.2. Conceitos

Obrigatória para todas as companhias abertas e para as fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço, igual ou superior a R$ 2 milhões, a demonstração dos fluxos de caixa evidencia as modificações ocorridas nas disponibilidades da companhia, em um determinado exercício, por meio da exposição dos fluxos de recebimentos e pagamentos (método direto) ou de forma indireta (método indireto ou da reconciliação).

A DFC apresenta informações relevantes para o público interessado em avaliar a capacidade da empresa de gerar disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa), bem como em identificar suas necessidades de utilização desses recursos. Tais elementos também podem ser úteis quando se quer avaliar uma sociedade com base no valor presente de seu fluxo de caixa.

Outro aspecto relevante da análise dos fluxos de caixa reside no fato de que a geração de lucros não garante a sobrevivência de uma empresa, se não for conjugada com a capacidade de honrar seus compromissos em dia. Atrasar

(15)

pagamentos pode causar a perda do crédito no mercado e inviabilizar a continuidade do negócio.

Para fins da DFC, “Caixa” compreende numerário em espécie e depósitos bancários de livre movimentação (Bancos Conta Movimento).

Além do Caixa, a DFC também trata das disponibilidades denominadas equivalentes de caixa, que são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, prontamente conversíveis em caixa, sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.

Portanto, além das modificações ocorridas no saldo da conta Caixa, a DFC deve evidenciar as alterações sofridas pelas demais disponibilidades, inclusive a conta corrente de livre movimentação e os investimentos de elevada liquidez.

Conforme a Lei nº 6.404/76 e o CPC 03, a DFC deve indicar, pelo menos, as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando essas alterações em, no mínimo, três fluxos:

1 – DAS OPERAÇÕES

2 – DOS FINANCIAMENTOS

3 – DOS INVESTIMENTOS

Fluxos de caixa são as entradas e saídas de disponibilidades, ou seja, de caixa e equivalentes de caixa.

Atividades operacionais são as principais operações geradoras de receita da empresa (vendas e prestações de serviços, por exemplo), assim como outras que não se enquadrem como atividades de financiamento ou investimento. Seguem algumas hipóteses que provocam entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa classificadas entre os fluxos operacionais, de acordo com o CPC 03:

1 - recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços;

(16)

2 - recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas;

3 - pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e de serviços; 4 - pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados;

5 - recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice;

6 - pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que possam ser especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de investimento; e

7 - recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação imediata ou disponíveis para venda futura.

Algumas transações, como a venda de item do imobilizado, podem resultar em ganho ou perda, que é incluído na apuração do lucro líquido ou prejuízo. Os fluxos de caixa relativos a tais transações são fluxos de caixa provenientes de atividades de investimento. Entretanto, pagamentos em caixa para a produção ou a aquisição de ativos mantidos para aluguel a terceiros que, em sequência, são vendidos, conforme descrito no item 68A do Pronunciamento Técnico CPC 27 - Ativo Imobilizado, são fluxos de caixa advindos das atividades operacionais. Os recebimentos de aluguéis e das vendas subsequentes de tais ativos são também fluxos de caixa das atividades operacionais.

A entidade pode manter títulos e empréstimos para fins de negociação imediata ou futura (dealing or trading purposes), os quais, no caso, são semelhantes a estoques adquiridos especificamente para revenda. Dessa forma, os fluxos de caixa advindos da compra e venda desses títulos são classificados como atividades operacionais. Da mesma forma, as antecipações de caixa (desconto d duplicatas) e os empréstimos feitos por instituições financeiras são comumente classificados como atividades operacionais, uma vez que se referem à principal atividade geradora de receita dessas entidades.

Atividades de financiamento são aquelas que resultam em alteração no capital próprio (principalmente aumentos e diminuições do capital social) e em endividamento da entidade (aumentos e diminuições do passivo exigível não classificados como fluxos operacionais). São exemplos:

(17)

1 – recebimentos pela emissão de ações ou outros instrumentos de capital;

2 – pagamentos a investidores para adquirir ou resgatar ações da empresa;

3 – recebimentos provenientes da emissão de debêntures, empréstimos, títulos e valores, hipotecas e outros empréstimos a curto e longo prazos;

4 – amortização de empréstimos a pagar; e

5 – pagamentos, pelo arrendatário, para a redução do passivo relativo a um arrendamento mercantil (leasing) financeiro.

Os fluxos de caixa da DFC (das operações, dos financiamentos e dos investimentos), não incluem movimentos entre itens que constituem caixa ou equivalentes de caixa (porque estes não alteram o valor das disponibilidades), em virtude de serem parte da gestão financeira de uma entidade. Desse modo, depósitos bancários, por exemplo, não fazem parte dos fluxos de caixa indicados na DFC, pois movimentam apenas contas de disponibilidades.

Na classificação dos fluxos, devem-se levar em consideração as operações principais da sociedade. Numa empresa cuja atividade principal seja a negociação de títulos, por exemplo, os fluxos de caixa decorrentes da compra e venda de títulos negociáveis são classificados entre as atividades operacionais, não como fluxos de investimentos. De forma idêntica, uma instituição financeira classifica os empréstimos e financiamentos que concede entre os fluxos operacionais, não como atividades investimento.

As alienações de bens do ativo imobilizado e do intangível podem resultar em ganho ou perda de capital, incluídos na apuração do resultado. Todavia, os fluxos de caixa relativos a tais transações são provenientes de atividades de investimento. Portanto, quando da apresentação das atividades operacionais pelo método indireto, os lucros ou prejuízos na alienação de bens do imobilizado e intangível devem ser eliminados do resultado e classificados como atividades de investimento.

Atividades de investimento são as relativas à aquisição e alienação de ativos de longo prazo e investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa. São exemplos:

(18)

1 – desembolsos para aquisição de ativos imobilizados, intangíveis e outros ativos de longo prazo. Esses desembolsos incluem os custos de desenvolvimento ativados e ativos imobilizados de construção própria;

2 – recebimentos resultantes da venda de ativos imobilizados, intangíveis e outros ativos de longo prazo;

3 – desembolsos para aquisição de ações ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto desembolsos referentes a títulos considerados como equivalentes de caixa ou mantidos para negociação);

4 – recebimentos em caixa provenientes da venda de ações ou instrumentos de divida de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto recebimentos referentes aos títulos considerados como equivalentes de caixa e os mantidos para negociação);

5 – adiantamentos e empréstimos em dinheiro feitos a terceiros;

6 – recebimentos por liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos feitos a terceiros;

7 – recebimentos e desembolsos por contratos de futuros, a termo, de opção e swap.

Os equivalentes de caixa são mantidos para atender a pagamentos de curto prazo, e não para investimento ou outras finalidades. Por isso, investimentos em ações de outras sociedades não fazem parte dos equivalentes de caixa (em geral, são atividades de investimento), a menos que sejam, de fato, equivalentes de caixa, como por exemplo ações preferenciais adquiridas dentro de um período de até 3 meses de seu resgate.

Importante

Os juros pagos e recebidos e os dividendos e os juros sobre o capital próprio recebidos são comumente classificados como fluxos de caixa operacionais em instituições financeiras. Todavia, não há consenso sobre a classificação desses fluxos de caixa para outras entidades. Os juros pagos e recebidos e os dividendos e os juros sobre o capital próprio recebidos podem ser classificados

(19)

como fluxos de caixa operacionais, porque eles entram na determinação do lucro líquido ou prejuízo. Alternativamente, os juros pagos e os juros, os dividendos e os juros sobre o capital próprio recebidos podem ser classificados, respectivamente, como fluxos de caixa de financiamento e fluxos de caixa de investimento, porque são custos de obtenção de recursos financeiros ou retornos sobre investimentos.

Os dividendos e os juros sobre o capital próprio pagos podem ser classificados como fluxo de caixa de financiamento porque são custos da obtenção de recursos financeiros. Alternativamente, os dividendos e os juros sobre o capital próprio pagos podem ser classificados como componente dos fluxos de caixa das atividades operacionais, a fim de auxiliar os usuários a determinar a capacidade de a entidade pagar dividendos e juros sobre o capital próprio utilizando os fluxos de caixa operacionais.

O CPC 3 encoraja fortemente as entidades a classificarem os juros, recebidos ou pagos, e os dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos como fluxos de caixa das atividades operacionais, e os dividendos e juros sobre o capital próprio pagos como fluxos de caixa das atividades de financiamento. Alternativa diferente deve ser seguida de nota evidenciando esse fato.

Resumindo, o CPC encoraja a seguinte classificação:  Juros (recebidos ou pagos): fluxo das operações  Dividendos recebidos: fluxo das operações

 Juros sobre capital próprio recebidos: fluxo das operações  Dividendos pagos: fluxo de financiamento

 Juros sobre capital próprio pagos: fluxo de financiamento

2.3. Métodos de Elaboração

Existem dois métodos de elaboração da DFC:

1 – método direto; e

(20)

A diferença entre os métodos direto e indireto limita-se exclusivamente, ao fluxo das atividades operacionais. Os fluxos das atividades de financiamento e de investimento são demonstrados de forma igual em ambos os métodos.

Segundo a CVM, a empresa deve divulgar os fluxos de caixa das atividades operacionais usando:

1 – o método direto, segundo o qual as principais classes de recebimentos brutos e desembolsos brutos são divulgadas; ou

2- o método indireto, segundo o qual o lucro ou prejuízo líquido do exercício é ajustado pelos efeitos:

a) Das transações que não envolvem caixa;

b) De quaisquer diferimentos ou outras apropriações por competência sobre recebimentos ou pagamentos operacionais passados ou futuros; e

c) De itens de receita ou despesa associados com fluxos de caixa das atividades de investimento ou de financiamento.

2.3.1. Método Direto

No método direto, a DFC é elaborada a partir da movimentação diretamente ocorrida nas disponibilidades. São apresentados todos os itens que tenham provocado entrada ou saída de disponibilidades, vale dizer, todos os pagamentos e recebimentos.

Para fins de provas de concursos, podemos organizar o fluxo das operações em três “subfluxos”:

(+) Recebimento de clientes (fluxo positivo) (-) Pagamento a fornecedores (fluxo negativo)

(-) Pagamento de despesas operacionais (fluxo negativo)

Para calcularmos o “subfluxo” de recebimento de clientes, empregamos a seguinte fórmula:

(21)

Clientes (saldo inicial)

(+) Vendas (líquidas + tributos sobre vendas) (-) Clientes (saldo final)

(+) antecipação de clientes (saldo final) (-) antecipação de clientes (saldo inicial) (+) PCLD (saldo final)

(-) despesa de constituição de PCLD (-) PCLD (saldo inicial)

(=) Recebimento de clientes

A fórmula no quadro acima reflete o seguinte raciocínio: o recebimento de clientes é afetado pelas seguintes situações:

O raciocínio é simples.

O que eu recebo dos meus clientes?

As vendas e os valores de vendas que ainda não entreguei!

Mas estas vendas poderão ser recebidas somente num exercício futuro (isso é captado pelo aumento do saldo da conta clientes).

VENDAS A PRAZO

“CALOTE”

ANTECIPADO À VISTA

(22)

Mas o que eu estou recebendo agora são vendas que fiz no passado (isso é captado pela diminuição do saldo da conta clientes).

Mas estas vendas já foram recebidas e a empresa apenas está apropriando os valores antecipados no resultado (isso é captado pela variação negativa do saldo da conta antecipação de clientes).

Mas a empresa pode estar recebendo de seus clientes por vendas que ainda não entregou (isso é captado pela variação positiva do saldo da conta antecipação de clientes).

Mas a empresa pode ter vendido e não recebeu, ou seja, tomou calote (isso é captado pela variação de saldo da PCLD, conjugado com a despesa de constituição ou com a receita de reversão de PCLD).

Para calcularmos o “subfluxo” de pagamento a fornecedores, seguimos a mesma lógica anterior, com os devidos ajustes:

Fornecedores (saldo inicial)

(+) compras (líquidas + tributos sobre compras) (-) Fornecedores (saldo final)

(+) antecipação a fornecedores (saldo final) (-) antecipação a fornecedores (saldo inicial) (=) pagamento a fornecedores

Para calcularmos, por exemplo, o “subfluxo” de pagamento de despesas com energia, também seguimos a mesma linha de raciocínio:

Energia a pagar (saldo inicial) (+) Despesa com energia

(-) Energia a pagar (saldo final) (=) pagamento de energia

(23)

Exemplo:

A partir da tabela apresentada, julgue os itens subsequentes acerca da elaboração das demonstrações contábeis.

(CESPE - FUB CONTADOR 2009) O saldo final do disponível é de R$ 72.326. COMENTÁRIO

Elaborando a DFC a partir das informações da tabela, temos Cálculo de recebimento de clientes:

Clientes (inicial)...18.980 (+) receita de vendas...54.670 (-) Clientes (final)...(10.320) (+) receita antecipada (final)...9.800 (-) receita antecipada (inicial)...(5.340) (+) provisão para créditos de liquidação duvidosa (saldo final)...3.120

(24)

(-) despesa com constituição de PCLD...(????) (-) provisão para créditos de liquidação duvidosa (saldo inicial)...(2.190) (=) recebimento de clientes...?????? Ou seja, na falta da despesa de constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD), não se pode calcular o valor recebido dos clientes. Supondo que essa despesa fosse nula (uma suposição muito forçada...), o recebimento de clientes seria R$ 68.720.

Cálculo de pagamento a fornecedores:

Fornecedores (inicial)...4.320 (-) Fornecedores (final)...(1.190) (=) Pagamento a fornecedores...3.130 Cálculo de pagamento de energia

Energia a pagar (inicial)...2.130 (+) despesa de energia...2.234 (-) energia a pagar (final)...(900) (=) pagamento de energia...3.464 Cálculo do pagamento de salários

Salários antecipados (final)...340 (-) Salários antecipados (inicial)...(890) (+) despesa de salários...8.870 (=) Pagamento de salários...8.320 Compondo o fluxo das operações, temos:

Recebimento de clientes...68.720 (-) pagamento a fornecedores...(3.130) (-) pagamento de energia...(3.464) (-) pagamento de salários...(8.320) (=) Fluxo das operações...53.806

Calculando-se o fluxo dos financiamentos apenas pela diferença entre saldo final e inicial, temos:

Integralização de capital social (31.240 – 20.200)...11.040 Empréstimos (17.890 – 8.120)...9.770 (=) Fluxo de financiamentos...20.810

(25)

Calculando-se o fluxo de investimentos apenas pela diferença entre saldo final e inicial, temos:

Compra de automóveis (20.020 – 5.400)...14.620 Compondo a DFC, temos:

Fluxo das operações...53.806 Fluxo dos investimentos...(14.620) Fluxo dos financiamentos...20.810 Fluxo TOTAL... 59.996 Saldo inicial das Disponibilidades (a) ...12.340 Saldo final das Disponibilidades(b)...72.336 Caixa e equivalentes de caixa gerados (b – a)...59.996 GABARITO: ERRADO

2.3.2. Método Indireto

A idéia central do método indireto é partir de um resultado apurado pelo regime de competência e transformá-lo num resultado pelo regime de caixa. Entretanto, o resultado do exercício contém ganhos ou perdas de capital, que geram fluxos de investimento. Portanto, estes ganhos ou perdas de capital devem ser excluídos do resultado, pois não pertencem ao fluxo das operações.

Sem maiores rodeios, eis a estrutura do fluxo das operações pelo método indireto:

Resultado do exercício

(-) despesas que não geram desembolso

(+) receitas que não geram ingresso de recursos (-/+) ganho ou perda de capital

(=) resultado ajustado

(+) aumento do Passivo Circulante Operacional (-) redução do Passivo Circulante Operacional (+) redução do Ativo Circulante Não Disponível (-) aumento do Ativo Circulante Não Disponível (=) fluxo das operações

(26)

Vamos explicar os itens da estrutura apresentada.

Despesas que não geram desembolso são, por exemplo: encargos de depreciação e de amortização, perda em equivalência patrimonial, variação monetária passiva, variação cambial passiva. A maioria das bancas entende que aqui estão incluídas as despesas de constituição da Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD), com exceção da ESAF, a qual entende que o efeito da PCLD deve ser analisado de forma conjugada com a conta “clientes”, como se o saldo da conta clientes e da conta PCLD fossem um só. Dessa forma, o efeito da PCLD aparecerá após o resultado ajustado. Isso é uma peculiaridade da ESAF.

Receitas que não geram ingressos de recursos são, por exemplo: reversão de encargos de depreciação e de amortização, ganho por equivalência patrimonial, variações monetárias ativas.

A exclusão do ganho de capital ou da perda de capital se deve ao fato de que estes integram o fluxo dos investimentos, ainda que possam ter gerado ou consumido caixa durante o período.

Agora, vamos entender aquela série de ajustes que aparecem depois do resultado ajustado.

Partiremos da equação do patrimônio: A = P + PL Sabemos que: A = AC + ANC P = PC + PNC Temos que: AC + ANC = PC + PNC + PL

Mas, o AC pode ser dividido em duas partes:

(27)

ACND = ativo não circulante não disponível (estoque, clientes, duplicatas a receber, entre outros)

Fazendo a substituição, temos:

ACD + ACND + ANC = PC + PNC + PL Isolando o ACD, temos:

ACD = PC – ACND + PNC – ANC + PL

Partindo da premissa que a maioria dos itens operacionais pertencem ao ativo circulante e ao passivo circulante, temos que o ACD aumenta quando o PC aumenta. Quando o PC diminui, o ACD também diminui. Já o ACND, provova variações em sentido contrário, ou seja, quando ele aumenta, o ACD diminui. Quando o ACND diminui, o ACD aumenta.

Essas variações são fáceis de exemplificar. Quando uma empresa compra mercadorias a prazo, o CMV deduzido da receita não foi todo desembolsado, pois uma parte vai ser pago aos fornecedores em data futura. Portanto, a parcela não paga do custo da mercadoria vendida faz aumentar o passivo circulante (fornecedores), aumentando o resultado pelo regime de caixa.

Por outro lado, quando o saldo da conta “clientes” aumenta, isso significa que parte da receita de vendas do período somente será recebida em data futura, o que faz reduzir o resultado pelo regime de caixa.

Este exemplos, ajudam a “acreditar” na fórmula que mostra o ACD variando no mesmo sentido que as contas do PC e no sentido inverso das contas do ACND.

Exemplo:

(CESGRANRIO - TERMOAÇU CONTADOR 2008) Considere os dados abaixo para a elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa, em reais, de uma determinada empresa.

(28)

Examinando os dados apresentados, conclui-se que o caixa líquido consumido nas atividades operacionais da empresa, em reais, pelo Método Indireto, será (A) 8.200,00 (B) 11.400,00 (C) 12.400,00 (D) 13.800,00 (E) 14.400,00 Solução

Pelo Método Indireto ou da reconciliação, o caixa líquido consumido nas atividades operacionais da empresa será determinado pelos aumentos/reduções no ACND (Ativo Circulante não Disponibilidades), pelas reduções/aumentos do PC (Passivo Circulante). As variações do ANC, PNC, PL não afetam as operações, pois estão relacionadas às atividades de financiamento e investimento. Portanto, pelo método indireto, temos:

(29)

Lucro Líquido do Exercício

12.000,00

(-) Resultado Positivo de Participação em Controladas

-

1.500,00

(+) Despesa com Depreciação no Período

800,00

(-) Ganho na Venda de Imobilizado

-

1.000,00

(+) Redução do saldo da conta Duplicatas a Receber

3.000,00

(-) Aumento do saldo da conta Estoques

-

1.200,00

(+) Aumento do saldo da conta de Adiantamento de Clientes

500,00

(-) Redução do saldo da conta Fornecedores

-

1.100,00

(+) Aumento do saldo da conta de Impostos a Pagar

900,00

Caixa Líquido das atividades operacionais (I)

12.400,00

Caixa Líquido das Atividades de Financiamento (II)

0

Resultado positivo de Participações em Controladas

1.500,00

Ganho na Venda de Imobilizado

1.000,00

Caixa Líquido das Atividades de Investimento (III)

2.500,00

Variação das Disponibilidades (I) + (II) + (III)

14.900,00

O Caixa líquido consumido nas atividades operacionais da empresa deveria ser calculado da seguinte forma:

(-) Aumento do saldo da conta Estoques

-

1.200,00

(-) Redução do saldo da conta Fornecedores

-

1.100,00

(=) caixa líquido consumido nas atividades operacionais da empresa 2.300,00

-

Pela resposta anotada pela banca no gabarito, ela quis perguntar sobre o caixa líquido das atividades operacionais da empresa. A questão não foi anulada, mas a resposta correta seria 2.300, que não se encontra entre as opções disponíveis.

(30)

Gabarito: C

A última prova para o cargo de AFRFB cobrou este assunto assim.

Dos registros da Cia. Boreal, foram extraídos os dados relativos aos exercícios contábeis de 2009/2010, a seguir:

Informação adicional

I. Títulos com vencimento previsto para 30 dias.

II. Com relação a PCLD, a provisão em 2010 correspondeu a R$400,00. Não houve registro de reversão dos saldos anteriores.

III. O Resultado c/Venda do Imobilizado corresponde a 75% do valor líquido do bem vendido.

(31)

1. (ESAF – AFRFB 2012) O resultado apurado no período: a) gerou um ingresso total de caixa de R$ 16.300,00. b) quando ajustado, é negativo em R$ 8.700,00.

c) contribuiu para ingresso financeiro de R$ 12.800,00.

d) representa um uso total de disponibilidades de R$ 12.300,00. e) indica que a atividade operacional foi positiva em R$ 1.300,00. COMENTÁRIO

Esta questão cobra a elaboração da DFC pelo método indireto. Então vamos elaborar a DFC.

Lucro líquido do exercício...12.800 (+) depreciação...3.000 (+) amortização...500 (-) Resultado com equivalência patrimonial...(10.000) (-) Resultado com venda de imobilizado...(15.000) (=) Resultado ajustado...(8.700) (-) aumento de estoques (5.900 – 3.000)...(2.900) (-) aumento de clientes [(8.000 – 400) - (6.300 – 300)]..(1.600) (+) aumento de contas a pagar (5.000 – 4.000)...1.000 (-) redução de fornecedores (6.900 – 14.000)...(7.100) (=) Fluxo das operações...(19.300) Portanto, o resultado ajustado é negativo em R$ 8.700.

Gabarito: B

2. (ESAF – AFRFB 2012) Para a elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa da Cia. Boreal, deve-se considerar que

a) ocorreu uma aquisição de participações societárias em outras empresas. b) as atividades operacionais foram alteradas pelo ganho com a venda do Imobilizado.

c) os dividendos distribuídos devem ser demonstrados como atividade de investimento.

d) as atividades de financiamento geram um ingresso positivo no fluxo do caixa.

e) a movimentação dos Fornecedores provoca aumento nas atividades de financiamentos.

(32)

COMENTÁRIOS

Vamos analisar as alternativas.

a) A variação do saldo das participações societárias é crescente em R$ 10.000 (23.500 – 13.500), o que poderia sugerir que houve aquisição de participações. Entretanto, verificamos que o resultado positivo da equivalência patrimonial é de R$ 10.000. Portanto, o aumento do saldo das participações societárias reflete ganho de equivalência patrimonial e não aquisição de novas participações. ERRADA.

b) O ganho com a venda do imobilizado se insere no fluxo das atividades de investimento. ERRADA.

c) Os dividendos distribuídos não são apresentados na DFC, pois distribuição de dividendos é debitada em lucros acumulados e creditada em dividendos a pagar, no passivo. Com certeza a banca não teve esta exatidão no uso do termo. Entendendo dividendo distribuído como dividendo pago (estamos estudando DFC...), sabe-se que o CPC 03 encoraja a classificação dos dividendos pagos no fluxo das atividades de financiamento. ERRADA.

d) As contas “títulos a pagar” e “capital social” aumentaram de saldo, respectivamente, em R$ 5.000 e R$ 11.600 (40.000 – 28.400). Portanto, o fluxo de financiamento gera um ingresso positivo de R$ 16.600 (5.000 + 11.600). CERTA.

e) A movimentação dos fornecedores provoca variação no fluxo das atividades operacionais. ERRADA.

Gabarito: D

3. Demonstração do valor adicionado

A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é obrigatória para as companhias de capital aberto e se destina a evidenciar a riqueza gerada por uma entidade e sua distribuição.

A DVA se baseia em critérios macroeconômicos (é isso mesmo! É o que diz o CPC 9). Sendo assim, poderíamos calcular aproximadamente o Produto Interno Bruto (soma de todas as riquezas produzidas no país durante um período) do país, somando as DVAs das diversas entidades que nele atuam.

Portanto, o enfoque da DVA é macroeconômico, no sentido de que ela busca identificar a contribuição de uma empresa para o PIB do país. Além disso, ela

(33)

mostra também como essa riqueza gerada será distribuída entre os fatores de produção (capital e trabalho) e o governo.

O esquema a seguir ajuda a compreender a visão da DVA

Vamos trabalhar algumas definições do CPC 09, pois as bancas, ultimamente, têm gostado de questões teóricas.

Valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade.

Receita de venda de mercadorias, produtos e serviços representa os valores reconhecidos na contabilidade a esse título pelo regime de competência e incluídos na demonstração do resultado do período.

Outras receitas representam os valores que sejam oriundos, principalmente, de baixas por alienação de ativos não-circulantes, tais como resultados na venda de imobilizado, de investimentos, e outras transações incluídas na

INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS PRODUTOS OU SERVIÇOS VENDIDOS RIQUEZA GERADA EMPREGADOS (TRABALHO) CAPITAL PRÓPRIO DE TERCEIROS GOVERNO FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL

(34)

demonstração do resultado do exercício que não configuram reconhecimento de transferência à entidade de riqueza criada por outras entidades.

Diferentemente dos critérios contábeis, também incluem valores que não transitam pela demonstração do resultado, como, por exemplo, aqueles relativos à construção de ativos para uso próprio da entidade (conforme item 19) e aos juros pagos ou creditados que tenham sido incorporados aos valores dos ativos de longo prazo (normalmente, imobilizados).

No caso de estoques de longa maturação, os juros a eles incorporados deverão ser destacados como distribuição da riqueza no momento em que os respectivos estoques forem baixados; dessa forma, não há que se considerar esse valor como outras receitas.

Insumo adquirido de terceiros representa os valores relativos às aquisições de matérias-primas, mercadorias, materiais, energia, serviços, etc. que tenham sido transformados em despesas do período. Enquanto permanecerem nos estoques, não compõem a formação da riqueza criada e distribuída.

Depreciação, amortização e exaustão representam os valores reconhecidos no período e normalmente utilizados para conciliação entre o fluxo de caixa das atividades operacionais e o resultado líquido do exercício.

Valor adicionado recebido em transferência representa a riqueza que não tenha sido criada pela própria entidade, e sim por terceiros, e que a ela é transferida, como por exemplo receitas financeiras, de equivalência patrimonial, dividendos, aluguel, royalties, etc. Precisa ficar destacado, inclusive para evitar dupla-contagem em certas agregações.

Formação da Riqueza Receitas

Venda de mercadorias, produtos e serviços - inclui os valores dos tributos incidentes sobre essas receitas (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou seja, corresponde ao ingresso bruto ou faturamento bruto, mesmo quando na demonstração do resultado tais tributos estejam fora do cômputo dessas receitas.

(35)

Outras receitas - da mesma forma que o item anterior, inclui os tributos incidentes sobre essas receitas.

Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Constituição/Reversão - inclui os valores relativos à constituição e reversão dessa provisão.

Insumos adquiridos de terceiros

Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos - inclui os valores das matérias-primas adquiridas junto a terceiros e contidas no custo do produto vendido, das mercadorias e dos serviços vendidos adquiridos de terceiros; não inclui gastos com pessoal próprio.

Materiais, energia, serviços de terceiros e outros - inclui valores relativos às despesas originadas da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos junto a terceiros.

Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços, energi,a etc. consumidos, devem ser considerados os tributos incluídos no momento das compras (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), recuperáveis ou não. Esse procedimento é diferente das práticas utilizadas na demonstração do resultado.

Perda e recuperação de valores ativos - inclui valores relativos a ajustes por avaliação a valor de mercado de estoques, imobilizados, investimentos, etc. Também devem ser incluídos os valores reconhecidos no resultado do período, tanto na constituição quanto na reversão de provisão para perdas por desvalorização de ativos, conforme aplicação do CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (se no período o valor líquido for positivo, deve ser somado).

Depreciação, amortização e exaustão - inclui a despesa ou o custo contabilizados no período.

Valor adicionado recebido em transferência

Resultado de equivalência patrimonial - o resultado da equivalência pode representar receita ou despesa; se despesa, deve ser considerado como redução ou valor negativo.

Receitas financeiras - inclui todas as receitas financeiras, inclusive as variações cambiais ativas, independentemente de sua origem.

(36)

Outras receitas - inclui os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, aluguéis, direitos de franquia, etc.

Distribuição da riqueza

A segunda parte da DVA deve apresentar de forma detalhada como a riqueza obtida pela entidade foi distribuída. Os principais componentes dessa distribuição estão apresentados a seguir:

Pessoal – valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de:

- Remuneração direta - representada pelos valores relativos a salários, 13º salário, honorários da administração (inclusive os pagamentos baseados em ações), férias, comissões, horas extras, participação de empregados nos resultados, etc.

- Benefícios - representados pelos valores relativos a assistência médica, alimentação, transporte, planos de aposentadoria etc.

- FGTS – representado pelos valores depositados em conta vinculada dos empregados.

Impostos, taxas e contribuições - valores relativos ao imposto de renda, contribuição social sobre o lucro, contribuições aos INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de Acidentes do Trabalho) que sejam ônus do empregador, bem como os demais impostos e contribuições a que a empresa esteja sujeita. Para os impostos compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem ser considerados apenas os valores devidos ou já recolhidos, e representam a diferença entre os impostos e contribuições incidentes sobre as receitas e os respectivos valores incidentes sobre os itens considerados como “insumos adquiridos de terceiros”.

- Federais – inclui os tributos devidos à União, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte aos Estados, Municípios, Autarquias etc., tais como: IRPJ, CSSL, IPI, CIDE, PIS, COFINS. Inclui também a contribuição sindical patronal.

(37)

- Estaduais – inclui os tributos devidos aos Estados, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte aos Municípios, Autarquias etc., tais como o ICMS e o IPVA.

- Municipais – inclui os tributos devidos aos Municípios, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte às Autarquias, ou quaisquer outras entidades, tais como o ISS e o IPTU.

Remuneração de capitais de terceiros - valores pagos ou creditados aos financiadores externos de capital.

• Juros - inclui as despesas financeiras, inclusive as variações cambiais passivas, relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas do grupo ou outras formas de obtenção de recursos. Inclui os valores que tenham sido capitalizados no período.

• Aluguéis - inclui os aluguéis (inclusive as despesas com arrendamento operacional) pagos ou creditados a terceiros, inclusive os acrescidos aos ativos.

• Outras - inclui outras remunerações que configurem transferência de riqueza a terceiros, mesmo que originadas em capital intelectual, tais como royalties, franquia, direitos autorais, etc.

Remuneração de capitais próprios - valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e acionistas.

• Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos - inclui os valores pagos ou creditados aos sócios e acionistas por conta do resultado do período, ressalvando-se os valores dos JCP transferidos para conta de reserva de lucros. Devem ser incluídos apenas os valores distribuídos com base no resultado do próprio exercício, desconsiderando-se os dividendos distribuídos com base em lucros acumulados de exercícios anteriores, uma vez que já foram tratados como “lucros retidos” no exercício em que foram gerados. • Lucros retidos e prejuízos do exercício - inclui os valores relativos ao lucro do exercício destinados às reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento; nos casos de prejuízo, esse valor deve ser incluído com sinal negativo.

(38)

• As quantias destinadas aos sócios e acionistas na forma de Juros sobre o Capital Próprio – JCP, independentemente de serem registradas como passivo (JCP a pagar) ou como reserva de lucros, devem ter o mesmo tratamento dado aos dividendos no que diz respeito ao exercício a que devem ser imputados. A DVA se divide em duas partes: (i) geração da riqueza; e (ii) distribuição da riqueza:

1ª parte:

Receitas, outras receitas, (+) constituição ou (-) reversão de PCLD (-) insumos adquiridos de terceiros (inclui perda/recuperação de valores)

(=) valor adicionado bruto

(-) depreciação, amortização e exaustão (=) valor adicionado líquido

(-) valor adicionado recebido em transferência (=) valor adicionado a distribuir

2ª parte:

(+) empregados

(+) remuneração de capitais de terceiros (+) impostos, taxas e contribuições

(+) remuneração de capitais próprios (inclui destinação para as reservas de lucros, ou seja, lucro retido)

(=) riqueza total distribuída

O resultado da primeira parte (valor adicionado a distribuir) deve ser igual à riqueza total distribuída (2ª parte).

(39)

(CESPE – DPU CONTADOR 2010) Considerando as informações da tabela acima, levantadas para a elaboração da demonstração do valor adicionado de determinada empresa no ano de 2009, assinale a opção correta.

(A) O valor adicionado líquido no período é superior ao valor adicionado a distribuir.

(B) O valor adicionado bruto é maior que R$ 1.300.000,00. (C) O valor adicionado a distribuir é superior a R$ 900.000,00. (D) O valor adicionado pela empresa é inferior a R$ 500.000,00.

(E) O valor adicionado líquido produzido pela empresa é superior a R$ 750.000,00.

COMENTÁRIOS

Vamos organizar as informações acima e completar os itens que faltam. Receitas (informado)...4.153.360 (-) insumos adquiridos de terceiros (informado)...(2.907.441) (=) valor adicionado bruto (calculado)...1.245.919 (-) depreciação, amortização e exaustão (informado)...(475.998) (-) valor adicionado líquido (calculado)...769.921 (+) valor adicionado recebido em transferência (informado)....66.989

(40)

(=) valor adicionado a distribuir (calculado)...836.910

(+) pessoal (informado)...209.910 (+) impostos, taxas e contribuições (informado)...108.881 (+) remuneração de capitais de terceiros (informado)...164.804 (+) remuneração de capitais próprios (informado)...353.315 (=) valor adicionado distribuído (calculado)...836.910 Não era necessário elaborara toda a DVA para responder a questão, o que foi feito para fins didáticos.

A partir da DVA apresentada, verificamos que a alternativa correta é a “E” Gabarito: E

Na última prova para o cargo de AFRFB caiu assim.§§

(ESAF – AFRFB – 2012) Nas empresas industriais são classificados como valor adicionado recebido em transferência os

a) resultados de equivalência patrimonial e os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo.

b) dividendos de participações societárias avaliadas pelo método de equivalência e os aluguéis.

c) dividendos distribuídos e os resultados da avaliação de ativos ao seu valor justo.

d) juros sobre o capital próprio creditados e as receitas financeiras de qualquer natureza.

e) gastos com ativos construídos pela empresa para uso próprio e os resultados obtidos com aquisições societárias vantajosas.

COMENTÁRIO

Valor adicionado recebido em transferência é aquele que foi gerado em outra entidade e, por alguma razão (contratual ou legal), é transferido para a empresa que elabora sua DVA.

(41)

Vamos analisar as alternativas. a) CORRETA.

b) ERRADA. Os dividendos de participações avaliadas pelo método da equivalência patrimonial não representam valor adicionado (muito menos recebido em transferência), pois, neste caso, a riqueza transferida já foi reconhecida como ganho por equivalência patrimonial. A distribuição dos dividendos representa apenas um rearranjo da riqueza que já foi reconhecido no patrimônio da investidora. Já os aluguéis (se a questão quis se referir a aluguéis recebidos) representam valor adicionado recebido em transferência. c) ERRADA. Dividendos distribuídos representam distribuição do valor adicionado gerado pela empresa. O resultado da avaliação de ativos a valor justo representa geração de valor adicionado.

d) ERRADA. Juros sobre capital próprio creditados representam distribuição da riqueza gerada aos detentores do capital próprio. Já as receitas financeiras de qualquer natureza representam valor adicionado recebido em transferência. e) ERRADA. Os gastos com ativos construídos pela própria empresa representam um dos tipos de “outras receitas”, assim como os resultados obtidos com compras vantajosas (goodwill negativo).

(42)

42 EXERCÍCIOS COMENTADOS

Com referência à demonstração hipotética dos lucros ou prejuízos acumulados no período encerrado em 31/12/2012 (em R$) acima apresentada, julgue os próximos itens de acordo com a legislação vigente.

1. (CESPE – TRT 10ª Região – Analista Contábil 2012) A reversão da reserva de lucros a realizar poderia ser feita em contrapartida à conta de capital social, sem transitar na conta de lucros ou prejuízos acumulados e na base de cálculo de dividendos obrigatórios.

COMENTÁRIOS

A reversão das reservas de lucros se faz necessariamente a crédito da conta lucros ou prejuízos acumulados.

Gabarito: ERRADO

2. (CESPE – TRT 10ª Região – Analista Contábil 2012) A reserva estatutária deve limitar-se a 10% do lucro líquido e deve ter como finalidade única reter recursos para o financiamento do capital de giro da empresa.

COMENTÁRIOS

As reservas estatutárias possuem este nome porque são estabelecidas no estatuto da entidade. O estatuto definirá: (i) o percentual do lucro líquido do

(43)

43 reserva; e (iii) a sua finalidade.

Portanto, sem conhecer o estatuto da empresa, não se pode afirmar nada sobre estes três itens.

Gabarito: ERRADO

3. (CESPE – TRT 10ª Região – Analista Contábil 2012) A reversão da reserva de contingências deve ser feita obrigatoriamente a crédito de lucros acumulados.

COMENTÁRIOS

De fato, como toda reserva de lucros, a reserva de contingências deve ser revertida obrigatoriamente a crédito de lucros ou prejuízos acumulados. Importante lembrar que o montante da reserva de contingências revertido no período será acrescido à base de cálculo do dividendo obrigatório.

Gabarito: CERTO

4. (CESPE – TRT 10ª Região – Analista Contábil 2012) A demonstração em apreço apresenta erro ao registrar distribuição de dividendos com valor superior ao lucro líquido gerado no período.

COMENTÁRIOS

Devemos nos lembrar de que o saldo da conta lucros ou prejuízos acumulados deve ser nulo ao final do período. Partindo desta premissa, uma das formas de zerar o saldo dessa conta seria distribuindo dividendos adicionais. Observe que a reserva de contingências está sendo revertida, o que aumenta o valor do dividendo que poderá ser distribuído. A empresa poderia zerar o saldo da conta lucros ou prejuízos acumulados destinando parte do seu saldo para a constituição de outras reservas de lucros ou aumentando o capital social. Entretanto, ela preferiu reforçar os dividendos dos acionistas.

Portanto, não há erro quando a DLPA apresenta distribuição de dividendos com valor superior ao lucro líquido gerado no exercício.

(44)

44 A partir da tabela apresentada, julgue os itens subseqüentes acerca da elaboração das demonstrações contábeis.

5. (CESPE - FUB CONTADOR 2009) O saldo final do disponível é de R$ 72.326.

COMENTÁRIO

Elaborando a DFC a partir das informações da tabela, temos Cálculo de recebimento de clientes:

Clientes (inicial)...18.980 (+) receita de vendas...54.670 (-) Clientes (final)...(10.320) (+) receita antecipada (final)...9.800 (-) receita antecipada (inicial)...(5.340) (+) provisão para créditos de liquidação duvidosa (saldo final)...3.120 (-) despesa com constituição de PCLD...(????) (-) provisão para créditos de liquidação duvidosa (saldo inicial)...(2.190) (=) recebimento de clientes...??????

(45)

45 liquidação duvidosa (PCLD), não se pode calcular o valor recebido dos clientes. Supondo que essa despesa fosse nula (uma suposição muito forçada...), o recebimento de clientes seria R$ 68.720.

Cálculo de pagamento a fornecedores:

Fornecedores (inicial)...4.320 (-) Fornecedores (final)...(1.190) (=) Pagamento a fornecedores...3.130 Cálculo de pagamento de energia

Energia a pagar (inicial)...2.130 (+) despesa de energia...2.234 (-) energia a pagar (final)...(900) (=) pagamento de energia...3.464 Cálculo do pagamento de salários

Salários antecipados (final)...340 (-) Salários antecipados (inicial)...(890) (+) despesa de salários...8.870 (=) Pagamento de salários...8.320 Compondo o fluxo das operações, temos:

Recebimento de clientes...68.720 (-) pagamento a fornecedores...(3.130) (-) pagamento de energia...(3.464) (-) pagamento de salários...(8.320) (=) Fluxo das operações...53.806

Calculando-se o fluxo dos financiamentos apenas pela diferença entre saldo final e inicial, temos:

Integralização de capital social (31.240 – 20.200)...11.040 Empréstimos (17.890 – 8.120)...9.770 (=) Fluxo de financiamentos...20.810

Calculando-se o fluxo de investimentos apenas pela diferença entre saldo final e inicial, temos:

(46)

46 Compra de automóveis (20.020 – 5.400)...14.620

Compondo a DFC, temos:

Fluxo das operações...53.806 Fluxo dos investimentos...(14.620) Fluxo dos financiamentos...20.810 Fluxo TOTAL... 59.996 Saldo inicial das Disponibilidades (a) ...12.340 Saldo final das Disponibilidades(b)... 72.336 Caixa e equivalentes de caixa gerados (b – a)...59.996 GABARITO: ERRADO

A respeito da demonstração dos fluxos de caixa (DFC), julgue os itens subsequentes (22 a 23).

6. (CESPE – FINEP – Contador 2012) As companhias abertas que tenham em carteira ações preferenciais resgatáveis no prazo de dois meses não podem enquadrá-las, para fins de elaboração da DFC, no conceito de equivalente de caixa.

COMENTÁRIOS

Equivalentes de caixa são ativos de alta liquidez, prontamente conversíveis num montante conhecido em dinheiro e sujeitos a um risco insignificante de alteração de valor. Portanto, como regra geral, ações não se enquadram no conceito de equivalentes de caixa, pois estão sujeitas a um risco significante de alteração de valor.

Entretanto, a questão foi maldosa, ao cobrar uma exceção trazida pelo CPC 03, em seu item 7. Reproduzimos aqui o texto do CPC para que você vá “pegando intimidade com ele”:

“Os equivalentes de caixa são mantidos com a finalidade de atender a compromissos de caixa de curto prazo e, não, para investimento ou outros

propósitos. Para que um investimento seja qualificado como equivalente de caixa, ele precisa ter conversibilidade imediata em montante conhecido de caixa e estar sujeito a um insignificante risco de mudança de valor. Portanto, um

(47)

47 quando tem vencimento de curto prazo, por exemplo, três meses ou menos, a contar da data da aquisição. Os investimentos em instrumentos patrimoniais (de patrimônio líquido) não estão contemplados no conceito de equivalentes de caixa, a menos que eles sejam, substancialmente, equivalentes de caixa, como, por exemplo, no caso de ações preferenciais resgatáveis que tenham prazo definido de resgate e cujo prazo atenda à definição de curto prazo.” (grifos e sublinhados nossos)

Gabarito: ERRADO

7. (CESPE – FINEP – Contador 2012) Os desembolsos pela concessão de empréstimos e adiantamentos a terceiros realizados por instituição não financeira são classificados como fluxos de caixa das atividades de investimento.

COMENTÁRIOS

De fato, conforme o CPC 03, os desembolsos pela concessão de empréstimos e adiantamentos a terceiros, desde que não sejam feitos por instituição financeira, pertencem ao fluxo dos investimentos. Aproveitamos para ler na íntegra o que diz o CPC 03 sobre o fluxo dos investimentos.

“Atividades de investimento

16. A divulgação em separado dos fluxos de caixa advindos das atividades de investimento é importante em função de tais fluxos de caixa representarem a extensão em que os dispêndios de recursos são feitos pela entidade com a finalidade de gerar lucros e fluxos de caixa no futuro. Somente desembolsos que resultam em ativo reconhecido nas demonstrações contábeis são passíveis de classificação como atividades de investimento. Exemplos de fluxos de caixa advindos das atividades de investimento são:

(a) pagamentos em caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo. Esses pagamentos incluem aqueles relacionados aos custos de desenvolvimento ativados e aos ativos imobilizados de construção própria;

(b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo;

(48)

48 instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto aqueles pagamentos referentes a títulos considerados como equivalentes de caixa ou aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);

(d) recebimentos de caixa provenientes da venda de instrumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto aqueles recebimentos referentes aos títulos considerados como equivalentes de caixa e aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);

(e) adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira); (f) recebimentos de caixa pela liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e empréstimos de instituição financeira);

(g) pagamentos em caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou futura, ou os pagamentos forem classificados como atividades de financiamento; e

(h) recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentos forem classificados como atividades de financiamento.

Quando um contrato for contabilizado como proteção (hedge) de posição identificável, os fluxos de caixa do contrato devem ser classificados do mesmo modo como foram classificados os fluxos de caixa da posição que estiver sendo protegida.” (grifo nosso)

Gabarito: CERTO

8. (CESPE – FINEP – Contador 2012) No método indireto, as perdas cambiais não realizadas e os resultados positivos decorrentes da aplicação do método da

(49)

49 apuração do caixa líquido gerado pelas operações.

COMENTÁRIOS

No método indireto, as perdas cambiais não realizadas devem ser adicionadas, pois são despesas que reduziram o resultado do exercício (pelo regime de competência), mas não geraram desembolso. Já os resultados positivos decorrentes da aplicação do método da equivalência patrimonial devem ser excluídos, pois são receitas que aumentaram o resultado do exercício (pelo regime de competência), mas não geraram ingressos de recursos financeiros. Gabarito: ERRADO

9. (CESPE – TCU AUFC 2011) A demonstração financeira do fluxo de caixa elaborada pelo método indireto deve especificar os fluxos das operações nas seguintes classes: juros e impostos pagos, recebimentos de clientes e pagamentos a empregados e fornecedores.

COMENTÁRIOS

A questão está errada, pois o método que especifica o fluxo das operações nas principais classes de recebimentos e pagamentos é o DIRETO. O método indireto consiste em ajustar o resultado do exercício (obtido pelo regime de competência) para o regime de caixa, sem mostrar qualquer classe de recebimento ou pagamento.

Gabarito: ERRADO

10. (FGV – Fiscal de Rendas/RJ 2009) A Cia. Topázio apresentou o seguinte Balanço em 31.12.2008:

(50)

50 As seguintes operações ocorreram durante o ano de 2009:

I. a empresa auferiu receitas de vendas no valor de $ 600.000, integralmente recebidas.

II. a empresa incorreu em despesas operacionais no valor de $ 250.000, que serão pagas no período seguinte.

III. os equipamentos são depreciados à taxa de 10% ao ano, sem considerar valor residual.

IV. a Cia. Alfa, em que a Cia. Topázio tem 100% de participação, gerou um lucro de $10.000.

V. metade do saldo inicial de caixa foi aplicada gerando um rendimento de 12% durante o ano.

VI. do saldo de clientes, 90% foram integralmente recebidos. VII. compra de um terreno por $ 40.000 à vista.

VIII. os financiamentos consumiram encargos de 10% sobre o saldo inicial, que foram pagos no período.

Referências

Documentos relacionados

51 41 Administrador de empresas Economista 004.672.367-63 282.169.278-19 Diretor de gestão e administração de carteiras de valores mobiliários Diretor de compliance,

Deste modo, na busca de indicadores que permitam um planejamento escolar visando contribuir com um crescimento saudável de nossos escolares, é que este estudo foi

Entre as estratégias de enfrentamento analisadas, os dados indicam maior frequência das Práticas Religiosas e Pensamentos Fantasiosos entre os participantes, seguida de

Os estudos originais encontrados entre janeiro de 2007 e dezembro de 2017 foram selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão: obtenção de valores de

Houve associação significativa entre: levar trabalho para casa, roubo de objetos pessoais, intervenção da polícia, violência contra os funcionários e o sintoma vocal garganta

confecção do projeto geométrico das vias confecção de projeto de drenagem, dimensionamento e detalhamento de 20 lagos de retenção, projeto de pavimentação e

Então, a primeira comunidade cristã, comunidade ideal, responsável pelos cristãos de todos os tempos ficarem com água na boca, por estarem todos juntos, alegres, com as

Art. O credenciamento e o recredenciamento de professores do Programa de pós-graduação em Ciência Política deverão ser aprovados pelo Colegiado, de acordo com critérios