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As Torres da Reboleira

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Academic year: 2021

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flDa0516

)

ACTAS

DEL

I CONGRESO IBERICO

DE CASAS SOLARIEGAS

(2)

PRESENTACION

Coincidiendo con el )00C Aniversario de su nacimiento, la Asociaci6n Amigos de los Pazos organiz6 el 1 Encuentro Ibirico de Casas Solariegas, evento que se celebrO en Vigo y Ponte de Lima entre los dias 13 y 16 de noviembre de 2002, y que fue posible gracias al patrocino de Caixanova, la Direccidn Xeral de Turismo de la Xunta de Galicia y el Consorcio de la Zona Franca de Vigo.

Tambiên queremos manifestar nuestro agradecimiento a la atmara Municipal de Ponte de Lima, en la persona de su Presidente, D. Daniel Campelo, quien desde un principio nos brind6 su incondicional apoyo, corriendo con la organizaciOn de los actos de clausura que se celebraron en la capital miiiota.

Asi mismo, la AsociaciOn Amigos de los Pazos quiere dejar constancia pdblica de su reconocimiento a Caixanova, que, con su apoyO institucional, ha hecho posible tambien la publicaciOn de estas Actas.

Vigo, septiembre de 2004

caixanova°

Edifa:

AsodaciOn Amigos de los Pazos

Coordinan:

Grata E. Amor Moreno

Juan Manuel Lopez-Chaves Melendez

Deena oubietta:

Variografik, S.L. (Vigo)

Maquetacion e impresiOn:

Artes Graces Vitus, S.A.L.

cf Segovia,19-Vigo ISBN: 84-609-1603-0 Dep&Ito Legal: VG-759-2004

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261

-AS TORRES DA REBOLEIRA

Jose Ferreio Afonso e Sofia Thenaisie Coelho Professores da Escola das Artes da UCP

Pane I

Progresso: o esplendor dos fidalgos-mercadores

1 - 0 SITIO

Em 1339 surge uma das primeiras men 'cOe' s documentais a portuense rua da Reboleira, cujo trajecto cone prAximo e paralelo a uma pronunciada curva do Douro. Refere-se entan que ai eram descarregados os barcos que transportavam o sal. A zona devia ser ainda de praia e penedia, pouco propicia a existéncia de habitagOes, per estar exposta a forca das Aguas e das frequentes cheias"). A muralha, que se tinha iniciado em 1334, viria a regularizar a frente fluvial, facilitando o desenvolvimento urban do sitio. No exterior do muro e no extremo nascente da ma, construiu-se no inicio do sdculo XV urn cais fluvial, e dois postigos permitiam o acesso ao rio: a poente, o do Cais, a nas-cente, no extremo de uma estreita viela, o que em 1401 se chamava de «so as casas de Martim Pereira» i" Estavam lancadas as vial do desenvolvimento future da Reboleira, pois a muralha nao separou a ma do rio: a sua importfincia mercantil foi mesmo poten-ciada corn as novas estruturas portuarias. Esse foi um forte atractivo pars a fixacdo ai das elites citadinas.

JA referimos a existéncia em 1401 da casa de Martim Pereira, no extremo ocidental da ma. No mesmo ano e no seu outro extremo surge a casa do tabeliAo Vasco Pires (33 Vasco Pires era parente do alcaide da Moeda EstevAo Lourenco, que provavelmente the suce-deu na habitacdo (4). Martim Pereira, Vasco Pires e Estevdo Lourenco säo personagens bem representativos do estrato social que, na Opoca, habitou a ma ou nela tinha interes-ses: membros da elite citadina dos homens-bons, ligados a mercancia e a administracäo municipal, que estarão na origem da oligarquia dos cidadaos. Estes, näo pertencendo a nobreza de sangue no Porto era ainda, nessa epoca, proibida a moradia de fidalgos -gozavam de alguns dos seus privilógios. Estevão Lourengo e Vasco Pires eslao tambem associados a urn novo tipo social: o funcionalismo regio, que se vai multiplicar no Porto a partir do remade de D. Joao I. .

(4)

- 262 - AS TORRES DA REBOLEIRA A Moeda era uma das mais importantes instituiedes rógias do Porto, criada nos finals do seculo XIV, prOximo da ma da Reboleira, junto a Alfandega mandada construir por D. Afonso IV em 1325. A none da Alfandega e da Casa da Moeda abriu-se uma dos mais extraordinarias realizaciies do urbanismo medieval portugues, a rectilinea e larguissima, para a epoca, Rua Nova ou Formosa (i.c. 1395). Na zona ribeirinha surge assim urn novo centro urbano, gOtico e ligado ao poder real, em °posted° ao nixie() mais antigo e roma-nice da mono da Penaventosa, onde se encontrava a Se, o Paco Episcopal e todo urn conjunto de equipamentos ligados ao senhorio do Bispo.

E nesse ambiente de expansao urbana que se integra a Reboleira, resultado prova-vel da urbanizacao progressiva de urn antigo caminho paralelo ao rio, que nesse troco se chamou Reboleira, noutro, mais a nascente, ma da Fonte Taurina, ainda num ter: ceiro, para poente, ma dos Banhos. Caminhando ainda mais em direccao ao mar, depois de ultrapassada a Porta Nova, ou Nobre, situava-se o importante anebalde de Miragaia, local de grande actividade fluvial, onde se encontravam as tarracenas, ou estaleiros de construed° naval. A ma da Reboleira, integrada nesse conjunto organic°, estreitamente ligado ao rio e as actividades dele dependentes, iniciou entao o que seria urn longo periodo de esplendor. Sinai disso foi o facto de, desde cede, ai se terem erguido varias «casas-torres».

2 - A TORRE DESAPARECIDA

No Porto existem ainda duas casas-torre que sao provavelmente dos finis do seculo XIII ou do inicio do seguinte e parece inquestionavel que, numa fase mais antiga, as torres tenham pertencido a clerigos, os ainda entao senhores do burgo. Corn o dealbar do poder concelhio, a partir dos finals do seculoNXIII, a situagao tende a modificar-se. A nova elite citadina vai querer construir para si tones similares as do clero e, sinal disso, 6 a proibigdo, referida nas Inquiricdes de 1339, da construgao de casas de pedra com ameias sem a necessaria licenca episcopal.

Essa proibicao pode ser sintoma de que, perante a continua degradacdo do poder epis-copal e a crescente afirmagao dos homens-bons do Concelho, estes ousavam ja erguer tones ameadas. E possivel que, ja antes da passagem do senhorio da cidade do bispo D. Gil Alma para o rei, em 1406, a elite laica do Porto levantasse as suas tones e ameias sem interferencia episcopal.

Referimos na Reboleira a casa de Martim Pereira, homem-born presente em varias sessifies da Vereacao entre 1390 e 1393 o. Depois, essa casa pertenceu a Goncalo Martins, outro homem ligado a Vereaeao. Significativamente, Gonealo Martins foi tam-bem tesoureiro da Moeda (6). Posteriormente, e durante algum tempo, lac achei referen-cia documental aos seus proprietarios ate que, em 1443, pertence a Alvaro Gonsalves da Maia, cavaleiro e vedor da Fazenda Real o, e o postigo que the ficava prOximo, e que se tinha designado de Martim Pereira, passa a chamar-se de opostigo de Alvaro Gongalves»

". 0 nome do postigo adapta o do proprietario da casa.

Esta foi demolida nos finis do seculo XIX°, mas uma gravura, datada de 1880 ow mostra-nos que se tratava de uma casa-tone, rematada por merldes tronco-cOnicos, e com uma moldura exterior abaixo da linha de ameias; sob esta, na fachada, abria-se urn duplo corer de aberturas ogivais simetricas corn arquivoltas decoradas. No piso inferior, as aberturas sad), nos extremos, janelas de sacada e entre elas rasgou-se uma de peitoril. No piso superior, o esquema repete-se, mas as ties aberturas sac) de peitoril. Uma outra abertura gOtica, similar As do segundo piso, mas mais pequena, abre-se a poente, no

Jose Ferrão Afonso e Sofia Thenaisie Coelho 263

-segundo nivel, enquanto que, abaixo desta, outro vao corn arco apontado, mas surge emparedado.

0 que nos surpreende imediatamente e o grande niimero de aberturas As tones resi-denciais costumavam ser mais parcas de vaos, mantendo uma forte caracteristica militar. As duns sacadas nao sao medievais, devendo datar, provavelmente, do seculo XIX, por razdes que se explicam a frente. Pam tal, a possivel que tenham sido alterados as jam-bas, prolongando-as para baixo. Alguns fragmentos dos arcos das aberturas conservam-se ainda no Muconservam-seu Nacional Soares dos Reis. Num deles, que parece conservam-ser mais antigo, os arranques de duas ogivas geminadas mostram varias arquivoltas, a central corn deco-raga° boleada, duas outras com um desenho de flordes Tins« imperceptive] dad() o des-gaste do granito de dente grosso. Outros fragmentos sari de um tipo de granito diferen-te, de dente mais fino e a decoragdo a tambem diversa: desapareceu o friso boleado cen-tral, as esferas deslocaram-se pan o centro de grandes flordes com seis petalas. Esta

decoracdo esta muito melhor conservada e viva do que a do arranque dos arcos men-cionado em primeiro lugar.

Os flordes esculpidos em relevo sao bastante comuns no seculo XV — na mesma ma da Reboleira e datando sensivelmente da mesma epoca existem ainda vestigios de urn friso semelhante - mas 0 possivel que, dado os diferentes tipos de granito e estado de conservacao dos fragmentos, eles pertencam a cronologias muito diversas. Comparando a disposicao dos flordes, visiveis nas gravura, aos dos fragmentos existentes no Museu, verificamos que os que possuem duas arquivoltas com decoragdo floral aparecem nas sacadas, aqueles que tan apenas uma arquivolta interior floreada surgem no piso supe-rior, na fachada e na abertura poente.

Henrique Duarte e Sousa Reis, na sua desert*, da tone, ern 1865, diz-nos que esta tinha tees pisos e uma sobreloja acima do primeiro. Neste, as aberturas eram «portas ou entradas» ao nivel da ma, com padieiras circulates, em arco. Entre elas uma abertura pequena, tambem ern arco, iluminava a sobreloja. Acima desta, a tone tinha mais dois sobrados, sem janelas «...rasgadas nem de sacada, nem de peitoril mas substituiram-nas dous arcos de pedra em cada andar formados sobre columns da mesma materia: estes arcos sao lavrados ern meias canas salientes...». Prossegue referindo que os arcos se encontravam entao «tapados de pedra e cal». Ou seja, entre as gravuras e a descricao de Sousa Reis existem alguma discrepancia, no que se refere ao flamer° de pisos e de aber-tuns. Para o memorialista, os arcos e colunas dos andares superiores seriam os de duas

loggias,

voltadas <Tara esta tao principal e antiga ma da Reboleira» ""

Na gravura, a torre parece ter apenas dois pisos, o primeiro com sacadas que Sousa Reis afirmava inexistentes. 0 vac, central tambem nao a por ele mencionado, nem ai, nem no piso acima: a imagem mostra apenas os dois pisos superiores, mas, mesmo assim, entre a data em que Sousa Reis escreveu (1865) e a data da publicacdo inglesa oconeram varias alterees. Uma outra imagem, desta vez uma fotografia, datada de 1862 (") mostra-nos a zona posterior da torre: tem quatro pisos; piso terra° e ties sobra-dos, uma sacada no primeiro sobrado, abrangendo duas aberturas e ainda janelas ogivais geminadas no Ultimo. As outras aberturas sao rectangulares e dispostas de forma irregu-lar. A clareza simetrica, visivel na fachada voltada a Reboleira, a aqui inexistente, o que parece confirmar as muitas transformacdes ocorridas desde a edificagao initial

Os merldes, a moldura abaixo deles, as aberturas e a sua decoragdo indicam uma data avancada do seculo XV; o mesmo tipo de merldes aparece, por exemplo, na torre de menagem do castelo de Beja e nos pace dos Duques de Cadaval ern Evora, ambos qua-trocentistas, e seriam utilizados, ainda durante o period() manuelino, na torre de Belem.

(5)

- 264 - AS TORRES DA REBOLEIRA Jose Fen& Afonso e Sofia Thenaisie Coelho 265 -As dimensOes imponentes, mas extremamente proporcionadas da torte, o facto de pelo

menos algumas das aberturas originals serem de boas dimensCies e bastante decoradas reforgam essa datacho. Apesar de muitas das casas-torre portuenses terem desaparecido, podemos afirmar sem receio de erro que esta a uma excepgao, denotando uma muito avancada nocao de «fachada», sinal de urn oligarquia rica e cosmopolita, que mantinha contactos corn outras zonas europeias, sobretudo do Norte, onde os seus construtores podem ter ido birscar inspiracdo.

3 - A TORRE APARENTE

Mas na ma existem, ainda hoje, outras casas-torre. A primeira, situada na esquina da ma do Outeirinho, corn o nUmero de policia 57 a 61, ern prOxima da anterior", e entre ela e o edificio vizinho, path poente, existiu urn estreito espaco pois, no interior, esta tone mostra ainda uma abertura, hoje fechada, que para ek abria 0°1. Nos finals do secu-lo XVI, a tone estava vinculada a uma capela do vizinho convento de S. Francisco, ins-tituida por Leonarda ou Leonor de Figueiroa. Outros proprietaries se the seguiram num curto espaco de tempo: Ana Carneiro, Ana Mendes, o irlandes Nicolau Comfort, ou Comfart, que a comprou em 1632. Posteriormente, pertenceu ao deao da Se Joao Freire Antao, do-avO de urn dos personagens mais importantes do seculo XVIII portuense, o tambem deao da Se Jeronimo de Noronha e Tavora Leme e Cernache 0))

Os Figueiroa surgem no Porto do seculo XV, associadas a Miragaia e a actividade maritima, e cede se unite° pelo casamento as mars importantes familias da cidade, pas-sando a fazer parte da elite dos cidadaos. A partir de meados do seculo XVI, come outras familias portuenses contemporaneas, muitos deles pertencem ja a nobreza de sangue, intitulando-se cavaleiros-fidalgos da Casa Real. raesde o seculo XV que a situagäo social da cidade tinha evoluido nesse sentido; a cidade trecentista dos homens-bons sucedeu, no seculo XV, uma sociedade pth-aristocratica, estreitamente ligada ao poder real. Essa modificacao 6 visivel na dependencia crescente da Camara, palco supremo da activida-de dos cidadaos, em relagan a Coroa. Corn o seculo XVI, esse trajecto O finalizado e for-malizado: em 1507, D. Manuel I aboliu um dos mais ciosos privilegios do burgo, a proi-bicao dos fidalgos al habitarem. Curiosamente, o decreto real parece dirigir-se simulta-neamente a nobreza rural que pretendia morar no Porto, e aqueles, mais numerosos, que sendo cidadaos, habitavam ja o burgo e ansiavam pela nobilitacao. Surge assim o fidal-go-burgues, case dos Figueiroas quinhentistas que, apesar do seu recOrn-adquirido esta-tuto de nobreza, comerciaram corn a Flandres e Africa, para alem de terem ocupado car-gos do funcionalismo real.

A origem burguesa de muitos dos fidalgos portuenses de Quinhentos pode explicar que, contrariamente as tones e casas nobres rurais (e algumas urbanas), muitas das suas congeneres do Porto sejam encaradas, sobretudo ern epoca de crise como o inicio de Seiscentos, como urn valor imobiliario transaccionavel. Tal facto e mais documentado a partir do seculo XVI, mas e possivel que ocorresse anteriormente. As tones da elite por-tuense nao estiveram assim associadas ao catheter de perenidade, ao simbolismo, ligado

a terra e a propriedade senhorial, que se encontra sobretudo nas sua similares rurais. Mesmo quando vinculadas a capelas, ou legados, como 6 o case, a mudanca de proprie-tarios era frequente. Assim, nao surpreende que os seus habitantes nao fossem forcosa-mente aqueles; de facto, e pelo menos a partir do seculo XVII, esta tone esteve alugada, contando-se entre os inquilinos diversos mercadores, alguns deles estrangeiros. No caso presente, a procura de rentabilidade do imOvel pode ter levado, provavelmente

ainda durante o seculo XV — no interior existe uma parede divisOria que, embora muito mexida, tern pans ainda provavelmente quatrocentistas - a que torre primitiva fosse dividida em duas habitaceles separadas.

A actual tone mantem um aspecto proximo do original: de planta aproximadamente quadrangular e dois pisos, e rematada por urn conjunto de merthes que foram em parte postos a descoberto pela intervened° recente do CRUARB. No nivel superior conserva-se ainda o sistema de escoamento de Aguas original; atraves de caleims escavados na pedra, a Agua era conduzida para quatro gargulas independentes. Tambem alguns dos cachorres que suportavam as asnas do telhado de quatro iguas existem ainda. Das abet-tuns originais apenas se conservam duas, na fachada nascente, sem qualquer tipo de decoracao, ao contrail° da torte vizinha atras mencionack. Nessa mesma fachada abriu-se uma janela de sacada que pode abriu-ser ainda quinhentista ou do inicio do abriu-seculo XVII. As restantes, voltadas a Reboleira, Sao provavelmente dos finais do seculo XVII, inicios do XVIII. A diferenca existente entre as aberturas corresponde a divisão da primitiva tone ern duas habitacees pela parede interior atras referida; a nascente Sao convexas, mais ricas, do modelo que se designa «de beico». Anteriormente a intervened° do CRUARB a torte, no seu corpo nascente, tinha mais um piso correspondendo a urn aumento da area habitacional disponivel e, consequentemente, a uma maior rentabilidade. Este piso suplementar tinha aberturas similares as dos pisos inferiores, pelo que o acrescento deve ser contempothneo. Mas a tone tambOm foi prolongada, nessa epoca, para a zona poste-rior: a comija ai existente a seiscentista, bem come duas aberturas com chanfro no corpo poente". No interior, e na sala da entrada do piso terreo, o arranque de uma escadaria em granito, mantida apes a intervencao recente, deve ser tambem coevo. A anterior esca-daria, em madeira, encontrava-se adossada a parede poente, como mostra a linha de con-cavidades para o seu suporte aberta nos silhares de granito.

A implantacao da tone, numa curva do rio, zona de subsolo instAvel causado pelo constante movimento da corrente do Douro, provocou, provavelmente, urn estado de ruina iminente durante o seculo XVII. 0 perigo deve ter originado a sua reforma: a modi-ficagao da maior parte das aberturas, o piso superior, a escadaria petrea devem fazer pane dessa campanha, o acrescento nas traseiras, bem assim como a construcão, no espaco que hoje serve de cave - a antiga e indispensavel loja - de uma abObada de cantle.° no corpo nascente, que consolidaria os alicerces e contribuiria para estabilizar o edificio. A obra, port, nao evitou que a torre tenha hoje uma pronunciada inclinacao. 4 - A TORRE OCULTA

Urn outro Figueiroa, Joao, morava em 1568 na rua da Reboleira e ai fez testamento. Nele se mention a casa-torre em que habitava e em que tinha tambem vivido a sua fale-cida mulher Isabel Cunha. Era proprietario «herdade clizimo a Deus» " I de metade da tone, a outra metade era de Margarida Vieira, vinva do seu hank Antonio de Figueiroa. A tone tinha sido herdada por merle do pai de Joao de Figueiroa, tambem Joao de sua graca, e aquele, no testamento, deixa a sua metade a uma sobrinha, Leonor de Figueiroa (a mesma que vinculou a torte anterior): « path ella e seus filhos e todos os mais des-cendentes e herdeiros e por linha direita enquanto os homens que sejam da minha geracao de Figueiroas e andarAo sempre em filhos machos e mais velhos » 999I. Em 1663, porem, a casa pertencia a urn flamengo, Arnaud Piper, instituidor de uma capela em S. Francisco que incluia o antigo legado de Joan de Figueiroa (").

(6)

- 266 - AS TORRES DA REBOLEIRA Nicolau Comfort, Arnaud Piper, sao alguns dos numeroso estrangeiros do Porto seis-centista. A partir dos finals do seculo XVI, mas sobretudo do inicio do XVII e poste-riormente as perseguiceies da Inquisicao e consequente debandada dos cristaos-novos, acorreram a cidade uma serie de mercadores oriundos do norte da Europa que vieram preencher o vazio deixado pela fuga, ou morte, dos judeus convertidos. Abre-se urn novo ciclo na vida do Porto, posteriormente a crise econ6mica que se prolongou desde os anos 20 ate aos finals da Guerra da Restauracao (1640-1668). Esses mercadores, que estarao ligados a urn evento fundamental na economia portuense e portuguesa, a sedimentacao progressiva do comercio e posterior criagao da zona demarcada do vinho do Porto, vao ocupar a zona ribeirinha, e urn genro de Arnaud Piper, o hamburgués Pedro Pedrossem (no original Peterson), sucedeu-lhe na administragao das negOcios e da capela de S. Francisco, tendo assim herdado a torre em que habitaria (21.

Pedro Pedrossem, por6m, vai transformar profundamente a antiga tone: em 1688, urn mestre pedreiro, Manuel Mendes, e contratado para fazer uma nova fachada, voltada ao rio, pam a sua casa (Th. Essa fachada completava um inv6lucro para a obra medieval que se conserva ainda no interior do actual edificio (n.° de policia 53-56), obra essa que nao era formada por uma (mica habitacao, mas duas, do seculo XV, separadas por uma viela que continuava a actual travessa do Outeirinho para poente. Ambas essas habitacaes eram tones; a que ficava a none, de Joao de Figueiroa, estava voltada a ma da Reboleira, como se refere no seculo XVI ( 231 Dela 6 ainda visivel urn pano de parede, embora bas-tante alterado, que faceava a viela, pam alan de alguns restos, tambern de aparelho medieval, no embasamento da fachada da rua da Reboleira. Os arcos ai existentes Sao posteriores mas, no que se situa a nascente, recorta-se ainda um florao gOtico, quatro-centista, bastante similar aos que omavam a tone que foi de Alvaro Goncalves da Main Da torre sul, voltada ao rio, conservani-se qinda tits aberturas gOticas ao nivel do piso terreo, uma aberta para poente, a actual travessa do Outeirinho, duas outras para a anti-ga viela que corria entre as habitagees. Para alem das aberturas, grandes panos de este-reometria tardo-medieval sao ainda visiveis no interior,

O contrato corn Manuel Mendes indica que a fachada sobre o rio completava a casa de Pedrossem, que: «fabricava ora humas casas nesta dita ma da Rebolleiran Mas ela nao ocupou o mesmo local da sua antecessom medieval: avancou mais para sul, encos-tando-se a muralhe). Os vestigios dos arranques da antiga parede medieval Sao ainda visiveis na cave, bem assim como o primitivo cunhal SO: para consolidacao das novas paredes, grandes arcos de descarga ergueram-se nas laterals, dois arcos apontados, dando entrada pam a loja, reforcaram-nos e uma abertura na parede sul, hoje encerrada, devia abrir, atraves da muralha, para o rio.

O alcado sul que hoje podemos ver nab termina na cornija em «papo de rolla» que o devia rematar, e que a mencionada no contrato de Manuel Mendes. Sobre a cornija ergueu-se mais urn piso, que se prolonga por toda a fachada poente da casa. As sacadas da fachada sul devem ter sido tambern colocadas durante esta segunda campanha, sendo muito diversas, estilisticamente, das que se erguem no alcado da rua da Reboleira. Estas sao tambern em opapo de rola», mas de um modelo mais antigo, e os vans possuem ainda molduras chanfradas, que aparecem, do mesmo modo, na extremidade da zona none da fachada voltada ao Outeiro. Podemos pois deduzir que estas duas fachadas eram as da casa que Pedrossem construia em 1688, e que envolveu a tone norte.

Quando Manuel Mendes contratou a fachada posterior, uniu os dois edificios medie-vais anteriores, fazendo desaparecer a viela. Mas deparou com urn obstaculo: encostada a partir do cunhal da tone medieval, ainda perfeitamente visivel do exterior, e na

Josè Fenno Afonso e Sofia Thenaisie Coelho 267

-direccao da muralha, existia uma habitagao, hoje demolida ( 2". Assim, na zona mais pro-ximo do rio, a partir do cunhal referido, a fachada lateral nao tern aberturas e apresenta uma estranha reentrancia abaixo do Ultimo piso. A nova parede teve que inflectir para nascente, enquanto que o Ultimo piso, acima da linha das coberturas dessa casa preexis-tente, manteve o alinhamento correcto.

A obra desse piso superior sedimentou a uniao, e o tipo de sacadas na fachada sul, as comijas, a cachorrada, os apainelados pertencem a uma tradicao habitacional portuense que recua ao inicio do seculo XVIII. Mais raros Sao os fronteies triangulares, corn deco-raga° vegetalista no timpano, dois na fachadas poente, um na sul, mas de dimensees urn tanto exiguas para a largum dos alcados.Todo esse conjunto pode ser contemporaneo das volutas e umas barrocas que rematam os cunhais da fachada voltada a Reboleira, lade-ando a linha de ameias, recordacao da antiga tone medieval. Eles organizam-se com o 6culo cego, tambern barroco, entre imaginativas aberturas neo-gOticas, flanqueadas pelas duas grandes entradas corn arcos apontados do piso [One°. Estas foram desenhadas a partir de preexisténcias, que o flora° e o embasamento eras referidos recordam: trata-se de uma precoce, mas nao nnica no Porto, manifestacao de neo-medievalismo..

No seculo seguinte a Ribeim portuense continuaria a gozar de um desenvolvimento comercial notavel, devido sobretudo a exportacao do vinho do Porto, e a Reboleira acompanhou esse progresso. A torte que fora de Pedrossem teve por essa epoca vdrios proprietirios, tendo mesmo servido de hotel. Mas esse progresso trazia em si profundos sinais de mudanca, provocando a primeira grande alteracao urbanistica ocorrida na zona desde a Idade Media: a construeao de uma nova Alffindega, frente a praia de Miaragaia, obrigou a abertura da Rua Nova da Alfandega, obedecendo a conceitos urbanisticos totalmente novos, que destruiria toda a antiga zona dos Banhos, a poente da Reboleira, e separou Miragaia do rio. 0 conjunto organic° medieval, urbanistico, econOmico e social, foi ferido de morte. 0 antigo tecido urbano ja nao correspondia as necessidades do Porto. Aproxima-se o seculo XX e, corn ele, uma deterioracao, progressivamente ace-lerada, do centro ribeirinho em que a Reboleira se integrava.

Pane II

Decadencia e recuperactio: a reabilitacAo de urn edificio

como estratêgia de reabilitacfio urbana

O problema do estado de abandon e de degradacao do centro histOrico do Porto tern inicio em finais do seculo XIX, inicios do seculo XX, quando a expansao de cidade se da ora para nascente, com o surgimento do atravessamento da ponte ferrovidria de Eiffel — a Ponte D. Maria sobre o Douro, e a consequente Estagao de Campanha — , ora para poente na direcelo do mar, corn a Avenida da Boavista. Ja ao longo do seculo XVIII, a cidade comecara a estender-se para none do seu made° original atraves do projecto ilu-minista impulsionado por Joao de Almada e pela Junta das Obras PUblicas, e que previa o alargamento e regularizacAo de pracas e ruas e a abertura de urn novo eixo de expansao — a Rua do Almada, que partia da antiga Porta dos LObos em direccao a Norte. Como se disse, junto ao rio, a construcao do edificio da Alfandega do Porto dara origem a uma s6rie de transformacoes que culminari com a demolicao do casario que envolvia a zona da Igreja de S. Francisco, para permitir a abertura de uma larga via que unisse a

(7)

- 270 - AS TORRES DA REBOLEIRA Jose Ferris's, Afonso e Sofia Thenaisie Coelho - 271

-duzir urn elevador e capacitar o edificio para pessoas corn graus variados de mobilidade. Do programa constavam uma sala de estar corn capacidade para todos os habitantes do Lar, uma sala de jantar e respectiva cozinha, urn gabinete privado para a direccdo, uma sala de reunifies, quartos para tres habitantes, casas de banho, espagos de apoio corn amunos, gabinete medico e terraco em toda a cobertura como espaco de ar livre ja que o edificio se encontra numa malha histhrica medieval que nao integm espagos de jardim.

Tratou-se portanto de uma operacao arquitectenica complexa, ja que extremamente condicionada pelos espacos medievais do edificio, sendo tanto quanto possivel respeita-das as suas aberturas ao exterior. A complexidade do edificio acrescia que este tinha sofrido uma ampliacdo a toda a sua altura na fachada voltada a sul. Todo o espaco dis-ponivel foi integrado no projecto de reabilitagão. Nos dois andares inferiores foram loca-lizadas a sala de jantar e cozinha, abertos para a rua o que permitiria acessos facilitados para o fomecimento de provimentos, e a sala de estar e gabinete de direccao. Estas igual-mente corn abertura para a Rua da Reboleim atraves de portas e de urn grande envi-dracado fazendo a ligacao do interior corn o movimento de passagem e a luz do exterior. Todas as caixilharias de portas e janelas do edificio foram elaboradas corn madeiras rea-proveitadas das estruturas do interior do edificio - madeiras de optima qualidade que ainda hoje se conservam em muito boas condictes.

Nos andares superiores foram distribuidos os quartos e restantes espacos auxiliares, sendo a cobertura reservada ao gabinete medico e ao patio exterior. Deste patio 6

possi-vel ter uma beta vista sobre o rio e da margem de Gaia, ja que para isso foram demoli-dos os pisos e acrescentos nao originals do edificio na sua frente, tambern este objecto de reabilitacdo. E em torno deste patio que foram repostas as ameias que se encontravam integradas na construgdo das paredes, devolvendo ao edificio a sua fisionomia original. 0 Lar encontra-se hoje, passados mais des vinte anos - o projecto da autoria do Arquitecto Ante/1i° Moum data de 1979 - em pleno funcionamento, cumprindo a sua delicada furled° social estrategica num local como este. Apesar de apresentar alguns sinais de envelhecimento - seriam neste momento necessarias algumas obras de recupe-racão - o seu panel 6 fundamental na vida das populacOes e define um marco na histO-ria da reabilitacao do centro histOrico.

ABREVIATURAS

GAU - Gabinete de Arqueologia Urbana CMP- Cimara Municipal do Porto ADP - Arquivo Distrital do Porto

AHMP - Arquivo Histhrico Municipal do Porto BPMP - Biblioteca Pliblica Municipal do Porto

NOTAS

1- Pesquisas arqueolOgicas efectuadas no local chamado do Outeirinho, no extremo poente da rua, revela-ram que nao existiu ai nenhum tipo de ocupacao habitacional anterior a construcIo do mum, mas des-vendou estruturas talhadas numa plataforma artificial rochosa, que poderiam servir pan a amarracão de navios. OSORIO, Maria Isabel Noronha Pinto e TEIXEIRA, Filipe Fernando da Silva - Relatdrio da Interevenedo argueolOgica na casa n°1 da rua do Outeirinho, exmeplar policopiado, Porto, GAU, 1993. 2 - « Veragoensu Anos de 1401-1449, Documentos e Met/lianas para a HistOria do Porto-XL, CMP, 1980,

p. 44.

3 - Idem, p. 44: « postigo de so as cassas de vasco pirez tabaliom».

4 - Estevâo Lourenco era cunhado de Vasco Pires, casado corn Maria Pires, estes por sua vez irm5os do mercador Job Pires Barba e Meia. lobo Pires Barba e Meia fez testament° em 24 de Agosto de 1416 (ADP, Fundo Monastic°, Convento de S. Francisco, rob n.° 70, Tomo VII dos Capelas e Legados, fls 413- 417v°). Ern 10 de Marco de 1418, Guiomar Gil de Outiz emprazou uma casa na ma, e refere-se que esta partia de <<hums pane corn cans em que moss EstevRo Lourenco» (ADP, Fundo Monastic°, Convento de S. Francisco, rob n.° 72, Tomo VIII dos Capelas e Legados, fls 41 e seguintes). EsteMo Lourengo fez testament° em 15 de Dezembro de 1439 (ADP, Fundo Monastic°, Convento de S. Francisco, rob n.° 67, Tomo IV das Capelas e Legados, fls 318 e seguintes). Um outro Estevâo Lourengo, talvez seu filho, habitou na ma, na mesma casa, sendo referido o alpendre que estA no Cais « so as cassas de Stevao Loureco» (AHMP, Cofre dos Bens do Concelho, n° 912, Livro 1, ano de 1450-1451, fls 10).

5 - "Vereagoens", anus de 1390-1395, Documentos e memOrias para a Histdria do Porto, II, Porto, CMP, aId, pp. 24, 26, 29, 185, 189

6 - Surge como tesoureiro em 1401, Novembro 5 ("Veragoens" anos de 1401-1449..., p. 50); ern 1402, Janeiro 23, surge indicado como tesoureiro da Moeda ou otesoureiro d'el Rey» (idem, p. 83). Surge pela Ultima vez em 1403, Junho 2 (idem, p. 183). Em 1402, Fevereiro 3, refere-se o Postigo ode su as casas de goncalo marfinn (idem, p. 99).

7 - AFONSO, Jose Fento - A construed° de urn nova centro civiccs notes para a histaria da rua Nova e da zone ribeirinha do Porto no semi° XV, separata da revista Museu, IV serie, n.° 9, Porto, 2000, p.27, nota 27

8 - Idem, Ibidern. A tone teve, depois de Alvaro Goncalves da Maia, muitos outros proprietários, alguns dos quais a possivel revelar: depois de ter pertencido, ainda no Maki XV a Perna° Goncalves, filho de Alvaro Gongalves, foi do comendador de Tabuado no inicio de Quinhentos: <them ao Postigo d'Alvoro Goncalvez tern a cidade huma estrebarya que traz o comendador de Tavoado desta cidade de que page duzentos e noventa e seys reais...» (AHMP, Cofre dos Bens do Concelho, n.° 913, Livro 2. 1509-1510, fls 224). Depois foi de Andre Afonso de Gaia: «Item ao postigo d'Alvoro Gongallvez da Maia detras da Orivesaria estam humas casas grandes estrebarias que yarn sobre o muro que trazia o comendador eon as traz Andre Afonso de Gaia de que page a cidade cada hum ano duzentos e noventa e seis reais...n (Idem, n.° 914, Livro 3, 1533, fls 212). Em 1558 era de Bras Pereira e Goncalo Bai5o: «...Bras Pereira e Goncalo Baylo paguSo pelas tones que foram de Andre Afonso.. .» (Idem, n.° 915, Livro 4, 1558, fls 185 v°). Em 1572 metade da casa-tone foi vendida por Francisco Baiào e pelo Mosteiro de S. Bento da Ave-Maria (por ter sido deixada ao mosteiro por Ana de MagalhAes, que al professara), ao ourives Melchior Moreira. A tone tinha entio dois sobrados voltados pan a rua da Ourivesaria, tres para a muralha (A.D.P., Fundo Notarial, Pol, aerie, Livro 42, 1572, Junho 16, fls 1 e seguintes). Em 25 de Dezembro de 1663 6 vinculada a uma capela de S. Francisco instituida por Manuel da Rocha Barbosa, de que foram administradores sua irma D. Justina Teixeira, casada corn o capita° Constantino Moreira; depois D. Luisa Moreira Teixeira, innI da antecedente; depois Ines Monteiro Moreira, filha da antece-dense; depois Manuel Eleuterio Monteiro Moreira Salazar, filho da antecedente; depois D. Antonio Moreira, irmäo do antecedente, etc., sendo seu Ultimo propriettuio o morgado da Azenha, ern Guimarles (ADP, Fundo Monastic°, Convento de S. Francisco, rob n° 68, Tom° V das Capelas e Legados, fls 1 e seguintes).

9 - Expropriada para a abertura da rua Nova da Alrandega em 1870, sendo entio seu proprietario o conde as Azenha. Tinha o n.° de policia 4 a 6 da entâo rua de S. Nicolau, songs Ourivesaria (AHMP, TO 5447,

Livro 35 de Expropriaedes Rua da Nova AlfOndega, Hz 423.

10 - Gravure publicada em Portugal Old and New, de Oswald Crawford, Londres, 1880 e reproduzida no catalogo da exposigko 0 Porto e a Europa do Renascimento, Porto, Casa do Infante, 1993, p. 159. 11 -Publicada por VALENTE, Vasco - Ern redor de um problems herdclico, Boletim Cultural da Um=

Municipal do Porto, 8, 1945, p. 215.

12 - REIS, Hentique Duarte e Sousa - Apontamentos para a verdadeira histOria antiga e modema da cida-de do Porto. vol I, Manuscritos Ineditos da Biblioteca Municipal do Porto, n.° 4, Porto, BPMP, 1984, pp. 94-95.

13 - Sousa Reis afirma que o edificio pertencia em 1865, data do 1° volume dos Apontamenlos..., a lami-na Wanzeller e que a torre anterior «fica a pan da de Wan Zeller e pelo Poenten. E possivel, portanto, que as tones fossem contiguas (REIS, Meringue Duane e Sousa, obra citada, p. 95).

(8)

- 272 - AS TORRES DA REBOLEIRA 273 -14 - No era s6 esta abertura que a tore tinha voltada pan esse espago. Em 19 de Marco de 1879, Juliana

Wanzeller era propriettuia da torre e pede autorizactto a Camara para abrir uma das 6portas tapadas a tijolon que eta tinha voltada para poente e para a rua Nova da Alfandega. Nessa data, portanto, a tore

que fora de Alvaro Gongalves da Malay% tinha sido demolida (AHMP, Livro 67 de Planters de Casas, fls 391-392)

15 - Sobre Leonarda de Figueiroa: ADP, Fundo Monastic°, Convento de S. Francisco, rob n.° 68, Tomo V dos Capelas e Legados, fls 265 e seguintes. Anteriormente, nap se conhecem os proprietarios da torte, embora se possam levantar uma hipOtese: a de a tore ter sido originalmente de Vasco Salvadores e sua mulher Maria Lourenga, instituidores de um legado em S. Francisco, a quo vincularam a sua casa na rua da Reboleira (ADP, Fundo Monistic°, Convento de S. Francisco, rob n.° 63, Livro I das Capelas e Legados, fls 103 e seguintes). Vasco Salvadores esteve prosente em 'Arias gentles da Cámara como homem-bom entre 1392 e 1432 (Vemeoens 1390-1395, p.121,0 Veraeoens 1401-1449, pp. 24, 34, 39, 40, 42, 43, 44, 46 a 55, 58, 60, 62, 63, 67 a 70,72 a 74, 78 a 82, 105, 107 a 116,119 a 124, 129 a 133). Em 1401, 17 de Setembro, indica-se que tinha a chave do vizinho postigo de Martini Pereira (Idem, p. 44). A casa de Vasco Salvadores confrontava pela traseira com a rua do Outeiro e, na documentacdo do legado arras referido, indica-se que, em 1513, pertencia a Vasco Cameiro, o Moco. No inicio do século XVII era de Ana Cameiro, filha de Vitoria Cameiro e Luis de Valadares. A ligaglo, sempre aventurosa, dada a nem sempre precisa genealogia portuense e as constantes mudaneas de proprieMrio, pode-se fazer per ai: VitOria Cameiro 6 filha de Isabel Cameiro, por sua vez filha do Vasco Carnal) mencionado arks. Ana Camera deixou-a por testament°, datado de 6 de Julho de 1611, a sua sobrinha Susana Cameiro, mulher de Bernardo Pereira, que a vendeu a Ana Mendes e seu marido Diogo Mendes em 20 de Dezembro de 1611. Depois, Ana Mendes, ja viva, vendeu-a em 1632, Margo 30, a Maria Ana Correia e ao seu mari-do, o irlandds Nicolau Comfarte, ou Comforte (ADP, Fundo Notarial, Pot, 1' sale, Thin, 83, fls 174-179) que por sua vez a venderiam, em 1643, a Ant& Gongalves (ADP Fonda Notarial, lb 1, 3° sire, livro 178, 1643, Janeiro 29, sin fls). Anti° Gonsalves foi pai do del° da Se Joao Freire Antao, quo herdou a tore. Por escambo com o abade Anthnio do Couto, feito em 18 de Maio de 1693, o dean cedeu a este uma pensact de 8.500 reais imposto na casa da Reboleira, e, em contrapartida o abade cedeu-lhe a sua casa da rua do Redemoinho, pan quo o dedo pudesse na reidificacao quo fazia da sua habitagao situada na mesma rua (ADP, Fundo Monastic°, n° 2468, Convento de S. Joao Novo, Legados, fls 285 e seguin-tes). Posteriormente, os Livros das Capelas de S. Francisco indica-nos os diversos administradores do legado: D Micaela AntOnia Freire, sobrinha de Jo& Antao e viva de Antonio de Tavora de Noronha c Leine; D. Jethnimo de Tdvora e Noronha, dedo. da Se e filho dos antecedentes, etc. (ADP, Fundo Monastic°, Convento de S. Francisco, rob n.° 63, Tomo V das Capelas e Legados, fls 265 e seguintes) 16 - AHMP, MNL 13, B-586

17 - Juliana Wanzeller tambem fez obras na zona posterior da casa em 1879 (AHME Livro 67 de Planters de Cases, 1879, Marco 13, fls 346-347)

18 - As habitagbes da rua da Reboleira sin urn caso no Porto pre-liberal: na sua grande maioria cram char-dade dizimo a Deus» de particulares, isto a ado cram propriechar-dade fundiiria de nenhuma bstituick, fosse eta o Bispo, 0 Cabido, a Coroa, ou o Concerto, embora estivessem, na sua maior pare, hipoteca-das a capelas, ou legados, sediados sobretudo no vizinho convent° de S. Francisco. Na zona do Outeiro, pordm, a situagdo foi diversa; ai, as habitagties cram propriedade do Concelho e o seu rthmero vai aumentar a partir do sect& XVI. A progressiva desadequagito da muralha as funeties militares node ter causado isso: o Concelho permitiu entdo a construe& de casas numa zona em que, na Idade Media e per razOes de estratógia militar, isso on proibido.

19 - ADP, Fundo Monistic°, Convento de S. Francisco, rob n.° 71, Tomo VIII das Capelas e Legados, tes-tamento datado de 23 de Margo de 1568, fls 419 v°-425

20 - ADP, Fundo Monastic°, Convento de S. Francisco, rob n.° 71, Tonto VIII das Capelas e Legados, fls 350 e seguintes.

21 - Sobre Pedrossem, que foi um dos homens mais influentes no surto do comercio do vinho do Porto, a sua descendEncia, a sua casa na rue da Reboleira e a sua actividade comercial ver o artigo de Vasco Valente citado atris e ainda VITERBO, Sousa - 0 Pedro Sern, 0 Tripeiro, Porto, t(24). 1909, p.21 e BASTO, Artur de Magalhies, Idem, 5, V' retie, p.129. Pedrossem era casado corn Luisa Piper, filha de Arnaud Piper e Maria Henriques (ver documentacao referida na nota 20). 0 seu filho, Vicente Perossem da Siva viria a ser cavaleiro fidalgo da Casa Real, seguindo assim a antiga tradigdo portuense do nobre mercador.

22 - ADP, Fundo Notarial Po 4, t' sari°, livro rt.' 76 A, 1688, Setembro 15, fls 23-24. Referido por FREI-TAS, Eugenio de Andrea da Cunha e, Toponimia Portuense, Matosinhos, 1999, p.295.

23 - No sect& XVI, entre 1569 e 1571, indica-se que a torte de Joao de Figueiroa ficava na rua da Reboleira, frente a uma casa situada do lado sul da arteria (ADP, Fundo Monastic°, n.° 4326, Convento de S. Domingos, Livro das Capelas, fls 146).

24 - Ver nota 18. A investigaeão arqueolOgica feita em 1993 revelou a construed° de uma casa, junto desta, mais avancada sobre a muralha, que dataria dos seculos XVII a XVIII (ver nota 1)

25 - As casas foram demolidas ainda no seculo XIX, como indica Sousa Reis, desimpedindo o acesso muralha (REIS, Henrique Duarte e Sousa, obra cicada, p.94).

A CASA DO CABIDO DA St DO PORTO:

AS TRANSFORMACOES DO SECULO XX

Leonor Botelho'

A Casa do Cabido da Se do Porto foi construida, entre 1717-1726, no sitio que se

achou mais acomodado em recto q. era do public° no terreyro da mesma Se, junto de hum ingulo do claustro delta, e da torre chamada do Relogici, estendendo-se ate perto do Paco Episcopal (Fig.1).

Devemos a Flavio Gonsalves urn desenvolvido estudo relativamente a construcäo deste edificio'. A Casa do Cabido ja tinha sido programada em 1709. Os COnegos pre-tendiam substituir uma outra, mais antiga°, cujas instalacties se mostravam acanhadas e em mau estado de conservacdo: o telhado recebia tantas agoas, que foy pondo em total

ruin, e sabre ella em sy ser humida e de sorte g. cauzou muito damno aos papets do Archivo'. Desde Setembro de 1708 que a Se estava vaga, devido a morte do Bispo do Porto, D. Ft Jose de Santa Maria Saldanha (1697-1708) - estando a frente dos destinos da Diocese, o Cabido procurou logo responder a sua necessidade, e vontade, de ter umas novas instalacOes, mais amplas e mais ricas. Apesar de se terem elaborado enfan duas escrituras corn os mestres pedreiros e corn os mestres carpinteiros6, a conjuntura nAo foi favoravel

a

sua construcão: muito provavelmente o novo Bispo do Porto, D. Tomas de Almeida (1709-1717), interveio para que a obra nlo fosse avante'. Sd corn a sua nome-Kale pan primeiro Patriarca de Lisboa e que o Cabido pode dar corpo ao seu projecto: a SC ficou novamente vaga e os COnegos passaram a controlar os destines e as rendas da Diocese.

Fig.1 : Si Catedral do Porto (e Casa do Cabido). Fachada principal depots des obras de Restauro do DGEMN. In Bo1etim da DGEMN - Si Catedral do Porto..., Fig.II.

(9)

(editorial)

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Painter's Urbonat, Nuno Portas

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Fare Vistas, Paulo Catrica 12o)

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(ensaios)

Renados, Georges Teyssot

1041

0 Homem que Carmrtham no Cor, Georges Didr-Huberman 5361

(projactos)

Mannego Aperto, Maria Nordraan

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Dears do Mew, Bernardo Rodrigues INN

IMACOM DA CAVA

Sehasemseduk. ;wed Polder Raman, 4.012001NC27

ItorntADLO DA CONTRA-CAPA

AODADECIMINTOr

Moore fici,e, Albenn /Age Anasndua fauna. s Ant, Murrain, Andre Tryon Cola. no Puna, NA. RIM., Nunn ial

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Jardar Mason!, Jose Ferrso. Carmelo Chiaramonte U641

Verdun, eh Papa-, Canada Chiaramonte IAN

Do Ddrio de ion Conserutor de Modelos, Robert Van Ruyssevelt

15701 (Mum 2002)

(10)

LA MUMMA BAROCCA IN SICILIA

Tel com° a arse. arquitectura e a stance, a tozinla do sic .XVII italiano assinalou um novo modo de se relacionar corn o gosto. Do petisco simples e gorduroso de idade medieval chega-se to prato confectionado com passagens complexes, diferentes cozedures e apresentacho ern grandee e aparatosaa baixelas de Pratt. 0 primeiro grande theft Europeu, naquele tempo, foi Auguste Eseoflier, que na cone do Rei Sol criou mat-sallies de arquitectura culinirie. Foi a panic desta Onto, que as families fidelges cometam a entusiasmar-se e a interessar-se profundamente pela mesa suculenta.

A Sicilia a sul, e ao sub sabe-se, as use chegam lentamente. Assim o barroco arquitectOnico chegou no Mc. XVIII e samba,.neste period°, novas cOntaminardes do gone ryas mesas dos nobres sicilianas. sobretudo de influencia trances. e espanhola. Nao i poi acme que ainda Foie hi quem chame o tozinheiro por MONSU Cra CIMINIERE.

Chega a tozinhe estruturada. o prato de sabores infinitos. porvats arrogance ao paladar, ma, mais frequentemente surpreendente.

Assim nasceu o Timaana (involucco de masse de peso recheado de mama condimentada tom soda a espfeie de alimentos), as tones (Gate). as empadas (Empanadas) recheadas de pet.' nu de nusne

A cozinba Barroca Sicilian. tome-se aliment° de luxo. No entanto, oa cozinheiros tinham que trabelhar

LABIRINTOS a PONIES

Em 1758, Francisco Mateus Xavier de Carvalho &scream a quintada Prelada, estando nessa altura ja a sua rasa inicia-da cam rise° de Nazoni Pintor Italian que vice na Ciinicia-dade do Porto. A propriedade era main antige, e no sec. XVI per-tencia aos Pessoas, moradores na Rua des Flores. D. Maria Pessoa de Vasconcelos aria acasar corn D. Bartolomeu Martins de Noronha. pasaando assim quinta pare a posse dos Noronhas. Em 1904, D.Francisco de Noronha Meneses Portugal deixou-a a sua actual propricaria, a Miserictirdia do Porto.

A casa da Rua das Flores pertencia, em 1747, ao arcediago da Si do Porto D. Manuel de Noronha e Meneses, que foi padrinho de Winos Mhos de Nicolau Masotti. E possivel que tivessc silo ele a encomendar o projeao da quinte so arqui-mete italiano. Mas a actual case dove ter sucedido a tuna mats entiga, pois o portio, com excepcio da pedra de minas, nio e obra dc Nasnrsi. Ainda maneirista, é similar a porticos existentes em S.Francisco e no convento tie Santa Clan, devendo dater da segunda metade de Seiscentos. A cantina& de quints, de veraneio not arredores do Porto. penance da elite citatlins,• a referida ja no sec. XVI. mas stria Naaoni que as celebrizeria lames de uma notivel .Erie de projectos

e

ecutados no Fray°. em Ramalde, na quint do Chancre. 0 u piano pan a can da Prelada nio foi concluido, tendo aid° levantada apenas tuna fraccao; a habitagito propoata era de plane rectangular, com torres de ingot,. a semelhanca de Villa de Poggio Reale em Naples, de Giuliano de Maiano, (1489) e do nazoniano Pallet ° do Freixo. Os requintes de-corativoa, a enorme dimensio do projecto initial, que pres-supunham elevados custos, term ° lend° so seu abandon°, e a ala mail ban It &retie de fachada principal a posterior a 1833, obra revivalists levantada no mesmo estilo barroco do restante edificio. Os projecto. de Nasoni pan as quintal nos arredores do Porto mostnm uma integragio entre habitezdes c jardins que a devedora dos concertos espaciais barrocos, mas

foi na Prelada que ease sistematizacian, realizada atrams do traced° rectilineo de grandee cixos perspectivos, adquiriu maior expressao e monumentalidade. 0 principal ciao ini-cieva-se, na zone anterior a cam. atraves de uma avenida cam

214 metros e prosseguia, ultrapassada aquela, com uma espectecular alameda de 400 metros de cornprimento que terminava no lago em que at ergue a torre neo-medieval. 0 traced° da VCI, cortaodo a propriedade a meio, destruiu uma das mail impressionentes mat/apnea da arquitectura Pniabnita P.rtufiuma.

Os atentados a quinta, devido a presslo urbane. cram ante-norm: metade do scu perimetro, oa area frente a habitaalo, foi alienada: os dois obeliscos que, no Carvalhido, marcavam a sun entracte tiveram que sec retirados c colocados no Passeio Alegre, a avenida que conduzia ao semieirculo cm que sc abre o por do desapaimceu, hem aasim coma muita da escultura do jardim. No inicio dos anus 80, planeou-se a instalaaao na propriedade da Feint Popular, felizmente nio concretinda. Um estudo do gabinete de Planeamento Urbanistico da Ca-mara Municipal do Porto. assinado pela anquitecta paisagista Teresa Andresen e datado de 1984, question o traced° emir, ainda em projecto da VCI, pelas consequencias devaatadoraa que trans pare a quint.. Do projecto fazia ainda pane urns, via no sentido none-sul, paralelo ao traced° do grande ciao

do jardim, e dela foi apenas construida a ponte sobre a via rapids, que perdue coma um monumento ao totalitarismo funcionalista. No jardim da Prelada existe um labirinto de box° que fans pane do projecto initial. Toda a arguitectura ocidental, segundo a mitologia grega, descends de Dedalo, construtor do labirinto de Crete e primeiro arquitecto. labirinto, simbolo do perasamenta a tambim um monu-ment° , met is vide; a culture urbane modern, segundo Henri Gaudin, encontrou a stm forma not cemiterios.

Jose Facto Aroma, klutoraulor

intensamente. pare conseguir realism as complexes pratadas.

A CAPONATA par exemplo, era preparada pelo tampons apenas com tomate, rebels e alcaparra, mas o Monsu acreseentavallm mais 15 verduras. sodas — atergio — fritas indiadualmente. depose do que ainda (imam penes de soda a espêcie. cobrindo todo o prato de aquas e

caramelized° , vinagre velho, manta e chocolate amargo.

Usualmente not lugares de mar, mrescentavarn-se belas lagostas, ou se o nobre vivesse as colina remediava-se corn ovos condos, alcaparras. oregios e came de cordeiro ou de porco. lima coise insustentavel? Extravagant.? De men gosto? ou Barr ca? Todas essay cones e mais ainda. Como cozinheiro posso clizermos que rude se assetnelhe main is &verses populagoes do que aquas, que comma. For exempla, a CAPONATA, prato complex°. com bastante mane. ensign acre, dote, salgado, como ponces coisas no mundo pode descrever a vide Sicilians e as eontmdicams humans.

Todavia, se o Monsia ou o Cuciniere tonhece o seu officio, sabe transform)-la num prato suspenso num equilibrio perfeito. 0 mama atontece observando os palficios e igrej as do VALE DE NOTO.

Monument °. onde os bordados de pedra ao de tai maneira excessivos, elaboradoa, emgerados, ao ponto de criarem por fire urn equilibrio aurpreendente de corner, to com o

Carmelo Clusamonte. Cozinheno

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