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Eficácia de um novo índice de nocicepção na avaliação da dor no pós-operatório imediato: Estudo Clínico de Doentes Submetidos a Cirurgia Major.

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Tese de Mestrado Integrado em Medicina

Eficácia de um novo índice de nocicepção na avaliação da dor

no pós-operatório imediato: estudo clínico de doentes

submetidos a cirurgia major

Ângela Cristina Carmezim Mota

Orientador

Dr. Pedro de Pinho e Costa Amorim

Co-Orientador Dra. Ana Isabel Castro

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2

Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar

Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Medicina

Tese de Mestrado Integrado em Medicina

Eficácia de um novo índice de nocicepção na avaliação da dor

no pós-operatório imediato: estudo clínico de doentes

submetidos a cirurgia major

Ângela Cristina Carmezim Mota

Artigo científico para obtenção do grau de Mestre em Medicina pela Universidade do Porto.

Trabalho realizado no Hospital de Santo António (Centro Hospitalar do Porto) sob a orientação científica do Dr. Pedro Amorim (Chefe de Serviço de Anestesiologia do HSA; Professor Associado Convidado do ICBAS-UP) e da Dra. Ana Castro (Doutoranda em Engenharia Biomédica (FEUP-UP) (Tese sobre Índices de Nocicepção com estudo clínico a decorrer no HSA); Investigadora Clínica do Serviço de Anestesiologia do HSA.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar aos meus orientadores, Dr. Pedro Amorim e Dra. Ana Castro, cuja enorme capacidade de transmitir conhecimentos assumiu a importância que um trabalho deste tipo tem: o desenvolvimento de novas competências, que nem sempre o curso de Medicina proporciona. O seu entusiasmo, espírito crítico e a capacidade de traduzir dados científicos em conhecimento útil e utilizável, são de facto inspiradores e fundamento do espírito científico que os caracteriza. Obrigada por toda a ajuda, apoio, incentivo e disponibilidade; e, acima de tudo, pelas sábias opiniões.

À Dra. Diana Afonso pela contribuição para a organização do trabalho e preciosa assistência no recrutamento de doentes e colheita de dados.

A todos os médicos, enfermeiros, técnicos e funcionários do Bloco Central do HSA, pela assistência durante a recolha de dados e pela simpatia que sempre demonstraram nas longas horas lá passadas.

Um agradecimento especial a todos os doentes pela disponibilidade e interesse demonstrado na realização do estudo.

Ao meu pai por todas as ―opiniões matemáticas‖ e por todo o incentivo. À minha mãe pelo apoio e paciência. À minha irmã Susana pela ajuda na formatação e organização do trabalho. À minha irmãzinha Daniela que foi sempre uma boa companhia nas muitas horas passadas em frente ao computador.

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ÍNDICE REMISSIVO

RESUMO/ ABSTRACT 6

I. Introdução 7

II. Material e Métodos 9

População 9

Recolha e registo dos dados 10

Análise dos dados 11

Filtragem dos dados 11

Análise estatística 12

III. Resultados 13

IV. Discussão 19

Comparação com trabalhos prévios 19

Análise dos principais resultados 20

Limitações do estudo 22

Importância dos achados 22

V. Conclusão 24

VI. Referências Bibliográficas 25

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5

ARTIGO

Eficácia de um novo índice de nocicepção na avaliação da dor no

pós-operatório imediato: estudo clínico de doentes submetidos a cirurgia

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6 Eficácia de um novo índice de nocicepção na avaliação da dor no pós-operatório imediato: estudo clínico de doentes submetidos a cirurgia major

Mota A.1, Castro A.2, Amorim P.

1Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar, Universidade do Porto. 2 Doutoranda em Engenharia Biomédica (FEUP); Investigadora Clínica do Serviço de

Anestesiologia do HSA

3 Chefe de Serviço de Anestesiologia do HSA; Professor Associado Convidado do ICBAS L. Prof. Abel Salazar, 2

4099-003 Porto Portugal Tel: 351 22 206 22 43 e-mail: carmezim_mota@hotmail.co RESUMO

Introdução: As alterações nas variáveis fisiológicas como a tensão arterial, a frequência cardíaca, a onda de pulso e a condutância da pele, relacionadas com os processos nociceptivos e provocadas pela activação simpática, podem ser usadas como instrumento de avaliação objectiva da dor.

Objectivo: Testar a eficácia de um novo índice de nocicepção –ANSSI (Autonomic Nervous System State Index) – na avaliação objectiva da dor no pós-operatório imediato de cirurgia major.

Metodologia: Após aprovação da Comissão de Ética e obtenção do consentimento informado, foi pedido a 18 doentes para quantificar a dor numa escala numérica de dor (0-10) na unidade de cuidados pós anestésicos, com registo simultâneo de diversos parâmetros como a frequência cardíaca, a onda de pulso e a tensão arterial, utilizando o software S5 CollectTM, que permitiram calcular o índice ANSSI. Verificou-se depois a sua relação com o valor da dor referida pelo doente.

Resultados: Na amostra final, foi observada uma tendência positiva entre a avaliação na escala numérica da dor e o ANSSI em 9 doentes, significativa em três.

Conclusões: Os nossos resultados sugerem que o índice ANSSI pode ser utilizado na avaliação do desconforto, no entanto um maior número de doentes e de avaliações será necessário para validar o método na avaliação de desconforto do doente no pós-operatório.

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7 I. INTRODUÇÃO

A dor é um fenómeno multifacetado de difícil avaliação, especialmente em doentes incapazes de verbalizar queixas (Herr et al. 2006). A dor é um fenómeno fisiológico importante como mecanismo de defesa e de manutenção da integridade física do indivíduo. Exposto a estímulos nocivos potencialmente lesivos, uma sensação de desconforto impulsiona o indivíduo a evitar o estímulo e preservar a integridade do tecido ameaçado. Esta sensação desconfortável é essencial à sobrevivência, no entanto após intervenções cirúrgicas, a dor aguda coloca os doentes em situações de desconforto e pode eventualmente despoletar respostas agravadas com riscos associados (Rosenberg

et. al, 1999; Apfelbaum et.al 2003). A dor é um fenómeno multifacetado de difícil

avaliação, especialmente em doentes incapazes de verbalizar queixas (Herr et al. 2006). O stress operatório é um fenómeno de grande importância clínica; resulta da agressão cirúrgica (estímulos nociceptivos), implica sobretudo o Sistema Nervoso Autónomo e pode ser atenuado farmacologicamente, nomeadamente através de fármacos anestésicos e analgésicos (anti-nocicepção). Durante a anestesia geral as reacções conscientes à dor estão ausentes mas a activação das vias simpática neural e autonómica humoral provocam respostas hemodinâmicas que podem afectar o outcome clínico, sobretudo em doentes de risco (Rosenberg et al. 1999). É conhecida a elevada incidência de isquemia e enfarte como complicação pós-operatória. O número crescente de doentes idosos e portadores de patologia cardiovascular submetidos a cirurgia torna este problema ainda mais relevante (Paloheimo et al. 2010).

Os indicadores clínicos tradicionalmente utilizados como indicadores de analgesia inadequada são a taquicardia, hipertensão arterial, sudação e produção de lágrimas; todavia qualquer um destes sinais pode não estar presente devido, quer a alterações fisiológicas, quer a efeitos farmacológicos, que as mascarem.

Recentemente vários investigadores têm tentado desenvolver e validar parâmetros objectivos de medição da nocicepção, geralmente na forma de índices numéricos de fácil interpretação.Na literatura são referidos como ―índices de nocicepção‖. Os índices propostos baseiam-se sobretudo na análise da onda de pulso periférico da pletismografia, na variabilidade do pulso, na variabilidade R-R do electrocardiograma,

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8 na produção de suor ou na variabilidade de índices obtidos através da monitorização do electroencefalograma (Seitsonen et al. 2005). Por exemplo, como o Sistema Nervoso Autónomo influencia o funcionamento do coração quer acelerando os batimentos cardíacos (efeito simpático ou humoral) ou desacelerando-os (efeito vagal parassimpático), a frequência cardíaca calculada a partir do ECG é usada comummente na detecção do estado/balanço autonómico em várias situações clínicas. A amplitude da onda da pletismografia de pulso é muitas vezes mostrada nos ecrãs da oximetria de pulso e contém informações mais relevantes acerca do estado da circulação durante a cirurgia do que o ECG. Os padrões da forma da onda dependem de vários factores como a força de contracção ventricular, volume de ejecção, pressão venosa e tónus vasomotor simpático das arteríolas dos dedos. A respiração, quer espontânea quer através de ventilação com pressão positiva, provoca pequenas flutuações periódicas da linha de base às quais se sobrepõem os batimentos cardíacos, assemelhando-se a uma onda de pressão arterial. As flutuações autonómicas causadas pela dor e pelos estímulos nóxicos diminuem a amplitude da pletismografia digital periférica A amplitude de pulso e a perfusão da ponta dos dedos correlaciona-se com a temperatura do dedo (Paloheimo et

al. 2010).

A busca de um instrumento que possa traduzir o nível de dor do doente é importante para o seu melhor controlo e tratamento, e torna-se ainda mais complexa e limitada em doentes que não têm capacidade para colaborar e expressar a sua dor (Gjerstad et

al.2008).

Foi recentemente desenvolvido pelo investigador Paloheimo (Paloheimo et al. 2010) um novo índice – ANSSI (Autonomic Nervous System State Index) –que pretende medir o stress causado por uma analgesia inadequada, caracterizando o estado dos sinais autonómicos aos estímulos nociceptivos. Uma colaboração com o investigador que desenvolveu o método permitiu-nos acesso ao software necessário à obtenção do índice ANSSI (S5 CollectTM).

Com o presente estudo pretende-se analisar o desempenho desse índice como indicador de dor no pós-operatório imediato de doentes submetidos a cirurgia major, com o objectivo principal de avaliar a existência de relação entre o índice ANSSI e a dor referida pelos doentes. Trata-se de um estudo prospectivo, cego e comparativo.

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9 II. MATERIAL E MÉTODOS

População

Foram incluídos no estudo 18 doentes operados durante o período da tarde no Bloco Operatório Central do HSA. Doentes submetidos a cirurgias major com duração superior a uma hora, operados sob anestesia geral, das áreas de Urologia e Cirurgia Geral. Foram critérios de exclusão: idade maior que 70 anos e menor que 18; patologia neurológica; doença cardiovascular como fibrilação, flutter auricular; existência de pacemaker; diabetes mellitus; uso de fármacos como beta bloqueadores e agonistas alfa; alcoolismo; uso de drogas ilícitas; doença psiquiátrica e a recusa do doente.

Para a selecção dos participantes, após consulta do agendamento do Bloco Operatório Central do HSA, identificavam-se os doentes que cumpriam os critérios para serem incluídos no estudo. Caso houvesse mais que um doente a operar na mesma tarde, era seleccionado o doente que tivesse nascido no mês com número mais baixo.

No dia anterior à cirurgia, era feita uma visita à enfermaria onde se encontrava o doente. O doente era então informado sobre o conteúdo e objectivos do estudo e era-lhe explicada a escala numérica da dor (END) representada na Figura 1. De notar que esta escala é de uso habitual e que o seu ensino aos doentes se efectua muitas vezes no pré operatório.

Figura 1. Escala Numérica da Dor (END) – escala graduada de 0 a 10, onde 0 significa

―ausência de dor‖ e 10 significa ―a pior dor imaginável‖.

Eram clarificadas todas as dúvidas e respondidas todas as questões que os doentes pudessem ter. Caso o doente concordasse em participar no estudo, assinava então o consentimento informado. Ao doente foi entregue uma folha que continha toda a informação sobre o projecto, já explicada verbalmente, e o número da investigadora, para esclarecimento de qualquer dúvida, ou caso o doente quisesse desistir da sua participação (ver Anexo 1).

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Recolha e registo de dados

Assim que terminasse a cirurgia e o doente fosse transferido para a Unidade de Cuidados Pós-Anestésicos (UCPA), e findos todos os procedimentos rotineiros da unidade como colocação de eléctrodos e soros, o monitor de parâmetros vitais do doente era conectado a um computador portátil equipado com o software S5 CollectTM para obtenção do índice ANSS (Figura 2). Ao doente acordado e colaborante, era então pedido que quantificasse a sua dor na escala numérica de dor. Este procedimento foi repetido a cada 15 minutos durante o tempo de permanência nessa unidade.

Figura 2. Programa S5 CollectTM, utilizado na recolha de dados.

A investigadora que avaliou a dor não teve acesso a esse índice, tendo apenas um papel de recolha de informação numa folha de registo própria criada para o efeito (ver Anexo 2). Na ficha de avaliação não consta qualquer dado identificativo do doente, a não ser o código que lhe foi atribuído.

Coube ao médico anestesiologista da UCPA a decisão de quando e como tratar a dor. A utilização de analgésicos foi avaliada a partir de registos efectuados na ficha de avaliação de cada um dos participantes, numa tabela própria para o efeito (ver Anexo 2). Os enfermeiros da UCPA procediam aos registos no monitor do doente, que eram depois consultados pela investigadora.

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Análise dos dados

Depois de recolhidos os dados, os ficheiros (.drc) foram convertidos pelo software CollectTM para ficheiros ASCII, ou ficheiros de texto, e importados para tabelas Excel. Cada parâmetro, como a tensão arterial, frequência cardíaca, SpO2; formava a sua própria coluna. Colunas adicionais foram inseridas para calcular os parâmetros: PPI, ANSS, ANSS máx. e ANSSI.

O ANSS (Autonomic Nervous System State) é calculado através do produto do PPI (pulse-to-pulse interval), obtido a partir da frequência cardíaca (FC), pela amplitude da onda de pulso (obtida através da pletismografia, PPGA):

FC PPI  60 (1)

PPGA PPI

ANSS  * (2)

O ANSS índex (ANSSI) é o ANSS referido ao ANSS máximo (ANSSmax) do doente, dado pela seguinte expressão:

        max 90 100 ANSS ANSS ANSSI (3)

Filtragem dos dados

As variáveis utilizadas no processamento do ANSSI apresentavam-se contaminadas por ruído, o que pode conduzir a valores erróneos do índice. Sendo assim, foi necessário proceder à limpeza dos sinais em pré-processamento.

Numa primeira fase, foram corrigidos os períodos em que houve perda de sinal, através da substituição destes elementos pelo último valor válido obtido na medição. De seguida abordou-se o efeito de outliers resultantes do movimento do sensor de SpO2 ou dos eléctrodos de ECG, a partir do qual foi obtida a sequência de frequência cardíaca. O método aplicado é baseado na teoria wavelet (Jiang et al. 2002) e a partir das características históricas de cada sinal estima uma sequência filtrada do sinal original.

Após este processo, estimou-se a diferença absoluta entre o sinal original e o filtrado assim obtido ( Dif ).

Filtrado Original Sinal

Sinal

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12 Sempre que a diferença entre o sinal original e o filtrado fosse superior a três vezes desvio-padrão da diferença ( Dif ), um outlier é identificado e substituído pelo valor correspondente da sequência filtrada.

Matlab R2007a foi utilizado no pré-processamento dos sinais.

Análise Estatística

Os dados não se encontravam, no geral, normalmente distribuídos pelo que foram expressos como medianas. A mediana do ANSSI foi calculada num intervalo compreendido entre 5 minutos antes e 5 minutos depois de cada avaliação da dor, tal como mostra a Figura 3.

Figura 3. Representação das janelas temporais usadas na análise do ANSSI no estudo – desde 5

minutos antes do momento da avaliação na escala numérica da dor até 5 minutos após a avaliação; avaliações consecutivas em intervalos de 15 minutos.

A dor referida pelo doente foi classificada como: ausência de dor ou dor ligeira (END de 0-2), dor moderada (END de 3-5) e dor intensa ou máxima (END de 6-10).

Como se tratam de variáveis ordinais e não normalmente distribuídas, a correlação não-paramétrica de Kendall foi utilizada para estimar as associações entre a mediana do ANSSI e o valor obtido na escala numérica da dor fornecido pelo doente. SPSS v.18 foi utilizado na análise estatística dos sinais.

O estudo teve a aprovação da Comissão de Ética e a autorização do Conselho de Administração do Hospital de Santo António (Centro Hospitalar do Porto).

15 minutos

Avaliação i Avaliação j

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13 III. RESULTADOS

Foram obtidos dados relativos a 18 doentes (6 homens, 12 mulheres). Os dados de 2 participantes foram excluídos (doentes 3 e 4) uma vez que, após a recolha, se verificou que houve uma falha técnica do software e os dados não ficaram registados no computador portátil, impossibilitando a sua análise.

À amostra final de 16 doentes (5 homens, 11 mulheres) correspondia uma idade média de 47.50 ± 13.79 anos. Efectuaram-se 96 avaliações no total, em média 6 avaliações por doente. Das 96 avaliações, 44 correspondem a ausência de dor ou dor ligeira (END de 0-2), 32 a dor moderada (END de 3-5) e 20 a dor intensa ou máxima (END de 6-10).

A Figura 4 representa a distribuição das avaliações do número total de doentes em cada entrada da escala numérica de dor. A Figura 5 representa as avaliações da dor para cada doente do estudo, à entrada e à saída da UCPA.

Figura 4. Frequência de ocorrência de cada entrada da escala numérica de dor (END) para as

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14

Figura 5. Avaliação na escala numérica de dor (END) dos doentes à entrada e saída da UCPA

(doentes 3 e 4 excluídos). Verifica-se que três doentes entraram na UCPA sem dor e saíram com dor (doente 7, 11 e 18) e um doente referiu aumento da dor durante a estadia na UCPA (doente 9); dois doentes não referiram qualquer alteração (doente 2 e 6); nos restantes a dor à saída da UCPA é inferior à avaliada à entrada.

As Figuras 6, 7 e 8 apresentam os resultados obtidos no pré-processamento dos dados para o doente 1.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 20 40 60 80 100 120 F C ( b a t/ m in ) Doente1 FC Original FC Filtrada 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 5 10 15 Tempo (min) S P O 2 A m p SPO2IR Original SPO2IR Filtrada

Figura 6. Representação dos sinais de frequência cardíaca e da amplitude da onda de pulso

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15 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 -40 -20 0 20 Doente1 FC-FCF 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 50 100 F C ( b a t/ m in ) FC FC Limpo 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 -2 0 2 4 SPO2IR-SPO2IRF 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 5 10 15 Tempo (min) S P O 2 A m p SPO2IR SPO2IR Limpo

Figura 7. Representação dos sinais de frequência cardíaca e da amplitude da onda de pulso

originais (azul), e após remoção de outliers (vermelho), bem como a diferença entre os sinais originais e filtrados (Dif ).

0 20 40 60 80 100 0 50 100 F C ( b a t/ m in ) Doente1 FC Original FC Limpo 0 20 40 60 80 100 0 5 10 15 S P O 2 A m p SPO2IR Original SPO2IR Limpo 0 20 40 60 80 100 0 50 100 Tempo (min) A N S S I ANSSI

Figura 8. Representação dos sinais de frequência cardíaca e da amplitude da onda de pulso

originais (azul) e após remoção de outliers (vermelho), e do ANSSI para o doente 1.

A Figura 9 representa com maior detalhe a variação do ANSSI do doente 1 ao longo do tempo de estadia na UCPA. A elevação dos valores do ANSSI que se verifica a partir dos 88 minutos deve-se, provavelmente, aos procedimentos rotineiros a que os doentes estão sujeitos nesta unidade, neste caso, à manipulação do doente para o preparar para ser transferido para a enfermaria (o que veio a acontecer cerca de 7 minutos mais tarde).

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16 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 20 40 60 80 100 Tempo (min) A N S S I ANSSI

Figura 9. Variação do ANSSI ao longo do tempo de estadia na UCPA – Doente 1. Verifica-se

uma tendência decrescente do ANSSI, indicando uma diminuição da dor ao longo do tempo, consistente com a avaliação na escala numérica de dor do doente.

Análise de Correlação

Os doentes 2 e 6 foram removidos da análise de correlação, uma vez que durante a sua estadia na UCPA a avaliação na END se manteve inalterada. O doente 2 referiu nunca ter tido dor (END=0) – Figura 10. O doente 10 manteve sempre uma avaliação na END de 10 (dor insuportável) – Figura 11.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 50 100 Tempo (min) A N S S I Doente2 ANSSI

Figura 10. Variação do ANSSI ao longo do tempo de estadia na UCPA – Doente 2. Verifica-se

que o ANSSI, apesar de ter sofrido algumas flutuações nos primeiros minutos, acabou por estabilizar e manter-se mais ou menos inalterado, mas com valores bastante altos.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 50 100 Tempo (min) A N S S I Doente6 ANSSI

Figura 11. Variação do ANSSI ao longo do tempo de estadia na UCPA – Doente 6. Ocorreu

uma grande flutuação dos valores do ANSSI neste doente, acompanhada por uma avaliação na escala numérica de dor de 10.

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17 Na análise dos intervalos de 10 minutos verificou-se uma tendência positiva entre a avaliação na END e o ANSSI em 9 doentes; significativa em 3 doentes, representados na Figura 12. Desses 9 doentes, 6 mulheres e 3 homens, 2 foram submetidos a cirurgia urológica e os restantes a cirurgia geral. Quase todos tinham uma avaliação de dor na END superior à entrada da UCPA e viram a sua dor diminuir ao longo da estadia nesta unidade, com excepção do doente 7 cuja dor se mantinha na END a zero e na última avaliação passou a 3, acompanhada por um aumento do ANSSI.

Nos restantes 5 doentes observou-se uma tendência negativa, verificando-se uma associação 100% negativa no doente 9, no entanto, temos apenas três avaliações para este doente, sendo necessária a interpretação cuidadosa dos resultados; e uma correlação negativa significativa no doente 18 (p < 0,05), cuja dor aumentou na END de 0 para 2, no entanto os valores absolutos de ANSSI foram estáveis ao longo do período de avaliação (Figura 12) – Tabela I.

Tabela I. Valor da correlação de Kendall (τ) e significância (P) para cada doente do estudo

(* P<0.05, ** P<0.01). Doente P τ Kendall 1 0,004 0,905** 2 --- --- 5 0,402 -0,282 6 --- --- 7 0,134 0,535 8 0,279 0,548 9 0.000 - 1,000** 10 0,003 0,889** 11 0,26 -0,43 12 0,053 -0,69 13 0,221 0,816 14 0,174 0,667 15 0,121 0,816 16 0,028 0,633* 17 0,18 0,707 18 0,024 -0,856*

(18)

18 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 20 40 60 80 100 Tempo (min) A N S S I Doente18 ANSSI

Figura 12. Variação do ANSSI ao longo do tempo de estadia na UCPA – Doente 18. Os valores

de ANSSI mantiveram-se estáveis com avaliações de 0,1 e 2 na escala numérica de dor, no entanto a última avaliação comporta a queda de ANSSI observada, com avaliação de 2 na escala numérica da dor.

Figura 13. Representação do ANSSI e da avaliação dos doentes na escala numérica da dor

(END), no intervalo entre avaliações, dos doentes com correlação positiva significativa. Verifica-se que a valores crescentes na END correspondem valores cada vez mais altos no ANSSI.

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19 IV. DISCUSSÃO

Comparação com trabalhos prévios

Monitorizar a adequação da analgesia, ou nocicepção, em doentes incapazes de expressar a sua dor, como por exemplo, durante a anestesia geral; permanece um desafio e, como tal, existe uma grande necessidade de métodos objectivos e fiáveis para a sua detecção (Huiku et al.2007). O balanço da nocicepção/anti-nocicepçao durante a anestesia é muito importante uma vez que se pode relacionar com o outcome clínico.

Na literatura existem já referências a alguns índices ou métodos que, utilizando determinadas variáveis fisiológicas monitorizadas no intra-operatório, poderão ser usados como medidores da nocicepção no paciente anestesiado.

O Surgical Stress Index (SSI) baseia-se em parâmetros da fotopletismografia e da frequência cardíaca e mostrou-se eficaz como medida do balanço nocicepção/ antinocicepção intra-operatório, em adultos (Huiku et al.2007; Struys et al. 2007; Ahonen et al. 2007) e em crianças (Kallio et al. 2008).

Outros artigos referem a utilização de monitores de hipnose na avaliação da nocicepção, como por exemplo a utilização da diferença entre a entropia de estado (state entropy – SE) e a entropia de resposta (response entropy – RE), do monitor de consciência Entropia. Esta é uma medida indirecta da electromiografia facial (facial electromyography – FEMG), que pode ser útil na avaliação da nocicepção durante a cirurgia (Mathews et al. 2007).

Um outro estudo analisou a capacidade dos índices de consciência de entropia e do BIS (Bispectral IndexTM) estimarem a nocicepção durante anestesia com sevoflurano. Verificou que a estimulação nóxica aumentou a diferença entre a RE e a SE, mas que, no entanto, essa diferença nem sempre indica uma analgesia inadequada e que deve ser interpretada com cuidado(Takamatsu et al. 2006).

Um outro trabalho analisou a possibilidade de se usar um algoritmo que se baseia na diferença entre SE e RE, para guiar a administração de remifentanil, durante uma anestesia com propofol. Essa forma de administração do analgésico resultou num estado hemodinâmico do paciente mais estável e numa rápida recuperação da anestesia. No entanto, a incidência de movimento foi maior do que o aceitável pela maior parte dos anestesiologistas; mais estudos serão necessários para desenvolver este tema (Mathews

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20 Em relação ao pós-operatório, um estudo analisou o número de flutuações por segundo da condutância da pele e a sua correlação com a dor no pós-operatório, concluindo que esse parâmetro poderá ser um método útil de avaliar a dor pós-cirúrgica (Ledowski et al. 2007).

O ANSSI, surge como um método de avaliação da nocicepção durante o intra-operatório, baseado na onda de pulso e na frequência cardíaca. Este método foi proposto e avaliado em doentes anestesiados, não tendo ainda sido utilizado no pós-operatório como medida objectiva do desconforto do doente (Paloheimo et al. 2010).

Análise dos principais resultados

Este estudo teve como objectivo testar, num contexto pós-operatório, um outro método objectivo de avaliação da dor – ANSSI – e avaliar de que forma ele é capaz de traduzir eficaz e fielmente a dor de um paciente, manifestada como um valor da END.

Dos 16 doentes incluídos no estudo, os doentes 2 e 6 tiveram que ser excluídos da análise de correlação, uma vez que as suas avaliações se mantiveram inalteradas ao longo de todo o tempo de permanência na UCPA. O doente 2 referiu nunca ter tido dor (END=0), apresentando-se bastante confortável e sem necessidade de analgesia complementar. Verificou-se que o ANSSI se manteve mais ou menos inalterado ao longo do tempo (Figura 10), sem variações de nível, adequando-se à sua avaliação na END. Apesar de se manter com valores elevados de ANSSI, é importante referir que cada tendência de ANSSI se refere ao valor máximo observado no doente, e os resultados devem ser interpretados nesse contexto. O doente 6 manteve sempre uma avaliação de END de 10 (dor insuportável), recebeu tratamento analgésico uma vez (morfina 3mg, 35 minutos após a chegada à UCPA), mantendo-se muito queixoso e movimentando-se com frequência, o que se poderá ter reflectido num padrão de ANSSI altamente variável como se observa na Figura 11, e que pode ser reflexo da dor indicada. Durante todo o tempo mostrou-se pouco colaborante. O facto de o doente 6 manter estes níveis de dor pode traduzir um tratamento sub-óptimo durante a sua estadia na UCPA, mas pode também indicar uma falha na compreensão da escala da dor, agravada pela falta de interesse na colaboração demonstrada.

Nos restantes pacientes observamos que a maioria deixou a unidade com avaliação da dor na END inferior à apresentada na entrada, e quase todos com avaliações na END iguais ou inferiores a 4, ou seja com dor ligeira a moderada. Destes doentes, 5 necessitaram de analgesia complementar na UCPA. Três doentes entraram sem dor e

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21 esta foi aumentando ao longo da permanência na UCPA, alcançando níveis de dor ligeira a moderada; um deles chegou mesmo a receber terapêutica analgésica (doente 11). Num doente verificou-se um aumento de dor, apesar de ter recebido tratamento analgésico, mantendo-se no entanto, dentro da faixa de classificação de dor ligeira (doente 9).

Estes resultados demonstram um tratamento da dor aguda em pós-operatório na UCPA que nem sempre foi eficaz. Identificar e avaliar a dor tem sido um grande desafio para os profissionais de saúde, sendo as falhas nesta tarefa umas das razões do inadequado alívio da dor no pós-operatório (Apfelbaum et al. 2003). O acompanhamento dos doentes na dor aguda é essencial para o seu bem-estar e na prevenção de riscos associados a este fenómeno. A implementação de métodos objectivos de avaliação da dor ou desconforto do doente pode vir a ser utilizada continuamente, de modo a prevenir situações de dor aguda atempadamente. Estes métodos ganham ainda mais interesse quando se trata de doentes incapazes de expressar dor (Hullett et al. 2009).

No nosso estudo verificamos que o ANSSI pode ser utilizado como método objectivo da medição do desconforto do doente, no entanto este método não traduz somente episódios de dor. Outros factores, para além dos associados à dor, podem induzir alterações nas flutuações das variáveis fisiológicas utilizadas como base do cálculo do ANSSI, e tal sucede com qualquer uma das variáveis fisiológicas utilizadas habitualmente na avaliação do desconforto do doente que, por isso, devem ser utilizados de forma crítica. Factores extrínsecos ao processo da dor podem originar flutuações, nomeadamente na frequência cardíaca e amplitude da onda de pulso, avaliadas neste estudo, conforme referido anteriormente. De facto, durante a recolha de dados observamos que artefactos de movimento, quer do doente (Figura 11) quer provocados pelo pessoal durante diversos procedimentos (Figura 9) interferem nas medições dos diferentes parâmetros, sendo portanto uma possível fonte de erro a ter em conta quando se avalia o ANSSI. Como tal, este índice deve ser utilizado sempre dentro do contexto clínico.

Apesar de termos observado tendência positiva entre a END e o ANSSI em nove doentes, esta foi significativa apenas em três; aliás observamos 5 doentes em que a tendência se apresentou negativa, apesar de significativa apenas em dois doentes, no entanto, estes resultados devem ser interpretados com cuidado uma vez que estes doentes apresentam poucas avaliações durante a sua estadia na UCPA, pelo que os

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22 resultados obtidos não são representativos. Além disso, outros factores interferem nas medições da onda de pulso, como por exemplo a temperatura e a perfusão dos tecidos, não considerados no estudo.

Limitações do estudo

O nosso estudo apresenta algumas limitações. O número de doentes utilizados é reduzido, bem como o número de avaliações na END por doente. De modo a ultrapassar as limitações do estudo, o número de doentes deverá ser superior, bem como o número de avaliações na END durante a permanência na UCPA, reduzindo o tempo entre avaliações. Além disso a temperatura periférica deverá também ser introduzida na monitorização do doente, uma vez que este parâmetro condiciona as observações do ANSSI, e pode conduzir a conclusões não correspondentes ao estado do doente.

Importância dos achados

As circunstâncias em que este estudo foi realizado não foram as ideais, no entanto, correspondem ao contexto real e quotidiano em que, eventualmente, este método será usado. Um ambiente controlado em que é possível induzir estímulos nóxicos e avaliar a resposta do organismo a essas agressões, e de que forma o ANSSI é capaz de as traduzir fielmente, é de facto um contexto ideal para testar e validar este novo parâmetro, uma vez que as interferências externas que afectam as variáveis medidas, como o simples movimento do doente por exemplo, estariam abolidas ou minimizadas (Paloheimo et.

al, 2010). No entanto, testar este índice num contexto que se aproxima mais da

realidade do dia-a-dia dos médicos anestesiologistas, ou seja, usar este método numa unidade de cuidados pós-anestésicos, onde ele pode vir a ser muito útil, tem certamente um enorme interesse. Desta forma é possível avaliar que variáveis poderão afectar o seu desempenho e de que forma podemos minimizar essas interferências, por forma a que o seu uso neste contexto não controlado, que é aquele com que os médicos se deparam todos os dias, possa ser mais eficaz e mais fiável e, por conseguinte, mais útil à prática clínica e ao doente.

Os métodos objectivos e fiáveis de medição da dor, quer durante uma cirurgia em que o paciente não é capaz de se expressar, quer aplicados a doentes acordados mas não conscientes e/ou não colaborantes, são extremamente necessários e podem vir a tornar-se muito úteis no futuro, permitindo ao médico anestesiologista, ou outros, o melhor

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23 desempenho do seu papel a tratar a dor, minimizando, assim, os seus efeitos adversos e permitindo um cuidado optimizado dos doentes.

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24 V. CONCLUSÃO

Os nossos resultados sugerem que o ANSSI pode ser utilizado na avaliação do desconforto, mas um número superior de doentes e avaliações é necessário. Além disso, em doentes conscientes, factores extrínsecos à dor originam flutuações das variáveis fisiológicas avaliadas, demonstrando que os parâmetros fisiológicos podem ser úteis a avaliar a dor na prática clínica, no entanto, estes índices não podem ser usados de forma isolada, devendo ser usados de forma crítica para tomada de decisão.

Os dados avaliados no nosso estudo sugerem que o ANSSI poderá vir a ser um instrumento útil na avaliação da dor no pós-operatório. Espera-se que este parâmetro possa no futuro ser usado para guiar os profissionais da Anestesiologia de forma a minimizar as respostas do doente aos estímulos nociceptivos, ajudando assim a aperfeiçoar o cuidado ao doente.

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25 VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Ahonen J, Jokela R, Uutela K and Huiku M (2007) Surgical stress index reflects surgical stress in gynaecological laparoscopic day-case surgery British Journal of Anaesthesia 98 (4): 456–61

2. Apfelbaum JL, Chen C, Mehta SS, Gan TJ (2003) Postoperative pain experience: results from a national survey suggest postoperative pain continues to be undermanaged. Anesthesia and Analgesia 97(2):534-40

3. Gjerstad AC, Storm H, Hagen R, Huiku M, Qvigstad E, Raeder J (2007) Comparison of skin conductance with entropy during intubation, tetanic stimulation and emergence from general anaesthesia. Acta Anaesthesiol Scand 2007; 51: 8–15

4. Gjerstad AC, Wagner K, Henrichsen T, Storm H (2008) Skin conductance versus the modified COMFORT sedation score as a measure of discomfort in artificially ventilated children. Pediatrics 122: e848-e853

5. Herr K, Coyne PJ, Manworren R, McCaffery MS, Merkel S, Pelosi-Kelly J, Wild L (2006) Pain assessment in the nonverbal patient: position statement with clinical practice recommendations. Pain Management Nursing 7(2): 44-52 6. Huiku M, UutelaK , van GilsM, KorhonenI, KymäläinenM, MeriläinenP,

Paloheimo M, Rantanen M, TakalaP, Viertiö-OjaH, Yli-HankalaA (2007) Assessment of surgical stress during general anaesthesia. British Journal of Anaesthesia 98: 447 – 455

7. Hullett B, Chambers N, Preuss J, Zamudio I, Lange J, Pascoe E, Ledowski T (2009) Monitoring electrical skin conductance. A tool for the assessment of postoperative pain in children? Anesthesiology 111: 513-7

8. Jiang T, Chen B, He X, Stuart P (2002) Application of steady-state detection method based on wavelet transform. Computers and Chemical Engineering 27 (2003) 569-/578

9. KallioH, LindbergLI, Majander AS, UutelaKH, NiskanenML and Paloheimo MPJ (2008) Measurement of surgical stress in anaesthetized children. British Journal of Anaesthesia 101 (3): 383- 389

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26 10. Ledowski T, Bromilow J, Wu J, Paech MJ, Storm H and Schug SA (2007) The assessment of postoperative pain by monitoring skin conductance: results of a prospective study. Anaesthesia 62: 989–993

11. Mathews DM, Cirullo PM, Struys MMRF, De Smet T, Malik RJ, Chang CL and Neuman GG (2007) Feasibility study for the administration of remifentanil based on the difference between response entropy and state entropy. British Journal of Anaesthesia98 (6): 785-791

12. Paloheimo M, Sahanne S, Uutela KH (2010) Autonomic Nervous System State (ANSS); the effect of general anaesthesia and bilateral tonsillectomy after unilateral infiltration of lidocaine. British Journal of Anaesthesia 104 (5): 587-95 13. Rosenberg J, Kehlet H (1999) Does effective postoperative pain management

influence surgical morbidity? European Surgical Research 31: 133-37

14. Seitsonen ERJ, Korhonen KJ, van Gills MJ, Huiku M, Lotjonen JMP, Korttila KT, Yli- Hankala AM (2005) EEG spectral entropy, heart rate,

photoplethysmography and motor responses to skin incision during sevoflurane anaesthesia. Acta Anaesthesiol Scand 49: 284—292

15. Struys MMRF, VanpeteghemC, HuikuM, Uutela K, Blyaert NBK and Mortier EP (Abril 2007) Changes in a surgical stress index in response to standardized pain stimuli during propofol–remifentanil infusion. British Journal of Anaesthesia 99 (3): 359-367

16. Takamatsu I, Ozaki M and Kazama T (2006) Entropy indices vs the bispectral indexTM for estimating nociception during sevoflurane anaesthesia. British Journal of Anaesthesia 96 (5): 620–6

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28

Anexo 1

Estudos de investigação

CONSENTIMENTO INFORMADO

Eficácia de um novo índice de nocicepção na avaliação da dor no pós-operatório imediato: estudo clínico de doentes submetidos a cirurgia major.

Eu, abaixo-assinado__________________________________________, fui informado de que o estudo de investigação acima mencionado pretende avaliar um novo índice denominado ANSS e compará-lo com as escalas de dor usadas comummente. Espera-se que este parâmetro possa no futuro Espera-ser usado para guiar os profissionais da Anestesiologia de forma a minimizar as respostas de stress do paciente aos estímulos “nocivos” normais da cirurgia, ajudando, assim, a aperfeiçoar o cuidado ao doente. Sei que, durante o tempo em que ficarei em observação na UCPA, indicarei à investigadora de 15 em 15 minutos, a pontuação na escala de 0 a 10, a que corresponde a minha dor. Foi-me mostrada e explicada a escala de dor, compreendo o seu funcionamento e sei como utilizá-la.

Foi-me garantido que todos os dados relativos à identificação dos participantes neste estudo são confidenciais.

Sei que posso recusar-me a participar ou interromper a qualquer momento a participação no estudo, sem nenhum tipo de penalização por este facto.

Compreendi a informação que me foi dada, tive oportunidade fazer perguntas e as minhas dúvidas foram esclarecidas.

Aceito participar de livre vontade no estudo acima mencionado.

Também autorizo a divulgação dos resultados obtidos no meio científico, garantindo a sua confidencialidade.

Nome do participante no estudo:__________________________________________ Assinatura --- Data [Ano/mês/dia]. Nome do médico responsável:__________________________________________ Assinatura --- Data [Ano/mês/dia].

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29

Documentação de informação sobre o projecto, anexo ao

consentimento informado.

Na anestesia geral administra-se um medicamento que faz o doente dormir, isto é permanecer inconsciente, e um medicamento que anula as respostas do organismo a todos os estímulos que pudessem causar dor, principalmente aos procedimentos relacionados com a cirurgia. No doente anestesiado, como está inconsciente, falamos, não em dor, mas sim em nocicepção.

Hoje em dia, ao realizar uma anestesia geral, dispomos de um monitor que permite avaliar se a anestesia é adequada no que diz respeito à sua componente hipnótica, isto é, saber se o doente está mais ou menos adormecido. Todavia, não existe actualmente, nenhum monitor que permita ao anestesista saber se o doente tem a quantidade do medicamento analgésico adequada, isto é, avaliar o grau de nocicepção. A nossa investigação pretende obter informação de modo a analisar a eficácia de um novo índice clínico para medir a nocicepção/analgesia no doente anestesiado.

Numa pessoa acordada, este tipo de estímulos provocam aquilo a que chamamos dor. No doente anestesiado, como está inconsciente, não pode sentir dor; todavia há tendência a ocorrer manifestações a estes estímulos às quais chamamos nocicepção. Tais manifestações são por exemplo um aumento da tensão arterial e dos batimentos do coração, produção de suor ou lágrimas, ou um aumento da actividade eléctrica das células do cérebro ou dos músculos da face.

Para o avanço da anestesiologia, é importante identificar e analisar melhor, sinais clínicos que mostrem se o doente se encontra adequadamente anestesiado, nomeadamente se a dose do medicamento analgésico é adequada. Tal poderá permitir o desenvolvimento de sistemas inteligentes para a administração da anestesia.

Depois da anestesia o doente ficará durante 2 horas na UCPA (Unidade de Cuidados Pós-Anestésicos), como é habitual. Aí, uma das principais preocupações é avaliar a dor do paciente e garantir que esteja tudo bem. Na UCPA será o médico Anestesiologsta responsável que decidirá quando e como tratar a dor. Não será realizada qualquer intervenção, administração de fármacos ou qualquer outro procedimento por parte da investigadora. À investigadora compete o papel de recolha e registo de dados que será feito de 15 em 15 minutos, segundo classificação do doente da sua dor com base numa escala que varia de 0 (sem dor) a 10 (dor insuportável), como exemplificado na seguinte figura.

Os sinais que vamos analisar, são sinais que recolhemos sempre em todos os doentes anestesiados, mesmo que não se realizasse o estudo: tensão arterial, frequência cardíaca, tamanho da onda do pulso arterial, oximetria de pulso; graças ao novo software que nos foi disponibilizado e que será conectado ao monitor do paciente, calcular-se-á esse novo índice ANSS (Autonomic Nervous System State- estado do Sistema Nervoso Autónomo) e comparar-se-á esses valores com os referidos pelo paciente e que serão registados pela investigadora. Desta forma poderemos avaliar a eficácia desse índice na avaliação da dor no pós-operatório.

No caso de dúvidas, ou para qualquer esclarecimento, por favor contactar: Ângela Mota- telemóvel 917004673.

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30

Anexo 2

AVALIAÇÃO DA DOR NO PÓS-OPERATÓRIO

CÓDIGO DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE:

DATA: HORA DE ENTRADA: HORA DE ALTA:

HORA DE INÍCIO DA MONITORIZAÇÂO COM O ANSSI:

Analgésicos administrados na sala de operações:

ESCALA NUMÉRICA DA DOR:

Marcarna tabela abaixo o valor que o doente atribui à sua dor actual, em que o zero corresponde à ausência de dor e 10 é dor muito forte e insuportável ou "excruciante”.

Tempo (min) Hora Real (h:min) Sem dor

Dor ligeira Dor moderada Dor intensa Dor máxima

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 15’ 30 45’ 60’ 75’ 90’ 105’ 120’ Estudos de investigação

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ANALGESIA PÓS-OPERATÓRIA:

Registar na tabela abaixo os analgésicos usados durante a permanência do doente na UCPA:

FARMÁCO VIA DE ADMINISTRAÇAO DOSE HORA DE ADMINISTRAÇÃO NOTAS CLÍNICAS Idade Peso Altura Sexo Cirurgia:

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Imagem

Figura 2. Programa S5 Collect TM , utilizado na recolha de dados.
Figura 3. Representação das janelas temporais usadas na análise do ANSSI no estudo – desde 5  minutos  antes  do  momento  da  avaliação  na  escala  numérica  da  dor  até  5  minutos  após  a  avaliação; avaliações consecutivas em intervalos de 15 minuto
Figura 4. Frequência de  ocorrência  de  cada  entrada da escala  numérica  de dor (END) para as  avaliações totais (96 avaliações)
Figura  6.  Representação  dos  sinais  de  frequência  cardíaca  e  da  amplitude  da  onda  de  pulso  originais (azul) e filtrados (vermelho)
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Referências

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