Estrelas (I)
Sandra dos Anjos
IAG/USP
AGA 210 – 2° semestre/2015
www.astro.iag.usp.br/~aga210/
Distribuição das Estrelas na Via-Láctea
Estrelas mais próximas e mais brilhantes
Movimento das Estrelas
Recordando: efeito Doppler, escalas de magnitude, temperatura
Propriedades das Estrelas: tamanho, massa, composição química, etc
Cores e espectros: classificação espectral
Abundância química
Diagrama H-R
Agradecimentos: Prof. Gastão B. Lima Neto e Prof. Vera Jatenco
2
“Nosso Sol ” compartilha o espaço com bilhões de outras estrelas que se encontram distribuídas na Galáxia.
Entre estes bilhões de estrelas, detetamos também a presença de gás e poeira, que misturados ao campo magnético, fotons, e muitas partículas de altas energias… compõem o que chamamos de
No MIS observamos uma enorme diversidade de objetos
Vamos neste roteiro estudar inicialmente as estrelas...
O objetivo é mostrar algumas grandezas físicas fundamentais das estrelas que irão fundamentar o estudo da evolução estelar.
Vamos inicialmente ver que as estrelas se movimentam na Via-Láctea e que este movimento pode ser medido utilizando algumas técnicas de astrometria bem como usando medidas do efeito Doppler.
Posteriormente, vamos rever o conceito de magnitude aparente (m) e definir a magnitude absoluta (M), pois, juntos, estes conceitos nos levam ao conhecido “módulo de distância”, que nos permite obter a distância a uma estrela. Apesar da distância não ser considerada uma grandeza física básica, esta informação pode nos levar a obter propriedades físicas básicas. As grandezas físicas importantes que veremos aqui, são: temperatura, tamanho (ou raio), índice de cor.
Finalmente, veremos que correlações entre temperatura ou índice de cor ou ainda tipo espectral com magnitude absoluta ou luminosidade nos leva a um diagrama conhecido como Diagrama-HR, de enorme importância nos estudos das estrelas, pois sintetiza as principais propriedades observacionais da estrutura e evolução estelar.
Estrelas
• Formadas a partir do colapso gravitacional de nuvens interestelares de gás e poeira do Meio
Interestelar (MIS), são sistemas gasosos que produzem energia através de fusões termonucleares. Durante sua vida elas sofrem a ação da força gravitacional e também da força de pressão de radiação gerada no processo de fusão. Veremos em detalhes durante as aulas de estrelas o que ocorre no equilíbrio destas forças e o que acontece no desequilíbrio...
• Existem mais de 200 bilhões de estrelas só na Via-Láctea.
• Existem em diferentes estágios de evolução, em várias cores, tamanhos, massas,
Estrelas mais Próximas
• A maioria é menos luminosa que o Sol.
Fonte: http://www.chara.gsu.edu/RECONS/
Nome Distância anos-luz (pc) Magnitude aparente Luminosidade (em relação ao Sol)
Sol –26,7 1 Alfa Centauri A 4,4 (1,34) 0 1,5 Alfa Centauri B 4,4 (1,34) 1,4 0,44 Alfa Centauri C 4,3 (1,30) 11 0,00006 Estrela de Barnard 5,9 (1,83) 9,5 0,00042 Wolf 359 7,6 (2,39) 13,5 0,00002 Lalande 21185 8,3 (2,54) 7,5 0,0055 Sirius A 8,6 (2,63) –1,4 21,8 Sirius B 8,6 (2,63) 8,3 0,003 UV Ceti 8,7 (2,68) 12,5 0,00004 Ross 154 9,4 (2,97) 10,5 0,00048 Ross 248 10,3 (3,17) 12,3 0,00011 Epsilon Eridani 10,5 (3,23) 3,7 0,283
Estrelas mais Brilhantes
• Algumas das estrelas mais brilhantes estão muito distantes.
Nome Distância anos-luz Magnitude aparente Luminosidade (em relação ao Sol)
Sol 0,0000158 –26,7 1
Sirius A (Cão maior) 8,6 -1,4 21,8
Canopus (Carina) 310 -0,6 14.000 Arcturus (Boötes) 37 -0,1 110 Alfa Centauri A 4,4 0,0 1,5 Vega (Lira) 25 0,0 48 Capella (Auriga) 42 0,1 130 Rigel (Órion) 770 0,2 40.000
Procyon (Cão Menor) 11,4 0,4 7,0
Betelgeuse ( Órion) 430 0,5 9400
Achernar (Eridani) 144 0,5 1070
Amplitude de Luminosidade
Uma observação em relação a “amplitude de valores” de luminosidade.
As estrelas mais luminosas tem luminosidade maiores do que 1 milhão de
Sóis.
A faixa de luminosidades entre as mais fracas e mais luminosas é
aproximadamente 1 bilhão.
Técnicas Observacionais para
Medir
as Estrelas
Todas as informações que conhecemos sobre as estrelas foram obtidas através das seguintes
técnicas observacionais:
1- Astrometria, que permite medir a posição das estrelas.
2- Fotometria, que permite medir o brilho e a cor das estrelas.
3- Espectroscopia, que permite medir através da análise dos espectros, condições físicas das estrelas como temperatura, densidade e turbulência, além da composição química e movimento das estrelas.
4- Polarimetria, que permite medir ondas eletromagnéticas que vibram em um ou vários planos de vibração, como por ex., a emissão produzida por cargas em movimento circular/espiral em torno de linhas de campo magnético. Não iremos abordar esta técnica no contexto do curso.
É possível medir da ordem de 10 propriedades das estrelas, entre elas, “distância”, luminosidade, temperatura, raio ou diâmetro, massa, composição química, campo magnético, rotação, turbulência, estrutura atmosférica....
1- Astrometria
•
Medidas de posições de estrelas são importantes por vários motivos:
•
Repetidas medidas de posição podem revelar movimentos de estrelas.
•
Determinar estrutura da Galáxia via determinação de distâncias.
•
Determinar propriedades de aglomerados de estrelas, já que nascem juntas
e portanto, diferenças podem ser atribuídas a evolução.
•
Determinar posição relativa de estrelas que se encontram nas proximidades
via interferometria (interferencia é usada para medir a separação angular).
Métodos novos em astrometria estão sendo explorados
•
Telescópios espaciais (sem interferência da atmosfera, ganho na precisão) →
Movimentos das Estrelas
• As estrelas giram em torno do centro Galáctico em um movimento organizado conhecido como
rotação diferencial.
– Na posição do Sol a velocidade de rotação é de ~ 220 km/s.
• As estrelas também têm uma velocidade aleatória ou dispersão de velocidade superposta,
adicional, à rotação.
– Para estrelas próximas do Sol esta velocidade V ~ 10 – 40 km/s.
sentido de rotação
3 componentes perpendiculares de velocidade
Astrometria –
Movimento Próprio
•
Movimento em relação às estrelas fixas, definido como:
– Movimento próprio (medido em unidades angulares),
µ
('')
• Repetidas medidas de posição revelam movimentos de estrelas e estabelecem distâncias e
distribuição das estrelas.
• Quanto maior a velocidade transversal, maior o movimento próprio. • Mas quanto maior a distância, menor o movimento próprio.
µ
µ ('')/ano = 4.74 Vt/d (pc)
•
Mesmo para estrelas próximas, o movimento próprio
é pequeno.
– Maior movimento próprio é da Estrela de Barnard:
10,3″/ano;
– Descoberta em 1916 por Edward Emerson Barnard
(1857-1923), está a 1,6 parsecs na constelação de Ophiucus, e sua velocidade transversal é de 2,2 km/s.
– Apenas 35 estrelas com movimento próprio acima de
3"/ano.
Imagem feita por Steve Quirk
Movimento das Estrelas
•
As estrelas, bem como o MIS, se movem na Galáxia (como tudo...).
• A velocidade que resulta do movimento se decompõe em 2 componentes mensuráveis: -- velocidade tangencial ou transversal medida pelo movimento em relação às estrelas distantes (movimento próprio).
–-velocidade radial (medida pela espectroscopia – via efeito Doppler → ver a seguir...
observador
µ ('')/ano = 4.74 Vt/d (pc)
Relembrando o Efeito Doppler
...e fazendo analogia do efeito sonoro com o da luz
Direção do movimento
Sirene de um carro de polícia altera o
som quando passa por observador
alta frequência baixa
frequência
A velocidade V da fonte pode ser obtida por:
∆λ
λ
0=
Vrad
c
∆λ=λ
− λ
0Fonte em movimento altera a Frequência e o
Comprimento de Onda em relação ao obs.
A comparação das linhas em repouso e
observada mostram deslocamento.
Repouso - �0
Observado - �
Efeito Doppler
-
Se o movimento for de aproximação, a frequência aumenta e dizemos que ocorreu um "desvio para o azul" (blueshift).-
Se o movimento for de afastamento, a frequência diminui e dizemos que ocorreu um "desvio para o vermelho" (redshift).2- Fotometria
...considerações gerais
•
Originalmente, o brilho das estrelas era medido com o objetivo de identificar e
distinguir estrelas.
•
Hoje, a medida de brilho é realizada para determinar a energia produzida e
outras propriedades físicas de estrelas e de outros astros. No caso das
estrelas pode-se obter informações como: tamanho, massa e temperatura.
•
A luminosidade de uma estrela é a energia total que ela emite por segundo.
Para se obter a luminosidade de uma estrela é preciso realizar observações na
faixa inteira de energia que a estrela emite (ultra-violeta, infravermelho, etc...).
•
Em uma única observação não é possível obter a energia total irradiada em toda
a faixa do espectro de uma estrela (ou fonte). Na prática o que se faz é medir
separadamente a magnitude em várias bandas e assim pode-se obter a energia
total de todo o espectro. A
magnitude
neste caso é chamada
bolométrica
.
Assim, observações dos astros são feitas em filtros ou bandas, i.e., em
intervalos de comprimento de onda (ou frequência, ou energia).
2- Fotometria
...considerações gerais
•
Vimos em roteiros anteriores que o brilho é expresso em termos de sistemas
de magnitude estelar. Lembrem-se que
m = -2,5log
F
+ C
e
F
= L/4πd
2.
•
Quando se mede o brilho em 2 bandas ou 2 filtros diferentes obtem-se o
Indice de Cor.
•
Medidas da cor e temperatura são relevantes para obter-se várias
Bandas Fotométricas
•
U, B e V
representam as
magnitudes aparentes (m
U, m
B, m
V)
nas bandas do ultravioleta, azul e
visível.
•
Os sistemas fotométricos também
se estendem para outras faixas
espectrais como o vermelho (R, I) e
o infravermelho (J, H, K, L, M..
)
•
Definido em função das magnitudes aparentes medidas em diferentes bandas espectrais
ou filtros.
•
Ex: Sistema fotométrico Johnson:
Índice de Cor
•
Existem outros sistemas
(filtros):
•
u', g', r', i', z'
•
Índice de cor é a diferença entre os fluxos (brilhos) de duas bandas ou filtros.
•
Por exemplo:
•
B–V, V–R, H-K, g'-r’, etc...
• Por convenção, fazemos:
(banda mais azul – banda mais vermelho)
f l u x o r e l a t i v o
Índice de Cor
Índice de Cor
•
Diferença entre os fluxos (brilhos) de duas bandas:
(
B–V) = mB–mV = –2,5 log (FB / FV)•
Em estrelas (e corpos negros) o índice de cor está relacionado com a temperatura.
Nas galáxias, com a população estelar
t e m p e r a t u r a [ K ] +frio e +vermelho +quente e +azul
Para se obter a magnitude aparente,
m
, é preciso saber a distância....!
• Mas sei que: Então substituindo (2) em (1) temos:
m - M = + 2,75 +5 logd + 7,75
Por definição
a magnitude absoluta
M
de uma estrela é a magnitude aparente
m
que uma
estrela teria a uma distância, d = 10pc
m
−M=5log
d
10
• Módulo de distância (m – M)
• Magnitude aparente (m):
( depende da distância )
m=
−2,5log F+C
observação
F=
L
4πd
2m=
−2,5log L+ 2,5log4π+5logd+C
(L expressa o brilho verdadeiro da estrela)(1)
Lembrando das Leis de Wien, Stefan-Boltzman, Indice de Cor
...utéis para estimar propriedades de estrelas, como, a temperatura superfícial
•
Lei de Wien:
T. �
max= 0,29 K.cm
– mede-se o comprimento de onda que corresponde a emissão
do contínuo máxima e obtemos a temperatura.
•
Lei de Stefan-Boltzmann: F = σ.
T
4watt/m
2– mede-se
o fluxo emitido pela estrela e obtemos a temperatura.
σ
é a cte de Stefan-Boltzmann
•
Índice de cor: (B–V) = mag
B–mag
V= –2,5 log (
F
B/
F
V)
– mede-se o índice de cor e obtemos a temperatura.
• Estas temperaturas são as mesmas para um corpo negro perfeito. • Mas apenas aproximadamente iguais para uma estrela.
o Raio ou Tamanho das Estrelas
...pode ser obtido igualando-se as eqs 1 e 2 a seguir
•
Pela lei de Stefan-Boltzmann:
F:
fluxo de energia por unidade de área de um corpo negro, por segundo (potência)
σ:
constante de Stefan-Boltzmann = 5,67 x 10
-8watt m
-2K
-4T:
temperatura do corpo negro em kelvins
F=σT
4
F
(
R
✶)
=
L
✶4πR
✶2luminosidade intrínseca: energia total (potência)
emitida por unidade de tempo em todas as direções.
Para uma estrela esférica de raio R
★, o fluxo na sua superfície também pode ser
obtido pela
Lei do Inverso do Quadrado da Distância
:
- No sistema internacional de unidades, a luminosidade é expressa em watt (Joules/s).
- O fluxo de energia é a potência emitida por unidade de área (watt/m
2).
(1)
Finalmente, podemos estimar o Raio conhecendo a luminosidade e temperatura
R
✶=
1
T
efetiva2√
L
✶4πσ
Subtituindo agora o fluxo (F) como definido na
eq. (1)
temos:
L
✶=4πR
✶2σT
efetiva4O brilho, ou fluxo, é medido utilizando fotometria via
telescópio + detetor.
Se conhecermos a distância, podemos determinar L✶ a
partir da magnitude aparente ou o fluxo.
Reescrevendo a eq. (4) medindo o fluxo na superfície de uma estrela de raio R✶ , a eq. (4) ficará:
m=
−2,5log F+C
F=
L
✶4πd
2(3)
(4)
(5)
Podemos usar a cor e temperatura para classificar razoavelmente
bem as estrelas.
Cores das estrelas
Cores das estrelas
•
As cores estão relacionadas com o espectro.
•
Plêiades
• Espectros das Plêiades
imagem “clássica”.
imagem dos espectros: geradas após a luz das estrelas passarem por um prisma objetivo
Classificação Espectral
Os estudos sistemáticos foram desenvolvidos no Observatório de Harvard no início do Séc. XX. O trabalho começou por Henry Draper que fotografou o primeiro espectro da estrela Vega em 1872.
Cores das estrelas
Cores das estrelas
•
Annie J. Cannon, responsável pela classificação espectral.
Como a primeira seqüência foi desenvolvida no
Observatório de Harvard em 1910, por Annie J.
Cannon e seus colaboradores, essa seqüência
recebe o nome de
Classificação de Harvard.
Trabalho publicado no Henry Draper Catalog (HD) e no
Henry Draper Extension (HDE) com mais de 225.000 estrelas
Annie Jump Cannon (1863 – 1941)
Cores das estrelas
• Annie J. Cannon, responsável pela classificação espectral.
– Classificou 225 mil estrelas até mag. 9 entre 1918 e 1924.
Desde 1934, existe um prêmio Annie Cannon para astrônomas (US$1500).
placa fotográfica de um espectroscópio de prisma objetivo (espectroscopia sem fenda).
Cores das estrelas
•
Espectro de várias estrelas
Cores das estrelas
•
Pela lei de Wien ->
T.�
max= 0,29 K cm
→
quanto mais quente, mais azul.
t
e
m
p
e
r
a
t
u
r
a
a
u
m
e
n
t
a
Classificação Espectral Inicial
Primeira classificação, baseada na
intensidade das linhas do hidrogênio
(série de Balmer). 4 linhas
(λ=4100, 4340, 4860 e 6560 Ao)•
Nomenclatura adotada:
A, B, C, D, ..., P.
•
-
“A” tem as linhas mais fortes do 1o elemento mais simples (H).- “B” tem as linhas mais fortes de He (2o
Classificação Espectral Refeita
• Cannon percebe que se diferentes tipos de espectro fossem arranjados em certa ordem, o
padrão de linhas espectrais mudaria suavemente de um para o próximo. Foi capaz de
refinar cada classe em 10 subclasses, de 0 (zero) até 9, de acordo com o decréscimo de temperatura. Ex: G0 (mais quente da classe), G1, G2,..., G9 (mais fria da classe)
• Nos anos 1920 a classificação é refeita em termos da temperatura superficial da estrela. • Ordem passa a ser:
O
B A F G K M
estrelas quentes primeiros tipos (early types) estrelas frias tipos tardios (late types)Classes Espectrais e Temperatura Superficial
- As classes espectrais são agrupamento de estrelas em função da temperatura superficial.
- A correlação entre a aparência do espectro e a temperatura é devido a ionização.
- Quanto maior a temperatura, mais ionizado o gás nas camadas mais externas.
- O grau de ionização determina que linhas espectrais são formadas
- A maioria das estrelas tem a mesma composição química.
Sol: é classificado como uma estrela G2. É um pouco mais fria que uma G1 e mais quente que uma G3.
Classificação Espectral
•
A classificação é função da temperatura superficial da estrela.
b
r
i
l
h
o
r
e
l
a
t
i
v
o
comprimento de onda [Å]
50.000 K 16.000 K 8.200 K 6.700 K 5.500 K 4.300 K 3.000 KClassificação Espectral
•
A classificação é função da temperatura superficial da estrela.
•
Também é função do índice de cor.
b
r
i
l
h
o
r
e
l
a
t
i
v
o
comprimento de onda [Å]
50.000K –0,32 16.000K –0,16 8.200 K +0,15 6.700 K +0,45 5.500 K +0,65 4.300 K +1,18 3.000 K +1,69(B – V)Classificação Espectral
Os tipos resultam de
...correlações entre temperatura, tipo espectral, cor e proeminência de linhas
Tipo Cor simbólica T(K) Linhas proeminentes de absorção Exemplos
O Azul 30000 B Azulada 20000 Rigel (B8) A Branca 10000 F Amarelada 7000 Canopus (F0) G Amarela 6000 K Laranja 4000
He ionizado (fortes), elementos pesados ionizados (OIII, NIII, SiIV), fracas linhas de H
Alnitak (O9) Mintaka (O9) He neutro (moderadas), elementos
pesados 1 vez ionizados
He neutro (muito fracas), ionizados, H (fortes)
Vega (A0) Sirius (A1) elementos pesados 1 vez ionizados,
metais neutros (FeI, CaI), H (moderadas) elementos pesados 1 vez ionizados, metais neutros, H (relativamente fracas)
Sol (G2) Alfa Cen (G2) elementos pesados 1 vez ionizados,
metais neutros, H (fracas)
Aldebaran (K5) Arcturos (K2)
cor de um corpo negro
Composição Química
• Proporção em massa: 70,6% de hidrogênio 27,4% de hélio 0,96% de oxigênio 0,31% de carbono 0,17% de neônio 0,13% de ferro 0,43% o resto • A receita de uma estrela é mais ou menos a mesma.“metais” • Proporção em número de átomos: 90% de hidrogênio 10% de hélio menos de 1% de metais.
Composição Química
• A receita de uma estrela é mais ou menos a mesma.
Procura de Correlações entre Características Físicas
• Correlações nos permitem deduzir propriedades intrínsecas dos objetos
estudados.
• O que podemos deduzir da população abaixo?
habitantes de um bairro
medidas de altura e idade
Correlações entre Características Físicas em Estrelas
•
Em 1905, Ejnar Hertzsprung descobre
– correlações entre a luminosidade e a temperatura de estrelas. – a existência de estrelas anãs e gigantes.
• Em 1913 Norris Russel dá seqüência a este trabalho com uma base de
dados mais completa.
l u m i n o s i d a d e temperatura ou tipo espectral Diagrama Hertzsprung-Russell ou Diagrama H-R
Estes resultados podem ser visualizados em um diagrama da luminosidade
em função da temperatura.
Diagrama H-R
...representa uma das maiores sínteses observacionais
• Na figura abaixo cada ponto representa uma estrela. Vemos que as estrelas não estão distribuídas
ao acaso, o que significa que existe uma correlação definida entre a luminosidade (ou magnitude absoluta) e a temperatura superficial.
• 4 grandes grupos de estrelas podem ser identificados na figura abaixo. • Quem são estes grupos ?
ou ou
Diagrama H-R
-
O maior grupo de estrelas (85%) encontra-se na
Sequência Principal (SP),
cujas
principais propriedades são:
10
-2<
Lsol
< 10
62500 <
Tsup (K)
< 50.000
0,1 <
Rsol
< 10
M
T
-
Algumas estrelas se posicionam acima da SP tendo L mais alta para a mesma Tsup das estrelas da SP....como a Tsup destas estrelas é a mesma das estrelas da SP, ou seja, a emissão de energia por m2
de área é a mesma, para que L seja maior, a estrela deve ser maior....daí o nome de Gigantes e Supergigantes. Se caracterizam, respectivamente, por:
103 < Lsol < 105 ; Tsup (K) < 5000 ; 10 < Rsol < 100
Caracterizando os 4 grandes grupos de Estrelas -1
105 < Lsol < 106 ; 3000 < Tsup (K) < 50000 ; R ≈ 103 Rsol
-
Algumas estrelas se posicionam abaixo da SP tendo L mais baixa para a mesma Tsup dasestrelas da SP.
C
omo são estrelas relativamente quentes elas são chamadas de Anãs Brancas.Se caracterizam por:
L ≈ 0.014 Lsol ; Tsup (K) ≈ 10.000 ; R ≈ 0.04 Rsol
Observação : Densidade das Estrelas
•
Conhecendo a massa (p.ex., estrelas binárias) e o raio (relação com luminosidade
e temperatura)
– podemos calcular a densidade média de uma estrela. – densidade (d) = massa (m)/volume(v) = m/(4πR3/3)
•
Exemplos:
– Sol (SP): raio = 696.000 km; massa = 1,99 x 1030 kg
– densidade = 1,41 g/cm3 .
– Betelgeuse (SG): raio = 750 x R☉; massa = 15 x M☉ . – densidade = 5,0 x 10–8 g/cm3 (20 mil vezes menor que o ar)
– Sirius B (anã branca): raio = 1400 km; massa = 1 M☉. – densidade = 1,7 x 10+8 g/cm3. ( 9 milhões de vezes mais que o ouro )
Estrelas também podem ser classificadas de acordo com a classe de
luminosidade adicionalmente ao tipo espectral (ex: Sol - G2V)
Diagrama H-R
•
As estrelas podem ser separadas no
diagrama H-R de acordo com sua
categoria.
•
Exemplos:
• Sol é considerado uma estrela anã.
• Betelgeuse é uma supergigante.
• Sirius B e Procyon B, são Anãs Brancas. - Muito quentes e muito menores que o Sol.
- Sol: G
2V
Estrelas próximas do Sol e estrelas
brilhantes conhecidas.
Diagrama H-R e tamanho
das estrelas
•
Lembrando:
ou
R
✶=
1
T
efetiva2√
L
✶4πσ
Tamanho de Sírius A, Arcturus e Betelgeuse em relação ao Sol.L
✶=4πσR
✶2T
efetiva4Diagrama H-R e Tamanho das Estrelas
•
Lembrando:
ou
L
✶=4πσR
✶2T
efetiva4R
✶=
1
T
efetiva2√
L
✶4πσ
Diagrama H-R e Tamanho das Estrelas
•
Lembrando:
L
✶=4πσR
✶2T
efetiva4ou que
R
✶
=
1
T
efetiva2√
L
✶Diagrama H-R para Estrelas Próximas
• Estrelas até 5pc de distância. • 100 estrelas + brilhantes
Tamanho das estrelas: Linhas diagonais no diagrama H-R
R
✶=
1
T
efetiva2√
L
✶Diagrama HR
Veremos no próximo roteiro que a maioria das estrelas encontra-se em
sistemas múltiplos e que em torno de 50% destes sistemas múltiplos
são na verdade sistemas binários.
Veremos também que os sistemas binários fornecem
um único caminho
para se obter a quantidade física mais importante e que determina
todas as outras propriedades das estrelas, a
Massa.
A
massa
juntamente com a
composição química
determinam todas as
outras propriedades básicas da estrutura e evolução das estrelas.
Anexo:
Lembrando algumas propriedades de
Potência e Logarítmo
10
0= 1 por definição
10
1= 10
10
2= 10 x 10 = 100
10
3= 10 x 10 x 10 = 1000
0
= log 1
1
= log 10
2
= log 100
3
= log 1000
Se: 10
x=
y
então:
x
= log
y
Logarítmo
(
x
) de um número (
y
) é o expoente ao qual se deve elevar 10 para se obter o
número (
y
) dado.
log
(
a
⋅b
)
=loga+ logb
Propriedades
log(
ab