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Efeito do Tratamento de Sementes com Fitormônio Sobre o Desenvolvimento de Plântulas de Milho (Zea mays)

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Efeito do Tratamento de Sementes com Fitormônio Sobre o Desenvolvimento de Plântulas de Milho (Zea mays)

Amadeu J. de Melo Neto1, Ernane R. da Costa1, Marcelo M. Pereira1, Flávio P. dos Santos1 e Luiz M. de Souza1.

(1 Universidade Federal de Goiás – UFG, EA, Rodovia Goiânia - Nova Veneza, Km 0. C.P. 131. Campus Samambaia, CEP 74.001-970, Goiânia-GO, e-mail: amadeujmn@hotmail.com) Palavras-chave: fitormônios, milho, sementes, germinação, vigor.

Bioestimulantes podem ser definidos como misturas de biorreguladores (grupo das auxinas, giberelinas, citocininas, retardadores, inibidores e etileno) ou mistura de um ou mais biorreguladores com outros compostos de natureza química diferente (aminoácidos, vitaminas, sais minerais, etc.). Referindo-se às aplicações agrícolas dos biorreguladores, deve-se considerar que algumas plantas cultivadas já atingiram no Brasil estágios de evolução que exigem elevado nível técnico para alcançar melhor produtividade, estas já não se apresentam condicionadas por limitações de ordem nutricional e hídrica, além de serem protegidas adequadamente com defensivos (CASTRO, 2006).

Nos vegetais superiores, a regulação do metabolismo, o crescimento e a morfogênese muitas vezes dependem de sinais químicos de uma parte da planta para outra. Os vegetais produzem moléculas sinalizadoras, os hormônios, responsáveis por efeitos marcantes no desenvolvimento em concentrações bastante pequenas. Até pouco tempo, acreditava-se que o desenvolvimento vegetal era regulado apenas por cinco tipos de hormônios: auxinas, giberelinas, citocininas, etileno e ácido abscísico, atualmente, há fortes evidências da existência de hormônios vegetais esteróides e os brassinoesteróides (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Hormônios vegetais são moléculas sinalizadoras, presentes em pequenas quantidades. Alterações na concentração hormonal de tecidos podem mediar toda uma gama de processos de desenvolvimento das plantas, muitos dos quais envolvem interações com os fatores ambientais (CROZIER et al. 2000).

A seqüência de eventos iniciada por hormônios pode geralmente ser resolvida em três fases seqüenciais: 1. O primeiro sinal de percepção, 2. O sinal de transdução do percurso, e 3. A resposta final. O Sinal de percepção envolve a reação do hormônio com um receptor. Fitormônios podem mover-se por difusão de célula a célula através de plasmodesma ou através de espaço apoplástico. Em qualquer caso, as células destinadas a responder ao hormônio, conhecidas como células-alvo, devem ser capazes de detectar a presença do hormônio no espaço celular ou em fluídos imediatamente circundantes da célula. O sinal de transdução ocorre quando é ativado o complexo hormônio-receptor, em andamento conjunto a uma cascata de eventos bioquímicos que acaba por conduzir à final, à característica resposta (WENT; THIMANN, 1999).

O crescimento e o desenvolvimento de plantas são regulados tanto por fatores endógenos como por fatores externos. Os fatores endógenos são ativos não somente em nível celular e molecular, afetando os processos metabólicos via transcrição e tradução, mas têm também a função de coordenação do organismo como um todo, realizada por meio dos hormônios vegetais. A importância ecológica dos hormônios vegetais está em sua função de substância transdutora; seguindo a percepção dos estímulos ambientais, todas as partes da planta são informadas sobre a situação de outras partes por meio da síntese ou de mudanças de concentração de um ou mais fitormônios. Como hormônio vegetal, que está envolvido em

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XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom

determinada ação, depende do estádio de desenvolvimento e da atividade da planta, da natureza e do estímulo externo, da parte da planta que está recebendo o estímulo e do tempo deste impacto. A reação resultante, seja ela sinergista ou antagonista, pode variar muito, dependendo do órgão em questão e da predisposição da planta. Junto com fatores externos, os fitormônios iniciam o processo do crescimento e da diferenciação, bem como sincronizam o desenvolvimento da planta com as mudanças sazonais do ambiente. Outras funções dos hormônios vegetais são a regulação da intensidade e da orientação do crescimento, da atividade metabólica, do transporte, do estoque e da mobilização de materiais nutritivos (LARCHER, 2006).

Embora frequentemente discuta-se a ação dos hormônios como se eles agissem de modo independente, as inter-relações do crescimento e do desenvolvimento vegetal resultam da combinação de muitos sinais. Além disso, um hormônio pode influenciar a biossíntese de outro, de modo que os efeitos produzidos por um pode ser, de fato, mediado por outros (TAIZ; ZEIGER, 2004).

O experimento teve como objetivo avaliar a influência dos tratamentos de sementes com fitormônio no desenvolvimento de plântulas de milho,

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido no Laboratório de Sementes da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia-GO, em germinador tipo Mangelsdorf, com temperatura interna média de 30º C e umidade relativa do ar interna média de 70%.

O substrato utilizado foi papel germitest 28 x 38 cm, pH neutro, umedecidos até a saturação com água destilada previamente à semeadura. A semeadura foi realizada manualmente em duas folhas de papel germitest sobrepostas, e as sementes cobertas por mais uma folha do papel, posteriormente o conjunto formado pelas três folhas de papel mais as sementes foi dobrado de forma a facilitar a disposição das sementes no germinador. As sementes utilizadas foram o híbrido Br-206, peneira 22 L.

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro tratamentos, sendo o tratamento um o testemunho, isento do tratamento de sementes; o tratamento dois consiste no tratamento das sementes na dose de 100 ml do produto comercial por hectare, ou para 60.000 sementes; o tratamento três consiste no tratamento das sementes na dose de 200 ml do produto comercial por hectare, ou para 60.000 sementes; o tratamento quatro consiste no tratamento das sementes na dose de 400 ml do produto comercial por hectare, ou para 60.000 sementes.

A parcela experimental foi constituída de dois conjuntos de papel germitest, contendo cada um cinqüenta sementes visualmente viáveis, totalizando cem sementes por parcela. Para as variáveis vigor e germinação final foi feito a média dos dois conjuntos, sendo as avaliações feitas para um total de cinqüenta sementes.

As variáveis avaliadas foram: vigor; germinação final; massa fresca da parte aérea; massa fresca da raiz; massa seca da parte aérea; e massa seca da raiz. As avaliações foram realizadas segundo as recomendações das Regras Para Análise de Sementes de 2009, descritas abaixo.

A germinação de sementes em teste de laboratório é a emergência e desenvolvimento das estruturas essenciais do embrião, demonstrando sua aptidão para produzir uma planta normal sob condições favoráveis de campo (RAS, 2009).

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Para que uma plântula possa continuar seu desenvolvimento até tornar-se uma planta normal deve apresentar as seguintes estruturas essenciais: sistema radicular (raiz primária e em certos gêneros raízes seminais), parte aérea (hipocótilo, epicótilo, mesocótilo (Poaceae), gemas terminais, cotilédones (um ou mais) e coleóptilo em Poaceae) (RAS, 2009).

Segundo as Regras Para Análise de Sementes a avaliação de germinação para a espécie em questão, Zea mays, deve ser realizada no quarto e sétimo dia após o início do teste. A avaliação realizada no quarto dia é denominada vigor, e determina a porcentagem do lote com maior eficácia na germinação. A avaliação realizada aos sete dias é denominada geminação final, e determina o total de sementes do lote capaz de originar uma planta normal sob condições favoráveis.

Os resultados foram comparados pelo teste de Tukey a 5% de significância. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a variável vigor o tratamento dois apresentou a maior média, 39,18, seguido do tratamento um (testemunha) cuja média foi 38,00 e do tratamento três que apresentou média de 33,25, esses não diferiram estatisticamente entre si segundo o teste de Tukey a 5% de significância. O tratamento quatro foi o único que apresentou diferença estatística aos demais, cuja média foi de 20,00, conforme apresentado nas tabelas abaixo.

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

FV GL SQ QM FC Pr>Fc

Doses 3 926,949219 308.983073 22.516 0.0000

Erro 12 164,671875 13.722656

Total corrigido 15 1091,621094

Cv (%) = 11,36

Média geral 32,6093750 Nº observações 16

RESULTADOS

Tratamentos Médias Resultados do teste

1 38.000000 a2

2 39.187500 a2

3 33.250000 a2

4 20.000000 a1

Para a variável germinação final o tratamento dois apresentou a maior média, 48,93, seguido do tratamento um (testemunha) cuja média foi 48,75, do tratamento três que apresentou média de 47,50, e do tratamento quatro cuja média foi 46,50. Esses não diferiram estatisticamente entre si segundo o teste de Tukey a 5% de significância, conforme apresentado nas tabelas abaixo.

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XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

FV GL SQ QM FC Pr>Fc

Doses 3 15.667969 5.222656 3.676 0.0436

Erro 12 17.046875 1.420573

Total corrigido 15 32.714844

Cv (%) = 2.49

Média geral 47.9218750 Nº observações 16

RESULTADOS

Tratamentos Médias Resultados do teste

1 48.750000 a1

2 48.937500 a1

3 47.500000 a1

4 46.500000 a1

Para a variável massa fresca da parte aérea o tratamento um (testemunha) apresentou a maior média, 15,25, seguido do tratamento três cuja média foi 14,02, do tratamento dois que apresentou média de 13,05, e do tratamento quatro cuja média foi 11,01. Esses não diferiram estatisticamente entre si segundo o teste de Tukey a 5% de significância, conforme apresentado nas tabelas abaixo.

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

FV GL SQ QM FC Pr>Fc

Doses 3 38.460069 12.820023 2.561 0.1038

Erro 12 60.077875 5.006490

Total corrigido 15 98.537944

Cv (%) = 16.78

Média geral 13.3368750 Nº observações 16

RESULTADOS

Tratamentos Médias Resultados do teste

1 15.255000 a1

2 13.057500 a1

3 14.020000 a1

4 11.015000 a1

Para a variável massa fresca da raíz o tratamento um (testemunha) apresentou a maior média, 76,65 seguido do tratamento dois cuja média foi 73,57, do tratamento três que apresentou média de 69,15, e do tratamento quatro cuja média foi 64,15. O tratamento um diferiu estatisticamente do tratamento quatro, porém não diferiu dos tratamentos dois e três.

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Os tratamentos dois e três não diferiram entre si e dos demais tratamentos segundo o teste de Tukey a 5% de significância, conforme apresentado nas tabelas abaixo.

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

FV GL SQ QM FC Pr>Fc

Doses 3 355.366875 118.455625 4.993 0.0178

Erro 12 284.717500 23.726458

Total corrigido 15 640.084375

Cv (%) = 6.87

Média geral 70.8812500 Nº observações 16

RESULTADOS

Tratamentos Médias Resultados do teste

1 76.650000 a2

2 73.575000 a1 a2

3 69.150000 a1 a2

4 64.150000 a1

Para a variável massa seca da parte aérea o tratamento dois apresentou a maior média, 1,74, seguido do tratamento um (testemunha) cuja média foi 1,52, do tratamento três que apresentou média de 1,44, e do tratamento quatro cuja média foi 1,14. O tratamento quatro diferiu estatisticamente dos tratamentos um e dois, os demais tratamentos não diferiram entre si segundo o teste de Tukey a 5% de significância, conforme apresentado nas tabelas abaixo.

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

FV GL SQ QM FC Pr>Fc

Doses 3 0.734025 0.244675 11.607 0.0007

Erro 12 0.252950 0.244675

Total corrigido 15 0.986975

Cv (%) = 9.92

Média geral 1.4637500 Nº observações 16

RESULTADOS

Tratamentos Médias Resultados do teste

1 1.525000 a2

2 1.742500 a2

3 1.442500 a1 a2

4 1.145000 a1

Para a variável massa seca da raíz o tratamento quatro apresentou a maior média, 28,23, seguido do tratamento três cuja média foi 27,53, do tratamento um (testemunha) que apresentou média de 27,43, e do tratamento dois cuja média foi 23,33. O tratamento dois diferiu estatisticamente dos demais tratamentos, já os tratamentos um, três e quatro não diferiram entre si segundo o teste de Tukey a 5% de significância, conforme apresentado nas

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XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

FV GL SQ QM FC Pr>Fc

Doses 3 59.420150 19.806717 13.475 0.0004

Erro 12 17.638950 1.469912

Total corrigido 15 77.059100

Cv (%) = 4.55

Média geral 26.6325000 Nº observações 16

RESULTADOS

Tratamentos Médias Resultados do teste

1 27.430000 a2

2 23.337500 a1

3 27.532500 a2

4 28.230000 a2

CONCLUSÕES

Para todas as variáveis avaliadas não houve acréscimo significativo comparado à testemunha, ocorrendo em algumas das variáveis decréscimos significativos quando comparados alguns tratamentos à testemunha. O fitormônio deve ser posicionado de forma cautelosa, sendo utilizado no momento correto e na dose adequada para que se alcance o resultado almejado.

LITERATURA CITADA

CASTRO, P. R. C. Agroquímicos de controle hormonal na agricultura tropical. Piracicaba: Potafos, 2006. p.46. (Série produtor rural,32).

CROZIER, A.; KAMIYA, Y.; BISHOP, G.; YOKOTA, T. Biosynthesis of hormones and elicitor molecules. In: BUCHANAN, B. B.; GRISSEN, W.; JONES, R. L. (Ed.) Biochemistry and Molecular Biology of Plants. Maryland: Amercian Society of Plant physiologists, 2000. p. 850-894.

LARCHER, W. Ecofisiologia vegetal. São Carlos: Rima, 2006. p.295-338.

TAIZ, L; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 559p.

WENT, F. W.; THIMANN, K. V. Biochemistry and mode of action of hormones. In: HOPKINS, W. G. Introduction to plant physiology. New York: Wiley, 1999. p. 335-363. BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Tolerâncias. In: Regras para análise de sementes. Brasília: SNAD/DNDV/CLAV, 2009. cap.5, p.148.

Referências

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