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Implementação em Portugal de um estudo de prevalência da demência e da depressão geriátrica

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w w w . e l s e v i e r . p t / r p s p

Artigo

original

Implementac¸ão

em

Portugal

de

um

estudo

de

prevalência

da

demência

e

da

depressão

geriátrica:

a

metodologia

do

10/66

Dementia

Research

Group

Manuel

Gonc¸alves-Pereira

a,∗

,

Ana

Cardoso

a

,

Ana

Verdelho

b

,

Joaquim

Alves

da

Silva

a,c

,

Manuel

Caldas

de

Almeida

a,d

,

Alexandra

Fernandes

e

,

Cátia

Raminhos

a

,

Cleusa

P.

Ferri

f,g

,

Martin

Prince

f

,

Miguel

Xavier

a

e

em

representac¸ão

do

10/66-Dementia

Research

Group

aCEDOC,ChronicDiseasesResearchCenter,NOVAMedicalSchool/FaculdadedeCiênciasMédicas,UniversidadeNovadeLisboa,Campo

dosMártiresdaPátria,Lisboa,Portugal

bDepartamentodeNeurociências,HospitaldeSantaMaria/CHLN,FaculdadedeMedicina,UniversidadedeLisboa,Lisboa,Portugal cChampalimaudNeuroscienceProgramme,ChampalimaudCentrefortheUnknown,Lisboa,Portugal

dSantaCasadaMisericórdiadeMora,UniãodasMisericórdiasPortuguesas,Mora,Portugal eUSFFernãoFerro,ACESAlmada-Seixal,Seixal,Portugal

fInstituteofPsychiatry,King’sCollegeLondon,Londres,ReinoUnido gUniversidadeFederaldeSãoPaulo,SãoPaulo,Brasil

informação

sobre

o

artigo

Historialdoartigo: Recebidoa26denovembrode2015 Aceitea15demarçode2016 On-linea3demaiode2016 Palavras-chave: Demência Doenc¸adeAlzheimer Depressão Idosos Prevalência

r

e

s

u

m

o

Introduc¸ão:Ademênciaeadepressãotêmumimpactosocialmuitosignificativo.Em Portu-gal,escasseiamdadosepidemiológicosempessoasidosasnacomunidade.Empaísesem desenvolvimento,o10/66DementiaResearchGroup(DRG)conduziumúltiplosestudossobre aprevalênciaeaincidênciadestesquadros.Osprotocolosdeavaliac¸ão10/66-DRGforam validadosextensivamentenessespaíses,havendovantagenspotenciaisnaaplicac¸ãoem regiõeseuropeiascompopulac¸õesidosasdebaixaescolaridade.Nesteestudo, fundamen-tamosedescrevemosaimplementac¸ãoemPortugaldametodologia10/66-DRGparaestudo daprevalênciadademênciaedadepressãogeriátrica.

Materiaisemétodos:Otrabalhodecampodesenrola-senumafaseúnica,emáreasgeográficas definidas,sendoavaliadosdetalhadamenteedeformasistemáticatodososresidentesde 65anosoumais.Ainformac¸ãoérecolhidadosparticipantesedeinformadorespróximos (www.alz.co.uk/1066/).

Resultados:Selecionámosemapeámosumaáreaurbana(emFernãoFerro)eoutrarural (emMora),definindoamostrasfinaisde702e779pessoas,respetivamente.Os instrumen-tosde avaliac¸ãoforamcuidadosamentetraduzidoseadaptadosaocontextoportuguês. Tevelugarum treinorigorosodosentrevistadores,assegurandoafiabilidadedecotac¸ão interobservadores.

Autorparacorrespondência.

Correioeletrónico:gpereira@nms.unl.pt(M.Gonc¸alves-Pereira).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rpsp.2016.03.002

0870-9025/©2016OsAutores.PublicadoporElsevierEspa ˜na,S.L.U.emnomedeEscolaNacionaldeSa ´udeP ´ublica.Este ´eumartigoOpen Accesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

(2)

Discussãoeconclusão: Aaplicac¸ãodosprotocolos10/66-DRGpermitiráobterdadosrobustos deprevalênciadedemênciaededepressão,comamostrascomunitáriasdepessoasidosas emPortugal.Dadaavalidadeinternacionaldametodologiautilizada,estesresultadosserão comparáveiscomosdeoutroscentros10/66,àescalamundial.

©2016OsAutores.PublicadoporElsevierEspa ˜na,S.L.U.emnomedeEscolaNacionalde Sa ´udeP ´ublica.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Implementing

a

prevalence

study

of

dementia

and

geriatric

depression

in

Portugal:

The

10/66

Dementia

Research

Group

methodology

Keywords: Dementia Alzheimer’sdisease Depression Elderly Prevalence

a

b

s

t

r

a

c

t

Introduction: Dementiaanddepressionhaveahugesocialimpact.InPortugal, epidemiolo-gicaldataisscarceregardingcommunitydwellingelderlypeoplewiththeseconditions.In developingcountries,the10/66DementiaResearchGroup-DRGhasconductedmultiplestudies onthecorrespondingprevalenceandincidence.The10/66-DRGprotocolsfor population--basedstudieswereextensivelyvalidatedinthosecountries,andthereisarationaleto applytheminlowliteracyelderlypopulationsinEurope.Wedescribetheimplementation oftheprotocolsrelatedtotheprevalencestudy(ondementiaandgeriatricdepression)in Portuguesesettings.

Materialsandmethods: Thisisaone-phasesurvey,inwhichallpeople65+yearslivingin definedcatchmentareasarecomprehensivelyevaluated.Informationiscollecteddirectly fromparticipantsandfromarelatedinformant(www.alz.co.uk/1066/).

Results: Weselectedandmappedanurbanarea(inFernãoFerro)andaruralone(inMora). Thefinalsamplesweren=702andn=779respectively.Questionnaireswerecarefully trans-latedandculturallyadapted.Rigoroustrainingprocedurestookplacetoensureinter-rater reliability.

Discussionandconclusions:Theimplementationofthe10/66-DRGprotocolswillleadtorobust dataontheprevalenceofdementiaanddepressionincommunitysamplesofelderly peo-pleinPortugal.Giventheinternationalvalidityofourmethodology,theseresultswillbe comparablewiththosefromother10/66centresaroundtheworld.

©2016TheAuthors.PublishedbyElsevierEspa ˜na,S.L.U.onbehalfofEscolaNacional deSa ´udeP ´ublica.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

O envelhecimento das populac¸ões é uma realidade mun-dial, marcadamentenos paísesocidentais industrializados. EmPortugal,existemaproximadamente2milhõesdepessoas com65anosoumais,correspondendoa19%dapopulac¸ão1.

Oíndicedeenvelhecimentotemcrescido:era133,5em2013, superioràmédiade117,7naUniãoEuropeia(UE-28)2.

Osquadros clínicosligados ao envelhecimento têm um impactosignificativosobreaspessoas,asfamíliasea soci-edadeemgeral:ademência(incluindoadoenc¸adeAlzheimer como causa mais frequente) e a depressão geriátrica são exemplodisso.Numarevisãosistemáticacommeta-análise publicadarecentemente,astaxasdeprevalênciade demên-ciaparapessoascom60anosoumaisvariaramentre5-7% (6,9%naEuropaocidental)3.Estima-sequeapopulac¸ão

mun-dialinclua35,6milhõesdepessoascomdemênciaem2010, duplicandoestesnúmerosacada20anos3,4.Registou-seum

aumentosuperiora50%,entre1990-2013,deyearsoflifelost

(YLL)pordoenc¸adeAlzheimereoutrasdemências:apesarda tendênciareconhecidaparasubnotificac¸ãodasmortes asso-ciadas ademência, estacategoria figuraem29.◦ lugar nas

primeiras 50 causas de YLL a nível mundial e integra as primeiras 10 causas nos países ocidentais industrializados (2013)5,6.

Quantoàdepressãogeriátrica,aprevalênciana comuni-dadeoscilaentre8-16%7 ou10-15%8paraa«depressãocom

significadoclínico»,umtermoadoptadopeloconsórcio EURO-DEP.Esteestudoencontrouumaprevalênciaglobalde12,3% (intervalodeconfianc¸a95%[IC95%]11,8-12,9%),variandoentre 8,8%naIslândiae23,6%emMunique9.Noâmbitodoestudo

SHAREecomaescalaEuro-D,foramrelatadastaxas especial-menteelevadasnospaíseslatinos(Franc¸a,ItáliaeEspanha), acima dos 25%10. Entre as depressões com significado

clí-nico,cercade3%preencherãocritérios ICD-10(International

Classification ofDiseases,10th revision)11 ouDSM-IV (Diagnos-ticandStatisticalManualofMentalDisorders,4thedition)12para

«episódiodepressivo»8.Adepressãoestáassociadaa

comor-bilidadesgeriátricaseàprópriademência,peloqueémais prevalenteempopulac¸õeshospitalares/institucionalizadas13.

Anívelmundial,adepressãoéumacausafundamentalde incapacidade:determinamaisanosvividoscomincapacidade (years livedwithdisability [YLD])quequalqueroutradoenc¸a, estandoemquartolugaremtermosdedisabilityadjustedlife years(DALY)14.

(3)

EmPortugal,escasseiamdadosepidemiológicos comuni-táriosempessoasidosas.Algunsestudospioneirostêmagora maisde 30 anos15 eo Estudo Epidemiológico Nacional de

SaúdeMentalnãoabordouespecificamenteademência16.Foi

reestimadorecentementeonúmerodepessoascom demên-cia (160.287)17: esta estimativa, ligeiramente superior à da

iniciativaEurocode18,representariaumacréscimode67.817

pessoasrelativamenteaoprimeirocálculofeitohá22anos19.

Oúnicoestudo portuguêsde prevalênciadedemênciasfoi conduzidononortedopaís,comresultadosdeprevalênciade 2,7%(IC95%1,9-3,8%)parademência(critériosDSM-IV)e12,3% (IC95%10,4-14,4%)paradefeitocognitivosemdemência20.O

recrutamentobaseou-senoscuidadosprimários,nãose tra-tandodeumestudocomunitárioemsentidoestrito.Ataxade participac¸ãofoi52,6%(dentrodohabitualnaEuropa),sendo avaliados1.146participantesem2áreas(urbanaerural).Após rastreioinicial,oscasos«positivos»foramavaliados neurolo-gicamenteparaconfirmac¸ãodiagnóstica;nãohouveavaliac¸ão deumaamostraaleatóriadoscasos«negativos»norastreio. Com o intuitode desenvolver um estudo de incidência, a amostrafoirelativamentejovem(55-79anos).Nãoalmejando diagnósticosformaisde depressão,houveapenasrecursoa umaversãocurtadaescalaGDS.Quantoàdepressão,oestudo Predict-D21eoEstudoEpidemiológicoNacionaldeSaúde

Men-talproduziramevidênciasólidasobreasuaprevalênciaem Portugal.Porém,adepressãogeriátricacontinuamal carac-terizada. OPredict-D, baseado emcuidadosprimários, não incluiupessoascommaisde75anos21.Ambosostrabalhos

recorreramàentrevistaCompositeInternationalDiagnostic Inter-view (CIDI)21,22, gerando diagnósticos DSM-IVde depressão

(comutilidadequestionávelnalgumassituac¸õesgeriátricas). Os estudos Eurobarometer evidenciaram, em Portugal, risco elevado de sofrimento psicológico inespecífico (sintomato-logia ansiosa e depressiva) para pessoas mais velhas, em comparac¸ãocomoutrospaíseseuropeus23.

Nestes grupos de pessoas idosas especialmente frágeis, hánecessidadedealargaraevidênciaepidemiológica,como realc¸adonoPlanoNacionaldeSaúde24enoPlanoNacional

deSaúdeMental2007-201625, bemcomoespecificamente

quanto à demência – em resoluc¸ões da Assembleia da República26.Em Portugal,como noutrospaíses com

ilitera-ciaelevadanapopulac¸ãoidosa,osinstrumentosdeavaliac¸ão beneficiam de adaptac¸ões. Nos mais velhos, questiona--se a validade do uso acrítico dos critérios internacionais ICD-10 ou DSM-IV para demência/perturbac¸ão neurocog-nitiva ou depressão, podendo conduzir a subestimativas dos quadros clinicamente significativos. Por outro lado, a ausência de Portugal de estudos multicêntricos, como o EURODEM27 ou o EURODEP9, realc¸a a necessidade de usar

definic¸ões/metodologiasepidemiológicaspadronizadas, per-mitindocomparabilidadeinternacional5.

O10/66DementiaResearchGroup(10/66-DRG)temproduzido umtrabalhoprofícuo,sobretudonos paísesem desenvolvi-mento, implementandoprogramasde investigac¸ãode base populacional com elevada qualidade28,29. O grupo é

coor-denado em Londres (Institute of Psychiatry, King’s College London [IoP, KCL])30. A designac¸ão «10/66» pretendia

sali-entar, à data da sua constituic¸ão em Cochim (1998), que a investigac¸ão epidemiológica na demência em países em desenvolvimento representava escassos 10% da produc¸ão

internacional,enquantomaisde66%dototalmundialde pes-soascomdemêncianomundoviviamnessespaíses31.Doze

anos depois (2010), 58% das pessoas com demência conti-nuavam a viver nesses países de baixo/médio rendimento (estimando-se 71% em2050)3, mas a investigac¸ão

aumen-toudrasticamente29,32.Osestudosdeprevalência10/66-DRG

emamostras internacionaisjásomam maisde20.000 par-ticipantes,emcentros(urbanoserurais)naAméricaLatina (Argentina, Brasil,Cuba,México,Peru,PortoRico,República Dominicana,Venezuela),Ásia(Rússia,China,Índia)eÁfrica (África doSul,Nigéria), aosquais sejuntaramIrão, Líbano ou Singapura. Comec¸aram a surgir as publicac¸ões sobre estudosdeincidênciadedemência33.Aomesmotempo,o

pro-gramadeinvestigac¸ãodogrupotem focadoaincapacidade pelasdoenc¸ascrónicasnoenvelhecimentoesuas repercus-sões familiares34, ea efetividade de servic¸os para pessoas

com demência esuasfamílias, incluindoumaintervenc¸ão psicoeducativa35.

Osprotocolos 10/66-DRGforamtestadosextensivamente nesses países, evidenciando validade transcultural em populac¸õescomníveisdiversosdeescolaridade36–40.Assim,

oprotocoloéaplicávelemregiõeseuropeiascompopulac¸ões idosasdebaixaescolaridade,comoemPortugal.Alémdisso, ametodologia 10/66-DRGincidetambémnodiagnóstico da depressão geriátrica com significado clínico28,41. Um corpo

apreciáveldeevidênciasustentaavalidadediagnósticadesta metodologia,comvantagensrelativamenteàaplicac¸ãoestrita dos critérios das classificac¸ões internacionais (e.g. DSM--IV)28,36,42.

Neste estudo,descrevemos a implementac¸ão em Portu-galdosprotocolos10/66-DRGparaestudodaprevalênciada demênciaedadepressãogeriátrica.Pretendemosapresentara metodologiado10/66-DRGtalcomoadaptadaparaocontexto nacional, assegurandomelhorinterpretac¸ão dosresultados finaisapublicarembreve.

Material

e

métodos

Osprotocolosdo10/66-DRGencontram-seemacessolivre28.A

preparac¸ãodoestudoemPortugalbaseou-senomanualpara osestudosdebasepopulacional10/66-DRG30.Apósuma

reu-niãoinicial,emLondres(2007),paraformac¸ãonaconduc¸ão doestudoeaplicac¸ãodosinstrumentos,acoordenac¸ão naci-onalplanificouaimplementac¸ãodosprotocolossempreem conjuntocomo10/66-DRG.

Amostragem

Osestudosdeprevalência10/66-DRGimplicamaavaliac¸ãode todos osresidentesde65 anosoumais,emáreas geográfi-casdelimitesdefinidos.Assume-sequenenhumaáreaserá inteiramente representativadopaís oumesmoda regiãoa quepertence.Paradiminuiroviés deselec¸ão,preconiza-se aselec¸ãodeáreastipicamenteurbanas(evitandobairrosde classe média-alta)e/oururais(tendencialmentedetradic¸ão agráriaemenordensidadepopulacional).EmPortugal,foram seleccionadas 2áreas,umaurbana(nafreguesia deFernão Ferro,concelhodoSeixal,regiãodeLisboa)eoutrarural(nas freguesias deMoraeCabec¸ão,concelhodeMora,regiãodo

(4)

Tabela1–CaracterísticasdemográficasdasfreguesiasdeFernãoFerroeMora/Cabec¸ão(2011) Populac¸ãoresidente total Populac¸ãoresidente desagregada porsexo(H) Populac¸ãoresidente com65+anos Populac¸ãocom65+ anosaviversóou compessoasdo mesmogrupoetário

Taxade analfabetismo Portugal 10.562.178 5.046.600 2.010.064 1.199.324 5,2 FernãoFerro (concelhodo Seixal,região deLisboa) 17.059 8.369 2.525 1.838 3,5 Mora/Cabec¸ão (concelhodeMora, regiãodoAlentejo) 2.522/1.073 1.231/489 734/432 489/249 11,5/17,2

Fonte:CENSOS2011–InstitutoNacionaldeEstatística.

Alentejo). A opc¸ão por estas zonas procurou aproveitar a facilidadena definic¸ãodas fronteirasgeográficasdas áreas em estudo(dentro de cada zona), bem como a existência deestruturas/organizac¸õeslocaisinteressadasemcolaborar. Estãoincluídasnatabela1ascaracterísticasdemográficasda freguesiadeFernãoFerroe,emconjunto,dasfreguesiasde Morae Cabec¸ão (cercade 2.500 pessoas com 65+anos em FernãoFerroe1.200emMora/Cabec¸ão).Asáreasemestudo foramdefinidasapartirdomapeamentodestas2zonas,para quecadaamostrafinal(urbana,quepassaremosadesignar «FernãoFerro»,erural,quepassaremosadesignar «Mora») permitisseassegurarumaprecisãode1,2%parauma preva-lênciatípicadedemêncianaordemdos4,5%28.

Protocolodeavaliac¸ão

Aavaliac¸ãodosparticipantestemcaracterísticasmuito par-ticulares.Emprimeirolugar,éconduzidanuma faseúnica, isto é, não se trata de um desenho de fase dupla (ras-treioinicialeconfirmac¸ãosubsequentedosdiagnósticosnos «positivos»rastreados,assimcomoemamostraaleatóriade 5-20%dos«negativos»).Têmsidoaduzidasasvantagensdeste desenhonestesestudosepidemiológicos43.Nosdesenhosde

duplafasepodeocorrerumaelevadataxadeatritoentreo rastreio ea segunda fase, sendo as pessoas com provável demênciaparticularmentepropensasarecusarareavaliac¸ão, amudarderesidênciaoueventualmenteafalecernointervalo temporal28,44. Emsegundo lugar, aavaliac¸ãoémuito deta-lhada,comosecomprovanatabela2,durandopelomenos2-3 horas.Ainformac¸ãoécolhidadiretamentecomoparticipante ecomuminformadordisponível.Oinformadordeveconhecer bemoparticipante:seráprovavelmente(masnão necessari-amente)umfamiliarpróximoe/oucorresidente;emcasosde dúvida,deveaveriguar-seotempodecontactoentreambos.

A tabela 2 reproduz todos os instrumentos usados em Portugal,constituindoapartenucleardoprotocolo10/66-DRG (foramexcluídosno presenteestudo,porfaltade financia-mento, a avaliac¸ão hematológicae bioquímica, bem como a genotipagem APOE). A entrevista WHO-DAS II avalia a limitac¸ãode atividades/incapacidade, tendosido desenvol-vidapelaOMSparainvestigac¸ãoepidemiológicaedeservic¸os de cariz transcultural45. O Client Service Receipt Inventory

Tabela2–Componentesdaavaliac¸ão10/66Dementia ResearchGroup

A–Questionáriododomicílio(aplicadoemconjuntoaos elementosdoagregado)

B–Medidasdestinadasaoparticipante:

1)Questionáriosociodemográficoedefatoresderisco, incluindoasentrevistasWHO-DASIIeCSRI(versãoparao participante)

2)GeriatricMentalStateAutomatedGeriatricExaminationfor ComputerAssistedTaxonomy(GMS-AGECAT):entrevista clínicasemiestruturadadeavaliac¸ãodoestadomental 3)Bateriadetestescognitivos,incluindo:

CommunityScreeningInstrumentforDementia(CSI-D), COGSCORE,incorporandootesteCERADdefluênciaverbal pornomeac¸ãodeanimais

•TesteCERADdeaprendizagemdalistade10palavras, comevocac¸ão

4)ExamefísicosumárioeNEUROEX

a.Exameobjetivodireto:altura,pulso,tensãoarterial sistólicaediastólicaemrepouso(médiade2medic¸ões,em posic¸ãosentadaedepé),perímetroscefálico,torácicoeda anca,testedemarcha(5metros,idaevolta,comcontagem detempoedepassos)

b.Exameneurológicoestruturadobreve:sinaisfocais, parkinsonismo,ataxia,apraxia,reflexos«primitivos»

C–Medidasdestinadasaoinformador/corresidente

1)Entrevistacomoinformador

Módulo1:informac¸ãosociodemográficasobreoinformador;

Self-ReportingQuestionnaire–SRQ(20items)–paratodosos informadores

Módulo2:módulodecuidadosinformais,incluindoaescala desobrecargadeZarit–sóparacuidadoresinformais. Módulo3:móduloparaobtenc¸ãodeinformac¸ãosobreo

participante

–Entrevistacomoinformadorparaavaliac¸ãodedeclínio cognitivoefuncionalnoparticipante:CSI-D,RELSCORE– todososinformadores.

HistoryandAetiologySchedule-DementiaDiagnosisandSubtype

(HAS-DDS)–naeventualidadedeoCSI-Didentificardeclínio cognitivo.

–InventárioNeuropsiquiátrico–NeuropsychiatricInventory

(NPI-Q)–paratodososinformadores

2)Questionáriosociodemográficoedefatoresderisco, incluindoasentrevistasWHO-DASIIeCSRI(versãoparao informador;apenasaplicadaseforimpossívelobtera informac¸ãodiretamentedoparticipante,oucasohaja dúvidasquantoàfiabilidadedessainformac¸ão)

(5)

(CSRI)46 avaliaoscustosdiretoseindiretosparaosservic¸os

desaúdemental, tendosido adaptadointernacionalmente. O Geriatric Mental State (GMS)47, desenvolvido por John

Copeland(Univ.Liverpool),éumaentrevistaclínica semies-truturadaparaavaliac¸ãodoestadomental,consideradacomo opadrãodeouromundialempessoasmaisvelhas.Múltiplos estudosepidemiológicosdocumentaraminternacionalmente a sua validade relativamente às classificac¸ões diagnósti-cas ICD eDSM, além da fiabilidade interobservadores42. É

aplicávelporentrevistadorestreinados,masnão necessaria-menteespecialistasempsicopatologia.Utilizaumalgoritmo computadorizado (AGECAT), baseado no raciocínio clínico, para identificar os «clusters» sindromáticos «organicidade» (demência provável), psicose, depressão e ansiedade. Os níveisdeconfianc¸adodiagnósticoparacada«cluster»variam entre0(semsintomas)e5(gravementeafetado).Onível«3» parececorresponderaodiagnósticoclínicoporumpsiquiatra. A comparac¸ão hierárquica destes «clusters» sindromáticos pelo AGECAT produz um resultado final (diagnóstico prin-cipal).Oprotocolo10/66-DRGusaaversão B3,aplicávelem 20-50minutos.OCommunityScreeningInstrumentforDementia

(CSI-D)48 foi desenvolvido para rastreio de demência em

estudostransculturais. Tem2componentes:testecognitivo e entrevista com um informador. O teste cognitivo avalia domíniosmúltiplos–orientac¸ãotemporaleespacial, lingua-gem,memória,praxias epensamento abstrato– excluindo deliberadamente itens dependentes do nível de literacia. IncorporaatarefaConsortiumtoEstablishaRegistryfor Alzhei-mer’sDisease(CERAD)denomeac¸ãodeanimaisparaavaliac¸ão da fluênciaverbal. A entrevistacom oinformador avalia a impressãodeste sobreaexistência dedeclínionamemória ou inteligência,atividades de vida diária efuncionamento no trabalho erelac¸ões sociais. Obtêm-se 3pontuac¸ões: no teste cognitivo (COGSCORE), do informador (RELSCORE) e discriminativa (DFSCORE,combinando as 2primeiras)49. A

avaliac¸ãodiretadosparticipantesinclui,ainda,examefísico sumáriocomexameneurológicobreve.

Quanto aos informadores/corresidentes, o teste Self--Reporting Questionnaire (SRQ-20) avalia o estado mental, destinando-se ao rastreiode perturbac¸ões angodepressivas

minor50.AescalaZaritBurdenInterviewavaliaasobrecarga

sub-jetivadocuidadorinformal,nademênciaenoutrosquadros incapacitantesempessoasidosas51.AentrevistaHistoryand AetiologySchedule–DementiaDiagnosisandSubtype(HAS-DDS) foimodificada da HAS paracomplementar aGMS-AGECAT, detalhando o início e o curso de uma possível síndrome demencial.Clarifica o diagnóstico dosubtipo de demência nasváriassubcategoriasAGECAT,ICD-10eDSM-IV.Aplica-se auminformadornoscasosemquenãoépossívelproceder diretamenteàentrevistaGMS,para suplementardadosem faltaouvalidardadospoucofiáveisdamesma52.O

Inventá-rioNeuropsiquiátrico(NeuropsychiatricInventory[NPI-Q])avalia sintomascomportamentaisepsicológicosnademênciae qua-drosafins53.

Variáveisresultantesdaavaliac¸ão

Este protocolo permite gerar diagnósticos de demência,de 2 formas28: a) conforme o «algoritmo 10/66-DRG», usando

um limiar de pontuac¸ão associado a uma probabilidade

de diagnóstico sindromáticode «demênciaDSM-IV»(ponto de cortederivadoporregressãologística,usando coeficien-tes GMS, CSI-D eda tarefa CERAD deaprendizagem de 10 palavras)37;b)pelaaplicac¸ãoconvencionaldoscritérios

ope-racionais de investigac¸ão para «demência DSM-IV» e para subtiposdedemência(doenc¸adeAlzheimer,NINCDS-ADRDA; demência vascular, NINDS-AIREN; demência de corpos de Lewy).Osrestantesdiagnósticosclínicos,tambémrelevantes para o diagnóstico diferencial da demência, são: depres-são («depressão clinicamente significativa»– GMS-AGECAT – ou «episódio depressivo» – critérios DSM-IV ou ICD-10); perturbac¸ões psicóticas, perturbac¸ões de ansiedade, alcoo-lismo,epilepsiaeacidentevascularcerebral.

Obtêm-setambémdadossobredeterminantes sociodemo-gráficos(e.g.idade,sexo,estadocivil,educac¸ão,circunstâncias devidaesocioeconómicas,suportesociofamiliar),estadode saúde(e.g.percec¸ãosubjetivadesaúde,diagnósticosclínicos autorrelatados,funcionalidade/incapacidade,dadosclínicose antropométricos),fatoresderiscoparaademência(e.g. ante-cedentes pessoais de depressão ou traumatismo craniano, históriafamiliardedemência)ourelativosaestilosdevidae riscocardiovascular(consumodeálcooletabaco,dieta,níveis deexercícioeatividadegeral–nomomentodeavaliac¸ãoe previamenteaos60anos).

Finalmente, na presenc¸a de patologias crónicas (e.g. demência,outrosproblemasneuropsiquiátricos),avaliam-se: impactoeconómicoparaosservic¸os,impactoemtermosde cuidados informais (tempo de contacto, tipo de cuidados), saúdementalesobrecargasubjetivadocuidador,ealterac¸ões neuropsiquiátricasintegrandooquadroclínico.EmPortugal, foramtambémprevistasperguntassobrediagnósticoprévio dequadrosneurocognitivosouneoplásicos,ecuidados respe-tivos(farmacológicosenãofarmacológicos).

Planoparatraduc¸ãoesuporteàcolheitadosdados

Foi planeada a traduc¸ão dosinstrumentos, respeitando os padrõesde qualidadeinternacionais.Emborajáestivessem disponíveisversõesemportuguêsdoBrasil,optou-sepornão utilizarestasversõesnemnotrabalhodecampo,nemcomo elemento de consulta na traduc¸ão, dadas as significativas diferenc¸aslinguísticas. Excecionalmente,pelaexistência de estudosdevalidac¸ãodaentrevistaclínicaGMS-AGECATedo rastreioSRQ-20,previu-searevisão,emparalelo,dasversões brasileiras.Jáseencontravamtraduzidose/ouvalidadospara PortugalaentrevistadeZarit54eoNPI-Q55.

Emboranamaioriadospaísesosdadostivessemsido colhi-dosempapel,Portugaloptoupelaversãoinformática(sistema

Computer Assisted Personal Interviewing [CAPI]), por diversas razões: rapidez, controlo de qualidade maisfácil eefetivo, custosmenores,constituic¸ãoimediatadosficheirosdedados paraexportac¸ão,necessidadesreduzidasdearmazenamento. Planeou-sequeosdadosfossemrecolhidosdiretamenteem computadoresportáteis,emficheirosEpiData(versão3.1),a partirdaexperiênciado10/66-DRG.Estesquestionários incor-poram saltos condicionais e uma verificac¸ão interativa da consistênciadosdados,osquaispodemserextraídosparao

softwaredeestatísticaSPSS(ondetemlugaroprocessamento ulteriordelimpeza,dederivac¸ãodevariáveisedeaplicac¸ão dosalgoritmos diagnósticos 10/66-DRG,DSM-IV eoutros)e

(6)

outrosprogramas(e.g.STATA).Porém,atraduc¸ãodos instru-mentosimplicoudesdelogoqueasversõesoriginaisinglesas emCAPInãopoderiamserutilizadas,tendosidoproduzido umnovoscriptdosalgoritmosparaportuguês.

Questõeséticas

Osformulárioseinstruc¸õesparaconsentimentoinformado, relativos a participantes e informadores, foram traduzidos e adaptados. O protocolo do estudo, previamente subme-tidoamúltiplascomissõesinternacionais28,foiaprovadopela

ComissãodeÉticadaFaculdadedeCiênciasMédicas-UNL.

Resultados

Aspetosgeraisdaimplementac¸ãodoestudofaseinicial

Oprotocolodoestudodeprevalência10/66-DRGfoi implemen-tadocomadaptac¸õesaocontexto nacional,emcolaborac¸ão estreitacomocentrocoordenador(IoP-KCL)ecomdiversos facilitadoreslocais.

Os instrumentos ainda não validados foram objeto de traduc¸ãoportécnicosbilingueseposteriorretroversão, con-ferida pelos autores/investigadores do 10/66-DRG, fluentes na línguaoriginal (inglês). Na traduc¸ão dos testes cogniti-vos(partesda GMS,CSI-D, tarefaCERAD) foram relevantes ascontribuic¸õesdeelementosdogrupocomexperiênciaem avaliac¸ãoneuropsicológica.Nogeral, foi respeitadaa equi-valênciaconceptualemdetrimento de traduc¸õesliterais e, assim,produzidasastraduc¸õesprovisórias.

Foramselecionados16entrevistadores,distribuídospelas 2 áreas em estudo (7 em Fernão Ferro, 9 em Mora, cada grupo com um supervisor). Todos tinham formac¸ão supe-rior,sobretudoempsicologiaeenfermagem.Otreinogeral (umasemana)foisupervisionadopeloscoordenadores naci-onais(MX,MG-P),o treino GMS-AGECATpor elementos do 10/66-DRG (CF, MP) e o treino no exame físico e neuroló-gico sumário pelo elemento da equipa com especializac¸ão neurológica (AV). A formac¸ão envolveu exercícios de fiabi-lidadeinterobservadores,envolvendovídeos(paraostestes cognitivos, GMS-AGECAT e o exame físico/NEUROEX) e

role-playing.

Terminadas as traduc¸ões provisórias dos instrumentos eotreinodosentrevistadores, iniciaram-se(fevereiro/2012) estudos-piloto(n=30 emcadaárea). Estesestudosvisaram testar aaceitac¸ão dos instrumentosno terreno, identificar problemas de conteúdo e/ou de compreensão nas ques-tões, avaliar a durac¸ão média das entrevistas, avaliar as dificuldades em cenário real e agilizar os procedimentos deentrevista.Cadaentrevistadorfoidiretamente supervisi-onado. Verificou-se que a avaliac¸ão completa de um caso demorava, em média, meio-dia, dependendo do grau de colaborac¸ãoedapatologiaexistente.Estamorosidade deter-minou que as entrevistas viessem a ser conduzidas em pares de entrevistadores e que muitas tivessem lugar em 2momentos,nuncaseparadospor maisqueumasemana. No final dos estudos-piloto, foram aferidos procedimentos (paraaperfeic¸oamentotécnico,commelhoriadafiabilidade decotac¸ão)ecorrigidosdetalhesdastraduc¸ões(conduzindo

às versões definitivas dosinstrumentos). Os questionários foraminformatizadosparasistemaCAPI(versãoportuguesa), mediantecontactoregularcomoIoP-KCLparaotimizac¸ãodos algoritmos.

Amostragememetodologiaepidemiológica derecrutamento

O trabalho de campo teve lugar entre 2012-2013. Circuns-critas as fronteiras geográficas de recrutamento (área de FernãoFerro,inscritanafreguesiahomónima,edeMora, cor-respondendoà totalidadedas freguesiasde Mora/Cabec¸ão), utilizou-se um método «rolling door knock», investigando todasasunidades habitacionaisdas áreasselecionadas.Os entrevistadorespercorrerampercursospré-determinadosna sequência do mapeamento, batendo casa a casa e dei-xandofolhetosnascaixasde correio.Havendorespostano momento,oprojetoeraapresentadocomconviteaparticipar. Asavaliac¸õeseramagendadasparaolocalpreferidopeladíade participante/informador(e.g.residência,instituic¸ões,servic¸os desaúde).Norecrutamentofoiasseguradaacolaborac¸ãolocal de associac¸ões,organizac¸ões,servic¸osdesaúde,paróquias, autoridadesdepolíciaeautarquias.Estemétodo,emondas sucessivas,permitiudiminuirsignificativamenteonúmerode unidadesresidenciaisnãorespondentes.Porém,encontrámos casasaparentementenãohabitadasaquandodastentativas de contacto,nomeadamenteemFernãoFerro, ondemuitas residências funcionavam como segunda habitac¸ão/casa de férias,semmoradorregular.

Monitorizac¸ãocontínuadequalidadedosdados edegarantiasdeseguranc¸a

Comoiníciodotrabalhodecampo,osupervisoremcadaárea realizava reuniões mensais com a equipa, acompanhando noterrenoosentrevistadores,aleatoriamente.Ocontroloda qualidade dosdadosfoi asseguradocomrevisãoregular de amostrasaleatóriasderegistos,paratestarasuaconsistência edetetarproblemasdepreenchimento(e.g. omissões,erros de preenchimento ou nos saltos,informac¸ão incongruente oucontraditória).Osdadossobredomicílios,participantese informadores,foramarmazenados emrepositórios seguros, separadosdosdadoscolhidosnasentrevistas.

Resultadosfinaisdorecrutamento

No cômputo final, entre 1.916 potenciais participantes nas áreasdefinidas(1.047emFernãoFerroe869emMora),foram efetuadas1.481entrevistascompletas(702emFernãoFerroe 779emMora).Em435casos(345emFernãoFerroe90emMora) nãofoipossívelrealizaraentrevista,porrecusaformaloupor impossibilidadedecontactoapós3tentativas.Assim,ataxa departicipac¸ãoreferenteàsáreasdefinidasemapeadasfoi, nototal,de77,3%(67,1%emFernãoFerroe89,6%emMora). Note-sequeforamconsideradospararecrutamentooslares de3.aidade,comrestric¸ãoaosutentesquejáresidissemem cadaumadasáreasantesdoingressonainstituic¸ão.As prin-cipaiscaracterísticassociodemográficasdosparticipantesno estudoconstamdatabela3.

(7)

Tabela3–Caracterizac¸ãosociodemográficadasamostrasemFernãoFerro(áreaurbana)eMora/Cabec¸ão(árearural) Total(n=1.481) Áreaurbana(n=702) Árearural(n=779)

Grupoetário(valoresomissos) 0 0 0

65-69anos 361 193(27,5%) 168(21,6%)

70-74anos 354 196(27,9%) 158(20,3%)

75-79anos 351 177(25,2%) 174(22,3%)

80+anos 415 136(19,4%) 279(35,8%)

Sexo(valoresemfalta) 0 0 0

Feminino 837 377(53,7%) 460(59,1%)

Níveleducacional(valoresomissos) 7 2 5

Seminstruc¸ão 249 77(11,0%) 172(22,2%) Primário(incompleto) 292 80(11,4%) 212(27,4%) Primário 795 446(63,7%) 349(45,1%) Secundário 51 31(4,4%) 20(2,6%) Superior 19 10(1,4%) 9(1,2%) Desconhecido 68 56(8,0%) 12(1,6%)

Estadocivil(valoresomissos) 7 1 6

Solteiro 70 19(2,7%) 51(6,6%)

Casadoouuniãodefacto 958 511(72,9%) 447(57,8%)

Viúvo 404 143(20,4%) 261(33,8%)

Divorciadoouseparado 42 28(4,0%) 14(1,8%)

Ocupac¸ãoanterior(valoresemfalta) 24 7 17

Func¸ãopública/gestão/liberal 173 127(18,3%) 46(6,0%)

Empregado(comércio/escritório) 199 123(17,7%) 76(10,0%)

Operárioespecializado 538 256(36,8%) 282(37,0%)

Trabalhadorindiferenciado/agricultura 547 189(27,2%) 358(47,0%)

Situac¸ãodevida(valoresomissos) 0 0 0

Vivesó 367 107(15,2%) 260(33,4%)

Apenascomcônjuge 769 388(55,3%) 381(48,9%)

Comfilhosadultos 30 25(3,6%) 5(0,6%)

Outrassituac¸ões 315 182(25,9%) 133(17,0%)

Discussão

Aimplementac¸ãodestametodologiarevestepotencialidades importantes,quandoosresultadosfinais forempublicados. EmPortugal,temsidoexploradooimpactodosquadros neu-ropsiquiátricosempessoasmaisvelhas(e.g.necessidadesde cuidados,repercussõesnasfamílias)56–58,massobretudono

contexto dosservic¸osenão propriamentenacomunidade. Osestudosepidemiológicosnacionais,tendocontribuídopara caracterizarproblemasdecorrentesdademênciaeda depres-sãogeriátrica,sãoinsuficientesnestecampo.

Mediante esta avaliac¸ão detalhada dos 1481residentes, com 65 anosou mais,de 2 áreas circunscritas com carac-terísticasdiferentes (urbanaerural),contamosobterdados complementaressobreaprevalênciacomunitáriade demên-ciae depressão. Além disso, os nossos resultados poderão ajudaradefiniroimpactopopulacionaldestesquadros,por diversasrazões.Emprimeirolugar,esteestudoimplicauma avaliac¸ãoabrangentedeamostrascomunitárias(emtermos clínicos,funcionais,sociaiseeconómicos),ultrapassandoo contextodosservic¸osdesaúdeenãoselimitandoaocálculo deprevalências.Emsegundolugar,oestudodaprevalência éfeitonuma únicafase,deacordocommétodosvalidados queincluemmais-valiasnoscritériosdediagnóstico.A preva-lênciadedemênciaécalculadapelo«algoritmo10/66-DRG»e peloscritériosDSM-IV.Nostrabalhos10/66foramreportadas

diferenc¸asgrandesnastaxascalculadaspelos2métodos (atin-gindo, e.g.Índia,discrepânciasentre8-10%peloprimeiroe menosde1%pelosegundo)29.Aprevalênciadedemênciana

comunidade,empopulac¸õescomníveismaisbaixosde lite-racia, é influenciada pelo métododiagnóstico. Jacob et al., tambémnaÍndia,encontraramtaxas tãodiferentesquanto 8%(DSM-IV),6,2%(CSI-D,DFSCORE),10,6%(«algoritmo 10/66-DRG»)e63,2%(GMS-AGECAT)49.NoCanadianStudyofHealth and Aging os casos ligeirosde demênciaeram dificilmente detetados pelaaplicac¸ão estritadoscritérios DSM-IV,mais restritivos,claramenteidentificandocomfiabilidadeoscasos demaiorgravidade59.O«diagnóstico10/66-DRG»de

demên-cianãorequerespecificamentenenhumdoscritériosDSM-IV, mas apenas um perfil de défice cognitivo (num teste for-mal),acorroborac¸ãododeclíniocognitivoefuncional(porum informador), eumaentrevistaclínicaconsistentecom pro-babilidadeelevadadeserum«caso»28. Navalidac¸ãoinicial

do«diagnóstico10/66-DRG»dedemência(usandocomo cri-térioumdiagnósticoDSM-IVestabelecidoporclínicoslocais), foramexcelentesosníveisdesensibilidade(94%)e especifici-dade(97%comcontrolosdeníveleducacionalelevadoe94% com controlosdeníveleducacionalbaixo).Osfalsos positi-vosvariaram entre1-10%(consoanteasregiõeseosníveis educacionais),oquetambémcontribuiráparaumamaior pre-valênciadecasos10/66-DRGemcomparac¸ãocomadoscasos DSM-IV.Vindoaverificar-se nesteestudoumadiscrepância semelhante,talcomosugeridopelasanálisespreliminares60,

(8)

poder-se-áquestionaratéquepontoaprevalênciada demên-cianãotemsidosubavaliadaentrenós.Quantoàdepressão, também os resultados apontando para menor prevalência deformas «major» nos maisvelhos podemparecer contra--intuitivos.Questiona-seousoisoladodoscritériosDSM-IV ouICD-10(comaplicac¸ãodelistagensdesintomasnem sem-precapazesdecaptaraessênciadadepressãogeriátrica)8ea

DSM5nãopareceterultrapassadoesteproblemade subdiag-nóstico,independentementedaretiradadolutocomocritério deexclusãoparadepressão«major».Nafaseatualdo conhe-cimento,parecesermaisindicadaaavaliac¸ãodadepressão geriátrica clinicamente significativa pela GMS (incluída no protocolo10/66-DRGecontemplandoofator«motivacional» daescalaEuro-D).

Finalmente, esperamos que a concretizac¸ão do estudo de prevalência seja um primeiro passo conducente à programac¸ãodoensaio10/66-DRGdeintervenc¸ãofamiliarna demência35edoestudodeincidência.Abasededados

portu-guesaseráincluídaemanálisescomparativasinternacionais. Devemos,porém,assinalaralgumaslimitac¸õesneste tra-balho. Não procedemos a uma validac¸ãoformal inicial do algoritmodediagnóstico10/66-DRG,usandocomocritérioum diagnósticoclínicoespecializado.Nãoobstante,esseestudo foirealizadonoutroscentrosinternacionais37,40eevidência

recentedavalidadepreditivadosdiagnósticosdedemência (DSM-IVepelo«algoritmo10/66-DRG»),atravésdeum follow--up a 3 anos de todos os casos diagnosticados no estudo

baseline.

Conclusão

Os protocolos 10/66-DRG para estudos de prevalência na comunidadeforamimplementadosmeticulosamenteem Por-tugal.Aanáliseestáemconclusãoeosresultadosserãoobjeto depublicac¸ãoespecífica.

Apesar de a prevalência da demência poder estar a diminuirnalgunspaísesocidentais4,oenvelhecimento popu-lacional e o aumento considerável do número de pessoas afetadas, entre doentes e famílias, torna imprescindíveis planos nacionais para enfrentar as dificuldades decorren-tes destas doenc¸as. Sem um plano, existe o risco de que osservic¸osde saúdeesociaisnão consigamlidar adequa-damentecomestedesafio,tendendoaoperaremmodode crise61.Empaísesdesenvolvidos,menosde50%daspessoas

comdemênciatêmumdiagnósticoclínico62.EmPortugal,

ape-sarda estimativarecenteemenosdesfavoráveldeSantana etal.17,subsisteaimpressãodequemuitosdoentesnãosão

diagnosticados,independentementedoacessoaosservic¸os. Este estudo do 10/66-DRG poderá ser relevante na determinac¸ãodoverdadeiroimpactonacionaldasdemências edadepressãoempessoasmaisvelhas.

Financiamento

TrabalhofinanciadopelaFundac¸ãoparaaCiência e Tecno-logia([FCT]Prevalênciadasperturbac¸õesneuropsiquiátricas noidoso:Contribuic¸ãoparaapolíticade saúdementalem Portugal–ref.aPTDC/SAU-EPI/113652/2009).

Conflito

de

interesses

Osautoresdeclaramnãohaverconflitodeinteresses.

Agradecimentos

Os autores gostariam de agradecer ao Prof. Carlos Matias Dias a sua ajuda na discussão de opc¸ões estratégicas na implementac¸ãodoprotocolo10/66-DRG.

Ogrupodetrabalho10/66-DRGemPortugalinclui,também, osentrevistadores:A.Viegas,C.Simões,F.Barreiros,I. Maga-lhães,P.L.Dias,R.Campanic¸o–FernãoFerro;P.Gens,F.Costa, M. José Vicente, M. Calhau,R. Bairrão Carvalho,S. Rosado, V. Gens, V. Mendes – Mora. Os autores agradecem a colaborac¸ãodasseguintesentidades:USFFernãoFerromais, Associac¸ãodeReformados,PensionistaseIdososdeFernão Ferro (ARPIF),Junta deFreguesia de Fernão Ferro,Paróquia deFernãoFerro,SantaCasadaMisericórdiadeMora,Centro deSaúdedeMora,GuardaNacionalRepublicanaefarmácias locais.

Maria J. Marques deu uma ajuda fundamental na compilac¸ãodedadosenarevisãodomanuscrito.Finalmente, osautoresagradecemprofundamenteatodososparticipantes noestudo.

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Tabela 1 – Características demográficas das freguesias de Fernão Ferro e Mora/Cabec¸ão (2011) Populac¸ão residente total Populac¸ão residentedesagregada por sexo (H) Populac¸ão residentecom65+anos Populac¸ão com 65 +anosaviversóoucompessoasdo mesmo grupo et
Tabela 3 – Caracterizac¸ão sociodemográfica das amostras em Fernão Ferro (área urbana) e Mora/Cabec¸ão (área rural) Total (n = 1.481) Área urbana (n = 702) Área rural (n = 779)

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