UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA
DE
PRODUCAO
ÁREA
DE CONCENTRAÇÃO:
MÍDIA
E
CONHECIMENTO
'V I . ' 1 '
É
id ' - ._'_¡¬- P _ z .›., ` JI-._. 1 F~
ii _ z. ,fiàízíffINFORMÁTICA EDUCACIONAL
REPENSANDO
O
Uso Dos
COMPUTADORES
NAS
ESCOLAS
DE
EDUCAÇÃO
INFANTIL
E ENSINO
FUNDAMENTAL
Mestranda:
Valéria
Santos
Paduan
Silva
Orientador: Francisco
Antônio
PereiraFialho
Florianópolis
-
SC
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA CATARINA
PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO
INFORMÁTICA EDUCACIONAL
Q ÀREPENSANDO
O
USO DOS
COMPUTADORES
NAS
ESCOLAS DE
EDUCAÇÃO
INFANTIL
E
ENSINO
FUNDAMENTAL
VALÉRLA SANTOS
PADUAN
SILVA
Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Santa Catarina para
obtenção do grau de Mestre
em
Engenharia de Produção.
INFORMÁTICA EDUCACIONAL
REPENSANDO
O
USO DOS
COMPUTADORES
NAS
ESCOLAS
DE
EDUCAÇÃO
INFANTIL
E
ENSINO
FUNDAMENTAL
Valéria Santos
Paduan
SilvaEsta dissertação foi julgada
adequada
para obtençãodo
título de “Mestreem
Engenharia de Produção” aprovada
em
sua forma final peloPrograma
de Pós- Graduação.,/"'
.»›/'
L
Prof. Ri do iranda arcia,
PhD
Coor nador do Curs de Pós-Graduação
em
En
enharia de Pr IíçãoPro~o
Antônio Pereira Fialho, Dr. Orientad rProf. João
Bo~aÊota
Alves, Dr.
Prof.
Ro
erto Pacheco, Dr.FLORIANÓPOLIS
(sc)/DEZEMBRO
DF.zooo
DEDICATÓRIA
Dedico
esta teseaos alunos
que
participaram desta
pesquisa,
pelo
carinho,dedicação
eentusiasmo ao
realizar as atividades.
Com
vocês
aprendo
um
pouco
mais
a
cada
dia.Em
especialdedico a
meus
pais,aos
meus
familiares,a
meu
marido
José
Luiz,a
meus
filhos Gabriel
eGiuliana
e
a todos que, incansavelmente,
secolocaram
em meu
caminho,
em
busca de
transformar os
meus momentos
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por ter-nos
dado
odom
da inteligência e acoragem
da perseverança;Ao
Professor Dr. Francisco Antônio Pereira Fialho pela orientação,confiança
ededicação;
Aos
professores da banca examinadora, Dr. RobertoPacheco
e Dr. JoãoBosco
da
Mota
Alves;Aos
professoresdo
curso de Pós-Graduação e a equipedo
LED
pelo suporte;Aos meus
pais JoséPaduan
e Terezinha queem
todos osmomentos
deminha
vida procuraram
me
apoiar e iluminar omeu
caminho,Aos meus
irmãos Paulo Cezar e Luiz CarlosPaduan
e as minhas cunhadasDelphina e Pollyana pelo apoio e amizade, e a
minha
irmã FranciscaPaduan
pela ajuda pedagógica;Aos meus
tios Fabio e Terezilha, pelo carinho queme
receberam durante arealização
do
cursoem
Varginha;A
todos os colegas, pois otempo
em
que estivemos juntos, as amizades quefizemos
durante todo essetempo
nos deixaram saudades,As
minhas companheiras de trabalho, Fernanda eAna
Paula,sem
a ajuda de vocês este trabalho não seria omesmo,
A
todos que diretaou
indiretamente contribuíram para a realização desta“Ao
longo
deste século,vêm
ocorrendo
mudanças
sociais,políticas e
tecnológicas
sem
precedentes.
Mudanças
mais
profundas
estãoà
nossa
frente.Para
tomarmos
asdecisões
que
nos
serão
exigidas,devemos
compreender
a natureza
da
própria
mudança
suas causas
eseus
efeitos -,os
riscos epossibilidades
que
ela traz.É
urgente
e vitalsaber
como
criarum
futuromais
desejável
emais
humano”.
Institute
Smithsonian
SUMÁRIO
LISTA
DE
QUADROS
E
TABELAS
... .. iiiLISTA
DE
FIGURAS.
. . .L ... ._ ivLISTA
DE
ABREVIACOES
... ..V
RESUMO
... .. ViABSTRACT
... .. vii JäbJbJ›-II-I 1INTRODUÇÃO
... .. 1.1APRESENTAÇÃO
... .. 1.2DEFINIÇÃO
DO
TEMA
... .. 1.3OBJETIVO
DO
TRABALHO
... .. 1.4JUSTIFICATIVA
... .. 2INFORMÁTICA
NA
EDUCAÇÃO
... .. ó 2.1HISTÓRICO
... ._ s 2.2A
REALIDADE
BRASILEIRA
... .. 1 1 2.3PROINFO
... .. 15 3TECNOLOGIAXTECNOLOGIA EDUCACIONAL
... .. 193.1
A
IMPORTÂNCIA
DO
Uso DAS
NOVAS
TECNOLOGIAS
NA
FORMAÇÃO
DO
INDIVIDUO
DO
SÉCULO
XXI
... ..24
3.2
O USO DAS
NOVAS
TECNOLOGIAS
NA
CONSTRUÇÃO
DO
CONHECIMENTO
... ..29
3.3O
PROFESSOR
E OS
NOVOS
AMBIENTES
DE APRENDIZAGEM
... .. 314
O
PAPEL
DOS SOFTWARES
EDUCATIVOS
NO
PROCESSO
ENSINO-
APRENDIZAGEM
... .. 39 4.1BASE
PEDAGÓGICA DE
UM
SOFTWARE EDUCATIVO
... .. 414.2
CLASSIFICAÇÃO
DE SOFTWARES
EDUCATIVOS
SEGUNDO
A
SUA
APLICABILIDADE
... ..46
4.3ASPECTOS
A
SEREM
ABORDADOS
'NA
ANÁLISE
DE
UM
SOFTWARE
... .. 534.3.1
ASPECTOS TÉCNICOS
DO
SOFTWARE EDUCACIONAL
... .. 54 4.3.2ASPECTOS
DE SEGURANÇA
... .. 554.3.3
AVALIAÇÃO DE
UM
SOFTWARE EDUCATIVO
... _. 555
PROPOSTA
PARA IMPLANTAÇÃO DE
UM
PROJETO
DE
INFORMÁTICA
... .. 575.1
ESTRATÉGIAS
PARA
ALCANÇAR
Os OBJETIVOS
DE
UM
PROJETO
ssDE
INFORMÁTICA
EDUCACIONAL
... ..5.2
METODOLOGIA
DE TRABALHO PARA
UTILIZAÇÃO
DA
INFORMÁTICA
EDUCACIONAL
EM
PROJETOS
EDUCACIONAIS
.... ..óo
5.3ETAPAS
PARA IMPLANTAÇÃO
DA
METODOLOGIA
... .. ó3 5.4OBJETIVOS
DA
METODOLOGIA
ós5.4.2
OBJETIVOS
SOCIAIS
... _. 70 5.5DEFINIÇÃO
DAS
ATIVIDADES
... _. 70 5.6PAPEL
DO
PROFESSOR
... _. 715.7
CARGA
HORÁRIA
... _. 715 _ S
EQUIPE
DO
PROJETO
... _.72
5.9
O LABORATÓRIO DE
INFORMÁTICA
... _.72
6
RESULTADOS
OBTIDOS
COM
O USO
DA
INFORMÁTICA
EDUCACIONAL
No
DESENVOLVHVIENTO
DE
PROJETOS
74
INTERDISCIPLINARES
... ._6.1
PROJETO MAURÍCIO
DE SOUZA
_
TEMA GERADOR
... _. 75 6.1.1JUSTIFICATIVA
... ._ 756.1.2
OBJETIVOS
DO
PROJETO
... ._76
6.1.3
ETAPAS
DO
PROJETO
... ._76
6.1.3.1SENSIBILIzAÇÃO
... ._ 766.1.3.2
COLETA DE INFORMAÇÕES
... ._77
6.1.3.3DIVISÃO
DO
TRABALHO
EM
EQUIPE
... _. 77 6.1.3.4DISCIPLINAS
TRABALHADAS
... _. 736.1.3.5
CULMINÃNCIA
... ._ 787
EXEMPLOS
E
SUGESTÕES
DE
ATIVIDADES EIVIPREGANDO
INFORMÁTICA
EDUCACIONAL
... _. 317.1
SUGESTÕES
DE
ATIVIDIDADES
DA
FASE
1 ... ._ S2 7.1.1ATIVIDADE RELÓGIO
... ._ S2 7.1.2ATIVIDADE CAÇA-PALAVRAS
... .. S4 7.1.3ATIVIDADE
LIGA-PONTOS
... _. só7.1.4
ATIVIDADE
FORMANDO
PALAVRAS
... ._ ss 7.2SUGESTÕES
DE
ATIVHDIDADES
DA
FASE
2 ... ..90
7.2.1
ATIVIDADE
HISTÓRIA
EM
QUADRINHOS
... _.90
7.2.2
ATIVIDADE
JOGO
DA
MEMÓRIA
... _. 917.2.3
ATIVIDADE
RESOLVA
AS
OPERAÇÕES
... _. 93 7.2.4ATIVIDADE
JOGO
DA
VELHA
... ._ 957.2.5
ATIVIDADE TRILHA
... _.97
7.2.6ATIVIDADE
CAÇA-FORMAS
... __99
7.2.7ATIVIDADE
MATEMÁTICA
DIVERTIDA
... _. 101 7.3SUGESTÕES
DE
ATIVIDIDADES
DA
FASE
3 ... ._ 1037.3.1
ELEIÇÃO
DE
PERSONAGEM
... .. 103s
CONCLUSÕES
E SUGESTÕES
PARA FUTUROS TRABALHOS
... .. 1059REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ._ 109GLOSSÁRIO
... _. 113LISTA
DE
QUADROS
E
TABELAS
Quadro
1- Número
do
PROINFO
no
paísQuadro
2
-
Competências
ehabilidades
a
serem
desenvolvidas
em
informática
LISTA
DE
FIGURAS
Figura
1-
Informática
como
fim
Figura 2
-
Informática
para apoio
disciplinarFigura
3~
Informática
para apoio
dos
projetoseducacionais
Figura
4
-
Processo
circularPCN
LISTA
DE ABREVIAÇÕES
Parâmetros Curriculares Nacionais
PROINFO
Programa
Nacional de Informática naEducação
SEI
MEC
CNPq
MIT
CIED
NIED
NTE
FAI
Secretaria Especial de Informática
Ministério da
Educação
e CulturaConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Massachusetts Institute of Technology
Centro de Informática na
Educação
Núcleo
de Infonnática Aplicada àEducação
Núcleo
de Tecnologia EducacionalRESUMO
O
trabalho,INFORMÁTICA EDUCACIONAL,
Repensando
oUso
dosComputadores
nas Escolasde
Educação
Infantil eEnsino Fundamental,
pretendefornecer elementos para
uma
reflexão sobre a construçãodo
conhecimento e o uso das novas tecnologias na “Era da Informação”, principalmenteno
que diz respeito ao usodo
computador
como
ferramenta de apoiono
processo ensino-aprendizagem, e proporuma
metodologia que possibilite aos alunos aprender a buscar/selecionar as informações, atrabalhar as múltiplas inteligências e a desenvolver as habilidades/competências
em
computação
e tecnologia de mídia.A
metodologia apresentada visa o desenvolvimento deuma
proposta deinformática educacional para escolas de educação infantil e ensino fundamental,
que
prevê:I uso dos aplicativos
MSOFFICE®,
e da Intemetem
projetos interdisciplinares/transdisciplinares;' avaliação e uso de softwares educativos;
' e o uso de softwares de autoria na criação de projetos multimídia.
O
estudo e a aplicação da metodologia tevecomo
público alvo os alunos eprofessores das escolas: Colégio Tecnológico Delfim Moreira,
EE.
Dr. Luiz Pinto de Almeida, Pós-graduaçãoem
Inforrnática naEducação
daFAI -
Faculdade de Administração e Informática, Secretariade Educação
eINFOTECH
informáticaem
Santa Ritado Sapucaí-MG,
EscolaVida Nova,
ColégioG9
Júniorem
Itajubá-MG eABSTRACT
This study
-
"EDUCATIONAL INFORMATICS
-
Rethinking
theUse
ofComputers
inKindergartens
and
Elementary
Schools" intends to provide elementsfor a reflection
on
the buildingup
ofknowledge
andon
the use ofnew
technologies, specially inwhat
it refers to the use of computers as a supporting tool in the teaching-learning process, and proposes a
methodology which
allows the students the possibilityto learn
how
to search for and choosefrom
information,how
to develop their multiple intelligences and their abilities/competences incomputer
use and media technology.The methodology
presented aims the developmentof
an informatics educational proposal for thetwo
school levels mentioned above, contemplating:o the use of
Ms
Oflice
application and of Intemet in transdisciplinary andmultidisciplinary projects.
o evaluation and use of educational softwares.
ó the use of autorship softwares in the creation of multimedia projetos.
The
study and application of thismethodology
had as target the students of the following schools:Colégio Tecnológico
Delfim
Moreira, E.E. Dr. Luiz Pinto de Almeida, and ofthe students in the Post-graduation Course in Informatics at
FAI -
Faculdade de Administração e Informática (Admininstration and Informatics College),em
Santa Ritado Sapucaí-MG,
EscolaVida Nova,
ColégioG9
Júniorem
Itajubá-MG e ColégioCAPÍTULO
I1.
INTRODUÇÃO
1.1.
APRESENTAÇÃO
Estamos
em
plena “Era da Informação”, Omundo
vem
sofrendo váriastransformações e a todo
momento
somos bombardeados
porum
mar
de informações que noschegam
de forma tão rápida e inesperada, damesma
forma que setomam
obsoletas.As
inovações tecnológicasevoluem
em
uma
velocidade estonteante e trazem consigo,mudanças
na relação de trabalho, na forma de aprender e de relacionar daspessoas, influenciam a
economia
e a política e cada vez mais setoma
necessário a presença demecanismos
interativos que auxiliem nastomadas
de decisões.De
acordocom
o
Prof. Frederic Litto (Escolado
Futuro daUSP),
em
palestra proferidano
CONFIE,
Congresso de Informática eEducação
realizadono
Anhembi
em
junho de 97, a cada 1,2 anos dobra a quantidade de informação.
É
necessário, então,parar e analisar a posição
do
serhumano,
como
ele está digerindotamanha
avalanche de informação e tecnologia e, principalmente,como
vai ser O seu futuro, a partir da“Revolução da Informação”.
Segundo
MORAN
(1999), “a habilidade mais importante na determinaçãodo
padrão de vida deuma
pessoa já setomou
à capacidade de aprender novas habilidades,de assimilar novos conceitos, de avaliar novas situações, de lidar
com
O inesperado”.Isso será crescentemente verdadeiro
no
futuro: a habilidade competitiva será a habilidade de aprender a aprender, compreender e a transcender.De
acordocom
essas abordagenspodemos
perceber de forrna clara,que
ocomputador pode
serum
grande aliado, não só, para garantir o sucessodo
séculoXXI,
como
também
para o desenvolvimento das próprias habilidadesdo
serhumano
deacordo
com
os seus potenciais biopsicológicos.“Lemos,
com
freqüência, que as tecnologias vão reencantar a educação e queelas estão
provocando profimdas mudanças
em
todas as dimensões de nossas vidas.No
entanto não são as tecnologias que estão
mudando
nossas vidas, mas, os usos múltiplos e diferenciados que estamos fazendo delas”(MORAN,
1999).As
aplicações das novas tecnologias são ilimitadas edependem
essencialmente da criatividade e da flexibilidade interpretativado
educador.Trabalhar
com
educação, nachamada
“Era da Informação”, pressupõe inserir eutilizar cada vez mais
como
ferramenta pedagógica às novas tecnologias decomunicação, e neste contexto, as escolas já estão reavaliando o seu papel na construção
do
conhecimento.Cabe
a escola nestemomento
de mudanças, prestar a sua grande contribuição na formação de indivíduos pró-ativos para atuarem nas economiasdo
futuro.Segundo
NUNES
(1998), “a cooperação entre saberes, artes e técnicas, porum
lado, e a tecnologia da informação, por outro, representa o
novo
potencial da educação1.2.
DEFINIÇÃO
Do TEMA
Este trabalho enfoca o uso dos computadores na
Educação
Infantil eno
Ensino Fundamental, fazuma
reflexão sobre a formacomo
elevem
sendo utilizado nas escolas,sobre a política de Informática Educacional
no
Brasil, sobre os programas de capacitação dos professores e apresentauma
metodologia para o ensinoda
informática levandoem
consideração as etapas necessárias para incorporação da informáticacomo
ferramenta pedagógica.Procuramos
através deste trabalho, apresentaruma
das possibilidades de seimplementar a Informática Educacional nas Escolas de
Educação
Infantil eno
Ensino Fundamental, utilizando ocomputador
em
projetos educacionais que visam o desenvolvimento de várias habilidades e a formação de indivíduos polivalentes e multifuncionais.1.3.
OBJETIVO
DO
TRABALHO
O
presente trabalhotem
por objetivo refletir sobreuma
experiência concretarelativa ao ensino da informática na
Educação
Infantil eno
Ensino Fundamental, a qualpermite que a criança se integre
no
mundo
informatizado aprendendo a se relacionarcom
a máquina, desenvolvendo assim, seus conhecimentos e sua criatividade.Não
basta a criança sabermanusear
um
computador, ela precisa ser incentivada a usar o equipamento para desenvolver o seu potencial e seu conteúdo intelectual. Através dequestionários aplicados
em
alunosdo
ensino fundamental edo
curso de Pós-graduaçãoem
Informática naEducação
- por reconhecermos o papel fundamental dos professoresna implantação de
um
projeto de infomiática educacional - pretendemos levantar osrelação à. informática educacional, a motivação e o
comportamento
dos alunos noambiente de informática, o sentimento dos alunos/professores
em
relação ao uso das novas tecnologias e principalmente as vantagens que 0 usodo computador
apresentano
processo ensino-aprendizagem.
O
modo
de abordar e encaminhar o presente trabalho, considera odesenvolvimento e implementação de diversas atividades
com
utilização dos aplicativosMSOFFICE®,
e de softwares de autoria, para que as atividades aqui apresentadaspossam
servircomo
referência/sugestoes para os professores que aindanão
estejamfamiliarizados
com
o
uso desta tecnologia.1.4
JUSTIFICATIVA
“Os novos paradigmas para a educação consideram que os alunos devem ser preparados para conviver
numa
sociedadeem
constantes mudanças, assim como devem ser osconstrutores de seu próprio conhecimento e, portanto, serem sujeitos ativos deste
processo onde a “intuição e a descoberta” são elementos privilegiados desta
construção”.
(ANTUNES,
2000)O
avanço tecnológico, a globalização deixa claro que o grande diferencialdo
terceiro milênio “Era
do Conhecimento”
é a capacidade de “aprender a aprender”.O
mundo
globalizado exige aquisição constante de novos conhecimentos,domínio de línguas estrangeiras e da informática. Neste contexto, é imprescindível que
as escolas revejam o seu papel e o de seus educadores para integrar esta
nova
realidade.O
usodo computador
nas escolasvem
de encontrocom
essasmudanças
ecomo
todo processo de
mudança
exigeuma
revisão didático-pedagógicado
processo de educaçao escolar.Assim
como vem
ocorrendocom
as tecnologias, o desenvolvimento infantiltambém
estáem
processo acelerado de mudanças, as crianças estão desenvolvendo suaspotencialidades precocemente
em
relação às teorias existentes e isto fazcom
que os educadoresrepensem
suas práticas pedagógicas.Com
muita freqüênciaouvimos
comentar que as crianças, hoje, são maisinteligentes, os padrões gerais se
modificaram
ecom
eles o processo dedesenvolvimento infantil também.
No
entanto, é importante lembrar que se, hoje,temos
educandos
com
características próprias deuma
era tecnologicamente desenvolvida, mentalmente hiperestimulados,temos
também
grandenúmero
de criançasemocionalmente imaturas e
com
dificuldades motoras que necessitam suprir asdefasagens para
um
completo desenvolvimentodo
sercomo
todo.Uma
das maiores dificuldades das Escolas deEducação
Infantil e Ensino Fundamental está na definição dos objetivosdo
trabalhocom
a Informática Educacional, para que ela possa realmente contribuircom
o desenvolvimento cognitivo dos alunos.Tendo
em
vista a dificuldade que as escolastem
encontradoem
definir a utilidadedo
que se ensinacom
a informática, eem
definir os aspectos mais importantes para a capacitação dos professores e para o gerenciamento da sala de aulacom
recursos computacionais, este trabalho visa apresentaruma
metodologia para 0 uso da informática educacionalno
desenvolvimento de projetosinterdisciplinares/transdisciplinares,
como
ferramenta de apoiono
processo ensino-aprendizagem.
As
sugestões de atividades apresentadas neste trabalho priorizam a utilização-falta de recursos financeiros da rede municipal/estadual
-
para aquisição de Intemet, de sofiwares educativos e de autoria para criação de projetos multimídia, mas,principalmente, por acreditarmos que o aprendizado dos
comandos
básicos dosaplicativos
MSOFFICE®
permite ao aluno desenvolver a sua criatividade, autonomia,auxiliando
no
processo de desenvolvimentodo
raciocínio e estruturaçãodo
pensamento.O
uso desses aplicativos possibilita que os alunos criem o seu próprio material de apoio para uso das disciplinasdo
curriculo, além, de servircomo
base para o uso de outras ferramentas (a maioria dos softwares desenvolvidos hojeem
dia segue o padrãoMicrosoft).
Outro fator muito importante que deve ser levado
em
consideração é o fato deque, ao estarmos utilizando recursos compatíveis
com
o que o alunotem
em
casa, possibilitamos, que ele possa reproduzir, criar,ou
dar continuidade aos trabalhos queestão sendo desenvolvidos na escola. Afinal, este é
o
grande desafioque
nós educadores temos pela frente, “não só se preocuparcom
que o aluno aprenda,mas
sim, fazercom
que o aluno continue motivado a aprender,
quando
esta fora da escola”.Dentro desta proposta
o computador
deve ser vistocomo
ferramenta de apoiono
desenvolvimento de projetos educacionais e o laboratório de informáticacomo uma
extensão da sala de aula.Os
projetos desenvolvidos na escoladevem
estar identificadoscom
as novas tendênciasdo
curriculo escolar,em
que a informática busca a qualidadedo
ensino-aprendizagem e amplia os limites das disciplinas que
podem
convivercom
a evoluçãodo
pensamento e da tecnologia cibemética, desenvolvendo atitudes taiscomo:
busca,CAPÍTULO
n
2.
INFORMÁTICA
NA
EDUCAÇÃO
O
termo “Informáticana Educação”
tem
assumido diversos significadosdependendo da
visão educacional eda
condição pedagógicaem
que
Ocomputador
éutilizado.
De
acordocom
TAJRA
(2000), a informáticapode
ser inserida nas escolas detrês formas: informática
como
fim,
informáticacomo
apoio para as atuais disciplinasexistentes
ou
para projetos educacionais, conforme demonstrado nas figuras abaixo.Informática
como Fim
i
Prevalece
enfoque
técnicoFig. 1 - Informática
como
Fim
~
IInformática
para
Apoio
DisciplinarPrevalece
o enfoque
disciplinarFig.
2
- Informática paraApoio
DisciplinarFonte: Tajra, 2000, pág.
28
Informática
para
Apoio
dos
ProjetosEducacionais
_
\
_
_
I
Prevalece
a
visão integrada e sistêmicaFig. 3 - Informática para
Apoio
dos Projetos EducacionaisI ›
2.1.
HISTÓRICO
A
partir dos anos 60, ainda na época dos mainƒrames, iniciaram-se as primeirastentativas da introdução da informática nas escolas de primeiro
mundo.
Isso devido aofato de haver
uma
crescente necessidade de formar técnicos capazes de dar suporte aessa
nova
indústria que estava se implantandocom
força total. Foi a épocaem
quecomeçaram
a ensinar aos alunos as primeiras linguagens, fazendo parte dos currículos regulares. Escolas mais avançadascomeçaram
introduzir os softwares de instruçãoprogramada.
Porém
nessa época, os sistemas de grande porteeram
inacessíveis a grande maioria das escolas.No
Brasil, então, essa erauma
realidade muito distante.A
década de 70 foimarcada
pelo desenvolvimentodo
sistemaLOGO
porSeymour
Papert,do
Massachusetts Institute of Technology (MIT), E.U.A. Este sistema foiuma
grande revoluçãoem
termos de informática aplicada à Educação, já que seu desenvolvedor, discípulo de Piaget, baseou-seno
construtivismo para sua elaboração.Sua
aplicação, porem,ficou
restrita aos laboratóriosdo
próprioMIT,
principalmente deInteligência Artificial, já que, naquele tempo, apenas os grandes centros de pesquisa tiveram acesso tanto à filosofia por trás
do
seu uso,como
à tecnologia requerida à suaaplicação
com
alunos.Nos
anos 80,com
a disseminação dos microcomputadores,houve
um
novo
enfoque.
Os
pacotes instrucionais passaram a seruma
opção
a maisem
termos de recursos pedagógicos.As
escolas foram, aos poucos, se equipandocom
softwares que,principalmente, auxiliavam
no
trabalho burocrático e namontagem
de provas e exercícios.Algumas
iniciativas mais ousadasficavam
restritas a centros maisJá nos anos 90, observa-se mais incentivo ao uso
do computador
nas escolas,principalmente particulares.
Mas,
infelizmente,o
que se verifica é seu uso maiscomo
apelo mercadológico,
em
fimção
da
pressão dos pais quequerem
ver seus filhosdominando
a máquina,com
receio de exclusãodo
futuromercado
de trabalho que os aguarda.Em
termos atuais, pode-se veruma
grande variedade de usos da informática naeducação.
O
computador pode
ser visto sendo usado para adquirir informação, ligado aCD-ROM
e videodiscos.São
as enciclopédias eletrônicas, que permitem aos alunos,sem
saírem da frentedo
micro, acessarem, de forma interativa, inúmeros títulos que os auxiliamem
suas pesquisasou
simplesmente desfrutarem de suas imagens e apelosvisuais e sonoros, já
que
são desenvolvidosem
plataformas multimídia.Uma
grande ampliação desses sistemas veiocom
as redes de Intemet.Alguns aplicativos de uso geral
começaram
a ser desenvolvidostambém
visandoo
usodo computador
como
ferramenta para aquisição e desenvolvimento de competências analíticas e principalmente para a construçãodo
próprio conhecimento(como no
casodo
LOGO,
já citado, porém, para sistemas de PC's). Tais sofiwares incluem processadores de texto, ferramentas gráficas,CAD°s
(Design Assistido por Computador), programas para composição musical, programas que interagemcom
experiências cientificas.
Ultimamente, as grandes redes de comunicação
têm
sido grandes aliadas da educação, facilitando o intercâmbio de alunos, professores, e escolas.Mas,
apesar dos avanços dos recursos pedagógicos e tecnológicos, entretanto, o que sepode
verificar, infelizmente, éum
uso bastante limitado dos potenciaisdo
computador
na educação.O
quetem
sido visto, ainda éo
slogan “InformáticaEducacional” para atrair alunos para a escola,
numa
tentativa depromover
o statusdo
ensino simplesmente
com
o uso deum
recurso tecnológico a mais, sem, contudo, haveruma
preocupaçãoem
reformular os recursos pedagógicos.É
o caso da introdução noscurrículos regulares das disciplinas que simplesmente ensinam
como
usar ocomputador
e alguns aplicativos,
sem
se utilizar os seus potenciais verdadeiramente pedagógicosdo
ponto de vista daconstmção do
conhecimento,como uma
ferramenta para ajudar na compreensão, a partir dele próprio, de outras matérias, que não seja a informáticaem
si.Logicamente, há várias razões para que o
computador
não seja utilizadoem
todo seu potencial na educação: 0 primeiro deles é o fator econômico.Nem
todas as escolas,têm
condições de ter computadores a disposição dos alunos.Há
as que têm,mas
em
número
reduzido, desencorajando seu uso mais extensivo. Há, por outro lado,uma
faltade interesse por parte dos professores tradicionais de se aventurarem
no
uso deum
recurso mais sofisticado e, pior ainda, há omedo
generalizado, por desconhecimentoou
por aversão à inovação, da substituição da figura tradicional
do
mestre, detentor e fonteúnica
do
saber, poruma
máquina
que fascina e que (na visão dos que nãoquerem
seadequar aos
novos
tempos) poderia realizar a nobre tarefa de ensinar, tarefa essa atéentão retida de forma segura nas
mãos
dos professores.2.2.
A
REALIDADE
BRASILEIRA
O
primeiro grande passodado no
Brasil a respeito da informática na educaçãofoi à realização
do
I Seminário Nacional de Informática na Educação,em
1982, poriniciativa
do
MEC,
Secretaria Especial de Informática (SEI) eCNPq.
A
partir dasdiscussões desse encontro e
do
subseqüente,em
1983, nasceram as bases para o projetoTal projeto baseou-se na implantação,
em
universidades, de centros de estudos de informática aplicada à educação, visando desenvolver materiais instrucionais (softwares) que seriam implantadosem
escolas públicas. Estas escolas seriam centros experimentais e receberiamum
acompanhamento
direto de equipes de psicólogos, sociólogos, professores e técnicos, oriundos da universidade à qual estivessemvinculadas. Paralelamente ao desenvolvimento de soflwares,
eram
desenvolvidasatividades
LOGO,
ensino de informática e formação de profissionais capacitados. Cinco universidades participaramdo
projeto: Universidade Federaldo
Pemambuco,
Universidade Federal de
Minas
Gerais, Universidade Federaldo
Rio de Janeiro,Universidade Estadual de
Campinas
e Universidade Federaldo
RioGrande do
Sul. Esteprojeto durou até 1991.
A
partirdo
EDUCOM,
a política educacionaldo
MEC
foi de criarem
cadaestado da federação
um
Centro de Infonnática naEducação
(CIED).Cada
CIED
tem
oobjetivo de atender estudantes, professores, a
comunidade
em
geral e formar professores que seriam responsáveis pela formação de novos centros.Em
10 anos, mais de20
CIED°s
foram implantados,com uma
média
de 30 microcomputadores.A
formação dos profissionais dosC[ED”s
foi feita através dos projetosFORMAR
I (1987) eFORMAR
II (1989), por pesquisadores oriundosdo
projetoEDUCOM.
No
FORMAR
Io
objetivo era a formação de professores e técnicos daSecretaria de
Educação
e professores da rede pública para 1° e 2° graus que desejassemimplantar
um
CIED.
Já oFORMAR
II tinhacomo
objetivo a formação de professores das escolas técnicas federais, professores universitários e professores de 1° e 2° grausA
polêmica discussão sobre a informatização da educaçãono
Brasil sempre dámargem
a muitas controvérsias, devido aos graves problemas sociais eeconômicos
queatingem toda população. Desse
modo,
iniciativascomo
oEDUCOM
e oFORMAR
acabam
não gerandoo
resultado esperado, já que seu sucesso demandaria considerar questões que extrapolam a simples formação de professores e o uso de computadores de forma enfática nas escolas.Um
exemplo
disso é que, muitas das localidades beneficiadascom
anova
politicado
govemo
de distribuição de microcomputadores para rede pública de ensino nãocontam
nem
sequercom
energia elétrica, quanto maiscom
profissionais capacitados para utilizá-los.
Em
análise feita peloNIED
(Núcleo de Informática Aplicada àEducação -
UNICAMP),
um
dos grandes problemas apresentados por esses projetos subsidiadospelo
govemo
é que os cursos são realizadosem
local distantedo
ambientedo
aluno(futuro professor ou, principalmente, professor
em
exercício),o
que dificulta adisponibilidade de grande parte dos interessados, já que, estando
em
serviço, teriam quese ausentar por vários
meses
para se formarem. Outro grande problema é a dificuldadeem
obteruma
orientação após a conclusãodo
curso, já que deveriam adequar 0 que foivisto
numa
realidade ao contexto da realidadedo
seu dia a dia. Vale ressaltar ainda que0 nível de interesse decresce à
medida que
aumentam
as dificuldadesem
aplicarnovos
conceitos adquiridos
num
período muito curto,sem
o devidotempo
de assimilação.Apesar deste quadro, algumas iniciativas isoladas são tomadas, todas, porém,
dependendo
da iniciativado
profissional da educação,do
alunoou
da mentalidade dainstituição ao qual está vinculado.
Exemplos
disso são as experiências de algumasescolas da rede particular de ensino que decidiram lançar
mão
da informática não apenascomo
apelo mercadológico,mas
como
poderosa ferramenta de construçãodo
saber.
Atendendo
aosque
têm
condições de pagar porum
ensino mais condizentecom
os avançosdo
mundo
atual,como
multimídia e Internet, tais escolas lançammão
de recursos pedagógicoscomo
a interdisciplinaridade e trabalhocom
projetos queenvolvem
a comunicaçãocom
projetos desenvolvidosem
outras localidadesdo
paísou
mesmo
do
exterior.Na
rede pública, a escassez de recursosimpõe
mais criatividade por parte dos que desejam se inserirno
novo
conceito de ensino. Entre outras, pode-se citar o caso deuma
escola pertencente à rede municipal de ensino daGrande São
Paulo.Numa
iniciativa ousada, os professores
da
escola oferecem cursos de informática àcomunidade. Estes cursos, que são pagos,
geram
recursos para amanutenção do
laboratório e sua conexão à Internet. Ainda mais ousada e criativa foi à solução encontrada por outra escola da rede pública, na cidade deNovo
Hamburgo, no
RioGrande do
Sul.Na
falta deuma
linha telefônica, recorreram ao uso deum
sistema derádio amador, possibilitando a conexão
em
rede e a comunicação dos alunoscom
outraslocalidades.
O
que sepode
concluircom
estes exemplos é que, infelizmente, muita coisa está dependendo, maisuma
vez, da iniciativa isolada dos próprios educadores e que, na maior partedo
pais, se não houver essa iniciativa, muitopouca
coisapode
ser feitaem
temos
práticos, principalmente devido à burocratização.Não
adianta simplesmenteo
govemo
distribuir computadores, se não forem dados incentivos maiores à suautilização eficiente,
num
propósito verdadeiramente pedagógico e social.Um
exemplo
de pioneirismo e competência é a Escolado
Futuro daUSP.
Pesquisando o que há de mais avançadoem
termos de tecnologia educacional, a Escolado
Futuromantém
convênioscom
outras escolas da rede pública,com
as quais troca experiênciaem
projetos ousados, envolvendo profissionais e pesquisadores altamentequalificados.
São
Paulo contatambém
com
o institutodo
III Millenium,que
oferece cursos gratuitos a crianças e adultos. Outras experiências de destaque, quemerecem
sercitadas, são os laboratórios
LEGO-LOGO,
disseminado principalmente por Valente, daUNICAMP
eo
PROINFO.
2.3
PROINFO
O
PROINFO
éum
programa
da Secretaria deEducaçao
a Distânciado
MEC
realizadoem
parceriacom
os governos estaduais e municipais que está introduzindo a tecnologia de informática na rede pública de ensino.O
Programa
vem
criando os Núcleos de Tecnologia Educacional-
NTE,
quetêm
a função de coordenar a implantação dos laboratórios de informática nas escolas epreparar os professores para incorporar esta tecnologia na sala de aula.
A
proposta da Informática Educacionaldo
MEC
éuma
forma de aproximar acultura escolar dos avanços de que a sociedade já
vem
desfrutando,com
a utilização das redes técnicas de armazenamento, transformação, produção e transmissão de informações.O
número
de equipamentos distribuídos para cada Estado é proporcional aonúmero
de alunos das redes públicas-
atendendo,num
primeiromomento,
a cerca deseis mil escolas,
ou 13,4% do
universo de 44,8 mil escolas públicas de ensinofimdamental
e médio.Para disputar
um
laboratório, a escola deve ter mais de 150 alunos, apresentarum
projeto ecomprovar
ter infra-estrutura fisica para a instalação dos equipamentos,como
sala adequada, rede elétrica, condições de segurança; deve tertambém
recursosQuadro
l:Números
do
PROINFO
no
País880
Municípios 2.646 Escolas219
NTE
29.748 Micros l .4 1 9 Multiplicadores20.557 Professores capacitados nas escolas
Fonte: Revista
TV
Escola, agosto de 1999.A
infomiáticana
educação que oMEC-PROINFO
tem
adotado enfatiza o fatode o professor
da
disciplina curricular ter conhecimento sobre os potenciaiseducacionais
do computador
e ser capaz de alternaradequadamente
atividades tradicionais de ensino-aprendizagem e atividadesque
usam
o computador.No
entanto, aatividade de uso
do computador pode
ser feita tanto para continuar transmitindo a infomiação para o aluno e, portanto, para reforçar o processo instrucionista, quanto paracriar condições
do
aluno construir seu conhecimento.Com
oPROINFO,
a informática deixa de seruma
atividade extra-classe.Os
professores, que antes
ficavam
de fora, agora estão sendo capacitados para incluir esse recursono
dia-a-diada
sala de aula.Os
objetivosdo programa
nacional de Informática naEducação
são: 0 Melhorar a qualidadedo
processo de ensino e aprendizagem.0 Possibilitar a criação de
uma
nova
ecologia cognitiva nos ambientes escolaresmediante incorporação adequada das novas tecnologias de infonnação pelas escolas.
0 Propiciar
uma
educação voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico.0
Educar
parauma
cidadania globalnuma
sociedade tecnologicamente desenvolvida.Tendo
em
vista a importânciada
informática na educação ena
formaçãodo
cidadão
do
séculoXXI,
oMEC
através dosPCNs,
apresentauma
relação das Competências e habilidades a serem desenvolvidasem
Informática:Quadro
2: Competências e habilidades a serem desenvolvidasem
InfonnáticaRepresentação
ecomunicação
Investigação ecompreensão
Contextualização sócio-culturalConstruir, mediante experiências práticas, protótipos de sistemas
automatizados
em
diferentes áreas, ligadas à realidade, utilizando-separa isso de conhecimentos interdisciplinares.
Reconhecer a Informática como ferramenta para novas estratégias de aprendizagem, capaz de contribuir de forma significativa para o
processo de construção do conhecimento, nas diversas áreas.
Identificar os principais equipamentos de Informática, reconhecendo-os
de acordo com suas características, funções e modelos.
Compreender as funções básicas dos principais produtos de automação
da micro-informática, tais como sistemas operacionais, interfaces
gráficas, editores de textos, planilhas de cálculos e aplicativos de
apresentação.
Conhecer o conceito de rede, diferenciando as globais, como a Intemet,
que teriam a finalidade de incentivar a pesquisa e a investigação graças
às formas digitais e possibilitar o conhecimento de outras realidades,
experiências e culturas das locais ou corporativas, como as Intranets, que
teriam a finalidade de agilizar ações ligadas a atividades profissionais,
dando ênfase a trabalhos
em
equipe.Compreender conceitos computacionais, que facilitem a incorporação de
ferramentas especifieas nas atividades profissionais.
Reconhecer o papel da Informática na organização da vida sócio-cultural
e na compreensão da realidade, relacionando o manuseio do computador
a casos reais, seja no
mundo
do trabalho ou na vida privada.Na
visãodo
Prof. Litto, daUSP,
“é urgente que as escolas e professoresuniversitários se conscientizem
do
momento
que omundo
está vivendo epassem
a encarar a questãodo
uso da tecnologia, principalmente da informática na educaçãocomo
algo prioritário”.Segundo
ele, “o professor universitário, formador denovos
profissionais da educação, não
pode
ficar alheio a essa questão e deve encorajar seus alunosno
uso conscientedo
computador, já que o que se Verifica é que “omundo
estáCAPÍTULO
III3.
TECNOLOGIA
X
TECNOLOGIA EDUCACIONAL
Inserida
no
clima de crise geral que se abateu sobre estefim
de milênio, a educaçãotem
enfrentado severas críticas a respeito de sua eficácia, sejam elas críticasinfundadas
ou
não.É
freqüentevermos
em
alguns discursos a tecnologiaou
as “novastecnologias” sendo apontadas
como
uma
espécie de solução miraculosa para os problemas que a área educacional enfrenta.Quando
se falaem
tecnologia, muitos dos equívocosvêm
da visão estreita quese
tem do
assunto.Por
exemplo, não é forado
comum
ao falar da matéria remeter-se apenas ao estereótipo que a envolve: muitos fios, computadores de última geraçãocom
designers moderníssimos, robôs, máquinas de grandes capacidades e indivíduos pálidos, tensos, operando estas máquinas, sendo que, muitas vezes os consideramos verdadeiros gênios por conseguirem realizar tal façanha.
Apesar de reconhecennos a importância das tecnologias educacionais
como
ferramentas de apoiono
processo ensino-aprendizagem, e O quanto elaspodem
tornar O ensino mais prazeroso para professores e alunos, a realidade é que ainda, não estamos nos apropriando delas adequadamente.Por
isto considero importante colocar algumas idéias queajudem
a melhorcompreender estas questões
no
sentido de desmistificar a tecnologia.De
início é importante ressaltar que a tecnologia não éum
fenômeno
cujaprodução aconteceu apenas nas décadas de 80 e
90
como
pensam
algumas pessoas.Nem,
tão pouco, somente as máquinasou
invenções mais recentespodem
serda história da
humanidade
foram atribuídos à tecnologia.Com
o intuito de deixar clarominha
posiçao optei por trabalharcom
o conceito de tecnologia derivadodo
termotécnica,
como
colocado na leitura deSANCHO,
Na
Grécia, a combinação dos temios techné (arte, destreza) e logos(palavra, fala) significavam o
ño
condutor que abria o discurso sobreo sentido e a fmalidade das artes.
A
distinção entre a técnica e a arteera pequena, quando o que hoje denominamos de técnica se
encontrava pouco desenvolvida.
No
entanto, a techné não erauma
habilidade qualquer,
mas
aquela que seguia certas regras, pelo quetambém
o termo tem sido usadocomo
oficio.Em
geral, a technéacarreta a aplicação de
uma
série de regras por meio das quais sechega a conseguir algo. Daí a existir
uma
techne' de navegação (“a1tede navegar”),
uma
techné do governo (“a1te de govemar”)uma
technédo ensino (“arte de ensinar”). (1998, p. 28).
MAGGIO,
também
apresenta estamesma
idéia demonstrandouma
espécie de evolução deste conceito, Diz ela:Tanto a palavra “técnica”
como
termo “tecnologia” têm amesma
raiz:o verbo grego “tictein”, que significa “criar produzir, conhecer, dar à
luz”.
Para os gregos, a técnica [techné] tinha
um
significado amplo.Não
eramero instrumento ou meio, senão que existia
num
contexto socialeético no qual se indagava
como
e por que se produziaum
valor de uso.Isto é, desde o processo ao produto, desde que a idéia se originava na
mente do produtor
em
contexto social determinado até que o produtoñcasse pronto, a techné sustentava
um
juízo metañsico sobre ocomo
eo porquê da produção. (1997: p. 25)
Apresento esses conceitos para dizer que o significado de tecnologia é bastante
amplo
e que ao longodo
tempo
vem
sendo (re) significado a partir de determinadoscontextos,
tempo
e espaços pontuais. Partindo dessas formas de conceitualizá-lo é possível perceber que a tecnologia não éum
simples fazer mecânico,mas
simum
fazerque envolve raciocínio.
Muito
embora,em
algunsmomentos
históricos tenha assumidocontrário o que importa é
o
produto,não
seu produtor e seuspadrões
éticos.O
eixopassa
do
sujeitopara
o objeto,do
produtorpara o
produto ”(MAGGIO,
1997, p. 25).Assim,
percebemos
que a tecnologia não éum
processo tão recente quanto parece se a entendermoscomo
um
conjunto de habilidades que o serhumano,
ao longo de sua caminhada planetária, teve que desenvolver para dominar a natureza, buscandoformas de sobreviver e adaptar-se.
Segundo
SANCHO
(1998),“um
dos equívocos mais freqüentes quepodemos
constatar
em
educação, é a generalização da crença de que somente as máquinas(hardware) de invenção mais recente são tecnologia. Isto se deve a falta de
conhecimento sobre os aspectos sociais, políticos e econômicos da tecnologia”.
Ao
fazermos referência, as tecnologias educacionais, é preciso tennosem
mente
que para muitas escolasdo
interior-
onde
as salas de aulas nãopossuem
nem
mesmo
paredes, as carteiras são improvisadascom
caixas de madeira, os professoresrecebem
menos
deum
salário -um
simples giz de cor,pode
ser consideradocomo
uma
tecnologia que vai
tomar
a apresentação deuma
aulano
quadro negro, mais atrativa.Sendo
assim,devemos
considerar “tecnologia educativa”, toda tecnologia queseja útil para educar.
“Se concebermos a tecnologia como o conjimto de conhecimentos que permite a nossa
intervenção no mundo, como o conjunto de ferramentas fisicas ou de instrumentos,
psíquicas ou simbólicas, e sociais ou organizadoras, estamos nos referindo a
um
“saberfazer” que bebe das fontes da experiência, da tradição, da reflexão sobre a prática e das
contribuições das diferentes áreas do conhecimento.
Um
saber fazer que, se não quiserser mecanicista e rotineiro, deve levar
em
consideração às contribuições dos diferentesâmbitos científicos, constituindo-se, por sua vez,
em
fonte de novo conhecimento(SANCHO,
1998, p. 23)A
informática aplicada à educaçãotem
sua origemno
ensino, através das máquinas.Em
1924, o Dr. Sidney Pressey inventouuma
máquina
para corrigir testes demúlti P la escolha. Posteriormente,
em
1950, B.F. Skiner elaborouuma
máquina
a partirdo
conceito de instrução programada. Estemodo
de instrução acontecia de forma impressa e foi muito usado na década de 50 e final dos anos 60.Sobre a instrução programada,
FIALHO
(1997) coloca que:A
instrução programada supõe a organização deum
programa deestudos, logicamente seqüenciados
em
pequenos passos, planejadospara conduzir o estudante, por meio da auto-instrução e do conhecimento que já dispõe, para conhecimentos e princípios mais complexos que deve dominar.
Tem
como
princípio fundamentalàdivisão do conteúdo
em
pequenas doses, a fim de tomar possíveloreforço imediato a todas as respostas fomecidas pelo estudante (1997,
p. 4).
Contudo, esta idéia não se popularizou muito
em
decorrência, entre outrascoisas, de seus custos, e pela falta de padronização que dificultava a disseminação da
mesma.
O
avanço e aperfeiçoamento da tecnologiano
campo
dos microchips trouxeram consigo a proliferação e o barateamento dos microcomputadores e acentuaram o aparecimento de diversos outros equipamentos hoje tão presentesem
nosso cotidiano: caixa eletrônico de banco, caixa de supermercado, self-serviceem
postos de gasolina, bares, estacionamentos, telefones celulares, fax, alarmes inteligentes, telemática ecomeçam
agora a fazer parte da realidade de algumas escolas.Partindo
do
pressuposto deque
há muitotempo
as escolas jávêm
fazendo uso devárias tecnologias
-
giz, livros, vídeo, rádio, televisão, etc -, e tendoem
vista asprincipais
mudanças
quevem
ocorrendo na atual Sociedade da Informação, é imprescindível que façamos of questionamento: se os demais profissionais das diversasseus trabalhos, por que os professores não estão sensibilizados quanto ao uso da
informática na área educacional?
Freqüentemente,
ouvimos
como
resposta a este questionamento, a falta decomputadores nas escolas, a falta de verba para aquisição de softwares educacionais e
os baixos salários.
Para
TAIRA
(2000), “poucos são os professores quepercebem
que 0 ponto departida de qualquer
mudança
inicia-senum
processo intemo de sensibilização parauma
nova
realidade”.“A
necessidade do ser humano de se adaptar aum
meio que,em
princípio, lhe é hostil,ea sua capacidade para propiciar a adaptação desse meio às suas necessidades lhe
acarreta
uma
acumulação de conhecimentos. Esta capacidade de acumular oconhecimento elaborado por outros e, ao mesmo tempo, pronunciar-se sobre 0 seu
valor, utilidade e dimensões éticas, políticas e econômicas, além de poder realizar novas
contribuições o coloca
em
uma
situação particular diante do resto dos seres desteplaneta”
(SANCHO,
1998, pág 28).Partindo destas premissas, devemos, então, questionar:
como
educar parauma
sociedadeem
transformação?Como
educar para a “Era da Informação?”.Segundo
MORAN
(1999), “educar dentro deuma
sociedade quemuda,
é ajudar desenvolver vários níveis de competência: competênciado
conhecimento, competênciano
desenvolvimento social, competência na comunicação”.Para
MORAIS
(1997),“Todos
esses aspectosdependem
decomo
evoluirão as relações entre o Estado e a Sociedade e os esforços que serão despendidos para o desenvolvimento deuma
sociedade mais instruída, melhor capacitada,em
função daa autonomia, à criatividade, à solidariedade, ao respeito à liberdade, à iniciativa, à
participação e à cooperação, condições fundamentais para que os indivíduos
possam
sobreviver
no
séculoXXI”.
3.1
A
IMPORTÂNCIA
DO
U§O
DAS
NOVAS
TECNOLOGIAS
NA
FORMACAO DO
INDIVIDUO
DO
SECULO
XXI
“A
educação éuma
forma de intervenção no mundo, mimdo este onde ohomem
vive,age e convive
em
sociedade, não éum
ser isolado, participa deum
processo ondeinfluencia e é influenciado pelo gmpo, pela sociedade, pela cultura”, (FREIRE, 1998,
p.37).
Profundas
modificações no
conjunto de valores das sociedades contemporâneaestão
em
andamento
e a presença generalizada dos meios de comunicação e informaçãotem desempenhado
um
significativo papel neste processo de construção social.Da
mesma
formaem
que atua sobre outros setores sociais, a educaçãotambém
vem
sendo interceptada pela informática. Tal interseçãovem
sedando
lentamente e demodos
diversos àmedida
queevoluem
a tecnologia e os estudos sociais e pedagógicosdecorrentes dessa evolução.
“A
nova
ordem
mundialtem
como
principal caracteristica ofenômeno
daglobalização”
(SOUZA,
1998, p. 21).Mediante essas colocações
devemos
então nos perguntar:Qual é o papel que as “novas tecnologias” deverão desempenhar
no
contexto educacional?Para
respondemos
a esse questionamento é preciso refletir sobre asmudanças
quevem
ocorrendo na sociedade contemporânea, é preciso terem
mente
que asociedade
muda
através deum
processo de reflexividade eque
éum
equivoco pensar que deve haveruma
descontinuidade entre o tradicional e o moderno. Adotaruma
nova
tecnologia, não significa necessariamenteromper
com
o passado.Para
GIDDENS
(1991), “a modernidade éum
fenômeno
de dois gumes: crianovas oportunidades para os seres
humanos gozarem
deuma
existência segura e gratificante, mas,tem
também
um
lado sombrio, que setomou
muito aparenteno
séculoatual”.
Já não
podemos
mais pensar na educaçãosem
pensar nos meios de comunicaçãoe informação.
Pesquisas realizadas nos Estados Unidos,
com
55 entidades educacionais, paralevantar os principais aspectos que poderiam garantir o sucesso dos alunos, de hoje,
no
séculoXXI,
revelaram:0 Habilidade
em
leitura básica, escrita e habilidades matemáticas.0
Bons
hábitos profissionais,como
ser responsável, pontual e disciplinado.o Valorização
do
trabalho.0 Honestidade e tolerância para
com
os outros. 0 Hábitos de cidadania.Os
aspectos acima foram dispostos de acordocom
o grau de importância, conforme pesquisa realizada.Bernardo
Toro (Apud
NOGUEIRA,1998),
também
relaciona aspectos degarantia para o sucesso
no
séculoXXI,
os quais ele definecomo
“códigos da0 Alta competência
em
leitura e escrita.0 Alta competência
em
cálculo matemático e solução de problemas de todas as ordens.0 Alta
compreensão
em
escrita: precisão para descreverfenômenos
e situações,analisar,
comparar
e expressar o próprio pensamento.0 Capacidade para analisar o ambiente social e criar governabilidade. 0 Capacidade para recepção crítica dos meios de comunicação de massa.
0 Capacidade para planejar, trabalhar e decidir
em
grupo.0 Capacidade para localizar, acionar e usar as informações acumuladas.
Segundo
NOGUEIRA
(1998), sefizermos
um
comparativo entre as duas abordagens,podemos
perceber o quanto existe de similaridade entre elas.Podemos
ainda relacionar as idéias anteriormente apresentadas à teoria das inteligências múltiplas.Gardner
define
a inteligênciacomo
a “capacidade de resolver problemasou
elaborar produtos que sejam valorizadosem
um
ou
mais ambientes culturais.A
inteligência não
pode
ser medida, ela não éum
produto acabado, pois,dependendo do
contexto sócio-econômico-cultural,
uma
açãopode
ser valorizadaem
um
ambiente eem
outro ambiente não ter
nenhuma
significância”.GARDNER
(Apude
NOGUEIRA,
1998), apresenta sete competências intelectuaisautônomas
do
serhumano:
o Inteligência lingüística
-
habilidadeou
capacidadeem
lidarcom
os desafios relacionadoscom
a linguagem.0 Inteligência lógico-matemática
-
habilidade de resolução de problemas pormeio
da educação e da observação.0 Inteligência corporal-cinestésica
-
habilidadeem
utilizarmovimentos
corporaispara superar desafios de
uma
determinada realidade.0 Inteligência musical
-
habilidade de produzir e perceber notações musicais.0 Inteligência espacial
-
habilidadeem
abstrair interaçãocom
o ambiente, o espaço e o ciberespaço para elaborarum
produtoou
resolverum
problema.0 Inteligências intrapessoais
-
habilidadeem
conhecer os aspectos intemos deuma
pessoa.
0 Inteligência interpessoal
-
habilidadeem
perceber as intenções e desejos de seusinterlocutores e,
com
isso, resolverou
minimizar problemas de comunicação erelacionamento.
A
escola precisa estar preparada para a formação deum
novo
serhumano.
Essenovo
serhumano
precisa, portanto, estar capacitado para estabeleceruma
fundamentalrelação entre o
homem
e amáquina
porque,como
diz Berger esta “relação (...) não sereduz mais ao nível
de
instrumentalidade”(BERGER,
1992).A
escola vai precisar redefinir valores, posturas e assumir novos papeis,vivenciando práticas coerentes.
Como
sistema aberto, precisará trabalharem
ritmo de aprendizagem permanente e de possibilidade de desenvolvimento pessoal e profissional para cadauma
das pessoasque
acompõem.
“Precisamos,