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Como um só povo Reflexões em torno da unidade da igreja

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Academic year: 2021

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Como um só povo

Reflexões em torno da unidade da igreja

Heitor da Silva Glória

Odja Barros Santos (Orgs.)

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PNV 256

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© Centro de Estudos Bíblicos – 2009 Rua João Batista de Freitas, 558 B. Scharlau – Caixa Postal 1051 93121-970 São Leopoldo/RS Fones: (51) 3568-2560 Fax: (51) 3568-1113 vendas@cebi.org.br www.cebi.org.br

Série A Palavra na Vida - Nº 256 - 2009 Como um só povo

Reflexões em torno da unidade da igreja

Organização: Heitor da Silva Glória e Odja Barros Santos

Autoria: Jether Pereira Ramalho, Ervino Schmidt, Mario de Mello Souza, Israel Boniek Gonçalves, Nancy Cardoso Pereira, Manoel Neto, Odja Barros Santos, Heitor da Silva Glória, Fernando Albano e Adelaide Maria Klein.

Arte-finalização: Ricardo Fiegenbaum

Revisão: Isolde Dreher e Ricardo Fiegenbaum

Capa: Ricardo Fiegenbaum

Impressão: Con-Texto Gráfica

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Sumário

Apresentação ... 5

Introdução ... 7

Capítulo 1 - Unidos nas mãos de Deus teremos comunhão e paz ... 9

Capítulo 2 - Quatro passos para tornar-se ecumênico ... 13

Capítulo 3 - A inspiração como ponto de partida para a unidade das igrejas ... 17

Capítulo 4 - Pedaço de mim: por outra linguagem para a separação e a unidade ... 19

Capítulo 5 - Um só povo: uma visão e uma ilustração ... 24

Capítulo 6 - Na tua mão como um só povo ... 29

Capítulo 7 - A IPIB e o ecumenismo ... 34

Capítulo 8 - Contribuição da experiência pentecostal à unidade cristã . 38 Capítulo 9 - Unidas para a promoção da vida ... 42

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A busca pela unidade cristã é um compromisso permanente das igrejas em todo o mundo, porque o próprio Jesus manifestou essa vontade ao pedir ao Pai “que todos sejam um” (João 17,21). Esse compromisso se expressa de várias maneiras, mas tem uma de suas manifestações mais visíveis no movimento ecumênico.

O Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), desde o seu início, assu-miu a ecumenicidade na Leitura Popular da Bíblia. Seu princípio fundador, de que a vida e a Bíblia formam um conjunto ecumênico de mútuas implicações, tem orientado as suas práticas ao longo dos trinta anos de sua existência, relembrando a cada instante que aci-ma de toda diferença está o fato de que todos somos um quando se trata de promover a vida, graça das graças que recebemos das mãos divinas.

É a partir deste princípio que o CEBI se constitui como entidade ecumênica, promovendo o diálogo e o entendimento entre pessoas de diferentes confissões de fé, tendo a Bíblia como lugar de media-ção destas relações. Também por isso, apoia e engaja-se em campa-nhas e atividades de igrejas e organizações que promovem o en-contro dos diferentes em busca da unidade elementar desejada por Deus.

Uma destas ações de promoção da unidade cristã, e que envol-ve cristãos e cristãs de diferentes confissões e em dienvol-versos países, é a Semana de Oração pela Unidade Cristã, que, no Brasil, é promovi-da pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) nos dias que antecedem ao domingo de Pentecostes. Em 2009, a Semana ocorre de 24 a 31 de maio e tem como tema Unidos na tua mão (Ezequiel 37,17).

Com o objetivo de contribuir para o fortalecimento dos laços de unidade entre as diferentes confissões e também oferecer um

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rial para a reflexão em torno do tema da Semana de Oração e o ecumenismo na perspectiva de pessoas membros de várias igrejas, o CEBI propôs a publicação deste livro – Como um só povo - Refle-xões em torno da unidade da igreja – como parte da série A Palavra na Vida (PNV).

O livro consiste de um conjunto de artigos escritos por pessoas de diferentes confissões cristãs, enfocando o tema da Semana de Oração pela Unidade Cristã1. Cada autor faz a sua própria reflexão sobre o tema da unidade cristã a partir da sua confessionalidade, levando em conta o texto bíblico de Ezequiel 37,17: “Estarão unidos na tua mão”.

Unidos, pois, por este projeto editorial, os autores e as autoras, sob diferentes prismas, afirmam que a unidade da Igreja de Cristo é um sonho de Deus e uma obra dele. Dizem, cada qual à sua manei-ra, que a busca pela unidade, ainda que na diferença, é a vitória do amor e um modo de anunciar que a boa nova do reino de Deus, de justiça e de paz, alcança a vida das pessoas ali onde elas se encon-tram e, especialmente, nas situações de sofrimento, de opressão e de injustiça.

O sociólogo da Igreja Congregacional, Jether Pereira Ramalho, que assina a Introdução, explica de forma muito simples e comovente o que é oikoumene. Para ele “a oikoumene é o lugar natural da mis-são cristã”. Por isso, “o propósito de Deus é que a humanidade seja integrada pelo amor, governada pela justiça e estabelecida pela paz”, e é isso o que o movimento ecumênico deve buscar, seja no âmbito do mundo da vida, seja no âmbito institucional. Suas palavras são

1O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) é uma associação fraterna de igrejas que confessam o Senhor Jesus Cristo como Deus e Salvador, segundo as Escrituras e, por isso, procuram cumprir sua vocação comum para a glória de Deus Uno e Trino, Pai, Filho e Espírito Santo, em cujo nome administram o Santo Batismo. O amor de Deus, a confissão de fé comum e o compromisso com a missão impulsionam as igrejas membros a uma comunhão cristã mais profunda e a um testemunho comum do evangelho no Brasil, no exercício do amor e serviço ao povo. Respeitadas as diferentes concepções eclesiológicas, as igrejas-membro se reconhecem convocadas por Cristo à unidade de sua Igreja, na certeza da atuação do mesmo Cristo e do seu Espírito nelas e através delas. Sua missão é “servir às igrejas cristãs no Brasil no fortalecimento do ecumenismo e do diálogo, na vivência da comunhão em Cristo, na defesa da integridade da criação, promovendo a justiça e a paz para a glória de Deus. (Fonte: www.conic.org.br)

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as palavras de quem soube viver por este ideal toda a sua vida, como “pastor de esperanças”. Não é por acaso, portanto, que o seu artigo tem o título de Ecumenismo, fonte de esperança.

No capítulo 1 – Unidos nas mãos de Deus teremos comunhão e paz – o pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Ervino Schmidt, afirma que “vida, reconciliação, supera-ção de divisões e de preconceitos são realidade. Graças a Deus!” e que “um mundo mais fraterno é possível”. Já para o pastor da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, Mario de Mello Souza, tornar-se ecumênico implica dar quatro passos, conforme escreve no capítulo 2 – Quatro passos para tornar-se ecumênico: aprender a enxergar as realidades sem disfarces; localizar e diag-nosticar o problema; dar respostas urgentes para necessidades ur-gentes e proclamar que Deus vai agir na história através de seus parceiros e que, por isso, nunca faltará em cada geração um movi-mento profético integralizador.

O professor da FAEST e membro da Igreja Assembleia de Deus, Israel Bonieck Gonçalves, no capítulo 3 – A inspiração como ponto de partida para a unidade das igrejas – sugere que “paremos, olhe-mos em nossa volta e, depois de um breve silêncio, griteolhe-mos bem alto para que todos escutem que ‘eu preciso de você, que você me faz falta, que eu perco cada vez que seu passo é dado na direção contrária ao trilho tortuoso da minha vida’ e, por fim, soltar um ‘ufa!’, mesmo que acompanhado da frase: ‘Como foi difícil dizer isto!’”.

A pastora da Igreja Metodista, Nancy Cardoso Pereira, no capí-tulo 4 – Pedaço de mim: por outra linguagem para a separação e a unidade –, destaca que “a unidade da Igreja de Jesus acontece e perpassa a busca pela unidade da totalidade social (...) organica-mente a serviço da vida, disposta a reinventar novas formas de po-der e novas formas de ser igreja”. Manuel Neto, membro de uma Igreja Batista da Convenção Batista Brasileira, escreve, no capítulo 5 – Um só povo: uma visão e uma ilustração – que “o desejo de Deus é que ‘se tornem um’ e o nosso esforço deve ser o de obedecer a voz que diz: ‘(...) e ajunta um ao outro, para que se unam e se tornem um só’”.

A também batista, pastora Odja Barros Santos, da Igreja Batista do Pinheiro, em Maceió (AL) fala da unidade na diversidade,

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cando que, “como um só povo, construímos uma realidade melhor para todas as pessoas”. Ela assina o capítulo 6 – Na tua mão como um só povo.

O capítulo 7 – A IPIB e o ecumenismo – foi elaborado pelo coor-denador da dimensão de Ecumenismo do CEBI e pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB), Heitor da Silva Glória. Ali ele afirma que “ser ecumênico é ter uma angústia profunda por saber que a mensagem de união, fraternidade e paz anunciada por Jesus não está sendo vivida na íntegra pelos cristãos; é buscar no outro uma espiritualidade contrária a qualquer radicalismo e fana-tismo”.

A contribuição da experiência pentecostal à unidade cristã – ca-pítulo 8 deste livro – traz a palavra do presbítero da Igreja Evangé-lica Assembleia de Deus, Fernando Albano. Para ele, “a perspectiva pentecostal marcada pela subjetividade e ênfase na ação do Espíri-to SanEspíri-to que resulta em ‘dança, canção’ pode cooperar para a uni-dade das comuniuni-dades cristãs, especialmente na América Latina, marcada pela oralidade e espontaneidade”.

Finalmente, no capítulo 9 – As lutas sociais e a questão ecumênica no catolicismo –, está a contribuição de Adelaide Maria Klein, coodenadora do CEBI Polo Sul e secretária de Administração do município de Gravataí (RS). No texto, Adelaide enfatiza que, “como igreja, ainda temos grandes dificuldades de sair de dentro de nos-sos muros para ir ter com o povo, ecumenicamente”.

Eis o livro na sua síntese, nas suas promessas de unidade e na sua pluralidade de visões. Eis o livro na sua coletiva e ecumênica unidade. É um livro que fala de saudades e de esperanças, ambas – saudade e esperança – como uma só nas mãos de Deus. Saudade dos pedaços de nós que um dia foram um corpo único com muitos membros. Esperança de estarmos unidos como um só povo na mão do Criador.

Que este livro nos ajude a sonhar. Que alimente o nosso desejo de comunhão e de diálogo. Que ele motive a ler a Bíblia na sua rela-ção ecumênica com a vida. Que ele nos leve para a orarela-ção pela unidade cristã, e a oração nos leve à ação conduzidos e amparados pelas mãos de Deus.

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Para uma grande parte do povo, o sentido do ecumenismo é al-tamente positivo: sinônimo de paz, solidariedade, respeito às dife-renças, fraternidade, quebra de barreiras. Quase desconhecido há poucas décadas atrás, o termo passou a ser usual em nossos dias. Não foi uma aceitação baseada só em argumentos, em racionalidade. É uma adesão também afetiva, do coração, do sentimento, da ânsia do espírito.

O termo incorpora, desde a sua origem, dimensão secular, soci-ológica, cultural e geográfica, além do sentido religioso, teológico e eclesiástico. A raiz da palavra é grega. Vem de oikoumene – o

mun-Introdução

Ecumenismo, fonte de esperança

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Jether Pereira Ramalho*

1Este texto foi originalmente publicado sob este título no Jornal Mundo Jovem, n. 300, de setembro de 1990, p. 19 e gentilmente cedido ao CEBI. Ao reproduzi-lo como introdução deste livro, o CEBI no ano de seu trigésimo aniversário, homenageia um de seus fundadores, Jether Pereria Ramalho, chamado por teólogos como Rubem Alves e Leonardo Boff como “Pastor de Esperanças” e “Um Sábio”.

* Sociólogo, membros da Igreja Evangélica Congregacional do Brasil. Fiundador do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI) e fundador e ex-presidente do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular – CESEP (RJ) e do Centro Ecumênico de Documentação e Informação.

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do habitado. Tendo como origem primeira, a palavra oikos (casa, lar) vai se enriquecendo com o parentesco tão significativo de eco-nomia e eco-logia.

1. Cenário da ação de Deus

A oikoumene é o lugar natural da missão cristã. O propósito de Deus é que a humanidade seja integrada pelo amor, governada pela justiça e estabelecida pela paz.

A dinâmica dos acontecimentos históricos está presente e sen-sibiliza o movimento ecumênico. Isto se torna muito evidente na história do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), um dos marcos do ecumenismo deste século. O CMI, fundado oficialmente em 1948, é uma comunidade que congrega 349 igrejas cristãs de cerca de 110 países. São igrejas protestantes, evangélicas, anglicanas, ortodo-xas, pentecostais, etc.2 Nas mais diversas conferências e nos esfor-ços que antecederam à institucionalização oficial do Conselho, além das questões relacionadas com a fé, a doutrina e a vida das igrejas, a problemática sociopolítica e econômica exerceu influência decisi-va na caminhada ecumênica. A questão da paz, da justiça, da liber-dade, a luta contra todas as formas de discriminação, a completa observância dos direitos humanos, o respeito e a integridade da natureza, o significado perverso da globalização, enfim, todas as

2 O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) é a maior e mais representativa das muitas expressões organizadas do moderno Movimento Ecumênico, cujo objetivo é a unidade dos cristãos. As igrejas representam mais de 560 milhões de cristãos, incluídas a maioria das igrejas ortodoxas, grande quantidade de igrejas anglicanas, batistas, luteranas, metodistas e reformadas, assim como muitas igrejas unidas e independentes. Quando da fundação do CMI, a maioria das igrejas fundadoras era europeia e norteamericana, hoje a maior parte está na África, na Asia, e Caribe, na América Latina, Oriente Médio e no Pacífico. Para suas igrejas membro, o CMI é um espaço insubstituível no qual podem refletir, falar, atuar, orar e trabalhar juntas, interpelar-se e apoiar-se mutuamente, compartilhar e debater entre si. Como membros desta comunidade, as igrejas que aderem ao CMI são chamadas a alcançar o objetivo da unidade visível em uma só fé e uma só comunnhão eucarística, promovem o testimunho comum no trabalho de missão e evangelização, realizam um serviço cristão atendendo as necessidades humanas, eliminando as barreiras que separam os seres humanos, buscando a justiça e a paz e salvaguardando a integridade da criação, e promovem a renovação na unidade, o culto, a missão e o serviço. (Fonte: www.oikoumene.org)

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