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Adaptação transcultural da multidimensional scale of perceived social support (mspss) para o português (Brasil)

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Academic year: 2021

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Programa de Pós-Graduação em Psicologia

ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DA MULTIDIMENSIONAL SCALE OF

PERCEIVED SOCIAL SUPPORT (MSPSS) PARA O PORTUGUÊS (BRASIL)

Welyton Paraíba da Silva Sousa

Natal (RN) 2019

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ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DA MULTIDIMENSIONAL SCALE OF

PERCEIVED SOCIAL SUPPORT (MSPSS) PARA O PORTUGUÊS (BRASIL)

Tese elaborada sob orientação da Profª. Dra. Eulália Maria Chaves Maia e coorientação do Prof. Dr.

Bernardino Fernández Calvo e apresentada ao Programa

de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Psicologia.

Natal (RN) 2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - CCHLA

Sousa, Welyton Paraíba da Silva.

Adaptação transcultural da multidimensional scale of perceived social support (mspss) para o português (Brasil) / Welyton

Paraíba da Silva Sousa. - Natal, 2019. 142f.: il. color.

Tese (doutorado) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2019.

Orientadora: Profa. Dra. Eulália Maria Chaves Maia.

1. Adaptação transcultural - Tese. 2. Apoio social - Tese. 3. MSPSS - Tese. I. Maia, Eulália Maria Chaves. II. Título.

RN/UF/BS-CCHLA CDU 316.6

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Programa de Pós-Graduação em Psicologia

A tese “Adaptação transcultural da Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS) para o português (Brasil)” elaborada por Welyton Paraíba da Silva Sousa, foi considerada aprovada por todos os membros da Banca Examinadora e aceita pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia, como requisito parcial à obtenção do título de DOUTOR EM PSICOLOGIA.

Natal, 28 de Junho de 2019.

BANCA EXAMINADORA

Eulália Maria Chaves Maia ______________________________________ Assinatura

Bernardino Fernánez Calvo ______________________________________ Assinatura

Gilson de Vasconcelos Torres ______________________________________ Assinatura

Leandro da Silva Sauer ______________________________________ Assinatura

Maria Andréia da Nóbrega Marques _______________________________________ Assinatura

Maria da Apresentação Barreto ______________________________________ Assinatura

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Louvai ao SENHOR, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre. (Salmo 136)

O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente pelas águas tranqüilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias. (Salmo 23)

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(In memorian) Sabe Mãe (Sérgio Reis)

Sabe mãe,

A gente põe o pé na estrada E pensa que cresceu E quantas vezes nessa estrada

A gente se perdeu Quanta saudade Já não da pra segurar

Bate no peito Uma vontade de voltar

Sabe mãe,

Não tenho visto muita coisa Boa por aqui (...) Preciso tanto dessa força

Que há no teu olhar Pois te confesso Não achei outro lugar

(...) Sabe mãe,

Dentro de mim tua presença Nunca se perdeu

Porque seu sangue corre sempre Onde corre o meu

São essas coisas Que não dá pra separar É importante a tua mão

A me guiar

e carinho

De almas sinceras a união sincera Nada há que impeça: amor não é amor Se quando encontra obstáculos se altera,

Ou se vacila ao mínimo temor. Amor é um marco eterno, dominante, Que encara a tempestade com bravura;

É astro que norteia a vela errante, Cujo valor se ignora, lá na altura. Amor não teme o tempo, muito embora

Seu alfange não poupe a mocidade; Amor não se transforma de hora em hora,

Antes se afirma para a eternidade. Se isso é falso, e que é falso alguém provou,

Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou. William Shakespeare

A Mamãe “Isabel Paraíba”, Pai Afonso e Mãe Sulina (In memorian) “Que o tempo, generoso, permita-me dar-vos quanto tenho e quanto posso, que quanto mais vos pago, mais vos

devo.” Luís Vaz de Camões

A meu sobrinho Marcos André e ao meu primo Antônio Igor Paraíba (In memorian) “Não sei por que você se foi tantas saudades eu senti (...) e aquele adeus não pude dar”

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Meu Muito OBRIGADO,

A DEUS pelas bênçãos e por me fazer estar nesse momento da vida compartilhando essa conquista junto a meu pai, esposa, irmãos, parentes e amigos.

Aos MEUS PAIS Isabel Paraíba e José Martinho por me dar as condições materiais, afetivas e ter me fornecido o principal que foi seus exemplos de luta, honestidade e fé. A minha mãe Isabel Paraíba pelo seu exemplo de dedicação e amor ao ensino e a educação de tantos alunos, mãe, você sempre será o meu maior exemplo nessa aventura que é compartilhar saberes.

A minha eterna e amada ESPOSA Maria Aurelina por compartilhar comigo seu exemplo de amor, companheirismo e dedicação, e sem a qual não teria chegado até aqui. Obrigado por ter me incentivado a cada dia e ter me emprestado o seu exemplo de bravura e coragem, afinal você é minha grande fonte de inspiração, para não dizer meu espelho. A minha ümber-woman a quem dedico os melhores frutos desse trabalho.

A MINHA ORIENTADORA Professora Dra. Eulália Maia por me ofertar essa oportunidade de realizar esse sonho pessoal e fazer parte do GEPS. Ofertando-me, assim, a oportunidade de crescimento profissional e humano. Além de me deixar compartilhar e aprender um pouquinho da sua larga experiência acadêmica. A você, Eulália, minha Eterna Gratidão.

Ao MEU COORIENTADOR Professor Dr. Bernardino Calvo por todo o apoio que me forneceu durante toda sua coorientação, como também por me prestar todo o suporte de conhecimento com maestria, além de me conceder todos os cuidados necessários enquanto ser humano e professor.

A MEUS PAIS Afonso Oliveira e Ursulina Batista, bem como a toda família Oliveira por ter ajudado a me criar e educar, pelo exemplo de vida que me passaram desde minha infância e pela sabedoria na superação de todas as dificuldades.

Ao MEU PAI José Martinho por me ensinar todos os dias como é ter resiliência. A Conceição Paraíba por ter me acolhido em sua casa na capital (Teresina-PI) e ter feito parte da minha história educacional e moral, e ainda por continuar cuidando de mim e da minha família.

Aos MEUS IRMÃOS Weidson, Joãozinho, Francisca (Chela), Wênio, bem como às minhas cunhadas.

Sem citar nomes para não correr o risco de cometer injustiça e, também, por serem muitas pessoas, agradeço a todos os meus tios e tias, primos e primas.

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Aos meus Amigões Luciano Alemonte, Anderson Wilemon, Marcos Antônio, Matheus Queiroz, Yves Dantas, Bené.

Aos profissionais que compõem o PPgPsi (UFRN) como Bruno Simonetti, Liziane e Jane. Assim como às coordenadoras Professoras Ilana e Izabel e a todos os meus professores da pós-graduação.

Aos colaboradores Elania Lira e Diogo David, que colaboraram voluntariamente com a coleta de dados dessa pesquisa, obrigado pelo esforço de vocês.

A Daniella Hackiel, Amara e Sarah Milanez pelo auxílio na configuração das planilhas e por todo apoio.

Ao apoio estatístico e auxílio com a linguagem de programação Phyton e R dados por Yves Dantas e Gabriel Queiroz. Foi um enorme prazer contar com a paciência de vocês e aprender um pouquinho sobre modelagem matemática.

Aos Agentes Comunitários de Saúde por tantas vezes terem me levado até a casa das gestantes.

Aos Docentes e Educadores: Isabel Paraíba, Maria Aurelina, Weidson, João Batista Vale Júnior e Denis Barros de Carvalho por terem me feito seguir a carreira da docência.

Aos colegas da minha turma de doutorado.

A Família Queiroz (Solange, Heron, Matheus e Gabriel) e todos os membros dos Major pelo Apoio Social que me ofertaram.

À TODOS os meus sobrinhos com muito carinho e amor.

A minha esposa por tantas vezes me fazer esquecer e descansar da fatídica fuligem da realidade.

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Resumo --- ix

Abstract --- x

Resumen --- xi

1. Introdução --- 12

1.1 Apoio Social --- 12

1.2 A Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS) --- 14

1.3 Apoio social e gravidez --- 17

2. Objetivos--- 20 2.1 Geral --- 20 2.2 Específicos --- 20 3. Método --- 21 3.1 Desenho do estudo --- 21 3.2 Participantes --- 24

3.3 Critérios de inclusão e de exclusão --- 25

3.4 Locais de coleta --- 26

3.5 Instrumentos --- 26

3.5.1 Questionário Estruturado --- 27

3.5.2 Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS) --- 27

3.5.3 Escala de Apoio Social (EAS) --- 28

3.5.4 Center of Epidemiologic Studies of Depression (CES-D) --- 29

3.6 Pré-teste --- 30

3.7 Aspectos éticos --- 32

3.8 Procedimentos de Coleta dos dados --- 33

3.9 Análise dos dados --- 34

3.9.1 Evidencias psicométricas de validade e confiabilidade --- 35

4. Resultados e Discussão --- 47

4.1 Características sociodemográficas e gestacionais --- 47

4.2 Equivalencia conceitual, de itens, semântica e operacional --- 54

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4.3.2 Validade convergente, divergente e de critério --- 87 4.3.3 Confiabilidade --- 94 a) Consistência interna --- 94 b) Estabilidade temporal --- 96 Considerações Finais --- 98 Referências --- 104 Apêndices --- 115

Apêndice A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Gestantes ≥18 anos) --- 116

Apêndice B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Gestantes 9-11 anos) --- 118

Apêndice C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Gestantes 12-14 anos) --- 120

Apêndice D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Gestantes 15-17 anos) ---- 122

Apêndice E – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Representante legal) --- 124

Apêndice F – Questionário Estruturado --- 126

Anexos --- 127

Anexo 1 - Escala original - MSPSS --- 128

Anexo 2 - Versão síntese da MSPSS --- 129

Anexo 3 - Versão síntese final da MSPSS --- 136

Anexo 4 - EAS --- 137

Anexo 5 - CES-D --- 138

Anexo 6 - Parecer Comitê de Ética --- 139

Anexo 7 - Orientações Comitê de Ética --- 140

Anexo 8 – Termo de Anuência --- 141

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Resumo

O apoio social é compreendido como um processo dinâmico e complexo que envolve transações entre os sujeitos e suas redes sociais, promovendo e completando os recursos individuais que possuem para enfrentarem novas exigências. Para aferição do apoio social, tem-se visto um crescente interesse no uso da Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS), que foi desenvolvida nos Estados Unidos. Esta escala já foi adaptada para vários países e apresentou propriedades psicométricas satisfatórias. Embasando-se em tais aspectos, esta pesquisa é uma adaptação transcultural descritiva e analítica que teve como objetivo avaliar a adaptação transcultural da MSPSS para o português brasileiro. Para isso foi utilizado o método de adaptação transcultural (ATC) para serem cumpridas as seguintes etapas de equivalências: conceitual, de itens, semântica, operacional e de mensuração. Como resultado das três primeiras etapas, foi confeccionada a versão síntese da MSPSS. Já como fruto das duas últimas equivalencias foram elaboradas a versão síntese final e a versão validada para o Brasil. Foram usadas além da MSPSS, a Escala de Apoio Social e a CES-D na equivalência de mensuração, com cujos dados coletados efetuaram-se Análise Fatorial Exploratória, Análise Fatorial Confirmatória e Exploratory Graph Analysis que resultaram em um modelo de 3 dimensões que foram outros significativos, amigos e família, semelhante ao original. A versão também apresentou validade convergente, divergente confirmada pelas correlações entre os fatores da MSPSS e os escores de apoio social (convergente) e sintomas depressivos (divergente). Já a validade de critério foi observada através da capacidade de diferenciar grupos de gestantes (primíparas/multíparas). O resultado dos valores de alfa de Cronbach foram excelentes tanto para a escala total (α=0,93) como para as dimensões outros significativos (α=0,93), amigos (α=0,91) e família (α=0,92). Os valores do teste-reteste indicaram estabilidade temporal dos escores da MSPSS. Conclui-se que a versão brasileira da MSPSS é uma escala de fácil manejo e compreensão, de forma que permaneceram os 12 itens. Os valores obtidos nas 5 etapas de equivalências, indicaram que essa escala tem características psicométricas de validade e confiabilidade consideradas satisfatórias, além de ser um instrumento adequado para ser utilizada em futuros estudos psicométricos.

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Abstract

The social support is understood as dynamic process and complex process that involves interactions between subjects and their social networks providing and complementing the individual resources they have to face new requirements. For the measurement of the social support has been observed and increasing interest in the using of the Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS), developed in United States. The scale has already been adapted for a several countries and showed and presented satisfactory psychometric characteristics. Based on these aspects, this research is an descriptive and analytical adaptation that has as aim to assess the MSPSS cross cultural adaptation into Brazilian Portuguese. For this purpose the cross cultural method of adaptation (ATC) was used, using the following equivalence stages: conceptual, of itens, semantic, operational and of measurement. As the result of the three first stages an overview version of the MSPSS was made. As result of the two last equivalences the final overview version and the validated version for Brazil was made. In addition to the MSPSS, the Social Support Scale and the CES-D in the measurement equivalence, with the collected data were Exploratory Factor Analysis, Confirmatory Factor Analysis and Exploratory Graph Analysis resulting in a model with three dimensions that were the following: significant other, friends and family, similarly to the original. This version also presented convergent validity, divergent confirmed by the correlations between the MSPSS factors and the social support scored(convergent) and depressive symptoms (divergent). The criterion validity was observed through the capacity of differentiating groups of pregnant women (first child/second child). The result of the Cronbach’s alpha values were excellent for both total scale (α=0.93) and to the significant other dimensions (α=0.93), friends (α=0.91) and family (α=0.92). The test-retest values indicated a temporal stability of the MSPSS scores. The conclusion is that the brazilian version of the MSPSS is a easy to handle and comprehension scale, in a way that the 12 items remained. The resultant values in the 5 equivalence stages, indicated that this scale has characteristics of validity and reliability considered satisfactory, as well is a suitable instrument to use in future psychometric researches.

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Resumen

El apoyo social se entiende como un proceso dinámico y complejo que implica transacciones entre los sujetos y sus redes sociales, promoviendo y completando los recursos individuales que poseen para enfrentar nuevas exigencias. Para la medición del apoyo social, se ha visto un creciente interés en el uso de la Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS), que se desarrolló en los Estados Unidos. Esta escala ya fue adaptada para varios países y presentó propiedades psicométricas satisfactorias. Basándose en estos aspectos, esta investigación es una adaptación descriptiva y analítica dirigido a evaluar la adaptación transcultural de MSPSS al portugués de Brazil. Para ello se utilizó el método de adaptación transcultural (ATC) para cumplir las siguientes etapas de equivalencias: conceptual, de ítems, semántica, operacional y de mensuración. Como resultado de las tres primeras etapas, fue confeccionada la versión síntesis de MSPSS. Ya como fruto de las dos últimas equivalencias fueron elaboradas la versión síntesis final y la versión validada para Brasil. Utilizóse además de la MSPSS, la Escala de Apoyo Social y la CES-D en la equivalencia de mensuración, con cuyos datos recolectados se efectuaron Análisis Factorial Exploratoria, Análisis Factorial Confirmatorio y Exploratory Graph Analysis que resultaron en un modelo de 3 dimensiones que fueron otros significativos, amigos y familiares, similar al original. La versión también presentó validez convergente, divergente confirmada por las correlaciones entre los factores de la MSPSS y los escores de apoyo social (convergente) y síntomas depresivos (divergente). La validez de criterio fue observada a través de la capacidad de diferenciar grupos de gestantes (primíparas/multíparas). El resultado de los valores de alfa de Cronbach fueron excelentes tanto para la escala total (α = 0.93) como para las dimensiones otras significativos (α = 0.93), amigos (α = 0.91) y familia (α = 0.92). Los valores del test-reteste indicaron estabilidad temporal de los escores de la MSPSS. Concluyese que la versión brasileña de la MSPSS es una escala de fácil manejo y comprensión, de forma que permanecieron los 12 ítems. Los valores obtenidos en las 5 etapas de equivalencias, indicaron que esa escala tiene características psicométricas de validez y confiabilidad consideradas satisfactorias, además de ser un instrumento adecuado para ser usado en futuros estudios psicométricos.

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1. Introdução

Os aspectos teóricos ligados ao tema do apoio social de uma forma geral foram apresentados obedecendo a seguinte ordem temática: algumas informações sobre o apoio social, sobre a Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS) e, por fim, sobre o apoio social e gravidez.

1.1 Apoio social

Aptidão para prestar e receber apoio, faz parte de uma estratégia evolutiva de gregarização biossocial (Dambi et al., 2018; Ho & Chan, 2017). Na literatura na área da saúde o apoio social é considerado como um fator de proteção biopsicossocial (Silva e Cerqueira, 2014). A partir de tais entendimentos são apresentados aspectos importantes relacionados ao apoio social para que se possa compreender a relevância desse construto, que nunca deixa de ser atual por ser essencial à existência humana.

Os desdobramentos históricos do conceito de apoio social podem ser considerados recentes, a partir dos estudos em sociologia, dentre os quais se destaca uma obra lançada, em 1897, por Émile Durkheim “O suicídio”. Nesse livro, Durkheim pôde demonstrar que níveis baixos de integração social entre os indivíduos poderiam resultar num aumento das taxas de suicídio. Mas somente a partir da década de 1960 houve um maior interesse da sociologia em investigar o enfraquecimento dos laços sociais gerados pelas consequências sociais do processo de industrialização, crescimento e modernização das grandes cidades e centros urbanos (Barrón, 1996).

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Conforme Barrón (1996) desde os finais dos anos 60 tem-se observado um aumento de investigações que buscam verificar a influência dos sistemas sociais na conduta humana e também nos processos de saúde-doença. Ainda segundo esta autora a influência do apoio social nos aspectos ligados à saúde geral do indivíduo e principalmente à saúde mental, tem sido bastante estudado.

Segundo Seidl e Tróccoli (2006), “o construto apoio social surgiu de forma proeminente na literatura em psicologia e em áreas correlatas a partir de meados dos anos 1970” (p.317). De forma que nessa década surgiram três trabalhos pioneiros no estudo do apoio social: os de John Cassel (1974/1976), Gerald Caplan (1974) e Sidney Cobb (1976). Esses trabalhos tiveram enorme importância para o entendimento e desenvolvimento dessa temática, visto que apontaram para a questão da importância das interações sociais sobre o bem-estar e a saúde dos indivíduos.

Tais estudos chamaram atenção para o fato de que a precariedade de apoio social poderia tornar as pessoas mais vulneráveis ou desprotegidas de danos à saúde física e psicológica. Nas décadas de 70 e 80, ainda surgiram diversos estudos que apontaram de maneira contundente para o aumento do risco da mortalidade entre os indivíduos socialmente isolados (Berkman & Syme, 1979; Blazer, 1982; House, Robbins, & Metzner, 1982; Kaplan et al., 1988).

O apoio social propicia ao indivíduo acreditar que é amado, cuidado, estimado e valorizado, bem como participa de uma rede de comunicação e obrigações recíprocas (Cobb, 1976), é um processo dinâmico e complexo que envolve transações entre indivíduos e as suas redes sociais, promovendo e completando os recursos pessoais que possuem para enfrentarem novas exigências (Gonçalves, Pawlowiski, Bandeira, & Piccinini, 2011). Segundo Moreira e Sarriera (2008) o conceito de apoio social se sustenta em quatro fatores: no número de

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pessoas com as quais o sujeito se relaciona, na estrutura e qualidade dessas relações, nas ações concretas executadas e na percepção que a pessoa mantém sobre todos esses aspectos.

Os estudos sobre apoio social se desdobraram por duas perspectivas que foram: aqueles que investigaram os aspectos estruturais (ênfase nos estudos das relações das pessoas com sua rede social) e funcionais (ênfase nas percepções dos sujeitos e nas múltiplas fontes relativas ao fenômeno do apoio social). E umas das escalas que podem ser citadas como dentre as que investiga tal fenômeno, está a Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS).

1.2 A Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS)

Há duas linhas teóricas dentro da temática do apoio social: a primeira linha é aquela que compreende o apoio social como sendo resultante de estruturas de apoio social (exemplo: estrutura material, emocional, afetiva, de informação entre outras) e tem-se como exemplo de escalas de aferição do apoio social que segue esta linha teórica a escala desenvolvida por Sherbourne e Steward (1991) e validada para o Brasil por Griep et al. (2005) e validada para a população de gestantes por Silva e Coutinho (2005).

E a segunda linha é aquela que compreende o apoio social como sendo resultante de fontes de apoio social (exemplo: fonte família, fonte amigos, fonte outras pessoas entre outras) e tem-se como exemplo de escalas de aferição do apoio social que segue esta linha teórica a Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS), que foi desenvolvida nos Estados Unidos por Zimet, Dahlem, Zimet, e Farley (1988).

E são nas perspectivas dessas duas linhas teóricas (percepções e fontes) que a escala de apoio social desenvolvida por Zimet et al. (1988) e validada, nesta pesquisa, para o Brasil está alicerçada, sendo também o ponto de vista de estudo.

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O apoio social pode exercer seu efeito positivo de diversas maneiras, por exemplo, contribuindo para níveis aumentados e generalizáveis de bem-estar, assim como, também, atenuando os efeitos negativos do estresse, ou seja, existe considerável evidência de que disponibilidade de apoio social pode ter impacto favorável na saúde das pessoas (Mota & Oliveira, 2017; Araújo et al, 2016; Sherbourne & Stewart, 1991).

Tem-se encontrado no apoio social um papel crítico no bem-estar físico e psicossocial dos indivíduos no ambiente de saúde e doença. O papel terapêutico do apoio social é amplamente conceituado como um “efeito tampão”, pelo qual pode proteger os indivíduos contra os efeitos deletérios do estresse, seja manipulando o próprio estressor, alterando o significado atribuído a ele ou melhorando a resposta afetiva que ele suscita (Wagas et al, 2018; Carmona, Couto, & Scorsolini-Comin, 2014). Esse construto tem recebido tamanha importância e atenção de instituições de saúde pública que, por exemplo na Espanha, o Ministério da Família e Assuntos Sociais da Comunidade de Madri, criou um centro dia de apoio social para pessoas com transtorno mental grave (Jiménez, Galdós, & Montero, 2017).

Embora tenha havido um aumento de estudos, no contexto brasileiro, sobre a temática do apoio social, existe alguns instrumentos de avaliação que venha aferir níveis de apoio social, sejam os criados ou adaptados para o país (Griep et al., 2005; Gonçalves et al., 2011). Desta maneira, mensurar o apoio social constitui uma das possíveis estratégias para detetar situações de desenvolvimento de comportamentos de risco (Marôco et al, 2014).

Recentemente, para aferição do apoio social percebido tem-se visto um crescente interesse no uso da Escala Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS) (Canty-Mitchell & Zimet, 2000; Martinez et al., 2010). Instrumento este que fora originalmente desenvolvida nos Estados Unidos por Zimet, Dahlem, Zimet, & Farley (1988), com posteriores traduções para diversos países e validações com diferentes populações.

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No estudo original desta escala, a consistência interna mensurada pelo alfa de Cronbach foi de 0,93 para o escore total e respectivamente 0,91, e 0,89 e 0,91 para os familiares, amigos e outros significativos. Já a análise fatorial mostrou-se moderadamente correlacionados e com uma solução de 3 dimensões que foram: família, amigos, outros significativos. Quanto a estabilidade temporal, a escala revelou no teste-reteste um valor de r de Pearson de ,85 (Zimet, Powell, Farley, Werkman, & Berkoff, 1990).

Diversos estudos utilizaram a Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS) em várias populações como, por exemplo, como gestantes (Stewart, Umar, Tomenson, & Creed, 2014), mães no pós-parto (Denis & Bouvard, 2015), dolescentes (Kanthy-Michell et al., 2000), enfermeiras (Tsilika et al., 2019), imigrantes (Tonsing & Zimet, 2012) e professores (Ho & Chan, 2017).

Além do que este instrumento já fora bastante utilizado em outros países e apresentou propriedades psicométricas consideradas satisfatórias, só para citar os mais recentes, como por exemplo, Portugal (Serafim-Carvalho, Pinto-Gouveia, Pimentel, Maia, & Mota-Pereira, 2011; Araújo, Texeira, Amorim, Zenha, Azevedo, & Santos, 2016), Malásia (Fadzil, 2013), Malawi (Stewart, 2014), França (Denis & Bouvard, 2015), Tailândia (Wongpakaran, Wongpakaran, Sirirak, Arunpongpaisal, & Zimet, 2017), Espanha (Ermis-Demirtas et al., 2018), Grécia (Tsilika, Galanos, Polykandriotis, Parpa, & Mystakidou, 2019). Ademais a literatura confirma a robustez psicométrica da MSPSS entre vários contextos, países e populações (Dambi et al., 2018).

Os autores da MSPSS, a descreveram originalmente como uma escala curta (12 itens no total), o que oferece uma agilidade operacional tanto na otimização do tempo de aplicação como na forma de correção da escala. Além de ser prático e aplicável em populações que não consigam tolerar, por quaisquer razões, responder escalas longas “com muitos itens”. E como seus itens são facilmente compreensíveis, é ideal para populações com reduzidos níveis de

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escolaridade, além de ser uma escala que pode ser usada para populações que se encontram ou não em situação de vulnerabilidade psicossocial (Zimet et al, 1988).

Esta pesquisa de tese teve como objetivo geral promover a adaptação transcultural para o português brasileiro da Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS) e como objetivo específico realizar a equivalência conceitual, de itens, semântica, operacional e de mensuração, além de tecer comparações entre os achados desta versão brasileira com aqueles encontrados no estudo original e em outros estudos validados para alguns países.

Este é um estudo relevante, mesmo que no presente momento haja uma versão traduzida e adaptada da Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS) para o português falado no Brasil, que foi a versão de Gabardo-Martins, Ferreira, e Valentini (2017), pois embora não tenha sido efetuada com a mesma população que a desse estudo que foram gestantes, os dados pioneiros da validação de Gabardo-Martins et al. (2017) serão incorporados e considerados nos resultados e discussões desta tese.

Frisa-se que os dados para a formação desta pesquisa foi apoiada conforme os dados do estudo de metanálise realizado recentemente por Dambi et al. (2018) e publicado no periódico internacional “Health and Quality of Life Outcomes”, além do mais foram efetuadas buscas minunciosas nas bases bibliográficas e eletrônicas como BVS Salud, Scielo, Web of Science, Scopus, Science Direct, Cochrane, PsycNET e nas plataformas brasileiras da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) e do Portal Periódico Capes, havendo registro do estudo de validação já citado, sendo que especificamente com a população de gestantes somente o desta tese.

O construto do apoio social inerente e imerso na escala MSPSS opera como um fator de proteção aos efeitos físicos e psicológicos decorrentes de situações de estresse sendo, portanto, de suma importância quando se trata de mudanças e períodos de transição

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relacionados ao desenvolvimento humano como é o caso da gravidez (Reis, Fernandes e Gomes (2010).

1.3 Apoio social e gravidez

Considerando que os primeiros trabalhos sistemáticos e empíricos sobre o apoio social têm menos de seis décadas, não soa nada estranho que estudos que investigam o apoio social em gestantes tardias sejam da década de 1990, como por exemplo, os de Reece (1993) que investigou, longitudinalmente, entre outros fatores, o apoio social e primeira experiência de maternidade em 91 primíparas.

Estudos sobre a gravidez tem aumentado no cenário da literatura nacional, sendo que as taxas relacionadas ao número gestações no Brasil aumentaram em 9% entre 2011 e 2017. Logo o aumento deste público no Brasil, justifica e torna relevante a própria execução de estudos sobre a temática da gravidez no país como este (Sousa et al, 2016).

Estudo um pouco mais recente que o de Reece (1993), foi o de Langer et al. (1996) investigou em quatro instituições na América Latina os efeitos do apoio social durante a gravidez. Nessa perspectiva cita-se, também, os estudos de Levitt, Weber e Clark (1986) e de Dessen e Braz (2000), que demonstraram a influência que o apoio social desempenha no provimento de sentimentos de bem-estar psicológico e de satisfação com a vida durante a gestação. Outros estudos verificaram, também, o impacto que o apoio social exerce no desenvolvimento salutar da gestação (Edmonds, Paul, & Sibley, 2011; Rapoport & Piccinini, 2006; Silva, 2005). Esse estudo, especificamente, se destaca pela ênfase em variáveis sociais e emocionais, em detrimento de aspectos médicos explorados por outros estudos.

Em eventos importantes de vida como a gravidez, em que ocorrem transformações físicas e emocionais na mulher. Algumas mudanças físicas são comuns, como por exemplo,

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mudanças metabólicas que são a presença e/ou elevação de hormônios triviais ao período gravídico e a própria mudança anatômica com a elevação do ventre e alteração no peso corporal, acarretam, por vezes, alterações na labilidade emocional, na autoimagem e na própria autoestima da gestante, sendo que todos esses fatores podem levar a ao aparecimento de quadros psicopatológicos como ansiedade e depressão (Oliveira, 2016; Oliveira, Sousa e Maia, 2017).

O apoio social pode servir como ferramenta considerável, de forma que estudos como o de Feldman, Dunkel-Schetter, Sandman e Wadhwa (2000) vêm demonstrando que as interações sociais têm um impacto positivo sobre a saúde física e o bem-estar psicológico de gestantes. Porquanto pesquisas evidenciam que a gestação não é permeada somente por riscos, também podem predominar aspectos salutares como: maior experiência de vida e identidade mais consolidada, maior preparação psicológica e quiçá financeira para vivenciar a experiência materna, entre outras atitudes facilitadoras para uma melhor adaptação à maternidade (Gomes et al., 2008; Parada & Tonete, 2009).

No Brasil, mais recentemente, foram realizados estudos que aferiram níveis de apoio social percebido pelos indivíduos, como exemplo se pode citar a escala de apoio social desenvolvida originalmente por Sherbourne e Steward (1991), adaptada para o Brasil por Griep et al. (2005) e validada para uma população de gestantes por Silva e Coutinho (2005). Ressalta-se que esta escala quando validada para o Brasil, voltou-se mais para populações em situações vulnerabilidade sociodemográfica (Greep et al., 2005) e gestacional (Coutinho, 2005).

Outras escalas que mensuram apoio social se fazem presentes e validadas para o Brasil, como, por exemplo, a EPSUS-A (77 itens) e a EPSUS-Ad (23 itens) sendo ambas escalas de percepção do suporte social, versão adulta e versão adolescente, que se propõem avaliare a forma como este público reconhece as suas relações sociais em termos de interação

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com seus pares, afetividade e resolução de problemas, auxiliando no reconhecimento das dificuldades relacionadas ao processo de tomada de decisões e enfrentamento de conflitos (Baptista & Cardoso, 2014).

Também se destaca o Questionário de Apoio Social de Sarason (sigla em inglês SSQ), desenvolvido nos EUA por Sarason et al. (1983), denominado Social Support Questionnaire, composto por 27 questões, sendo que cada questão solicita resposta em duas partes. Na primeira parte, indica-se o número de fontes de suporte social percebido (SSQ-N), podendo o respondente listar até nove possibilidades (além da opção “nenhum”). Na segunda parte, o respondente deve informar sobre sua satisfação com esse suporte (SSQ-S) em uma escala do tipo Likert de 6 pontos. O SSQ fornece escores independentes para o número de figuras de suporte percebido pelos respondentes e para a satisfação com o suporte social recebido (Matsukura et al., 2002). Foi realizado todo o processo de tradução e adaptação do instrumento para o Brasil, embora os indicadores como Kappa, teste-reteste não apareçam na publicação (Gonçalves et al, 2011)

Outro instrumento que também mensura o construto é a Escala de Apoio Social de Bille-Brahe (EAS/BB), sendo que que apenas uma parte desta escala é que examina o apoio social. Ela é formada por 16 questões que avaliam nível de demanda do indivíduo por apoio e de obtenção do auxílio de sua família e amigos, além disso, investiga o quanto a família e os amigos provêm apoio ao entrevistado. Gaspari e Botega (2002) traduziram e adaptaram a escala para o português, não havendo relatos dos indicadores sobre a fidedignidade e validade. E uma das desvantagem e/ou diferenças frente a MSPSS é que a maioria tem uma quantidade de itens maiores e/ou tem dentre seus itens alguns que averiguam outros assuntos como o suicídio (exemplo: a EAS/BB), outros que não apresentam índices de validade e confiabilidade (exemplo: SSQ), além do mais no quesito relativo aos dados de ordem psicométrica talvez a MSPSS não se diferencie tanto de outras escalas que mensuram o apoio

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social no Brasil, contudo uma das vantagens evidentes apresentadas por a MSPSS em relação a todas citadas, é ser uma escala “curta” ou seja, ter poucos itens (12 ao total).

Segundo Moreira e Sarriera (2008) o sentimento de satisfação com o apoio social talvez justifique sua relevância, quando se considera que a gravidez, o nascimento e os primeiros cuidados com o bebê são eventos estressantes, tenha a gestação sido desejada ou não. O apoio social funciona como moderador dos vários sintomas físicos e psicológicos negativos que possam perpassar o processo gestacional (Sousa et al., 2016).

O construto do apoio social presente em vários instrumentos psicométricos opera como um fator de proteção contra possíveis efeitos físicos e psicológicos decorrentes de situações novas e estressoras, muito comuns a períodos marcados por mudanças como é o caso da gravidez (Guimarães & Melo, 2008; Moreira & Sarriera, 2008).

A partir disto, verifica-se a importância das mais variadas formas de apoio social durante a gravidez, já que este é um provável preditor de saúde tanto antes como após o parto (Sarason, 1999). A seguir, são apresentadas algumas informações acerca dos procedimentos da pesquisa.

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2. Objetivos

2.1 Geral

Avaliar a adaptação transcultural para o português brasileiro da Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS) e buscar evidências psicométricas.

2.2 Específicos

a) Apresentar o perfil sociodemográfico e gestacional das participantes;

b) Realizar a equivalência conceitual entre o instrumento original e a versão brasileira; c) Empreender a equivalência de itens entre o instrumento original e a versão brasileira; d) Efetuar a equivalência semântica e a equivalência operacional entre a versão brasileira e o instrumento original;

e) Verificar a equivalência de mensuração da versão brasileira, investigando evidências de validade e confiabilidade.

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3. Método

3.1 Desenho do estudo

Esta é uma pesquisa descritiva, de avaliação de instrumentos psicométricos, metodológica e analítica. Para cumprir com a adaptação da Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS) para o português do Brasil, adotou-se como modelo de adaptação transcultural (ATC) proposto por Herdman, Fox-Rushby e Badia (1998), Reichenheim & Moraes (2007), com contribuições de outros autores como Wild et al. (2005), Beaton, Bombardier, Guillemin, & Ferraz, 2007, 2002; Guillemin, Bombardier, Beaton (1993). Conforme tais autores, para que se concretize a adaptação de instrumentos psicométricos de um país para outro é necessário cumprir alguns tipos de equivalências (etapas): conceitual, de itens, semântica, operacional e a de mensuração. E ao se tratar de um modelo de adaptação que vise alcançar as equivalências entre os idiomas de origem e de destino, este é um modelo bem consolidado em estudos nacionais e internacionais (Sampaio, Moraes & Reicheinheim, 2014). Contudo, neste estudo, são apresentados e discutidos os resultados referentes até a etapa de equivalência operacional.

O primeiro procedimento a ser realizado quando se pretende traduzir e adaptar um instrumento de avaliação psicométrica para um outro país é a necessidade de solicitar oficialmente a permissão do(s) autor(es) do instrumento para se efetuar tais feitos (Beaton et al., 2002; Guillemin et al., 1993; Wild et al., 2005).

Para cumprir tal procedimento, foi enviado um e-mail para o autor da escala original, solicitando a permissão para adaptação e validação do dado instrumento para o Brasil.

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A etapa da equivalência conceitual corresponde à equivalência do conceito contido no instrumento trabalhado, tanto em relação ao contexto cultural do qual o instrumento originou-se (cultura de origem), como ao contexto da população a que esoriginou-se instrumento originou-se destina (cultura da população-alvo ou população-destino).

Nessa etapa, consultou-se um comitê de avaliadores formado por três pessoas peritas (dois doutores e um mestre) na área da psicologia do desenvolvimento e da saúde, assim como conhecedores de psicometria, do modelo de adaptação transcultural e da temática do apoio social. Além do mais, eram fluentes nos idiomas inglês e português brasileiro. Assim, esses profissionais, por meio de uma revisão bibliográfica de publicações no idioma do instrumento original como no da população-alvo, julgaram se a compreensão do fenômeno apreendido no conceito base do instrumento original guardava semelhanças de significado no contexto do país da população-destino.

A etapa de equivalência de itens consistiu na consulta a um comitê de avaliadores, à luz de uma revisão bibliográfica sobre a temática do apoio social, onde tal comitê buscou explorar e examinar se o conceito do apoio social estava presente nos itens da versão original da MSPSS, assim como nos domínios da escala, além de saber se os itens do instrumento original eram considerados adequados ao contexto cultural brasileiro e pertinentes às definições teóricas e conceituais sobre o fenômeno abordado.

Na equivalência semântica realizou-se traduções e retrotraduções do instrumento original a ser validado para o Brasil. Nessa etapa, a versão original da escala passou por duas traduções do idioma inglês para o português brasileiro (T1 e T2) e duas retrotraduções do português brasileiro para o inglês (R1 e R2). Esses dois procedimentos foram efetuados de forma independente (paralelas) e às cegas por quatro profissionais bilíngues com fluência e vivência nas culturas dos Estados Unidos e do Brasil.

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Ainda durante a etapa de equivalência semântica, convocou-se, novamente, o comitê de avaliadores no intuito de comparar e avaliar semanticamente os itens das duas retrotraduções (R1 e R2) com os do instrumento original e, dessa maneira, escolher os itens mais bem traduzidos e ajustados para o português do Brasil, os quais compuseram a versão síntese da MSPSS (versão experimental). Sendo que tal versão foi aplicada em um pré-teste

durante a etapa de equivalência operacional. Ressalta-se que os integrantes do comitê de avaliadores que participaram da etapa de equivalência conceitual e de itens foram os mesmos da etapa de equivalência semântica.

Na etapa da equivalência operacional, segundo preconizam os autores Herdman, Fox-Rushby e Badia (1998); Beaton, Bombardier, Guillemin, & Ferraz (2007, 2002); Guillemin, Bombardier, Beaton (1993), realiza-se um pré-teste, em que a versão síntese do instrumento é aplicada em uma pequena amostra da população-alvo (de 30 a 40 sujeitos avaliadores não especialistas), sendo isto feito com a intenção de que a dada versão síntese seja, também, avaliada por sujeitos da população-alvo.

Esse procedimento é realizado com a intenção de verificar a adequabilidade da versão em termos de leitura, compreensão e pertinência de seus itens (Maia & Maia, 2014; Pereira, Maia, Hazin & Maia, 2016), dessa forma, objetiva elaborar uma versão síntese final a ser aplicada (testada) numa amostra maior da população-alvo isto é, em um estudo mais amplo de validação, ou seja, na etapa de equivalência de mensuração.

Na etapa de equivalência de mensuração, buscou-se investigar evidências psicométricas preliminares do instrumento, como evidências, validade e confiabilidade, em uma amostra maior da população-alvo.

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3.2 Participantes

Esta pesquisa foi do tipo não probabilística por conveniência e teve como participantes uma população de gestantes. Tomou-se como base para o cálculo amostral o número de

grávidas da listagem SISPRENATAL de 2017. Segundo tal levantamento, foram 4.846 nascidos vivos de gestantes, tal valor foi usado para o cálculo de amostra. Considerando o erro amostral de 5% e o nível de confiança de 95%, obteve-se uma amostra de acordo com o seguinte balanço, conforme Barbetta (2010):

No qual N seria o tamanho da população, logo 4.846 indivíduos, o n0 foi o tamanho de nascidos vivos por idade da mãe, informações essas conseguidas na plataforma SISPRENATAL referente ao ano da população não conhecida, na qual E02 é o erro amostral,

sendo de 5%. Ao substituir os dados na fórmula, obteve-se:

Substituindo os dados do tamanho da população não conhecida na fórmula geral, teve-se o teve-seguinte:

Considerando que os indivíduos (participantes) são seres de valores discretos e não contínuos, o resultado foi arredondado para 370 sujeitos. Acrescentou-se, nessa amostra, 30 sujeitos acima do valor amostral calculado (370), isso foi executado visando, dessa maneira,

2 0

1

0

E

n =

0 0 n N n N n   =

(

)

2 05 , 0 1 0= n 400 0025 , 0 1 0= = n 0 0

n

N

n

N

n

=

369,645228609372 5271 1948400 = = n 400 4871 400 4871   = n

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manejar possíveis perdas e/ou erros que são decorrentes e comuns ao processo de coleta de dados. Logo, a amostra total para este estudo ficou sendo de 400 gestantes. Tal amostra foi definida para cumprir com a etapa da equivalência de mensuração.

Ressalta-se que o critério estabelecido para definir a faixa etária das participantes da pesquisa foi baseado nas orientações do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP/UFRN) e embasado nas respectivas resoluções 466/12 do Sistema Nacional de Informação sobre Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde do Brasil (SISNEP), definiu-se a coleta de dados comparticipantes considerados maiores ou menores de idade, sendo que os maiores de idade são aqueles que se encontram na faixa etária de 18 anos ou mais, e os menores de idade são aqueles que se encontram na faixa etária entre 9 e 17 anos (vide Anexo 7).

3.3 Critérios de inclusão e de exclusão

Estabeleceu-se, nesta pesquisa, como critérios de inclusão: estar grávida, encontrar-se na faixa etária de nove anos ou mais, além de realizar o pré-natal na rede ambulatorial do município de Natal (RN). Já os critérios para serem excluídos do estudo foram: gestantes que se encontravam numa faixa etária inferior aos nove anos de idade, além daquelas consideradas, pela equipe médica, como gestante de alto risco, ou então, que apresentasse alguma condição clínica que as impedisse de responder aos instrumentos de coleta de dados, como, por exemplo, àquelas que fossem acometidas com algum transtorno mental diagnosticado, pois os quadros sintomatológicos poderiam ser agravados com a participação do estudo ou impossibilitar as gestantes de compreenderem e/ou responderem aos instrumentos da pesquisa.

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3.4 Locais de Coleta

A coleta de dados deu-se com as gestantes que recorreram aos serviços de algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Natal (RN), no período de novembro de 2017 a outubro de 2018. A seleção dessas UBS tomou-se com base àquelas unidades elencadas e permitidas pela Secretaria Municipal de Saúde de Natal (RN), via carta de anuência (ver Anexo 8), para que se cumprisse com tal coleta de dados.

Dessa forma, as UBS que constituíram os locais de coleta de dados desta pesquisa foram:

✓ Distrito Sanitário Norte I - USF Parque dos Coqueiros, UBS Nova Natal, USF Nova Natal II;

✓ Distrito Norte II – UBS Pajuçara, USF Potengi e USF Soledade II;

✓ Distrito Sul – UBS Ponta Negra, UBS Cidade Satélite, UBS Mirassol, UBS Pirangi, UBS Nova Descoberta, e UBS Neópolis;

✓ Distrito Oeste - UMS Felipe Camarão I, UMS Quintas e UBS Felipe Camarão II; ✓ Distrito Leste – UBS Lagoa Seca, UBS São João.

3.5 Instrumentos

Utilizou-se, nesta pesquisa, 4 (quatro) instrumentos para a coleta de informações junto a amostra do estudo: um questionário estruturado contendo perguntas de natureza sociodemográficas e gestacionais, além das escalas Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS), a Escala de Apoio Social (EAS) e a escala de rastreamento de sintomas de depressão do Center of Epidemiologic Studies of Depression (CES-D). Instrumentos esses que se encontram detalhados adiante e, também, estão dispostos em anexo.

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Destarte, que o processamento dos resultados de todas as escalas utilizadas nessa pesquisa, foi calculado conforme as instruções dos autores e por meio das orientações da literatura especializada para cada um desses instrumentos.

3.5.1 Questionário Estruturado

Esse instrumento é composto por dados sociodemográficos (idade, bairro onde reside, escolaridade, religião, estado civil, profissão, renda econômica e número de pessoas que moram na casa) e gestacionais (período gestacional, número de gestações anteriores, planejamento da gravidez e número de consultas pré-natais) (Apêndice F).

3.5.2 Multidimensional Scale of Perceived Social Support (MSPSS)

Essa escala foi originalmente elaborada por Zimet et al. (1988) e afere níveis de apoio social percebido. A versão original da MSPSS é composta por 12 (doze) itens e é um instrumento autoaplicável, sendo subdividida em três dimensões: família (4 itens), amigos (4 itens) e outros significativos (4 itens). (Ver Anexo 1)

A MSPSS é uma escala de respostas do tipo Likert de sete pontos que variam de um (discordo fortemente) a sete (concordo fortemente), ou seja, é considerada do tipo ordinal. A pontuação, nessa escala, é definida da seguinte maneira: efetua-se a média tanto do instrumento total (dos 12 itens) como das suas respectivas dimensões. A par dos valores da pontuações obtidos na escala, pode-se utilizar como ponto de corte as médias da mesma, e quando variando de 1 a 2,9 pode ser considerado apoio social baixo; uma pontuação de 3 a 5 pode ser considerado apoio social moderado; e, por fim, uma pontuação de 5,1 a 7 pode ser considerada apoio social alto.

A respeito das dimensões da escala, os itens que contemplam a dimensão família são aqueles que preconizam o apoio advindo de pessoas do seio familiar, como, por exemplo, se

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tem a ajuda e o apoio emocional que precisa , se pode falar sobre os problemas entre outros (itens 3, 4, 8, 11). Da dimensão amigos diz respeito ao apoio oriundo deles como, por exemplo, se pode contar com eles quando as coisas dão errado, se pode falar sobre os problemas entre outros (itens 6, 7, 9, 12). E, por fim, da dimensão outros significativos, que trata-se do apoio provindo de pessoas que não sejam do grupo da família nem do grupo de amigos , como, por exemplo, se existe uma pessoas especial que está por perto quando precisa, se existe uma pessoa que seja uma fonte de apoio, entre outros. (itens 1, 2, 5, 10) (Zimet et al., 1988; Zimet el al, 1990; Canty-Mitchell et al, 1991).

3.5.3 Escala de Apoio Social (EAS)

A Escala de Apoio Social (EAS) foi desenvolvida por Sherbourne & Stewart (1991), sendo adaptada para o Brasil por Griep et al. (2005). Ela afere a frequência com que o indivíduo compreende que pode contar com pessoas que o apoiem em várias situações da vida, além de ser um dos instrumentos de aferição do apoio social percebido mais indicado para o uso com populações que vivem em contextos de vulnerabilidade (Brito. 2011). (Ver Anexo 4).

Esse instrumento é autoaplicável e composto por 19 (dezenove) itens relacionados com cinco dimensões de apoio social: material (4 perguntas), afetivo (3 perguntas), emocional (4 perguntas), interação social positiva (4 perguntas) e informação (4 perguntas). Cada item possui cinco alternativas de resposta do tipo ordinal que variam em uma escala do tipo Likert de 1 (nunca) a 5 (sempre).

Acerca dessas cinco dimensões, destaca-se que o apoio material contempla a disponibilidade de apoio em serviços práticos, como pessoas para preparar refeições e que leve ao médico, etc. (itens 1, 4, 11, 14). O apoio emocional está ligado à percepção de pessoas em quem confiar ou para falar sobre os problemas (itens 2, 8, 15, 18). O apoio afetivo, por sua

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vez, está ligado a demonstrações de afeto, como pessoas que dão um abraço, que demonstram amor, etc (itens 5, 9, 19).

O apoio de interação social positiva contempla itens referentes a ter com quem se distrair e fazer coisas agradáveis, por exemplo, atividades de lazer, entre outros (itens 6, 10, 13, 17). E, por fim, o apoio de informação denota a presença de informações que podem auxiliar o indivíduo a lidar com problemas (itens 3, 7, 12, 16) (Chor, Griep, Lopes, & Faerstein, 2001; Griep et al., 2005; Sherbourne & Stewart, 1991).

Segundo os referidos autores, para elaboração dos resultados desse instrumento, seguiu-se a fórmula do escore a seguir: soma-se as respostas dos 12 (doze) itens da escala total assim como de todos os itens de cada uma das dimensões e divide-se pela seguinte equação - o nº de itens da escala total ou o nº de itens das respectivas dimensões multiplicado por 5 (que é o nº de respostas Likert da escala) - e do valor extraído dessa equação/operação multiplica-se por 100. Para melhor visualização, segue um exemplo: “dimensão afetiva”: valor do item 5 + item 9 + item 19 ÷ 3 x 5 = valor 0,53; então é só multiplicar esse valor por 100, o que resultaria em 53, ou seja, a pontuação de apoio social na dimensão afetiva é de 53 pontos.

Logo, quanto mais aproximado de 100 pontos, melhor o apoio social percebido, contudo, não existem pontos de corte que possibilitem a classificação do indivíduo como possuindo baixo, médio ou alto apoio social, o que existe é quanto mais próximo de 100 for a pontuação na EAS e de suas respectivas dimensões, maior será a percepção do apoio social (Chor et al., 2001; Griep et al., 2005; Sherbourne & Stewart, 1991).

3.5.4 Center of Epidemiologic Studies of Depression (CES-D)

É uma escala de rastreamento de sintomas de depressão do Center of Epidemiologic Studies of Depression (CES-D), é um instrumento autoaplicável, foi originalmente

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desenvolvida nos Estados Unidos, por Radloff (1977), e validada para o Brasil por Silveira e Jorge (2000). A referida escala tem como objetivo detectar sintomas depressivos, a CES-D é composta por 20 (vinte) itens, sendo que possui uma escala do tipo Likert, que tem como respostas: 0 = raramente ou nunca (menos que 1 dia), 1 = pouco tempo (1 - 2 dias), 2 = um tempo moderado (3-4 dias), e 3 = a maior parte do tempo (5-7 dias). Sendo, portanto, considerada uma escala com resposta do tipo ordinal (Ver Anexo 5).

As respostas a cada um dos itens são fornecidas segundo a frequência com que cada sintoma esteve presente na semana anterior à aplicação do instrumento. A CES-D possui quatro dimensões que são: humor (incluindo itens que referem-se à tristeza, ao medo e aos sentimentos de vazio, e os itens são 3, 4, 6, 8, 9, 10, 12, 16, 17, 18); sintomas somáticos (como cansaço, esforço e dificuldade de concentração, e os itens são 1, 5, 11); interações sociais (sentir-se sozinho, as pessoas não serem amistosas, etc., e os itens são 14, 15, 19); sintomas motores (ter pouca apetite, fazer esforço para dar conta das tarefas diárias, etc., e os itens são 2, 7, 13, 20). Ressalta-se que os itens 4, 8, 12 e 16 foram pontuados de modo reverso.

Segundo Jorge (2000) o escore da CES-D varia de 0 a 60 pontos, sendo que a quantidade necessária de pontos (o ponto de corte) para detectar a presença de sintomas depressivos são de um escore total maior que 16 pontos (CES-D>16) ou maior que 20 pontos (CES-D >20), sendo este último o ponto de corte menos comum nos estudos. Segundo Silveira e Jorge (2000), para a elaboração dos resultados desse instrumento, extraiu-se as médias tanto da escala total (dos 20 itens) como de cada uma das dimensões.

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3.6 Pré-teste

O pré-teste foi efetuado para cumprir com a etapa de equivalência operacional e, para tanto, aplicou-se a versão síntese (versão experimental) da MSPSS (Anexo 2) - extraída na etapa de equivalência semântica - em uma amostra de 39 (trinta e nove) gestantes (consideradas neste estudo como avaliadores com perfil de não especialistas, ou seja, não sendo habilitadas ou tendo qualquer expertises sobre apoio social, psicometria e/ou sobre o método da ATC) com diferentes níveis de escolaridade. A coleta desses dados foi realizada em Unidades Básicas de Saúde de todos os distritos sanitários de saúde do Município de Natal (RN) e o tipo de amostragem foi não probabilística por conveniência, além de ter seguido as orientações de autores como Herdman, Fox-Rushby e Badia (1998), Reichenheim & Moraes (2007) que preconizam o tamanho amostral de 30 a 40 indivíduos.

Nesta etapa, aplicou-se os seguintes instrumentos: quando as gestantes tinham maior idade, usou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido “TCLE” e quando eram menores de idade, usou-se o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido “TALE” e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido do (a) representante legal “TCLE”. Após a aplicação dos termos éticos, tanto nas gestantes menores quanto nas maiores de idade, seguiu-se com a aplicação, também, dos seguintes instrumentos: um questionário estruturado contendo informações sociodemográficas e gestacionais (idade, escolaridade, religião, estado civil, profissão, renda, período gestacional, gravidez planejada, e o número de consultas em pré-natal) e os 12 (doze) itens da versão síntese da MSPSS.

O procedimento efetuou-se da seguinte maneira: inicialmente, as gestantes responderam a cada item da versão experimental da MSPSS, a qual continha respostas do tipo Likert que variavam de (1) “discordo fortemente” até (7) “concordo fortemente”. Em seguida, solicitou-se que as participantes avaliassem o item por meio de uma escala Likert com opções

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de resposta de (1) adequado, (2) parcialmente adequado e (3) inadequado. Em relação à avaliação do item, é importante frisar que as gestantes que optaram pela resposta 2 ou 3 (parcialmente adequado ou inadequado) foram indagadas se perceberam algum defeito e/ou incompreensão na escrita e leitura do item, assim como sugeriu-se que elas indicassem alguma sugestão de mudança ou melhoria na escrita de tal item. Para melhor visualização dos instrumentos utilizados nesta etapa vide apêndices A, B, C, D, E e F, seguido dos anexos 1, 2, 3, 4 e 5.

Ressalta-se que a finalidade do pré-teste foi gerar a versão síntese final (vide Anexo 3) que fora aplicada na etapa de equivalência de mensuração com uma amostra maior de participantes.

3.7 Aspectos éticos

A fim de que este projeto de pesquisa fosse apreciado para averiguar os critérios éticos da Resolução do Conselho Nacional de Saúde Nº 466/12, ele foi submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisas (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio da Plataforma Brasil, tendo obtido parecer favorável (Parecer 356.436/2013) (Ver Anexo 6). A participação dos sujeitos ocorreu de modo voluntário, com a garantia do anonimato e da confidencialidade das informações obtidas.

Os Termos para Consentimento Livre e Esclarecido dos sujeitos da pesquisa contemplam informações sobre a realização desta pesquisa, assim como a identificação dos pesquisadores, riscos, benefícios e caráter de confidencialidade, além dos telefones para contato do pesquisador e da professora orientadora para que os participantes possam entrar em contato em caso de eventuais questionamentos e/ou dúvidas sobre a veracidade deste estudo. Ressalta-se que são cinco os termos de consentimentos: Termo de Consentimento Livre e

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Esclarecido (TCLE da Gestante com 18 anos ou mais), Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE da Gestante entre 9 e 11 anos), Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE da Gestante de 12 a 14 anos), Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE da Gestante de 15 a 17 anos) e, por fim, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para o representante legal das gestantes menores de 18 anos (TCLE do(a) representante legal), cujos modelos estão disponibilizados nos Apêndices A, B, C, D e E. Tais termos foram elaborados seguindo as rcomendações do CEP (ver Anexo 7).

3.8 Procedimentos de Coleta dos dados

Quanto aos procedimentos de coleta de dados, é importante antecipar a seguinte informação: quando as gestantes eram, conforme orientações éticas do SISNEP (vide anexo7), maiores de idade (com 18 anos ou mais) aplicou-se o TCLE, o Questionário Estruturado, a Versão síntese da MSPSS, a Escala de Apoio Social (EAS), e a Escala do Center of Epidemiologic Studies of Depression (CES-D). Já quando as gestantes eram menores de idade (entre 9 a 17 anos) foram utilizados o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido “TALE” (assinado pelas gestantes de menor, pelo pesquisador responsável e por uma testemunha), o TCLE do(a) Representante Legal (assinado pelo(a) representante legal da gestante de menor e pelo pesquisador responsável), o Questionário Estruturado, e por fim, a Versão síntese da MSPSS.

As gestantes somente responderam aos instrumentos da pesquisa, após ficarem cientes dos objetivos do estudo, aceitando participar da mesma assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido “TCLE” e/ou o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido “TALE”.

Frisa-se que a aplicação desses três instrumentos às participantes foi realizada pelo autor da pesquisa. Essa etapa foi efetuada junto às gestantes nas unidades básicas de saúde

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citadas em um só encontro, onde na maioria das vezes na forma autoaplicável, e somente naquelas situações onde as partícipes tivessem alguma dificuldade e/ou preferissem não responder os instrumentos de forma autoaplicável, é que o pesquisador os aplicava na forma de entrevista.

3.9 Análise dos dados

Os dados obtidos nesta pesquisa foram digitados e armazenados no programa Microsoft Excel versão 2010. Posteriormente, o banco de dados foi exportado para os softwares de análises de dados R Studio (versão 10.136), Jupyter (versão 5.7.8) que executou alguns dados usando códigos na linguagem de programação do Python na versão 3.3, FACTOR 10.8.4 e o AMOS (versão 24), o qual foi utilizado neste trabalho como principal ferramenta para fazer análises estatísticas, em que a maioria dos testes estatísticos, cálculos matemáticos, entre outras ações foram implementados por essa ferramenta de processamento eletrônico, buscando sempre dar uma melhor visualização aos resultados e, principalmente, alcançar os objetivos desta pesquisa.

Com o auxílio dos softwares, realizou-se as estatísticas descritivas (frequência relativa, média e desvio padrão) e inferenciais (correlações de Pearson, teste de esfericidade de Bartlett, o índice Kaiser-Meyer-Olkin, Análise Fatorial Exploratória e Confirrmatória entre outros), respeitando a tipologia das variáveis e os objetivos do estudo.

As variáveis deste estudo apresentaram uma distribuição normal, constatação observada se considerar a Teorema do Limite Central com o respectivo tamanho amostral que fora de 400 sujeitos; portanto, utilizou-se testes do tipo paramétricos para as análises desta pesquisa.

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Tendo a MSPSS, itens com escala de resposta do tipo ordinal, foi possível, então, efetuar alguns procedimentos estatísticos, como, por exemplo, nas etapas de equivalência conceitual, de item, semântica e operacional, verificou-se o grau de concordância das respostas dos avaliadores (dos 3 especialistas e das 39 gestantes) e isso deu-se por meio do uso do coeficiente Kappa de Fleiss (k).

Os valores do Kappa de Fleiss foram obtidos por meio programa online denominado Statistics Toolkit (STATTOOLS), que é um recurso baseado na web do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade Chinesa de Hong Kong (http://www.obg.cuhk.edu.hk/ResearchSupport/StatTools/CohenFleissKappa_Pgm.php/, recuperado em 14 de fevereiro, 2018).

Essa medida é utilizada quando se tem mais de dois avaliadores julgando um mesmo atributo (Fleiss, 1981; Landis e Koch, 1977; Miot, 2016; Gwet, 2010); além do mais, os valores dessa medida seguiram os parâmetros gerados e adotados pelo próprio programa STATTOOLS, aonde valores dessa medida são: entre 0.81 e 1.00, tem-se uma concordância quase perfeita; entre 0.61 e 0.80, uma concordância substancial; entre 0.41 e 0.60, uma concordância moderada; entre 0.21 e 0.40, uma concordância regular; entre 0.0 e 0.20, uma concordância discreta; e quando for menor que zero (<0,00), tem-se uma concordância pobre (Fleiss, 1981; Landis e Koch, 1977; Miot, 2016; Gwet, 2010).

3.9.1 Evidências psicométricas de validade e confiabilidade

Já para a etapa de equivalência de mensuração foram proferidos procedimentos psicométricos de validade como, por exemplo, a Análise Fatorial Exploratória (AFE), Análise Fatorial Confirmatória (AFC), a Exploratory Graph Analysis (EGA), validade convergente, validade divergente, validade de critério e, por fim, de confiabilidade como a consistência interna através do Alfa de Cronbach e da estabilidade temporal via Teste-Reteste.

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Um argumento forte na área de avaliação psicológica que oferece um sustentáculo objetivo no processo de validação de instrumentos psicológicos é, exatamente, a validade. Esta se refere ao fato de um instrumento medir exatamente o que se propõe a medir (Ambiel & Carvalho, 2017; Mokkink et al, 2010).

Dessa forma, validade é o grau em que as interpretações propostas para os resultados (escores) de um instrumento de medida psicométrica são suportadas e amparadas por três grandes meandros: pela teoria que banha o fenômeno abarcado no instrumento, pelos achados empíricos, e em um outro lance, pela sua utilidade prático-ética, ou seja, para que fins tal instrumento é voltado? e/ou quais reverberações sociais e éticas estão implicadas na exposição pública e utilitárias deste instrumento?, e é neste aspecto que Urbina (2007) argumenta que “a inclusão de aspectos consequenciais do uso e interpretação dos escores de teste, isto é, a avaliação de suas consequências sociais pretendidas e não pretendidas devem serem incluídas dentro da noção de validade” (p.209).

Algumas das medidas mais sacramentadas, na literatura científica, para poder levantar dados sobre a validade de instrumentos psicométricos são: a AFE, a AFC, o EGA, a validade convergente, a validade divergente e validade de critério.

Para a estrutura fatorial “dimensionalidade” da versão síntese final da MSPSS, utilizou-se a Análise Fatorial Exploratória (AFE). A AFE é conforme Damásio “um dos procedimentos estatísticos mais comumente utilizados no desenvolvimento, avaliação e refinamento de instrumentos psicológicos” (p.214). Essa é uma classe de métodos estatísticos multivariados cujo o propósito principal é resumir a informação contida nas variáveis originais em um conjunto menor de novas dimensões ou fatores e definir os construtos que sejam inerentes às variáveis originais (Hair, Black, Babin, Anderson & Tatham, 2009; Laros, 2012; Favero, Belfiore, Lopes da Silva, & Chan, 2009).

Referências

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