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Instituto de Biologia - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropédica, Rio de Janeiro,Brasil

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C

ONTRIBUIÇÕES

A

VULSAS

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H

ISTÓRIA

N

ATURAL

DO

B

RASIL

Instituto de Biologia - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropédica, Rio de Janeiro,Brasil

SÉRIE ZOOLOGIA 23: 1-18 11 DEJULHODE 2000

UFRRJ - IMPRENSA UNIVERSITÁRIA

O

S

G

ÊNEROSDE

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APHIOCERINAE

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, S

TRATIOMYIDAE

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1- A T

RIBO

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NALCOCERINI

(

SENSU

E

NDERLEIN

, 1914)

Therezinha Pimentel

Museu Paraense Emílio Goeldi, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Belém, 66040-170, PA, Brasil

&

José Roberto Pujol-Luz

Instituto de Biologia, Departamento de Biologia Animal

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 23890-000, RJ, Brasil email: pujol@ufrrj.br

Abstract - The neotropical species of two Analcocerini genera, Auloceromyia Lindner and Analcocerus Loew

(Stratiomyidae, Raphiocerinae) are revised, and new records are reported for some of its component species. A key for the species of Analcocerini is presented. One new species, Auloceromyia pedunculata SPEC. NOV., is described for the genus Auloceromyia. A key for the Raphiocerinae tribes, and keys for its component genera, are presented.

Key Words - Raphiocerinae, Analcocerini, Analcocerus, Auloceromyia, taxonomy, new species

A subfamília Raphiocerinae compreende um grupo de moscas essencialmente Neotropical, exceto por Raphiocera orientalis James, 1957 (Indonésia) das Região Australasica e Oceânica (Woodley, 1989: 318); Rhaphioceroides

pendleburyi Brunetti, 1927 (Thailandia), Timorimyia azurea Lindner, 1951 (Sumba) e Timorimyia bidentata Frey, 1934 (Timor) da

Região Oriental (James, 1975: 32).

A biologia do grupo é praticamente desconhecida. Não existem dados publicados sobre seus hábitos e sobre suas formas imaturas. Podemos citar apenas a observação de McFadden (1970) que capturou um único espécime de

Brachythrix dileucostigma Mc Fadden, voando

sobre a vegetação rasteira, próxima de um córrego.

A primeira espécie descrita deste grupo foi

Sargus furcifer Wiedemann (1824). Em 1830,

também no gênero Sargus, Wiedemann descreveu S. armatus, S. hoplistes, S. inermis, S.

bispinosus e S. hortulanus. Após a descrição de S. armatus, Wiedemann fez notar a diferença na

conformação das antenas existente entre S.

armatus e as outras quatro espécies.

Em 1834, em sua Histoire naturelle des

Insectes, Macquart forneceu uma chave para a

identificação dos gêneros de Stratiomyidae, onde criou os gêneros Raphiocera (para S. armatus ),

Hoplistes (para S. bispinosus, S. hortulanus e Hoplistes pomaceus Macquart, e Dicranophora

(para S. furcifer e Dicranophora picta Macquart). Separou esses gêneros de Sargus com base nas diferenças das antenas e pelo fato de

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apresentarem espinhos no escutelo, caráter este ausente em Sargus. Em 1838, voltando a ocupar-se com esocupar-se grupo, Macquart publicou outra chave, onde distinguiu os gêneros de Stratiomyidae. Erigiu um novo gênero,

Basentidema, para abrigar B. syrphoides, nova

espécie que, segundo esse autor, tinha grande relação com o gênero Hoplistes, dele diferindo pela inserção baixa das antenas (razão do nome

Basentidema), pela ausência de espinhos no

escutelo, substituídos por dois pequenos tubérculos, e pelo menor comprimento das pernas. Nesse mesmo trabalho fixou Sargus

furcifer Wiedemann como espécie tipo de Dicranophora.

Agassiz, 1846 (pág. 321) emendou o nome de Macquart, 1834 para Rhaphiocera. Sabrosky, 1999 (pág. 265) preservou a grafia de Macquart, 1834, (“stem Raphiocer-“) opinião adotada neste trabalho.

Em 1855, Loew publicou uma chave para os gêneros relacionados a Sargus, na qual designou

S. bispinosus como espécie-tipo de Hoplistes

Macquart. Esta designação iria causar grande confusão na conceituação desse gênero. Ao incluir S. hoplistes, originalmente, em seu gênero

Hoplistes (como sinônimo de H. pomaceus

Macquart) Macquart já havia fixado esta última como espécie-tipo, por tautonímia absoluta (art. 68e do ICZN, 1999). Loew, nesse mesmo trabalho, descreveu o gênero Analcocerus, para sua espécie A. atripes.

Schiner, em 1867, erigiu a nova subfamília Rhaphiocerinae (com “h”, baseado na emenda de Agassiz) e em 1868 criou o gênero

Histiodroma, para Sargus inermis Wiedemann e,

notando a grande semelhança existente entre os gêneros Raphiocera, Hoplistes, Dicranophora,

Basentidema e Analcocerus, uniou-os em sua

subfamília “Rhaphiocerinae”.

Enderlein (1914), em uma chave para os “gêneros de Stratiomyidae com 3 ramos na

Média”, erigiu uma nova subfamília,

Analcocerinae, dentro dos Geosarginae (= Sarginae); criou a tribo Rhaphiocerini (aparentemente sem considerar que Schiner já havia criado uma subfamília com esse nome), separada em duas divisões: “Dicranophoraria” e “Rhaphioceraria”; nos Dicranophoraria descreveu um novo gênero, Lysozus (espécie-tipo

L. columbianus Enderlein) e na divisão

Rhaphioceraria incluiu os gêneros Hoplistes e

Raphiocera, não mencionando nem Basentidema

nem Histriodroma.

Em 1943, James publicou uma primeira revisão dos Raphiocerinae, estabelecendo a seguinte estrutura de classificação: (1) em

Analcocerus Loew incluiu as espécies A. longicornis (Williston), originalmente descrita

em Campeprosopa, A. atriceps Loew, e duas novas espécies, A. orbitalis e A. taurus; (2) criou o novo gênero Neanalcocerus para Analcocerus

hortulanus Williston; (3) em Dicranophora,

adicionou a nova espécie D. brevifurcata às espécies D. furcifera (Wiedemann), D. astuta Williston, D. affinis Williston e D. picta Macquart; (4) em Histriodroma acrescentou a nova espécie H. fascipennis às espécies H.

inermis (Wiedemann), H. tricolor James e H. flaveola Bigot esta última atualmente sinônimo

de Acrochaeta fasciata Wiedemann (Sarginae); (5) descreveu o novo gênero Cyclophleps, para a nova espécie C. tenebrifera; (6) incluiu em

Basentidema Macquart as espécies B. hortulana

(Wiedemann), B. syrphoides Macquart e a nova espécie B. coerulescens; (7) reduziu Hoplistes Macquart a uma única espécie, H. bispinosus (Wiedemann); (8) em Raphiocera reconheceu quatro espécies, R. ornata Macquart, R. armata (Wiedemann), R. hoplistes (Wiedemann) e R.

sactipauli Lindner e, considerou R. borgmeieri, R. hansae, R. minaensis, R. stieglmayri e R. transhansae, descritas por Lindner em 1931, e R. zikani, descrita por Lindner em 1935, como

variedades de R. armata; (9) considerou também como Raphiocera, R. mipartita Macquart, R.

caloptera Osten-Sacken e R. picta Wulp,

admitindo não conhecer material dessas espécies.

Em 1949, Lindner adicionou dois novos gêneros à subfamília, Heptozus e Pezodontina, e descreveu duas novas espécies para Raphiocera (R. limbata e R. fascipennis). Neste mesmo ano, James acrescentou sua nova espécie H. pleuralis ao gênero Hoplistes.

Hollis (1962) segregou Campeprosopa

longicornis Williston, em um novo gênero: Analcoceroides.

Novos gêneros foram ainda propostos por James, 1966 (Phanerozus); Lindner, 1969 (Auloceromyia) e por McFadden, 1970 (Anisoscapus; Brachythrix e Dolichothrix). James (1973) catalogou 40 espécies de Raphiocerinae na região Neotropical.

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Figuras 1-8. Auloceromyia pedunculata sp.n. (Fêmea). 1. Cabeça, vista dorsal, 2. idem, vista frontal, 3. idem, vista lateral, 4. Tórax, vista dorsal, 5. idem, vista lateral, 6. palpo, vista lateral, 7. Detalhe da asa, 8. Asa.

Para este estudo seguimos o mesmo conceito de James (1943) na primeira revisão de Raphiocerinae. Consideramos, entretanto, dois grupos distintos: os Analcocerini sensu Enderlein, 1914 e os Raphiocerini sensu Schiner, 1868, com base na forma do flagelômero apical e caracteres da venação alar.

O objetivo principal deste trabalho é atualizar o conhecimento das espécies do grupo encontradas na América do Sul, especialmente no Brasil, redefinindo os gêneros com base nos caracteres morfológicos externos e da terminália de machos e fêmeas, sempre que possível. Nesta

primeira parte do estudo é apresentada uma revisão das espécies de Analcocerini dos gêneros

Auloceromyia e Analcocerus. Uma chave para

identificação dos gêneros de Analcocerini também é fornecida, incluindo os gêneros

Analcoceroides, Neanalcocerus e Anisoscapus,

da América Central.

Material e Métodos

Foram examinados 67 espécimes pertencentes às coleções do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Com a impossibilidade de conseguirmos os tipos ou

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4

Figuras 9-11. Auloceromyia pedunculata sp.n. (Fêmea).9. Abdome com localização das espermatecas, vista ventral, 10. Terminália (cercos, furca e ductos da espermateca), 11. Espermatecas.

representantes das espécies já descritas, utilizamos textos e ilustrações originais das espécies como fonte de informação para as descrições e para a elaboração das chaves de identificação.

Antenas e asas foram montadas entre lâmina e lamínula após terem sido imersas em xilol por aproximadamente 20 minutos. As terminálias dos machos foram dissecadas através de cortes transversais nos segmentos abdominais V e VI. Para o exame das terminálias das fêmeas e as espermatecas o abdome foi totalmente removido. Todas as peças foram colocadas em solução de

hidróxido de sódio (NaOH) a 10% e a frio, durante 12 horas, posteriormente aquecidas por 5 a 10 minutos ou até o ponto ideal de diafanização. Posteriormente foram imersas em água levemente acidulada para neutralizar a ação da base, depois lavadas em água destilada e secadas com papel de filtro. As peças foram colocadas em lâminas escavadas com glicerina pura, e ali analisadas e desenhadas. Finalizando o processo, as peças foram colocadas em microtubos de plástico contendo glicerina; arrolhados e fixados ao alfinete do exemplar examinado.

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A terminologia utilizada segue McAlpine (1981) com modificações adaptadas para o grupo. Relacionamos os termos por nós adotados, seguidos dos nomes utilizados por outros autores que trabalharam com Raphiocerinae: lobo pós-pronotal = úmero; anepisterno = mesopleura; catepisterno = esternopleura; anepímero = pteropleura; catepímero = hipopleura; laterotergito = metapleura. O termo “oral cup” foi designado como uma circunvalação na cavidade subcraniana, que geralmente está presente e bem desenvolvida nos Raphiocerinae. As medidas utilizadas foram dadas em milímetros. O comprimento total do corpo foi medido do ápice da cabeça, excluindo as antenas, até a margem posterior do tergito V. A razão largura superior e inferior da fronte/largura da cabeça representa a largura da cabeça tomada em sua maior largura (vista frontal), a largura superior da fronte, tomada no nível do ocelo mediano e a largura inferior, no nível da base das antenas. A razão comprimento/largura da asa foi tomada em linha reta, da base da segunda célula basal ao ápice da asa e sua maior largura. A razão comprimento da célula r2+3/r4 foi medida ao longo da veia R4+5, ou seja, a distância entre a base da veia R2+3 e a base da veia R4 e desta ao ápice de R5. A razão seção anterior/ seção posterior da veia M1+2 que forma a porção superior da célula discoidal foi medida da base da célula discoidal à veia r-m e desta à bifurcação. A razão comprimento/largura do abdome foi medida da base à margem do tergito V e sua maior largura.

Subfamília Raphiocerinae Schiner Raphiocerinae Schiner, 1867: 304 (como Rhaphiocerinae), 1868: 68 (Gênero-tipo, Raphiocera Macquart, 1834); Brauer, 1880. 113 (9). Ref. - Sabrosky, 1999. 265.

Rhaphioceratinae Brues & Melander, 1932. 286.

Aspectos gerais – Moscas mais ou menos alongadas, variando de 6 a 13 milímetros de comprimento, delgadas ou robustas, pilosidade normalmente inconspícua, castanhas a pretas, com conspícuas manchas e faixas amareladas ou verdes, de aspecto mais ou menos uniforme. CABEÇA– Hemisférica; face arredondada ou

proeminente; área pós-ocular (occipício) bem desenvolvida; olhos dicópticos distintamente separados, com omatídeos iguais em toda a sua

extensão, em ambos os sexos, ou olhos aproximados junto à base das antenas com omatídeos superiores maiores e inferiores menores (machos de Auloceromyia); olhos glabros ou pilosos com ou sem padrões de coloração; probóscida bem desenvolvida; palpos curtos uni-articulados ou longos e bi-articulados (em Auloceromyia); antenas com 8-6 flagelômeros, alongados ou compactos, o último elíptico ou formando uma arista; circunvalação subcraniana (“oral cup”) desenvolvida, reduzida ou ausente.

TÓRAX– Estreito anteriormente, tão largo quanto

a cabeça, alargando-se ao máximo próximo à base das asas; normalmente com manchas conspícuas nos lobos pronotais e calos pós-alares, com faixas paramedianas longitudinais no mesonoto, amarelas ou verdes; escutelo com dois espinhos longos, curtos ou ausentes, raramente com processos escutelares.

ASAS– Hialinas, semi-hialinas ou totalmente

pretas; alongadas, tão ou mais longas que o comprimento do corpo, as vezes com modificações na forma e venação (margem costal expandida, ângulo superior truncado, veia C engrossada, veia R1 enfraquecida próximo à base da veia Rs); veias fortes; veias transversais r-m e cu-m presentes, normalmente longas; veia M com três ramos, não atingindo a margem da asa: veia R2+3 curta e transversa ou longa e quase horizontal; veia R4 às vezes ausente; veia R5 normalmente arqueada após a separação de R4; célula discoidal com formas variáveis.

PERNAS– Longas, tíbias normalmente estreitadas

no terço basal ou as posteriores retorcidas; fêmur médio simples, ou algumas vezes com processos simples ou complexos, ou somente espinhos; primeiro tarsômero posterior em algumas espécies intumescido ou relativamente mais longo que nas demais pernas.

ABDOME – Oval-alongado, deprimido

dorso-ventralmente, terminado bruscamente na margem do quinto segmento, aproximadamente com a mesma largura do tórax, raramente pedunculado, com cinco segmentos visíveis, parte do sexto tergito visível ou não dorsalmente e os restantes retraídos dentro do quinto segmento, normalmente castanhos a pretos com manchas ovais, lineares ou triangulares, bem definidas ou irregulares, amarelas ou verdes, raramente unicolores; oitavo esternito, nos machos, membranoso.

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Figuras 12-18. Auloceromyia vespiformis Lindner (Fêmea). 12. Cabeça, vista dorsal, 13. idem, vista frontal, 14. idem, vista lateral, 15. Antena, 16. Tórax, vista dorsal, 17. idem, vista lateral, 18. Asa.

TERMINÁLIA. - Nos machos geralmente pequena,

epândrio (nono tergito) separado do décimo segmento, com forma variável, piloso; hipândrio (nono esternito) fundido com os gonocoxitos; gonostílos simples ou complexos; edeago trífido, curto em forma de “forcado” , com os ramos distintamente separados desde a base ou apenas distalmente, ou ainda longo a muito longo com três ramos unidos ou separados distalmente. Terminália da fêmea com cercos uni ou bi-articulados, três espermatecas forte ou levemente esclerotizadas, cápsulas arredondadas ou reniformes, sub-iguais ou a mediana maior. REGISTROS D E DISTRIBUIÇÃO: Neotropical,

Australásica, Oceânica e Oriental.

Chave para as Tribos de Raphiocerinae e Gêneros de Analcocerini.

1. Flagelômero apical elíptico. Veia R2+3 curta e transversa, terminando em C pouco além do ápice de R1... 2 (Analcocerini Enderlein) . Flagelômero apical aristiforme. Veia R2+3 alongada, quase horizontal, terminando em C ou R4 próxima do ápice da as, ou curta e transversa, terminando em C pouco além do ápice de R1 ... (Raphiocerini Schiner) 2 (1). Antena com oito flagelômeros. Espinhos escutelares ausentes. Célula discoidal alongada e acuminada. Olhos pilosos ou não. Espécies miméticas de vespas (Brasil: Santa Catarina)…………...Auloceromyia Lindner . Antena com 7 ou 6 flagelômeros. Escutelo com espinhos apicais bem desenvolvidos. Célula discoidal nunca alongada e acuminada……...3

(7)

3 (2) Todos os flagelômeros alongados ………..4 . Os três flagelômeros basais encurtados, achatados, disciformes (Brasil sudeste)……. ………..……….Analcocerus Loew 4 (3) Antena com 7 flagelômeros (México: Guerrero)…………...Analcoceroides Hollis . Antena com 6 flagelômeros ………5 5(4) Escapo e pedicelo sub-iguais em comprimento (México: Guerrero, Yucatán) ……... ……….………...Neanalcocerus James .Escapo duas vezes tão longo quanto o pedicelo (México: Nayarit, Oaxaca) .………... ………..…….Anisoscapus McFadden

Tribo Analcocerini Enderlein Analcocerinae Enderlein, 1914: 579, 597.

Cabeça hemisférica, as vezes triangular (vista de frente); olhos bem afastados em ambos os sexos ou aproximados, junto às antenas (macho de

Auloceromyia). Antenas quase tão longas quanto

o tórax, inseridas no meio da cabeça (vista lateral); flagelo com 8-6 flagelômeros; flagelômero apical elíptico, escavado inferiormente. Circunvalação subcraniana ausente ou presente. Palpos curtos e uniarticulados ou longos e biarticulados. Escutelo com dois espinhos apicais ou inerme. Asas normais ou estreitadas apicalmente; veia R2+3 curta e tranversal, terminando em C pouco além do ápice da veia R1; veia R4 sempre presente. Pernas sem modificações especiais, as vezes, o primeiro tarsômero basal posterior apresenta-se intumescido. Abdome oval-alongado, normal ou peciolado. Terminália do macho relativamente grande; gonóstilos simples; edeago curto, trífido com os ramos unidos na base ou distalmente separados desde a base. Terminália da fêmea com cercos uni ou biarticulados; três espermatecas relativamente grandes, subiguais, bem esclerotizadas e reniformes.

Auloceromyia Lindner

Auloceromyia Lindner, 1969: 8,9. Espécies-tipo: vespiformis Lindner (mon.).

DIAGNOSE– Cabeça triangular em vista frontal.

Face e fronte arredondadas. Olhos com omatídeos iguais em toda a sua extensão e largamente afastados nas fêmeas ou com omatídeos superiores maiores e inferiores menores e

aproximados junto às antenas nos machos, glabros ou pilosos. Antena com 8 flagelômeros; os cinco primeiros flagelômeros com fossetas sensoriais, maiores nos três primeiros, menores e mais numerosos no quarto e quinto e raras no sexto; os dois últimos flagelômeros escavados inferiormente; flagelômero apical elíptico com o ápice chanfrado e as margens laterais dobradas para baixo quase se encontrando, de forma tubular (razão do nome genérico. Etimologia: ), tão longo quanto os cinco flagelômeros precedentes juntos; escapo 2 vezes tão longo quanto o pedicelo. Circunvalação subcraniana ausente. Palpo (Fig. 6) longo e biarticulado, geniculado. Tórax de lados paralelos, quase tão longo quanto largo. Escutelo cerca de 3 vezes mais largo do que longo, inerme. Asa com ápice acuminado; veia Rs evanescente na base; veia R5 reta; células basais estreitas; célula discoidal fortemente acuminada; lobo anal bem desenvolvido. Abdome com os dois segmentos basais estreitados, formando um pedúnculo. Terminália da fêmea com cercos biarticulados; 3 espermatecas subiguais, relativamente bem esclerotinizadas e arredondadas.

REGISTROSDEDISTRIBUIÇÃO: Brasil (Espírito Santo,

Rio de Janeiro a Santa Catarina).

NOTAS– Lindner (1969), ao descrever o gênero

Auloceromyia para sua nova espécie A. vespiformes, colocou-o próximo de Analcocerus,

na subfamília Analcocerinae, descartando a possibilidade de sua espécie pertencer a

Hermetia, principalmente pela forma tubular dos

dois últimos flagelômeros e a presença da veia m-cu em A. vespiformes. Referindo-se a isto e a aparência da mesma com outras espécies de dípteros e vespas. Por ora aceitaremos o mesmo conceito do autor, por falta de maiores dados sobre as afinidades existentes entre as subfamílias de Stratiomyidae.

CHAVEPARAASESPÉCIESDE AULOCEROMYIA

1. Olhos glabros. Mancha amarela pré-sutural do mesonoto triangular. Veias M1 e M2 separadas no ápice da célula discoidal. Célula r3 1,5 vezes tão longa quanto r4. Fêmur e tíbia anteriores amarelo-avermelhados. Espécie delgada, com pilosidade inconspícua... Auloceromyia

pedunculata Pimentel & Pujol Spec. Nov.

. Olhos pilosos. Mancha amarela pré-sutural do mesonoto linear. Veias M1 e M2 unidas no ápice

(8)

8

Figuras 19-24. Analcocerus atriceps Loew (Macho). 19. Cabeça, vista dorsal, 20. idem, vista frontal, 21. idem, vista lateral, 22. Ápice da antena, 23. Tórax, vista dorsal, 24. Asa.

da célula discoidal. Célula r3 tão longa quanto r4. Fêmur e tíbia anteriores castanhos. Espécie robusta, com pilosidade conspícua... ...Auloceromyia vespiformis Lindner

Auloceromyia pedunculata Pimentel & Pujol

Spec. Nov.

FÊMEA. Comprimento total: 9,0 milímetros.

CABEÇA (Figs. 1-3) - Amarela brilhante com

manchas pretas, micropilosidade presente, largura superior da fronte 0,40 e inferior 0,48 da largura da cabeça. Olhos glabros. Antena com escapo e pedicelo amarelo-avermelhados,

brilhantes, com cerdas pretas; flagelômeros de 1 a 3 amarelo-avermelhados, foscos; flagelômeros restantes pretos, foscos. Probóscida e palpo castanhos. Occípicio preto, medianamente côncavo, com pelos brancos muito curtos. TÓRAX (Figs. 4-5) - Preto; pronoto com o centro

amarelo e laterais pretas; mesonoto com duas faixas estreitas paramedianas, estendendo-se do lobo pós-pronotal até próximo ao escutelo, contornando o calo pós-alar posteriormente e uma grande mancha triangular pré-sutural tranversal amarela. Escutelo arredondado, com a metade apical amarela. Pleura (Fig. 5) preta com manchas amarelas; na propleura, acima da coxa,

(9)

Figuras 25-28. Analcocerus atriceps Loew (Macho). 25. Epândrio e segmentos pós-genitais, vista dorsal, 26. Hipândrio, vista ventral, 27. Terminália, vista lateral, 28. Edeago.

há uma calosidade amarela. Pernas amarelo-avermelhadas; coxas medianas e posteriores pretas; fêmures e tíbias posteriores castanhos, com ápice amarelo; tarsômero basal amarelo-esbranquiçado.

ASAS (Figs. 7-8) - Cerca de 3 vezes tão longa

quanto larga; veias e margem costal castanho-escuroas (exceto o ápice da célula sub-costal, amarelo), células basais e r5 castanho-claras, margem apical e posterior da asa levemente castanho-esfumaçado; centro da célula discoidal, ápice das células basais e uma faixa que vai da base da célula cup e lobo anal até a célula r5, totalmente hialinos, sem microtríquias; veia tranversal r-m curta, surgindo próximo à base da célula discoidal; seção posterior de M1+2 três vezes tão longa quanto a anterior; veias M1 e

M2 separadas no ápice da célula discoidal; célula r2+3 1,5 vezes mais longa que r4. Halteres amarelos.

ABDOME (Fig. 9) - Cerca de 2,5 vezes tão longo

quanto largo, preto-fosco, com curta pilosidade esbranquiçada, segundo segmento 2 vezes o comprimento do primeiro, estreito, de lados quase paralelos, ligeiramente mais largo posteriormente; tergito I com uma estreita mancha semicircular na margem posterior, amarela; tergito II amarelo com uma mancha preta de cada lado; tergitos III e IV com uma faixa transversal na margem posterior, amarela; contornando todo o abdome há uma estreita faixa, também amarela; esternitos mais estreitos que os tergitos; esternito II e margem posterior dos esternitos III e IV amarelos. Terminália

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10

castanho-escura, totalmente invaginada. Espermateca como nas figuras 10 e 11.

MACHO - Desconhecido.

MATERIALEXAMIADO-Holótipo Fêmea: BRASIL,

Espírito Santo, Baixo Guandu, x.1970 (P. C.

Elias). Parátipo fêmea: mesmos dados. Depositados no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.

ETIMOLOGIA- o nome específico é alusivo à forma

do abdome.

NOTAS-Espécie mimética de vespas, semelhante

a A. vespiformis, da qual é segregada facilmente pelos olhos glabros, mancha pré-sutural do mesonoto triangular, fêmures e tíbias anteriores amarelo-avermelhados, corpo delgado e pilosidade inconspícua.

Auloceromyia vespiformis Lindner

Auloceromyia vespiformis Lindner, 1969: 10.

Localidade-tipo: Brasil, Santa Catarina, Nova Teutônia. Distr. - Brasil.

FÊMEA.- Comprimento total 10 milímetros.

CABEÇA (Figs. 12-14) - Amarela brilhante com

manchas pretas, pilosa, largura superior da fronte 0,42 e inferior 0,55 da largura da cabeça. Fronte e face com pilosidade ereta, mais longa e mais densa nas margens da face; face amarela. Olhos pilosos. Antena (Fig. 15) com escapo e pedicelo amarelos, cerdas pretas; flagelo preto, fosco. Probóscida castanha. Palpos castanho-escuros. Occipício medianamente côncavo, com pelos brancos mais longos que os da face; pilosidade da pós-gena densa e ereta.

TÓRAX (Figs. 16-17) - Preto-fosco, pilosidade

ereta, pronoto amarelo no meio, lateralmente preto; mesonoto com duas faixas estreitas paramedianas estendendo-se dos lobos pós-pronotais até próximo ao escutelo, contornando posteriormente o calo pós-alar e uma estreita mancha linear pré-sutural amarela. Escutelo arredondado, com 1/3 apical amarelo. Pleura preta (Fig.17), com manchas amarelas; na propleura, acima da coxa, há uma calosidade amarela com pelos longos e eretos, esbranquiçados. Pernas castanho-pruinosas, coxa anterior preta, tarsômero basal, mediano e

posterior amarelos.

ASAS (Fig. 18) - Cerca de 3 vezes tão longa quanto

larga; veias e área costal castanho-escuras (exceto o ápice da subcostal, amarelo); células basais e r5 castanho-claras; margem apical e posterior da asa levemente castanho-esfumaçadas; centro da célula discoidal, ápice da célula basal e uma faixa que vai da base da célula cup e lobo anal até a célula r5, totalmente hialinas, sem microtríquias; veia transversal r-m curta, surgindo próximo da base da célula discoidal; seção posterior da veia M1+2 3,7 vezes tão longa quanto a anterior; veias M1 e M2 unidas no ápice da célula discoidal; célula r3 tão longa quanto r4. Halteres castanho-escuros.

ABDOME-Cerca de 1,5 vezes tão longo quanto

largo, preto-fosco com densa pilosidade esbranquiçada, mais longa e ereta no tergito I e lados do tergito II; primeiro segmento, distalmente e segundo basalmente estreitados, subiguais em tamanho; base do tergito I, centro e margem posterior do tergito II amarelo-transparentes; tergitos III e IV, fortemente convexos, com uma estreita faixa transversal (exceto a base), amarelos; contornando todo o abdome há uma estreita faixa também amarela; esternitos mais estreitos que os tergitos; esternito II, amarelo, transparente; margem posterior dos tergitos III e IV e quase todo o V amarelos, exceto no centro.

MACHO-Segundo Lindner (1969), é semelhante à

fêmea com as seguintes diferenças: olhos aproximados junto às antenas, com omatídeos superiores maiores que os inferiores e faixas longitudinais amarelas, no mesonoto mais estreitas.

MATERIALEXAMINADO-BRASIL, Rio de Janeiro,

Itatiaia (Maromba), ix.1946 (Barretto), 1 fêmea, no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.

Notas.- Espécie mimética de vespas, semelhante a Auloceromyia pedunculata, da qual se distingue pelos olhos pilosos, mancha pré-sutural do mesonoto linear, fêmures e tíbias anteriores castanhos, corpo robusto e pilosidade conspícua.

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Analcocerus Loew

Analcocerus Loew, 1855: 140. Espécie-tipo: atriceps

Loew (des. orig.)

DIAGNOSE-cabeça hemisférica. Olhos glabros, com

omatídeos iguais em toda sua extensão, bem afastados em ambos os sexos. Antenas quase tão longas quanto o tórax com 6 flagelômeros; flagelômero basal com uma grande fosseta sensorial na base dorsal; os três flagelômeros basais encurtados, disciformes, com fossetas sensoriais nas margens distais, os três flagelômeros apicais alongados e escavados inferiormente; flagelômero apical elíptico, 2 a 3 vezes mais longo que o precedente, terminando bruscamente em ponta com uma diminuta certa (arista?); escapo e pedicelo muito longos e cilíndricos, subiguais em tamanho e 3 a 4 vezes tão longos quanto largos. Circunvalação subcraniana bem desenvolvida. Palpo (Fig. 35) curto e uniarticulado. Tórax cerca de 1,5 vezes tão longo quanto largo; escutelo com dois espinhos apicais bem desenvolvidos. Asas arredondadas apicalmente; veia r-m curta, situada na origem de Rs; veia R4 normalmente situada a meia distância entre os ápices das veias R1 e R5; veia R5 levemente curvada para baixo após a separação de R4; veia Rs evanescente na base. Terminália do macho como nas figuras (Figs. 25-28; 38-40; 49-52).

REGISTROSDEDISTRIBUIÇÃO-Brasil (Sudeste).

NOTA S-Loew (1855), ao citar o gênero

Analcocerus, descreveu sua única espécie como A. atriceps (p.140); mais adiante, em sua chave

para os gêneros relacionados a Sargus (p.147), designou como espécie-tipo A. nigriceps, causando um problema de nomenclatura. Aceitaremos para efeito desta revisão o primeiro nome citado por Loew - A . atriceps - como espécie-tipo do gênero. O gênero Analcocerus é caracterizado por possuir antenas quase tão longas quanto o tórax; 6 flagelômeros antenais com os três flagelômeros basais encurtados, disciformes; último flagelômero terminando bruscamente em ponta com uma diminuta cerda; difere de Neanalcocerus e Anisoscapus principalmente pelo encurtamento dos flagelômeros basais e também do último porque nele o escapo é 2 vezes tão longo quanto o pedicelo.

Chave para as espécies de Analcocerus

(Traduzida de James, 1943: 367).

1. Tíbias médias e posteriores castanhas ... Analcocerus atriceps Loew . Tíbias médias e posteriores amarelas ... 2 2. Fronte com uma proeminente mancha amarela abaixo dos ocelos. Área pós-ocular principalmente amarela. Espinhos escutelares não mais longos do que o escutelo, enegrecidos, ligeiramente divergentes ...

...Analcocerus orbitalis James

. Fronte preta imediatamente abaixo dos ocelos. Área pós-ocular principalmente preta. Espinhos escutelares mais longos do que o escutelo, amarelos, fortemente divergentes ... ... ...Analcocerus taurus James

Analcocerus atriceps Loew

Analcocerus atriceps Loew, 1855: 140.

Localidade-tipo “Brasil”. Distr. Brasil (Minas Gerais e Santa Catarina)

Analcocerus nigriceps Loew, 1855: 147. SYN. NOV.

MACHO-Comprimento total: 9,0 milímetros.

CABEÇA (Figs. 19-21)-Preta, brilhante, largura

superior da fronte 0,28 e inferior 0,40 da largura da cabeça; fronte normalmente sem manchas abaixo dos ocelos, no máximo dois diminutos pontos brancos (de acordo com a descrição original de Loew), uma pequena mancha oval de cada lado, acima das antenas, contígua com a depressão frontal e a margem ocular, amarela; face com curta pilosidade branca e uma pequena mancha oval de cada lado, abaixo das antenas, contígua com a margem ocular, amarelo-esbranquiçada. Atena com escapo e pedicelo castanhos, brilhantes; flagelo preto-fosco; ápice do flagelômero apical (Fig. 22) estreito com uma diminuta cerda (visível com pequenos aumentos). Circunvalação subcraniana com áreas laterais e posteriores, castanho-escuras, brilhantes. Labelo com o centro castanho-escuro e margem amarelada. Palpos castanho-escuros. Área pós-ocular, inferiormente, com pruinosidade branca. Occipício levemente côncavo, com curta pilosidade branca. Pós-gena com pruinosidade e pelos eretos, brancos. TÓRAX (Fig. 23) -Preto, com as seguintes áreas

amarelas: lobos pós-pronotais, duas faixas paramedianas ao longo do mesonoto, calos

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pós-12

Figura 29. Analcocerus orbitalis James (Macho). 33. Habitus, vista dorsal.

alares e adjacências, escutelo (exceto a base) incluindo a base dos espinhos escutelares, uma faixa ao longo da notopleura, margem posterior do anepisterno, uma mancha arredondada na margem posterior do catepisterno e outra no laterotergito e catepímero; espinhos escutelares menores que o escutelo, castanhos. Pernas com coxas pretas, o ápice amarelado; fêmures amarelo-avermelhados; tíbia castanho-escura, a anterior mais clara; os três tarsômeros basais, brancos, o quarto e o quinto pretos.

ASAS (Fig. 24) - Cerca de 2,5 vezes tão longa

quanto larga, levemente castanho-esfumaçada; pterostigma castanho-avermelhado, veia transversal r-m situada no meio da célula discoidal, célula r3 1,2 vezes tão longa quanto r4; célula discoidal cerca de 1,5 vezes tão longa quanto larga. Halteres amarelos, pedúnculo castanho-claro.

ABDOME-Cerca de 1,8 vezes tão longo quanto

largo, preto, com uma faixa irrelagular amarela nas margens laterais dos segmentos II-V, tergito I

com uma grande mancha amarela semi-oval na margem posterior ocupando todo o centro e uma pequena mancha amarela de cada lado; tergito V com duas pequenas manchas ovais, na margem posterior, também amarelas. Terminália do macho (Figs. 25-27) castanha; epândrio (IX tergito) arredondado; hipândrio (IX esternito) suboval; gonóstilo com base larga e intumescida, edeago trífido com ramos distintamente separados desde a base (Fig. 28).

MATERIALEXAMINADO - BRASIL, São Paulo, São

Paulo (Cantareira), 2 machos (sem data e coletor). No Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.

NOTAS - A. atriceps está mais proximamente

relacionada com A. taurus do que com A.

orbitalis, distinguindo-se de ambas pelas tíbias

castanhas, área pós-ocular totalmente preta e pela forma da terminália.

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Figuras 30-37. Analcocerus orbitalis James (Macho). 30. Cabeça, vista dorsal, 31. idem, vista frontal, 32. idem, vista lateral, 33. Antena, 34. Ápice da antena, 35. Palpo, 36. Tórax, vista dorsal, 37. Asa.

Analcocerus orbitalis James

Analcocerus orbitalis James, 1943: 368.

Localidade-tipo: Brasil, Santa Catarina, Nova Teutônia.

MACHO-Comprimento total 8,0 milímetros.

(Fig.29)

CABEÇA (Figs. 30-32) - Preta, brilhante, largura

superior da fronte 0,33 e a inferior 0,37 da largura da cabeça; fronte com uma grande mancha amarela contígua com o triângulo ocelar e uma pequena mancha amarela de cada lado, acima das antenas, contígua com a depressão frontal e margem ocular; face com curta pilosidade branca

e uma mancha oval amarela de cada lado, abaixo das antenas contígua com a margem-ocular, as vezes unida com a da fronte. Antena (Fig. 33) com escapo e pedicelo castanho-amarelados, brilhantes, flagelo preto, fosco, ápice do flagelômero apical (Fig. 34) largo, com uma diminuta cerda (visível com grandes aumentos). Circunvalação subcraniana com as áreas laterais e posterior castanho-escuras brilhantes e uma pequena mancha, de cada lado, amarela. Labelo preto com margem amarelada. Palpos castanho-escuros (Fig.35). Área pós-ocular principalmente amarela, exceto o ângulo interno próximo aos

(14)

14

Figuras 38-40. Analcocerus orbitalis James (Macho). 38. Epândrio e segmentos pós-genitais e edeago, vista dorsal, 39. Hipândrio, vista ventral, 40. Terminália, vista lateral.

olhos e abaixo próximo à pós-gena. Occipício levemente côncavo com curta pilosidade branca. Pós-gena com pruinosidade e pelos eretos, brancos.

TÓRAX (Fig. 36) - Preto, fosco, com as seguintes

áreas amarelas: lobos pós-pronotais, duas faixas paramedianas ao longo do mesonoto, calos pós-alares e adjacências, escutelo, estreita faixa na notopleura, margem posterior do anepisterno, mancha arredondada na margem posterior do catepisterno, catepímero, mancha arredondada no laterotergito; espinhos escutelares tão longos quanto o escutelo ou ligeiramente mais curtos, castanho a preto. Pernas amarelas, terço basal das tíbias castanho, os três tarsômeros basais amarelo-esbranquiçados, restantes pretos. ASAS (Fig. 37) - Cerca de 2,6 vezes tão longa

quanto larga, levemente castanho-esfumaçada; pterostigma e veias amarelas; veia tranversal r-m situada no meio da célula discoidal; célula r3 tão longa quanto r4; célula discoidal 1,4 vezes tão longa quanto larga. Halteres amarelos. ABDOME (Fig. 29)- Cerca de 2 vezes tão longo

quanto largo, preto, com uma grande mancha amarela na margem posterior do tergito I

ocupando todo o centro, margens laterais com uma faixa alargando-se para dentro, em direção à margem posterior de cada tergito, e algumas vezes um par de pequenas manchas amarelas no tergito II. Terminália (Figs. 38-40) amarela, epândrio (IX tergito) lateralmente côncavo; hipândrio (IX esternito) retangular, gonóstilo simples, edeago trífido com ramos separados a partir da metade apical.

FÊMEA-Semelhante ao macho. Terminália (Fig. 42)

amarela; 3 espermatecas (Fig. 41) pouco esclerotizadas, subiguais.

MATERIALEXAMINADO-BRASIL, São Paulo, Barueri,

7.i.1955 (K. Lenko), fêmea; Santa Catarina, Nova Teutônia (27°11’ S/52°23’W, 300-500m) (Fritz Plaumann), .xi.1952, 2 machos; xii.1952, 1 fêmea; xii.1969, 1 fêmea; xi.1970, 13 fêmeas e 9 machos; xii.1970, 22 fêmeas e 2 machos; x.1971, 1 fêmea; xi.1971, 2 fêmeas; xii.1971, 2 fêmeas e 3 machos. Todos no Museu de Zoologia da USP.

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Figuras 41-42. Analcocerus orbitalis James (Fêmea). 41. Espermatecas, 42. Terminália (cercos, furca e ductos das espermatecas)

presença de uma grande mancha amarela abaixo dos ocelos, área pós-ocular principalmente amarela. De A. atriceps pelas tíbias mediana e posterior amarelas.

Analcocerus taurus James

Analcocerus taurus James, 1943: 370.

Localidade-tipo: Brasil, São Paulo, São Sebastião.

MACHO-Comprimento total 8,0 -8,5 milímetros.

CABEÇA (Figs. 43-45) - Preta, brilhante; largura

superior da fronte 0,28 e inferior 0,40 da largura da cabeça; fronte com uma pequena mancha oval amarela de cada lado, acima das antenas, contígua com a depressão frontal e a margem ocular; face levemente proeminente, com curta pilosidade branca e uma pequena mancha oval amarela, abaixo das antenas, na mesma posição da anterior. Antena com escapo e pedicelo castanho-brilhantes; flagelo preto, fosco, ápice do flagelômero apical (Fig. 46) estreito e com uma diminuta cerda (visível com grandes aumentos). Circunvalação subcraniana com as áreas laterais e posteriores castanho-escuras, brilhantes. Labelo com o centro castanho, fosco, e margem amarelada. Palpos

castanho-escuros. Área pós-ocular com pequena mancha arredondada branca e pruinosidade branca na metade inferior. Occipício levemente côncavo, com pelos curtos, brancos.

TÓRAX (Fig. 47) -Preto, fosco, com as seguintes

áreas amarelas: calos pós-pronotais, duas faixas paramedianas estendendo-se desde próximo aos calos pós-pronotais até uma curta distância do escutelo, calos pós-alares e adjacências, escutelo (exceto a base), notopleura, margem posterior do anespisterno, mancha arredondada na margem posterior do catepímero, pleura e mancha arredondada no laterotergito; espinhos escutelares mais longos do que o escutelo, fortemente divergentes, castanho-amarelados. Pernas amarelo-avermelhadas; os três tarsômeros basais brancos, restantes pretos.

ASAS (Fig. 48) -Cerca de 2,6 vezes tão longa quanto

larga, levemente amarelo-esfumaçada, um pouco mais escurecida ao longo da célula cup e próximo ao ápice nas células r5, M1 e M2; veias e pterostigma castanho-amarelados, veia tranversal r-m situada no meio da célula discoidal, célula r3 tão longa quanto r4; célula discoidal 1,3 vezes tão longa quanto larga. Halteres

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amarelo-16

Figuras 43-48. Analcocerus taurus James (Macho). 43. Cabeça, vista dorsal, 44. idem, vista frontal, 45. idem, vista lateral, 46. Ápice da antena, 47. Tórax, vista dorsal, 48. Asa.

avermelhados, pedúnculo mais escuro.

ABDOME-Cerca de 1,7 vezes tão longo quanto

largo, preto, com uma faixa amarela ao longo das margens laterais dos segmentos II-V estendendo-se sobre os tergitos em forma triangular e mais larga na margem posterior; tergito I com uma grande mancha no centro, também amarela. Terminália (Figs. 49-51) com epândrio (IX tergito) alongado, lateralmente côncavo; hipândrio (IX esternito) quadrangular; gonóstilo simples, edeago trífido (Fig. 52), largo, com ramos separados apicalmente.

FÊMEA-Espinhos escutelares mais robustos do que

no macho.

MATERIALEXAMINADO - BRASIL, São Paulo: Parque

Cajuru, xii.1911, alótipo fêmea, (Schrobel); São Paulo (Cidade Jardim), 13.xii.1940, 1 macho (M. Carrera); “Alto da Serra” (= Paranapiacaba), 19.xi.1908, 1 fêmea (Luederwaldt). Todos no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.

NOTAS-Esta espécie é mais proximamente

relacionada a A. atriceps Loew, porém dela se diferencia pela presença da mancha na área pós-ocular, tíbias mediana e posterior amarelo-avermelhadas e pela forma da terminália.

Catálogo dos táxons reconhecidos como Analcocerini

(os marcados com “*” são revistos neste trabalho)

Analcoceroides Hollis, 1962: 558. Espécie-tipo, Campeprosopa longicornis Williston (des. orig.). longicornis (Williston), 1900: 239

(Campeprosopa). Localidade-tipo: México, Guerrero, Omiltemi. Distr.: MÉXICO

*Analcocerus Loew, 1855: 140. Espécie-tipo,

atriceps Loew (des. orig).

*atriceps Loew, 1855: 140. Localidade-tipo:

“Brasil”. Distr.: BRASIL (Minas Gerais a Santa Catarina).

nigriceps Loew, 1855: 147. SYN. NOV.

*orbitalis James, 1943: 368. Localidade-tipo:

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Figuras 49-52. Analcocerus taurus James (Macho) 49. Epândrio e segmentos pós-genitais, vista dorsal, 50. Hipândrio, vista ventral, 51. Terminália, vista lateral, 52. Edeago.

BRASIL (Santa Catarina).

*taurus James, 1943: 370. Localidade-tipo:

Brasil, São Paulo, São Sebastião. Distr.: BRASIL (São Paulo).

Anisoscapus McFadden, 1970: 317.

Espécie-tipo, chlorovittatus McFadden (des. orig.).

chlorovittatus McFadden, 1970: 317.

Localidade-tipo: México, Oaxaca, Matías Romero. Distr.: MÉXICO.

ochraceus McFadden, 1970: 318.

Localidade-tipo: México, Nayarit, Compostela. Distr.: MÉXICO.

*Auloceromyia Lindner, 1969: 8, 9. Espécie-tipo, Auloceromyia vespiformis Lindner (mon.).

*pedunculata Pimentel & Pujol-Luz, sp. n..

Localidade-tipo: Brasil, Espírito Santo, Baixo Guandu. Distr.: BRASIL (Espírito Santo).

*vespiformis Lindner, 1969: 10.

Localidade-tipo: Brasil, Santa Catarina, Nova Teutônia. Distr.: BRASIL.

Neanalcocerus James, 1943:370. Espécie-tipo, Analcocerus hortulanus Williston (des. orig.). hortulanus (Williston), 1900: 238 (Analcocerus).

Localidade-tipo: México, N. Yucatán. Distr.: MÉXICO (Guerrero, Yucatán).

Agradecimentos

Ao Dr. Nelson Papavero, pela orientação e auxílio nas diversas etapas deste trabalho. À Dr. Eliane Cancelo, pelo empréstimo da Coleção de Raphiocerinae do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Proc. No. 300265/96-4) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro(Proc. No. E26/170.404/99).

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