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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE GOIÁS

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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE GOIÁS

PAD Nº: 2561/2015

RECORRENTES: MATA AZUL CONSTRUÇÕES LTDA. CONSTRUMASTER LTDA. ME

RECORRIDO: COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÕES

ASSUNTO: RECURSO – TOMADA DE PREÇOS Nº 03/2015 – CONTRATAÇÃO EMPRESA PARA EXECUTAR O REMANESCENTE DA OBRA DE INHUMAS.

Trata-se de recursos interpostos pelas empresas MATA AZUL CONSTRUTORA

LTDA. eCONSTRUMASTER LTDA. ME,pessoas jurídicas de direito privado, inscritas, no

Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob os números 10.833.345/0001-80 e 19.878.781/0001-40, em face da decisão exarada pela Comissão Especial de Licitações (doc. 64880/2015) que, em razão do descumprimento dos subitens 5.2.1.3, alínea “d”, item III, e subitem 5.2.1.4, alíneas “b” e “c” do Instrumento Convocatório, respectivametne inabilitou as Recorrentes da Tomada de Preços nº 03/2015, cujo objeto consiste na contratação de empresa que executará o remanescente da obra de construção do Cartório Eleitoral da 13ª Zona de Inhumas.

Em suas razões, a licitante MATA AZUL CONSTRUTORA LTDA. (doc. 64886/2015), além de pugnar pela anulação de sua inabilitação e a consequente participação na fase seguinte da licitação, requer, com fulcro no art. 109, § 4º, da Lei nº 8.666/93, que o apelo seja direcionado para a autoridade superior, na hipótese da Comissão Especial de Licitação não reconsiderar. Ao ensejo, alega, em síntese, que: (a) a qualificação técnica exigida pelo item 5.2.1.3 não faz menção a existência de engenheiro eletricista, que o atestado do engenheiro civil apresentado na licitação é superior aos quantitativos exigidos pelo instrumento norteador, sendo homologado pelo CREA-GO, e que tal órgão conferiu ao profissional mencionado no citado atestado a Anotação de Capacidade Técnica.

Diretoria-Geral fl. _______

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Por sua vez, a recorrenteCONSTRUMASTER LTDA. ME acosta o contrato social e suas alterações com o fito de justificar a razão social constante nos termos de abertura e encerramento das demonstrações financeiras apresentado no envelope habilitação. Ao final, requer a análise da mencionada documentação e o provimento do apelo interposto a fim de declará-la habilitada no certame em voga - (doc. 64886/2015).

Regularmente notificadas, as licitantes participantes da Tomada de Preços nº 03/2015, quedaram-se inertes, deixando transcorrer, in albis, o prazo estipulado no § 3º do art. 109 do Estatuto de Licitações e Contratos para impugnação do apelo em destaque.

Por último, a Comissão Especial de Licitações (doc. 65633/2015) informa que os recursos interpostos são tempestivos. Contudo, no que se refere ao apelo da empresa MATA AZUL CONSTRUTORA LTDA.,a referida comissão, com base na Res. CONFEA nº 218/73, decide manter a sua inabilitação em função do descumprimento do item 5.1.2.3, alínea “d”, item III do Edital; já em relação ao recurso daCONSTRUMASTER

LTDA. ME, após uma detida análise da documentação acostada, reflui e decide

declará-la habilitada no certame em voga.

É o relatório.

O recurso é próprio e tempestivo, de acordo com o artigo 109, I, “a”, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1.993, razão pela qual dele conheço.

Passo a analisá-lo.

Inicialmente, cumpre ressaltar que a presente licitação tem escora nos princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo, bem assim nos princípios correlatos da celeridade, finalidade, razoabilidade, proporcionalidade, competitividade, justo preço, seletividade e comparação objetiva das propostas, conforme estabelece o art. 3º da Lei nº 8.666/93.

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Analisando detidamente os autos, verifico que as sociedades empresárias MATA

AZUL CONSTRUTORA LTDA. e CONSTRUMASTER LTDA. ME, inconformadas com a decisão da Comissão Especial de Licitação (doc. 64880/2015), que as declarou inabilitadas na Tomada de Preços nº 03/2015, interpõem recursos (doc. 64886/2015) questionando, em síntese, os motivos ensejadores do mencionado ato administrativo.

Pois bem. Quanto à questão relacionada com a comprovação da qualificação técnica da licitanteMATA AZUL CONSTRUTORA LTDA calha trazer a lume a redação da alínea “d”, item III, do subitem 5.2.1.3, do Edital de Tomada de Preços nº 03/2013, in verbis:

5.2.1.3. qualificação técnica (...)

d) comprovação da capacitação técnico-profissional do(s) responsável(is) técnico(s) indicado(s) pela licitante, através da apresentação de um ou mais atestados, expedidos(s) por pessoa jurídica de direito público ou privado, atuante no

mercado nacional, acompanhado(s) da(s) respectiva(s)

certidão(ões) de acervo técnico (CAT), emitida(s) pelo CREA da região em que foi realizada a obra, comprovando a responsabilidade técnica por serviços, com características semelhantes ao objeto ora licitado, da seguinte forma:

I – Execução de obra de construção destinada a fins comerciais

ou correlatos com área construída mínima de 240,00 m2;

II – Execução de instalação elétrica em baixa tensão com demanda mínima de 36kVA;

III – Execução de instalação de cabeamento estruturado, categoria 5-E, de 1000Mbps, com no mínimo 24 pontos;

d.1) Os profissionais indiciados pela licitante para fins de comprovação de capacitação técnico-profissional deverão participar da obra objeto desta licitação, admitindo-se sua substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela Administração do TRE/GO.

Nesse contexto, o art. 30, II, e § 1º, I, todos do Estatuto de Licitações e Contratos, dispõe acerca da documentação relativa à qualificação técnica das licitantes participantes do certame, vejamos:

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

(...)

II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da

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qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;

(...)

§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput"

deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados

nas entidades profissionais competentes, limitadas as

exigências a: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de

quantidades mínimas ou prazos máximos; (Incluído pela Lei nº

8.883, de 1994)

Destarte, do cotejo entre o dispositivo editalício e a disposição contida na norma legal, verifico que não há mácula no mencionado subitem 5.2.1.3 do Instrumento Convocatório, pois este Regional ao tornar público o certame competitivo e exigir a comprovação mínima de aptidão para a execução do objeto licitado, o fez com o intuito de averiguar se as licitantes possuíam tal capacidade, mormente diante da complexidade que envolve a construção das sedes cartorárias desta Corte.

Nesse norte, cumpre registrar que recorrente MATA AZUL CONSTRUTORA

LTDA., em seu apelo, alega que sua inabilitação no certame foi realizada erroneamente,

principalmente diante do fato de que o atestado de capacidade técnica apresentado na licitação possui quantitativos superiores ao exigido no Edital e encontra-se devidamente homologado pelo CREA-GO.

No entanto, observo que a Comissão Especial de Licitação – doc. 65633/2015, após analisar os argumentos recursais, entendeu que tal assertiva não seria suficiente para acolher o recurso da mencionada pessoa jurídica, mormente diante do fato de que muito embora os profissionais indicados na certidão de acervo técnico (doc. 63471/2015) tenham sido os responsáveis da obra descrita no atestado de capacidade técnica fornecido pelo Tribunal de Justiça de Goiás (doc. 63471/2015), tais profissionais (engenheiro civil), em face do que dispõe a Resolução CONFEA nº 218/73, não possuíam capacidade técnica para executar os serviços de cabeamento

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estruturado, desatendendo, assim, ao disposto no item 5.2.1.3, alínea “d”, subitem III do Edital, senão vejamos:

“(...)

V – Constitui-se em dever da participante no certame licitatório inteirar-se de todas as leis, instruções, resoluções e outras congêneres para bem atuar no ramo. Seria impossível o Edital contemplar todas as situações. Para isto as autarquias federais, a exemplo do CREA, regulamenta o campo de atuação de cada profissional;

VI – A empresa Mata Azul Construtora Ltda, ora recorrente, afirma, em síntese, que o Atestado de Capacidade Técnica apresentado fora homologado pelo CREA-GO, e que, por este motivo e também somado ao fato de conter serviços de cabeamento estruturado já lhe garantiria a aceitação, de forma objetiva, não competindo à CEL decisão noutro sentido. A Certidão de Acervo Técnico – CAT nº202/2003, fornecida pela empresa Mata Azul Construtora, para fins de habilitação na TP nº 03/2015, certifica que o profissional Paulo Roberto Vilela,

engenheiro civil, foi o responsável técnico por serviços

constantes no Atestado de Capacidade Técnica vinculado à CAT, que, por seu turno, descreve pontos superior ao exigido no item 5.2.1.3, alínea d, item III do Edital. Neste momento, se faz mister analisarmos as atribuições e competências dos profissionais pertencentes ao sistema CREA/CONFEA.

RESOLUÇÃO Nº 218, DE 19 DE JUNHO DE 1973. (...)

Art. 9º - Compete ao ENGENHEIRO ELETRÔNICO ou ao

ENGENHEIRO ELETRICISTA, MODALIDAE ELETRÔNICA ou ao

ENGENHEIRO DE COMUNICAÇÃO:

I – o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º desta Resolução, referentes a materiais elétricos e eletrônicos;

equipamentos eletrônicos em geral; sistemas de

comunicação e telecomunicações; sistemas de medição e

controle elétrico e eletrônico, seus serviços afins e correlatos.

(grifos nossos)

VII – Frise-se que o cabeamento estruturado de uma edificação é definido como um sistema de telecomunicações, normalmente utilizado para o tráfego de dados entre os diversos equipamentos de tecnologia da informação;

VIII – Após esta breve descrição do sistema cabeamento estruturado e examinando os arts. 7º, 8º e 9º da Res. CONFEA nº 218/73, constata-se de forma incontestável que se trata de

uma das competências exclusivas do profissional engenheiro eletricista;

(...)

Do exposto, é clarividente que a CEL, ao analisar os Atestados de Capacidade Técnica, não somente da recorrente, mas de todas as empresas licitantes, tem o dever de verificar a compatibilidade entre as atribuições e competências dos profissionais, responsáveis técnicos, e os serviços elencados no referido documento.

Destarte, e pelos motivos expendidos, a CEL decide manter a inabilitação da empresa Mata Azul Construtora,

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por não atender ao item 5.2.1.3, alínea d, item III do Edital.”

Ademais, calha consignar, conforme se comprova no Sistema de Gestão de Recursos Humanos deste Regional, que dentre os servidores designados pela Portaria nº 243/2015 DG (doc. 49659/2015) para comporem a mencionada Comissão, há uma Engenheira Civil e um Engenheiro Eletricista, portanto, com aptidão para empreender uma análise, não só legal, mas, também, técnica, do atestado de capacidade técnica colacionado pela empresa Recorrente.

É importante assinalar, neste ponto, que os princípios da vinculação ao edital e da isonomia, estabelecidos no art. 3º da Lei nº 8.666/93, são aplicados tanto para a Administração, quanto para o Administrado, não dando margem para interpretações casuísticas passíveis de beneficiar ou prejudicar os participantes da licitação.

A respeito do assunto, calha trazer a lume a seguinte decisão do Tribunal de Contas da União:

ACÓRDÃO] [...]

”1.2. [...] julgar as contas dos Srs.[omissis] regulares com ressalva e dar-lhes quitação [...], sem prejuízo de fazer as seguintes determinações, de acordo com os pareceres emitidos

nos autos:

1.3. à 13ª Superintendência de Polícia Rodoviária Federal em

Alagoas que:

[...]

1.3.8. em procedimentos licitatórios, cumpra rigorosamente, com base no 'Princípio da Vinculação ao Instrumento

Convocatório' (art. 41, caput, da Lei n. 8.666/1993), o exame

da compatibilidade das propostas apresentadas com as exigências do edital;” (original sem grifo)

AC-3738-42/07-1 Sessão: 28/11/07 Relator: Ministro MARCOS BEMQUERER - Tomada e Prestação de Contas - Iniciativa Própria

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Já em relação ao recurso da empresaCONSTRUMASTER LTDA. ME, observo que a Comissão Especial de Licitação refluiu da decisão que a declarou inabilitada na tomada de preços em destaque. Desta feita, entendo, diante da reconsideração promovida pela referida comissão e considerando a redação do art. 109, § 4º, do Estatuto de Licitações e Contratos, que não há análise recursal s ser procedida por esta Diretoria-Geral.

Ante o exposto, e tendo em vista a ausência de fundamento nas alegações apresentadas pela licitanteMATA AZUL CONSTRUTORA LTDA., e, principalmente, com suporte no posicionamento externado pela Comissão Especial de Licitações, de que a Recorrente não atendeu ao comando vertido no subitem 5.2.1.3, alínea “d”, do item V, do Instrumento Convocatório, conheço do Recurso apresentado e nego-lhe provimento, para, nos termos do artigo 109, § 4º, da Lei nº 8.666/93 e no item XIV, subitem 14.5, do Edital de Tomada de Preços nº 03/2015, manter intacta a decisão de

inabilitar a empresaMATA AZUL CONSTRUTORA LTDA. do certame em voga.

Dessa forma, encaminhem-se os autos à Comissão Especial de Licitações para dar ciência à Recorrente e às demais interessadas, bem como adotar as demais providências ao andamento do feito.

Goiânia, 6 de outubro de 2015.

RODRIGO LEANDRO DA SILVA Diretor-Geral

Referências

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