Difusão em sólidos
Mecanismos
Processo de salto atômico
O átomo se move através de sítios vizinhos. Este sítios pode ser vacâncias ou interstícios.
Como os átomos que difundem são comprimidos pelos
átomos vizinhos, é necessária uma quantidade de energia (> kB.T) para que ocorra o salto atômico.
Processo de salto atômico
A diferença energética entre a posição do sítio e
da posição de sela (topo da barreira) é dada por:
“M” migração.
Vineyard demonstrou, por termodinâmica
estatística, a eq. que descreve a taxa de saltos (w)
freqüência de tentativas da ordem de
Mecanismos de difusão
Mecanismo de troca troca de posições envolvendo dois ou mais átomos.
Pode ser um mecanismo de troca direta (de
posições) entre dois átomos situados em sítios vizinhos da rede cristalina
mecanismo pouco provável, principalmente em
estruturas compactas
forte repulsão de curto alcance entre os átomos
proíbe a ocupação de posições intermediárias onde dois átomos poderiam estar na metade do caminho.
Mecanismo em anel
As forças repulsivas atuam positivamente, empurrando
o átomo vizinho em curso de uma espécie de permuta circular
Mecanismo improvável devido a coordenação de
Mecanismos de difusão
Mecanismo intersticial
Mecanismos de difusão
Mecanismo intersticial (ou intersticial direto)
Mecanismo mais simples de difusão.
Saltos de posições intersticiais para posições
intersticiais vizinhas.
Processo difusional mais rápido que os
intermediados por defeitos não necessita “esperar” por um defeito para ocorrer o salto.
Mecanismo principal de difusão de átomos
pequenos tipicamente em solução sólida (H, C, N, O).
Mecanismo intersticial (ou intersticial
direto)
Mecanismos de Difusão
Mecanismo via vacâncias
Mecanismo predominante para a difusão de
átomos de soluto substitucionais. Ocorre também na auto-difusão.
Neste mecanismo, o átomo difunde através de
um salto de uma posição na rede para uma
vacância vizinha mecanismo intermediado via defeito cristalino.
Mecanismos de Difusão
Mecanismo via vacâncias
Pode-se analisar este processo de difusão através da
migração de vacâncias ou através do átomo que
difunde (traçador, no caso de auto-difusão, ou soluto, no caso de átomo quimicamente diferente).
No caso de auto-difusão a vacância localizada
numa determinada posição tem probabilidade 1/ζ de saltar para qualquer uma das ζ posições de
coordenação. Após um salto, o átomo que difundiu tem probabilidade maior que a aleatório de fazer um salto no sentido reverso ver representação esquemática seguinte!!
Mecanismos de Difusão
Mecanismos de Difusão
Mecanismo via vacâncias
Em condição de equilíbrio térmico, a fração de
equilíbrio de vacâncias num cristal monoatômico é dada por:
Onde é a energia livre de formação de
Mecanismo via vacâncias
A taxa de saltos de troca é dada por:
Onde w1V taxa de troca entre um átomo
e uma vacância.
ν0 freqüência de tentativas pertinentes.
entalpia e entropia de migração,
respectivamente.
Mecanismo via vacâncias
Em ligas substitucionais interações atrativas ou
repulsivas entre átomos de soluto e vacâncias
exercem um papel importante interação modifica a probabilidade de se encontrar uma vacância na
vizinhança de um átomo de soluto
energia livre de Gibbs de ligação entre um par
Mecanismo via vacâncias
A taxa total de saltos de um átomo de
soluto numa rede é dada por:
Mecanismo via di-vacâncias
O átomo troca de posição com uma das
vacâncias num par de di-vacâncias.
Na estrutura CFC isto pode ocorrer sem
dissociação da divacância.
Em estruturas CCC tal salto envolve
necessariamente a modificação da distância entre as duas vacâncias pois nesta estrutura não há grupo de 3 átomos que sejam todos vizinhos mais próximos uns dos outros.
Mecanismos de difusão
Mecanismo de intersticialidade ou mecanismo
intersticial indireto
O “átomo intersticial” tem tamanho da ordem de grandeza dos
átomos da rede a difusão pode ocorrer por mecanismo de intersticialidade (interstitialcy) ou mecanismo intersticial indireto.
Se o átomo que difunde for da mesma espécie química dos
átomos da rede temos um auto-intersticial configuração de equilíbrio Dumbbell (dois átomos centrados num mesmo sítio).
Mecanismos de difusão
Mecanismo de intersticialidade colinear e não-colinear
Mecanismo de intersticialidade é um tipo de mecanismo
coletivo.
O mecanismo de intersticialidade é geralmente negligenciavel
em difusão térmica mas muito importante em difusão induzida por radiação.
Efeito Kirkendall
Kirkendall observou em experimentos de
pares difusionais que havia um aumento da dimensão de um dos elementos do par as custas da diminuição do outro.
Este fenômeno não era
compreendido/previsto com base nos conhecimentos da época.
Efeito Kirkendall
Conceitos básicos
Coeficiente de difusão intrínseco
coeficiente de auto-difusão, no caso de um metal puro, ou coeficiente de difusão de um soluto, no caso de uma solução sólida
diluída.
Coeficiente de inter-difusão medida da
taxa de mistura durante a inter-difusão num par de elementos A/B.
Fluxos atômicos não-recíprocos
Os fluxos atômicos não-recíprocos das espécies
A e B escritas em termos de coeficientes
intrínsecos de difusão Di (onde i =A, B), usando a 1ª Lei de Fick:
Obs: O fluxo atômico líquido do par difusional de
Fluxos atômicos não-recíprocos
Volume de controle para o deslocamento
Fluxos atômicos não-recíprocos
Num par de elementos metálicos A/B, em
geral JA ≠ JB.
Os fluxos JA e JB são proporcionais aos
coeficientes de difusão intrínsecos que, por
sua vez, não são necessariamente iguais (DA ≠ DB).
Isto dá origem a um fluxo líquido de matéria
Jnet na direção A B.
ΔJ varia com “x” e tende a zero nas
Fluxos atômicos não-recíprocos
O fluxo atômico líquido é a soma dos fluxos
intrínsecos Fickianos
A velocidade dos marcadores pode ser
Fluxos atômicos não-recíprocos
Substituindo os fluxos intrínsecos, temos:
Se os dois componentes A e B tem as
mesmas densidades molares parciais, temos:
Fluxos atômicos não-recíprocos
Derivando a eq. anterior, temos:
NA e NB são definidos como:
Fluxos atômicos não-recíprocos
Combinando a eq. anterior com a eq. de
UM, temos:
Ou:
Para manter a conservação dos sítios da
rede, temos que:
Fluxos atômicos não-recíprocos
Substituindo em JA e JB, temos:
Os gradientes de concentração são iguais
Difusividades intrínsecas e nuvem de
vacâncias
Fluxos atômicos durante a difusão compensada (DA = DB).Difusividades intrínsecas e nuvem de
vacâncias
Fluxos atômicos durante a difusão não compensada (DA = 1,1 x DB)Difusividades intrínsecas e nuvem de
vacâncias
Fluxos atômicos durante a difusão não compensada (DA = 1,33 x DB)Difusividades intrínsecas e nuvem de
vacâncias
Fluxos atômicos durante a difusão não compensada (DA = 0,67 x DB)Difusividades intrínsecas e nuvem de
vacâncias
Vacâncias e planos atômicos são eliminados Vacâncias e planos atômicos são geradosExperimento de Kirkendall
Difusão via vacâncias: Não era aceita
devido à baixa concentração de equilíbrio das vacâncias em metais (da ordem de 10-6, ou seja, 1 vacância para cada 1
milhão de átomos na temperatura próxima da fusão).
A confirmação da difusão via vacâncias foi
realizada por Smigelskas, A. D. e
Kirkendall, E. O. (Trans AIME,171, p. 130, 1947) através de experimentos de pares difusionais.
Efeito Kirkendall
Par difusional de Kirkendall
Foi observado o deslocamento dos marcadores
inerciais utilizados no experimento de Kirkendall.
Foi demonstrado que a distância (h) entre os
marcadores se comportava de acordo com a expressão cinética
Efeito Kirkendall
Curvas de penetração de Zn observadas após
vários tempos de recozimento no experimento de Kirkendall-Smigelskas.
Efeito Kirkendall
Experimento de Kirkendall-Smigelskas mostrando
as posições dos marcadores inertes de arames de Mo vs. tempo.
Efeito Kirkendall
Movimentação dos marcadores durante o
Difusividade via vacâncias e Eq.
de Darken
Os mecanismos de difusão de simples troca e em anéis, na época mais aceito para explicar a inter-difusão não permitiam que |JA| > |JB|.
Pode-se observar, através das marcas inertes, que, além da mudança de concentração que ocorre devido à difusão
intrínseca, há um fluxo de matéria para um dos lados devido ao efeito Kirkendall. O coeficiente de interdifusão (ou
coeficiente químico de difusão) é dado pela Equação de Darken:
Onde:
DA e DB são os coeficientes intrínsecos de difusão de A e B e NA e NB são as concentrações molares de A e B, respectivamente.
Difusividade via vacâncias e Eq. de
Darken
Utilizando-se D temos as leis de Darken,
Difusividade via vacâncias e Eq. de
Darken
Solução de Matano para Eq. de
Darken
Método de Matano
Proposto originalmente em 1933, a partir uma solução de
Boltzmann (de 1894) para a 2ª Lei de Fick. Neste
método, assumi-se que D é função da concentração. Esta solução é dada pela seguinte equação:
Onde NA é a concentração a uma distância x do plano de
Matano, NA1 é a concentração num ponto distante do plano de Matano (livre do efeito da variação de D com a concentração), t é o tempo de recozimento.
Solução de Matano para Eq. de Darken
O plano (ou interface) de Matano é determinado por
integração gráfica, de modo que a área M seja igual à área N, sendo usualmente a posição original da soldagem (a
posição das marcas não deve estar muito próxima da posição de soldagem para que não haja deslocamento). Esta é a posição original do eixo de coordenadas X, sendo este positivo para a direita.
Solução de Matano para Eq. de Darken
Solução de Matano para Eq. de Darken
Suposição: Deseja-se conhecer a difusividade em uma concentração particular. Por exemplo, em NA = 0,375 (ponto C do gráfico). O par
difusional é formado por dois elementos puros A e B. Assumindo um tempo de 50h, temos
que:
Primeiramente: Calcular em C
(recíproco da inclinação da curva de penetração no ponto C).
Segundo: Determinar limites de integração.
Solução de Matano para Eq. de
Darken
Terceiro: Determinar área a ser integrada
– Área limitada pela reta de concentração C, limites NA1 e NA e eixo x.
Resolução desta integral por método
gráfico.
Temos então a equação da seguinte