GôDA
Teatro
Público Geral
Sessões especiais para a
GÔDA
O que se esconde por detrás de uma porta antiga e
enferrujada?
O que se guarda por entre papéis e as fotografias
velhas?
De que são feitas as lembranças?
De que é feito o pó?
As memórias ganham pó, como as coisas antigas?
Quantos anos têm as memórias?
Quantas memórias cabem em muitos anos?
Quem é a pessoa mais antiga do Mundo?
GÔDA é um espetáculo que reflete sobre as memórias. Sobre as recordações que
guardamos e nos vão preenchendo com o correr do tempo. Sobre esses pedaços de vida que se arrumam dentro do nosso corpo sem ocupar espaço, que multiplicamos com o passar dos dias, na construção da nossa “bagagem interior”.
Partimos da temática das memórias como pretexto para refletir sobre o tempo: o
tempo da Infância e o tempo da Velhice – sobre como estes dois tempos se aproximam e
afastam infimamente. Procurámos pensar de que maneira a Vida e as recordações podem estar inscritas nos corpos das pessoas, e explor a fertilidade da forma interior e exterior das pessoas antigas – cheias de anos por fora e de memórias por dentro. Procuramos ainda compreender em que movimentos fica guardada a Infância, e quais os momentos em que ela nos acompanha.
O espetáculo joga com os materiais que compõem a memória: Será que só sabemos aquilo de
que nos lembramos? Ou será que aquilo que sabemos vai para além daquilo de que nos lembramos? Há lembranças escondidas, num cantinho da nossa memória?Ou também guardamos memórias dentro de objetos esquecidos dentro de casa, do sótão, da garagem, à espera de serem encontrados?
Exploramos ainda o lado secretamente cómico da solidão, e do modo como as memórias preenchem os lugares vazios entre o espaço de se estar só.
O espetáculo é construído a partir da linguagem da máscara e do cinema mudo, numa composição cénica essencialmente sonora e visual – sem recorrer ao uso da palavra. A interpretação explora o gesto e a interação com pequenos filmes que são projetados em objetos do Cenário.
A escolha de uma linguagem artística essencialmente visual prende-se com por um lado a natureza temática do espetáculo (que convoca o silêncio, a música e as sonoridades do dia-a-dia, ou outras formas de expressão não verbal), mas ainda com a filosofia de trabalho em que núcleo criativo ‘dobrar tem vindo a apostar – numa forte componente de mobilização e internacionalização das apresentações.
Durante o recente percurso artístico que caracteriza o trabalho da ‘dobrar, temos dado especial destaque à criação de espetáculos e atividades complementares particularmente dedicadas à infância e juventude, por acreditarmos que este é um campo que merece ser explorado com a curiosidade e determinação com que pretendemos caracterizar todas as nossas criações, num confronto sério e genuíno com um sector de público que reage com espírito crítico aos produtos com que se confronta.
Por este motivo, temos vindo a perceber, que não há temas “interditos” e que num espírito empírico, artístico e ativo, o confronto do público mais jovem com temáticas abstratas, emocionais e desafiantes, provocam a prática de uma experiência de aprendizagem aberta, crítica e criativa e demonstram uma capacidade infindável de discussão, construção de pensamento e de descoberta partilhada.
A proposta de um espaço cénico que parte da linguagem não verbal, foca-se na expressão de temas como a solidão e as memórias, e expõe uma realidade que é simultâneamente distante do momento da juventude - a personagem central é um mulher velha – aproximando-se por isso de uma abordagem temática próxima de um setor de público sénior.
Outras questões abordadas são conjuntamente passíveis de serem discutidas e pensadas junto de jovens espectadores e espetadores sénior, tais como: de que forma guardamos memórias e as reservas de sentimentos interiores; de que forma nos relacionamos com nós próprios perante a solidão, ou de que maneira somos afetados pela ausência.
A ‘dobrar foi criada em 2011 pelos cofundadores Ana Lázaro e Hugo C. Franco, com o objetivo de dinamizar um programa de criação e produção de atividades artísticas e culturais, através da cooperação entre criadores portugueses de diversas áreas disciplinares.
O Núcleo Artístico estreou-se com o Projeto Multidisciplinar de Teatro e Música: Por
um Dia Claro – da autoria de Ana Lázaro, inspirado pela obra de Almada Negreiros - A invenção do Dia Claro. O Projeto foi premiado com o Apoio para Jovens Encenadores, pela Fundação
Calouste Gulbenkian. Contou ainda apoio da Fundação da Ciência e Desenvolvimento; Te-ato
Leiria; Fundação GDA; entre outros parceiros. Em Lisboa, o espetáculo foi convidado a integrar
o Programa da Fábrica das Artes - Centro Cultural de Belém.
A ‘dobrar inclui na sua filosofia de trabalho, o desenvolvimento de um ciclo de pesquisa e criação artística de dimensão intercultural e internacional, bem como de partilha e difusão da cultura portuguesa.
Neste âmbito a ‘dobrar foi convidada a integrar o Festival Internacional de Artes para a
Juventude Ziguzajg, em Malta, para apresentar: The Bright Day (versão inglesa), sendo
selecionada para integrar o Programa de espetáculos de Inclusão para audiências diferenciadas, num Ciclo especial do Festival.
Ainda com o mesmo espetáculo, a ‘dobrar recebeu o convite da Rede de Teatros Nacionais
Turcos, para integrar a 15ª Edição do Festival Internacional BLACKSEA na cidade de Trabzon,
Turquia, em 2014.
Em 2013 os criadores da ‘dobrar foram selecionados pelo Swatch Art Peace Hotel Xangai,
para desenvolver um projeto de Pesquisa e Criação Artística, em residência na cidade de Xangai durante alguns meses. O Projeto teve como intenção promover um movimento de
pesquisa artística e aproximação intercultural, motivado pelo contexto de crescente influência económica e social entre Portugal e a China.
Ainda em 2013, a Diretora Artística Ana Lázaro, integrou em representação da ‘dobrar, a formação: ARIADNE , em Paris, organizada pela Fundação Elan Interculturel – uma instituição dedicada ao trabalho das Artes com foco sobre situações sociais específicas.
E-Licenciada em Teatro, pelas Escola Superior de Teatro e Cinema, Lisboa.
Estreou-se profissionalmente com os Artistas Unidos, , companhia com a qual desenvolveu trabalhos de apoio à encenação, reflexão teórica sobre o processo criativo e onde integrou o espetáculo Hamelin; e Palácio do Fim. Enquanto intérprete trabalhou com diversas companhias profissionais nacionais e em produções independentes, passando pelo Teatro
Nacional D. Maria II; Teatro Tivoli; Teatro da Comuna; Teatro Villaret; Teatro do Campo Alegre; Centro Cultural de Ílhavo; entre outros. E integrou ainda diversas séries de ficção e programas
televisivos entre os quais: Cinco pra meia noite (elenco fixo da Temporada 1 – RTP2); Liberdade
21 (Temporada 2 - RTP1).
Na área das Artes performativas foi selecionada para representar a digressão Europeia da
peça do artista plástico Tino Seghal: This Exibhition, em Lisboa; e trabalhou com o Teatro do
Biombo, na pesquisa e criação de Espetáculos dedicados à primeira infância.
Em 2011 co-fundou o núcleo ‘dobrar, no qual encenou o Espetáculo Por um Dia Claro, com um texto da sua autoria – Projeto com o qual recebeu a Bolsa de Apoio Novos Encenadores pela
Fundação Calouste Gulbenkian, e integrou o Programa da Fábrica das Artes , no Centro Cultural de Belém. O espetáculo foi ainda selecionado para integrar a Programação Oficial do
Festival Internacional para a infância e Juventude de Malta: Ziguzajg; e integrou o BlackSea International Theatre Festival – Turquia, a convite da Rede Nacional de Teatros Turcos.
Em 2013 foi convidada a integrar o Programa de Residência e Criação Artística do Swatch Art
Peace Hotel em Xangai, onde desenvolveu um Projeto de colaboração artística e escrita
criativa, com o cofundador da ‘dobrar: H.C. Franco.
Ainda no âmbito do seu trabalho de criação na área da escrita, foi vencedora do Prémio
Literário Internacional: Sea of Words; pela Anna Lindh Foundation e IEMED, em 2013.
Foi bolseira do Programa Europeu Grundvig, para o Programa de Formação: Art and
Migration – pela Fundação Elan InterCuturel, Paris.
Em 2014 integrou o Encontro Europeu sobre Democracia e Inovação: E – DEMOCRACY, em
Reggio Calabria, enquanto diretora artística da ‘dobrar, a convite da Associação Pronexus –
associação para a Promoção cultural e Desenvolvimento regional -Itália.
Enquanto atriz fez várias participações em séries de Televisão: incluindo o Programa da RTP: 5