LAURA SALDANHA
STREIBEL
CRIATIVIDADE
NAS
EQUIPES
DE
TRABALHO:
UM
ESTUDO DE CASO
NO
PRAIATUR
HOTEL
__
FLORIANÓPOLIS»
'LAURA SALDANHA
STREIBEL
CRIATIVIDADE
NAS
EQUIPES
DE
TRABALHO:
UM
ESTUDO DE CASO
NO
Í
PRAIATUR
HOTEL
'
Trabalho de Conclusão de
Estágio apresentado à disciplina EstágioSupervisionado
-
CAD
5236,como
-requisito parcial para
obtenção
do
grau de Bacharel
em
Administração
da
Universidade
Federalde Santa
Catarina, área
de
concentraçãoem
Administração
Geral.
_ Professora Orientadora:
Liane
CarlyHermes
ZanellaFLORIANÓPOLIS
V'
LAURA SALDANHA
STREIBEL
CRIATIVIDADE
NAS
EQUIPES
DE
TRABALHO:
UM
ESTUDO
-DE
CASO
NO
PRAIATUR
HOTEL
I
Este
Trabalho
de
Conclusão de
Estágio foijulgado
adequado
eaprovado
em
suaforma
final
pelaCoordenadoria de
Estágiosdo
Departamento de
Ciênciasda
Administração
da
Universidade
Federalde Santa
Catarina,em
O4
de
Fevereirode 2004.
›
~0
Pr ê- 10 tefano
Dubiela
OstroskiCoordenador de
EstágiosApresentada à
Banca Examinadora
integrada pelos professores:~
Liane
CarlyHermes'Zanella
Orientadora
Membro
M~e
šouza
ãíimeidaAGRADECIMENTOS
Ao
término deste trabalho, gostariade
agradecer às pessoasque de
alguma
fom1a
contribuíram para a efetiva realização deste e
que
com
certeza continuarão a contribuir para omeu
desenvolvimento
humano
e intelectual.u -
À
todos os colaboradoresdo
Praiatur Hotel,em
especial àquelesque
participaramcom
grande paciência e entusiasmo das entrevistas realizadas; 4_
çÀ
querida professora Liane,Vquesempre
.carin_hosa, atenciosa e paciente esteve àminha
disposição para dúvidas e esclarecimentos,
me
incentivandona produção
.deste trabalho;À
toda aminha
famíliaamada,
especialmente aosmeus
pais emeu
irmão,que
apesarda
distância
sempre
estiveram aomeu
ladome
apoiando
com
muito
carinho; 'Ao
carinho, à paciência e incentivodo Rodrigo
durante todo o curso;RESUMO
STREIBEL,
Laura
S.Criatividade nas equipes
de
trabalho:um
estudode caso
no
Praiatur Hotel.2004.
91 f.Trabalho de
conclusãode
estágio.(Graduação
em
Administração).Curso
de Administração, Universidade
Federalde
Santa Catarina, Florianópolis,2004.
.Atualmente,
as organizaçõesvêm
destinadocrescenteimportância
emaior
valorizaçãoao
desenvolvimento
do
capitalhumano.
De
acordo
com
esta prática, este estudo écomposto
por
-uma
pesquisaque procurou
identificar quais seriam os fatoresque facilitam/motivam
ou
inibem o desenvolvimento da
criatividade nas equipesde
trabalhodo
Praiatur Hotel.Após
a
realização
da
pesquisa bibliográfica,onde
foram
_ pré-det_erminados os fatoresa'
serem
«-~pesquisado's,
foram
realizadas as entrevistas estruturadascom
8 colaboradoresde
trêsequipes
distintas.
Além
das entrevistas foi utilizadotambém
o
método da
observação
edo
diáriode
campo,
que
auxiliaram nas Aanálises subseqüentes. /Estas possibilitaram identificar
os
principais aspectos
quanto ao
favorecimentoou
não
à criatividade nas equipes,assim
como
"`também
possibilitoua
caracterizaçãoquanto
àforma
de
trabalhoem
equipes.Dentre os
fatores
que
facilitamo desenvolvimento da
criatividade, foi constatadoque
na
organização
__,estudada o
trabalhoem
equipes, acomunicação
/externa, a cultura organizacional,a
liderança,o, treinamento, salário e beneficios, o
ambiente
fisico e os recursos tecnológicos e materiaisutilizados,
favorecem o desenvolvimento da
criatividade.Por
outro lado, aspectoscomo
vestrutura organizacional-volume de
trabalho, característicasda
tarefa - ecomunicação
internasão inibidores
à
criatividadedos
colaboradoresdo
Praiatur Hotel. f _\§*
SUMÁRIO
1'INTRODUÇÃO
... .. 1.1TEMA
PROBLEMA
... .. 1.2OBJETIVO
GERAL
... .. 1.3OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
... .. 1.4JUSTIFICATIVA
... .. 2FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
... .. 2.1O
SIGNIFICADO
DE
CRIATIVIDADE
... .. 2.1.1A
criatividade nasOrganizações
... ... ..2.1.2 Fatores
que
facilitam/motivam
e/ouinibem a manifestação
da
criatividade 2.2O
SIGNIFICADO
DE
TRABALHO
EM
EQUIPE
... .. 2.2.1As
equipes nas Organizações: diferentes configurações ... ..2.2.1.1 Equipes autogeridas ... ..; ... ._. ... ..; ... ..
2.2.2
O
líder ... ... ... ..2.2.3
Tamanho,
habilidades edesempenho
das
equipes
.... .Ç ... ..2.3
A
CRIATIVIDADE
NO
TRABALHO
EM
EQUIPES
... ..3
METODOLOGIA
... ..3.1
A
ABORDAGEM
E
O
ESTUDO
... .. 3.2AS
QUESTÕES
DE
PESQUISA
... _.3.3
CAMPO
DE ESTUDO
E OS
ATORES
SOCIAIS
... .. 3.4PLANO DE COLETA
... ... .. 3.5CATEGORIAS
DE
ANÁLISE
... .. 3.6LIMITAÇÕES
... .. 4PRAIATUR
HOTEL
... .. ~› r ~ -›5
ANALISE
E
DISCUSSAO
DOS
RESULTADOS
... ..5.2
AS
EQUIPES
DE TRABALHO
... ._. ... ..5.3
OS
FATORES
FACILITADORES/MOTIVADORES
E/OU INIBIDORES
DA
CRIATIVIDADE
NAS
EQUIPES
DE
TRABALHO
... .; ...5.3.1
Estrutura
organizacional ... .. 5.3.2Comunicação..
... .. 5.3.3Cultura
organizacional ... ..5.3.4
Liderança
... .. 5.3.5Treinamento,
Salário e benefícios.... ... .. 5.3.6Ambiente
físico, recursos tecnológicos e materiais... ... ..6
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
... ..REFERÊNCIAS
... ..7
1INTRODUÇÃO
Este capítulo apresenta a contextualização
do
tema
e oproblema
norteadorda
pesquisa, a definição dos objetivos e a justificativa para sua efetivação.1.1
TEMA PROBLEMA
'
O
mundo
das organizações encontra-se hojeem
acelerada transformação e crescente grau de exigênciaem
relaçãoƒà qualidade de seus produtos e serviços_.'Conforme Stoner (1985) coloca,numa
época
de concorrência acirrada, escassez de recursos e altos custos deequipamentos
ede
mão-de-obra, qualquer coisa
que
leve aum
funcionamento mais
eficiente e eficazaumenta
as chances deuma
organização sobreviver e teríêxito. _V '
A
direção dos negóciosvem
sendo reorientada por constantesmudanças
no
cenário global. Estasvêm
reestruturando a força de trabalho,redefinindo
o significado de trabalho,redesenhando
os
mapas
organizacionais e realocando os participantesem
novos
papéis.Tudo
isso exigeum
enorme
esforço deaprendizagem
e adaptação.(RYDZ
apud
ALENCAR,
1996) 'Neste contexto tem-se a criatividade
como
um
fatorque
antecipauma
organização a possíveismudanças,
istoporque
asnovas
tecnologias, produtos emétodos
de operaçãofazem
com
que
omais
antigo entreem
desuso. --Aomesmo
tempo
em
que
as organizaçõestêm
se reestruturado para competircom
mais
eficácia e eficiência, estas
também
recorrem às equipes de trabalhocomo
uma
maneira de
utilizarmelhor
o talento de seus colaboradores.A
administraçãotem
constatadoque
as equipes sãomais
flexíveis e sensíveis a eventos variáveis
do que
os setors tradicionaisou
outrasformas de
agrupamento
permanente.As
equipespossuem
capacidade para a rápida formação, deslocamento,mudança
de objetivos e dissolução.(ROBBINS,
2000)
Para o autor (2000, p. 259) “as equipes estão sendo introduzidas
no
mundo
inteirocomo
meio
paraaumentar
a produtividade, a qualidade e a satisfaçãodo
trabalhador”.E
_
Neste
sentido,em
vistada
total importânciado
incremento dosmodos»
produtivos organizacionais através daadoção
denovas formas
de organização e de diferenciaçãodo
trabalho, haverá por -vezes, a necessidade de adaptações e revisões de conceitos emétodos
então adotados por muitas organizações. Istocomo
resultadoda
utilização. de processos administrativos antigos epor vezes já superados. `
Com
o intuito de associar a criatividade às equipes de trabalho serão analisados algunsLÍ/
-8 e/ou inibir a manifestação
da
criatividade individual emais especificamente
das equipes de trabalhona
organização pesquisada.i
-
j Â
I
Assim,
o trabalhobusca
responder a questão norteadorazQuais
são os fatores facilitadores/motivadorese/ou
inibidoresda
manifestaçãoda
criatividade nas equipesde
trabalhodo
Praiatur Hotel? i ' ' ~ 1.2OBJETIVO
GERAL
Analisar os fatores
que
facilitam ev/,ouinibem a manifestaçãoda
criatividade nas equipes.de trabalho.do Praiatur-Hotel.
z
"
~ ' -' 1 ' , z ' ' . › ' 1.3oBJET1vos
Es1>Ecí1=1cos
Procurando
alcançaro
objetivo geral deste estudo, pretende-se:a)
compreender
o significado de criatividadena
perspectiva das equipes de trabalho;'
b) identificar e caracterizar 'as equipes de trabalho e
o
processo de trabalho desenvolvido;c) analisar os fatores facilitadores/motivadores
da
criatividade nas equipes de trabalho; d) analisar os fatores inibidoresda
criatividade nas equipes de trabalho. '1.4
JUSTIFICATIVA
`
A
opção
pelo 'temaem
.questão justifica-se pela importânciaque
sevêm
destinandoao
estudo eaprofundamento
tantoda formação
de equipesde
trabalhocomo
do desenvolvimento da
criatividade
no ambiente
organizacional.i
O
crescente uso das equipes de trabalho, indiferentedo
objetivoou da
duração dasmesmas,
visa,fundamentalmente
agregar valor aos seusmembros
deforma que
elesaprendam
adividir tarefas e mérito, assim
com também
de aprender a viverem
grupo
e a se expressarsem
temer
a coerção.Conforme
Mônaco
(2001) destaca, os grupos sãouma
forte estrutura utilizada pelas organizações para processar informações, resolverproblemas
e assegurar ocomprometimento
com
as decisões. f'
Todavia, a criatividade se insere
no
contexto dos gruposem
vistada
importânciaque
setem
no
desenvolvimentoda
mesma
atravésdo
desempenho
grupal,ou
seja, ospequenos
gruposmostram-se extremamente
flexíveis, úteis e eficientes para a resolução criativa e inovadora de_
9
entende-seque
os grupos“podem
aumentar
amotivação
e auto-estimadosmembros,
desdeque
seja
dada
a oportunidade para as pessoas expressarem a sua individualidade e exercitarem sua _m
zriaúviâaâe”.
(MÓNACO,
2001, p. 6) _` »
Cabe
então, aos gestores, ~a responsabilidade pelamelhor combinação
destes fatores,de
maneira que
se possa obter equipescompostas
por pessoasque desenvolvam
sua criatividade aomesmo
tempo
em
que
trabalhamem
conjuntoem
vista deum
melhor
resultado para a organização e para a vida pessoal decada
um.
pç
10
2FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
Este capítulo apresenta o referencial teórico bibliográfico
que
serviu de-sustentação parao
paralelo
com
a realidadeda
organização estudada. .2.1
O
SIGNIFICADO
DE
CRIATIVIDADE
A
criatividade, por serum
fenômeno
'bastantecomplexo, configura
um
grandenúmero
de
definições. _ _ __ À
_ _ _ ç
_ -
_
As
abordagens mais. tradicionais sobre-criatividade nas organizações são oriundas dos estudosda
psicologia eda
inovação.Em
se tratandodaárea
da
psicologia, esta está'mais
voltada à evolução filosófica e psicológicado
conceito, assimcomo
àcompreensão do
processo e produto criativos.(WECHSLER,
1998)Já a inovação constitui
um
processo,o
qualtomará
uma
invenção rentável para determinada organização.(KRUGLIANSKAS,
1996)- '_
-
Conforme
Terra (2000), a criatividade está associada' ao impulso inicialdo
processode
inovação,
ou
seja, está estreitamente ligada ao conceito de invenção. Esta é a criação de algo novo, inusitado,que
envolve a formulação deuma
proposta inédita e está associadacom
descobertas e idéias tecnológicas, sendomais
estudadapor
aqueles cujo foco é voltado para a administração de pesquisa e desenvolvimento. .- ~
Para
Alencar
(1996, p. 15) . tinovar significa introduzir
uma
novidade, concebendo-se a inovação organizacional‹
como o processo de introduzir, adotar e implementar
uma
nova idéia (processo,bem
ouserviço)
em uma
organizaçãoem
resposta aum
problema percebido, transformandouma
'
_ nova idéia emalgo concreto. .
- '
J
`Em
vistada
similaridade eda
complementaridade,há
a necessidadede
distinguiro
conceito de criatividade
do
conceito de inovação, jáque
muitas vezes eles são confundidos. 1A
criatividade,mesmo
nas organizações, envolveuma
grande amplitude de contextos e asmais
variadas abordagens(TERRA,
2000). _Para
Lampoglia
(2003), a criatividade é a busca de soluções inovadoras, jáque
resolverum
problema
valendo-se demétodos
conhecidosnão
tem nada
de criativo.Ou
seja, a criatividade consisteem
olhar para o que todomundo
estávendo
e pensarem
algo diferente.(OECH
apud
HENSEL,
2002)
-.
Torrance
(apudALENCAR,
1995) ilustramelhor o que
foi supracitado ao destacarque
a criatividade éum
processo de setomar
sensível a problemas, deficiências, lacunasdo
,
_ V
_
1 1
conhecimento
e desarmonias.Assim
como também
deve
identificar a dificuldade, buscar soluções atravésda formulação
de hipóteses a respeito das.def`1ciências, testar e re-testar estas hipóteses e,finalmente,
comunicar
os resultados. .Ao
definir afinalidadedo
usoda
criatividade o autorbuscou
explicar que, ao contráriodo
que
se imagina, geralmente é resultado deuma
necessidade,que
irá procurar geraruma
idéia e moldá-la atéque
atome
viável. .-
As
mais
antigas definiçõesdenotam
também
uma
preocupação
constantecom
o
pensar,o
produzir e o realizar criativamente.
(CORREIA,
2000, p. 3)`
u
Segundo
Alencar (1996, p. 28): _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _._
r
j a criatividade não é também algo que depende apenas de fatores intrapessoais, dopróprio
indivíduo. Além desses fatores, outros de natureza extrapessoal, ligados à educação eà
sociedade, ao clima social e politico, são também importantes. Estes podem dar apoio e
conduzir à expressão criativa ou, pelo contrário, inibir e bloquear tal expressão.
Prontamente
a autora acrescentaque
a criatividade éum
recursohumano
natural, pois todo o serhumano
é criativo,em
maior
ou
menor
grau,no
entanto este atributo é muitas vezes inibido por forças emocionaisou
sociais,ou
atémesmo
pela escola.No
entanto, são as próprias condições educacionais e sociaisque
devem
possibilitar emesmo
influenciar positivamenteo
desenvolvimento
da
criatividadeno
indivíduo. - Considerando-se oque
foicomentado
pelos autores supracitados, observa-seque
a criatividadepode
ser desenvolvida pela maioriados
sereshumanos,
istoporque
ela é resultadode
um
esforço mentalenvolvendo
um
tema ou problema
em
questão, para que, a partirda busca de
uma
nova
idéia se possa encontraruma
solução criativa para esseou
aquele.Ao mesmo
tempo, infere-seque
a geração deuma
idéia criativapode
ser tantoo
resultado deum
momento
súbito de inspiraçãoou
atémesmo
deum
longo periodo de concentração, conhecidocomo
processo criativo.Oech (apudzCORREIA,
2000)
asseguraque
asnovas
idéiassurgem
a partir deuma
matéria-prima, caracterizadacomo
fatos, conceitos,conhecimentos
ou
sentimentos,
em
virtudeda
necessidade denovas
respostas.2.1.1
A
criatividade nas organizaçõesAtualmente
a criatividadevem
sendo enfatizada pelasnovas
teoriasda
administraçãocomo
sendoum
fator diferencial para asempresas
e para os administradoresmodernos.
Sendo
assim, e tendo
em
vista os atuaistempos
de competitividade acirrada,em
que
há
a necessidadede
asempresas
encontrarem soluçõesem
tempos mínimos,
passa-se a valorizar o potencial criativodos colaboradores.
Corroborando
com
tal afirmação, Alencar (1996, p.15)define
a criatividade nas organizaçõescomo
“todo o processoque
resultana emergência
deum
novo
produto(bem
ou
-»
..12
serviço), aceito
como
útil, satisfatório e/ou de valor porum
número
significativode
pessoasem
algum
ponto no
tempo”. _-
Para
Kao
(1997), anoção
de criatividadena empresa
está intrinsecamente ligada ànoção
de criação de valor, e seu incentivo é
um
dos atributos fundamentaisda
função gerencial.Portanto, é de fundamental importância
que
oambiente
de
trabalho propicieo
desenvolvimento
da criatividade. Contudo, isto constitui muitas vezesumenorme
desaño,
em
virtude
do
clima adversopredominante
em
muitas organizações, talcomo
relaçõesde
desconfiança,
normas
rígidas e precário sistema decomunicação
(ALENCAR,
1996)._
Nesse
sentido, Srour (apudALENCAR,
1996, __p._90) adverteque
“querer obterdos
funcionários
comportamento-
criativoem
ambiente .politicamente fechado, sem-o
oxigêniolibertário
da polêmica
e das críticas,sem
o cultivo das diferençasou
oreconhecimento de
sualegitimidade, é sonhar acordado”.
Ou
seja, analisando oque
foi colocado pelo autor,Alencar
(1996),
compreende
que
a habilidade de pensar criativamentedo
individuo, assimcomo
sua orientação para experimentar e correr riscos,podem
ser fortalecidospor
uma
atitude de aceitação eencorajamento
de taiscomportamentos
por parte dos colegas e dos escalões superioresda
organização
ou
atémesmo
inibidos.O
clima organizacional encorajador às soluções criativas deforma
.coletivaou
cooperativa carece de habilidades intelectuais e deum
forteenvolvimento
emotivo
aliado ao senso de união por pertencer aomesmo
grupo,além
de terque
ser hábilna
concentraçãode
energias para calibrar adimensão do grupo
em
relação à tarefa.(De
MASI,
apud
PAROLIN;
ANTUNES,
2002)
Pode-se dizer então que, -
' -
.
uma
organização criativa éuma
organização que valoriza o potencial para acompetência, responsabilidade e ação, indo de encontro
com
a prática presenteem
nossa sociedade de promoverum
constante desperdício de potencial criativo. Ela se caracterizapor
uma
cultura que reconhece o potencial ilimitado de seus recursos humanos, quecultiva a hannonia do grupo, que estabelece expectativas apropriadas, que tolera as
diferenças e que reconhece as habilidades e esforços de cada indivíduo.
(ALENCAR,
1996, p.92) ~
--
Rosenfeld
e Servo (apudWECHSLER,
1998)recomendam
que
asempresas
ou
instituições
reconheçam
os estilos ne potencialidades de seusempregados
afim
de que' todospossam
participardo
processo de criação e transformação das idéias,em
seusdeterminados
momentos.
iEm
algumas empresas
a valorizaçãoda
criatividade está diretamente ligada aomodelo
de
gestão e à cultura
da
empresa. Baseado. nisto, Alencar (1996, p.92)propõe
a configuraçãocaracteristica
do
perfil deuma
organização criativa:a) capacidade de' adaptação
em
um
mundo-
em
rápidamudança
marcado
pela incerteza,. 13
‹b) respeito,
no
ambiente de trabalho, à dignidade e valor dos indivíduos;c) intensa atividade de treinamento e aperfeiçoamento de seus quadros; d) administração orientada para o futuro; .
e) tolerância e aceitação das diferenças e diversidade entre seus amigos;
. Í) incorporação criativa de
novos
procedimentos, políticas e experiências; ~g) valorização das idéias inovadoras; V
h)
autonomia
e flexibilidade presentesna
estrutura organizacional._ ~
De
acordocom
Amabile
(1999),uma
idéia, para ser criativa,também
deve
ser adequada,ou
seja, útil e praticável.Deve=influenciar.a.'maneira
como
os. negóciossão
realizados.Complementando
as característicasacima
citadas, a autora estabelece algunscomponentes
facilitadores geralmente próprios dos colaboradores criativos, são eles: '
a) expertise:
conhecimento
teórico, intelectual e a respeito dos procedimentos;b) raciocínio criativo: determina a flexibilidade e a
imaginação
das pessoasna
abordagem
. dos problemas.
_
.
c)
motivação
intrínseca: paixão por_solucionar problemas.-
O
primeirocomponente,
a expertise,conforme
a autora, diz respeito a tudoo que
uma
pessoa sabe e
pode
fazerem
seu trabalho.Assim
como
o segundo,o
raciocínio criativo, 0 primeirotambém
está relacionado à“maneira
de abordar osproblemas
e à capacidade de juntar idéias existentesem
novas
combinações”. ParaAmabile
(1999, p. lll) esses fatores são os “recursos naturais” das pessoas.O
terceirocomponente da
criatividade, a motivação, e'o que
determina o
que
as pessoas irão fazer, poissem
elanão
há
açãono que
se intenciona realizar.f
Na
verdade,no que
se refere à motivação, existem dois tipos diferentes de incentivos relacionadas ea ela, amotivação
extrínseca e a intrínseca.A
primeira é exterior à pessoa, parailustrar melhor, pode-se dizer
que
ela estámais
vinculada ao lado materialdo
incentivo, porexemplo,
o dinheiro. Todavia,não
sepode
dizerque
ele sejanegativoà produção
criativa,no
entanto,
na
maioria das situaçõesnão
ajuda. VA
motivação
intrínseca é o contrárioda
anterior, pois está 'estreitamente relacionada à paixão e ao interesse, demodo
que,conforme Amabile
(1999, p.l12)“quando
as pessoas estão intrinsecamente motivadas,envolvem-se
no
trabalho pelo desafio e pelo prazerem
si”.A
autora, junto a seus alunos e colegas elaborou oque
chamou
de Princípioda Motivação
Intrínseca
na
Criatividade: “as pessoas serãomais
criativasquando
se sentiremmotivadas
primordialmente pelo interesse, pela satisfação e pelo
desafio do
trabalhoem
si, enão
por. .
.14
Se
a organização é voltada para acompetência do
talentohumano,
privilegia o trabalhoem
equipe 'e incentiva a criatividade deve,segundo Wechsler
(1998), preocupar-semais
com
aseleção de seus empregados. Através
da
utilização demétodos cada vez
menos
convencionais, calcadosna
capacidadeque
estespossuem
para inovarmais
do que
nas suas experiências educacionais,não
esquecendo, é claro, de incentivar seus atuais colaboradores a encontrarnovas
idéias, até
mesmo
atravésdo
investimentoem
treinamento para odesenvolvimento da
criatividadepessoal. .
.
›
Em
consonânciacom
a autora, Parolin eAntunes
(2000)
entendem
que
para as organizaçõesque pretendem permanecer
competitivas será necessário, invariavelmente, investirem
pessoas criativas.O
estabelecimentoda
cultura da-criatividade implicana
revisãoda
estruturada
empresa, tanto dos aspectos fisicos e funcionaiscomo
conceituais sobre os estilos de gestão eformas de
relacionamento. _.
«
'
,
Conforme
Stoner (1985, p. 286)afirma,
“para incentivar e administrar a criatividade, os administradorestêm que compreender o
processo de criação, saber escolher gentecom
capacidade criadora, saber estimular ocomportamento
criativo e criarum
clima organizacionalque
promova
acriativídade”. _
S
Apesar
das evidências, muitasempresas continuam não
acreditandona
importânciade
incentivar a equipe.
São
organizações centralizadoras e autocráticas que, justamente por isso,costumam
afastar os profissionaismais
criativos,mesmo
que
estespromovam
resultadospositivos,
o
profissional criativonem
sempre
ébem
vindo, jáque
costuma
incomodar.São
pessoas diferentes,
costumam
destacar-se dosdemais
epor
issonem
sempre
são vistascom
bons
olhos.
De
acordocom
a inferência de Schneider (1999), 'a heterogeneidade
numa
organização geralmente é reduzida pela seleção de pessoal, autoseleção de indivíduos para a organização, pressão grupale socialização. Aqueles que
destoam dificilmente serão promovidos e geralmente mantidos na periferia do poder
'
organizacional. Somado a isto, a maior parte do esforço organizacional para fazer o
sistema mais produtivo e eficiente, empurra para fora os que têm comportamento
desviante.
Em
oposição às organizações burocráticas enormalmente
com
perfilhomogêneo
decolaboradores é a caracterização destas, vistas
como
criativas.Nas
*quais a estrutura é descentralizada e asnovas
idéiaspodem
virda
base parao
topo,além
disso, a abertura para a manifestação das idéias dos colaboradores e a liberdade para a atuaçãono ambiente
de trabalho, fazcom
que
as pessoastenham
a possibilidade de expressar seu potencialmais
humano
e, aomesmo
tempo, encontrar prazer e realizaçãona
expressãodo que
é própriodo
homem
-
acriatividade.
(MÔNACO,
2001) Neste tipo de organização, apromoção
ao indivíduo édada
segundo
sua atuação criadora.Com
isso, os inquietos por natureza,não
pensam
duas vezes antes de trocar aempresa
defasada por outraonde
hajamais
abertura para desenvolver seu talento.15
2.1.2 Fatores
que
facilitam/motivam
e/ouinibem a manifestação
da
criatividadeA
criatividade, por seruma
qualidadecomum
a todos étambém
um
elemento
passívelde
ser desenvolvido constantemente, todavia exige certas condições ambientais, sociais e culturais,
ou
mesmo
própriasdo
indivíduo para tal. (FARlA;.ALENCAR,
1996) VDevido
às incertezas e pressõesdo ambiente
externo às organizações, a visãode
futurotem
que
ser revista.As
organizações precisam criarmeios
que, de fato, habilitem as pessoas epermitam
a expressão de seu potencial criativo. Portanto, paraque
ocorra a expressão e desenvolvimentoda
criatividade nas organizações, torna-se necessária a criaçãode
condiçõesque
favorecem
um
ambiente
de trabalho criativo.Logo,
a criatividade é resultado de condições sócio- organizacionaisque
aempresa pode
proporcionar aos seusmembros,
e de predisposiçõesunicamente
individuais.(RODRlGUES;
SILVA, 1998)
De
acordocom
um
estudo realizado por Faria eAlencar
(1996) a respeito dos estímulos ebarreiras à criatividade
no
ambiente de trabalho, foiobservado
pelas autoras, a partir da análisede
resultados de pesquisas anteriores,
que
os resultados dos estudoseram
semelhantes.Neste
sentido Terra (2000) avaliaque
todos os estudos nestecampo
de pesquisachegamàs
mesmas
conclusões erecomendam
amesma
fórmula para oaumento da
criatividade dos indivíduos.As
respostas obtidasna
pesquisa de Faria eAlencar
(1996)foram
divididasem
doze
categorias referentes aos fatores motivadores à criatividade, e
em
treze' categorias vistascomo
inibidoras. '
\
Os
fatores motivadores,bem como
suas particularidades, são:a) desafios: tarefas
ou
missões desafiantesque
estimulam
a expressãodo
potencialcriador
-
dar importância ao trabalho realizado;b) liberdade e autonomia: liberdade para decidir
como
fazer seu trabalho e para agir deforma
diferente de seus colegas e chefe-
senso de responsabilidade sobreo
próprio trabalho; 'q
' '
c) participação: valorização
da
iniciativa,maior poder
de decisãona
áreade
atuação, participação nos processos detomada
de decisão ena
solução deproblemas da
organização
como
formas de estímulo à expressãodo
potencial criador dosempregados;
çt
-‹
d) recursos tecnológicos e materiais:
máquinas,
equipamentos, recursos financeiros e materiais diversosque
facilitemo
processo deprodução
eimplementação de novas
idéias;`
16
suporte
da
chefia: postura de receptividade, flexibilidade, aceitação, estímulo anovas
idéias, respeito às opiniões divergentes dos
empregados;
suporte
do grupo de
trabalho: aceitação dos colegas, relacionamento interpessoal favorável e estimulante anovas
idéias, reuniõescom
trocas de experiências, diálogo e confiança entre as pessoas, espaço para descontração e alegria; ._
'
suporte organizacional: estímulo à criatividade,
reconhecimento
do
trabalho criativo,mecanismos
para odesenvolvimento
de
novas
idéias, planejamento e definiçãode
metas
de trabalho, cultura voltada para a inovação; .treinamento: capacitação e treinamento
dos
empregados
visando aodesenvolvimento
de seupotencial. criador e à
busca
-denovas
soluções para os problemas, capacitando-os para a abertura a inovações. .
_ 4
Os
fatores inibidores,bem
como
suas particularidades, são:características
da
chefia: chefesque não
ouvem
os funcionários,não
valorizam suasidéias e produções,
não
aceitam .idéias novas,não estimulam
a criatividade dosempregados,
mantém
distância entre eles e seus subordinados,não
estabelecemmetas
a
serem
seguidas; -características
da
tarefa: tarefas repetitivas,sem
desafios, excessivamente rotineiras;cultura organizacional: não-aceitação
de
idéias novas, não-enfrentamentode
riscos, oque
ocasionamedo
de errar e reforça omedo
da mudança,
não-valorização de idéiascriativas, rigidez e
acomodação;
tfalta de liberdade e autonomia:
não há
liberdade para agir,tomar
decisões, questionaras ordens dadas, por
em
prática idéias novas;'
V
V
'
falta de recursos tecnológicos e materiais: ausência
ou
carência de recursos materiaise/ou equipamentos, dificultando a
execução do
trabalho e a colocaçãoem
práticade
novas
idéias; ~ . .falta de treinamento": ausência
ou
insuficiência de treinamento e cursosvoltadospara
o desenvolvimento de habilidades necessárias ao
“desempenho
pleno das funções exercidasna empresa
e à expressãodo
potencial criador; .influências político-administrativas:
mudanças
político-administrativas constantes, ocasionando alteraçõesno
trabalho e redirecionamento de objetivos emetas da
empresa, ingerências políticas desestimulando aprodução
criativa;r
ç
17
h) relações interpessoais: ausência de diálogo, inexistência
ou poucas
atividadesem
grupo, falta deconfiança
entre as pessoas, não-aceitação denovas
idéias por parte dos colegas, conflitos; .- V
'
i)
volume
de
serviços: excesso de atividades,número
insuficiente de funcionários,intensa pressão
do
tempo. »V
Além
dos fatores motivadores e inibidores à criatividade expostos anteriormente, existem outros quatroque conferem
uso às duascategorias concomitantemente:Ambiente
fisico:A í
~
a) motivador: espaço fisico para as pessoas e para
o
material de trabalho, iluminação, móveis, silêncioetemperatura
adequada;b) inibidor: .ausência de local para guardar
o
material de trabalho, instalaçãopequena
parao
número
de empregados,
presença de ruídos, calor,pouca
iluminação, entre outros;Comunicação:
«a) motivadora: existência de canais de
comunicação que
possibilitem a democratização das informações, informações intemas claras, objetivas e disponíveis, intercâmbiocom
outras organizações; çV
b) inibidora: dificuldade de acesso às informações, ausência
ou
poucos
canaisde
comunicação que
possibilitem a sua democratização na' empresa;Estrutura organizacional: -
_
.
a) motivadora: redução
do
número
de níveis hierárquicos,normas
flexíveis,menos
burocracia, descentralizaçãodo
poder; _›
í i '
b) inibidora: rígida, burocrática, autoritária, sistema
de
punição severo, ênfasena
padronização de _
comportamentos,
excesso de hierarquias, centralizada, falta dediretrizes claras;
Salário e benefícios: -
'
_
'
a) motivadores:
remuneração
adequada, política de benefícios, sistema derecompensas
como
formas
de estímulo a idéias inovadoras; . ''
_
b) inibidores: sistema de retribuição desest-imulante, baixos salários, política de
recompensas
ao trabalho criativo inexistenteou
inadequada. VPara
que
uma
organização sobrevivacom
um
mínimo
de deficiências, e proporcione a satisfação eo
bem-estar de seus colaboradores, existe a necessidade de se tentar desenvolverV 18
pessoas, ao
mesmo
tempo
em
que há que
seminimizar
aatuaçãodos
fatores inibidores, -sepossível
tomando-os
nulos. ,-
2.2
O
SIGNIFICADO
DE
TRABALHO
EM
EQUIPE
A
reestruturação dosmodos
produtivos e a introdução denovas
tecnologiastrouxeram
algumas
mudanças
no que
diz respeito aomundo
do
trabalho.Em
vista disso,surgem
então,novas formas
de organização, de gestãodo
trabalho e de exigências paracom
o trabalhador.A ` ' '
(MONACO,
2001)
__ 4 ' . tPara Parker (apud
MUNCK,
1999) o individualismo é “coisado
passado” eo
trabalhoem
equipe éque
estáem
evidência.A
consolidação de equipes de trabalho 'toma-se necessáriaporque
o
trabalhomudou
quantitativa e qualitativamente,a
essência é outra. Ele jánão
émais
realizadoda forma
como
erahá
algumas
décadas.E
também
jánão
se encontramais
no,mesmo
lugarem
que sempre
foi visto.4 `
1
Especialização é passado, hoje
o
que
setem
é aadoção
deum
estilo de visão generalista.As
organizações hierárquicas setomaram
obsoletas, vindo aserem
substituídas por organizaçõesem
rede, adaptativas, informacionais e horizontais,compostas
por profissionais aptos aagirem
com
flexibilidade e rapidez, demaneira
a adaptarem-se às rápidasmudanças
do
atualmundo
dos negócios. ' V 1 - ' 'Neste
contexto,surgem
os grupos, times,configurações
colaborativasou
equipes de trabalho,como
uma
dasnovas
fom1as de organização e gestãodo
trabalho, visando principalmente amaior
flexibilidade das organizações, através deuma
administração descentralizada epreocupada
em
“prepararuma
mão-de-obra
para assumirnovas
responsabilidades e desafios”.
(NEVES
apud
MONACO,
2001, p. 43)A
organização do trabalhoem
pequenos grupos com apoio mútuo e para odesenvolvimento contínuo é
um
componente de alta alavancagem de mudançaorganizacional. Assim, é particularmente importante para a organização não depender
de pessoas externas e passar a depender das idéias de suas próprias equipes.
À
medidaque isso se toma mais efetivo, na prática organizacional, cresce sua base de
conhecimento e isso se toma
uma
vantagem estratégica para toda a organização, pois aspessoas estão mais preparadas para lidar com situações dificeis e inesperadas. (SINGE
apud
MÓNACO,
2001, p. 55)'
De
acordocom
Stoner (1985)um
grupo
écomposto
por duasou mais
pessoas se relacionandoumas
com
as outras e se influenciandomutuamente
paracumpriruma
finalidadeCOITILIUI. V
'
Conforme
Ferreira (1999),o
significado para time seriaum
conjunto de individuos unidosnuma
ação
comum,
visando determinado fim.Ouseja,
assimcomo
as equipes, os times existem-
.
_
'
19 para atuar
de
forma
semelhante,na
maioria das vezes apenas se distinguindoum
do
outrodevido
ao
nome
dado
àquelaou
esta reuniao de
pessoas.~ . .Conforme
a terminologia configuração colaborativa,dada por
Galbraith eLawler
(1995) a esse tipode
trabalho,pode-se
traduzi-lacomo
aforma
a qualum
grupo
trabalhade maneira
cooperada,
ou
seja,em
conjunto. - YUma
equipe de trabalho, paraRobbins
(2000), éum
grupo
que
gera sinergia positivamediante
os esforços coordenados, diferentes dos gruposde
trabalho, nosquaisos
membros
interagemiapenas
para compartilharinformações
etomar
decisões, visandoa
reciprocidadeno
desempenho
das suasdeterminadas
áreasde
atuaçao. Todavia,. nas equipes de trabalho, osesforços individuais resultam
em
um
nívelde
desempenho
que
émaior
do
que
a 'soma dessas contribuições individuais. *.
Para Margerison
eMcCann
(1996, p.23)uma
das “característica-chave deuma
equipe éque
osmembros têm`um
propósitoem
comum
edependem
um
dos
outros parao
desempenho
aefiniúw”.
'_ -
` '
Grupos de Trabalho Equipes de Trabalho
~
~*Ê
\ Y
'
/
_ z Meta
Companilham informaçoes Desempenho-coletivo
V
Neutra (as vezes negativa) _ Positiva . _ _ _ Responsabilidade - _ _ , V individual ' V Individual e mutua r Habilidades l '
Casuais e variadas. Complementares
Figura
1:Comparação
entregrupos e
equipesde
trabalho Fonte:Robbins, 2000,
p. 260. V -Hoje, as pessoas
ingressam
numa
organização para agregar valor constantementebem
como
para inventaralgum
tipode
trabalho e,de
preferênciaque
seja corrente e compatívelcom
i
z
20
organizações
sempre
precisarão de indivíduos de determinado grupo para agir e construir algoque
tenha sentido, deste
modo,
é admirávelcomo
todos estão' ligados uns aos outros.Robbins
(2000) ainda acrescentaque
o uso generalizado de equipes criao
potencial parauma
organização gerarprodução maior
sem
nenhum
acréscimo nos insumos.No
entanto,não
existe
nenhuma
mágica
alocada à criação de equipesque
assegure o alcance dessa sinergiapositiva, pois apenas
chamar
um
grupo
de equipenão
aumenta automaticamente
o seudesempenho.
Porém,
seuma
organização esperamelhores
resultadosno
se'udesempenho
a partirdo
uso de equipes, grupos, times e/ouconfigurações
colaborativas, precisa se certificarde
que
elastenham
caracteristicascomuns
a outras de sucesso. '2.2.1
As
equipes nas
organizações: diferentes configurações'
As
equipes nas organizações apresentam diferentes configuraçõesconfom1e
aabordagem
dos autores `e a nomenclatura utilizada,podem
ser de tipos diferentes, assimcomo
ter caráterpermanente ou
temporário,dependendo
dos tipos de projetos os quais a organização pretendaou
já esteja
empreendendo.
_ ç'
g
Conforme Montana
e Charlov (1998, p. 261), nas organizações,em
geral,configuram
osseguintes tipos
de
grupos: * 'a) grupos formais:
tem
a aprovaçãoda
organização, possuipoder
legítimo dentro dela e geralmente éformado
para realizaralguma
tarefaou
função designada.A
meta
e a realização eficiente e eficaz de tarefas.A
estegrupo deve
serdado poder
e recursossuficientes para
que
possa realizar a tarefa a ele designada.O
líder destegrupo
éo
individuo
com
a classificaçãomais
alta dentrodo organograma
(estrutura formal).A
comunicação
fluido
superior para o subordinado demaneira
protocolar.A
disciplina ecoesão
do
grupo são mantidas pelo uso de sistemas derecompensas
e punições.A
organização formal é
composta por
muitos grupos formais ou,em
alguns casos, grupos informaismenores
coexistindo; 'V
b) grupos informais:
surgem
em
funçãoda
proximidade, da personalidade 'e dasnecessidades dos indivíduos.
Os
funcionáriosescolhem
se reunirporque
trabalham juntosno
mesmo
local, porquecompartilham
interesses similares forado
trabalhoou
porque têm
a necessidadeou
o desejo de trabalharcom
amigos. Esses gruposnão
são planejadosnem
confirmados pela empresa,surgem
deforma
espontânea.O
propósito desses grupos é oferecer satisfação e identidade a seusmembros.
O
lídernão
é21
designado,
emerge
graças aalguma
característica pessoal relacionada à naturezado
grupo, o
poder
e aposição
em
um
grupo
informalpodem
sercompletamente
independentes
do
cargonuma
organização formal.A
comunicação provavelmente
será transmitida informalmente, pormeio
derumores ou
boatos.Não
deve
havernenhum
sistema de punição erecompensas
como
forma
de controledo
grupo.A
disciplina e a coesão são mantidas por sanções/aprovaçõesdo grupo
e por pressões dosgrupos de
amigos.
Freqüentemente
essas forças sociais são tão reais e potentes quanto asde
qualquer sistema de
recompensas
e de punições deuma
organização formal.-
.
Quanto
às equipes de trabalho,Montana
e Charlov.. (l99i8)'expõem
'a. .seguinteclassificação,
conforme
seus objetivos:à)
b)
equipes
desolução
de problemas: constituídas por 5-12 funcionáriosde
um
mesmo
setor,
que
sereúnem
durantealgumas
horas semanais, para discutirmaneiras
de
melhorar
a qualidade, a eficiência e o ambiente de trabalho.Os
integrantestrocam
idéias
ou
apresentam sugestões sobrecomo
os processos emétodos
de trabalhopodem
ser_ melhorados. Essas equipes raramente são dotadas de autoridade para
implementar
de
modo
unilateral as ações por elas sugeridas;equipes de trabalho auto' geridas: de 10-15 pessoas
que
assumem
as responsabilidades de seus ex-supervisores.As
responsabilidades incluem, controle coletivo sobre o ritmo de trabalho, determinação de distribuiçãode
tarefas, organização daspausas
no
trabalho,
decisão
coletiva sobreprocedimentos
de inspeção.Genuinamente
autônomas,
podem
resolverproblemas
eimplementar
soluções .eassumir
responsabilidadeltotal pelos resultados.
Escolhem
seus própriosmembros.
Os
cargos de supervisãotêm
importância reduzida,podem
até ser eliminados;c)- equipes interfuncionais: são
compostas
por funcionárioscom
quase o,mesmo
nívelhierárquico,
mas
de diferentes áreas de trabalho,que
sejuntam
para realizaruma
tarefa.
Podem
incluirmembros
de outras organizações. Constituium
meio
eficaz de
permitir
que
pessoas de diversas áreasou
organizaçõestroquem
informações, desenvolvam'novas
idéias, solucionemproblemas
ecoordenem
projetoscomplexos.
A
Galbraith e
Lawler
(1995), classificamem
quatro os tipos de equipesou
configurações colaborativasque
as organizações utilizam:-
22
a) o primeiro é a estrutura colaborativaem
rede,baseada
nas interações e relacionamentosentre colaboradores interdependentes
ou
equipes de colaboradoresque
cooperam
para a obtenção deum
propósito explícito, seguindocomo
exemplo
as organizações - informais e de duração temporária;H
b) -o
segundo
é a estrutura paralela - temporária ecomplementar
à estrutura formal -que
`
atua separadamente das atividades regulares de trabalho, através
de
equipes responsáveis pelarecomendação
de melhoriasda
qualidadena
área' dedesempenho
epela solução de problemas; '
c) o terceiro tipo é a equipe de projeto e desenvolvimento, responsável
por
completar osprojetos
que preenchem
os requisitos dos usuáriosnum
períodode
tempo
definido,mas
normalmente
prolongado isto porque, apesardo
caráter temporário,tendem
auma
vida longa;'
d) o último tipo é a equipe de trabalho
-
integrada à estrutura formal,de
caráterf
permanente
-
responsável pela fabricação deum
produtoou
pela prestaçãode
um
serviço.
'
2.2.1.1
Equipes
autogeridasO
conceito tradicional de equipesem
que
a figura típicado
chefevem
sendo substituída poruma
nova
configuração,que
se utilizada
capacidadeintema da
equipe de se autogerir. Estatem
sido vistacada
vezmais
em
uso nas organizações, devido ao fato de que,conforme
Manz
eSims
(1996), o atualambiente
competitivo exige intensa melhoriana
produtividade,na
qualidade etambém
no
tempo
de resposta,ou
seja, tudo aquiloque
as equipespodem
proporcionar, e os chefes não.Além
de seruma
tentativa de se utilizarmais amplamente
os recursoshumanos
da
organização
em
todos os níveis. ,'
Para os
mesmos
autores (1996, p. 16),isso não significa que as empresas não precisem mais de gerentes ou líderes.
Na
verdade,a liderança é
um
dos principais ingredientes para o funcionamento das equipes.Mas
sãoos líderes, e não os chefes, que pemiitem a autogerência das equipes e a obtenção da
qualidade e produtividade necessárias atualmente.
O
termo
autogeridapode
ser representado por diversasdenominações,
taiscomo,
“equipes autogerenciadas, grupos de trabalho
autônomos
esemi-autônomos,
equipes fortalecidas.
23
às equipes, pois provê a elas a capacidade de atingir de
maneira
mais
eficaz seus objetivos,uma
vez
que
também
significa algocomo
independência.Dentre as diferenças entre equipes e equipes autogeridas está
denominação que
sedá
ao “guia”da
mesma.
Ou
seja, naquelastem-se
o gerentecomo
o
responsável por nortear e dar impulso àexecução
das tarefas pelosmembros,
porém, no segundo
tipo de configuraçãonão há
uma
simbologia tão grande para omesmo
cargo, pois ele é exercido poruma
pessoaque
irádesempenhar
a liderança demaneira
menos
evidente.Mas
se necessário for, irá exercero
seu papelcom
amesma
representatividadedo
chefe tradicional.Isso
fica mais evidenteconforme
aacepção
deManz
eSims
(1996, p.23),que
coloca que,A
› nenhuma equipe é bem sucedida sem liderança..Algumas posições
de_ liderança nas
equipes são eleitas, outras são indicadas. Freqüentemente, elas recebem novas
_ denominações como, coordenador, facilitador, técnico, e até líder de equipes.
Outra diferença seria aquela
que
identifica, nas equipes autogeridas, odesenvolvimento
da
capacidade de autogerência/auto]iderança. Isto é visível
porque
nestas os líderes eficazesestimulam
suas equipes a definir suas própriasmetas
e resolver seuspróprios problemas. Nota-se então que, a iniciativa, anoção
de responsabilidade, a criatividade e a capacidadede
resolução deproblemas
são altamente' incentivadas, aomesmo
tempo
em
que
'delegam aosmembros
alto grau deautonomia
e controle sobre seudesempenho, tomando-se
as principais característicasidamesma.
(MANZ;
SIMS,
1996) '~ -
John
Miner
(apudMANZ;
SIMS,
1996, p.37) conceituoude maneira
bastante" clara, apartir
da
análise dedados
científicos, a diferença presente entre odesempenho
de variadasequipes. .
Freqüentemente, os resultados são positivos.
É
dificil prever se os resultados serãoum
`
aumento da produção, a melhoria da qualidade, a redução do absenteísmo, a diminuição
da rotatividade, a diminuição de acidentes, o aumento da satisfação com o trabalho ou
outros, mas a introdução de grupos de trabalho autônomos geralmente está associada a
melhorias.
É
difícil compreender por queum
determinado resultado, comoum
aumentoda produtividade, ocorre
em
um
estudo e nãoem
outro, e por que,em
algumas ocasiões,~ não ocorrem
melhorias. Além disso, a verdadeira causa das mudanças, quando elas
ocorrem, é desconhecida.
A
abordagem exige tantas mudanças deuma
só vez que equase impossivel julgar o valor das variáveis isoladas. Maiores salários, seleção de
situações «de trabalho pela' própria equipe, multiplicidade de habilidades
-
'
e o
enriquecimento de cargos resultante
-
e diminuição do contato com a autoridade ocorremquase invariavelmente nos grupos de trabalho autônomos.
O
autor elucidaque
não
.sepode
estabelecerum
critério únicoque
identifiquecomo
uma
equipe irá se configurar enem
mesmo
como
ela irá proceder,bem
como
quais serão seus possíveis êxitosou
fracassos.Todavia há
um
consenso de que, atualmente, a implantaçãode
equipes autogeridas nas organizações
tem
semostrado
de inestimável eficácia, tantoao
nivelde
satisfação dos funcionários
como
de incremento nos resultados organizacionais.V
24
2.2.2
O
líderO
sucesso deuma
equipepode
ser garantido atravésdo desenvolvimento
de relações interpessoais efetivas,onde
o saber ouvir,o
saber tratar conflítos intemos, e o negociar e influenciar são constantemente controlados e avaliados.Por
tanto, o lídertem
papel fundamental, pois a ele édada
a importante missão de construirum
ambiente
de trabalho motivador, assegurarum
bom
programa
de liderança,nomear
pessoaladequado
e proverum
ambiente
técnico e organizacional estávelonde
osmembros
do
timesejam
-profissionais satisfeitos, estejamenvolvidose
tenham
confiança mútua.(CUNHA,
1990) _ ._ __
~
~
A
liderança éuma
habilidadeque pode
ser ensinadae, conseqüentemente, aprendida.
Bennis
eNanus
(apudBATEMAN;
SNELL,
p. 35, 1998)descrevem que
a “liderança parece seraconvocação
de habilidades possuidas poruma
maioria,mas
utilizadaspor
uma
minoria. É,porém,
algo
que pode
ser aprendido por qualquer pessoa, ensinado a todos,não devendo
sernegado
aninguém”.
'.
Ao
constituíremuma
equipe de trabalho, as pessoas se destacam pelas diferençasindividuais. Para que as pessoas possam trabalhar satisfatoriamente
em
equipe elasprecisam de liderança.
A
liderança constituiuma
necessidade típica do trabalhoem
equipe. Para fazer a equipe funcionar e produzir resultados, o gerente precisa
desempenhar muitas funções ativadoras. Dentre estas funções, sobressai a liderança.
O
gerente deve saber como conduzir as pessoas, isto é,
como
liderar as pessoas eadministrar as diferenças entre elas.
A
liderança é necessáriaem todas as atividades eem
todos os tipos de organização humana, principalmente nas empresas.
(CHIAVENATO,
1994, p.l36) _
`
O
líder,confonne
Chiavenato (1989) aponta,provavelmente
seráuma
pessoado grupo
que
possa darmaior
assistência e orientação aomesmo,
demaneira que
escolhaou
ajude ogrupo
a escolher as
melhores
soluções para os seus problemas,em
vistado
alcance deum
estadosatisfatório.
'
Todavia, o autor 'salienta
que
o líderpoderá
vir a existir deforma
espontânea, atravésde
eleição
ou
por indicação.Mas
indiferente de qual foi sua origem, ele deverá ser detentorde
algumas
habilidades, taiscomo
as citadas porMascarenhas.
(2000, p. 67)-
~
Nas organizaçoes, o lider ideal é aquele que consegue escolher, treinar e desenvolver
continuamente pessoas que pertencem à sua equipe de trabalho, ou seja, é o detentor dos meios que são necessários para a satisfação de necessidades que deverão incluir as da
organização e as do indivíduo (...).
V
Para
Bateman
e Snell (1998, p.28) liderar é,estimular as pessoas a serem grandes executores.
É
dirigir, motivar e comunicar-secom
os funcionários, individualmente e
em
grupos. Liderar envolve o contato diário epróximoncom as pessoas, ajudando a guiá-las e a inspirá-las
em
direção ao atingimentodos objetivos da equipe e organizacionais. Liderar ocorre
em
equipes, setors, divisões ej
25
Embora
hajauma
conformidade
entre os conceitos de liderança dos autores supracitadosno que
se refere ao tratamento dispensado aoscomponentes da
equipe, as pessoas são diferentes, etêm que
ser tratadas deforma
diferente, o própriogrupo
também,
dependendo da
fase de maturidadeem
que
se encontra.A
atuaçãodo
lídertem
que
se basearno
estágio do grupo,na
natureza
da
tarefa,no
ambiente, e nas suas próprias habilidades.Cada
caso éum
caso, eao
longodo
tempo
o lídervaiacumulando
experiências ao lidarcom
as situações, epercebendo que
uma
solução
nunca
vai ser amesma
para casos distintos. ` 'Para
que
essas questões sejam superadas, o liderdeve
reconhecer as barreiras, 'definirclaramente os objetivos
do
projeto, assegurar ocomprometimento
da
alta gerência, gerenciareliderar, criar envolvimento, assegurar staff adequado, definir a estrutura
do
time,promovero
crescimento
do
time atravésdo desenvolvimentoe
comprometimento
contínuo, asseguraro
suportes
da
alta gerência, reconhecer potenciaisproblemas
e conflitos antesque apareçam
emostrar seu
'empenho
V
pessoal, caracterizado pelas suas aptidões e desenvoltura.
Além
de tudo,tem que
serum
"arquiteto social"(CUNHA,
1990)que
entenda a organização e suacultura,
o
sistema de valores, oambiente
e a tecnologia.-~
O
poder
dos líderestambém
éum
fatorque
influencia as pessoas, de acordocom
issopode-se,
segundo`Lacombe
eHeilbom
(2003), defini-lode
duas maneiras:a)
como
sendo a capacidade de controlar indivíduos, eventosou
recursos, resultandono
QUC
3. PCSSO3. quer;`
b)
como
a capacidade para influenciar decisões, pessoas eo
uso de recursos.'
Para os
mesmos
autores, dentro destas duas definições seenquadram
três tipos diferentes de poder, são eles:_
a) poder legítimo: é o resultante da posição
ocupada
pela pessoana
organização; ›b)
poder
referente: resultadoda
afeição e respeitoque
os colaboradorestêm
pelo líder,pois permite
que
este influencie osmesmos;
c)