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Diagnóstico espiritual e respectiva intervenção no doente e na prática

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Academic year: 2021

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Cadernos de Saúde Vol. 4 N.º 1 2011 – pp. 53-62

Abstract

Spirituality is a very important dimension in health care, and without it we couldn’t talk about integral and global assistance to suffering person and their families, from a human being’s holistic point of view.

As in any other area, also in spirituality care we must diagnose and propose an intervention, according to specific techniques, instruments and methodologies, so that we can know precisely how to intervene towards people real needs.

Through spiritual diagnosis we can evaluate problems, needs and strong issues about the person’s spiritual dimension. Simultaneously we can program all interventions in order to help to achieve the person and their relative’s spiritual well-being.

Keywords: spirituality, spiritual diagnosis, spiritual intervention and spiritual well-being. !

Resumo

A espiritualidade, no âmbito da saúde, tendo em conta a visão holística do ser humano, é uma dimensão importante e fundamental, sem a qual, aliás, não se poderia falar de uma assistência integral e global da pessoa que sofre e seus familiares.

Tal como em qualquer outra área, também nesta é impres-cindível a realização de um diagnóstico e respectiva intervenção, com as devidas técnicas, instrumentos e metodologias, a fim de que a intervenção seja mais objectiva, indo de encontro às necessidades reais da pessoa.

Através do diagnóstico espiritual, faz-se a avaliação de problemas, necessidades e pontos fortes relativamente à dimen-são espiritual da pessoa e simultaneamente se programam possíveis intervenções a concretizar, em ordem a alcançar o maior bem-estar espiritual da pessoa doente e seus familiares.

Palavras-chave: espiritualidade, diagnóstico espiritual, intervenção espiritual e bem-estar espiritual. !

doente e na prática*

Spiritual diagnosis and intervention in patients and

clinical practice

Alberto Paulo Madureira Mendes**

A pedido do presidente do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa – Lisboa, Doutor Alexandre Castro Caldas, o autor aceitou o desafio de elaborar o presente artigo, como forma de partilhar um pouco da sua formação académica e experiência prática profissional / vocacional, no âmbito da espiritualidade, com pessoas doentes e suas famílias.

Por conseguinte, ainda que o artigo tenha por base o trabalho final de mestrado em cuidados paliativos, a temática desenvolvida também se aplica a outras áreas da saúde da experiência dos autores,

nomeadamente cuidados continuados, geriatria, psiquiatria, entre outras.

Assim, optou-se em primeiro lugar por clarificar alguma terminologia, seguindo-se o desenvolvimento do tema acompanhado de alguns exemplos, a partir da experiência prática, que certificarão de certo modo a teoria, aliás também desenvolvida por vários autores, identificados na bibliografia.

Deste modo, começando por definir “espirituali-dade”, citando Barbosa (2010a):

Espiritualidade é uma perspectiva pessoal com-plexa, abrangente, multidimensional, sistémica,

* Artigo realizado a partir do trabalho final de mestrado em cuidados paliativos (Mendes, 2010). ** albertomendesoh@hotmail.com

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ao falarem sobre diagnóstico na relação pastoral de ajuda, descrevem-no como um processo cognitivo, feito pelo ajudante, sobre as informações verbais ou não verbais da pessoa ajudada e seus familiares, em que captando o seu “mundo interior” poderá dar resposta às necessidades reais e concretas da pessoa, não caindo em pressupostos subjectivos do próprio ajudante. Logo, é imprescindível tomar consciência do diagnóstico, ainda que muitas vezes a sua realização seja espontânea e quase sem se dar conta da sua utilização. Para a sua realização deve-se recorrer a instrumentos e técnicas próprias para tal fim.

Quanto à “intervenção”, como em qualquer área, é sempre feita de acordo com o diagnóstico, deverá ter em conta a realidade da pessoa e todo o seu entorno, o momento que a pessoa está a viver. Tomando como exemplo uma pessoa com doença avançada, progressiva e incurável, podemos ver, concretamente, como a pessoa doente, e por vezes também a sua família, passam por diferentes fases perante a doença: desde a negação da própria situação; a revolta ou ira perante o que estão a viver; a negociação, por exemplo, com uma entidade divina; a depressão, muitas vezes expressa na apatia ou indiferença e, por fim, a aceitação, quando possível. A ordem pode não ser esta e nem todas as fases poderão ser vividas. Assim, as intervenções, com as respectivas técnicas e instrumentos são também de acordo com a fase em que a pessoa se encontra (Kübler-Ross, 2008).

Contudo, apesar de nos últimos tempos o interesse pela espiritualidade ter vindo a aumentar, de acordo com Bermejo (2009, pp. 58-63) ainda há uma certa subvalorização por esta área no mundo da saúde ou até quem ofereça, por exemplo, certas resistências ao diagnóstico espiritual, vendo-o como um juízo, como técnica despersonalizadora ou como um atentado contra a liberdade da pessoa ajudada. Na realidade, e como aliás se pode experimentar na prática diária, o diagnóstico espiritual, sendo um processo dinâmico e interactivo entre doente, equipa e família, não só é útil como também é indispensável e fundamental para um contínuo cuidar integral da pessoa doente e da sua família.

Toda a pessoa é um ser em constante mudança até ao momento da morte e até os seus familia-res e a própria equipa vão mudando de opinião, sentindo diferentes sentimentos e formas de ver e de estar no mundo com os outros, com Deus e consigo mesmos. Há uma constante adaptação e consequentes estratégias de coping, especialmente e integradora da experiência humana que, através

de questionamento e reflexão, contemplação, meditação e oração, avalia os aspectos materiais existenciais (perspectivas, comportamentos, rela-ções, projectos e realizações) da vida conduzindo à consciência da transcendência nas suas dimensões: biográficas, situacional, ou cósmica ajudando a manter a relação consigo próprio, com os outros, com entidades superiores ou forças vitais, para procurar eventuais significados e propósitos de vida e sentimentos de ligação/conexão e de paz interior. (p. 603).

De facto, espiritualidade é sem dúvida uma dimen-são da pessoa muito vasta e importantíssima do “ser pessoa”, Twycross (2003, p. 57) chega a referir que, a dimensão espiritual engloba e integra as outras três dimensões, o que na realidade demonstra o quão importante é a espiritualidade no “todo” do ser humano, sendo transversal a toda a realidade existencial e vivencial de toda a pessoa.

Em contexto de saúde, importa sublinhar que, a dimensão espiritual, tal como as dimensões física, psicológica e social da pessoa humana, é parte constituinte e imprescindível da filosofia dos cuidados de saúde, sem a qual, aliás, não se poderia prestar de forma integral os cuidados totais ao doente e à família. A pessoa é um todo, logo não se cuida apenas a parte biológica, social ou psicológica; cuida-se, sim, toda a biografia da pessoa e todo o seu entorno (Bruera, 2003; González, 2007, p. 52).

Ao cuidar da pessoa em sofrimento deve-se ter em conta o seu todo, pois todo o indivíduo sofre por diversos motivos ou causas, sendo eles de ordem física, psicológica, social ou espiritual; um sofrimento global a que Cicely Saunders, relativamente aos cuidados paliativos, chama de “dor total” (Capelas, 2008, pp. 9-24). Desta forma, nenhuma dimensão da pessoa deve ser subvalorizada, inclusive a dimensão espiritual.

Gameiro (1997, pp. 215-232), na sua tese de doutoramento, recorrendo ao modelo hospitaleiro de S. João de Deus, demonstra bem o quão sanador poderá ser englobar todas as dimensões da pessoa no acto de cuidar, curar e consolar, evocando a hospi-talidade integral e integradora. Pois, a visão holística do ser humano tem de estar sempre presente, no contexto da saúde, como garante da assistência integral à pessoa humana.

Relativamente ao “diagnóstico espiritual”, de acordo com Brusco (1991), Hétu (1982) e Pruyser (1976), citados por Bermejo (2002b, pp. 119-122),

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vazios e constrangedores, mentira, vergonha do seu “eu”, orientação sexual, relações amorosas, rigidez relacional, infidelidades, problemas familiares, con-flitos familiares e laborais, problemas económicos, desemprego, abandono familiar, divórcio, tentativas de suicídio, morte de alguém, abortos realizados, maus tratos, pedofilia, alcoolismo, droga, familiares doentes, dor não controlada, entre outros.

Ainda que os problemas possam parecer ou ser de âmbito social, psicológico ou até biológico, podem influenciar muito a dimensão espiritual da pessoa, pois um simples divórcio, infidelidade ou aborto pode exigir uma séria intervenção a nível do perdão e do sentido da vida. Um bom diagnóstico espiritual terá de estar atento ao que é visível ou invisível, ao que é dito ou não dito, a fim de que as problemáticas reais da pessoa sejam de facto diagnosticadas, para uma eficiente intervenção.

Outra questão fundamental é sem dúvida a atenção a dar a algumas realidades ou sintomas espirituais, como por exemplo: os medos, as culpas, o vazio, a falta de confiança, o mau humor, o nervosismo, a tristeza, o desânimo, a ansiedade, a hipersensibili-dade, o isolamento social, a dependência, a revolta, a tensão interior, a insegurança, entre outros, porque poderão indicar outros problemas ou necessidades mais profundas, que impliquem intervenções muito concretas.

No entanto, ao fazer-se o diagnóstico, não se deve ficar apenas pelos problemas e necessidades, também os pontos fortes da pessoa devem ser tidos em conta (Pereira & Araújo, 2010), algo que na pessoa pode ser um grande potencial, onde ela e a própria equipa se podem “agarrar” para uma melhor recuperação espiritual, como por exemplo: Deus, religião, crenças, fé, abertura ao transcendente, família, filhos, netos, cônjuge, amigos, voluntariado, capacidade de perdoar, de orar, de pacificar, de liderança, gratuidade, disciplina, extroversão, con-fiança, auto-estima, positivismo, respeito, obediência, sensibilidade, diversão, entre outros.

Várias vezes se vêem pessoas que, mesmo estando a sofrer terrivelmente por determinadas doenças, demonstram felicidade por terem uma família, um amigo, uma fé, uma grande capacidade de orar, de gratuidade, de confiança, que as ajudam a superar o mal-estar e até por vezes a conseguirem determinado nível de bem estar espiritual, demonstrado na sua serenidade.

Para isso, também poderá contribuir muito deter-minadas atitudes dos cuidadores, quer ao fazerem o diagnóstico, como também na intervenção, como por para o doente e para a família, com a nova

reali-dade da doença que estão a vivenciar (Sousa, 2007, p. 19), daí a utilidade do diagnóstico ser um processo dinâmico, pois num dia se pode encontrar a pessoa num determinado estado de espírito e noutro dia estar totalmente ao contrário, o que implica uma variedade de intervenções de acordo com as reais necessidades avaliadas em cada momento.

Como em todas as outras áreas, também na área espiritual existe um vasto leque de necessidades, problemas e pontos fortes a reconhecer no doente e na sua família que, com a devida avaliação e respectivo planeamento de intervenção, se intenta que as pessoas possam usufruir do maior bem-estar possível, pois o bem-estar espiritual, já demonstrado aliás em diversos estudos, contribui e beneficia a saúde global da pessoa humana (Santos, 2009, pp. 373-385).

Pinto e Ribeiro (2007), assim como outros auto-res: (Rego, 2008), (Peres, Arantes, Lessa & Caous, 2007), (Pestana, Estevens & Conboy, 2008), (Pan-zini, DaRocha, Bandeira & Fleck, 2007), (Penha & DaSilva, 2007) e Pessini, L. (2007), entre outros, referem a importância da espiritualidade e da religião na harmonia e no equilíbrio integral da pessoa e respectiva qualidade de vida, especialmente nos momentos de doença.

A espiritualidade, tendo ou não expressão religiosa, acaba por ser uma mais-valia para a integração da doença e da morte, ajudando na adaptação à nova realidade, dando resposta às necessidades espirituais e funcionando, muitas vezes, como “terapêutica espiritual” para o doente e para os seus familiares.

Relativamente às necessidades espirituais, de acordo com Barbero (2002), citado por Cachón (2008), pode-se enumerar, por exemplo, as seguintes como sendo as mais relevantes: “necessidade de ser reconhecido como pessoa; necessidade de reler a vida; necessidade de encontrar sentido na vida presente e futura; necessidade de libertação da culpa e de perdoar-se; necessidade de reconciliação e de sentir-se perdoado; necessidade de colocar a sua vida em algo ou alguém mais além de si mesmo; necessidade de continuidade, necessidade de uma autêntica esperança; e necessidade de expressar sentimentos e vivências religiosas” (p. 29).

Além das necessidades, por vezes também podem existir problemas que podem ser um grande obs-táculo ao bem-estar espiritual, como por exemplo: dúvidas existenciais e religiosas, desorientação vivencial, solidão, stress, expectativas irrealistas, falsas esperanças, conspiração do silêncio, silêncios

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relação de ajuda, presença empática, escuta activa, reler a vida, explorar recursos internos e externos, companhia, toque e olhar afectivo, facilitar expressão de sentimentos e vivências religiosas, sacramentos, ritos, orações, bênçãos, relaxamento, promover a auto-estima, facilitar a resolução de conflitos, esclarecimento de dúvidas existenciais, espiritu-ais e religiosas, linguagem verbal e não verbal, silêncio terapêutico, facilitar o perdão, encaminhar para outros profissionais / técnicos especializados, infundir esperança realista, apoio no luto, oração pós-morte, entre outras.

Cada intervenção deverá ter uma metodologia própria e objectivos muito concretos, como por exemplo a “escuta activa”, como refere Bermejo (2002a, pp. 62-64), pode ser cura, quando é feita com profundo respeito pelo outro, respeitando os silêncios, mostrando interesse na tentativa de com-preender o significado das suas palavras. Uma escuta que implica o olhar atento e o contacto corporal que transmita à pessoa serenidade e confiança.

No mesmo sentido, Ferrão (2008, pp. 291-307) refere-se à empatia como sendo a base do encontro de ajuda, em que a escuta e o respectivo silêncio poderão ser um caminho que conduzem à “reno-vação espiritual no sentido da compaixão”.

Rinpoche (2007), citado por Forte (2009, p. 228), é da opinião de que mais importante do que responder a perguntas da pessoa doente e da sua família, é saber estar presente com atenção e compaixão, sem julgar, tentando apenas compreender a pessoa. As suas perguntas, às vezes, apenas expressam uma necessidade de ter alguém disposto a ouvir e não propriamente a responder.

Disto é testemunha o próprio Schwartz (2006, p. 77) ao referir que considerava muito importante partilhar com os outros o que ia dentro dele, com a esperança de que fossem receptivos e o apoiassem, pois, assim, ao saberem o que na realidade se estava a passar com ele não imaginariam coisas piores.

A compressão que se demonstra perante a reali-dade que se escuta, sobretudo na aceitação incon-dicional, sem fazer interpretações precipitadas ou tentativas de moralizar, faz com que muitas vezes as pessoas se sintam à vontade, com confiança para partilhar e, simultaneamente, se sintam libertas de grandes culpas, como é o caso de algumas confissões sacramentais (Bermejo, 1998, p. 59).

É o caso por exemplo de alguém com 80 anos de idade, que ao carregar durante 60 anos, com o peso da culpa de um aborto realizado aos 20 anos, expressa a necessidade de obter um perdão exemplo: disponibilidade, atenção, abertura, entrega,

confiança, autenticidade, saber estar, ver para lá do visível, respeito, empatia compassiva, compaixão e silêncio. Atitudes que podem ajudar e influenciar de forma positiva a pessoa que está a sofrer e a família, funcionando assim, simultaneamente, como “terapêutica espiritual”.

Bermejo (2009, pp. 111-117), relativamente aos cuidados paliativos, no seu livro Acompañamiento

espiritual en cuidados paliativos, diz-nos que as atitudes e habilidades para ajudar as pessoas em fim de vida passam pela aceitação incondicional, empatia e autenticidade, exigindo sempre do ajudante uma atitude humilde e compreensiva perante o outro, seguindo o modelo do curador ferido, que nos coloca em situação de igualdade perante a pessoa que sofre (Barbero et al., 2008, p. 77).

O próprio Nouwen (2001), no seu Livro O

Cura-dor Ferido, mostra-nos como esta sintonia de ser humanos vulneráveis pode, de certo modo, ajudar a ter uma maior consciencialização da vivência do sofrimento do outro, desafiando a uma maior empatia e compaixão.

Pela experiência, verifica-se que a atitude samari-tana (Bíblia, Lc. 10, 30-35), quando vivenciada desde a mais profunda empatia compassiva, no dizer de Ekman, a que Goleman chama de preocupação empática, citados por (Bermejo, 2009, p. 68), para com a pessoa que sofre e os seus familiares, faz com que a intervenção seja mais eficiente e se consiga um melhor resultado de bem-estar do doente e da família.

Parafraseando Ribeiro (2008, pp. 249-257), o profissional de saúde que tenha uma compaixão genuína é como o samaritano que deve identifi-car com maturidade e assertividade o que o outro necessita: a presença, o diálogo, o olhar, a escuta, o carinho, o auxílio no caminho para a construção da fé/espiritualidade/religiosidade, identificando a necessidade que a pessoa doente tem de assistente espiritual/sacerdote e sacramento(s).

Acompanhar espiritualmente a pessoa que sofre é entrar no mundo interior da outra pessoa e em toda a sua biografia, implica perceber as suas necessidades e apelos ou “gritos” mais profundos, compreender o seu modo de estar e de sentir e, sobretudo, saber permanecer ali ao lado, ainda que a muito custo e, por vezes, sem saber o que fazer.

Quanto às intervenções a realizar, com técnica e humanização, são sempre segundo o respectivo diag-nóstico, indicam-se aqui algumas possíveis, como por exemplo: acolhimento e aceitação incondicional,

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as expressões faciais, o contacto visual, físico e o toque, a postura e os movimentos corporais, tendo em conta o estado avançado da doença em que se encontram, é a comunicação não verbal mais adaptada a utilizar (Querido et al, 2010, pp. 461-485). Também a linguagem para verbal ou paralingua-gem, modificando o tom de voz, os sons “hum, ah”, acompanhados por expressões faciais ou visuais ou toques físicos, podem ajudar a que algumas vezes seja possível manter uma comunicação com alguns doentes em grande dependência, sendo por vezes um especial instrumento de intervenção espiritual.

Citando Araújo (2009), “mesmo quando não é mais possível verbalizar seus anseios, o paciente terminal demonstra de maneira não verbal e fisio-lógica seu sofrimento e ansiedade” (p. 214). Logo, a competência para comunicar com este tipo de pessoas deverá ser uma exigência permanente do ponto de vista teórico e prático da formação, uma aprendizagem que é um processo longo e contínuo de contacto com estas pessoas, que são uma autêntica “universidade”.

É importante referir que tanto os doentes como os familiares tendem a confiar muito na área espiritual/ /religiosa, aproveitando todos os momentos possíveis para questionar, dialogar e pedir informações ou apenas confirmar algo que já sabem, o que deverá exigir uma atenção redobrada, à área espiritual, a esta parte da comunicação.

Tal como referem Charles Edwards (1983) e Rinear (1987), citados por Alarcón e Aguirre (1994), “os 4 princípios chave que ajudam na boa comunicação passam por escutar bem; não mentir nunca; evitar a conspiração do silêncio e não retirar a “esperança” aos doentes, facilitando assim a confiança e a con-sequente relação empática, imprescindíveis para a boa relação de ajuda” (p. 94).

De acordo com Gómez (2007, pp. 828-830), membro da equipa de cuidados paliativos domici-liários do hospital de S. João de Deus de Santurce (Espanha), a comunicação é como que uma espécie de pontes entre a equipa, o doente e os seus familiares, em que o silêncio, a palavra, o tacto, o olhar, o sorriso, as lágrimas, a criatividade, a autenticidade, a empatia, a aceitação incondicional e a espiritualidade fazem de pequenas pontes entre dois mundos que, embora iguais, vivenciam uma experiência muito diferente.

Assim, a comunicação, verbal e não verbal, acaba por ser um grande instrumento de diagnóstico e intervenção espiritual, passando por ser um processo onde se inclui informação, compreensão, apoio no momento da morte. O seu bem-estar espiritual

– religioso depende claramente de um encontro especializado com alguém da área espiritual, que possa intervir respondendo à real necessidade diag-nosticada, com os respectivos meios e instrumentos. A intervenção para facilitar o perdão, a mútua reconciliação e o alívio do peso da culpa, várias vezes pedida e outras vezes percebida, através do ambiente e das circunstâncias que se vai observando, pode ser a intervenção que proporcione em alguns doentes e nos seus familiares uma paz e tranquilidade imprescindíveis para o equilíbrio integral que tanto desejam.

Hennezel e Leloup (1998, pp. 81-96) referem que a presença com profundidade e qualidade ao acompanhar um tempo único e muito pessoal, de quem está a sofrer, pode ser uma intervenção espiritual facilitadora de expressão de sentimentos e de conforto, quer para o doente, quer para a família. Pois, deve-se ter em conta que até ao último momento de vida, o doente pode expressar ou manifestar algo que durante a vida não conseguiu ou não pôde expressar (Feio, 2010).

Na experiência diária, de acompanhamento a doentes, vê-se claramente que, muitas vezes, o silên-cio é a atitude mais sábia a utilizar como intervenção. O saber-estar, acompanhando o “mundo” da pessoa ajudada é sem dúvida a melhor ajuda que se pode prestar, pois, por vezes, o muito falar pode estragar mais do que ajudar, como podemos ver no livro de Job (Bíblia), enveredando por filosofias “baratas”, frases vazias e distantes, que acabam por ser mais um modo de fuga para o ajudante do que ajuda para a pessoa ajudada, e além de mais uma grande falta para com os princípios éticos: não-maleficência e beneficência (Bermejo, 2008a, p. 40).

O saber-estar, apenas estar ao lado de quem sofre, utilizando a linguagem não verbal; os gestos, o olhar, o toque, a postura corporal (González, 2007, pp. 226-233) é o que a maioria das vezes é possível fazer junto de doentes e familiares, que constantemente agradecem o tão pouco que se consegue dar, mas que para eles já é muito.

A “haptonomia”, ou seja, a aproximação táctil afectiva, é muitas vezes a melhor forma de comple-mentar a intervenção técnica, dando uma maneira de ser mais humana aos tratamentos, ao proporcionar o encontro humano, entre o cuidador e o doente, de forma a valorizar a linguagem da sua corporalidade (Hennezel, 2005, p. 52).

Com muitos doentes já em fase terminal, e por vezes com alguns familiares, a linguagem corporal,

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sofrer, pode dar todo o sentido e razão de ser ao acontecimento, tão único e difícil de viver.

Questões como a sexualidade, relações interpesso-ais e inquietações de foro íntimo, são muitas vezes abordadas e atendidas, de forma a apaziguar e a devolver a paz há já alguns anos perdida. Para isso, muito contribui também o apoio do voluntariado, devidamente formado, que com a disponibilidade interior e dedicação afectiva, deve procurar acom-panhar os doentes e os seus familiares, facilitando muitas vezes partilhas únicas e muito terapêuticas (Laurinda, 2010).

Hennezel, citada por Reis (2007, pp. 65-79), refere que o privilégio de acompanhar alguém nos seus últimos instantes de vida é entrar num espaço de tempo muito íntimo, em que a pessoa pode expressar verbal ou não verbal muito de si própria. A nível religioso, por exemplo, o facto da possibilidade do sacramento da confissão, acaba por ser em vários momentos um especial privilégio, único e irrepetível, de entrar na história de muitas pessoas doentes e das suas famílias.

Relativamente aos familiares, segundo Pierre (2000), citando Lopes (2005, p. 84), do ponto de vista psicológico e espiritual, toda a família passa por fases semelhantes à do doente, ainda que em mútuo e, sobretudo, uma grande capacidade de

relação de confiança (Pessini & Bertachini, 2005, pp. 491-509).

Rousseau (2000) e outros autores, citados por Breitbart (2006, p. 214), são da opinião que a nar-rativa de vida e a revisão de vida, como técnicas psicoterapêuticas, na abordagem do sofrimento espiritual com pessoas perto da morte, podem ser técnicas muito úteis, na relação de ajuda, ao doente e à família.

Com isto, não se pretende cair numa “intromissão em área alheia”, mas também não se deve criar compartimentos estanques entre as várias disciplinas. Como refere Kovács (2007, pp. 246-255), os cuida-dos devem ser partilhacuida-dos, nomeadamente entre a psicologia e a espiritualidade, que comungam de muitos pontos em comum e podem ser trabalhados em equipa, a fim de um melhor resultado para o doente e sua família.

De acordo com Hennezel, (2006, pp. 111-143) é verdade que acompanhar alguém que está a partir implica muita sabedoria, técnicas e profissionalismo, mas também é verdade que saber estar presente, apesar da impotência, ser-se verdadeiro e proteger o sentimento da dignidade junto de quem está a

Unidade de Cuidados Paliativos: Dimensão espiritual / religiosa – doente e família

Registos diários de acompanhamento

Quarto: Nome: Sr. Nelsom (nome fictício) Idade: Doença: Diagnóstico

(necessidades, pontos fortes…)

Data Intervenção Data Avaliação Data

… familiar (esposa) muito chorosa e com sentimento de culpa pede o sacramento da Unção para o marido. Marido sem reacção, mas sereno. Doente e esposa serenos e comunicativos; doente pede sacramento da reconciliação e comunhão…

Doente em pré-agonia e esposa em angústia e revolta existencial.

Doente faleceu, esposa em grande sofrimento espiritual.

Esposa em sofrimento a fazer o luto. 27-02-2010 03-03-2010 09-03-2010 12-03-2010 14-03-2010

Foi celebrado o sacramento da Unção na presença da família. Esclarecimento de dúvidas, escuta activa e presença empática à família.

Foram celebrados os 2 sacramentos pedidos e foi feito narrativa de vida/ factos positivos, ao doente e esposa.

Presença empática compassiva; incutir esperança realista e validar sofrimento.

Presença compassiva; facilitar expressão de sentimentos, oração pós-morte.

Acompanhamento pelo telefone, sugestões de adaptação. 27-02-2010 03-03-2010 09-03-2010 12-03-2010 14-03-2010

Doente sem reacção e família em angústia, mas mais serenos.

Doente e esposa em harmonia e bem-estar, expressando muita paz.

Doente sereno e esposa confortada e em aceitação da realidade.

Esposa a sofrer pela perda.

Aceitação da realidade, mas com muita “dor”.

27-02-2010

03-03-2010

09-03-2010

12-03-2010

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A complexidade e o factor falta de tempo e conhecimento para a área espiritual não deverão ser desculpa para não cuidar da pessoa que está em sofrimento, pois numa primeira abordagem trata- -se de uma questão de atitude, e de comunicação básica das relações humanas, em que a abertura, a disponibilidade, a presença empática, a confiança, o respeito e a autenticidade deverão fazer parte de qualquer agente de saúde, podendo dar uma certa resposta satisfatória aos cuidados espirituais gerais. Já os cuidados especiais, como por exemplo as questões religiosas, deverão ser encaminhados para o respectivo profissional habilitado para tal (Saporetti, 2009; Barbosa, 2010a).

Lourenço (2004, p. 115) sublinha a necessidade de toda a equipa multidisciplinar estar desperta para as questões de âmbito espiritual e religioso, dialogando-as com o doente e a sua família, ten-tando dar resposta quer directa, quando estiver ao seu alcance, quer indirectamente, canalizando-as para o respectivo profissional habilitado, como por exemplo no âmbito religioso. Para isso é necessário ter presente o imprescindível trabalho em equipa.

Como refere Gomez Sancho (1988), citado por Bermejo (2005a, p. 25), no primeiro momento do acompanhamento espiritual, a avaliação, ou o detec-tar necessidades e problemas ou pontos fortes cabe a toda a equipa, e não apenas ao sacerdote ou ao pastor. Escutar atentamente, estar atentos a alguns comentários ou desabafos, atender a perguntas e a dúvidas e outras questões é função de qualquer pes-soa, que depois deverá fazer chegar ao profissional respectivo para poder intervir. Muitas vezes são os enfermeiros, os médicos, os psicólogos ou outros elementos que detectam os problemas/necessidades e até os recursos espirituais, e os comunicam em equipa, levando assim a uma resposta interventiva mais atempada e eficiente (Hudson e Rumbold, 2008, p.105).

No entanto, como qualquer área de intervenção, também a área espiritual tem a sua especificidade, com os respectivos profissionais, técnicas, instrumen-tos, conteúdos, formas de trabalhar, avaliar e intervir, daí que, sobretudo, num nível mais especializado e específico, deva haver os respectivos profissionais com a respectiva formação e competência, como acontece nas outras áreas, dando, desta forma, uma resposta mais técnica e especializada a esta dimensão. Barbosa (2010a, p. 631) faz um elenco de alguns instrumentos de medida de religiosidade e espiri-tualidade que se tem utilizado e contribuído para o avanço da intervenção espiritual no mundo da planos diferentes. Toda a vida familiar fica afectada,

as preocupações são múltiplas, o tempo, o trabalho, a economia, as relações familiares e toda a dinâmica familiar acaba por girar toda à volta da pessoa doente.

Logo, a intervenção com a família, seja em simul-tâneo ou separado, deverá fazer parte do plano de intervenção de toda a equipa, colocando-a também como aliada desta, facilitando assim uma atenção mais integral quer ao doente quer à família.

Do diálogo com a família podem surgir dados, sugestões, questões e ideias muito importantes que a equipa e cada técnico da respectiva área, muitas vezes, pode utilizar para completar o diagnóstico e respectiva intervenção, favorecendo assim uma atenção mais adequada à realidade de cada situação, concretamente na área espiritual, são muito importan-tes as referências que os familiares partilham sobre crenças, rituais, práticas religiosas, preocupações e outras questões importantes referentes ao seus entes queridos.

Algumas vezes os doentes e familiares solicitam a intervenção religiosa, como por exemplo os sacramentos da reconciliação, unção dos doentes e da comunhão, e, outras vezes, até uma simples bênção ou imposição das mãos, que para eles é um sinal de fé e de esperança, que dá muito sentido, conforto e um bem-estar interior, expressado na paz espiritual.

Por conseguinte, sendo a “unidade a cuidar” o doente e a sua família ou as pessoas significativas para ele (Cerqueira, 2005, p. 27), várias vezes se pode confirmar a influência que tem a intervenção espiritual/religiosa, tanto no doente como nos seus entes queridos, pela forma como se sentem mais tranquilos e serenos após um encontro de ajuda ou celebração religiosa sacramental.

No entanto, há que ter em conta que perante o sofrimento, manifestado nos diversos sintomas, devidamente detectados e avaliados, a não interven-ção espiritual pode levar a um maior sofrimento, ao qual os profissionais se vêem muitas vezes angustiados perante situações que “não sabem que fazer mais”. Daí que a intervenção real, con-creta e personalizada seja sempre o caminho a seguir, requerendo dos profissionais uma atitude de saber-estar presente, despertos para esta realidade espiritual, demonstrada numa atitude de entrega e compaixão, capaz de perceber, para além do que se pode ver, as necessidades visíveis e não visíveis da pessoa que está a sofrer (Macmillan, Hopkinson, Peden & Hycha, 2006).

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como refere Sampaio (2008), “são meios adequados não só de observação, mas também de acompanha-mento espiritual e religioso” (p. 42). Aliás, este é um dos métodos mais utilizados nos nossos centros assistenciais, em qualquer área da saúde.

Deste modo, acaba-se por misturar algumas vezes os vários níveis do diagnóstico e intervenção do acompanhamento espiritual, o que não é preo-cupante, porque o objectivo, aliás, não é serem normas rígidas, ou procedimentos a cumprir tal como teoricamente se preconizam, mas sim apenas guia de ajuda ao serviço do doente e segundo o seu ritmo, colocando este e os seus familiares no centro dos cuidados (Barbero et tal., 2008, p. 83).

No entanto, quando é possível a utilização das escalas, de acordo com os resultados obtidos e do diálogo estabelecido, pode-se efectuar uma inter-venção mais real e objectiva, tendo em conta não só as necessidades e problemas encontrados, como também pontos fortes que muitas vezes podem ser um meio intrínseco motivador (Bermejo, 2005b, pp. 87-104), que ajuda o doente e, por vezes, a família a “agarrar-se” a algo que os ajuda a integrar melhor o momento difícil que estão a viver.

Contudo, sejam quais forem os instrumentos, técnicas ou metodologias a utilizar na realização do diagnóstico e intervenção espiritual, tal como em qualquer área, há que ter em conta que o principal é sempre a pessoa humana que está em sofrimento, e como tal, todos os meios devem estar ao serviço da pessoa, a fim de proporcionar o maior bem estar possível.

Concluindo, os problemas ou necessidades espi-rituais e os sintomas espiespi-rituais, como por exemplo o medo, o isolamento, a culpa, e o vazio, como qualquer outro sintoma, se não forem devidamente controlados podem levar a um desespero existencial tal que a pessoa vive em constante sofrimento exis-tencial sem conseguir paz e tranquilidade. Logo o apoio ao doente e à família, a nível espiritual, passa por um efectivo controlo de sintomas espirituais, que com técnica e humanidade, através de um bom diagnóstico e respectiva intervenção, deverá contribuir, em conjunto com as outras áreas, para uma harmonia ou paz espiritual da pessoa doente e sua família.

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saúde, no entanto, por experiência prática vê-se que na realidade a utilização dos instrumentos ainda não é prática comum no contexto da saúde, optando-se apenas na maioria das vezes pela relação de ajuda, ou pastoral religiosa sacramental.

Para a devida utilização dos instrumentos é necessária uma boa formação sobre eles, prática de utilização, dedicação e motivação, além da dis-ponibilidade de tempo cronológico e interior. No presente artigo, tendo em conta a experiência do autor, apenas se referem dois instrumentos como exemplo para este tipo de trabalho espiritual, sendo eles a escala – Functional Assessment of Chronic Illness Therapy-Spiritual (Facit-sp-12) e a escala – Functional Assessment of Chronic Illness Therapy – Spiritual Well-Being, Expanded version (Facit-Sp-Ex), (http://www.facit.org/) a primeira utilizada em contexto de estágio, em cuidados paliativos e a segunda em contexto de trabalho, em psiquiatria e alcoologia.

São escalas de avaliação em contexto de doenças crónicas, com perguntas de âmbito espiritual, rela-cionadas com o conforto, o sentido, o propósito, o perdão, o amor e a paz interior, e outras de âmbito religioso, relacionadas com a fé, crenças espirituais e esperança. As perguntas reflectem também as 3 dimensões: passado, presente e futuro da vida humana, dando assim uma visão global sobre todo o percurso da pessoa, seja em relação ao passado que tantas vezes invoca o perdão, ao presente sem ou com sentido e ao futuro à procura da esperança (Busquet & Juan, 2008, p. 117). Têm também pre-sente a dimensão relacional da pessoa: consigo mesma, com os outros, com Deus, com a natureza e com mundo.

È importante referir que as escalas devem ser utilizadas, com toda a maestria, num ambiente acolhedor e privado, em que depois de se expli-car o motivo e a forma da utilização da mesma e do doente aceitar, se deve proceder à respectiva aplicação, sempre com o máximo de respeito pela pessoa, podendo o doente desistir da aplicação em qualquer momento, responder apenas ao que quiser ou simplesmente optar por partilhar sobre um tema que naquele momento lhe é mais prioritário. Pois o importante é o maior bem-estar do doente, mesmo que isso implique a não concretização da aplicação do instrumento.

Por vezes, devido à dificuldade na utilização da escala, é apenas possível utilizar o método da relação de ajuda, com todas as suas destrezas, como, por exemplo, escuta activa e resposta empática que,

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