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BlllL~OTECA DIDATICA BRASIL E 1 R A Série 1 - A Esc()Ja Viva - N.0 G
Soh 11 direção do l'rof. AMAJtAL FONTOURA
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BIBLIOTECA DIDATICA BRASILEIRA Série 1 - A ESCOLA VIVA - Vol. 6.0
Sob a direção do PROF. AMARAL FONTOUR.A.
ProteBllOr da Pontl1fc1a Universidade Católica do Rio do JaneJro Da Unlvereldade do Estado do Rio. Da Faeuldade de Serviço Boclal do D. P.
Ohete do Departamento de Soclolosta da Faculdade de OUlnclaa Soclatl.
Têcntoo de Educação
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1.,}-1 •.• ~-1 •
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1 9 5 8Gráfica Editôra Aurora, Ltda. RUA VINTE DE ABRIL, 16 - O. POSTAL 140-LAPA
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---
- -
-
-
----OBRAS DE AMARAL FONTOURA:
1) PARA A "BIBLIOTECA DIDATICA BRASILEIRA":1. Volume 1.0 :
"FUNDAMENTOS DE EDUCAÇAO"
<um volume de 34'2 pãginas); Editôra. Aurora; Rio.
l.ª edição - 1949 2. Volume 2.0 : 2." edição - 1952 3.ª edição - 1954 4.ª edição - 1957 "SOCIOLOGIA EDUCACIONAL"
(um volume de 363 pãglnas); Editôra Aurora; Rio.
s
.
Volume 3.0: l.ª edição - 1951 2.n edição - 1953 3.ª edição - 1954 4.• edição - 1956 ~. 5.n edição - 1957"METODOLOGIA DO ENSINO PRIMARIO"
<um volume de 478 pãglna.s). Editôra Aurora; Rio.
l.ª edição - 1955 · 2.a edição - 1957 3.ª edição - 1957 4.ª edição - 1958 "' Volume 4.0 : "PSICOLOGIA GERAL"
(um volume de 472 pâglnas). Edltôra Aurora; Rio.
1.a edição - 1957 2.8 edição - 1958 5. Volume 5.0:
"PSICOLOGIA EDUCACIONAL"
(um volume de 400 pãgln.as). Editôra Autora: Rio. l.ª edição - 1958
6. Volume 6.0 :
"DIDATICA ESPECIAL DA l.ª SÉRIE"
(um volume de 85 páginas). Editôrn Aurora; Rio.
1.8 edição - 1958
EM PREPARO:
Volume 7 o· "Novos Hortzontes para a Educe.ção Rural" Volume a.o: "Organização e Adm1nlatraçlo da Escola Pr1m6rie. ..
Volume 9.0: "Nossa Expertêncla de Educação Rural" Volume lO.o: "Pratica de Enalno"
Volume 11.º: "Manual de Teatea"
Volume 12.º: "Dldâtlca do Enalno Normal"
'
li) OUTRAS OBRAS DE AMARAL FONTOURA
6. ''PROGRAMA DE SOCIOLOGIA" - Livraria do Globo;
Põrto Alegre;
1.• edição - 1940 2.• edição - 1942 3.• edição - 1943 4.• edição - 1944
7. ''P RURALISMO, BASE DA ECONOMIA NACIONAL" -Rio, 1941. ,
8. "DI€IONARIO ENCICLOPÉDICO BRASILEIRO" - Edi-tõra Globo; Pôrto Alegre, 1943 (Colaboração referente à So-ciologia, Economia e Politica) .
9. "INTRODUÇAO A SOCIOLOGIA" - um volume de 523 pá
-ginas); Edltôra Globo; Pôrto Alegre.
l.• edição - 1948 2.• edição - 1953 3.• edição - 1955 4.ª edição - 1958
10. ''O DRAMA DO CAMPO" - Edição da revista "Serviço so-cial"; São Paulo, 1949.
11. "INTRODUÇAO AO SERVIÇO SOCIAL" - um volume de
512 páginas); Editora Marcel Beerens; Rio, 1950.
12. ''ASPECTOS DA VIDA RURAL BRASILEffiA" - (Premia-da com o 1.0 lugar no concurso levado a efeito pelo Minta-tério da Agricultura). Um volume de 285 pãginaa. Edição oficial, 1950.
-13. "A ATUALIDADE POLíTICA BRASILEIRA A LUZ DA
SO-CIOLOGIA" (Aula Magna na Faculdade de Se"iço Social
do D.F.; Rio, 1955).
EM PREPARO:
"RETRATO VERDADEIRO DO BRASIL" (uma anâllee •oclol
õ-glca da realidade brasileira).
•TRATADO DE SOCIOLOGIA RURAL BRASlLElIRA" "INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL•( 2.• volume)." "ORGANIZAÇÃO DA COMU]'<IDADE".
"EDUCAÇÃO DE BASE E CENTROS SOCIAIS RURAIS" "O DRAMA tµ\. CRIANÇA".
'I
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-À GLORINHA, minha filha querida,
e
às abnegadas Profess6ras patrícias1 .
que no exercício árduo do Magisteno, constroem a grandeza do Brasil,
DEDICO
êste modesto e despretencioso trabalho, cuja finalidade é .
tornar mais VIVA a Escola
e mais OBJETIVO o Ensino Primário. AMARAL FONTOURA
a
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j .!_RRATA:
. . A página 75 arar .
assun: ' · lllha do parágrafo 29.2) deve ler-se 29.2) Inicial.mente
os alunos desenharão no ar
•
.
.
1íNDICE
..
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.
Outras obras de Amaral Fontoura ... .
Dedicatória . . ... . Criancinhas . . ... . Apresentando a "BIBLIOTECA DIDÁTICA BRASILEIRA" Introdução . . ... .
• PROGRAMA DO CURSO
A) PARTE TEÓRICA
Conceito e finalidade da escola. Educação e instru-ção. Educação integral. O ensino ativo. Que é
Pág • 5 7 - 8 11 15 "ESCOLA VWA" . . . 17 1
II) Conceito de aprendizagem. Tipos e leis da aprendi-zagem. O professor e seus atributos. Pedagogia do amor. Conhecimento do aluno . . . 25 III) Seleção de alunos e de professôres para a 1.ª série.
O teste ABC: finalidades, aplicação e h)terpretação 31 IV) Organização de classes. Critérios de organização.
o
período de adaptação: atividades a desenvolver. A
socialização da . criança .... ... . V) Os imaturos. Exercícios estimulantes. Ortofrenia.
Exercícios ortofrênicos ... .
37
43 VI) O ensino globalizado e a educação integral. Centros
de interêsse e método de projetos. O planejamento de trabalho. Caderno de planos e caderno circular . 49 VII) Aprendizagem da leitura: o método da palavração, . 55
10 AMARAL FONTOURA VIII> Aprendizagem da leitura: o método da sentenciação 61
IX) ~prendizagem da escrita. Exercicios ritmicos e mu-sicados . . . . 67 X) Aprendizagem da Matemática, dos Conhecimentos
Gerais, do Desenho
.e
dos Trabalhos Manuais . . . 73B) PARTE PRATICA
1) A alegria na escola: ornamentaça-0 d
cartazes, etc. ··• a escola; quadros, 2) Exercícios e jogos ortofrênicos.
I
3) Confecção de material para a
da escrita. aprendizagem da leitura e 4) Confecção ·ae material pa M t . .
Gerais. ra a emat1ca e Conhecimentos 5) Atividades socializantes: 5.1) 5.2) ~.3) 5.4) 5.5) 5.6) 5.7) 5.8) Bandinha Rítmica Painéis Preparação de papéis Preparação de álbuns Preparação de cartazes Dramatizações Fantoches
Teatrtnho de sombras e'de Aft m~caras.
•
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•
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Apresentando
a
BIBLIOTECA DIDATICA BRASILEIRA
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- De regra geral, quase todos os nossos educadores sen- ;
tem a Iiecessida.de de uma Renovação Educacional no país, E
que torne a escola mais viva, mais dinâmica, mais ligada § à realidade e faça com que seus alunos saiam mais ca- § pacitados a trabalhar pelo progresso nacional. E
Se isso é verdade em todos os graus de ensino, parti-
~
cularmente o é no Ensino Normal. Com efeito, se preten- ; demos renovar o Brasil, criar melhores condições de vida . Epara o. nosso povq, temos que educar êsse povo. E para E educar melhor, temos que preparar professôres cada vez E
mais eficientes e interessados na solução do problema. E Não há exagêro em afirmar que nas mãos do professor E primário reside uma das maiores esperanças de dias me- § lhores para o Brasil. Daí a alta responsabilidade das § nossas Escolas Normais - as escolas que formam tais E
professôres. ~
'uma das maiores dificuldades, porém, CQm que as Es- § colas Normais têm lutado, para a consecução de seu ob- E jetlvo, é a falta de livros dentro dêsse espírito de Educação § Renovada. Apesar de tôda boa vontade dos diretores e § professôres das Escolas Normais, é quase impossível fazer E
.-enovação usando livros antiquados, fora de fase. É difícil §
·fazer escola ativa com livros cheios de teorias, mas muito § pouco práticos. A maioria (claro que há honrosas exce- § ções) das obras existentes não permite tal renovação. E Eis por que foi criada a "Biblioteca Didática Brasilei- §
ra": ela se destina a ser uma coleção de livros escritos es- § pecialmente para o Ensino Normal e dentro dêsse espi- E rito renovador, objetivo, prático. :
Para ter a certeza de atingir tais objetivos, a Editôra ==_==- Aurora entregou a direção da "Biblioteca Didática
Bra-sileira'' a um dos educadores mais categorizados no assun-to: o professor Amara~ Fontoura, reputado Técnico de
E Educação, que há muitos anos se vem batendo por essa
ª
renovação no Ensino Normal. Professor de váriasFacul-E dades - bem como da notável Universidade Católica do
ª
Riô de Janeiro - delegado do govêrno junto a váriasEs-i
col.as Normais, profe~sor de inúmeros cursos de aperfel-i
11i11it111 111a11111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111t11t1111111111111n11111l1111111111111111111111111111•
12 AMARAL FONTOURA
1~1111u111111111111111111n11111111111U111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111•1~
i_==== çoamento para professôres, Amaral Fontoura consegue
~---=ª=
reunir duas qualidades que raramente se encontram jun-tas: profundo, conhec!mento teórico da Pedagogia, ao lado ~ de um .ª~~avel es.pu;tt:o prático;-objetivo.ê
- _ A 'Biblioteca D1datica Brasileira" é assim uma co- •
~=- ~;~aomdaes
liaovrosmeqsume nãto apenas ensinam~
ques~
deve fa- ª.==::• o empo mostram como se deve fazer. Ef tudo d~ntro de um espirita de grande equllibrio que
ic1a
equi~tante
da "escola velha" e dos exageros dá "es-~=====
00 ~
nova , · O lema dos livros do prof. Amaral Fontoura po e ser non novum sed novi", seguindo assim as
pró-P~s pala~as do Papa Pio XI, quando diz "acolhendo, ~oná~ pu~ novo, (o mestre) terá o ouidado de não
aban-experiê~~ia
J~t~
P:int!~º
·
demonstrado bom e eficaz pela• D is ec os .
clologf~º
Ed~c~~l~~~~ ·~~damentos
de Educação" e "So-êxlto, tanto que já • 0 r.as que alcançaram gr~n_de
apesar de sere - se encontram em 4.EL e 5.1\ ed1çao. sileira"
lançou~t~ricentes~.
a "Biblioteca DidáticaBra-em 3 anos alcan e o~ologi~ do Ensino Primário" (qu~
em 2.ª edl ão) ço't
ª
4· edlçao), a ~'Psicologia Geral" (ja Especial.ai 1 a sfu.ier,sicodlogia Educacional" e a "DidáticaFontoura. · ' 0 os de autoria do Professor Amaral Diante da boa acolhid
dores brasileiros e do , hllque tem recebido dos
educa-DIDATICA BRASILEIRPU co em geral a BIBLIOTECA publicar uma série com AÍ fesolvemos então estendê-la . e culo das Escolas Norm
Ys
e a de livros para todo ocurn-Mas, com os apla
ª
·
iniciativa, recebemos U:º8 qhnue nos têm chegado por essa p.ublicação de matert' gua. ente, ·numerosos pedidos de
os princípios da Edu~la~~datReico que esteja de acõrdo com Biblioteca. Mostram ao novada, que norteiam esta guirem as linhas da E os edl!cadores a "dlflculdade de
se-haver livros, material d~caçao Moderna, pelo fato de não
publicados em articuiaç_e trabalho, Jogos, cartazes, etc., todos. ao com aqueles princípios e
mé-Resolvemos, atendend •
·~ubdividir a Biblioteca D~d~t~ses apelos dos educadores,
ando-lhe a seguinte constitui~:o:Brasileira em 4 séries,
.
:IU•1mu111m111u11un1111111u1111111111111111 i
u1u111u1111fun11u1111u111u1u1111111u1111111111u111nu11111111n11nu1u1111•
DIDATICA ESPECIAL DA 1.8 SÉRIE 13
•.ncnnnnnnmn1t1tClll1tllt1t1tlntu1t1tn1t11111n111111111111•1111111111111111111111111111tm11cm11tuM11u11111•n11c111u11~::::• Série I - "A escola viva":
1
Nor~~~)~s especializados para o currículo das Escolas
1
_ Vol. 1 - "Fundamentos de Educação" - Cem 4.ª :j edição). _ :
ª=======~-
Vol. Vol. 2 3 -_ "Soc"Metodologia iologia Edudo Ensino Primáriocacional" (em 5.ª " edlçaoL (em 4.ª~i-=====
edição>. _
Vol. 4 - "Psicologia Geral" - (em 2.ª ediçao).
Vol. 5 - "Psicologia Educacional".
Vol: 6 - "Didática Especial" da l.ª s"érie."
ª====.~
Próximos volumes a aparecer: • Vol. 7 - "Educação Rural".Vol. 8 - "Organização e Administração da Escola
Vol. Vol. Vol. Vol. Vol. Primária".
g - "Uma Experiência de Educação Rural".
10 - "Prática de Ensino". 11 - "Manual de Testes".
12 - "Instituições Escolares". 13 - "Didática do Ensino Normal".
Série II - "Legislação do Ensino e textos auxiliares": ~==-= Vol 1 - "Programas do Ensino Primário para as
· Escolas da Prefeitura tlo Distrito Federal".
Vol. 2 _ "Legislação do Ensino do Estado do Rio de Janeiro".
Série III - ''Livros textoi para as crianças''. (livros de leitura, conhecimentos, etc.).
I"
INTRODUÇÃO
1. A CHAVE-MESTRA
A PRIMEIRA SÉRIEé a mais importante de todo curriculo escolar. Inielizmente, .porém, poucos profes-sôres e ,administradores da Educação se deram conta diss"O até hoje. Eis por que resolvemos escrever êst(;} livrinho, destinado a chamar a atenção das
autorida-des sôbre o problema, e, ao mesmo tempo, mostrar prà-tfcame1n~e às professôras como devem elas agir, piara obter o melhor rendimento possível nessa série.
De regra geral, as diretoras entregam as PRil\'IEI-RAS S:JnRIES às prof essôras recém-nomeadas, C'Om pou-ca, ou nenhuma experiência didática. Nos. Estados, principalmente nos lugares do interior, é também co-mum se entregar a PRIMEIRA S:€RIE à professôra ex-tra-numerária, contratada, substituta ou que nome te-nha, muitas vêzes não diplomada.
É para tôdas essas moças, cheias de dedicaçã'O e de boa v'Ontade, mas. nem sempre cheias da técnica de ensinar a criancinhas de 1.1' série, que oferecemos êste
livrinho.
2. O PRIMEIRQ CONTATO
A PRIMEIRA SlnRIE representa o primeirÓ contato da criança com a escola: ela sai do seu pequeno mun-do, que é o lar, a família, para o mundo muHo maior
da escola. E com isso deixa de se sentir, a cada
mo-mento, olhada,· cuidada, mimoseada ...
A criança era, até então, quase uma rainha em casa·: em maior ou menor grau, todos .a atendiam. Nas
1
I
16 AMARAL FONTOURA
classes média e abastada dispunha de uma
criatur~
àé
suas ordens: a babá. Mesmo na classe pobre naor·aro a criança ter 011lra inais velha "irnra brincar coDl
ela". ' •
De repente, tudo cessa: com
a
entrada paraa
es-cola, desaparecem ás prerrogativas a criança deixa de
ser o centro de atrações· em vez cÍe querer as cousas. ela tem que o?edecer a
~{m
comando, tem que querer 0 queê
professor.a quiser ...f omo se vê, a entrada para a escola representa
um orte choqu · . . d d ser
a PRIME e emocional e, dai,
a
necess.1da ee.
a Psl'col' ogico ·IRA. e p d SERIE bem orientada · · • do ponto de -vist · de-pres . e agogico, para fazer cessar o mais .sa
possivel os efeitos dêsse desajustamentoin~cial
· 3·ENSINAR BRINCA.i'\l'DO
iÉ preciso port t -
MEIRA
SERIE estab~l ano, que a professôra da PRl 1 Que em vez d eça
uma
ponte entre o lar e a escoa. quis tá-lar Qu:f
retenderd~minar
a criança,saib~ c~Il;
atraente Para aça. do ensmo uma cousa agradave·
r
isso é
transforn}~:riança
·.E
.a maneira de consegtu _ hora sem perder !l.ap~eud1za&
em
num brinquedo (em0 cara.ter de aprendizagem) .
4
· IMPORTANCIA PEDAGóGICA
DA l.0 S~RIE
R 1:enhau1os sem
st-IE e .quem
fornec~r~
p~·.esente
que'
ª
PRIMEI~
.05
rlo ensmo: a le1t
ª
CI iança os 1instrumentos basicJllo ·
r isso, Ullla..
1 ura a : a . escrita, a iniciação · materna · t·ca 1 • aluno claudicante serie lllal feita dá em resultadoun~
passand:o de ano no resto do -curso primário, que ynt
Muitas vêzes
P
0
~r~,
ano sem a necessária base· s nase~colas
Prhnárias~un-os
fracos" que encontraD1º5 de&0r1entados por sao apenas alunos prejudicado '
uma
t.n
série mal feita 1 Equivalelll,DIDATICA ESPECIAL DA I.o. ~ 1'1 tais crianças, a edifícios levantados sem alicerces
sóli-~os, e que não oferecem, por isso, muita segurança a seus moradores.
5. ESCOLA VIVA
Em tôdas as séries de qualquer grau de ensino (primário, médio ou superior) se deve fazer escola viva.
Mas na 1." série a escola viva é um imperativo absoluto.
A escola viva faz a criança perder o mêdo à escola e se ajustar muito mais fàcilmente aos regulamentos.
esco-lares. A escola viva serve para socializar
ràpidamen-1 te a criança. A escola viva, bem aplicada, aumenta cem por cento o aproveitamento ou rendlln.ento escolar.
6. AO PROFESSOR DA 1.ª SÉRIE
Cal"O colega: faça escola viva e comunique-nos seus
resultados. Mande-nos sugestões a respeito de jogos e brinquedos didálicos, que teremos prazer em
publi-car nas futuras edições, fazendo, assim com que sua
ex-periência vá beneficiar a inúmeros outros professôres, esp-alhados :por êsse Brasil afora.
Aqui estamos, à sua disJl'Osição, caro colega.
Prof. AMARAL FONTOURA
RUA SILVEIRA MARTINS, 76-A - Ai>To. i FLAMENGO - RIO, D. F.
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UNIDADE 1
Conceito e finalidade
da
Esc
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ola. Educação e ins::..
trilição. Educação integral. O ensino
ativo
.
Que é
"Escola
Viva" .
,
/
•
§ 1.0) CONCEITO E FINALIDADE DA ESCOLA
1.1) A escola surgiu no mundo como· 'órgáol:>
ou
agência destinoada a preparar as novas gerações para a vida. Na antiguidade essa preparação das criançasera feita pela própria família. Depois, a vida se
com-plicou muito e foi necessário o aparecimento• de um ôrgão especial para êsse· fim - a escola.
1.2) Então, fica bem claro que ·a finalidade da ,
escola ·é PREPARAR PARA A VIDA. Mas, com o correr
dos séculos, a vida, foi evoluindo cada vez mais, e mais rapidamente, enquanto a escola continuava igual a si mesma. Houve, pois, um descompasso, um atras·o da escola em relação à vida.
1.3) Hoje em <lia :vivemos num mundo altamente
dinâmico e ·a esrola continua, em muitos lugares, sendo
essencialmente estática. Há üina _flagrante oposição entre a escola e a vida, entre o que a vida exige e o que a escola. dá.
1.4) O caraéteristico maxuno de nosso século é .a
atividade
.
Para ganhar· a vida, precisamos de· atividade; Para simplesmente sobreufoer necessitamos ter20 AMARAL FONTOURA
da.de. - Como aceitar, pois,. uma .escola parada,
eslá-tfoa, oridé os alunos passam 4 horas por dia parados,
silenciosos, mudos, apenas esculando uma pessoa falar,
fsiJar?. . . A única obrigação dêss.es infelizes é escutar
e repetir. Então, êles se limitam a fazer isso. E a escoia
antiga c'Onsidera como "bom aluno" aquêle que repele.
no dia seguinte, muito. direitinho, aquilo que o mestre
falou (Ila véspera.
§ 2.0
) EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO
'
_2 .1~ Antigamente a escola instruía apenas. A
edu-caçao ficava por. c~nla da familia. Acontece, porém,
que c?•.n a~ terr1.veis complicações da vida moderna,
a famrlia'..nao mais. pode educar. Tudo conspira c'<>ntra
a educaçao das crianças: o trabalho dos pais for9 de
c~a., as·obriga~ões econômicas e soci~i<; d~ .mulh{'r
{c:ne-de~xou de ser a escrava do lar, com as únicas
obricra-ções de cozinhar, .costurar e ~ui dar cios . filhos), 0 QS
apartamentos da cidade, que sao verdadeiros
aperta-~nent~s, os ma~s. exemplos tr~zidos diàriamente pelos
3ornais, pelo rad10, pelo cinema, etc., etc.
'2.2) Entã'O,~ ou a escola eduq_a, ou pinguém mais
assume .a ta;ef a de e~ucar. Mas cqmo isso não é
possí-vel, e a. sociedade ex1ge gerações cada vez mais e
duca-das, mais ;preparadas ~ra a vida, é imprescindível que
a . es.cola as!ium~ ess3: obrigação. A escola que apenas
da ms.fruçao (ist•o e, ensina Portugue·s
M
t • t"Geog f . Hº 1 · • e·~
.
·
•
a ema ica,ra ia, IS .or1a e · iencias) está cumprindo a enas
uma pa.rte mm to pequena de sua finalidade. p
· . 2 - . d . 3) "Inslruça-o" f. - s1gm lCa · "f' ~nsmo, · · · preparo tr.ans-·
m1ssao ~ lD ormaçoes, de conheciment ul '
quanto isso "educação'' .
u·
os,_ c lura.En:-. d Po' d sign ica preparaçao geral para
a vi a. emos dizer que EDUCAR É FORMAR A
PERSONALIDADE DA CRIANÇA PREPARAN ·
~tn~o~~
MAIS úTIL A SI MESMA E À S.UAc8~~
DIDATICA ESPECIAL DA 1.4 SÉRlE 21
§ 3.0) EDUCAÇÃO INTEGRAL
3.1) "Formar .a personalidade", como acima
dis-semos, significa desenvolvê-la em todos os seus
aspe-tos. A educação se compõe, portanto, de 8 aspetos, a
saber:
1. Educação da saúde (alimentação, higiene,
edu-cação física, esportes);
2. Educação mor.a} (formação de caráter);
3. Educação. social (saber "conviver", viver com
os outros,' trabalhar pela comunidade);
4. Educação econômica (amor ·ao trapalho,_ valor
do dinheiro, ti::abalbos manuais);
5. Educação cívica e política (amor à Pátria e
aos vultos nacionais; interêsse pela
adminis-tração do seu país); .
6. Educação estética (amor aô belo, desejo de
be-leza, de bom gôsto e de alegria);
7. Educação religiosa (amor a Deus e ao
pró-xim'O);
8. Educação intelectual (instrução, ensino,
conhe-cimentos).
3.2) A escola tem obrigação de c.nida:r de todos
êsses .aspetos da vida do aluno: em primeiro lugar, a
saúde, a alimentação da criança, e, em seguida, a
for-mação do caráter infantil; ensinar a viver bem em
so-ciedade, a rolabor.ar para o bem do grupo, P!lra o bem
da comunidade; ensinar à criança o amor aó trabalho,
o valor moral, social ~ econômico do trabalho e o v.alor
do dinheiro; ~nsinar como funciona o mecanismo da
administração· do pais, o que ~ democracia, eleição,
voto. Ensinar o amor ao belo, às oousas bonitas da
vida, a fazer a escola bonita, bem apresentada, alegre,
agradável. Ensinar o amor .a Deus, aos pais, ao
pró-ximo, o cumpriinent9 -Oos sagrados Mandamentos •. . E,·
r
22 AMARAL FONTOUR.'\
Português, a Matemática, .a Geografia, ~ História, as Ciências.
3.3) Tenhamos· sempre presente êste princípio:
 PERSONALIDADE DA CRIANÇA É MUITO MAIS IMPORTANTE QUE OS RIOS DA AFRICA, OS
VER-BOS IRREGULARES OU AS DiZIMAS PERlóDICAS.
§ 4.0
) O ENSINO ATIVO - A ESCOLA VIVA
4.1)' Se .queremos educar a criança e não apenas
encher sua cabecinha com nomes e nlímeros, evidente -mente temos que fazer {!nsino ativo. Não podemos
for-mar a personcrlidade dà criança exigindo apenas que ela •fique imóvel h'Oras e horas por dia, apenas esc u-tando o que lhe dizem.
1 •
4.2) A expressãó ESCOLA VIVA que o autor dêste Curso está .procurando criar e desenvolver no Brasil, significa· isso: a escola onde o professor não
ape-nas "dá aulas", sentado à mesa, mas mantém .Vivo c on-tato com os alunos, convive com êles conversa brinca
ri;jo~a
comêl~s;
nãoc~ida
apenas "rlo progran;a",ma~
da mda, da v1d~ em toda sua plenitude, em todos ossues aspeto.s acrma enumerados.
4. 3) . ESCOLA VIVA signifjca ainda" ~ escola ale-·
gre, bomta, bem ornamentada, cheia de quadrinhos, c:;rrtazes e_ plan~as. ESCOLA VIVA quer dizer alunos
\Tlvos, e nao e~tatuas, alunos que participem da vida da escola, 91;1e saibam _que a escola existe para êles para sµa
-
f ehc1qade,d
1 · e nao • .apenas para cum ;_ ' b ·pr~ uma o
n-gaçao a ei,, ou somente para dar e:ffiprêgo à prof essôra.
e
et>!~t~n
·
t~~~s°~!n~IVA
tsftifica participação ativae fatos da -vida escol! e1f. 10 os os asimn.tos, problemas
· · · · · - r, ais como orgaµ1zar festas
di-rigir as. mstitu11çoes escolares cu1"da . , r tl a a.rrumaçao .!. e
•
DIDATICA FSPECIAL DA l.• SltRIE 23
beleza das salas, receber as visitas, eleger "monitoresn'
para. colabor.arem mais de perto com a diretora. 4.5) ESCOLA VIVA é a escola que reproduz,
den-tro de seus muros, a vida da sociedade, preparando assim adequadamente o aluno par.a trabalhar pelo pro-gresso da sua comunidade. A escola deve ser "uma sociedade em miniatura", como diz DEWEY.
4.6) ESCOLA VIVA É A ESCOLA AONDE OS ALUNOS VÃO, NÃO PORQUE "PAPAI OBRIGA'', MAS PORQUE Ai SENTEM PRAZER. É A ESCOLA ONDE AS CRIANÇAS SE SENTEM FELIZES.
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UNIDADE II
~ 1Conceito de aprendizagem. Tipos e 'leis da
apren-dizagem.
O
professor e seus atributos.
Pedagogia:
do amor.. Conhecimento do aluno
.
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1 . ,·
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§ 5.0) CONCEITO DE APRENDIZAGEM. 5 .1) Conceito· antigo ~ Anligume~te se
acredita-va que aprender era "decorar", era "guardar de
cabe-ça" ou saber "na poalinha da língua". Bom .aluno de
Português era .iiquele que sabia de oor muitos verbos.
irregulares, coletivos, superlativos, vozes dos animais.
5.2) Conceito moderno - Hoje não se aceita mais.
aquele conceito. Aprender não é saber de cor, não
é saber "falar" sôbre uma cousa: é saber fazer essa.
cousa. Aprender é fazer, é agir de maneira diferente;
é criar novos hábitos; é modificar seu comportamento.
· Apirender é modificar-se. Aprender, não é .apenas
sa-ber: é saber fazer. No exemplo acima, bom aluno de
Português não éaqucle que sabe de cor tôd·as as.·regras
de gramática, mas sim aquele que fala com um
mi-ni.mo de correção, que não diz "nós vai", nem "eu vi
êle", nem "eu lhe vi ontem" nem "de maneiras que".
§ 6.0) LEIS DA APRENDIZAGEM
6 .1) O professor não pode ensiaar qualquer
ccm-sa, de qu!\lquer maneira a qualquer aluno: para que
.26 AMARAL FONTOURA
mestre obedeça às "leis da \aprepdizagern". Eis as principais:
6 .2) f:.ei da atividade - Só se aprende a fazer
fa-zendo. Nao se 'ª~:en?e p~r "ouvir dizer". Só se
aprende P'Or experiencia propria. .
6.3). Lei. do interê'~se. - Para que haja aprendi-zagem, ,e preciso que l~aJa iu~erêsse ou necessidade, por
par~e. do aluno. A lei antenor é completada por esta:
0 . se ~prende
ª
fazer fazendo com necessidade oucom mteresse E para qu h · · t • ·
d al . · . e
ªJª
m cresse .por parteo .uno e. ~rec.1so qu.e o mestre saiba molivaT bem a
sua aula; .e md1spensavel qu~ exista um t"
despertar o interêsse, e, conseqüe,ntemente mo 9 l{V_? padra
aluno. , es orço . o
6.4) Lei da afetividade _ A r d '. .
pressa aquilo que a!lrada qu d. P. en e-se mais de-precisa saber
torna~
sua'aul~ aªg
1
~:da:er
Í
:J
JH'ofessor·os alunos aprenderem ma· d ve • egre, para
hedônica" de THORNDI~ ep.yessa ~ melhor. É a "lei
do efeito· _"Os · d. 'd ' ambem chamada a lei
· m iv1 uos tendem a .
ta~to, a aprender as reações qu repe.~1r, e,
por-v:IS, e a não repeth-, ·e, portant: e1!1 geral sao agradá-çoes que em geral são desagrad ~ n~o .. aprender as
rea-ave1s ..
· 6.5) Lei do uso _ Apre d . .
reações que 'usamos mais É t~~os mais depressa as
repetição: uma conexão · nerv em ~hamada a lei da <ia lt;nde a se fhar definitivam os~ mmt~s vêzes repeti-Por isso, para a fixação <l en e em nosso psiquismo.
exercícios devem ser nu e uma nova aprendizagem os
merosos. •
6.6) Lei do desuso - É .
·demos a esquecer as reações 0 rnver~ da anterior: ten-que nao praticamos.
6 · 7) Outras leis. (a) Le. .
do de atenção
precis~
se . : do rLt1!1o - A um per'} o-guir se um intervalo paradis-DIDATICA F.sPECIAL DA ·1.:i SÉRIE 27
tração; (b) Lei da Reçenticidade; (c) Lei da Novidade; ·
(d) Lei da Intensidade; (e) Lei da Realidade; (f) Lei
<la Tu talidade.
~ .. ..,. . § 7.0 ) TIPOS DE APRENDIZAGEM
7 .1) Tudo que aprendemos na vida está compre
-endido num dêstes 3 tipos de aprendizagem: (.a)
Apren-dizagem motora, (b) Aprendizagem ideativa, (c)
Apren-dizagem apl'eciativa. ·
7 .2) Aprendizagem mol'ora - Compreende as
rea--ções musculares, os movimentos, os gestos, os atos.
Ini-cia-se com 'Os reflexo,<; e nos le';'a a formar hábitos (tais como andar, comer, guiar bicicleta 10u automóvel,
cor-rer, tocar tambor, escrever a mão ou a máquina, eté.).
:
7 .3) Aprendizagem ideativa - É a aprendizagem
de idéias conceitos, conhecimentos, informações. '.É
em geral quase
:1
única .desem:-olvida nas esc?lastradi-cionais. Tambem se chama '-intelectual ou
mtelectua-li.sta. Muitíssimas vêzes se transforma ll'O verbalismo
(aprender apenas as palavras e não as idéias; é o que
.5e chama decorar, aprender de cor, ou aprender feito
papagaio).
7.4) Aprendizagem aprecialiva - É a que forma
~o aluno valôres lll'Orais (caráter). Os valores.podem também ser sociais, eco~11ômicos, ·estéticos, etc. Forma
•os sentime_ntos da ·criança. Também se chama
apren-dizagem .afetiva.
7 .5) Aprendizagem.da leitura - O al10 de aprender
a ler é altamente complexo: envolve a aprendizag~m
motora (leitura mecânica) e a ap_rendizagem ideativa
(leitura das idéias que estão escritas). Melhor será ainda
se
.a leitura contiver aprenôizagem apreciativa, isto é,despertar bons sentimentos, idéias moraz's, religiosas.
sociais.
t
-· AMARAL FONTOURA ,·
§ 8.º)
o
PR?FESSOR E SEUS ATRIB'ÚTosf ic1ente apenas que se . . 8.'1) Mas para
qu~
sigam haja suas leis aprendizagem . ' não é su-das. •É absolutamente imprescindível' ;~~maenufera-seja, de fato, professor, que possua atrihut~ pro e~s~r tais como: amor à criança - amor ao e . s e~pec1rus,
- capacidade para transmitir (i ns~n<? ~ a escola
siasmo, paciência, espírito de jus:ito é, d.zda!1ca), ent~ al~m de, evidentemente, conhece bça, assidmd:i~e, etc~ vai lecionar. r em as ma terias que
8.2) Um dos problema f d .
fessor é o da discz"plina Ex~t un ~~eJ?.ta1s para 'O
pro-conseguir· disciplina nu~a t em .varias maneiras de se e austeridade, (b) Com am urma. {a) Com severidade
medidas violentas, tais com~r e. C_?mpree~são, (c) Com pr1sao, castigos, pancada. § 9.º) PEDAGOGIA DO AMOR
9.1) Mas a melhor man · d ~
alu~os
é a PEDAGOGIA DOX1Mª
e conseguir tudo dos naçao do santo DOM BOSCO OR, segundo adenomi-alunos,
~rá,
naturalmente a_;.ado
mest,:e amando seus conseguirá tudo, ou quase tudo. o _por eles, e com isso,~.2) Se a esrola ideal de
lar I~eal; é lógico que a profe;Ô ser. a continuação
do-nu.açao da mãe ideal seja s ra ideal seja a conti-que _boa mãe não é ~quela u~: segunda mãe. Note-se-ao filho, mas sim que com
a~
f~
t9das as vontadesça a f82/er tudo o que dev~ f:e; firmeza leva a crian-·
§IO> co~
·~a.r.CDIENTO DO ALUNO .
. lO .1) Os individuas - _
;;.e~d~ d~rianç
1
as
.
sãoautô1:ri~t;:~odos
iguais entre si. o pro essor. Ora ·se e se movem aoco-' os all:Ules sã:o ~if
1.:1. erentes
'DIDATICA :ESPECIAL DA I.11. SÉRIE 2!
-entre si, o professor precisa conhecê-los, para melhor poder agir sôbre êl~s e conquistá-los.
10.2) Cada aluno tem um temperamento, um
ca-ráter, uma personalidade. O método que o mestre
aplica para um caso certamente não dará resultado em outro caso diferente, tal como o remédio que dá
resul-tado num doente e não dá em outro doente com a mes
-ma moléstia, simplesmente porque os organismos são <iiferentes. Pois mais diferentes ainda sã•o os
psiquis-tuos, as almas das criaturas.
10.3) De regra geral os alunos que não se inte-ressam .pela aprendiz.agem, que são revoltados, indis-ciplinados, ou quietos demais (isto é, as crianças-pro-blema) apresentam problemas de ordem afetiva, sen -timental, -em relação à sua familia, à situação ee-0nô-mica, ao meio em· que vivem. Então, o professor
pre-cisa conhecer êsses problemas e P.rocurar ver se con-segue resolvê-los, em vez de castigar a criança, o que ,
só serviria para tornar mais profundo o
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UNIDADE III
Seleção de a
l
unos e
d
e prof essôres para a
1.ª
série.
O
teste
.
ABC:
Finalidades, Aplicação,
Interpretação
.
..
.
6
.
...
§ 11) SELEÇÃO DE ALUNOS
11.1). Ao ingr~ssarem as crianças, em março, na
escola, a primeira medida a tomarmos é .a sua seleç:.1o,
para a p'Osterior organização das classes de 1.11 série . Mas tal medida não deve ser tomada logo no primeiro dia. Durante um período üe 2 a 5 dias as professôras devem ambientar as crianças na escola, f.azendo-as
co-nhecer a sala de aula e sua ornamentação, o prédio
escolar, o material de ensino, os colegas., etc.
O ingresso na escola é sempre um choque ern'Ocio
-nal para a criança, acostumada até então no mundo amigo que é o seu própTio lar, no qual se sente rodeada de carinho e atenções. Acresce que muitas crianças
terão sido ameaçad.as em -casa, por pais ignorantes, nes
-tes têrmos: - "Joãozinho, fica quieto, ein, se não eu te mW1do para a escola!"
É preciso, portanto, que a mestra converse bastante com os novos alunos, par.a desfazer as naturais inibi-ções e criar junto a êles. um clima de simpatia e ·com- ·
preensão.
11.2) Vamos, entã'O, selecionar as crianç.as da 1.ª série segundo o seu NtVEL DE MATURIDADE, isto é, segundo sua capacidade para iniciar ou não a aprendi
-zagem da leitura e da escrita. ~sse .nível de
maturi-dade (N.M.) não é sinQ.Ilimo de nível mental, de
inte-'
-a:r
~ . AMARAL FONTOURA
ligência · As vêzes crianç . l , . .
-custam um pouco mais ap~s ~egu a.unente mtehgentes
inteligentes· comecam ma· • is
e~der
ce o.ª
ler~
outras menos .. 11.3) Conceito de maturid d ,
n~do
m'Omento · ·na vida emª
e -Ha
um determi--cousa, isto é. em que esta que podemos fazer cada cou_sa. Exemplo: a
mu~~~
ªmaduros para fazer essamrus ou menos aos 14 ano madurece para o amor
tarde. O Código Civil hr sij 0.
homc~
um pouco maismaduro para a vida civil as eg·~ considera o indivíduo acha que o indivíduo só e~~s d:anos. A Constituição ou Presidente da Repúh'I·
ª
ma uro para ser Senadorral • · as crianças estão · mad ica a•os 35 ano s · D e regra
cre-·e madura.s para falar
aosu~~s
paraanda~·
aos12
me~es
11 4) C meses. (1uais ou menos) .
• omponentes da m l . '
.ram os psicólogos que a m
.ª
urwade - Vedl'ica -:Pende dos seguintescompo~~~~dade
par~
a leiturade-. · . . • es 'OU fatores:
1. · Controle visual
2. Contrôle motor 3. Con trôle visual-rn t 4 M · .. . o or
· emor1a visual
1
5. Memória ·anditiva
6 · · Memória Iógfoa
~· Cap.acid~de de pr'Ola _.
· índice de
fati-gabÍiid~~~.
(de pronúncia)~1.5) De aeôrdo e " .
medi-los, o ilustre mestre01LnOUes~~. fatôres islQ .;
um teste a d .. ~\l'ÇQ FI ' "'• para
compÕe de 8 que . eu o nome de "T t LHO imaginou·
. provas, ·a saber: es e ABC~'. que se 1. Prova de contr • 1 ..
32. · Prova de Prova de mem? 011.~ a visual vi~ual-mot01• 4 p· contrôle
v
·
al~. rova de rnern . . . ISu -mol'Or ~· Prova de m ?r~a auditiva . . . 6. Prova d ernor1a lógica
. e capacidade de prolação
-~
...
\
.
-'
º
..,...~.·
..,.
DIDATICA ESPECIAL DA La SÉRlE ~v o (33...,. ~ \\1; .•
7. Prova de contrôle visual-m.~
t1
1
B
o
5e
o
1 ;8. Prova de contrôle visual-m\1&r e:'Ít!tli:e~--de.1
1
fatigabilidade. . ~ ~-· .... ~
• l
o
""·
Apresentamos a seguir, resumidamen
-
,_~
~
S"
S>
'vas do teste ABC. Note-se, no entanto, que o p ·· ssor,.
para apl~car o teste em seus alunos, p·recisa p'Ossuir o
material próprio, que já vem em envelopes, com a ex
-plicação de tod'Os os detalhes necessários ao seu
perfei-to emprêgo. (1) .
li Alguns professôres se queixam de que "o teste ABC
cm suas turmas não deu resultado": naturalmente foi·
p•orque não seguiram ~om cu~dado as instruções para
sua aplicação, correção e avaliação. ,
11. 6) Prova I - Contrôle visual-m'Olor: a criança
deverá reproduzir no papel 3 desenhos que a prof essõ-ra lhe mostra: .
..
~.
•
•
•
... ··"'---'
·
ê
•
:
r
·
· FIGURA l 1 1(um quadr.ado, um losãngo e uma figura irregular) . Tempo: um minuto para desenhar cada figura.
(1) os envelopes com o material do teste ABC podem ser adqUU'iC!os nas Uvrnrlas ou na "Edltôra Melboramentos"; enderêço em São Paulo: rua Libero Bndnrõ, n.• 30 - Caixa Postal n.• 2941. No Rio do Janeiro: Avenida lS de Mato, n.º 13, grupo 602.
34
AMARAL FONTOURA
.11. 7) Prova 11 - Memóri . al .
vera citar, de memória 0 nom
ª
visu-:-A
criançade-fessôra lhe apresentou' num e
~e
7 ObJetos que a pro-nuto. Os 7 objetos são: . qu.a ro, durante meiomi-caneca chave sapato laranja automóvel gato mão· 11.8) Pro1Ja Ili
e
fessor deverá traçar
e~
0
°~~jle
visual-µiotor: 0pro-~enho~. :\Pó~
cada desenho 0°
1noar
3 diferentes de-o, pnm.ei:o também com o' d ~ uno deveráreproduzi-com o
_
®
lap1s no papel. Ei 8 e3 o no ar e em seguida os desenhos: ,·
-FIGURA 2
11. 9) Prova IV
~es:;ôra
pronuncia em - Memória auditiva - Aúlhm.a d voz alta 7 l pro-são: ' man a que a criança
as~: ~7as
e, depois dap
ª
·
As palavras árvore cadeira pedra cachorro flor casa peteeaDIDATICA ESPECIAL DA l.ª SÉRIE 35
11.10.) Prova V - MemóJia lógica - A
profes-sôra conta uma história e manda que a criança a
re-produza. Chama-se "memória lógica" porque. não se deseja que a criança reproduza .as mesmas palavras,
mas sim as mesmas idéias, para ver se entendeu a his-tória. Ei-la: - "Maria comp·rou uma boneca . . Era uma linda boneca de louça. A boneca tinha os olhos·
azuis e um vestido amarelo. Mas, no mesmo dia em
que Maria a comprou, a boneca caiu e partiu-se. Maria'
chorou muito". As três ações principais que a crian-ca deverã lembrar são:
.
,
compr0iu
caiu chorou
As quatro idéias principais são:
1) Maria 2) boneca de louça 3) olhos azuis 4) vefstido amarelo.
..
•
11.11) Prova VI - Capacidade de prolaÇão A prof essôra pronuncia 10 (dez) palavras difíceis, que
a criança deverá repetir, uma por uma à medida que
forem sendo pronunCiadas:
..
Tombadouro Pinda.Illonhangaba N abucodonosor Desengonçado Sardanápalo ' Constantinopla ·Ingrediente Cosmopolitismo Familiaridade Itapetininga. 1. . J..
•
86
AMARAL FONTOURA
. 11.
~2)
Prova VII _Con~·l
.criança deverá cortar <l . d o e visual-motor - A
gulares),
acompanh~andi
1~
0
i:senhos
(duas linhasirre-do desenho. Temnn. 1 .h
ª
tesoura a linha IJretar~- m1 uto. . 11.13) Prova VIII _ Co • .
~ce
de fatigabilidade - Oro~trole
visual-motor ein-grna cheia d~ 9:uadradinho;. exsor .. apresenta uma
pá-d
pondta do lap1s, coloca:r um po1
~11
1ança deverá, come ca a quadrado. Tem . 0. 1
º
1º
preto no cenlro.1.00 quadradinhos). po. 1 mmuto ('o desenho tem
11.14) AVALIAÇ-o
.
ª
3 pontos,couform~AestejaCada
JJrova ganha de zero~ontos),
~ais
ou menos ce1·t. c(ri·pletamente certa (3d!'
(mas nao l•otalmente (1p~nt
)pontos), quaseerra-zero ponto). o ' ou totalmente
erra-11.15) De acô d
alcançar de , . r 0 com êsse critér'
nos poderá
z:r~-
a 24 pontos. A elas~~.'
o~luno
pode• n ao ser feita em 3. . SI tcaçao dos
alu-(a)
AI
gtupos:(b) Atnos que obtêm de 17
(c) AI un<>s que obtêm de 9 a
it
pontos (fortes)1 unas que obtêm de O a 8 pontos (médios)
11 16 . a pontos (fracos)
(FORTE~
:rogllóstico - Os llidade em
u1~v:m
a-prender a lerª unos <lo l.ºg~u
-
po
selecionadas esse;iestre. . Em
luri:a=screve~
com f aci-meses e até em 2 aprendizagem pod red·uzidas e bemD!IOS) devem a meses. Os aluno e ser feita em 3
letivo. Os a1 prender a ler re ui s do 2.º grupo
(MÉ-isto é,
FRACO~nos_
do 3.º grupog (dannente em um anoforme'? caso,
DE~\ºcmnsiderados
ÍMÃf<tffi
8 pontos),aprendizagem da . N\ES, e não d OS ou
con-~ente
amadurecido~1tura
senãodepotv~m
começar acias. • ou de corrigid 8 · e
suficiente-, as as suas
deficiên-1 1
DIDATICA ESPECIAL DA l.ª S~RIE 37
§ 12) SELEÇÃO DE PROFESSôRES
12 .1) · Depois de selecionados os alunos, deve a
diretora do Grupo Escolar selecionar também as
pro-f essôras para a 1.ª série. É um grave êrro entregar a
1.11 série a qualquer professôra, a uma substituta acaso
incompetente, à profe~sôra que quer "descansar", etc.
Uma pri1úeira série mal.feita muitas vêzes se
refle-te pelo resto da vida inteira do aluno. E a culpa po-derá ler sido da professôra que não quis ou não soube
lecionar com ~ devida técnica. .
12.2) A 1." série deve, pois, ser entregue a boas
professôras, o que não significa somente a prof essôras
diplomadas, ou de maior cultura, mas sim àquelas
que mais gostem de criança, tenham paciência, sai-bam brincar com <>s garotos, contar histórias e· dispo- ,
nham de tempo para confeccionar cartazes, jogos, etc. As vêzes, a prof essôra não diplomada, possuidora dêsses
atributos, pode dar melhor para a 1.11 sédc élo que uma
outra diplomada e mais culta.
12.3) O essencial é isso: que não se entregue a ·1.ª
série à professôra "qüe não tem competência para
ocu-JJar nenhuma outra". Porque essa série exige mais
.ca-pacidade, mais técnica, mais atributos do que qualquer outra classe mais adiantada.
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UNIDADE IV
Organização de classes. Critérios de organização.
O
período de adaptação: Atividades a desenvolver
.
.
.
A
socialização
da criança
.
§ 13) O BAIXO RENDIMENTO ESCOLAR E SUAS CAUSAS 13.1) O renqimento escolar, Dos cursos primários
brasileiros, vem sendo espantosamente baixo. No
Bra-sil, de 5. 600. 000 alunos matriculados na escola
primá-ria, apenas 2.(100.000 conseguem ser apr'ovados no firn ·
do ·ano, ou seja, apenas 46%. Mais da metade das
crianças matriculadas em março ou desiste do curso ou
nã'O entra em exame ou é reprovada!
13.2) No Estado do Rio, de \80.000 alunos
matti-culados na 1.4 série, só foram promovidos, DO fim do
ano, 23.000, ou seja, apenas 28% 1 ! !
13.3) O baix<O rendimento nas classes de 1.4 série se deve a váriaS causas, entre as quais avultam: 1) A
desnutrição dos alunos (esta em primeiro lugar,
sobre-levando a tôdas as outras), 2) A falta de ambiente
so-.cial, de socialização da criança dos meios humildes.
3) A falta de freqüência .db aluno, 4) O reduzido
nú-mero de prof essôres cap.acitados para lecionarem 1.ª
série (muitas vêzes entregue a simples "substitutas"
sem nenhum conhecimento de Pedagogia), 5) O p~
queno número de dias letivos e a red!-lzid,a, re~uzidissi
ma duração do dia escolar, 6) A falta de organização
·d.as classes.
. 13.4) A falta de organização das classes é uma
das mais importantes causas .. Em muitas escolas até
separa-AMARAL FONTOURA
das J?ela inicial do ~ame (1 a
"to
ate F; 2.n turma, alun'Osd
~
gir~aL
alunos de letrass est~belecimentos os alunos ~ e ' etc.) . Em
ou-do com a o.rdem da matrícula. sao sep~rados de
acôr-lad~s constituem a 1.ª· turma . os 40 primeiro ma
triCu-fd
2d
turma, etc.) Em outro;~i~~O
se_gndos constituemdª e.·· Tudo isso está ·errado ~· sao s~parad'Os pela
d:v~~rt1M~eADe
sempre sero~
·
g
a
n~
c
l~
sses
de 1.ª.
s
~r~
e
. E, de acôrdo za as pelo criter10
~ifs~Io anterior, isto é med· com o que foi dito no
bem
a~r
AdBC (ououtr~ dife~:\
~)
osbresulta~l
·
os
dosP a os. ' em aphcados e
§ 14) CRITÉRIOS DE ORGANIZ .
14 1) · · AÇA!> DAS CLASSES
1 ·
ª
serie pod.
:
Varias formas de · organi .-baseada nos ~m ser adotadas Su za~ao de classes de
as
provas dee~\~ª~do
s.
ddo
tes.teAlêr~1::mº
s
b
.
ª
seguinte,r1 a e: . inados com
At)
Alunos imatu d
"A'' ano ( ros o
Alunos ima- A2) matrícula nova)
·luros Alunos i
venient maturos
pro-terí'Or es do ano
an-A3) Alunos deficientes
1.ª Série
•
Bt) Alunos m t v . a uros pro-ement d ' "A" d cs'
ª
classe..
B2)0 ano anterior.
"B" Alunos mat
Alunos ma- veniente duros,
pro-turos B3) s o lar
Alunos
(f" repetentes
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li" mas for a a 2ª · serie · ·
dos) ain
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•- - - - -
-DIDATICA ESPECIAL DA 1.3 SÉRIE 4114. 2) Essa classificação dos alurios deve ser feita, mesmo quando não haja grande número de turmas.
Por exemplo, se o Grupo Escolar só possuir 4 turmas
de l.ª série, numa ficarão os alun'Os. Al, noutra os A2 e A3, noutra os Bl e B2, e, finalmente, noutra, os B3.
Outras combinações diferentes podem ser feitas. O·
essencial é que os altmos sejam SEMPRE TESTADOS.
E CLASSIFICADOS. Achamos. que essa classificação,
se fôr possível, deverá ser feita até quando todos os
alunos d.a 1.ª série forem ficar C'Om a mesma -prof~ssôra.
14.3) OUTRO CRJTuRIO - Também· é possível ·e
cert~ separar os alunos assim:
1.ª série A - Alunos de ótimo N .M. (de 20 a 24 pontos) " " B- " " bom N .M. (de 15 a 19 pontos) " " C- " " regular N.M. (de 10 a 14 pontos) " " D- " " fraco N .M . . (de 5 a 9 pontos) " " E - " ( " fraquíssimo (de zero a 4 pontos). ("N .M. significa "Nível de Maturidade", on seja, o número de pontos alcançados no teste ABC) .
14.4) CLASSE DE ADAPTAÇÃO - Melhor do
que separar os alunos da t.n série em "A" (imatm·os) e "B'' (maturas) é, o seguinte crit·ério: c01~stituir com
os. imaturos uma classe de adaptação, preluninar à 1."
série,.
Isso porque, se' considerarmos como "de l.ª sé~ie"
os alunos imaturos e defticientes, êstes, por definição,
não podem entrar em exame no fim do ano. Então,
sômente um número reduzidíssimo de alunos da 1.ª s
é-rie é promovido p0ara a 2.ª, ou seja, sómente os alunos.
das turmas "B".
Todos os alunos d.as turmas "A" vão figurar como
"não promovidos", dando em resultado a horrível
per-centagem de 28% de alunos da 1.ª série promovidos
para a 2.ª, fato que não corresponde à realidade, visto
aprendiza-42
AMARAL FONTOURA.
gem rêgular. Logo, a rigor, não poderiam ser
con;~~
derados alunos da 1.ª série, sendo maisacer!ad~
co. a cá-los numa espécie de "vestíbulo" ou de "pre-prnnerr série", ou seja, numa cliasse de adaptação.§ 15) HOMOGENEIZAÇAO E EFETIVO
15 .1) Qualquer que seja o critério adotado, um·a
coisa precisa ser sempre lembrada: é grave êrrn orE·gr nizar classes heterogêneas. A CLASSE HOMOmN ' isto é, de alunos com aproximaqamente o mesmo N_. M ·
é fator fundamental para o
.
. bom rendimento do enswo · 15.2) Outro fator básico é o limite de alunos em -os.da classe, isro é, o EFETIVO das classes. Emnenh~
ma hipótese uma turma de 1.n série deveria ter mais de 35 alunos. Mas o ideal seria que possuísse entre 25°
30 alunos.§ 16) o PERtono DE ADAPTAÇAO - ATIVIDADES
A DESENVOLVER - A SOCIALIZAÇAO DA CRIANÇA , 16 .1)
~
igualmente errado iniciar a aprendizagemda leitura com crianças IMA TUR.As, corno veremos. DO' capítulo seguinte. Mas também não devemos inicial"
l~go
a aprendizagem com os alun'Os MATUROS. É pre-ciso haver um periodo variável (2 a 3 semanas) deadaptação ou :rncialização do.
a
lu
~10
;
16. 2) A aprendizagem, como sabemos comi>reende
3 tipos: '·
1) Aprendizagem motora;
IJ> Aprendizagem intelectual (<>u ideativa ou de conhecimentos);
III) Aprendizagem .apreciativa (ou afetiva ou de valores).
No período de adaptação os alunos da 1.ª série
devem
aprende~
as atividades abaixo (além de outra•1JUe o mestre saiba) :
DA V• SÉRIE DIDATICA ESPECIAL 1)
..
.
U) 1)2)
3)
4)
5)
6)
7)
8)
9)
10) 11) 12) 13) 14) 15) 16) 17)18)
19) 20) Recorte e colagem Alinhavos Perfuração Dobraduras TecelagemEnfiar contas ara armar
Figuras recortadas, p Papel gomad-o . do Papel marmonz~ ...
Taboleiro de
ar~~ssa
plásticaModelagem em ab Linaa · '')
Modelagem em
~
adº
nhar todos os dias ..l O (é preciso ese
Desen i
P . tura a -ded~
m mcel
Pintura com P 1 icado ·
Painéis. d_e pape pedacinhos de madeira Construçao ~on;i p
Bandinha r1tnuca '
Jardinagem uais diversos Trabalhos man
APRENDIZAGEM IDEATIVA
ou
INTELECTUAL:l) Cânticos . d
2) Jogo's recrea~vos (com ~econhecimento e 3) Joogos educahvos
formas). . ·
4) .Jogos
musicado~
histórias .5)
o
mestre cont:r em históriasO alunos con ar .
6) 7) Os s ialunos recitarem ntarem casos e fatos de sua vida. . 8) Os alunos co
~
EM
APRECIATIVA OU DEAPRENDIZAG .
VALORES: · I·
0
ca~-. . fábulas com .a mora . 1) Contar historias
~
recompensa dos bons.ticro dos maus e
44
AMARAL FONTOURA
2) Iniciar a apreJ?.dizagem . de. alifiudes
~
hábito
.~
morais e sociais compat1ve1s com n idade.
III) APRENDIZAGEM GLOBAL OU COMPLEXA:
1) Dramatizações 2) Teatrinho de sombras 3) Tcatdnho de máscaras 4) Teatdnho de fant>oches 5) Teatrinho de marionetes 6) Teatrinho mímic.o.
16.3) A finalidade de tôdas essas atividades não é apenas "preparar para a aprendizagem", mas sobre-tudo SOCIALIZAR a criança, isto é, habituá-la ao con-vívio de seus semelhantes, de outras crianças diferen-tes;
à
respeitar os outros, a respeitar as autoridades,.ª
cumprir ordens, a refrear alguns de seus impulsos mais
agressivos, a ter polidez, .a cumprimentar, a ter ordem
e limpesa nds seus trabalhos, a ser cuidadosa, a
de~em
baraçar-se, .a apreciar as cousas boas e bonitas da vida.16.4) Note-se que a SOCIALiZAÇÃO DA
CRIAN-ÇA não é uma finalid•ade da 1.ª série a.penas mas de tôdas as séries e de todos os <li.as. '
16.5) A Psicologia nos ensina que NÃO AD:f.ANTA
CONTRARIAR as tendências instintivas da criança: o
que devemos é aproveitar essas tendências dentro dá
escola, canalizando-as para fins úteis e· çonstrutivos.
16.6) '.É altamente acónselhável que cada
profes-sô~a
.
confeccione umA álbum de modelos contendo emmm1atura
todo~
aqueles mopelos Que seiam poss•veisdos trabalhos CJtados no item l) APRENDIZAGEM MO-
-TO~
O!J ATIVIJ?M>Es lllOTORAs. ' Nesse álbum,na 1. página, colaria urn modêlo de trabalho de recorte e
~olage~;
na 2.o, modelos de alinhavos· na 3 • traha-lhmhos de petiuração, e assim Por diarÍte. · · ' , ·1
45
DA i.n SÉRIE
DIDATICA ESPECIAL EM IDEATIVA OU
t a. APRENDIZAG d · or11anizar seu
7) Qu .... n o mh · 1 po era ::. .
16. CTUAL, o mestre ta d -rrr üesias. cânticos,
JO~~s,
INTELE . . con 1 n1odelos · e P na . que cada_ esco · apró~r~o
album O ideal, por:m,-~e
xistentes arespe~lo,
historias, etc. 'fi'cas coleçoes Jª e t'luem verdadeiro
. s mami1 cons i 1 -o
pos~m
ss
e
al
e~
ionadas
,
e. qued tal como a co eçamuito bem se ara a criança a,
de..,Jumbramento
p
_,,
(1) ·~ d Crwncu .
"''O Mundo a •
'
•
..
•
~(1) Ell8a coieçãO 6 compo& a t de 15 volumes,
t>eltt\". Rlo. D· l"'
\
1 "Mltôra publlcade. pe ª
UNIDADE V
Os
imaturos
.
Exercícios
·
estimulantes Ortofrenia.
•
Exercícios
ortof
rênicos.
§ 17) CONCEITO DE IMATURO
. 17 .1) "Imaturo" é um feliz conceito criado pela
P~1cologia moderna: sjgnifica o indivíduo que ainda
nao está apto, não está "pronto" para alguma função.
~o
sso
organismo só em .tJeterminado momento ficama-Ul'Q para andar, para falar. Aos 14 anos mais ou lnenos ficamos maduras para a vida sexual. Antes
de tal momento o indivíduo está imaturo para esta ou
aquela função. · 1
. . . 17 .2) Imaturo, portanto, do ponto de vista peda-({Oftt.co,
é
o aluno que ainda n~o está :m condições de 1n1c1ar a aprendizagem da leitura, nao está 'maduroPm·a a leHura .
. 17 .3) ERROS PEDAGóGICOS - a) É um verda-deiro
crime
forçar o imaturo à aprendizagem da lei-tura; b) ·É um êrro colocar na mesma turma alunos ~alunos e imaturos; c) Conseqüentemente maior êrroUind.a será organizar classes de t.n série não selecio.:. nadas, junt·ando os alunos .pela idade cronológica, ou l>~la inicial do nome, nu pel~ ordem de data da ma-tricula.
17 .4) DURAÇÃO - A imaturidade da criança
po-derá
durar algumas semanas ou vários meses. HáI
=
-AMARAL FONTOURA
seguint ··
. e ainda devem ser
imaturos. . matriculados em classe de
17 .5) REAJ .
agôsto deve
US~
Al\ffiNTO _ N •mostra u .-se reahzar. a prov 0 nJes. de julho ou
"B" 1• tq
?
1s. os alunos "A" a ?e t·eajustamcnlo que' s o e J' que Já d
deficientes '
ª
a~adureceram 0 ..P
0 e~ passar paraclassificad~s e quais os alunos ·~·~ª deixaram de ser
nessa letra, deve~d que estavam mal 17 · 6 ) Mas · 1 o voltar u "A'' •
que se verifi e e aro que em l
pas-sar de "A:rue com seITTirançaq ialquer Le111po, desde
pai·a
"B" ....
que a ·ser feita · , ou vi·c crianca 1>rccisa
· , e-versa, a murlança · deve
~ 18)/ ATIVIDADES
A DESENVOL
... Vid
~8.1)
~1guns
ed '1 VER COM: IMJ\TUROS'Se a e~ a desen l ucac ores C'Osh
c1 Insoriais (ou d~o ver <:om imat~~ain s~1>a1·ar as ali-~ os). Mas 0 5 s~nhdos) e M s em dois !!rupos:
nsorial apena~. re.ahdade não e ~!oras (ou do~
mús-~:smo
te1?Poq~e
aperc~pção vis~~Le.
Uma EducaçãoDEN
Po_: isso émai~s
musculos e :~e
desenvolve aoAÇAO VISUAL-Macertado f al . co'Ordenação
mo-r 0TOR..A. a1 sempre em·
COOR-,.
•
DIDATICA ESPECIAL DA J.n SÉRIE 49
Eis as principais atividades dêsse gênero:
18.2) JOGOS DE ENCAIXE - O primeiro jôgo co!lsiste apen'ns <le 3 encaixes {ou pedacinhos dé ma-deira) para ajustar dentro de uma taboinha. Depois,
o número de recortes. irá crescendo para
4
1·
5,
etc. atéchegar a 10.
18.3) OBSERVAÇÃO IMPORTANTE- Os jogos de
encaixe têm a mais destacada função na Escola Ativa:
servem para numerosos jogos sôbre Linguagem -
Ma-temática - Geografia, etc. Atrás de cada recorte a
professôra escreve uma ~pergunta, cuja resposta estará
no lugar. correspondente a êsse pedaço, no fun_clio da
caixa: (Vide maiores detalhes na nossa
"METODO.LO-GIA DO ENSINO PRIMARIO", páginas 198, 199, 380
e 381)
-11
18.4) ATIVIDADES DE RECONHECIMENTO
-1) Reconhecimento das côres fundamentais
2)
Reconhecimentodas
côres compleinentares3)
Reconhecimento de. fo:rIÍlas · '4) Reconhecimento de tonalidades
5) Reconhecimento de form~s e. côres .ao mesmo tempo.
18.5) ATIVIDADES ~fOTO~AS
1) Enfiar contas numa Iiriba:
1.1) Enfiar contas igilais; • .
1.2) Enfiar contas de ~uas cores chferentes,
ternadamente;
1. 3) Idem, alternadamente, .de 3 côres;
1.4) .Idem, alternadamente, .de 4 côres.