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Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Agrárias Departamento de Engenharia Florestal

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Academic year: 2021

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Universidade Federal de Viçosa

Centro de Ciências Agrárias

Departamento de Engenharia Florestal

Um novo marco regulatório para a partilha da

Compensação Financeira pela Utilização de

Recursos Hídricos para geração de energia

elétrica: equalizando assimetrias regionais

Orientador: Prof. Carlos Antonio Alvares Soares Ribeiro Doutorando: Angelo Marcos Santos Oliveira

Viçosa – MG Novembro de 2009

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Preservação Ambiental X Produção Econômica

avanço da agropecuária sobre os remanescentes florestais aponta no sentido oposto (BICKEL, 2004; HENRIQUES, 2003; HOUGHTON, 1994)

Significância do uso da terra:

processos erosivos (CASTRO et al., 2006; SILVA, 2004; FUJIHARA, 2002; CERRI, 1999)

capacidade de retenção da água no solo (GUADAGNIN et al., 2005; COGO et al., 2003)

produção e seqüestro de gases efeito estufa (GOMES et al., 2005),

nomeadamente o CO2 e o CH4

intensidade e freqüência de desastres naturais (REIS et al., 2005; SILVA e DIAS, 2003).

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Hipóteses:

a pobreza no meio rural associa-se a um meio ambiente

extremamente degradado, principalmente em termos de solos e recursos hídricos (VALDÉS e MISTIAEN, 2001)

a degradação ambiental é produto da ação antrópica, que se revela predatória face a inexistência de alternativas econômicas que

respeitem a capacidade de suporte das áreas de produção (GARCIA

et al., 2005; FUJIHARA, 2002; GARCIA e ESPÍNDOLA, 2001;

LEPSCH, 1991)

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Entretanto,

As populações de baixa renda agricultura de subsistência

são as maiores beneficiadas pelos programas de preservação ambiental

fertilidade natural do solo disponibilidade de água

meio ambiente ecologicamente equilibrado (BICKEL, 2004).

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Pagamento pela produção de Serviços Ambientais

Compensação Financeira pela Utilização dos Recursos

Hídricos (CFURH) para fins de geração de energia elétrica, instituída pela Lei no 7.990, de 28 de dezembro de 1989.

Este é um instrumento que busca ressarcir, financeiramente, os municípios atingidos pela água dos reservatórios de hidrelétricas e aqueles onde se instalam as usinas (ANEEL, 2007).

Hoje, só os municípios atingidos pela represas participam no resultado da exploração de recursos hídricos para fins de

geração de energia.

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Produção de energia elétrica:

altura da queda d’água – energia potencial gravitacional – associada ao relevo do local de instalação da barragem;

vazão do caudal – potencial hidráulico – associada à área da bacia hidrográfica que abastece a represa de uma usina hidrelétrica

(MAHER et al., 2002)

Os municípios à montante do lago da hidrelétrica também tiveram sua capacidade de geração de renda reduzida.

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Quanto da energia elétrica produzida se deve à água que vem das cabeceiras e das bacias afluentes dos rios que drenam para o lago de uma hidrelétrica?

Quantificado esse percentual, torna-se evidentemente necessário rever os atuais critérios de repasse da

compensação financeira pela exploração dos recursos hídricos daquela região.

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Desenvolver uma metodologia, alicerçada na tecnologia dos sistemas de informações geográficas e na espacialização da vazão específica, para quantificar o percentual da geração de energia elétrica que é devido às áreas da bacia hidrográfica à montante da represa e, assim, calcular o quanto do repasse da compensação financeira seria devido proporcionalmente a cada município da bacia.

(9)

Com essa estratégia, busca-se estimular o uso racional e a conservação da água no meio rural, fomentando as

atividades de preservação e restauração de bacias hidrográficas, priorizando-se as áreas de preservação permanente.

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Localização da área de estudo

(11)

Software: recursos para modelagem do escoamento

superficial de águas disponibilizados na extensão Spatial

Analyst do sistema de informações geográficas ArcGIS®

versão 9.3.

Altimetria: ASTER Global Digital Elevation Model (ASTER GDEM).

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UHE Três Marias/MG:

1.110,54 km²

19.528.000.000m3 (19,528km3) sendo 15,278km3 (volume útil)

queda líquida: 56,9m (CEMIG, 2009)

energia assegurada: 239 MWh (ANEEL, 2009) vazão regularizada: 513 m³/s

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Potência: P= η×g×Q×h

P = potência gerada [kW]

η = rendimento conjunto turbina-gerador (0,873 – Três Marias) g = constante gravitacional (9,81 m/s²)

Q = vazão [m³/s]

h = queda líquida [m]

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Compensação Financeira: CF=EG×TAR×0,0675

CF = valor total ser pago pela geradora de energia elétrica [R$] EG = energia produzida no mês [MWh]

TAR = tarifa atualizada de referência [R$ 62,33/MWh] (ANEEL) 0,0675 = percentual estabelecido (Lei no 9.433/1997)

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Distribuição da CFURH – Lei no 9.433/1997

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Bacia Hidrográfica a montante de Três Marias (BH3M)

50.840.683.484m² ou 50.841km² 2.130.600m ou 2.131km

110 municípios

q = 1,009 × 10-8 m3.s-1.m-2

A maior contribuição em termos de vazão foi a do município de

Pompéu com 25,8 m³/s, correspondendo a 5% da vazão regularizada; Carandaí apresentou a menor contribuição com 5,7 × 10-3 m³/s,

representando apenas 0,001% dos 513 m³/s de vazão regularizada. 20 municípios com as maiores contribuições responderam por metade da vazão regularizada.

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Participações percentuais relativas da vazão regularizada (Q) e da queda líquida (h)

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A fórmula historicamente adotada no Brasil para o rateio da compensação financeira pela utilização dos recursos

hídricos ressarce apenas aqueles municípios interceptados pelo reservatório, consagrando o modelo de concentração de riquezas, em que a maioria dos municípios que

contribuem para a geração de energia elétrica são excluídos da divisão do bolo.

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Longe de contribuir para construção da harmonia

federativa, esse modelo agrava o quadro já crítico de disparidades econômicas regionais e promove a

dissociação entre os programas de fortalecimento do agronegócio nas regiões à montante do reservatório da hidrelétrica e a política nacional de energia elétrica.

Especificamente para a usina hidrelétrica de Três Marias, apesar de 110 municípios pertencerem à bacia de

contribuição do seu reservatório, apenas oito municípios recebem a compensação financeira.

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A relação entre a superfície do reservatório (1.110,54 km²) e a área da respectiva bacia de contribuição (50.840,68

km²) mostra que esse benefício concentra-se em apenas 2% dessa região do Alto São Francisco.

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A proposição de um novo modelo para a partilha da compensação financeira pela utilização dos recursos hídricos baseado na participação relativa da vazão e da queda líquida na geração de energia elétrica tem, em sua essência, a preocupação genuína de se corrigirem as

distorções da metodologia atual e o inegável apelo de promover a justiça social, reconhecendo a distribuição geográfica dos fatores intrínsecos a essa riqueza.

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Apenas 12% da energia elétrica produzida na UHE Três Marias está associada à altura da queda d’água e, por conseguinte, ao reservatório da hidrelétrica; os demais

88% relacionam-se à vazão do rio São Francisco na saída da barragem e têm sua origem na área de drenagem

situada à montante do reservatório.

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Se por um lado, os comitês de bacias hidrográficas instituem a cobrança pelo uso consuntivo da água,

viabilizando a alocação ótima desse recurso escasso entre atividades competitivas, nada mais justo que a parcela da água produzida em uma região seja remunerada nesse mesmo patamar, dando os devidos créditos a quem a produz.

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Emerge, da presente pesquisa, a construção de uma nova consciência coletiva, alicerçada em sólida argumentação científica, acerca do pagamento justo pelos serviços

ambientais prestados pela preservação das matas e dos recursos hídricos ao longo de um bacia hidrográfica.

Cabe agora investigar a contribuição estratégica das áreas de preservação permanente no aumento do tempo de

concentração e na redução das perdas de solo por erosão hídrica, para se definirem metodologias apropriadas para a valoração e o ressarcimento por esses serviços

ambientais.

Referências

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