• Nenhum resultado encontrado

A relação família e escola no processo de escolarização do aluno autista

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A relação família e escola no processo de escolarização do aluno autista"

Copied!
39
0
0

Texto

(1)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Educação

Curso de Pedagogia

A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA NO PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO DO ALUNO AUTISTA.

MARIA CRISTINA DA SILVA

NATAL/RN DEZEMBRO DE 2016

(2)

A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA NO PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO DO ALUNO AUTISTA

Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia, do Centro de Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para conclusão do curso de licenciatura em Pedagogia.

Orientadora: Profª. Dr ª. Katiene Symone de Brito Pessoa da Silva.

NATAL/RN DEZEMBRO DE 2016

(3)

MARIA CRISTINA DA SILVA

A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA NO PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO DO ALUNO AUTISTA

Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia, do Centro de Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para conclusão da graduação, aprovada pela seguinte comissão avaliadora

_____________________________________________________ Orientadora Profª. Drª. Katiene Symone de Brito Pessoa da Silva

______________________________________________________ Examinador Profª. Drª. Erika Soares de Oliveira Araújo

______________________________________________________ Examinador Profª. Ms Maria Karoline

NATAL/RN DEZEMBRO DE 2016

(4)

Dedico este trabalho aos meus pais e meus irmãos. Pois foram vocês que sempre me ajudaram fazendo com que eu chegasse até aqui.

(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, autor da vida, Senhor de todas as coisas, a ti toda a minha gratidão e fé.

Em segundo lugar agradeço de todo o meu coração, aqueles que me deram a vida, minha mãe Maria da Paz Pereira da Silva e o meu pai Luiz Eduardo Neto, pelo amor e dedicação destinados a mim e a todos os meus irmãos, mesmo diante de todas as dificuldades vocês sempre acreditaram que eu conseguiria chegar lá.

Agora quero agradecer aos meus nove irmãos, que sempre me apoiaram e me ajudaram materialmente ou com palavras de encorajamento, desde do dia em que souberam que eu havia passado no vestibular, e de um modo especial a minha irmã mais nova, Maria Izabel Pereira da Silva, que foi quem pagou a taxa de inscrição do vestibular, dando essa primeira ajuda material, obrigada a todos.

Agradeço também aos meus tios Lourdes, Lúcia e Edson que sempre me apoiaram para que eu continuasse firme na vida acadêmica. E também os meus primos queridos Edmarcos e Edson Júnior, vocês são como irmãos para mim, sempre torcendo para que eu concluísse meu curso.

Agradeço aos meus queridos sobrinhos que se espelham na minha força de vontade e meu esforço para estudar e concluir um curso universitário na melhor universidade do Rio Grande do Norte, quero ser sempre esse exemplo para vocês e todos aqueles que ainda virão.

Agradeço aos meus cunhados e cunhadas que sempre me encorajaram a seguir esse caminho, vocês moram em meu coração, são como irmãos.

Quero também agradecer a todos os que fazem parte da Igreja Virgem dos pobres em Emaús, que comigo rezaram e se alegraram com a minha entrada na universidade, e sempre preguntando como eu estava no curso que escolhi.

E a todos aqueles que encontrei no caminho durante os quatro anos de curso, colegas de turma, professores da UFRN, professores e diretores das escolas por onde passei, seja nos estágios supervisionados ou nos estágios remunerados, foi muita gente de bem que encontrei durante a trajetória do curso. Deus abençoe a cada um com seu infinito amor.

Também não posso deixar de agradecer a minha orientadora Profª Drª Katiene Symone de Brito Pessoa da Silva, que mesmo não me conhecendo aceitou ser a orientadora desse trabalho.

(6)

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

TEA- Transtorno do Espectro do Autismo

TGO- Transtorno Global do Desenvolvimento

CID- Classificação Internacional de Doenças e problemas relacionados a saúde

TDI- Transtorno Invasivos do Desenvolvimento

(7)

RESUMO

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de comunicação oral, de interação social e presença de movimentos repetitivos e estereotipados. Pesquisas indicam que, é fundamental a participação da família nesse processo de escolarização, que essa família possui um papel decisivo na vida dessa criança e que a escola é a única instituição que divide com a família a responsabilidade em educar essa criança. O objetivo desse trabalho foi investigar a relação da família-escola no caso de um aluno autista.

A escolarização de crianças com necessidades educacionais especiais na escola regular de ensino, exige o comprometimento da família em trabalhar junto com a escola. Em alguns casos, como os alunos que tem autismo, é ainda mais necessário a participação dessa família, pois alguns autistas não desenvolvem a linguagem verbal e isso exige que a família faça um acompanhamento efetivo, a fim de ajudar a escola a descobrir caminhos para o processo de escolarização com essa criança. Para a realização dessa pesquisa foram conduzidas entrevistas com a família, a professora auxiliar e a gestão de uma Escola Estadual localizada no Município de Natal- RN. Os resultados apresentados mostram que a relação da família com a escola, tem contribuído para o desenvolvimento da criança autista e que família e escola tem consciência que precisam dessa ajuda mútua.

(8)

ABSTRACT

Autism Spectrum Disorder (TEA) is a neurodevelopmental disorder characterized by difficulties in oral communication, social interaction and the presence of repetitive and stereotyped movements. Research indicates that it is fundamental that the family par-ticipate in this process of schooling, that this family has a decisive role in the life of this child and that the school is the only institution that shares with the family the responsi-bility to educate this child. The purpose of this study was to investigate the relationship of the school-family in the case of an autistic student.

The schooling of children with special educational needs in the regular school of edu-cation, requires the commitment of the family to work together with the school. In some cases, such as students with autism, it is even more necessary to participate in this family because some autistic children do not develop verbal language and this requires that the family follow up effectively in order to help the school find ways to Process with this child. For the accomplishment of this research, interviews with the family, the aux-iliary teacher and the management of a State School located in the Municipality of Na-tal-RN were conducted. The results show that the relationship between the family and the school has contributed to the development of the autistic child and that the family and school are aware that they need this mutual help.

(9)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO---10

2.AUTISMO, FAMÍLIA E O PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO---11

2.1 O QUE É AUTISMO---11

2.2 EDUCAÇÃO---13

2.3 RELAÇÃO FAMÍLIA- ESCOLA---16

3. METODOLOGIA---20

3.1 PARTICIPANTES---20

3.2 O CAMPO DE PESQUISA---21

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS---23

4.1 FAMÍLIA---23 4.2 PROFESSORA AUXILIAR ---26 4.3 DIREÇÃO DA ESCOLA---30 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS---34 REFERÊNCIAS APÊNDICE

(10)

10 1. INTRODUÇÃO

O autismo está inserido nos Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) ou Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), suas principais características são: dificuldade de comunicação, de interação social, os indivíduos têm atividades restritas, estereotipadas e repetitivas (David, 2012). O autismo torna-se evidente antes dos três anos de idade, pois é uma fase na vida da criança onde normalmente acontece o desenvolvimento da linguagem. Geralmente as crianças autistas não se comunicam com as outras pessoas de maneira comum, algumas são não-verbais, porém as que desenvolvem a linguagem verbal falam apenas por repetição do que acabaram de ouvir Klin (2006).

A motivação para a realização do presente trabalho foi a partir da experiência numa escola da rede pública estadual de ensino durante o estágio supervisionado, numa sala dos anos iniciais, observando as dificuldades encontradas pela professora da sala regular e, também, o esforço e zelo de uma mãe para a permanência do seu filho autista na escola. Durante o estágio percebi a relevância do auxílio da família na inclusão do estudante com autismo, apesar de todas as limitações que o transtorno apresenta, essa família pode está contribuindo de forma significativa para o processo de ensino aprendizagem desse estudante.

A partir das minhas experiências como estagiária tanto na rede pública como na rede privada de ensino, percebi as dificuldades que os alunos com necessidades educacionais especiais enfrentam. Como estagiária, hoje, na rede privada de ensino percebo que existe a inserção desse aluno, porém a inclusão ainda precisa ser trabalhada dentro da escola, pois são alunos que em sua maioria ficam sobre a responsabilidade de nós estagiárias. Segundo Serra (2010, p.42) “na hora de matricular o filho na escola, por exemplo, os pais que possuem condições para pagar uma escola particular experimentam as mesmas dificuldades dos pais que só têm a escola pública como opção. Os entraves e as rejeições travam as duas portas”. O fato é que infelizmente as escolas ainda não estão preparadas para receberem crianças com necessidades especiais, por isso os entraves e as rejeições.

Em contrapartida tenho um sobrinho que é autista e que estuda numa escola tradicional onde a escola não busca a ajuda da família para realizar o trabalho, ou seja, não existe essa relação entre a família e a escola no processo de escolarização e agora no final desse ano foi que as professoras começaram a pedir a ajuda da família, devido ao comportamento considerado inadequado junto aos colegas de sala. Assim

(11)

11

o objetivo desse trabalho foi investigar a relação da família-escola no caso de um aluno autista.

Os objetivos Específicos foram: 1. Caracterizar uma pessoa autista;

2. Discutir como a família contribui com as atividades escolares;

3. Apresentar as demandas que o autista impõe à escola principalmente ao professor de sua sala.

O estudo está organizado em quatro capítulos. O primeiro descreve o autismo, educação, relação família escola. O segundo é descrita a metodologia utilizada para a realização dessa pesquisa. No terceiro a análise dos dados construídos. No quarto e último são apresentadas as considerações finais do trabalho e por fim as referências utilizadas.

(12)

12

2.AUTISMO, FAMÍLIA E O PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO

2.1 O que é autismo?

O autismo está inserido nos Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) ou o Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), que é composto pelo Transtorno Autista, Transtorno de Asperger, Transtorno desintegrador da infância, Transtorno de Rett e Autismo atípico. O Transtorno Autista, que será o foco da nossa pesquisa, se caracteriza por um tripé de sintomatologia, dificuldade de comunicação, de interação social e interesse e atividades restritos, estereotipados e repetitivos. Dentro do quadro do autismo existem aquelas pessoas com maior ou menor grau de comprometimento (David, 2012).

A esse respeito Klin (2006, p. 06) destaca que:

Há uma variação notável na expressão de sintomas no autismo. As crianças com funcionamento mais baixo são caracteristicamente mudas por completo ou em grande parte, isoladas da interação social e com realização de poucas incursões sociais. No próximo nível, as crianças podem aceitar a interação social passivamente, mas não a procuram. Nesse nível, pode-se observar alguma linguagem não espontânea. Entre as que possuem grau mais alto de funcionamento e são um pouco mais velhas, seu estilo de vida social é diferente, no sentido que elas podem interessar-se pela interação social, mas não podem iniciá-la ou mantê-la de forma típica. O estilo social de tais indivíduos foi denominado ‘ativo, mas estranho’, no sentido de que eles geralmente têm dificuldade de regular a interação social após essa ter começado. As características comportamentais do autismo se alteram durante o curso do desenvolvimento.

Os primeiros escritos sobre o autismo, foram realizadas na década 40 pelo psiquiatra Leo Kanner, em Baltimore, EUA e o pediatra Hans Hasperger, em Viena, na Áustria, independentemente, relataram algumas suposições teóricas sobre casos desta síndrome até então desconhecidas. (Bosa, 2002, apud David, 2012). Para o psiquiatra Leo Kanner, o indivíduo com autismo seria incapaz de ter relacionamento interpessoal e contato afetivo. Leo Kanner ressaltou, também, os prejuízos intelectuais, alguns déficits na linguagem, no comportamento e na comunicação. Diante disso ele usou o termo autismo precoce, pois observou esses sintomas já nas crianças.

O diagnóstico e subclassificações do autismo estiveram sob o rótulo de 'esquizofrenia infantil' por muitas décadas (Bossa, 2000). Hoje o autismo está

(13)

13

classificado no Manual de Saúde Mental - DSM-5 e a CID-10, com o comprometimento das três principais áreas afetadas citadas anteriormente.

De acordo com os estudos realizados, o autismo traz prejuízos na comunicação, na interação social e no interesse em atividades restritas, estereotipadas e repetitivas, esses sintomas se apresentam até os três anos de idade. Conforme Klin (2013, p.3), “as anormalidades no funcionamento em cada uma dessas áreas devem está presente em torno dos três anos de idade.” O autor também ressalta que “os pais normalmente começam a se preocupar entre os 12 e 18 meses, na medida em que a linguagem não se desenvolve.”(Klin, 2003, p.3). Nesse sentido, os pais de crianças com autismo já conseguem perceber os primeiros sintomas dos 12 aos 18 meses, ao verificar que seu filho (a) não responde aos estímulos, o que, na maioria das vezes, pode ser confundido com problemas auditivos. A esse respeito Santos e Nunes (2015, p.60) diz que “Atrasos significativos no desenvolvimento da linguagem constitui uma característica determinante no autismo”. A estimativa de 20 a 30% dessa população não desenvolvem a linguagem verbal (Klin, 2006).

Segundo Mongillo e Cols apud Santos e Nunes (2015), esses indivíduos também sentem dificuldades em compreender a linguagem verbal, o tom de voz e a expressão facial realizadas pelo interlocutor.

Para as autoras Gomes e Nunes (2014), “Os prejuízos qualitativos nas interações sociais são evidentes nos comportamentos não verbais, tais como dificuldades em manter o contato visual ou a presença de expressões faciais e posturas corporais atípicas durante interação interpessoal”.

O autismo é um comprometimento permanente e torna o indivíduo totalmente dependente de seus familiares ou da comunidade no qual estão inseridos. (Klin, 2006), com isso podemos perceber a relevância da participação da família no processo de escolarização desses indivíduos e o quanto a instituição escolar pode colaborar para o processo de interação e socialização contribuindo assim para o desenvolvimento do seu estudante, outro dado importante que podemos está destacando é que a maior incidência de autismo são em pessoas do sexo masculino, pesquisas relatam a média de 3,5 a 4,0 meninos para cada menina.

Segundo Klin (2006, p.4), “Durante os anos 50 a 60 do século passado, houve muita confusão sobre a natureza do autismo e sua etiologia, e a crença mais comum era a de que o autismo era causado por pais não emocionalmente responsivos a seus filhos (hipótese da “mãe geladeira”)”. Foi então que no início dos anos 60 que o autismo foi reconhecido por transtorno cerebral desde da infância, encontrados em

(14)

14

todos os países, classes sociais e étnicos raciais investigados. (KLIN, 2006, p.4) Segundo o mesmo autor,

Um marco na classificação desse transtorno ocorreu em 1978, quando Michael Rutter propôs uma definição do autismo com base em quatro critérios: 1) atraso e desvio sociais não só como função do retardo mental; 2) problemas de comunicação, novamente, não só como função do retardo mental associado; 3) comportamentos incomuns, tais como movimentos estereotipados e maneirismos; e 4) início antes dos três meses de idade.(KLIN, 2006, p.4)

São critérios que são importantes para os profissionais da saúde, no processo para diagnosticar o transtorno nas crianças, pois o diagnóstico e tratamento ainda nos primeiros anos de vida possibilitará um melhor desenvolvimento e aprendizado da criança.

Embora a causa do autismo ainda seja desconhecida, há a necessidade de atendimento e investimento na aprendizagem e desenvolvimento das pessoas que apresentam o transtorno. Nesse sentido, a educação como direito a todas as pessoas, também deve ser oferecida a esse grupo de pessoas, especialmente aqueles que se encontram em idade escolar.

2.2 EDUCAÇÃO

A educação é um direito de todos assim como institui a Constituição Federal de 1988, capitulo III, seção I:

Art. 205 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Conforme a constituição, educação é um direito que todos nós cidadãos temos e dever do estado e da família, seja esse indivíduo considerado dentro dos padrões da “normalidade” ou não, é dever da família fazer valer os direitos de seus filhos, é

(15)

15

dever do Estado, qualificar profissionais que promovam uma educação de qualidade para todos, buscando trabalhar para a inclusão de todos, principalmente dos alunos com necessidades educacionais especiais.

A Lei de Diretrizes e Bases-LDB destaca no Capítulo V, que trata especificamente dos direitos dos “educandos portadores de necessidades especiais” no Art. 58. “Entende-se por educação especial, para efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”. Em seu inciso 3° ainda no Art. 58. afirma a LDB, “§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do estado, tem início na faixa etária de zero a cinco anos, durante a educação infantil.”

Cabe aos pais buscar seus direitos que estão tanto na constituição Federal como na LDB, pois os pais são os grandes contribuintes na luta pela inclusão de seus filhos. Em relação a inclusão de alunos autistas que é o nosso foco de estudo Serra (2010, p.41), nos mostra que:

A família do indivíduo com autismo possui um papel decisivo no seu desenvolvimento. Sabemos que se trata de famílias que experimentam dores e decepções em diversas fases da vida, desde o momento da notícia da deficiência e durante o processo de desenvolvimento de seus filhos.

A autora ressalta ainda que:

De maneira geral, os pais têm críticas a fazer em relação às escolas, que não atendem de forma ampla às suas expectativas. No entanto, a maioria dos familiares considera que a escola é um lócus privilegiado para o desenvolvimento global dos filhos. (GLAT, 2003 apud SERRA, 2010, P.48)

É importante ressaltar que a inclusão de qualquer aluno que possui alguma necessidade educacional especial, é dever das escolas, é de fundamental importância que as escolas acolham essas crianças como também seus familiares para ajudarem nesse processo de escolarização, mas o que vemos é uma falta de preparo das escolas para receberem esses alunos.

De acordo com Serra (2010, p.42), “a exclusão social tem sido apresentada como algo frequente na maior parte das famílias com as quais trabalho e independe, muitas vezes, da situação sócio-econômica”.

Precisamos mudar esse quadro urgentemente, para que as barreiras na sociedade possam cair, a escola tem que dá esse exemplo a sociedade, acolher este aluno não só porque a Lei obriga, mas porque é um ser humano que precisa aprender

(16)

16

a conviver em sociedade, tendo em vista que se trata de um ambiente propício para isso. Para mudar este quadro é fundamental que os professores tenham consciência que cada vez mais as escolas têm a obrigação de receber esses alunos, do papel social que exerce a instituição escolar e que eles precisam se qualificarem para acolher e incluir esses alunos, assim como também o governo precisa disponibilizar cursos de formação para todos professores.

No caso de inclusão dos alunos autistas Serra (2010, p.42) destaca que:

Hoje, do ponto de vista terapêutico e educacional, acreditamos que a intervenção precoce com as crianças autistas pode trazer muitos benefícios. Entendemos por intervenção precoce o atendimento intensivo que se faz antes dos 5 anos de idade e, como resultados, temos visto que os procedimentos psicopedagógicos realizados na faixa etária de 0 a 5 podem ‘devolver’ a criança ao trilho de desenvolvimento normal. Logo, descobrir o autismo o mais cedo possível também tem sido uma meta do trabalho que realizo.

De certo, que se as escolas fecham as portas para estes determinados alunos, pode ser fatal para o seu processo de desenvolvimento, é preciso que as leis sejam cumpridas para que aluno algum, seja qual for a necessidade que ele apresente, fique de fora da escola. É relevante que as famílias de crianças autistas tenham consciência que precisam participar do processo de inclusão, sem essa participação, fica muito difícil ajudar no processo de escolarização. “A família pode colaborar de maneira muito especial para o desenvolvimento da criança portadora de autismo na escola, principalmente fornecendo aos profissionais informações sobre as formas de comunicação da criança” (SERRA, 2010, p.47), no caso da inclusão de alunos autistas é preciso que a escola tenha essa relação com a família, para que haja um desenvolvimento significativo, levando em consideração as limitações que o transtorno apresenta, muitos desses alunos falam pouco, e tem seu jeito próprio de se comunicar. É fundamental que os professores vejam como a família se comunicam com essa criança, para assim poderem dialogar da melhor forma possível com esse aluno.

Segundo Camargo e Bosa (2009, s/n)

A oportunidade de interação com pares é a base para o seu desenvolvimento, como para o de qualquer outra criança. Desse modo, acredita-se que a convivência compartilhada da criança com autismo na escola, a partir da sua inclusão no ensino comum, possa oportunizar os contatos sociais e favorecer não só o seu desenvolvimento, mas o das outras crianças, na medida em que estas últimas convivam e aprendam com as diferenças.

(17)

17

Dessa forma, favorecer a inclusão de crianças autistas na escola é colaborar para o desenvolvimento não só da criança que possui o transtorno, mas com as demais crianças que também aprendem a conviver com as diferenças. Para o aluno que possui o transtorno, ser incluído em escolas regulares é uma conquista que influência diretamente no seu modo de vida, e quanto mais cedo ela for inserida na escola melhor será, pois sabemos que a infância é um período propício para qualquer aprendizagem, e o autismo exige essa estimulação precoce, começando primeiramente em casa com seus pais e familiares. É fundamental que a escola saiba o seu papel acerca da inclusão de alunos autistas, para isso ela tem que se fundamentar no conhecimento acerca desse transtorno, como também de todos outros casos de crianças com necessidades especiais, é necessário buscar esse conhecimento antes mesmo que esses alunos cheguem as escolas.

2.3 RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

Escola e família são instituições fundamentais para o desenvolvimento da pessoa humana. Ambas são propulsoras ou inibidoras do crescimento físico, intelectual, emocional e social do ser humano; a escola preocupa-se com o processo ensino-aprendizagem e com a sua instrução e apreensão do conhecimento, a família por sua vez preocupa-se com a socialização, proteção, as condições básicas de sobrevivência e com o desenvolvimento no âmbito social, afetivo e cognitivo.(DESSEN ; POLONIA, 2007).

Conforme os autores Amazonas, Damasceno, Terto & Silva, 2003; Kreppner, 1992, 2000 apud Dessen; polonia, (2007, p.22) “A família, presente em todas as sociedades, é um dos primeiros ambientes de socialização do indivíduo, atuando como mediadora principal dos padrões, modelos e influências culturais”.

De acordo com Mahoney, 2002 apud Dessen; Polonia, (2007, p.25) “A escola constitui um contexto diversificado de desenvolvimento e aprendizagem, isto é, um local que reúne diversidade de conhecimentos, atividades, regras e valores e que é permeado por conflitos, problemas e diferenças”

A relação entre a família e a escola é fundamental para que aconteça uma evolução para qualquer criança, seja ela com necessidades educacionais especiais ou não, essa parceria deve acontecer a partir do momento da matrícula dessa criança,

(18)

18

é interessante que a escola procure ter um bom relacionamento com essa família, é relevante que as famílias sejam respeitadas, dentro da escola, em todos os aspectos culturais, religiosos dentre outros.

A parceria entre família e escola é enfatizada pela Declaração de Salamanca conforme (Aiello 2003 apud Serra, 2010,48), a autora afirma de modo que “e o envolvimento entre as duas partes asseguraria uma ativa participação dos pais na tomada de decisão e no planejamento educacional dos seus filhos, com a adoção de uma comunicação clara e aberta”. (SERRA, 2010,p. 48). É importante a escola perceber que sozinha ela não poderá conseguir muita evolução com essa criança, se faz necessário ter esse contato, trazer essa família para a escola.

De acordo com Serra (2010, p.47)

A matrícula da criança portadora de autismo na escola pode trazer alterações no seio familiar, na medida em que a criança está frequentando mais um grupo social e tendo a oportunidade de conviver com outras crianças. Os pais, por sua vez, passam a conviver com outros pais nesse novo universo e a acreditar nas possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem sistemática de seus filhos.

De fato, o ingresso dessas crianças nas escolas trazem ganho não só para elas e sim para toda a família, pois possibilita os pais conviverem com outros pais que passam pela mesma situação, criando uma relação entre escola e outras famílias e compartilham das mesmas angústias. É muito importante que as escolas estejam preparadas tanto para receberem esses alunos como para ter uma relação com esses pais que chegam muitas vezes nessa escola com muito medo e desconfiança. O medo causado pela rejeição que essas crianças podem sofrer e a desconfiança se realmente aqueles professores vão saber lidar com seus filhos, o que é muito natural para essa família.

Serra (2010, p.47) ainda afirma que,

A escola é o único espaço social que divide com a família a responsabilidade de educar. Ela favorece uma certa transitoriedade entre as diferenças individuais e as necessidades do grupo, oferecendo ao indivíduo oportunidades de comportamentos mais socializadores.

(19)

19

Nos dias atuais se faz necessário que essa escola busque compreender através de pesquisas como atuar com alunos que apresentam autismo, pois cada vez mais as escolas estão matriculando crianças com esse transtorno. Na verdade essa escola que ainda está em processo de aprendizagem no tocante ao aluno autista, assim como é uma situação nova para a família; o que vemos apesar dos vários alunos autistas que já estão nas escolas, ainda existe um certo desconhecimento sobre esse assunto, principalmente por ser um transtorno que demanda muitas descobertas, sobre as suas causas. O papel das universidades é o de formar profissionais que saiam dos cursos de graduação com um mínimo de conhecimento do que está acontecendo ao seu redor.

É relevante que nesse processo de inclusão, a escola aprenda a conviver e entenda as particularidades dos seus alunos, e a família compreenda como é a aprendizagem do seu filho. No caso do aluno autista, sua aprendizagem tem um ritmo diferente, tornando-se mais lenta, por isso segundo (Nilsson apud Serra 2003, p.)... “é muito importante eleger as melhores prioridades em colaboração entre pais e a equipe que atende a criança”.

É importante ressaltar como afirma Serra, que os pais além de colaborar com as prioridades no currículo do seu filho, eles também não as infantilize, eles precisam ajudá-las a ser independentes e ter um comportamento mais socializado, como também terão que outorgar os cuidados a outro familiar ou pessoa de sua convivência, (Serra, 2010), pois os pais não são eternos e precisam ajudá-los a serem independentes e socializáveis com os demais. Assim, quando a criança autista é inserida na escola toda a família também é. (Serra 2004 apud Serra 2010,).

Conforme Serra (2010, p. 49):

É muito importante que haja uma parceria entre familiares e escola, pois os pais são portadores de informações preciosas que podem colaborar com o planejamento das intervenções educacionais das crianças autistas. A parceria entre família e escola pode se configurar especialmente por meio dos serviços de aconselhamento para amenizar o estresse e garantir a motivação para a continuidade do tratamento do filho e das técnicas dentro de casa.

Dessa forma, a escola precisa está preparada para receber esses alunos e toda a sua família que também fará parte da instituição, a escola aprenderá com a família a lidar com esse aluno, mas também pode ajudar a família dando conselhos de como tornar seus filhos mais independentes, logo não vai adiantar se a família não fizer a sua parte. A escola sempre procura tornar essa criança mais independente,

(20)

20

socializáveis, e a família em sua grande maioria continua infantilizando, deixando essa criança cada vez mais depende, para que aja uma aprendizagem significativa de alunos autistas, o caminho é a parceria entre a escola e a família.

(21)

21 3– METODOLOGIA

Os procedimentos utilizados na realização desse trabalho foram a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso. Esse tipo de pesquisa segundo Gil (2007, p. 44) “é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. O estudo de caso conforme Gil (2007, p. 54) “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados”. De acordo com Lüdke e André (1986) “o estudo de caso é o estudo de um caso, seja ele simples e específico”.

Para fundamentação teórica do estudo foram realizadas leituras dos escritos dos seguintes autores: Klin (2006), Serra (2010), Nunes e Santos ( 2015). Inicialmente fizemos algumas leituras no intuito de ter fundamentação teórica para a realização da pesquisa, no segundo momento pedimos permissão a escola para que fosse realizado o estudo, através de um ofício encaminhado pela professora orientadora do trabalho ao diretor da instituição escolar. Na ocasião o representante da escola na figura do diretor aceitou a realização da pesquisa. No terceiro momento foi elaborado um roteiro de entrevista para ser realizada com os participantes do estudo. As entrevistas foram efetuadas no momento em que os participantes estavam disponíveis, e foram feitas no pátio da escola. Essas entrevistas foram gravadas no gravador do celular e transcritas pela pesquisadora.

Para a realização do estudo de caso os instrumentos utilizados foram a observação e entrevista semiestruturada. Foi realizada observações, no intuito de perceber a relação do aluno no ambiente escolar, no espaço da sala de aula, no pátio escolar, totalizando cinco observações no horário das 13 às 17:30hs. As observações foram realizadas nos momentos da aula junto com a turma, no pátio nos momentos de intervalos e atividades desenvolvidas pela professora auxiliar. A entrevista semiestruturada, foi executada com a professora auxiliar, a vice-diretora e a família do aluno com diagnóstico de autismo. O objetivo da entrevista foi identificar como é a relação entre família e escola no processo de escolarização de um aluno com diagnóstico de autismo.

3.1 Os participantes

(22)

22

João, nome fictício, a professora auxiliar que acompanha o aluno em sala de aula, a vice diretora da instituição de ensino e a família.

O aluno João tem 8 anos de idade, tem um diagnóstico de autismo, ele frequenta a escola desde do 1° ano. Segundo a família João é autista com um grau mais elevado, ele é não verbal, porém emite alguns sons, costuma emitir esses sons e bater na mesa da sala de aula, essas atitudes chamam a atenção dos colegas de turma, pois é uma sala pequena que abriga uns 25 alunos.

A professora auxiliar tem 32 anos é formada em pedagogia e tem especialização em psicopedagogia, iniciou na escola desde do ano de 2012, veio assumir o cargo de professora da sala de recurso multifuncional, e ficou na função até dezembro de 2015. Com a da mudança de endereço da escola, o novo prédio não dispõe de um espaço para funcionar a sala de recurso multifuncional, em decorrência dessa situação e a necessidade de uma professora auxiliar para acompanhar o aluno João, a professora ficou exercendo a função de professora auxiliar, pois no início do ano letivo era a mãe de João quem fazia a função da professora auxiliar. Isso ocorreu, segundo depoimento da professora, porque a mãe não queria que seu filho deixasse de frequentar a escola.

A vice-diretora da escola tem de 51 anos de idade, tem formação em ciências sociais, e segundo a mesma nunca exerceu a função na área em que se formou, como a escola não dispõe de coordenadora pedagógica, a vice-diretora acumula essa função.

A família (mãe) de João tem 34 anos de idade, é dona de casa, tem mais uma filha que também apresenta autismo, é casada com o pai dos filhos.

3.2- O campo de Pesquisa

A pesquisa foi realizada numa escola estadual, localizada na zona urbana de Natal/RN. Atualmente a escola possui 240 alunos em que 4 desses possuem necessidades educacionais especiais. A instituição atende os anos iniciais do Ensino Fundamental distribuído em cinco salas de aula, do 1º ao 5º ano, funcionando nos turnos matutino e vespertino.

A escola até o ano de 2015 funcionava em outro prédio, no ano de 2016 passou a funcionar em um novo endereço. No prédio anterior a escola tinha uma sala de recurso multifuncional, com a mudança de endereço o prédio atual não possui o espaço para funcionamento da referida sala, por essa razão, a professora que antes

(23)

23

trabalhava na sala de recurso multifuncional, foi relocada para atuar como professora auxiliar de João1, aluno autista foco do nosso estudo de caso. A professora atua na

sala de aula regular, do 2º ano do ensino fundamental, auxiliando a professora titular nas atividades com o aluno autista.

No início do ano a turma do 2º ano do ensino fundamental, passou por mudanças de professores, a professora que iniciou o período letivo com a turma se aposentou, e os alunos ficaram sem aula até que um segundo professor fosse convocado. Uma nova professora assumiu, no entanto, passou alguns meses com a turma e em seguida precisou se afastar por motivos de saúde. Até o término da pesquisa, a turma estava sem aula, aguardando o encaminhamento de um novo professor.

Diante da situação onde os alunos estavam todos em casa esperando o novo professor, a professora auxiliar entrou em acordo com a família, e João continuou a frequentar a escola, para que ele não perdesse o contato com a escola e sua rotina não fosse prejudicada. Nesse caso ele fica somente com a professora auxiliar, na sala de aula, desenvolvendo suas atividades, porém com a carga horária reduzida.

(24)

24 4- Análise e discussão dos Resultados

Para chegar aos resultados dessa pesquisa, foi conduzida uma entrevista semiestruturada com a professora auxiliar, a vice-diretora e a família do aluno autista, contendo 5 perguntas cada (APÊNDICE). Nesta seção serão apresentadas e discutidas, com base no referencial teórico abordado, as respostas dos participantes. Em primeiro lugar analisaremos a fala da família, na pessoa da mãe, em segundo lugar a fala da professora auxiliar, por fim analisaremos a fala da vice-diretora da instituição.

4.1 – Família

A primeira pergunta que foi feita a família da criança, foi como ela havia descoberto que seu filho era autista, em resposta ela falou que:

“Na verdade eu não percebi que ele era autista, eu não conhecia realmente o autismo, eu descobri que ele tinha umas coisas diferentes, é o modo da gente falar, eu percebi, no olhar e uns movimentos que ele fazia com a mão e a perfeição que também ele fazia com os brinquedos, de colocar as cores no lugar, os tamanhos essas coisas, aí com o tempo foi que fiquei sabendo do autismo foi que eu pesquisei”. ( mãe, 2016)

O TEA é um transtorno desconhecido por muita gente, podemos perceber na fala da mãe o seu desconhecimento, porém como mãe ela percebeu um comportamento fora do comum em sua criança, vale ressaltar que cada indivíduo, como ser único, apresentará sintomas diferentes, no caso de João, a mãe percebeu em seu comportamento, em sua maneira de olhar, na forma como ele organizava os brinquedos, organizando por tamanhos e cores.

Para Silva, Vieira e Oliveira (2014, p.8) quando a família suspeita de um caso de autismo em sua criança, é recomendável:

... fazer exames de rotina devendo ficar atentos ao filho, se há interação aos estímulos visuais, auditivos, etc. Havendo a suspeita de a criança ter algum distúrbio relacionado ao espectro autista, deve-se então procurar ajuda médica, com diferentes especialistas para que esses possam avaliar a criança.

(25)

25

Assim sendo, conforme fala as autoras, a importância dos pais em levar sua criança frequentemente ao médico, para que na suspeita de qualquer anormalidade ela possa ser encaminhada imediatamente para um especialista, no caso da criança diagnosticada com TEA, quanto mais cedo começar o tratamento estimulando precocemente, melhor para o seu desenvolvimento.

Questionamos a família se João tinha laudo quando começou a frequentar a escola, em resposta a mãe falou que:

-“Não tinha não, mas ela sabia do autismo (a escola)”. (mãe, 2016).

A descoberta do autismo gera muitas inquietações para as famílias, algumas famílias admitem, outras não, e esse processo de aceitação dificulta no desenvolvimento dessas crianças. Segundo relata a mãe do João, ele não tinha laudo quando foi matriculado na escola, porém a escola já sabia que João tinha o transtorno. É necessário que o autismo seja diagnosticado a esse respeito Klin (2010, p.5), diz que “Um diagnóstico de transtorno autístico requer pelo menos seis critérios comportamentais, um de cada um dos três agrupamentos de distúrbios na interação social, comunicação e padrões restritos de comportamento e interesses”.

É relevante que a escola esteja atenta as necessidades dos seus alunos para no caso de crianças com qualquer necessidade educacional especial, buscar junto com os pais um diagnóstico acompanhado de um laudo, para assim poderem atender de forma significativa os alunos especiais que por vezes venham a se matricular na instituição.

Perguntada se a família teve alguma dificuldade para matricular seu filho na escola ela respondeu que:

“Não, nenhuma”. ( mãe, 2016)

Segundo relata a mãe, ela não teve problema algum para matricular a criança na escola, mesmo a escola sabendo que João era um aluno que apresentava características de autista, posteriormente por meio da comprovação do laudo. Sabemos que a escola é um direito de todos e dever do Estado, conforme institui a constituição, essa escola cumpriu o seu dever em matricular essa criança autista.

Segundo Serra (2010, p.41), os direitos das pessoas que apresentam deficiência devem ser asseguradas, “é importante ressaltar que, de acordo com a

(26)

26

Constituição Brasileira, o Estado deve assegurar os direitos dos deficientes bem como o atendimento adequado...”.

Nem sempre o Estado por diversas razões consegue cumprir com o seu dever nas escolas para com os alunos que apresentam alguma necessidade educacional especial. E as escolas nem sempre estão preparadas para receberem tais alunos, muitos professores desconhecem as diversas necessidades que os alunos especiais apresentam, o ideal seria que toda a comunidade escolar recebesse formação específica para melhor atender esses alunos.

Ao perguntar se a família considerava importante ajudar as professoras da sala de aula a lidar com seu filho a mãe responde que:

-“Eu acho porque eles são um enigma e é muito bom, eu não vou dizer que tem

gente que acha ruim, mas eu acho muito bom, porque cada um deles são diferente, no meu caso possa ser que eu tenha dois, a minha menina está quase sendo diagnosticada que é autista também, e eu vejo que tanto ele como ela é muito diferente, como ele gosta de letra e ela se interessa mais pelos números, é bem interessante”. ( mãe, 2016).

Podemos analisar na resposta que a mãe, tem consciência que é importante ter esse contanto com a escola, pois segundo ela “eles são um enigma”, de fato o autismo segundo os pesquisadores ainda não foi descoberta uma causa para esse transtorno.

De acordo com Silva, Vieira e Oliveira (2014, p.5)

Não há uma causa específica que provoque esse transtorno. A causa exata desse distúrbio ainda continua desconhecida. Portanto, é atribuída a uma combinação de fatores genéticos ou ambientais, que podem levar ao autismo, destacam-se alguns desses fatores, como por exemplo o autismo pode estar relacionado a problemas durante a gestação como; (febre alta, rubéola, diabetes, idade avançada, uso de antidepressivos, uso de drogas, obesidade,etc.).

Portanto, mesmo diante de tantas especulações em torno desse transtorno, ainda são desconhecidas as causas que provocam o autismo.

Perguntada se a escola tinha contribuído para alguma melhora no transtorno que o filho apresenta e o por quê, a mãe respondeu que:

(27)

27

-“Não, com certeza a escola é o essencial para a criança, quer dizer tanto a escola como uma vida normal, como toda criança é bom para ele, porque ele tem que perceber a diferença do que é o certo e o errado, o que doí e o que não doí, e assim a gente tem que pôr o limite, a limitação para ele é o mais importante, porque tem gente que lidam com eles pensam que por ser autista, ou qualquer outra síndrome tem que tratar ele com outro jeito, tem que fazer tudo, não é assim, tem que tratar ele como qualquer outra criança tem que ter limitação”. ( mãe, 2016)

É fundamental que a família tenha consciência que a escola contribui para o desenvolvimento do seu filho, tendo essa consciência ela poderá ajudar melhor a escola e poderá perceber que a inclusão desse aluno na escola a sua evolução será visível na vida do seu filho.

Para Silva, Vieira e Oliveira (2014, p.9)

No contexto educacional, a escola passa a ser fundamental no desenvolvimento dessa criança, tanto na aprendizagem quanto na interação social, sendo a escola responsável a acompanhá-la no seu progresso, possibilitando para que esse indivíduo possa se desenvolver sem muita restrição no meio social a qual está inserido.

Para as crianças de um modo geral a escola é um ambiente fundamental para aprender a conviver em sociedade, é na escola que elas aprendem as regras de convivência que são impostas pela sociedade, para as crianças com autismo esse ambiente é um lugar que ajudará para o seu desenvolvimento tanto quanto os outros lugares que eles precisarão frequentar como também a ajuda dos demais profissionais.

4.2- Professora auxiliar

A próxima entrevista foi realizada com a professora auxiliar, é quem convive mais próximo a João, por causa da paralisação das atividades em sala de aula, por motivo de mudança de professor e a demora da secretaria estadual em enviar uma nova professora, a professora auxiliar se dispôs a receber o aluno, para que ele não perdesse a rotina na qual ele estava habituado, desse modo a professora auxiliar da aula particular ao estudante João na escola, mesmo com toda a turma em casa.

A primeira pergunta realizada a professora foi como ela avalia a participação da família no contexto da escola, ela respondeu:

(28)

28

-“É com certeza fundamental, porque em relação ao aluno João, a família (mãe) é muito participativa e muito contribui com a escola, e como ele não fala, a participação da mãe é muito importante”. ( professora auxiliar, 2016)

Podemos perceber na fala da professora que a família é muito participativa na pessoa da mãe, o que é essencial para a escola, principalmente por ser um aluno que não tem linguagem verbal.

Segundo a declaração de Salamanca é fundamental que exista uma parceria entre a escola e a família, conforme (Aiello, 2003 apud Serra 2010), essa parceria ajuda no planejamento da escola para essa criança, que precisa de um planejamento que contemple suas particularidades específicas.

Conforme institui a declaração de Salamanca (1994, s/n)

57. A educação de crianças com necessidades educacionais especiais é uma tarefa a ser dividida entre pais e profissionais. Uma atitude positiva da parte dos pais favorece a integração escolar e social. Pais necessitam de apoio para que possam assumir seus papéis de pais de uma criança com necessidades especiais

No caso da criança autista o auxílio da família é essencial para o processo de escolarização, pois sabemos que o autismo tem suas especificidades, como algumas crianças com dificuldades na linguagem ou totalmente sem linguagem.

Perguntamos se essa ajuda da mãe contribui ou contribuiu para a realização do seu trabalho ela respondeu:

-“Contribui muito para que eu possa lidar com ele, pois ela mostra como devo agir e entender coisas que por ele não falar, fica um pouco difícil de entender”. ( professora, auxiliar,2016).

Podemos analisar na fala da professora auxiliar que João é um autista sem linguagem verbal e que a contribuição da família é essencial no processo de escolarização, que por ele não falar, resulta em uma dificuldade na compreensão, porém com a ajuda da família o trabalho torna-se possível.

Para Peteers (1998) apud Serra (2010, p.46):

A família pode colaborar de maneira muito especial para o desenvolvimento da criança portadora de autismo na escola, principalmente fornecendo aos profissionais informações sobre as

(29)

29

formas de comunicação da criança. Havendo pelo menos uma forma de comunicação utilizada pela criança, outras podem ser desenvolvidas.

Vale ressaltar, que para acontecer essa colaboração da família, é fundamental que a escola esteja aberta a esse diálogo, estabelecendo uma parceria, que ela aceite essa participação da família, a instituição precisa está de braços abertos para aprender a lidar com essa criança. Compreendemos que, junto com a família a escola descobrirá possibilidades e estratégias que auxiliem no processo de escolarização dessa criança.

Perguntamos a professora auxiliar se para ela era positivo observar como a mãe trata seu filho dentro da escola, e se para isso facilitava para lidar com ele, ela respondeu que:

-“É com certeza, porque ninguém conhece melhor a criança do que a própria mãe, embora que ele tenha suas particularidades as características de uma criança que é autista mas assim, ele tem a realidade dele, ele tem o convívio social dele; e a mãe em todos os aspectos ela quem conhece o filho na sua totalidade, então as vezes, eu percebo a maneira como ela trata ele e como eu posso pegar alguma coisa dela alguns elementos da maneira como ela fala, a maneira até como ela olha para ele e ele obedece”. ( professora auxiliar, 2016).

Para a professora auxiliar é positivo observar como a mãe trata o filho e assim ela absorve e aprende a lidar com ele, fica evidente na fala dela que a família realmente tem essa relação com a escola e como isso ajuda a escola. Nesse sentido, Serra (2010, p.47), situa que a:

[...] escola é o único espaço social que divide com a família a responsabilidade de educar. Ela favorece uma certa transitoriedade entre as diferenças individuais e as necessidades do grupo, oferecendo ao indivíduo oportunidades de comportamentos mais socializadores.

Se a escola não tem esse olhar para com esse aluno e também para com essa família, perde-se a oportunidade de fazer um bom trabalho com essa criança, o que deixa de ser uma inclusão e passa somente a uma mera inserção física dessa criança no ambiente escolar. Ter um aluno autista ou com qualquer outra deficiência exige do

(30)

30

professor um olhar específico para com aqueles que são capazes e que a seu modo podem vir a ter um excelente desenvolvimento.

Foi perguntado também para a professora auxiliar se era possível lidar com essa criança se não houvesse a ajuda dessa família, ela respondeu que:

-“Possível era, porque assim a gente encontra meios de lidar, até experiências, pelas leituras que são feitas, mas com certeza, seria muito mais difícil e muito mais demorado, se não tem essa participação da família, igual qualquer outra criança, a gente percebe os avanços que é acompanhada pela família e da criança que não é, e com ele é da mesma forma”. ( professora auxiliar,2016).

Fica evidente segundo o relato da professora, o quanto o trabalho com essa criança que é acompanhada pela família é significativo em seu processo de aprendizagem, quando a família participa desse processo tem um resultado mais rápido em relação aquela criança que não é acompanhada por seus familiares.

Conforme Serra (2010, p.47)

Quando se propõe, por exemplo, a inclusão dos portadores de necessidades especiais, devem ser respeitadas as características de sua natureza, visando à aquisição de comportamentos sociais aceitáveis, porém, observando as necessidades especiais de cada educando e, sobretudo, trazendo os pais para um comportamento mais realístico possível, evitando a fantasia da cura, sempre tão presente.

É relevante, que a escola apresente sempre para os pais os pequenos avanços que acontece com seus filhos, é importante que eles percebam que o trabalho realizado com essa criança é de acordo com suas possibilidades, que eles estão aprendendo, mas do modo deles. A escola tem que buscar sempre da família esse diálogo, para que eles percebam, que a ajuda deles é fundamental para o desenvolvimento do seu filho.

Perguntamos a professora auxiliar se a família contribui com as tarefas, ela respondeu:

-“Contribui, ela até as vezes quer que a gente coloque sempre para que ela possa está fazendo com ele as tarefas escolares com ele, e ela consegue fazer do começo ao fim, coisa que ele ainda resiste a fazer comigo, e a mãe consegue”.

(31)

31 ( professora auxiliar 2016)

Percebemos que a resposta da professora é bastante positiva em relação a essa família que quer ver seu filho se desenvolver, e que está sempre ajudando a professora visando o desenvolvimento do filho.

Segundo Nilsson (2003) apud Serra (2010, p.47), “o processo de aprendizagem das crianças com autismo, por vezes, é lento, e por isso é muito importante eleger as melhores prioridades em colaboração entre pais e a equipe que atende a criança”.

A escolarização da criança autista conforme os autores ressaltam é diferente, por isso tanto a família como a escola precisam ter consciência disso, para que não desanimem, é mais lenta porém possível, assim como toda criança tem seu momento de aprender a criança autista não é diferente.

4.3- Direção da escola

Por fim, entrevistamos a vice diretora da escola, a primeira pergunta foi se a escola costumava se reunir com essa família, sua resposta foi:

-“A escola ou a professora que cuida dele? no caso a professora auxiliar, e quando a gente tem a professora da sala de recursos ela também.”(vice-diretora, 2016).

Sabemos que em sua maioria as escolas públicas e privadas entregam esses alunos as estagiárias, que ficam responsáveis pela educação dessa criança, no caso específico da nossa pesquisa de João, a professora auxiliar é a ex-professora da sala de recursos multifuncionais da escola, que tem além da formação em pedagogia é também psicopedagoga, nesse caso a mãe trata diretamente com essa professora auxiliar, o processo de inclusão é por vez responsabilidade de toda a escola, o ideal seria que não só a professora auxiliar se reunisse com essa família mas toda a equipe pedagógica, pois esse aluno pertence a toda a instituição.

Para Aiello (2003) apud Serra (2010, p.48):

... constatou que há, por vezes, uma relação conflituosa entre profissionais da escola e familiares. Enquanto os familiares se queixam da duração e dos horários das reuniões de pais, da falta de transporte e do uso de uma linguagem técnica por parte dos profissionais, o que provoca um sentimento de inferioridade e, consequentemente, o

(32)

32

afastamento da escola, os profissionais também apresentam queixas a respeito dos familiares, tais como a apatia ou indiferença pelo desenvolvimento dos filhos, a falta de tempo, a falta de compreensão das necessidades da escola e do sistema escolar, bem como a ausência nas reuniões e o não reconhecimento do trabalho realizado pela escola em benefício de seus filhos.

De acordo com as entrevistas realizadas na escola, percebemos o quanto à família de João, reconhece o trabalho da escola e o quanto ela ajuda a toda a equipe a lidar com seu filho, ela é uma pessoa que reconhece as limitações do filho, porém ela também sabe exigir da escola o necessário para a evolução dele.

A segunda pergunta feita a vice-diretora foi de que forma a família contribui para um bom desempenho desse aluno, ela respondeu que:

-”A família é bem presente, a família não, a mãe, exatamente a mãe, que comparece mais que conversa, que explica, que diz como ele está, diz o que ele tem feito em casa e a professora absorve essas informações, mas também tem casos de alunos que a mãe simplesmente ainda não acordou para cuidar, no caso de João especificamente, até aonde nós sabemos, a mãe dele é bem mais presente do que o pai, ela que cuida mesmo dele, ela que está a frente de toda a história dele”.(vice-diretora, 2016).

Fica evidente na fala da vice-diretora o quanto quem cuida dessa criança é a mãe, e o quanto ela se faz presente em sua vida e na vida da escola. A esse respeito que Serra (2010, p. 45) afirma que: “é nesse cenário que fica a cargo da mulher a paralisação da vida profissional e a manutenção das tarefas dos demais membros”. Segundo relato da equipe da escola quem cuida e fica responsável por João é sua mãe. Segundo serra (2010, p.44), “as mulheres costumam paralisar inclusive a vida profissional e/ou acadêmica e passam a viver em função do filho autista”. Em nossa conversa a mãe relatou que abandonou o trabalho para cuidar de João, e que quem sustenta a família é seu esposo.

A terceira pergunta feita a gestão foi se a família costuma cobrar da escola por resultados desse aluno, ela respondeu o seguinte:

-“Sim, cobra e tem direito e razão de cobrar, a mãe de João por exemplo, tá

sempre perguntando se a professora vem, ela assim, não é agressiva, mas a maneira como fala ela assim questiona e pergunta muito sobre ele aqui na escola e isso é

(33)

33 importantíssimo”. (vice-diretora,2016)

Podemos observar na fala da vice-diretora o quanto essa é uma família comprometida com o processo de escolarização e o desenvolvimento dessa criança, sabemos que nem sempre as escolas de um modo geral são estruturadas para trabalhar com alunos autistas.

Conforme Serra (2010, p. 50)

Os pais se queixam da falta de alternativas de atendimentos clínicos e pedagógicos e ressaltam a constante rejeição social que vivem devido ao autismo de seus filhos. Apresentam desconfiança quanto aos efeitos positivos da inclusão e citam, com muita frequência, a angústia que têm em relação ao futuro e ao que podem efetivamente esperar da escola e dos professores.

É importante que a escola passe confiança para essa família quanto ao tratamento para com seu filho, os professores precisam tratar essas crianças que tem suas limitações, mas que precisam ser educadas como qualquer outra criança, dessa forma a escola pode também está contribuindo com esses pais a cuidar dos filhos, orientar e poderá haver essa troca entre a família e a escola.

A quarta e última pergunta que foi feita a vice-diretora foi a partir das nossas observações realizadas na escola, perguntamos o seguinte: Vimos o esforço dessa mãe quando o governo não havia disponibilizado uma professora auxiliar, essa mãe passou a fazer o papel dessa professora. Para a senhora foi positivo esse auxílio dessa mãe? Em resposta ela falou o seguinte:

-“Não diria que foi positivo, não, diria que foi necessário não era obrigação dela fazer, ela fez ela se dispôs, ela foi bem assim, acho que ela foi uma mãezona, ela queria o filho na escola, queria que ele compartilhasse de tudo que as outras crianças estavam desenvolvendo na escola, eu achei isso muito proveitoso, não tirou ele da escola, não tirou ele da rotina que precisa ter, mas foi um grave erro da secretaria a gente ter que esperar esse tempo todinho, e eles não mandar uma auxiliar, para que ela tivesse o direito de ser mãe da outra filha dela, para ser auxiliar do filho na sala de aula”.(vice-diretora, 2016).

Essa é uma realidade que infelizmente afeta o nosso país, embora tenhamos uma lei que assegure o direito a essas crianças na escola e também o direito a um

(34)

34

profissional para auxiliar esse indivíduo, frequentemente crianças portadoras de necessidades especiais ficam de fora da escola por falta de professores para auxiliar, é louvável a atitude dessa mãe em fazer o papel dessa professora auxiliar, porém sabemos que não é o ideal para o ambiente escolar, pois sabemos que a responsabilidade pedagógica é da escola e não da família.

Para Silva, Vieira e Oliveira (2014, p.8)

A maioria das crianças autistas vão à escola normalmente, frequenta uma escola regular, porém, isso não quer dizer que serão capazes de desenvolver a aprendizagem como uma criança sem o transtorno; nesse caso, a escola deve estar preparada para esse tipo de situação, e acima de tudo, conhecer as particularidades dos seus alunos, independente de apresentarem ou não algum tipo de deficiência, devendo manter esse direito garantido para todos, apesar dos desafios que estejam inerentes a essa filosofia de trabalho.

Sendo assim, mesmo sendo um direito garantido, muitos pais que precisam da escola para levarem suas crianças com necessidades educacionais especiais, são atendidos conforme a lei obriga, como ficou evidente na fala da vice-diretora. Porém nem sempre os familiares têm disponibilidade para fazer o papel da professora auxiliar. Os pais tem outras responsabilidades, o Estado, o dever de ofertar a vaga e as condições favoráveis ao processo de escolarização do estudante

(35)

35 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo do presente trabalho foi investigar a relação da família-escola no caso de um aluno autista.

A pesquisa foi realizada a partir de um estudo de caso. Os dados foram produzidos mediante entrevista com três participantes, sendo eles: a professora auxiliar, a gestão da escola e a família do aluno envolvido.

Os resultados indicaram que a participação da família na escolarização da criança com TEA é bastante relevante, pois isso acelera no processo de escolarização eficaz, sem a participação o processo fica prejudicado e lento. A escola precisa fazer a sua parte e solicitar a ajuda dessa família. Embora a presença de um professor auxiliar não seja condição obrigatória para o acesso e permanência do aluno que apresenta autismo na escola, no cotidiano escolar é perceptível que a presença do aluno fica condicionada a presença desse profissional, e na ausência dele a família acaba por assumir essa função, aspecto evidenciado na pesquisa.

É importante que na escola o professor perceba a criança autista como capaz de aprender e se desenvolver, observando, respeitando e trabalhando suas especificidades e potencialidades. Jamais podemos classificar qualquer estudante seja ele com necessidades especiais ou não, como um ser incapaz, precisamos ter esse olhar, e buscar alternativas para ajudar no processo de desenvolvimento desses indivíduos. Juntos escola e família podem fazer a diferença na vida dessa criança.

Possivelmente coma ajuda da família e o olhar do educador, é possível realizar um trabalho que se adapte a realidade de cada criança autista que a escola poderá receber, é relevante que os professores tenham em mente que cada criança autista tem suas particularidades, como qualquer outra criança. É comum a sociedade rotular as síndromes e outras necessidades especiais, para isso a importância de está sempre estudando sobre esse assunto, para que possamos saber das características gerais que cada síndrome, transtorno e as demais necessidades especiais que apresentam, as particularidades que cada aluno apresenta somente com a convivência é que vamos aprender.

Esse estudo possibilitou constatar que é possível existir uma relação amistosa entre a escola e a família, e o quanto essa relação favorece um conhecimento dos costumes e comportamento do estudante com diagnóstico de autismo, e isso favorece o seu desenvolvimento de forma significativa.

(36)

36 REFERÊNCIAS

BOSA, Cleonice. Autismo: breve revisão de diferentes abordagens. Psicol. Reflex. Crit. Vol.13 n.1 Porto Alegre 2000. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722000000100017> Acesso em Setembro de 2016.

CAMARGO, Síglia Pimentel Höher ; BOSA, Cleonice Alves. Competência social, inclusão escolar e autismo: revisão crítica da literatura. Psicol. Soc. vol.21 no.1

Florianópolis Jan./Apr. 2009. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822009000100008&lang=pt> acesso em 14 de Junho de 2016.

DESSEN, Maria Auxiliadora; POLONIA, Ana da Costa. A Família e a Escola como contextos de desenvolvimento humano. Paidéia, 2007, 17(36), 21-32. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n36/v17n36a03.pdf> acesso em 19 de Outubro de 2016.

DAVID, Viviane Felipe. Autismo e Educação: a constituição do autista como aluno da rede municipal no Rio de Janeiro / Viviane Felipe David. – Rio de Janeiro:

UFRJ/FE/PPGE, 2012. Disponível em:

<http://www.educacao.ufrj.br/ppge/dissertacoes/Viviane_Felipe_Dissertacao.pdf> Acesso em 18 de novembro de 2016.

GOMES, Rosana Carvalho; NUNES, Débora R. P. Interações comunicativas entre uma professora e um aluno com autismo na escola comum: uma proposta de intervenção*. Educ. Pesqui. Vol.40 no.1 São Paulo Jan./Mar.2014. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022014000100010&lang=pt> Acesso em 14 de setembro de 2016.

GIL, A.C. Como classificar as pesquisas. In: GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. Cap 4. p. 41-58.

(37)

37

KLIN, Ami. Autismo e Síndrome de Asperge: uma visão geral. Rev Bras Psiquiatr. 2006;28(Supl I):S3-11. Disponível em:

<file:///C:/Users/casa/Desktop/Klin-2006-Revista_Brasileira_de_Psiquiatria.pdf> Acesso em 29 de Março de 2016.

LÜDKE, Menga; André, marli Elisa D. Afonso. Estudo de caso: seu potencial em educação. In:___. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Editora pedagógica e Universitária, 1986, p. 17-24.

NUNES, Débora Regina de Paula; SANTOS, Larissa Bezerra dos Santos. Mesclando práticas em Comunicação Alternativa: caso de uma criança com autismo. Psicol. Esc. Educ. vol.19 no.1 Maringá Jan./Apr. 2015. Disponível em <

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572015000100059&lang=pt>. Acesso em setembro de 2016.

OLIVEIRA, Cynthia Bisinoto Evangelista de ; MARINHO-ARAÚJO, Claisy Maria. A relação família-escola: intersecções e desafios. Estud. psicol. (Campinas) vol.27

no.1 Campinas Jan./Mar.2010. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2010000100012>. Acesso em 19 de Junho de 2016.

SERRA, Deyse. Autismo, família e inclusão. Polêm!ca, v. 9, n. 1, p. 40 – 56, janeiro/março 2010. Disponível em :<http://www.e-publicacoes.uerj.br/ojs/index.php/polemica/article/viewFile/2693/1854> Acesso em 12 de Junho de 2016.

SILVA, Talita Oliveira; VIEIRA, Camilada Costa; LARICE, da Silva. Autismo- Família e escola: Uma relação que inclui. Disponível em: <http://www.editorarealize.com.br/revistas/setepe/trabalhos/Modalidade_1datahora_3 0_09_2014_15_02_29_idinscrito_360_4934514a350cebe280d4e3d6a5ed0260.pdf> Acesso em 18 de outubro de 2016.

(38)

38

_________. Declaração de Salamanca. Princípios , Política e Prática em Educação Especial. 1994.

________. Lei número 9.394/96. Lei de Diretrizes e Bases para Educação Nacional. 1996.

(39)

39 QUESTIONÁRIO DAS ENTREVISTAS MÃE

1.Como a senhora descobriu que seu filho era autista?

2.O seu filho tinha laudo quando foi matriculado nessa escola?

3.A senhora teve alguma dificuldade para matricular seu filho nessa escola? 4.A senhora acha importante ajudar as professoras da sala a lidar com seu filho? 5.A senhora acredita que a escola contribuiu para alguma mudança no quadro do transtorno que seu filho apresenta?

PROFESSORA AUXILIAR

1. Como a senhora avalia a participação da família no contexto da escola?

2. Essa participação contribui ou contribuiu para realização do seu trabalho?

3. Quais avanços a senhora observa em relação a escolarização de João?

4. A senhora acha positivo observar como a mãe trata seu filho dentro da escola? Acha que isso facilita para lidar com ele?

5. É possível lidar com esse aluno se não houvesse a participação da família? 6. A família contribui com as tarefas escolares?

DIREÇÃO DA ESCOLA

1.A escola costuma se reunir com a família do aluno autista?

2 .De que forma a família contribui para um bom desempenho desse aluno?

3.A família costuma cobrar da escola por resultados no desenvolvimento desse aluno? 4.Vimos o esforço dessa mãe quando o governo não havia disponibilizado uma professora auxiliar, essa mãe passou a fazer o papel dessa professora. Para a senhora foi positivo esse auxílio dessa mãe?

Referências

Documentos relacionados

SOLOS E MANEJO FLORESTAL – Eucalyptus spp Responsável pelo desenvolvimento de estratégias de conservação de solos e manejo florestal para todas as áreas de eucalipto plantadas

Controlador de alto nível (por ex.: PLC) Cabo da válvula Tubo de alimentação do ar de 4 mm Pr essão do fluido Regulador de pressão de precisão Regulador de pressão de

Como parte de uma composição musi- cal integral, o recorte pode ser feito de modo a ser reconheci- do como parte da composição (por exemplo, quando a trilha apresenta um intérprete

Os principais resultados obtidos pelo modelo numérico foram que a implementação da metodologia baseada no risco (Cenário C) resultou numa descida média por disjuntor, de 38% no

Com base na literatura revisada, conclui-se pela importância da implantação de um protocolo de atendimento e execução de exame de Ressonância Magnética em

Sendo assim, o presente estudo visa quantificar a atividade das proteases alcalinas totais do trato digestório do neon gobi Elacatinus figaro em diferentes idades e dietas que compõem

e legível. A letra inserta na seta indicativa da classe de eficiência energética deve estar situada no centro da parte retangular da seta, sendo a seta e a letra

de comparar o valor de monóxido de carbono no ar exalado (COex) entre indivíduos fumantes e não fumantes, avaliar fatores que influenciam estes valores entre os que fumam e