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UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA: MICROCEFALIA E SUA INCIDÊNCIA NO NORDESTE

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Academic year: 2021

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UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA: MICROCEFALIA E SUA

INCIDÊNCIA NO NORDESTE

Amanda de Oliveira Pinto 1 Anna Caroline Bertoldo dos Santos 2 Shayane Rosy do Carmo Farias 3 Dalnei Minuzzi Delevati 4 RESUMO

Neste artigo, tem-se o objetivo de analisar a incidência do vírus Zika nas regiões do Brasil, bem como a prevalência de neonatos com microcefalia associados ao vírus Zika e as condições sócio demográficas. O método utilizado foi de uma pesquisa de revisão bibliográfica. Nos resultados e discussões, concluímos que a alta incidência de casos de microcefalia no Nordeste originados do vírus Zika transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, possui relação direta com as condições sanitárias precárias, bem como, está diretamente relacionada com as classes sociais desassistidas, uma vez que a crescente urbanização desordenada contribui diretamente para a formação de comunidades, podendo apresentar pobreza extrema, habitações insalubres, urbanização precária, dentre outros. Dessa forma, expomos uma proposta acerca da importância de um trabalho interdisciplinar, que atenda a essa demanda, bem como ressaltamos a importância da inserção do psicólogo na equipe interdisciplinar e na construção de novas políticas públicas que atendam às necessidades dessa demanda atual, que é de cunho social, político e da saúde.

Palavras-chave: Zika vírus; Microcefalia; Saúde Pública.

ABSTRACT

This article aims to analyze an incidence of viruses. The regions of Brazil, as well as a prevalence of neonates with microcephaly are associated with Zika virus and socio-demographic conditions. Method used for bibliographic review research. In the results and discussions, we conclude that the high incidence of cases of microcephaly in the Northeast originated from the Aedes Aegypti virus, are directly related to the precarious sanitary conditions, as well as, they are accessible with the disassisted social classes, since the increasing disorderly urbanization contributes directly to a formation of communities, being able to present extreme poverty, unhealthy housing, precarious urbanization, among others. Thus, we present a proposal on the importance of an interdisciplinary work that meets this demand, as well as emphasize the importance of the insertion of the psychologist in the interdisciplinary team and in the construction of new public policies that meet the needs of the current demand, social, political and health.

Keywords: Zikavírus; Microcephaly; Public Health

1

Graduanda do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes – Unit – Maceió/AL. E-mail: shayane-rosy@hotmail.com.

2 Graduanda do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes – Unit – Maceió/AL. E-mail:

manda_htt@hotmail.com.

3

Graduanda do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes – Unit – Maceió/AL. E-mail: caroline.bertoldo@hotmail.com.

4 Professor Mestre Docente do Centro Universitário Tiradentes – UNIT – Maceió/AL. E-mail:

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1 INTRODUÇÃO

Desde a década de 80, o Brasil vem desenvolvendo programas de erradicação de epidemias com o objetivo de reduzir a incidência de casos de dengue causada pelo mosquito Aedes aegypti. O Poder Público realizava ações e estratégias que muitas vezes não eram específicas, como, por exemplo, não considerar a realidade de cada local, a partir disto, o principal meio de combate à eliminação do vetor foi à utilização de inseticidas (CHIARAVALLOTI NETO et al., 2003).

Os programas nacionais de erradicação do vetor até o ano de 1996 estavam sob o gerenciamento da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), cujo método utilizado resumia-se ao combate químico, sendo que, não havia melhoria da situação da doença havendo pouca ou nenhuma participação comunitária (Santos, 2008). Em agosto de 2001, o Ministério da Saúde lançou o Plano de Intensificação das Ações de Controle da Dengue (PIACD), que incluiu elementos como a participação comunitária e a mobilização social (GOMES, BASTOS, NASCIMENTO, 2014).

Neste cenário epidemiológico, o Ministério da Saúde instaurou em 2002 o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), com intensificação das ações dos programas anteriores para a diminuição do impacto da dengue no Brasil (Braga; Valle, 2007). O programa incorpora tanto as lições das experiências nacionais como as internacionais de controle da dengue, bem como enfatiza a necessidade de alteração nos modelos já adotados implantando o componente educativo nas medidas de controle, além disso, passa a divulgar ações de educação em saúde e mobilização social para mudança de comportamento e de hábitos da população (BRASIL, 2009).

De acordo com Reis (2015), o Ministério da Saúde anunciou estado de emergência sanitária nacional no mês de novembro de 2015, devido a vários casos em Pernambuco de neonatos com microcefalia, sendo registrados em outras regiões do nordeste. Segundo Zorzetto (2016), pesquisadores brasileiros comprovaram que a diversidade do vírus que circula no país é mais agressiva do que a africana, além do estudo científico confirmar que um dos causadores da microcefalia é transmitido pelo Zika vírus surgido a partir do mosquito Aedes aegypti.

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No que diz respeito à área acadêmica, buscamos verificar como a Psicologia pode contribuir, visto que, não encontramos nenhum artigo científico, bem como não há orientações específicas para o trabalho do psicólogo diante dos neonatos portadores de microcefalia. Cada vez mais se discute a pertinência de ação multiprofissional, por isso, torna-se primordial que haja um conhecimento por parte dos profissionais, da maior gama possível de conhecimentos teóricos e a viabilidade de um trabalho integrado. Cada profissional fará o que estiver dentro de sua área de formação para alcançar um objetivo em comum.

Diante disso, verificamos a importância de fazer uma investigação através da análise de dados sanitários e sócios demográficos, sobre os casos de microcefalia no Brasil, enfatizando o Nordeste que apresentou maiores incidências de caso. C om isso levantamos os seguintes questionamentos: O que causou esse surto? Quais ferramentas estão sendo utilizadas para lidar com essa circunstância? Para tanto, buscamos realizar um comparativo através da coleta de dados de pesquisas bibliográficas, artigos científicos, informações divulgadas pela Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde, os estados que apresentaram maiores incidências de casos de microcefalia.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 HISTÓRICO: DENGUE E ZIKAVÍRUS

No período de colonização nas Américas, especialmente Portugal e Espanha, várias doenças foram introduzidas no território colonizado como: varíola, sarampo e tuberculose. A febre amarela foi trazida pela escravidão, tendo como principal transmissor da doença, o mosquito Aedes aegypti (VASCONCELOS, 2015).

De acordo com Lindoso e Lindoso (2009), a dengue transmitida pelo Aedes aegypti é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial de Saúde (2016) indica que 50 a 100 milhões de pessoas são infectadas anualmente em mais de 100 países em todos os continentes, exceto na Europa. Cerca de 550.000 mil pessoas doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da doença (WHO, 2009).

No século XIX, surgem, sem data fixa, as doenças tropicais que foram se consolidando à medida que os microrganismos eram conhecidos como causadores

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de doenças e tinham mecanismos de transmissão. A partir das explorações das riquezas de diversos países como Inglaterra, França, Estados Unidos, Caribe e Pacifico, foram sendo encontradas várias doenças desconhecidas. A maioria das colônias novas situava-se nos trópicos, com isso, essas doenças curiosas foram conhecidas como tropicais, sendo estas proliferadas, devido às condições climáticas quentes e úmidas (CAMARGO, 2008).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica as doenças tropicais de acordo com a emergência, controle e disponibilidade de medicamentos. A primeira categoria inclui a febre amarela, dengue, tripanossomíase humana africana e Leishmaniose, que não está sob controle e são emergentes. A segunda categoria inclui doenças como malária, esquistossomose e tuberculose, para as quais, já existe uma estratégia de controle disponível, muito embora a carga da doença ainda permaneça. A terceira, e última categoria, incluem doenças como hanseníase, doença de chagas, filariose linfática e oncocercose, as quais a estratégia de controle provou ser eficaz, devido à diminuição de casos (WHO, 2009).

Várias das principais doenças tropicais negligenciadas do mundo ocorrem no Brasil, no entanto, o peso dessas doenças difere por região. O número de pessoas afetadas por doenças tropicais negligenciadas é mais elevado em área de maior pobreza. Isso porque existe uma relação direta entre a prevalência dessas doenças e o índice de desenvolvimento humano (IDH). Dado o exposto, fica claro que há uma prevalência de doenças tropicais negligenciadas nas regiões sudeste e nordeste do País (BRASIL, 2009).

As doenças tropicais estão relacionadas à pobreza, descuido sanitário, má qualidade da habitação e desnutrição. Por causa das condições climáticas, o número de casos deverá aumentar e, por conseqüência, as doenças deverão se alastrar em uma faixa geográfica muito maior. O aquecimento global facilita o ciclo de vida de vetores como o Aedes aegypti, sendo o principal inseto vetor da dengue em nosso meio. Com isso, o número de casos das variadas doenças transmitidas por ele - como dengue, febre amarela, chikungunya e Zika – podem expandir nos países já atingidos e ainda migrar para locais onde a temperatura está subindo (BUENO, 2015; SOUZA, 2010).

No Brasil, a dengue ocorre geralmente no período de janeiro a maio. As autoridades de saúde brasileiras ampliaram o controle da progressão da doença com o Plano Nacional de Controle da Dengue (PNCD), visto como uma prioridade

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de saúde, com iniciativas como: campanhas educativas, mobilização da população para manter potenciais nichos no ambiente livre de vetores, melhoria na qualificação de ambos os profissionais de saúde e de combate do vetor, e avaliação contínua de iniciativas de controle nos estados e municípios (LINDOSO e LINDOSO, 2009).

A partir de dados fornecidos pela Organização Mundial de Saúde, cerca de 2,5 bilhões de pessoas estiveram em áreas de risco, sendo que a cada ano, registra-se cerca de 50 milhões de casos de dengue. Hoje a doença é endêmica em 100 países. No Brasil, mais de 10 milhões de casos foram registrados desde 1986 quando a dengue iniciou a disseminação pelo país (SOUZA, 2010).

Em 2015, foram registrados 1.587.080 casos prováveis de dengue no país, casos notificados incluindo todas as classificações, exceto descartados (BRASIL, 2015). Diante da pesquisa realizada pelo Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), 206 municípios apresentaram situações de risco. A Figura 1 abaixo mostra os municípios afetados pela dengue no ano de 2015.

Figura 1 – Situação dos Municípios.

Fonte:

http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/novembro/24/apresentacao-LIRAa-boletim-Dengue.pdf, 2015.

Podemos verificar na figura 1, apresentada acima, a grande expansão do vírus da dengue em diversos municípios, contudo, observa-se que durante os anos alastrou-se consideravelmente a infecção pelo vírus no país, sendo que o maior índice atualmente refere-se à infecção pelo Zika vírus, bem como Chikungunya,

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entretanto abordaremos mais afundo sobre o Zika vírus que é um dos focos da nossa pesquisa. De acordo com o Ministério da Saúde (2016e), a partir do levantamento realizado até o mês de Julho de 2016, foram registrados 1.399.480 casos prováveis de dengue no país (BRASIL, 2016e).

Cabe salientar, que a dengue é uma doença com um amplo espectro clínico. No Brasil, as condições sociais como a pobreza, falta de saneamento, educação, além de determinantes ambientais como temperatura, latitude, longitude, e a urbanização desorganizada, favoreceu a expansão do Aedes aegypti e facilitou sua dispersão desde que foi reintroduzido em 1976. Este vetor tem uma elevada capacidade de adaptação a condições urbanas e não pode ser controlado com os métodos tradicionais (LINDOSO e LINDOSO, 2009).

Ainda não existem fármacos antivirais que sejam eficazes contra o vírus da dengue, bem como terapias medicamentosas que possam alterar o curso da doença, entretanto, em parceria com a GlaxoSmithKline (GSK), o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) tem realizado estudos para desenvolver uma vacina que proteja contra os quatro sorotipos da doença. No momento, a pesquisa sobre o possível imunizante está em fase pré-clínica, sendo o produto testado em camundongos. A Fiocruz – Pernambuco também possui, atualmente, pesquisas voltadas para o desenvolvimento e avaliação de uma vacina contra o vírus da dengue à base de DNA (MOEHLECKE, 2016).

Em 1947, o Zika vírus foi identificado pela primeira vez a partir do soro do macaco Rhesus que habitava a floresta de Zika, na Uganda, por isso recebeu essa denominação (DICK; KITCCHEN; HADDOW, 1952 apud DULGHEROFF et al., 2016).

De acordo com Heukelback et al., (2016) a infecção pelo vírus Zika era negligenciado pelos cientistas, profissionais da saúde e pela população, provavelmente devido ao caráter benigno da infecção e sua expansão geográfica limitada. No entanto, a doença ganhou destaque em 2015 quando atingiu proporções epidêmicas na América Central e do Sul, e foi associada a um gigantesco aumento de número de casos de doenças congênitas e desordens neurológicas no Brasil. Assim, em fevereiro de 2016, a Organização Mundial de Saúde declarou a infecção como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional promovendo uma reposta internacional coordenada com o intuito de

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minimizar a ameaça nos países afetados e reduzir o risco de propagação internacional (WHO, 2016).

De acordo com a European Centre For Disease Prevention And Control (2016), apesar de ter inúmeras semelhanças com outras arboviroses, como dengue e febre Chikungunya, tais como o vetor de transmissão, sintomatologia e a patogênese, o Zika vírus tem certas peculiaridades sintomáticas e possíveis intercorrências clínicas, tais como microcefalia em fetos de gestante, que tiveram infecção pelo vírus durante a gestação e desenvolvimento da síndrome Guillain-Barré em adultos. No caso da microcefalia, o Zika vírus pode ser transmitido da mãe para o feto e já foi descrita também a transmissão do vírus através de relações sexuais (FOY, 2011; MUSSO et al., 2015; OLIVEIRA et al., 2016; OSTER et al., 2016; VENTURA et al., 2016).

Os sintomas podem transcorrer com febre baixa ou, eventualmente, sem febre, exantema máculopapular, artralgia, mialgia, cefaleia, hiperemia conjuntival e, menos frequentemente, tosse seca, edema, odinofagia e alterações gastrointestinais, principalmente vômitos. Formas graves e raras, quando ocorrem, podem evoluir para óbito. O tratamento sugerido para os casos sintomáticos de infecção pelo Zika vírus é baseado no uso de acetaminofeno, conhecido comercialmente como paracetamol, ou dipirona, para se ter o domínio da febre e da dor (BRASIL, 2015).

Os impactos sociais se agravam à medida que a população não recebe a devida atenção dos programas de saúde. Os investimentos são escassos em pesquisas e a introdução de novos medicamentos está sendo estudada e desenvolvida para combater essas enfermidades. A pobreza, os acessos limitados à água limpa e ao saneamento básico contribuem para a disseminação dessas doenças. A proliferação do mosquito é diretamente proporcional às péssimas condições sanitárias, dengue, chikungunya e Zika vírus compartilham o mesmo vetor. É essencial que o Estado implemente medidas efetivas para o controle da doença, com especial enfoque na educação da população (Luz; Santos e Vieira, 2015). A tabela 1 abaixo mostra cada estado do país e a quantidade de pessoas infectadas pelo Zika vírus desde o início do surto ocorrido em 2014, até agora.

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Tabela 1. Taxa de incidência de febre pelo vírus Zika, por região e Unidade de federação, Brasil, 2016.

Região/Unidade da Federação Casos (n) Incidência (/100 mil hab.)

Norte 12.017 68,8 Acre Amapá Amazonas Pará Rondônia Roraima Tocantins 156 287 4.407 3.574 1.060 124 2.409 19,4 37,4 111,9 43,7 59,9 24,5 159,0 Nordeste 72.222 127,7 Alagoas Bahia Ceará Maranhão Paraíba Pernambuco Piauí

Rio Grande do Norte Sergipe 6.398 48.898 4.217 3.728 3.325 435 337 3.490 394 191,5 328,2 47,4 54,0 83,7 4,7 10,5 101,4 17,6 Sudeste 82.228 95,9 Espírito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro São Paulo 2.254 14.324 60.176 5.474 57,4 68,6 363,6 12,3 Sul 1.469 6,3 Paraná

Rio Grande do Sul* Santa Catarina 1.121 262 86 10,0 2,3 1,3 Centro-Oeste 29.040 188,1 Distrito Federal Goiás* Mato Grosso

Mato Grosso do Sul

336 6.361 21.319 1.024 11,5 96,2 652,9 38,6 Brasil 196.976 96,3

Fonte: Sinan-NET (atualizado em 17/08/2016).

*Unidade da Federação sem transmissão autóctone.

A partir dos resultados apresentados acima na tabela 1, podemos observar que a análise da taxa de incidência de casos por 100 mil habitantes demonstra que a região Centro Oeste apresentou a maior taxa de incidência com 188,1 casos/100 mil habitantes. Entre os estados, destaca-se Mato Grosso com 652,9 casos/100 mil habitantes. O segundo maior número de casos é na região Nordeste com 127,7 casos/100 mil habitantes. Contudo, podemos considerar que o Nordeste tem uma maior quantidade de habitantes em relação ao Centro Oeste.

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A região com menor incidência de casos, como podemos observar acima, é no Sul do país com 6,3 casos/100 mil habitantes. Pode-se explicar essa menor incidência de casos, pela região ter um clima subtropical com temperaturas baixas, já que uma das causas da proliferação do mosquito se relaciona com as condições climáticas, como postula a Organização Mundial de Saúde (2016), devido às condições climáticas, o número de casos deverá aumentar, e, por consequência, as doenças deverão se alastrar em uma faixa geográfica muito maior. Além das questões climáticas, a proliferação do vírus está relacionada ao descuido sanitário e a má qualidade da habitação associadas à pobreza (WHO, 2016).

Bueno (2015) aborda que as mudanças climáticas poderão contribuir para o alastramento das doenças tropicais negligenciadas porque o clima quente pode elevar a concentração de poluentes no ar, comprometer a qualidade da água e ainda aumentar a disseminação de vetores causadores de doenças, como o mosquito da dengue. Essas doenças causam, também, um delicado problema social, pois, contribuem para a perduração do ciclo de pobreza, desigualdade e exclusão. Esses aspectos foram melhorados em muitos locais, entretanto ainda existem muitos bolsões de pobreza. É um círculo perverso de desinteresse, porque na maioria das regiões o problema foi controlado, existem drogas que parecem ser eficientes e o número de afetados é menor do que antes, mas em outras o problema persiste.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), para combater as doenças tropicais negligenciadas seria preciso investir 2,9 bilhões de dólares anualmente até 2020. A OMS fez um apelo no início deste ano para que seus países membros realizassem maiores investimentos no combate a essas doenças, no entanto, ainda há um longo caminho a andarilhar. Para mudar esse quadro, é preciso um empenho coletivo para suprimir a pobreza e melhorar a condição de vida das pessoas que residem nessas regiões, sendo fundamental para impedir o avanço dessas doenças, e reprimir consideravelmente sua mortalidade. As medidas sanitárias clássicas são a melhor barreira preventiva. Algumas ações básicas podem poupar milhões de vida, como diminuir os focos de mosquitos e o cuidado com a qualidade da água (WHO, 2016).

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3 MICROCEFALIA

Entre 2015 e 2016, oito países e territórios registraram um aumento na incidência de Síndrome de Guillain-Barré, doença que geralmente ocorre em adultos, transmitida pelo Zika vírus. Nestes mesmos anos, o Brasil e a Polinésia Francesa relataram aumento de casos de microcefalia e outras más formações neonatais, embora dois casos de pessoas que estiveram no país sul-americano tenham sido detectados nos Estados Unidos e na Eslovênia (PAHO/WHO, 2016).

A microcefalia relacionada ao Zika vírus é um fato recente, não transmissível, caracterizada pelo episódio de microcefalia, com ou sem outros comprometimentos no Sistema Nervoso Central (SNC), em crianças cuja mãe tenha tido infecção pelo Zika vírus na gestação. Trata-se de uma má formação congênita, rara, com etiologia difícil e multifatorial, que compreende desde fatores genéticos a fatores ambientais (BRASIL, 2016a).

O procedimento para identificação da microcefalia é realizado, inicialmente, pela medição do perímetro cefálico (PC). Esta medição é um procedimento de rotina indicado desde o primeiro exame do recém-nascido até os dois primeiros anos de acompanhamentos clínicos da criança, tendo como objetivo a avaliação do crescimento cerebral. A Organização Mundial de Saúde (OMS) atualmente define microcefalia como um perímetro cefálico (PC) igual ou inferior a 31,9 cm para meninos e igual ou inferior a 31,5 cm para meninas (BRASIL, 2016c).

De acordo com o Ministério da Saúde (2016a), não significa que uma criança diagnosticada com microcefalia automaticamente terá alterações motoras ou mentais. Há possibilidade de crianças com perímetro cefálico abaixo da média serem cognitivamente normais, principalmente se a microcefalia for de origem familiar. Contudo, grande maioria dos casos de microcefalia atuais vem se apresentando com alterações motoras e cognitivas que variam de acordo com o grau de acometimento cerebral. Comumente, as crianças apresentam atraso no desenvolvimento neuropsicomotor com acometimento motor e cognitivo considerável, tendo alguns casos, como as funções sensitivas (audição e visão) também comprometidas. O percentual em que há comprometimento cognitivo é de cerca de 90% dos casos (Brasil, 2016a). Segundo Reis (2015), uma problemática a ser enfrentada em relação ao aparecimento de casos de Zika vírus no país é que,

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diferentemente do que ocorre com a dengue, por exemplo, ainda não existem testes sorológicos disponíveis comercialmente para detectar a doença.

A microcefalia pode ser classificada conforme o tempo do seu início. Microcefalia congênita está presente ao nascimento e é às vezes chamada de “microcefalia primária”; porém, como este termo se refere a um fenótipo particular de microcefalia, deve-se usar preferencialmente “microcefalia congênita”. Microcefalia pós-natal, refere-se à falha de crescimento normal do perímetro cefálico após o nascimento, ou seja, o cérebro é normal ao nascimento; por isso é também chamada de “microcefalia secundária” (BRASIL, 2016e).

O quadro de microcefalia pode acarretar um grande atraso de desenvolvimento, com influências nos movimentos e também neuro sensorial como ausência de audição, de visão e déficit na cognição. Nem sempre os sinais são notórios logo após o nascimento, sendo estes percebidos mais tarde, quando as crianças começam a ter dificuldades no aprendizado, na socialização e no uso da linguagem. O desenvolvimento infantil é um processo multidimensional, que se inicia com o nascimento e que engloba o crescimento físico e a maturação neurológica, social, comportamental, afetiva e cognitiva da criança (FIOCRUZ, 2016).

O Ministério da Saúde oferece suporte aos familiares com crianças portadoras de microcefalia, que podem interferir positivamente no desenvolvimento das crianças. São serviços especializados de reabilitação, serviços de exame, diagnóstico e serviços hospitalares, além de órteses e próteses aos casos em que se deve aplicar, que estão disponíveis no SUS e na Saúde Suplementar. Não há um tratamento exclusivo para a microcefalia. O Sistema Único de Saúde (SUS) preconiza o acompanhamento por diferentes especialistas conforme as necessidades e gravidades de cada criança (BRASIL, 2016d).

Para tanto, o Ministério da Saúde criou um Programa de Estimulação Precoce para crianças com microcefalia e prejuízos do desenvolvimento neuropsicomotor. O programa tem o objetivo de estimular a criança, para favorecer o desenvolvimento motor e cognitivo. A criança deve ser inserida nesse programa se assim estiver clinicamente estável, dando seguimento até os três anos de idade (BRASIL, 2015).

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4 EQUIPE INTERDISCIPLINAR E SUA IMPORTÂNCIA DIANTE DOS CASOS DE MICROCEFALIA

Segundo Costa (2007), a interdisciplinaridade é conceituada pelo grau de agregação entre as disciplinas e a intensidade de trocas entre os especialistas, desse processo interativo, todas as disciplinas devem sair enriquecidas. De acordo com Oliveira (2007), toda ação baseada no designo da interdisciplinaridade busca dar conta da diversidade do sujeito implicado nas suas relações sociais e pessoais. Na saúde, quando trabalhamos com o processo saúde-doença socialmente determinado, de início, nos defrontamos com um sujeito enredado nos dispositivos psicossociais, afetivos, técnicos e científicos, que movimentam a vida tanto no aspecto individual quanto coletiva.

Costa (2007) diz que a práxis da interdisciplinaridade deve ser considerada imprescindível para a efetivação dos pressupostos instituídos pelo Sistema Único de Saúde. É urgente que os serviços públicos de saúde criem formas de trabalho que considerem as reais necessidades dos usuários que os procuram, atendendo-os de forma mais humanizada e resguardando os princípios da integralidade, equidade, entre outros.

A abordagem interdisciplinar abre caminhos de comunicações entre vários saberes, construindo redes de conhecimento que permitam uma ação de saúde integradora deste sujeito/usuário tendo assim uma visão ampliada e considerando a sua complexidade e biodiversidade (OLIVEIRA, 2007).

Segundo Costa (2007), o trabalho em equipe implica cada profissional colocar seus conhecimentos, sentimentos e suas expectativas em função ao objetivo partilhado. Logo, é necessário que exista interrelação entre os agentes, os usuários e o mundo vivido (sociopsíquico) e que dessa interrelação surja um processo de produção de vínculos e de saúde.

De acordo com Oliveira (2007), a equipe multiprofissional tem o desafio de ser capaz de uma ação interdisciplinar, em que os saberes de cada um se ligam e se interconectam na elaboração de outra forma de trabalho, na qual todos os profissionais estão atentos, buscando e orientando os pacientes e seus familiares sem perder de vista os diferentes lugares, situações e (im) possibilidades de cada paciente.

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Para a equipe de saúde, Luz, Santos e Vieira (2015) ressaltam que é necessário treinamento específico e maior vigilância de sinais e sintomas indicativos de evolução atípica ou grave da infecção. Deve-se oferecer uma educação médica continuada sobre o tema, considerando que, a maioria dos pacientes é conduzida por médicos generalistas lotados em unidades de pronto-atendimento.

Diante de todo esse contexto, o autor Machado (2016) aborda sobre a intervenção da equipe interdisciplinar com a criança com microcefalia e sua família. Ele coloca que a intervenção precoce em crianças com microcefalia, como processo interdisciplinar oferecido nos Centros Especializados de Reabilitação, deve ser realizada em sessões conjuntas que possibilitem a troca de ideias para identificação das limitações e necessidades de cada criança. O autor cita o exemplo do fisioterapeuta que pode traçar seu programa de intervenção articulado com o terapeuta ocupacional, como também com fonoaudiólogo, nutricionista e assistente social, ou seja, uma interação entre todos os profissionais em beneficio do paciente que está sendo assistido.

5 O PAPEL DO PSICÓLOGO NO ACOLHIMENTO E ACOMPANHAMENTO AOS PAIS E AS CRIANÇAS COM MICROCEFALIA

Segundo Poubel (2014), a atuação do psicólogo pode estar voltada tanto para atividades com grupos específicos, visitas domiciliares e orientação das equipes quanto para questões técnicas, atendimento individual, avaliação da demanda, estudos de caso e incentivo para facilitar a comunicação entre a comunidade e a equipe de saúde. Como também para atividades de promoção da saúde, visando a melhoria da qualidade de vida da população.

De acordo com Machado (2016), é importante enfatizar que diante do diagnóstico de microcefalia, muitos são os desafios a serem enfrentados pelos membros do núcleo familiar. Os de ordem emocional devem ser trabalhados através do atendimento da psicologia, prestados aos pais e familiares.

O acolhimento e o cuidado a essas crianças, às mães e às suas famílias são essenciais para que se conquiste o maior ganho funcional possível nos primeiros anos de vida, fase em que a formação de habilidades primordiais e a plasticidade neuronal estão fortemente presentes, proporcionando amplitude e flexibilidade para

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progressão do desenvolvimento nas áreas motoras, cognitiva e de linguagem (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016 APUD MARIA-MENGEL; LINHARES, 2007).

O psicólogo deve realizar um trabalho com grupos de pais para que estes possam externalizar seus sentimentos e emoções sobre a situação pelo qual estão passando. Geralmente, os pais apresentam sintomas como: negação, culpa, raiva e confusão. Como também alguns estágios como: negação, resistência, afirmação e aceitação. A criança deve ser vista em sua totalidade e ser tratada de forma igual a outras crianças. Uma das formas de tratamento psicoterápico com a criança é a estimulação precoce sendo este um processo lento e gradual. Envolver toda a família no processo é muito importante, ela é a chave do sucesso (BRASIL, 2016b).

Nesse contexto, é evidente que o apoio a ser ofertado às famílias passa pela intervenção psicológica, voltada aos cuidadores principais, para promover a aderência à estimulação precoce da criança, bem como para dar suporte à elaboração parental sobre as representações simbólicas em relação ao filho com alterações do DNPM, trabalhando possíveis negações e enfatizando os potenciais de desenvolvimento, uma vez que atrasos podem ser prevenidos ou atenuados pela estimulação precoce (BRASIL, 2016 apud POLLI, 2010).

É indispensável a participação dos pais e familiares no programa, considerando-se que o ambiente social é o mais rico em estímulos para a criança. Deve-se orientá-los em como utilizar momentos como o banho, a troca de roupa, alimentação, autocuidado e, principalmente, de brincar para estimulação (SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA, 2016).

No exercício do trabalho, os profissionais destas equipes têm como ponto fulcral de intervenção o ser humano, cujo processo de vida envolve as dimensões biológica, psicológica, social, cultural, ético e política (Matos; Pires e Campos, 2009). A Psicologia da saúde deve contribuir para a promoção e a manutenção da saúde, visando prevenção e tratamento do processo saúde-doença e identificação dos fatores relacionados ao desenvolvimento de enfermidades, além de buscar contribuir para a análise e a melhora do sistema dos serviços de saúde e para a elaboração de uma política sanitária (MATARAZZO, 1980 apud CALVETTI; MULLER; NUNES, 2007).

O psicólogo deve possibilitar um espaço de escuta fazendo com que o paciente expresse seus sentimentos e compreenda a situação vivenciada, proporcionando também, um clima de confiança entre o paciente e equipe de saúde,

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e facilitando a verbalização das fantasias advindas do diagnóstico (SEBASTIANI E MAIA, 2005).

Segundo o Ministério da Saúde (2016) apud Ashwal et al., (2009), em estudo de revisão sistemática, identificaram uma forte correlação entre microcefalia e paralisia cerebral, recomendando a monitorização precoce dos sinais de atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) para que tratamentos de suporte sejam iniciados o mais rápido possível, e para que esforços no campo da reabilitação sejam garantidos, quando necessários.

A estimulação precoce é uma intervenção clínico-terapêutica que tem como objetivo melhorar o desenvolvimento das crianças com microcefalia, tendo em vistas as sequelas do desenvolvimento neuropsicomotor que podem gerar assim consequências na linguagem, socialização e estruturação subjetiva (BRASIL, 2016a).

De acordo com Franco (2007), o conceito de Estimulação Precoce que a precedeu centrava-se especificamente sobre a necessidade de estimular a criança, pondo em ação as suas competências motoras e sensoriais, de forma a obter maior qualidade nesses domínios.

Quanto ao trabalho do psicólogo, este deverá realizar um trabalho de estimulação precoce com a criança com microcefalia, voltado a habilidades cognitivas e sociais. Na parte socioafetiva, o psicólogo irá trabalhar os vínculos afetivos, capacidade de socialização, desenvolver o autoconhecimento, autoimagem e incentivar a autonomia. Já na parte cognitiva, o trabalho será voltado para conhecer o ambiente, as pessoas, desenvolvendo a percepção sensorial (BRASIL, 2016a).

Um meio de tratamento muito utilizado no processo de estimulação é a ludoterapia. Elkonin (1998) e Leontiev (1994) postulam que durante a brincadeira ocorrem as mais importantes mudanças no desenvolvimento psíquico infantil. Para estes autores a brincadeira é o percurso de transição para níveis mais eminentes de desenvolvimento.

No brincar, a criança explora situações e manipula objetos, sente as características do objeto em suas mãos: forma, cor, textura, cheiro, temperatura, podendo usá-lo como mediador de suas relações e para compreensão do mundo (BRASIL, 2016 apud FERLAND, 2006).

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De acordo com o Ministério da Saúde (2016a), o brincar, naturalmente, é também um meio para alcançar o desenvolvimento da habilidade motora fina; controle postural; desenvolvimento de conceitos; oportunidade de descobrir novas fronteiras de desenvolvimento; ensaio de papéis sociais e ocupacionais; exploração dos sentidos do mundo em que vive; desenvolvimento de habilidades perceptuais e intelectuais; aquisição de linguagem e integração de habilidades cognitivas (BRASIL, 2016a).

Dessa forma, a Psicologia da saúde deve contribuir para a promoção e a manutenção da saúde, visando prevenção e tratamento do processo saúde-doença e identificação dos fatores relacionados ao desenvolvimento de enfermidade. Faz-se necessário propor atividades de prevenção e tratamento bem como a realização de programas de treinamento sobre as emergências desse campo na busca da melhoria da qualidade de vida. Existem muitos desafios a serem elaborados e ressignificados, mas, também temos inúmeras perspectivas e contribuições no campo da saúde pública do Brasil.

6 METODOLOGIA

Para realização do trabalho utilizamos uma pesquisa de revisão bibliográfica, a partir do levantamento de referencias teóricos publicados por meios escritos e eletrônicos. Realizou-se consulta de livros e periódicos presentes na Biblioteca do Centro Universitário Tiradentes (UNIT) - Campus Maria Uchôa de Maceió, e por artigos científicos selecionados através da busca no banco de dados do Scielo, utilizando-se do Google acadêmico com os seguintes descritores: Zika vírus, Microcefalia e Saúde Pública. Assim, foram encontrados artigos referentes ao assunto proposto, sendo excluídos os que não atendiam aos critérios estabelecidos.

Foi realizada investigação dos dados no site da Organização Mundial da Saúde (WHO), Ministério da Saúde, Fiocruz-RJ, Biblioteca Virtual de Saúde, Portal Brasil, Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), dentre outros. Buscamos descrever e comparar diferenças e outras características, tanto da realidade presente como do passado da incidência da Microcefalia e a sua relação com o Zika vírus, especialmente no nordeste. Todas as buscas foram realizadas no período de maio a outubro de 2016, sendo feita a seleção em conformidade com o

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assunto proposto. Foram excluídos os artigos que, embora contemplassem o tema em investigação, não comentavam sobre a relação da microcefalia com o Zikavírus.

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em nota, o Ministério da Saúde divulgou 63% (5.309) dos 8.451 casos suspeitos de microcefalia notificados no Brasil. A investigação foi iniciada em outubro de 2015, e finalizada em 9 (nove) de julho de 2016. Do total investigados, 1.687 casos foram confirmados de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita. Outros 3.622 foram descartados por apresentarem exames normais, ou por apresentarem microcefalia ou más formações confirmadas por causas não infecciosas. Também foram descartados por não se enquadrarem na definição de caso. Permanecem em investigação pelo Ministério da Saúde e pelos estados, 3.142 casos suspeitos de microcefalia em todo o país. Do total de casos confirmados (1.687), 266 tiveram confirmação por critério laboratorial específico para o vírus Zika (BRASIL, 2016d).

O Ministério da Saúde, no entanto, ressalta que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. A pasta considera que houve infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia. Os 1.687 casos confirmados em todo o Brasil ocorreram em 592 municípios, localizados em todas as unidades da federação e no Distrito Federal. Em relação aos óbitos, no mesmo período, foram registrados 351 óbitos suspeitos de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto) no país. Isso representa 4,2% do total de casos notificados. Destes, 102 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 190 continuam em investigação e 59 foram descartados (BRASIL, 2016e).

O Ministério da Saúde ressalta que está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central informado pelos estados, além da possível relação com o vírus Zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa, diversos agentes infecciosos além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral. A pasta orienta as gestantes adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes

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Aegypti, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes (BRASIL, 2016f).

De acordo com Ministério da Saúde, (2016f) os dados sobre os casos notificados de Microcefalia por Unidade Federativa foram sendo atualizados contabilizando até 23 julho de 2016, onde houve um aumento considerável em relação aos casos de microcefalia nas regiões do nordeste com 6.235 casos notificados, sendo 1.494 casos confirmados, sendo que, entre os estados do Brasil, Pernambuco continua com os maiores números de casos, totalizando 2.074 notificados, com 376 casos confirmados. O menor número de casos é a região Sul com 155 casos notificados, sendo 11 confirmados. O estado com menor número de casos é Santa Catarina, com 1 caso confirmado (BRASIL, 2016f).

Luz, Santos e Vieira (2015) relatam que pela análise dos casos diagnosticados no Nordeste brasileiro, pode-se inferir que a incidência dessa infecção viral está intimamente relacionada à proliferação vetorial e, consequentemente, às condições sanitárias da região. No município de Natal, por exemplo, a maioria dos casos procedia da Zona Norte da cidade, onde apenas 5% da rede de esgotamento sanitário são adequadamente tratadas. Em Natal, os dados entomológicos apontam para presença significativa dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. É sempre importante lembrar: além do homem, o vírus da Zika pode infectar animais, sendo possível que estes venham a desempenhar um papel importante na perpetuação dos casos no Brasil. A testagem para o vírus da Zika encontra-se entre as medidas indicadas pelo Ministério da Saúde no protocolo que define os procedimentos preliminares a serem adotados para a vigilância dos casos de microcefalia no Brasil.

Em uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz - (FIOCRUZ) (2016), o contexto dos locais mais incidentes do vírus Zika e neonatos com microcefalia é de pobreza/extrema pobreza, habitações insalubres, urbanização precária, Iniquidade urbana, Infraestrutura e serviços precários. De acordo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco, (2015) 97% bebês com microcefalia nasceram em hospitais do SUS (SES/PE). 77% das mães de bebês com microcefalia em Pernambuco estão na linha de extrema pobreza, vivem em situações precárias, locais sem saneamento básico onde o fornecimento de água é escasso. O esgoto

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escorre a céu aberto, o fornecimento de água é precário (Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude/PE, 2016).

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Muitas das principais doenças tropicais negligenciadas (DTN’S) do mundo ocorrem no Brasil, no entanto, essas doenças descritas no decorrer do artigo, bem como sua intensidade e consequências, diferem-se de acordo com as regiões geográficas em que estão instaladas. Diante da pesquisa, podemos observar que o índice de pessoas afetadas pelas DTN’S torna-se elevado nas regiões Sudeste e Nordeste, e este fato está diretamente relacionado à pobreza, precariedade no aspecto sanitário, desorganização urbana e desnutrição.

Levando em consideração os aspectos abordados no artigo, podemos concluir que, desde a colonização no Brasil, as doenças tropicais foram instaladas, e de acordo com a ocupação das civilizações, essas doenças foram se modificando. A crescente urbanização desordenada, as condições sanitárias precárias e a economia, podem confirmar a existência de uma relação direta, no que se refere às condições sócio-demográficas e o índice de algumas doenças específicas, no caso do nosso trabalho, o Aedes aegypti, que como consequência atual, disseminou o vírus Zika e junto com ele propagou-se uma nova demanda social: o alto índice de neonatos com microcefalia.

Nasce então uma nova situação de cunho social e político, que, como conseqüência, trouxe uma discussão atual sobre novas formas de se fazer políticas públicas, bem como atender e entender essa nova realidade social. Por ser uma nova demanda, os estudos científicos ainda estão em desenvolvimento, e por este fato, ainda há muita discussão em aberto para nós, enquanto acadêmicos e profissionais, assim como para a própria sociedade, que, atualmente, encontra muita informação veiculada nas mídias sobre o grande surto e alastramento do vírus Zika e suas consequências, mas que acaba ficando desassistida.

Vale ressaltar que grande parte da população atingida pelo surto, por se encontrar em regiões de vulnerabilidade econômica e social, não tem acesso às informações e discussões que envolvem a construção de novas políticas públicas e as diversas esferas sociais, desde o poder público até a discussão com os profissionais e pesquisadores da área da saúde, bem como a própria sociedade.

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Pensando neste viés, o trabalho do Psicólogo, juntamente com uma equipe interdisciplinar, se faz de grande valia, tendo em vista que a Psicologia da Saúde vem sendo solicitada a dar sua parcela de contribuição à abordagem destes problemas, e é imperativo que esse campo possa ser capaz de responder a esses pedidos, e que a Psicologia se organize, cada vez mais, para que a inserção sócio- sanitária desse saber e/ou fazer seja mais eficiente e reconhecida.

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Referências

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