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O uso das redes sociais : estudo de adaptação para a população portuguesa

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Academic year: 2021

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III Agradecimentos

A realização deste trabalho não teria sido possível sem o apoio e a colaboração de certas pessoas, as quais não podem nem devem deixar de ser mencionadas.

Assim, começo por agradecer ao meu filho e ao meu marido que são o meu ponto de equilíbrio. O nosso abraço em família foi sem dúvida o meu amparo nesta caminhada. Agradeço à minha irmã pelas conversas e incentivo permanente, pela paciência e por tudo que temos vindo a partilhar. Obrigada pela tua disponibilidade na aplicação dos questionários. Agradeço também aos meus pais e aos meus avós pelo apoio para a finalização desta etapa.

Agradeço ao meu orientador, Prof. Doutor Paulo César Azevedo Dias, pela sua incondicional ajuda, por todo o apoio, pela partilha de conhecimento e pelos seus conselhos essenciais para a concretização deste trabalho.

Agradeço à minha amiga e companheira de estágio Fátima Oliveira, que me ajudou na aplicação dos questionários. Obrigada pela tua amizade e genuidade. Não podia deixar de mencionar a minha amiga Cristina Martins pela sua flexibilidade nos horários de trabalho e pela sua amizade.

Não poderia deixar de agradecer a todos os professores que me cederam parte das aulas para aplicar os questionários e agradeço também aos meus colegas pela participação no mesmo.

A todos agradeço o apoio que me foram dando direta ou indiretamente. Obrigada de coração!

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IV Resumo

O presente estudo tem como finalidade analisar o uso das redes sociais a partir da adaptação para a população portuguesa de um questionário construído por Garcia del Castillo et al., (2015). A sua pertinência prende-se com o facto de ser um tema relativamente recente em que carecem os instrumentos para avaliar estas questões. Além disso, pode ainda apoiar o desenvolvimento de mais estudos nesta área para assim se puder intervir na prevenção do uso inadequado das redes sociais. O instrumento foi estudado em termos de validade e fidelidade com uma amostra de 491 jovens universitários em dois momentos separados. Os resultados obtidos indicam a adequação do modelo. Compreende-se ainda a existência de validade convergente e fiabilidade do tipo temporal, considerando que os resultados não apresentam diferenças significativas entre os dois momentos de avaliação e se correlacionam de forma positiva. Para aprofundar o conhecimento sobre o uso das redes sociais, tentamos perceber o papel de variáveis individuais como a idade e género, grau académico, reprovações e médias. Em função da idade, género, reprovações e médias encontramos algumas diferenças estatisticamente significativas. Analisando o uso das redes sociais em função do grau académico, não encontramos diferenças entre os grupos. Estes dados parecem assegurar a validade e fidelidade do questionário do Uso das Redes Sociais, versão portuguesa.

Palavras-chave: estudantes universitários; uso das redes sociais; adaptação; estudo instrumental.

Abstrat

This study aims to adapt to analyses social network use based on and adaptation study for Portuguese population of a questionnaire (Garcia del Castillo et al., 2015). Its relevance is related to the fact that a relatively recent theme that lack the tools to assess these issues. Additionally, it can also support the development of more studies in this area so we can intervene to prevent the inappropriate use of social networks. The instrument has been studied in terms of validity and reliability with a sample of 491 university students in two separate moments. The results indicate the suitability of the model. It is understood also the existence of convergent validity and reliability of the temporal type, as the results show no significant differences between the two moments and correlate positively. To deepen the knowledge about the use of social networks, we try to understand the role of individual variables such as age and gender, academic degree, reproofs and averages. Depending on age, gender, reproofs and averages found some statistically significant differences. Analyzing the use of social networks depending on the degree, we found no differences between the groups. These data seem to ensure the validity and use of the questionnaire Uso das Redes Sociais, Portuguese version.

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V Índice

Introdução...7

1. Revisão da literatura: O(s) uso(s) das redes sociais.………...8

1.1. Partilha dados multimédia…..……….………...11

1.2. Relacionamento com os outros………..…….11

1.3. Observação aos outros………..…………..12

1.4. Jogar.………..……….13

2. Identificação do problema e objetivo da investigação……….14

3. Método………..………..………...15 3.1. Desenho do estudo……….………..…………...15 3.2. Amostra………...……15 3.3. Instrumentos………..………….17 3.4. Procedimento de recolha………...………..18 3.5. Resultados……….………..19 3.5.1. Validade de construto………..………20 3.5.2. Fidelidade temporal……….………20 3.5.3. Estudos diferenciais ………21

3.5.3.1. Em função da idade e género ………..……….21

3.5.3.2.Em função de dados académicos………..……….22

4. Discussão………...………25

Conclusão………..………28

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VI Índice de tabelas

Quadro1: Descrição da amostra……….………..15

Quadro 2: Análise da variância do Questionário do Uso das Redes Sociais em função da escala IAT e BFAS……….…………..20

Quadro3: Fidelidade Temporal………21

Quadro 4: Análise em função do género……….……….22

Quadro 5: Análise em função das reprovações………...………23

Quadro 6: Análise em função das médias………...……….24

Lista de abreviaturas

PD- Partilha de Dados

RO- Relacionamento com os outros OO- Observação aos outros

J- Jogar

IAT- Internet Addiction Test

BFAS- Bergen Facebook Addiction Scale

KMO- Kaiser Meyer Olkin DP- Desvio Padrão

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7 Introdução

O presente trabalho tem como objetivo conhecer o uso das redes sociais pelos estudantes universitários, a partir dos estudos de adaptação de um questionário Uso das Redes Sociais. Pretende-se assim, com este estudo, a apresentação de um instrumento válido, fiável e teoricamente adequado, a fim de poder ser utilizado por outros investigadores, e que, com o mesmo, se possam extrapolar resultados relativos à população em estudo, como propulsor de futuros estudos em Portugal, relativamente à forma como os indivíduos utilizam as redes sociais.

É hoje um dado indesmentível que o uso das redes sociais online está a crescer exponencialmente, criando novos modelos de interação social. Burke e Kraut (2008) referem que as mesmas são projetadas para conectar com amigos, família, para manter um contacto regular, assim como para criar novos laços com outras pessoas. Os adolescentes usam por exemplo o Messenger para conversar com os amigos e assim tendem a reforçar a qualidade das suas relações (Valkenburg & Peter, 2007). Por outro lado, Burke e Kraut (2008) também referem que os indivíduos utilizam as redes sociais para entretenimento (por exemplo, jogos e filmes online). Além disso, autores como Katelyn, Gleson e Marci (2002, cit. por Ross et al., 2009) indicam que o uso das redes sociais permitem também a um indivíduo encontrar outras pessoas com interesses semelhantes, quer seja para fins românticos ou sociais.

Todavia, num estudo realizado por Pereira, Pereira e Pinto (2011) mostram que os sites mais visitados são páginas de vídeos, por 85% dos jovens, e que quase 66% utilizam a Internet para publicar textos, imagens, música ou vídeos em blogues ou em perfis de redes sociais. Num estudo realizado na Marktest em 2014, indicam que os portugueses usam as redes sociais para comentar publicações de amigos (67.6%), seguido do uso de serviço de chat (64.4%); ler notícias em sites de informação (61.5%) e partilhar links (ligações) de artigos (54.6%) são outras das funcionalidades utilizadas pelos portugueses. No entanto, embora tenhamos a sensação de que estas ferramentas se dediquem essencialmente a fins recreativos, vários estudos analisam e sugerem a sua importância na criação do sentido de comunidade, partilha de experiências e recursos entre profissionais (Uribe-Tirado & Echavarría-Ramírez, 2008).

De acordo com um estudo feito por Lemos, Abreu e Sougey (2014), 9% da população mundial têm acesso à Internet e cerca de 6% é dependente da mesma. Neste sentido, estudos apontam 0.6% de indivíduos dependentes do uso da Internet na China, 1.8% na Suécia e 4.6% na Alemanha. Em Portugal, os estudos são mais escassos. Contudo, mais recentemente, a Markest Consulting, tem realizado estudos desde 2011 sobre “Os Portugueses e as Redes

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Sociais” que nos informa qual a utilização, opinião e hábitos dos portugueses face às redes sociais. A amostra deste estudo conta com 802 entrevistas a indivíduos com idades entre os 15 e os 64 anos residentes em Portugal Continental e utilizadores das redes sociais, entre 25 de maio e 05 de junho do ano passado. O número de utilizadores portugueses de redes sociais triplicou em sete anos, para 54.8% em 2015.

Assim, no presente estudo pretendemos contribuir para este debate, explorando as características de um novo instrumento que nos permita conhecer o uso que os jovens fazem das redes sociais. Para isso, o presente trabalho encontra-se dividido em duas partes. A primeira parte aborda os estudos existentes acerca das redes sociais e o uso que os jovens fazem das mesmas. E a segunda parte está focalizada nos procedimentos metodológicos psicométricos realizados de modo a avaliar a adaptação do instrumento na população portuguesa e no estudo empírico realizado. Neste processo foram considerados instrumentos de variáveis teoricamente relacionadas, descritos mais à frente, e foram efetuados estudos para a validação dos resultados.

1. Revisão da literatura: O(s) uso(s) das redes sociais

A evolução das Tecnologias da Informação e Comunicação, e em particular da Internet, fez com que os utilizadores passassem a ter um papel mais ativo na produção e partilha de conhecimento. Com as ferramentas da chamada web 2.0, os utilizadores passaram a ser capazes de produzirem os seus documentos e disponibilizá-los online, sem que para isso seja necessário um nível de conhecimento aprofundado ao nível da informática (Coutinho & Alves, 2010; Parker & Chao, 2007). Além disso, passaram a interagir através de redes sociais, tais como o MySpace, o Twitter, o Facebook, o Cyworld e o Bebo têm atraído milhões de utilizadores, com um carácter maioritariamente de divulgação de informação, permitindo a partilha de ideias, notícias e fotografias (Boyd & Ellison, 2007). Mas existem outros tipos de redes sociais, igualmente conhecidos, como por exemplo: as redes de share (partilha), o Youtube, o Flickr, e o Delicious, que permitem a publicação de conteúdos online, desde fotografias, vídeos, a informações diversas. De acordo com o estudo da Markest Consulting em 2015, em Portugal o Facebook é a rede social com maior taxa de penetração, com 93.6%, seguido do YouTube (41.4%), Google + (40.2%), LinkedIn (37.3%), Instagram (28.9%) e Twitter (23.6%). No que respeita às funcionalidades utilizadas pelos portugueses nas redes sociais, foi revelado que a maioria (78.1%) usa estas plataformas para enviar e receber mensagens, seguindo-se a visualização de vídeos (67.7%).

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Os últimos dados lançados pela Markest Consulting, em 2015, foram que 21% abandonou uma rede social no último ano; 37% usa smartphone para aceder às redes sociais entre as 18 e as 20 horas; 25% considera ter aumentado o tempo dedicado às redes sociais no último ano; 67% segue figuras públicas e 62% segue marcas nas redes sociais; 87% costuma ver vídeos nas redes sociais. No que diz respeito aos utilizadores da Internet, Boyd (2008), Valkenburg e Peter (2009) indicam que os mais intensivos são os adolescentes.

Os sites de redes sociais podem ajudar a facilitar o encontro de pessoas desconhecidas, no entanto, as pessoas também usam estes sites para manter e / ou reforçar as suas relações atuais, através de fóruns de discussão, email, chat, etc. (Boyd & Ellison, 2007). No mesmo sentido, McKenna et al. (2002 cit. por Ross et al., 2009), sugerem que os tipos de interações que são possibilitadas através das redes sociais podem realmente resultar numa relação mais forte do que poderia ser possível através de métodos pessoais (cara-a-cara). As redes sociais parecem, assim, complementar a rede de relações no mundo offline, proporcionando uma plataforma de comunicação ativa entre amigos e uma observação mais passiva através de fluxos agregados de notícias de ordem social (Ross, et al., 2009). Dessa forma, as ferramentas de interações online acabam por manter as pessoas em contato, mesmo os que estão mais longe, além de permitir que outras populações - alunos, profissionais, empresas, ou outros -, que se beneficiem dos laços mantidos (Ellison, Steinfield, & Lampe, 2007). No entanto, a utilização que é feita destas redes, como refere Borae (2013), a forma como as pessoas comunicam está intimamente relacionado com características da pessoa. Muitos estudos investigaram também diferenças individuais associados com o uso das redes sociais, examinando características individuais. Desta forma, estudiosos de comunicação interpessoal indicam que a personalidade é um fator importante que influencia o processo de comunicação interpessoal.

Um meio de categorizar influências de personalidade é no contexto do modelo dos cinco fatores. Por exemplo, Bundas e Phillips (2008, cit. por Ross, et al., 2009), descrevem que os indivíduos que usam a Internet para evitar a solidão têm um elevado traço de neuroticismo. Os indivíduos que têm um baixo nível no traço de Extroversão e Amabilidade têm maior dificuldade na formação de amizades offline e, portanto, é provável que tenham menos amigos que possam ser adicionados a uma rede social como o Facebook, por exemplo. Os extrovertidos envolvem-se em atividades auto-apresentação, como atualizar seu estado e fazer upload de fotos, com mais frequência do que as pessoas introvertidas (Ong et al., 2011; Wilson et al, 2010, cit por Borae, 2013). A abertura à experiência é o fator de personalidade

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mais associado aos indivíduos que usam as redes sociais para procurar novas e inovadoras experiências (Butt & Phillips, 2008, cit. por, Ross, et al., 2009).

Outros autores acrescentam que pessoas narcisistas tendem a usar as redes sociais não só com mais frequência, mas também com mais exibicionismo (Buffardi & Campbell, 2008; Mehdizadeh, 2010, cit por Borae, 2013). Ksinan e Vazsonyi (2016) investigaram a conexão do narcisismo e uso da Internet, especificamente focada nas redes sociais online. No entanto, não há consenso sobre o impacto do uso da Internet nas suas relações sociais, por haver dois tipos distintos de narcisismo, ou seja, um tipo grandioso e um tipo vulnerável. O narcisismo vulnerável foi positivamente associado com interações sociais online; em contraste, o narcisismo grandioso só foi direta e positivamente associado com a auto-eficácia social e negativamente com a ansiedade social.

De acordo com Abreu, Karam, Goés e Spritzer (2008), os impactos psicossociais relacionados ao uso excessivo de internet referem-se à depressão, problemas nas relações interpessoais, diminuição nas atividades e na comunicação social e solidão. Os mesmos autores, referem ainda que inicialmente, o uso das redes sociais pode parecer um método bastante eficaz de socialização, mas com o decorrer do tempo e o uso excessivo, pode resultar num declínio da vida social e tornar-se um terreno fértil para manifestação de outras patologias.

Do mesmo modo, e de acordo com o estudo de Kruss e Griffitis (2011), a dependência das redes sociais na Internet pode ser um potencial problema de saúde mental para alguns utilizadores. Na Internet, as pessoas envolvem-se em várias atividades de grupo o que pode ser potencialmente viciante (por exemplo, os jogos online). Assim, e de acordo com Abreu, Karam, Goés e Spritzer (2008), a dependência das redes sociais também compromete o funcionamento da vida diária. Lam, Peng, Mai e Jing (2009, cit. por Pirocca, 2012) acrescentam que os utilizadores com dependência na Internet são maioritariamente homens e os fatores associados são: beber, insatisfação com a família e ter vivenciado recentemente alguma situação traumática.

A pesquisa na área das dependências da Internet começaram internacionalmente em meados da década de 1990 (Griffiths, 1996) e levaram quase duas décadas para os primeiros estudos empíricos (Pontes & Patrão 2014). Porém, ao mesmo tempo, tornou-se possível visualizar o excesso do seu uso, reconhecido como um transtorno psicológico, principalmente no que diz respeito a sites de redes sociais (Pamoukaghlian, 2011).

As populações universitárias apresentam taxas ligeiramente mais altas, em relação à dependência da Internet, por terem acesso mais fácil à Internet (Brezing, Derevensky &

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Potenza, 2010; Spraggins, 2009; Young, et al. 2010, cit. por Pirocca, 2012). Visto isto, a pesquisa gerada em volta da utilização das redes sociais tem sido centrada nas dependências e uso excessivo e não na interação em contexto online. Neste sentido os instrumentos existentes e validados para a população portuguesa como o Internet Addiction Test (Young, 1998) e o Bergen Facebook Addiction Scale (Andraessen et al., 2012) também são muito centrados nas dependências.

Desta forma, o presente trabalho serve como um ponto de partida para novos estudos, devido à emergência de se alargar o âmbito do estudo do comportamento online (Barak, Boniel-Nissim, & Suler, 2008). De seguida será descrito, de acordo com a literatura existente, o uso que os jovens fazem das redes sociais em quatro áreas: partilha de dados multimédia, relacionamento com os outros, observação dos outros e os jogos.

1.1.1. Partilha dados multimédia

Segundo Verderver (1989 cit. por Ayala, 2012) os propósitos mais comuns da comunicação entre as pessoas são a satisfação das necessidades, o reforço do sentimento de identidade, construção de relacionamentos, partilha de informações, e buscar influência sobre os outros. Assim, e de acordo com Ayala (2012), as redes sociais, como o Facebook por exemplo, é apresentado como uma ferramenta de socialização para partilhar informações, o que, portanto, se pode deduzir que é um meio que facilita a expressão pessoal de ideias, sentimentos, opiniões, gostos, e preferências específicas sobre questões e pessoas.As pessoas partilham dados multimédia via mensagens e imagens, assim como também apresentam os seus produtos e serviços, empresas, organizam encontros, estágios, viagens e candidatam-se a empregos (Capua, 2012).

No que concerne a algumas dicotomias resultantes desta utilização, alguns autores salientam como os usos das redes sociais levam à confusão entre as noções do público e do privado se confundem, tornando-se difícil distinguir as barreiras entre estes dois conceitos (West, Lewis, & Currie, 2009).Neste sentido, Pereira, Pereira e Pinto (2011)referem que as pessoas escondem a sua identidade por detrás dos vários conteúdos partilhados. Porém, as mensagens que publicam neste meio podem ser lidas por imensas pessoas quase instantaneamente.

1.1.2. Relacionamento com os outros

Kujath (2011) refere que o estabelecimento de relações na rede social, poderá ser uma extensão do contexto real de interação, podendo até muitas vezes ser um substituto para a

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forma de comunicação face a face, por se revestirem de outros contornos que facilitarão a comunicação. Também Borae (2013) refere no seu estudo que as redes sociais dos utilizadores são baseadas nos relacionamentos offline.

Neste sentido, West, Lewis e Currie (2009) aplicaram um questionário para 595 estudantes universitários que estavam reconhecidos como utilizadores das redes sociais, nomeadamente do Facebook, da Universidade de Karlstad, na Suécia. Os seus resultados sugerem que o sexo masculino passa mais tempo no Facebook do que o sexo feminino e que o relacionamento com os outros (amizade) é a atividade favorita entre os do sexo masculino. Também Drabowicz (2014), Kuss e Griffiths (2012), Subrahmanyam, Reich, Waechter, e Espinoza (2008) referem que os utilizadores mais frequentes tendem a ser os rapazes e que têm menor desempenho escolar ou envolvimento na escola (Drabowicz, 2014; Junco, 2011, 2015).

O número de amigos nestes sites pode ter efeitos positivos sobre o bem-estar subjetivo (Nabi, Presti, & So, 2013). Ou seja, um grande número de amigos poderia lembrar os utilizadores das suas conexões sociais e aumentar a sua autoestima, o que poderia, por sua vez, melhorar os seus níveis de bem-estar subjetivo. Segundo, Kim e Lee (2011) os amigos são uma importante fonte de apoio emocional e prático e são, assim, considerados um elemento-chave de felicidade. Porém, Kevin, Maureen, Nishant, & Dori, (2013), referem que, no total, os resultados sugerem que os utilizadores podem ajudar a cumprir as suas necessidades sociais, mas não é claro se eles podem satisfazer as suas necessidades emocionais.

Desta forma, Kalpidou, Costin e Morris (2011), refere-nos que uma maior utilização da internet levou a um declínio na comunicação da família e da rede local. Também num trabalho de Sheldon (2008), se verificou que indivíduos socialmente ansiosos e introvertidos tendiam a passar mais tempo nas redes sociais, mas relataram ter menos amigos. Em contraste, os indivíduos extrovertidos tinham mais amigos e mais relacionamentos iniciados online.

1.1.3. Observação dos outros

Para além de uma interação mais direta, a utilização das redes sociais permite ao utilizadores recolher informações sobre outras pessoas pela simples observação, sem diretamente estar envolvido numa interação (Capua, 2012). Num estudo recente realizado por Roblyer (2010), com 208 utilizadores dos sites das redes sociais, observou as diferentes estratégias utilizadas para recolher informações sobre outros. A autora descobriu que a

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maioria das pessoas utilizam estratégias passivas em vez de interagir com a outra pessoa, procuram pôr informações no seu perfil e ler o que a outra pessoa escreve nas páginas de outras pessoas.

Neste seguimento, os utilizadores também podem participar em grupos virtuais de interesse comum, aprender passatempos uns com os outros, gostos musicais, e status de relacionamento romântico através da observação dos perfis (Ellison, Steindfield & Lampe, 2007). De acordo com Rouis, Limayem e Salehi-Sangari (2011), as capacidades de gerir o tempo e informações de atualizações de perfil dos outros podem afetar a sua capacidade de beneficiar das atividades online e restringir a sua eficiência em todas as tarefas realizadas em paralelo, sendo que os utilizadores das redes sociais geralmente interrompem o seu trabalho ou as aulas para visitar perfis. Desta forma e de acordo com os mesmos autores a autorregulação pode ter um efeito restritivo sobre o uso das redes sociais.

1.1.4. Jogar

Abreu, Karam, Goés e Spritzer (2008) relacionam o uso de jogos com uma maior facilidade de aprendizagem, o desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras, a melhoria na capacidade de orientação espacial e a facilitação da socialização. Além de favorecer a comunicação e a busca de informações, é uma importante ferramenta de contato social. Os benefícios decorrentes do uso das redes sociais já são relatadas por parte dos indivíduos mais tímidos e introvertidos como um importante recurso de ajuda.

No entanto, juntamente com o aumento do uso das redes sociais, a literatura científica indica-nos que os indivíduos estarão " dependentes" da realidade virtual da internet e dos jogos.Neste seguimento, Lemos e Santana (2012) referem que utilizadores com a autoestima comprometida também podem estar com maior risco de desenvolver tais dependências. Isso pode ser devido ao fato dos jogos online com possibilidade de conversação possibilitar oportunidades de comunicação com menor risco de rejeição comparado aos encontros face a face. Dentro do mesmo prisma, Irles e Gomis (2015) exploraram o tempo gasto em vídeo jogos e sua relação com impulsividade entre os adolescentes. Os resultados indicaram que a impulsividade está associada comportamento viciante no jogo, sendo que os jovens mais impulsivos são mais propensos a desenvolver uma conduta de jogo viciante. Num estudo desenvolvido por Irles e Gomis (2015) constataram que os rapazes são mais dependentes do que as raparigas. Algumas tentativas de explicação surgem para perceber estas diferenças, sendo que as meninas dizem ter menos tempo livre, e que este tempo livre é dividido em

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períodos mais curtos, o que torna mais difícil passar muito tempo em jogos (Winn & Heeter, 2009 cit. por Irles & Gomis, 2015).

Resultados de uma meta-análise realizada por MacKillop et al (2011, cit por Irles & Gomis, 2015) sobre a relação entre impulsividade e dependência fornecem fortes evidências de que impulsividade está relacionada com o desenvolvimento de dependência de qualquer comportamento. Neste sentido, o caso das dependências dos vídeo jogos não é uma exceção, e a impulsividade deve ser considerado um alvo de intervenções.

2. Identificação do problema e objetivo da investigação

Como já referido anteriormente, os instrumentos existentes e validados para a população portuguesa, sobre o uso que os indivíduos fazem das redes sociais, são o Internet Addiction Test (Young, 1998) e o Bergen Facebook Addiction Scale (Andraessen et al., 2012), adotando uma perspetiva de dependência do uso da internet ou das redes sociais. Para além disso, de acordo com Pontes, Andraessen e Grifthis (2016) há necessidade de investigação sobre o uso que os jovens portugueses fazem nas redes sociais para se poder entender os efeitos potenciais que tais comportamentos têm sobre eles, especialmente quando estes comportamentos são realizadas de uma maneira não prejudicial. Os mesmos autores referem também que atualmente, não existem muitos instrumentos psicométricos validados para avaliar as dependências nas redes sociais entre esta população. São ainda menos os que visam um screening deste uso. Assim, é importante considerar não só quanto tempo as pessoas passam na Internet, mas também o uso que fazem. Neste sentido, considerando a carência de estudos a nível nacional sobre esta temática, julga-se que a adaptação ao questionário Uso das Redes Sociais poderá ser uma mais-valia para o estudo do uso que os jovens fazem das redes sociais, bem como para a criação de programas de avaliação e intervenção.

Portanto, o objetivo deste trabalho passa pela adaptação do questionário Uso das Redes Sociais para a população portuguesa. Pretende-se com este estudo de adaptação, verificar as propriedades psicométricas em termos de validade e fiabilidade, e teoricamente adequado, a fim de poder ser utilizado por outros investigadores, e que seja propulsor de futuros estudos relativamente ao uso que os indivíduos fazem das redes sociais em Portugal. Este objetivo geral implica objetivos específicos, nomeadamente avaliar a validade e fidelidade do instrumento e avaliar o uso que os indivíduos fazem das redes sociais em função de variáveis pessoais (género, idade, grau, reprovações e média).

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15 3. Método

3.1. Desenho do estudo

Para cumprir os objetivos do trabalho, foi definida como população estudantes do ensino superior, a frequentar o 1º e 2º ciclo. Foi selecionado um instrumento, em desenvolvimento por um grupo de investigadores liderado por Garcia del Castillo (et al, 2015), de acordo com o modelo biopsicossocial adaptado para o uso da internet por Griffiths (2005). Após a elaboração dos itens, estes foram sujeitos a uma análise inter-avaliadores, que permitiu chegar à versão experimental que foi traduzida para a língua portuguesa e objeto do presente estudo.

Considerando o objetivo deste estudo, para que se possa realizar uma análise estrutural do modelo teórico, a literatura sugere que deve utilizar-se uma amostra de aproximadamente 500 indivíduos, dividindo-se a mesma pelo momento 1 e 2 da aplicação do questionário (DeVillis, 2003; Noa, 2003).

3.2. Amostra

A recolha de dados efetuou-se num primeiro momento, junto de uma amostra composta por 491 estudantes universitários, sendo 179 do sexo masculino (36.5%) e 312 do sexo feminino (63.5%). Os participantes tinham idades compreendidas entre os 20 e 40 anos de idade (M = 22, DP = 3.47), a frequentar o 1º e 2º ciclo. O curso mais frequentado entre os participantes foi o de Psicologia com 113 estudantes (n = 113, 23%). Num segundo momento houve uma taxa de mortalidade de 24.2% (n = 371).

Quadro1

Descrição da amostra (Continua).

Variável Grupo F

%

Género Masculino 179 36.5

Feminino 312 63.5

Idade Até aos 20 anos 176 35.8

Dos 21 aos 30 295 60.1

Dos 31 aos 40 anos 19 3.9

Grau Licenciatura 347 70.7

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16 Quadro1

Descrição da amostra (Continuação).

Variável Grupo F % Curso Enfermagem 38 7.7 Psicologia 113 23.0 Engenharia Biomédica 15 3.1 Engenharia Materiais 20 4.1 Direito 19 3.9 Ciências da Comunicação 52 10.6 Teologia 33 6.7 Turismo 48 9.8 Administração Pública 15 3.1 Arquitetura 23 4.7 Fisioterapia 21 4.3 Economia 52 10.6 Serviço Social 36 7.3 Filosofia 6 1.2 3.3. Instrumentos

Os dados foram recolhidos com o questionário Uso das Redes Sociais, o Internet Addiction Test (Young, 1998), o Bergen Facebook Addiction Scale (Andreassen, Torsheim, Brunborg,, & Pallesen, 2012) e o questionário sociodemográfico.

O questionário sociodemográfico tinha como objetivo recolher informações pessoais, tais como: idade, género, qual a universidade onde estuda, o grau, o ano, o curso, a média e se alguma vez tinha tido reprovações.

O instrumento sobre o Uso das Redes Socias, com 24 itens, pretendia recolher dados sobre o uso que os sujeitos fazem das redes sociais. Assim as diferentes atividades estão divididas em quatro escalas:

x A partilha de dados refere-se a todo o material audiovisual que se pode partilhar nas redes sociais: vídeos, fotos, música, desenhos, etc. Tudo o que der para fazer upload nas redes sociais, tanto no próprio perfil como nos perfis dos amigos.

x O relacionamento com os outros refere-se a toda a comunicação que o indivíduo realiza com os amigos através das redes sociais; o enviar pedidos de

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amizade, falar (através de “chat” ou e-mail), criar eventos ou atividades, fazer comentários (em fotos, atualizações de estado, atividades...), partilhar qualquer informação (atualização de estado, notas pessoais...), juntar-se a causas, páginas ou grupos e participar ativamente neles, criar e/ou gerir páginas (de grupos de música, de fãs, de artistas...).

x Na observação aos outros é para referir só o que se observa; visitas aos perfis dos amigos, leitura da informação escrita dos amigos (atualizações de estado, notas, noticias, links...), leitura dos comentários, visualização dos materiais multimédia (fotos, vídeos, desenhos, música...).

x Os jogos referem-se se o indivíduo participa nos mesmos (tanto individuais como coletivos), inquéritos, questionários, etc., que possam realizar através das redes sociais.

Para cada um dos itens, o indivíduo deve responder como se sente, o que faz ou o que pensa nessas situações, assinalando com um círculo num número desde 1 a 7 em função da escala seguinte: 1 (nunca); 2 (raramente); 3 (muito pouco); 4 (ás vezes); 5 (frequentemente), 6 (bastantes vezes) e 7 (sempre). Em cada pergunta, as reticências substituem-se por partilhar dados multimédia, relacionar com os outros, observar os outros ou jogar.

O Internet Addiction Test (IAT; Young, 1998) é um instrumento constituído por 20 itens de autopreenchimento que permite avaliar o grau da dependência em relação à Internet. Com as respostas dadas num formato de escala Likert de pontos, variando de 1 (raramente) a 5 (sempre), quanto maior for a sua pontuação, maior será o grau de dependência. Sendo um dos instrumentos mais utilizados neste âmbito, e o que conta com mais versões validadas para os mais diversos idiomas, na adaptação portuguesa, o instrumento mostrou bons resultados de validade e análise da consistência interna (α = .85), bastante próximos dos valores do estudo original (.54 a .82). Foi adaptado por Pontes, Patrão e Griffiths (2014).

A Bergen Facebook Addiction Scale (BFAS; Andreassen, Torsheim, Brunborg,, & Pallesen, 2012) permite avaliar a dependência do sujeito no Facebook. Este instrumento é constituído por 18 itens, que derivam do modelo de dependência de Griffithis (2011), recorrendo à avaliação de seis componentes Saliência, Tolerância, Humor, Recaída, Abstinência e conflitos, com três itens cada dimensão. De acordo com os autores, este instrumento tem-se mostrado válido e fiável para uso no diagnóstico e investigação, tendo sido adaptado para a população portuguesa por Haley, Andreassen e Griffithis (2016), apresentando um alfa de Cronbach elevado (α = .83).

(18)

18 3.4. Procedimento de recolha

Os estudos foram iniciados na língua espanhola, com o desenvolvimento de itens que foram sujeitos a uma primeira análise de concordância por juízes, nomeadamente cinco investigadores experientes na área da psicologia, para aferir a fiabilidade de concordância, relativamente às questões, ao nível do conteúdo das questões e da sua expressão linguística e cultural. Para se aceder à adaptação transcultural do instrumento, procedeu-se à tradução da escala em espanhol, para a língua portuguesa e posteriormente à retroversão para a língua original seguindo o método recomendado para esse fim na literatura. Este processo foi efetuado por um autor/tradutor e por um investigador experiente.

O processo de recolha de dados foi não probabilístico, por conveniência, nomeadamente por questões geográficas e acesso aos participantes. Esse método, apesar das limitações, permitia garantir que fossem os mesmos sujeitos a responder no primeiro e segundo momento. Para garantir alguma diversidade na amostra, selecionaram-se cinco universidades da zona norte do país (da Universidade Católica Portuguesa de Braga, Universidade do Minho, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Instituto Politécnico de Castelo Branco, e Universidade Lusíada Norte) e tentaram-se diversificar os cursos que os estudantes frequentavam (Psicologia, Enfermagem, Engenharia Biomédica, Engenharia Materiais, Fisioterapia, Arquitetura, Serviço Social, Turismo, Filosofia, Teologia, Ciências da Comunicação, Direito e Administração Pública).

Definida a população, os instrumentos a utilizar, e após a autorização dos diretores das universidades supracitadas e da comissão científica, os instrumentos foram distribuídos e preenchidos pelos alunos do ensino superior, na sala de aula, durante o horário letivo normal, em tempos cedidos pelos professores para o efeito. O questionário foi preenchido em grupo, num ambiente tranquilo. Foi garantido o carácter anónimo e confidencial dos dados recolhidos. A aplicação foi administrada pela investigadora e colaboradores em dois momentos separados por 6 semanas, sensivelmente. Sendo o primeiro momento no mês de Março e o segundo momento em Maio do ano 2016. Este método de teste - reteste possibilitou aferir a fidelidade do tipo temporal do respetivo questionário. Os dados foram emparelhados através de um código identificativo que continha no questionário sociodemográfico, para assim agrupar o questionário do momento um com o do momento dois. Como já referido anteriormente, no momento 1 a amostra foi composta por 491 estudantes universitários e no segundo momento os instrumentos foram codificados e devidamente emparelhados, tendo resultado numa taxa de mortalidade de 24.2% (n = 371).

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19

As respostas dos alunos foram codificadas e analisadas no programa de tratamento estatístico SPSS, versão 19, no sentido de analisar as características psicométricas do instrumento, nomeadamente a sua validade, assim como a fidelidade. Para o estudo da validade, recorremos à Análise Fatorial Exploratória, com o método de componentes principais e rotação de varimax com saturação .50. Para o cálculo da fidelidade foi utilizado o alfa de Cronbach. Foi ainda estudada a validade concorrente, pela associação das dimensões encontradas com instrumentos já adaptados para a população portuguesa, e a fidelidade temporal com a comparação das pontuações dos indivíduos em dois momentos separados por 6 semanas. Num segundo momento, foram realizados estudos diferenciais, considerando o teste t de Student para a comparação das médias em função de variáveis nominais, como o género, grau, reprovações e a Anova.

3.5. Resultados

De seguida serão descritos os resultados da análise realizada aos dados recolhidos. Para a avaliação da validade e fidelidade, foram utilizados os dados recolhidos no Momento 1. Para a estabilidade temporal, consideraremos também a informação recolhida no Momento 2.

Após várias análises fatoriais exploratórias, foi encontrada uma solução com adequada consistência teórica e empírica, selecionando 4 fatores em cada escala, com diferentes percentagens de variância, integrando o fator 1 os itens 13, 14, e 15 (uso das redes sociais para se sentir melhor), o fator 2 integra os itens 17, 19, 21 e 22 (conflitos comos pais, estudos, consigo mesmo, com os demais), o fator 3 integra os itens 5, 6 e 8 (mal-estar por não puder usar as redes sociais) e o fator 4 reúne os itens 1, 2, 3 e 11 (passar demasiado tempo nas redes sociais o pensar nas mesmas para…). A escala relativa à partilha de dados multimédia foi sujeita a análise fatorial depois de verificada a sua adequabilidade com o teste KMO (.934), tendo a solução encontrada compreendido 4 fatores, que explicam 80.659% da variância. A fidelidade da escala, considerando o valor do alfa de Cronbach total de .952, é considerado muito bom.Na escala relacionamento com os outros, também encontramos dados adequados (KMO =.933), com a solução a compreender 4 fatores, que explicam 75.832% da variância e uma consistência interna muito boa, considerando o valor do alfa de Cronbach total de .932. Para a avaliação davalidade da escala observação, verificou-se uma base de dados adequada (KMO =.946) e uma variância de 83.583.A fidelidade da escala, considerando o valor do alfa de Cronbach total de .963, é considerado muito bom.

Finalmente, a escala relativa ao jogo em contexto online foi realizada após se verificar que a base de dados era adequada à análise factorial (KMO = .952), tendo a solução

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20

encontrada compreendido os mesmos 4 fatores, que explicam 84.692% da variância, com uma

fidelidade considerada muito boa, dado o valor do alfa de Cronbach total de .961.

3.5.1.Validade de construto

Foi analisada a relação entre o questionário do uso das redes sociais e respetivas subescalas, com o IAT e o BFAS usando o coeficiente de correlação momento produto de Pearson (ver Quadro 2). Como se percebe no quadro abaixo, verificou-se a existência de uma correlação positiva entre todas as dimensões, destacando-se a subescala conflitos da observação aos outros com a subescala conflitos da escala BFAS (r = .735, p < .01).

Quadro 2

Análise da variância do Questionário do Uso das Redes Sociais em função da escala IAT e BFAS.

Nota: ** correlação é significativa para .01.

3.4.2. Fidelidade temporal

Para o cálculo da fidelidade temporal, foi utilizada a correlação de Pearson entre as respostas dos sujeitos nos dois momentos, considerando as respostas válidas. Como se

IAT Saliencia Tolerancia Humor Recaida Abstinencia Conflitos

PD Uso .564** .524** .513** .535** .524** .523** .542** Conflitos .594** .553** .530** .556** .589** .583** .618** Mal-estar .582** .538** .513** .507** .546** .547** .538** Tempo .459** .470** .430** .351** .353** .374** .363** RO Uso .515** .445** .477** .523** .438** .520** .471** Conflitos .671** .578** .608** .609** .644** .663** .681** Mal-estar .613** .511** .546** .542** .556** .591** .574** Tempo .426** .388** .399** .361** .323** .376** .351** OO Uso .595** .559** .579** .619** .619** .623** .660** Conflitos .657** .580** .607** .625** .667** .641** .735** Mal-estar .619** .545** .591** .592** .654** .646** .680** Tempo .480** .472** .489** .449** .471** .465** .501** J Uso .464** .368** .378** .400** .337** .347** .424** Conflitos .503** .407** .384** .406** .388** .380** .461** Mal-estar .494** .397** .382** .406** .405** .409** .462** Tempo .409** .342** .320** .315** .306** .295** .351**

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percebe na tabela abaixo, verifica-se, genericamente, que a resposta dos sujeitos nos dois momentos tem uma correlação moderada (r = .545, p < .01) a elevada (r = .784, p < .01).

Quadro3 Fidelidade Temporal r p PD Uso .688 .000 Conflitos .709 .000 Mal-estar .722 .000 Tempo .705 .000 RO Uso .643 .000 Conflitos .686 .000 Mal-estar .637 .000 Tempo .545 .000 OO Uso .689 .000 Conflitos .723 .000 Mal-estar .719 .000 Tempo .640 .000 J Uso .687 .000 Conflitos .743 .000 Mal-estar .754 .000 Tempo .784 .000 3.4.3. Estudos diferenciais

3.4.3.1. Em função da idade e género

Para aprofundar o conhecimento sobre o uso das redes sociais, tentamos perceber o papel de variáveis individuais como a idade e género. Analisando do estudo das redes sociais em função da idade, com o recurso ao teste de correlação de Pearson, encontramos apenas uma relação significativa entre o tempo e relacionamento com os outros (r = -.126, p = .005). Nas restantes escalas não foram encontradas relações significativas (p > .05)., Também nas medidas de controlo, não foram encontradas relações significativas com a idade (p > .05).

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Já analisando os dados em função do género, encontramos algumas diferenças estatisticamente significativas (p < .05). Assim nas escalas de partilha de dados multimédia (uso, conflitos, mal–estar); Relacionamento com os outros (conflitos e mal-estar); observação aos outros (conflitos e mal-estar) e jogar (uso, conflitos, mal-estar e tempo) há diferenças entre o sexo masculino e feminino. Como se percebe no quadro abaixo, as pontuações mais altas são do sexo masculino.

Quadro 4

Análise em função do género

Masculino Feminino Teste t de Student

M DP M DP t gl p PD Uso 7.485 4.044 6.115 3.751 2.948 487 .003 Conflitos 8.910 8.910 7.832 5.157 2.252 487 .025 Mal-estar 6.770 3.957 5.935 3.653 2.364 489 .018 Tempo 10.853 5.113 10.758 5.172 .196 487 .844 RO Uso 10.337 4.846 10.147 5.171 .398 487 .691 Conflitos 12.118 5.800 10.151 5.864 3.583 487 .000 Mal-estar 9.389 4.571 8.508 4.415 2.094 486 .037 Tempo 15.474 5.318 15.816 5.735 -.650 486 .516 OO Uso 8.316 4.831 7.463 4,68812 1.912 486 .056 Conflitos 10.747 6.248 9.022 5.972 3.021 487 .003 Mal-estar 8.044 4.890 6.945 4.445 2.472 340.501 .014 Tempo 13.163 5.872 13.129 5.687 .064 485 .949 J Uso 6.034 4.274 5.289 3.652 2.030 485 .043 Conflitos 7.724 5.450 6.569 4.538 2.394 316.860 .017 Mal-estar 5.728 4.170 4.916 3.092 2.262 287.385 .024 Tempo 8.576 5.591 7.571 4.573 2.035 310.308 .043

3.4.3.3. Em função de dados académicos

Analisando o uso das redes sociais em função do grau académico, não encontramos diferenças entre os grupos (p > .05). Em relação às reprovações verificam-se diferenças significativas (p < .05) na escala partilha de dados multimédia, na subescala conflitos; na

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escala relacionamento com os outros, na subescala conflitos e mal-estar; na escala observação aos outros, na subescala uso, conflitos e mal-estar. Contudo, apenas a escala relativa aos jogos online, parece relacionar-se com o número de retenções dos jovens, em todas as subescalas. Com o recurso ao teste de correlação de Pearson encontramos uma correlação positiva na escala jogos, na subescala conflitos (r = 105, p = .021), na subescala mal-estar (r = 109, p = .017) e na subescala tempo (r = 118, p = .009). Em relação às medidas de controlo não se encontraram diferenças significativas (p > .05).

Quadro 5

Análise em função das reprovações

Nunca Reprovou Já reprovou Teste t de Student

M DP M DP t gl p PD Uso 6.334 3.892 6.742 3.725 -1.098 483 .273 Conflitos 7.818 4.912 8.943 5.302 -2.251 295 .025 Mal-estar 6.000 3.599 6.618 3.969 -1.665 289 .097 Tempo 10.653 5.164 11.050 5.041 -.801 483 .424 RO Uso 10.141 5.097 10.350 4.951 -.427 483 .669 Conflitos 10.245 5.678 12.088 6.076 -3.202 295 .002 Mal-estar 8.501 4.292 9.452 4.786 -2.123 285 .035 Tempo 15.686 5.552 15.698 5.626 -.022 482 .982 OO Uso 7.386 4.616 8.531 4.908 -2.453 294 .015 Conflitos 8.935 5.609 11.018 6.740 -3.376 270 .001 Mal-estar 6.889 4.276 8.213 5.170 -2.796 266 .006 Tempo 12.947 5.462 13.537 6.273 -1.015 281 .311 J Uso 5.148 3.476 6.226 4.332 -2.736 260 .007 Conflitos 6.362 4.226 8.075 5.582 -3.422 249 .001 Mal-estar 4,797 3.026 5.949 4.140 -3.116 241 .002 Tempo 7.309 4.346 9.031 5.723 -3.356 252 .001

Quando consideradas as médias dos alunos no semestre anterior, encontramos relações estatisticamente significativas para a dimensão relacionamento com os outros na subescala uso (r = .116, p=. 011), conflito(r = .167, p =. 000) e mal estar (r= .152, p=. 001), na dimensão OOO na subescala uso (r= .188, p=. 000), conflito (r= .210, p=. 000), mal-estar (r = .212, p =. 000), e tempo (r = .101, p =. 028). Em relação às medidas de controlo há relações estatisticamente significativas em todas as dimensões (p < .05) como se percebe no quadro abaixo.

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24 Quadro 6

Análise em função das médias

r p N PD Uso .080 .080 478 Conflitos .047 .303 478 Mal-estar .068 .136 480 Tempo -.012 .788 478 RO Uso .116 .011 478 Conflitos .167 .000 478 Mal-estar .152 .001 477 Tempo -.030 .511 477 OO Uso .188 .000 477 Conflitos .210 .000 478 Mal-estar .212 .000 478 Tempo .101 .028 476 J Uso .019 .675 476 Conflitos .034 .458 478 Mal-estar .044 .333 477 Tempo -.039 .395 476 IAT Total .156 .001 471 BFAS Saliência .156 .001 471 Tolerância .111 .015 479 Alteração de humor .154 .001 479 Recaída .164 .000 480 Abstinência .187 .000 477 Conflitos .198 .000 479

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25 4. Discussão

O questionário do Uso das Redes Sociais foi originalmente construído e validado, a partir de estudos que ainda decorrem em Espanha para a validação do mesmo. A sua adaptação Portuguesa pode ser um contributo relevante para a sustentação do modelo teórico e replicação de estudos no nosso contexto. Os resultados obtidos, através do estudo das propriedades psicométricas e subsequentes estudos diferenciais indicam a existência de um modelo com bom ajustamento, adequado e promissor, no âmbito do estudo do uso das redes sociais.

Para refinar a estrutura fatorial, agruparam-se os 24 itens semelhantes do questionário do Uso das Redes Sociais em quatro fatores: (A) Fator 1: Itens 1, 2, 3 e 11 (gastar muito tempo em redes sociais…); (B) Fator 2: itens 13, 14 e 15 (usar as redes sociais para se sentir melhor); (C) Fator 3: itens 17, 19, 21 e 22 (conflitos com os pais, estudos, consigo mesmo, com os outros) e (D) Fator 4: Itens 5, 6 e 8 (chateado por não ser capaz de usar as redes sociais). Foram eliminados os itens com baixo poder discriminativo ou que apresentavam saturações semelhantes em diferentes fatores (Kline, 2010). Para a avaliação da validade verificou-se uma base de dados adequada para as quatro dimensões, sendo que o KMO variou entre .932 e .963. De acordo com Pestana e Gageiro (1998, cit. por Sani, 2003) o KMO perto de 1 indica coeficientes parciais pequenos, enquanto valores próximos de zero indicam que a análise fatorial não é boa. Neste caso o valor de KMO foi bastante bom. A variância explicada pela estrutura fatorial variou entre 75.832% e 84.692%, o que, de acordo com a literatura, consideramos que a percentagem que obtivemos é perfeitamente satisfatória (Sani, 2003). Também em termos de fidelidade das escalas, esta variou entre .932 e .963 o que é considerado muito bom. Os valores da consistência interna são altos, sendo superiores a .70, valor que segundo Kline (2010) é considerado como mínimo aceitável.

Recorde-se também que foi analisada a relação entre o questionário de o uso das redes sociais e respetivas subescalas, o IAT e o BFAS usando o coeficiente de correlação momento produto de Pearson. Os resultados indicaram uma correlação positiva entre todas as dimensões, destacando-se a subescala conflitos da observação aos outros com a subescala conflitos da escala BFAS (.735), indicadores da validade do instrumento. Destacava-se como correlação mais elevada a dimensão conflito, avaliada por ambos os instrumentos, o que nos indica que o uso que os participantes têm, pode prejudicar as relações familiares, amizades, trabalho e escola. De acordo com um estudo de Anderson (2001) cujo objetivo passava por compreender como o uso de Internet interferia nos problemas da vida social e no estilo de vida dos estudantes, verificou-se que os prejuízos físicos relatados estendem-se a problemas

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de visão, privações de sono, fadiga, problemas com alimentação e desconforto musculosquelético.

No cálculo da fidelidade temporal, é necessário obter resultados semelhantes, quando respondidos pelo mesmo sujeito, após um intervalo de tempo (Cook & Beckman, 2006). Neste caso, verificou-se, genericamente, que a resposta dos sujeitos nos dois momentos tem uma correlação moderada (r = .545, p < .01) a elevada (r = .784, p < .01). Foi mais baixa na relação com os outros, na subescala tempo. Foi mais alta na dimensão jogos, na subescala tempo.

No que diz respeito aos estudos diferenciais, analisamos as respostas dos sujeitos no questionário do Uso das Redes Sociais em função da idade e género. Verificamos apenas uma relação significativa entre o tempo e relacionamento com os outros, com a idade, o que sugere maior utilização das redes sociais para estes fins entre os mais velhos. Nas restantes dimensões não foram encontradas relações significativas (p > .05). Também nas medidas de controlo, não foram encontradas relações significativas com a idade (p > .05). Estes dados não são totalmente concordantes com a literatura. Se alguns estudos referem que os adolescentes tendem a ser utilizadores mais intensivos (Boyd, 2008; Valkenburg & Peter, 2009), embora nem sempre os dados sejam totalmente claros na comparação com grupos de outras faixas etárias (Calvani, Fini, Ranieri, & Picci, 2012; Helsper, & Eynon, 2009). Na população portuguesa, por exemplo, um estudo da Marktest indica que a faixa etária que mais usa as redes sociais é dos 25 aos 34 anos. Pontes e Patrão (2014) também realizaram um estudo exploratório onde os participantes (adolescentes) relataram gastar uma média de 28 h por semana na Internet por lazer, e tinham sido utilizadores da Internet cerca de 13 anos. Aqui, a literatura vai de encontro aos nossos resultados, onde a idade está relacionada com o tempo passado na Internet ou redes sociais.

Analisando os dados em função do género, encontramos algumas diferenças estatisticamente significativas. Os rapazes são os que relatam maior utilização das redes sociais para a partilha de dados multimédia (uso, conflitos, mal-estar); para manter relacionamento com os outros (conflitos e estar); observação aos outros (conflitos e mal-estar) e para jogar (uso, conflitos, mal-estar e tempo). Analisando estes dados, percebemos que vão de encontro ao encontrado na literatura. Como já referido, West, Lewis e Currie (2009) num dos resultados dos seus estudos sugerem que o sexo masculino passa mais tempo nas redes sociais como por exemplo o Facebook, do que o sexo feminino.Também Ko, et al., (2008, cit. por Pirocca, 2012) referem que a dependência da internet é maior no sexo masculino, do que do sexo feminino. No estudo realizado pela Markest os dados em 2014

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indicam que o sexo mais predominante no uso das redes sociais é o masculino. Também referem que jogar online é uma prática para cerca de dois terços dos internautas (50% através de aplicações, e eram 19% em 2011).

Além de variáveis pessoais, discute-se muito o impacto que o uso destes recursos pode ter em contexto académico. Embora não seja muito relatado na literatura, tentamos perceber se existiam diferenças em função do grau académico, uma vez este sugere maior proximidade com o contexto profissional. Contudo, com os resultados não encontramos diferenças entre os grupos. Em relação às reprovações verificam-se diferenças significativas na escala partilha de dados multimédia, na subescala conflitos; na escala relacionamento com os outros, na subescala conflitos e mal-estar; na escala observação aos outros, na subescala uso, conflitos e mal-estar. Contudo, a escala jogos, parece relacionar-se com o número de retenções dos jovens, todas as subescalas. No teste de correlação de Pearson só há correlação positiva na escala jogos, na subescala conflitos, na subescala mal-estar e na subescala tempo. Em relação às medidas de controlo não há diferenças significativas para (p > .05). Analisando do estudo das redes sociais em função das médias, encontramos relações estatisticamente significativas para a dimensão relacionamento com os outros na subescala uso, conflito e mal-estar, na escala observação aos outros na subescala uso, conflito, mal-estar e tempo. Em relação às medidas de controlo há relações estatisticamente significativas em todas as dimensões (p < .05). A literatura encontrada, vai de encontro a estes resultados. Como já referido, Rouis, Limayem e Salehi-Sangari (2011) indica-nos, que uma presença prolongada nas redes sociais pode ter efeitos nocivos na produtividade e desempenho das tarefas, isto é, grandes horas gastas nas redes sociais diminuem o desempenho académico dos alunos e assim as suas notas. Os alunos passam uma média de 30 - 35 minutos por dia a navegar por exemplo no Facebook e gastam cerca de 3 - 4 minutos em cada visita para verificar atualizações dos amigos fazendo-o várias visitas por dia. Porém, e de acordo com os mesmos autores, outros reconhecem gastos acima 8 horas por dia no mesmo site. Estudantes universitários que usam excessivamente a Internet têm uma queda no seu desempenho acadêmico, na sua interação social e notas baixas (Yen, et al., 2010; Odaci & Kalkan, 2010, cit. por Pirocca, 2012). O tempo dedicado às redes sociais pode prejudicar o envolvimento em outras atividades, como as escolares, refletindo-se num menor desempenho (Drabowicz, 2014; Junco, 2011, 2015). Estes dados, vão de encontro aos resultados obtidos (relações significativas nas reprovações e nas médias).

Em suma, percebe-se a necessidade de continuar estes estudos no sentido de perceber melhor a dinâmica entre estas variáveis visto haver uma carência de literatura a nível nacional.

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Importa portanto, promover estudos que tenham em conta o uso que os jovens fazem das redes sociais e não apenas nas dependências.

Conclusão

A realização deste trabalho permitiu, em primeiro lugar, uma melhor compreensão e integração da literatura existente até ao momento sobre o uso das redes sociais. Mais ainda, possibilitou a integração de novos conhecimentos relativamente em quatro escalas- partilha de dados multimédia, relacionamento com os outros, observação aos outros e jogar- avaliadas através de um instrumento recente. Os dados apresentados permitem perceber bons indicadores para a população portuguesa. Contudo, sendo um primeiro estudo, deve ser replicado numa amostra distinta, mais representativa da nossa população, para validação cruzada do instrumento.

Para além disso, o estudo permitiu apontar determinadas características que podem estar na origem de perfis de utilização das redes sociais. Considera-se assim que a presente investigação poderá contribuir para a criação de programas intervenção psicológica, apresentando-se assim como sugestão para futuros estudos a análise do uso que os jovens fazem das redes sociais a nível nacional.

Contudo, importa reconhecer algumas limitações. Desde logo, o facto de se tratar de um instrumento longo, em fase de depuração dos itens, que pode ter gerado algum cansaço nos participantes e, portanto, algumas respostas podem ter sido condicionadas por este facto. O protocolo extenso, demorava cerca de 25 a 30 minutos o preenchimento, poderia ter influenciado algumas das respostas. Também a mortalidade da amostra no segundo momento de reaplicação dos questionários deve ser interpretada com cautela. Não podemos ainda deixar de considerar a desejabilidade social, num tema que ainda é recente e deve ser aprofundado em próximos estudos, cruzando, eventualmente, com dados qualitativos para uma análise mais detalhada do uso que os jovens fazem destas ferramentas e as suas implicações na vida pessoal, social e académica.

Em futuros estudos, dever-se-ia trabalhar com amostras mais diversificadas e representativas da população, uma vez que a nossa amostra comtempla apenas estudantes universitários no norte do país. Também se sugere que houvesse mais estudos onde se relacionasse o uso das redes sociais e variáveis psicológicas, como a autoestima, autorregulação e a personalidade por exemplo.

A realização deste trabalho de investigação foi muito gratificante e produtivo contribuindo, não só para o enriquecimento e consolidação dos meus conhecimentos e

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experiência, mas também para o meu crescimento como profissional e ser humano. Com efeito, este trabalho desempenhou um papel fundamental, no que concerne à atualização dos meus conhecimentos e amadurecimento a nível pessoal. Todo o investimento realizado, no decurso deste ano letivo, irá influenciar o exercício da minha profissão como futura psicóloga clínica e da saúde.

O trabalho de investigação fez parte de um longo caminho que teve o seu início há sete anos, sendo esta etapa o culminar de toda a caminhada. Assim, refletindo sobre tudo isto verifico que os medos, receios e dúvidas iniciais se foram, a pouco e pouco, desvanecendo através da segurança, resultante do apoio do meu orientador. O enriquecimento pessoal e profissional obtido ao longo e em consequência deste trabalho é, sem dúvida, compensador do tempo que lhe foi dedicado.

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