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A Educação a Distância como Ferramenta na Disseminação do Conhecimento em Eficiência Energética: uma análise do Curso de Conservação e Uso Eficiente de Energia – ENERGE.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – UNIFEI

A Educação a Distância como Ferramenta na Disseminação do

Conhecimento em Eficiência Energética: uma análise do Curso de

Conservação e Uso Eficiente de Energia – ENERGE

Kelly Fernanda dos Reis

Orientador: Prof. Jamil Haddad

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – UNIFEI

Kelly Fernanda dos Reis

A Educação a Distância como Ferramenta na Disseminação do

Conhecimento em Eficiência Energética: uma análise do Curso de

Conservação e Uso Eficiente de Energia – ENERGE

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Energia como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Ciências em Engenharia de Energia.

Área de concentração: Engenharia de Energia

Orientador: Prof. Jamil Haddad

Co-orientador: Prof. Roberto Akira Yamachita

Agosto de 2017 Itajubá

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela minha vida, pela graça da determinação e pelo direcionamento de todos os meus passos até aqui.

Aos meus pais, Fernando e Marta, que sempre acreditaram que eu conseguiria chegar até o final dessa caminhada.

Aos meus irmãos, Karina e Juninho, para os quais sempre quis ser exemplo de retidão e compromisso com os estudos.

Ao Júlio César, amigo e namorado, pela motivação constante e por sempre me fazer acreditar que sou capaz de ir além.

Aos amigos de longa data que, mesmo à distância, sempre proferiram palavras e apoio.

Aos colegas do EXCEN, por todo conhecimento compartilhado durante esses onze anos de convivência. Em especial, aos colegas que fizeram parte do Trabalho I, do Convênio Eletrobras. (Sem vocês esse trabalho jamais teria os resultados positivos alcançados).

Aos colegas e, principalmente, aos grandes amigos que encontrei nessa jornada de pós-graduação. (Eu jamais teria conseguido sem a ajuda de vocês).

Aos professores e orientadores, Jamil Haddad e Roberto Akira Yamachita, pelo interesse em me ajudar nesse trabalho e por todo conhecimento partilhado.

A Eletrobras, pelo apoio financeiro que viabilizou a execução do Trabalho I do Convênio Nº ECV-PFD 001/2012, que resultou, entre outros produtos, o presente trabalho.

Muito obrigada!

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RESUMO

Para promover a eficiência e o uso racional de energia, é essencial que os profissionais atuantes em temas energéticos estejam capacitados e bem informados. Com esse intuito, foi estabelecida em 2012 entre a ELETROBRAS, no âmbito das ações do PROCEL, e a Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI, parceria para produção de conteúdo na modalidade a distância na área de eficiência energética, intitulado Curso de Conservação e Uso Eficiente de Energia – ENERGE. Apostando no potencial da Educação a Distância para contribuir com a melhoria da formação de alunos de graduação e pós-graduação em engenharia, o curso foi desenvolvido com linguagem e recursos educacionais digitais que integram diversas mídias, apropriados para a Educação a Distância. O curso é composto por 13 disciplinas agrupadas em quatro módulos: Módulo de Conceitos Básicos, Módulo de Sistemas Motrizes, Módulo de Sistemas Térmicos e Módulo de Tópicos Adicionais. Todo o conteúdo do curso foi disponibilizado por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, que permitia o acompanhamento da aprendizagem e execução de trabalhos, por parte dos alunos, bem como a realização das aulas práticas e participação nas atividades síncronas; isto é, interações simultâneas, como Encontro de Abertura e Meetings. A primeira aplicação do ENERGE aconteceu no primeiro semestre de 2013 e, desde então o curso foi aplicado semestralmente, finalizando suas aplicações no primeiro semestre de 2016. Foram contabilizadas seis aplicações do Módulo Básico, oito aplicações do Módulo de Sistemas Motrizes, seis aplicações do Módulo de Sistemas Térmicos e sete aplicações do Módulo de Tópicos Adicionais. Ao final da aplicação do curso, alcançou-se a marca de mais de 1.949 alunos inscritos e 139 instituições de todo o Brasil. O número final de alunos aprovados no ENERGE foi de 961, correspondendo mais da metade do total geral de matriculados. O curso cumpriu o propósito primeiro do PROCEL em Instituições de Ensino Superior disseminando a disciplina “Conservação e Uso Eficiente de Energia”, além de ter relacionado práticas de Eficiência Energética com situações do cotidiano do aluno. Foi possível difundir informações em diversos formatos e por diversas ferramentas da modalidade EAD, além de auxiliar na construção do conhecimento, interatividade e cooperação entre os alunos.

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ABSTRACT

To promote efficiency and rational use of energy, it is essential that energy professionals be trained and well informed. With this aim in mind, it was established in 2012 between ELETROBRAS, within the framework of PROCEL's actions, and the Federal University of Itajubá - UNIFEI, a partnership for the production of content in the distance energy efficiency area, titled Conservation and Efficient Use Course Of Energy - ENERGE. Betting on the potential of e-learning to contribute to the improvement of undergraduate and postgraduate education in engineering, the course was developed with digital language and educational resources that integrate diverse media, appropriate for e-learning. The course is composed of 13 disciplines grouped in four modules: Basic Concepts Module, Motor Systems Module, Thermal Systems Module and Additional Topics Module. All the content of the course was made available through the Virtual Learning Environment (AVA), which allowed the students to follow up on their learning and execution, as well as the practical classes and participation in the synchronous activities; that is, simultaneous interactions such as Open Meeting and Meetings. The first ENERGE application took place in the first half of 2013 and since then the course has been applied semiannually, ending its applications in the first half of 2016. Six applications of the Basic Module were registered, eight applications of the Module of Driving Systems, six applications of the Module Of Thermal Systems and seven applications of the Additional Topics Module. At the end of the application of the course, the mark of more than 1,949 enrolled students and 139 institutions from all over Brazil was reached. The final number of ENERGE approved students was 961, corresponding to more than half of the total enrollment. The course fulfilled the first purpose of PROCEL in Higher Education Institutions disseminating the discipline "Conservation and Efficient Use of Energy", in addition to having related Energy Efficiency practices with everyday situations of the student. It was possible to disseminate information in different formats and by different tools of the EAD modality, besides helping in the construction of knowledge, interactivity and cooperation among the students.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Matriz Elétrica Brasileira ... 25

Figura 2 – Organograma de Atendimento do PROCEL Educação ... 50

Figura 3 – Tecnologias de comunicação e mídias para EAD ... 59

Figura 4 – Pirâmide de retenção do conhecimento ... 60

Figura 5 – Modelo Conceitual de Objetos de Conteúdo ... 66

Figura 6 – Interface do AVA desenvolvido pelo EXCEN ... 69

Figura 7 – Adobe Presenter integrado ao Microsoft PowerPoint ... 70

Figura 8 – Interface do Encontro de Abertura Meeting do Adobe Connect ... 71

Figura 9 – Interface da ferramenta “Mensagens” ... 72

Figura 10 – Interface da ferramenta “Chat” ... 72

Figura 11 – Interface da ferramenta “Fórum” ... 73

Figura 12 – Interface da ferramenta “Entrega de Trabalho” ... 73

Figura 13 – Interface da ferramenta “Resultados”... 74

Figura 14 – Interface da ferramenta “Relatórios” ... 75

Figura 15 – Módulos que compõem o ENERGE ... 76

Figura 16 – Trilha de Aprendizagem do ENERGE ... 79

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Investimentos anuais da Eletrobras nos últimos cinco anos (milhões de reais) .... 47

Gráfico 2 - Economia de energia decorrente das ações do PROCEL nos últimos cinco anos (bilhões de kWh) ... 48

Gráfico 3 - Número de Inscrições por Aplicação no Módulo Básico ... 81

Gráfico 4 - Número de Instituições Inscritas no Módulo Básico ... 82

Gráfico 5 - Distribuição Geográfica do Número de Inscrições no Módulo Básico ... 83

Gráfico 6 - Distribuição de como os alunos tiveram conhecimento sobre o ENERGE ... 84

Gráfico 7 - Distribuição Geográfica do Número de Matrículas no Módulo Básico... 86

Gráfico 8 - Números Totais de Matrículas por Módulos Técnicos ... 89

Gráfico 9 - Comparativo dos Números de Matrículas entre os Módulos Técnicos ... 90

Gráfico 10 - Comparativo entre os resultados finais dos quatro módulos do ENERGE ... 92

Gráfico 11 - Valores percentuais de Aprovados, Reprovados e Desistentes... 93

Gráfico 12 - Primeira questão do questionário de análise de perfil dos alunos de EAD... 95

Gráfico 13 - Segunda questão do questionário de análise de perfil dos alunos de EAD... 96

Gráfico 14 - Terceira questão do questionário de análise de perfil dos alunos de EAD ... 97

Gráfico 15 - Quarta questão do questionário de análise de perfil dos alunos de EAD ... 98

Gráfico 16 - Quinta questão do questionário de análise de perfil dos alunos de EAD ... 99

Gráfico 17 – Porcentagem de participantes do sexo feminino e masculino do ENERGE ... 100

Gráfico 18 – Acesso ao AVA por dia da semana ... 101

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Aumento das perdas no consumo total de eletricidade ... 24

Tabela 2 - Investimento no PEE desde a publicação da RN 300/2008 até março de 2016 ... 28

Tabela 3 - Consumo de energia elétrica no mundo - 10 maiores países (TWh)... 33

Tabela 4 – Consumo final de eletricidade per capita (2013) (*) ... 33

Tabela 5 - Documentos referentes ao Programa de Eficiência Energética - PEE ... 39

Tabela 6 - Portarias e Decretos do CGIEE no âmbito da Lei 10.295/2010 ... 43

Tabela 7 - Fatores que contribuem para maior aprendizagem e retenção de informações ... 60

Tabela 8 - Relação Teorias de Aprendizagem e Ambientes Virtuais de Aprendizagem ... 62

Tabela 9 - A evolução da Educação a Distância ... 64

Tabela 10 - Número de Turmas Realizadas por Módulos ... 77

Tabela 11 - Módulos do ENERGE e respectivas disciplinas e carga horária... 78

Tabela 12 - Número de Inscrições no Módulo Básico ... 80

Tabela 13 - Número de Matrículas no Módulo Básico ... 85

Tabela 14 - Número de Instituições Matriculadas no Módulo Básico ... 85

Tabela 15 - Número de Matrículas por Módulos Técnicos ... 87

Tabela 16 - Número de aprovados, reprovados e desistentes nos quatro módulos ... 91

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LISTA DE SIGLAS

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem BEN – Balanço Energético Nacional

CGEE – Comitê Gestor de Eficiência Energética

CGIEE - Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética

CONPET – Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural

CONSERVE – Programa de Conservação de Energia no Setor Industrial EAD – Educação a Distância

EE – Eficiência Energética

ELETROBRAS – Centrais Elétricas Brasileiras S.A EPE – Empresa de Pesquisa Energética

EXCEN – Centro de Excelência em Eficiência Energética

FAPEPE – Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão de Itajubá IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia ISEE – Instituto de Sistemas Elétricos e Energia

IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LOM – Learning Object Metadata

LTSC – Learning Technology Standards Committee M&V – Medição e Verificação

MCTI – Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação

MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MEC – Ministério da Educação

MME – Ministério de Minas e Energia

MPEE - Manual para Elaboração do Programa de Eficiência Energética NeaD – Núcleo de Educação a Distância

OIEE – Oferta Interna de Energia Elétrica P&D – Pesquisa e Desenvolvimento

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PBE – Programa Brasileiro de Etiquetagem PCE – Programa de Conservação de Energia PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais PEE – Programa de Eficiência Energética PIB – Produto Interno Bruto

PNEf – Plano Nacional de Eficiência Energética

PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica RGR – Reserva Global de Reversão

SIN – Sistema Interligado Nacional

SPE – Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá

VLE – Virtual Learning Environment ZDP – Zona de Desenvolvimento Proximal

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 22

1.1 Contexto ... 23

1.2 Objetivos do Trabalho ... 29

1.2.1 Objetivos Específicos do Trabalho... 29

1.3 Ambiente de Estudo e Desenvolvimento do Curso... 30

1.4 Justificativas ... 30

1.5 Estrutura do Trabalho ... 30

2. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ... 32

2.1 Contextualização ... 32

2.2 Órgãos relacionados com a Eficiência Energética no Brasil ... 35

2.3 Políticas de Eficiência Energética no Brasil ... 35

2.3.1 Programa de Eficiência Energética – PEE – Lei nº 9.991/ 2000 ... 38

2.3.2 Lei de Eficiência Energética – Lei nº 10.295/2001 ... 42

2.3.3 Plano Nacional de Eficiência Energética – PNEf ... 44

3. PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA – PROCEL ... 47

3.1 PROCEL Educação ... 49

3.1.1 PROCEL na Educação Básica ... 50

3.1.2 PROCEL Educação nas Escolas Técnicas ... 52

3.1.3 PROCEL Educação nas Instituições de Ensino Superior ... 52

4. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – EAD ... 53

4.1 Teorias de Aprendizagem Aplicadas a EAD ... 54

4.1.1 Comportamentalismo ... 54

4.1.2 Construtivismo ... 55

4.1.3 Sociointeracionismo ... 56

4.2 Referenciais de Qualidade para Educação a Distância ... 56

4.3 Elementos da modalidade Educação a Distância ... 57

4.4 Relação entre as Teorias de Aprendizagem e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem 59 5. TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ... 63

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5.2 Ferramentas utilizadas em Educação a Distância ... 67

5.3 Considerações sobre a relação da Tecnologia no desenvolvimento da Educação a Distância ... 68

6. ESTUDO DE CASO ... 69

6.1 Análise do Ambiente Virtual de Aprendizagem ... 69

6.1.1 Adobe Connect ... 70

6.1.2 Ambiente Virtual de Aprendizagem desenvolvido pelo EXCEN ... 70

6.1.3 Análise de acesso ao Ambiente Virtual de Aprendizagem ... 75

6.2 Curso de Conservação e Uso Eficiente de Energia ... 76

6.2.1 Os Módulos ... 77

6.2.2 Análise de pré-inscrições... 80

6.2.3 Análise de Matrículas – Módulo Básico ... 84

6.2.4 Análise de Matrículas – Módulos Técnicos ... 87

6.2.5 Análise de Aprovados, Reprovados e Desistentes ... 90

6.2.6 Análise de Participações no Encontro de Abertura e Meeting ... 93

6.2.7 Análise Geral das Turmas Realizadas ... 94

6.2.8 Análise de acesso ao AVA ... 100

6.2.9 Barreiras identificadas e soluções adotadas no período ... 102

7. CONCLUSÕES ... 104

8. SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ... 108

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 110

(13)

1. INTRODUÇÃO

O cenário educacional contemporâneo apresenta grandes desafios a pesquisadores e profissionais que atuam na educação continuada. A discussão que se coloca na pauta é a necessidade de traçar caminhos para inovar o processo de ensino-aprendizagem diante das características da contemporaneidade, imersa em transformações econômicas, políticas, sociais, tecnológicas e culturais. E quando se trata de Eficiência Enérgica, não seria diferente. Um assunto que passa constantemente por modificações e atualizações, merece ser oferecido de forma estruturada, visando a complementação da formação dos profissionais na área.

Várias medidas vêm sendo tomadas, por meio do governo, visando à promoção e utilização consciente e racional de energia elétrica, bem como o combate ao desperdício. Desta forma, Programas de Eficiência Energética foram criados no Brasil a fim de promover atitudes sustentáveis e transformação dos hábitos da população. A capacitação de multiplicadores de informações e conhecimentos é uma das ações tomadas com o intuito de promover e disseminar ações que levem à Eficiência Energética.

Em 2006 foi criado o Centro de Excelência em Eficiência Energética- EXCEN, com o objetivo principal de promover o uso eficiente da energia, reduzindo as perdas energéticas nas diversas atividades socioeconômicas. Desse modo, os trabalhos desenvolvidos no EXCEN dividem-se em duas grandes linhas: fundamentação da apresentação de novas tecnologias energéticas e estimulação da adoção de padrões racionais no consumo de energia.

Dentre as atividades desenvolvidas no centro, estão: (i) desenvolvimento e implementação de métodos avaliativos técnico econômicos nas indústrias, no comércio e nas residências com o objetivo de analisar as oportunidades de uso eficiente da energia, (ii) elaboração de materiais educacionais avançados em eficiência energética, (iii) apresentação e utilização de ferramentas de ensino que visem desenvolver o conhecimento tanto de alunos de graduação como de pós-graduação e (iv) capacitação de profissionais atuantes em temas energéticos.

Seguindo um dos objetivos desse centro, que é de promover a educação continuada na área de Eficiência Energética, em 2012, foi oficializado o convênio Nº ECV-PFD 001/2012 visando a cooperação técnico-financeira para o desenvolvimento de ações integrantes do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL, que entre

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si celebram a Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – ELETROBRAS, a Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI, a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão – FAPEPE e o Centro de Excelência em Eficiência Energética – EXCEN com o objetivo de desenvolver e implementar materiais auto instrucionais e web aulas para cursos a distância, com foco em Eficiência Energética, tendo como público alvo alunos de graduação, pós-graduação e profissionais da área; e elaboração de indicadores de Medição e Verificação (M&V) dos resultados, para que pudessem ser disseminados em outras instituições públicas de ensino do país, associados ao desenvolvimento e implementação de um Programa de Conservação de Energia – PCE.

Atendendo ao primeiro objetivo do convênio supracitado, foi desenvolvido o Curso de Conservação e Uso Eficiente de Energia – ENERGE, disponibilizado na modalidade a distância, com o intuito de contribuir para o avanço dos debates e posições em torno da Conservação e Uso Eficiente de Energia.

Como ferramenta facilitadora nesse processo de multiplicação de informações, a Educação a Distância - EAD cumpre um papel importante, considerando o fato de que a presença física, tanto do aluno, quando do professor, nesta modalidade de ensino, não é obrigatória, e que há uma maior flexibilização de horários e disponibilidade.

Sendo assim, este trabalho pretende apresentar o desenvolvimento, implementação e avaliação do Curso de Conservação e Uso Eficiente de Energia – ENERGE, disponibilizado na modalidade à distância, visando a capacitação técnica de alunos e profissionais na área de Eficiência Energética.

1.1 Contexto

De acordo com o Balanço Energético Nacional 2016 – BEN 2016, em 2015, a oferta interna de energia (total de energia demandada no país) atingiu 299,2 Mtep, registrando uma taxa de redução de 2,1% em relação ao ano anterior.

Em virtude do enfraquecimento das atividades econômica em 2015, houve queda da oferta interna bruta, registrando contração de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, segundo último dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. A queda da oferta interna de energia também foi influenciada pelo comportamento da oferta

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interna de petróleo e derivados, que apresentou uma retração de 7,2% no período, em consequência do superávit nos fluxos de exportação e importação destas fontes energéticas.

Também foi observado um recuo na oferta interna de energia elétrica de 8,4 TWh (1,3%) em relação a 2014. As condições hidrológicas desfavoráveis, pelo quarto ano consecutivo, teve influência direta na redução da energia hidráulica disponível. Em 2015 o decréscimo foi de 3,2% comparado ao ano anterior. Embora a oferta hídrica ainda seja menor, ela contribuiu para o avanço da participação de renováveis na matriz elétrica de 74,6% para 75,5%, tendo em vista a queda de geração térmica a base de derivados de petróleo e o incremento da geração a base de biomassa e eólica.

Registrou-se um crescimento de 77,1% da geração eólica, atingindo 21,6 TWh, o que fez com que a mesma ultrapassasse a geração nuclear no ano de 2015. O total de potência eólica instalada foi de 7.633 MW, configurando uma expansão de 56,2%.

Ainda de acordo com o BEN 2016, houve um aumento das perdas no consumo total de eletricidade, devido à interligação dos sistemas isolados, conforme Tabela 1.

Tabela 1 – Aumento das perdas no consumo total de eletricidade

Valores em TWh 2014 2015

Oferta Interna de Energia Elétrica1 624,3 615,9

Consumo Final2 532,6 522,8

Perdas (comerciais + técnicas) 91,7 93,1

Perdas (%) 14,7% 15,1%

1OIEE

2 Consumo final de energia elétrica refere-se ao total: SIN + Isolados + Autoprodução

Fonte: Balanço Energético Nacional – BEN – 2016

O Brasil dispõe de uma matriz elétrica de origem predominantemente renovável, com destaque para a geração hidráulica que responde por 64% da oferta interna. As fontes renováveis representam 75,5% da oferta interna de eletricidade no Brasil, que é a resultante da soma dos montantes referentes à produção nacional mais as importações, que são essencialmente de origem renovável. Do lado do consumo, houve uma queda total de 1,8%, com destaque para o setor residencial que interrompeu uma tendência.

(16)

Na Figura 1 é apresentada a Matriz Elétrica Brasileira e, por meio dela, pode-se observar que houve redução tanto da oferta hidráulica (407,2 TWh/2014 – 394,2 TWh/2015), quanto da oferta total (624,3 TWh/2014 – 615,9 TWh/2015).

Figura 1 – Matriz Elétrica Brasileira

Fonte: Balanço Energético Nacional 2016 – BEN 2016

No panorama atual do Brasil, com os altos custos de energia, o investimento em Eficiência Energética tem-se mostrado como melhor alternativa a ser considerada. Eficiência Energética – EE, como menciona Plano Nacional de Eficiência Energética – PNEf (2011), divulgado, pelo Ministério de Minas e Energia – MME:

refere-se a ações de diversas naturezas que culminam na redução de energia necessária para atender as demandas da sociedade por serviços de energia sob a forma de luz, calor/frio, acionamento, transportes e uso em processos. Objetiva, em síntese, atender às necessidades da economia com menor uso de energia primária e, portanto, menor impacto na natureza.

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Para que a retomada do planejamento do setor de energia do Brasil, fosse de fato, mais consistente, fez-se necessária a elaboração do Plano Nacional de Energia 2030 – PNE 2030, no qual foi incorporada a Eficiência Energética (EE) e aponta a elaboração do Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf).

Tomando como base as Propostas de Eficiência Energética na Educação, a Educação a Distância – EAD é uma alternativa que se mostra como um valioso meio de promover Capacitação em Eficiência Energética. A Educação a Distância consegue diminuir as distâncias geográficas, social e econômica por meio da educação (PORTO; NEVES e MACHADO, 2012).

O desenvolvimento de cursos a distância exige grandes mudanças no modelo didático pedagógico vigente e várias questões associadas a esse novo tipo de modalidade ainda se encontram em aberto. Essa modalidade abrange, entre outras questões, as estratégias de apresentação do conteúdo, as questões de avaliação da qualidade dos cursos e também os recursos a serem utilizados (Neves, 2002).

A Educação a Distância apresenta-se como uma valiosa alternativa ou como um adicional aos atuais métodos de educação, capaz de sanar alguns tipos de necessidades para aqueles que se encontram impossibilitados de participar das atividades educacionais já existentes. Segundo Santos (2000), a Educação a Distância contribui para:

i. ampliar a oferta de programas adequados às necessidades atuais;

ii. envolver a partilha de experiências a partir de métodos e formatos de trabalhos mais abertos;

iii. formar grande número de indivíduos a um baixo custo;

iv. compatibilizar a aprendizagem com uma atividade profissional e/ou com a vida familiar;

v. realizar cursos não existentes na área de residência;

vi. utilizar tecnologias de informação e comunicação que permitam trabalhar com grande quantidade de informação e com rapidez;

vii. obter economia significativa de tempo e de deslocamento.

Com base no cenário atual, é possível observar a crescente procura por atividades de educação e formação mais individualizada, capaz de proporcionar ao aluno a possibilidade de

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escolha do melhor modo de aprendizagem, a que melhor se adapta ao seu estilo ou dentro das suas possibilidades.

Com esta visão, de utilizar a Educação a Distância na disseminação de técnicas de conservação de energia, o EXCEN concebeu o Curso de Conservação e Uso Eficiente de Energia – ENERGE.

Para que tais técnicas fossem disseminadas, é importante saber que o Governo Federal, por intermédio do Ministério de Minas e Energia – MME e do Ministério de Indústria e Comércio - MDIC, criou em 1985, por meio da Portaria Interministerial nº 1.877, o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - PROCEL, cuja Secretaria Executiva é exercida pela Eletrobras. A criação do PROCEL foi a primeira iniciativa sistematizada, a fim de promover o uso eficiente de energia elétrica no país, fomentando diversas ações, principalmente no âmbito da produção e uso final de energia elétrica.

Por meio do PROCEL Educação, um conjunto de ações torna mais acessíveis à população brasileira, informações e conhecimento sobre Eficiência Energética. Com conhecimento, a sociedade pode atuar ativamente na redução do desperdício de energia e os benefícios das ações educativas se revertem em apoio para todas as outras estratégias e políticas de Eficiência Energética (Relatório de Resultados do PROCEL 2016, ano base 2015).

Para atender a demanda de difundir as questões de conservação de energia junto às escolas, foi acordado, em 1993, parcerias educativas para desenvolvimento de produtos adequados à Educação Básica, Média Técnica e Superior. Coube à Educação Básica focar nas “mudanças de hábitos” e às Escolas Técnicas e Instituições de Nível Superior, as questões de Eficiência Energética, ligadas diretamente às técnicas e tecnologias disponíveis para a conservação de energia.

A partir da formação escolar no ensino formal, no que diz respeito ao processo de educação sobre Eficiência Energética, observa-se a ampliação tanto do número de pessoas envolvidas como o êxito na atuação do PROCEL Educação. Neste sentido, o envolvimento de instituições públicas e privadas, secretaria de educação, escola técnicas e universidades, é imprescindível para fundamentar estratégias de educação, atendendo às necessidades de cada público.

Surge ainda, em 2000, o Programa de Eficiência Energética das distribuidoras – PEE na ANEEL, instituído pela Lei nº 9.991/2000, e a Lei de Eficiência Energética, instituída pela

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Lei nº 10.295/2001, principal marco regulatório no país em matéria de eficiência energética, cuja criação complementou os programas existentes ao estabelecer a entrada de produtos mais eficiente no mercado nacional, a preservação ambiental e o desenvolvimento tecnológico.

É possível observar na Tabela 2, investimentos no PEE até março de 2016, na qual encontra-se a tipologia “Educacional”, que registra 89 projetos, economia de energia de 6,05 GWh/ano, demanda retirada de ponta de 1,82 MW e investimento total de R$ 232,29 milhões de reais.

Tabela 2 – Investimento no PEE desde a publicação da RN 300/2008 até março de 2016

Tipologia Quantidade de Projetos Energia Economizada (GWh/ano) Demanda Retirada de Ponta (MW) Investimento Total (M R$) Aquecimento Solar 41 23,75 15,59 74,77 Baixa Renda 448 2.445,72 915,80 2.847,71 Cogeração 7 146,19 16,50 141,20 Comércio e Serviços 222 226,04 34,77 150,47 Educacional 89 6,05 1,82 232,29 Gestão Energética Municipal 14 0,00 0,00 9,63 Iluminação Pública 3 3,74 0,75 4,70 Industrial 61 168,16 11,47 100,50

Pelo Lado da Oferta 1 0,48 0,32 5,56

Poder Público 425 510,92 109,94 474,23 Projeto Piloto 25 117,08 21,09 70,91 Residencial 123 736,13 216,04 515,41 Rural 58 33,03 16,61 25,35 Serviços Públicos 140 139,34 30,08 150,36 Total geral 1.657 4.557 1.391 4.803

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Logo, verifica-se a diversidade de mecanismos existentes para promoção da Eficiência Energética no país, que envolvem grande diversidade de setores e beneficiam os diferentes segmentos da sociedade.

1.2 Objetivos do Trabalho

De acordo com os Referenciais de Qualidade em Educação a Distância, propostos pelo Ministério da Educação (MEC), vários itens devem ser levados em consideração na concepção de um curso a distância, como a orientação aos alunos, aos professores, aos técnicos, aos gestores, visando alto nível de qualidade tanto no processo, quando nos resultados alcançados ao final do curso. Sendo assim, o objetivo principal deste trabalho é realizar uma análise dos resultados do Curso de Conservação e Uso Eficiente de Energia – ENERGE, na área de conservação e uso eficiente de energia.

Não se pode afirmar que exista uma melhor metodologia de ensino e aprendizagem ou uma melhor hipermídia (textos, imagens estáticas, imagem em movimento, sons, softwares, etc) entretanto, existem diversas formas de se conceber um curso com excelentes ferramentas e com excelentes resultados. Além do papel dos alunos como agentes participativos no processo de ensino e aprendizagem, além do papel dos professores como agentes conscientes dos novos padrões didático-pedagógicos e de todas as ferramentas existentes para a estruturação e execução dos cursos, existe a necessidade de um ambiente para apoiar a concepção de tudo isso: o chamado Virtual Learning Environment (VLE) ou Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). É no Ambiente Virtual de Aprendizagem que estarão inseridas todas as ferramentas utilizadas em um curso como: a comunicação entre professores, tutores e alunos, avaliação dos alunos, disponibilização de materiais didáticos referentes ao curso, entre outros.

1.2.1 Objetivos Específicos do Trabalho

i. Efetuar revisão dos principais conceitos sobre Eficiência Energética; ii. Expor as principais legislações referentes à Eficiência Energética;

iii. Apresentar as Teorias de Aprendizagem Aplicadas a EAD; bem como os Referenciais de Qualidade, os Elementos da modalidade e as Tecnologias utilizadas no desenvolvimento da EAD;

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iv. Analisar o Curso de Conservação e Uso Eficiente de Energia – ENERGE, e v. Apresentar os resultados do Curso de Conservação e Uso Eficiente de Energia –

ENERGE.

1.3 Ambiente de Estudo e Desenvolvimento do Curso

O presente curso foi realizado no EXCEN, que faz parte do Instituto de Sistemas Elétricos e Energia (ISEE), situado no Campus da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).

1.4 Justificativas

É importante, e necessário, que os atuais programas de Eficiência Energética sejam expandidos e sustentados por mecanismos desenvolvidos com o intuito da conservação de energia. Também é importante que novas ações sejam criadas, a fim de atender o mercado brasileiro de Eficiência Energética sustentável. Analisando essas questões em termos pedagógicos, observa-se a necessidade de que a educação incorpore valores que levem o uso eficiente de energia, o combate ao desperdício, visando a reversão dessas ações em benefícios para a sociedade (PNEf).

Este curso justifica-se pelo fato da crescente valorização do conhecimento e pelo rápido avanço tecnológico, tornando assim, a Educação a Distância uma modalidade de ensino com maior abrangência social e também como mecanismo capaz de auxiliar não só os estudantes, mas também profissionais inseridos no contexto das pesquisas. A Educação a Distância é um meio de organizar e utilizar os recursos tecnológicos disponíveis, e necessários, para chegar ao fim desejado: a informação formadora. Por isso, o foco do EXCEN é executar, por meio de um Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, cursos na área de Eficiência Energética que sejam capazes de apresentar os fundamentos e as tecnologias de uso racional de energia no setor industrial e de serviços.

1.5 Estrutura do Trabalho

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O primeiro capítulo apresenta o contexto energético brasileiro, com destaque para a Eficiência Energética; apresenta a EAD como instrumento de disseminação de conhecimento, bem como os objetivos almejados e a justificativa para realização deste trabalho.

No segundo capítulo é apresentada a importância da Eficiência Energética como alternativa para redução dos altos custos de energia; os órgãos relacionados ao assunto e a Política de Eficiência Energética. Também são apresentados os principais mecanismos de eficiência energética existentes hoje no país, o contexto histórico em que foram criados e sua finalidade.

O terceiro capítulo foca no PROCEL, programa mais abrangente e de maior continuidade na área de uso eficiente de energia elétrica no Brasil.

O quarto capítulo aborda a EAD, relacionando os processos educacionais às teorias de aprendizagem. Também apresenta os Referenciais de Qualidade para EAD, propostos pelo MEC, bem como os elementos essenciais para o desenvolvimento da modalidade e a relação existe entre Teoria de Aprendizagem com os Ambientes Virtuais de Aprendizagem.

O quinto capítulo destina-se à apresentação das tecnologias e ferramentas utilizadas para o desenvolvimento da EAD.

No sexto capítulo é apresentado do estudo de caso com as especificações do desenvolvimento, implementação do ENERGE, bem como os resultados da avaliação e aplicação do curso.

O sétimo capítulo apresenta as conclusões sobre a análise feita do ENERGE em relação aos números gerais do curso, sobre a abordagem pedagógica adotada e sobre o aproveitamento dos alunos participantes do curso.

Por fim, o oitavo capítulo apresenta sugestões e recomendações para futuras aplicações do ENERGE.

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2. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

A conservação de energia está apoiada em duas ferramentas principais: mudança de hábitos e eficiência energética. O bom uso da energia talvez seja a melhor alternativa para enfrentar a expansão, bem como gerir adequadamente a presente demanda e melhorar a produtividade. Os resultados diretos dessas ações são os benefícios ambientais e econômicos para qualquer país.

2.1 Contextualização

A energia elétrica, considerada a forma mais nobre na qual pode-se encontrar a energia, é essencial para qualquer atividade produtiva e o bem-estar da população. É por meio dela que se dá o acesso a bens e serviços disponíveis e também ao que se tem de mais moderno no que diz respeito ao consumo de cada indivíduo.

O crescimento do consumo de energia elétrica do país está associado diretamente ao seu desenvolvimento e é possível observar que o consumo de energia elétrica no Brasil, per capita, é da ordem de 2.583 kWh/hab. (MME, 2015), ou seja, ainda é inferior se comparado a outros países industrializados ou em desenvolvimento.

Com vistas a uma expansão razoável no desenvolvimento do país, deve-se ter ciência de que o consumo de energia elétrica terá um aumento considerável, o que implicará em investimentos importantes no setor elétrico.

A Tabela 3 apresenta os 10 países com maior consumo de energia elétrica no mundo (TWh) e a Tabela 4 apresenta o ranking mundial de consumo final de eletricidade per capita (kWh/hab.) no ano de 2013.

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Tabela 3 – Consumo de energia elétrica no mundo - 10 maiores países (TWh) 2009 2010 2011 2012 2013 Mundo 17.388,1 18.679,9 19.396,6 19.710,4 20.269,0 China 3.270,3 3.781,5 4.264,3 4.467,9 4.882,0 Estados Unidos 3.723,8 3.886,4 3.882,6 3.832,3 3.868,0 Japão 935,1 994,8 983,2 921,0 935,0 Índia 669,2 725,5 803,0 864,7 903,0 Rússia 816,1 858,5 869,3 889,3 878,0 Alemanha 519,4 547,2 543,7 540,1 534,0 Canadá 523,8 526,3 543,7 524,8 533,0 Brasil1 426,0 464,7 481,0 498,4 516,2 Coreia do Sul 409,2 450,2 472,3 482,4 487,0 França 446,5 474,2 442,7 451,1 453,0 Outros 5.656,2 5.979,5 6.113,1 6.253,1 6.279,8

(1) Para o Brasil, Balanço Energético Nacional 2016.

Fonte: Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2016 – EPE

Tabela 4 – Consumo final de eletricidade per capita (2013) (*)

kWh 103 US$ Mundo 3.024 13,8 1 Islândia 55.438 39,9 2 Noruega 23.325 65,6 3 Bahrein 18.455 42,1 4 Kuwait 15.905 82,0 5 Canadá 15.522 43,2 6 Finlândia 15.507 40,4 7 Catar 14.988 141,1 8 Luxemburgo 14.018 91,0 9 Suécia 13.871 43,8 10 Estados Unidos 12.987 53,0 11 Emirados Árabes 10.547 61,0 12 Taiwan 10.458 41,3 13 Coreia do Sul 10.428 33,1 14 Austrália 10.067 43,9 15 Brunei 9.553 71,8 70 Brasil (+2) 2.583 14,1

(*) 137 países. PIB PPP/hab: World Bank.

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No Brasil, para atender ao crescimento de consumo de energia elétrica, considera-se, em quase todas as situações, apenas a oferta; deixando de lado, desta forma, as perspectivas e potencialidades do uso correto, racional e eficiente de energia. São colocadas em discussões, pautas como a promoção da energia nuclear ou implantação de grandes hidrelétricas na Amazônia, ao invés de adoção de padrões mais inteligentes de consumo (HADDAD, s/d).

Entende-se que, todas essas ações sejam primeiramente tomadas, tendo em vista a ampla base de recursos energéticos disponíveis no Brasil. Há de se considerar também um despreparo de nosso país nas questões ligadas ao tratamento de nossos recursos e de falta de prioridade à Eficiência Energética, culminando em impactos ambientais, atrelando perdas econômicas.

Haddad (s/d) aponta justificativas para as dificuldades em se priorizar a Eficiência Energética:

De fato, embora a energia que usamos seja sempre obtida a partir de recursos naturais (renováveis, fósseis ou nuclear), sua disponibilidade depende de um sistema complexo de processos de conversão, transporte, armazenamento e distribuição das diferentes formas de energia até alcançar, como eletricidade, os equipamentos de uso final, como motores, eletrodomésticos e lâmpadas.

Para promover economia e potenciais benefícios no atual mercado de energia elétrica no Brasil, da ordem de 10 a 15%, é necessário que sejam envolvidas diversas instituições com seus diversos interesses, por isso a ação de promover economia não é uma questão tão simples.

Entretanto, um ponto está claro; a disponibilidade de informação é crucial nessa empreitada. Toda população e, principalmente, os profissionais que trabalham em temas relacionados direta ou indiretamente com energia, são agentes decisivos no processo de construção de uma realidade energeticamente mais sustentável e competitiva. Mesmo havendo recursos e tecnologias de ponta, quando não há profissionais capacitados, nada acontece (HADDAD, s/d).

A necessidade de se ter profissionais bem informados das tecnologias disponíveis para o campo de atuação em que desenvolvem atividades, representa um elemento importante na promoção de eficiência energética.

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2.2 Órgãos relacionados com a Eficiência Energética no

Brasil

No Brasil, existem algumas instituições que tratam, regularmente, com o tema Eficiência Energética, tais como: Ministério de Minas e Energia – MME; Eletrobras, responsável pela execução do PROCEL; Petrobras, responsável pela execução do Programa Nacional de Racionalização do Uso de Derivados de Petróleo e Gás Natural – CONPET, Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, responsável pela execução do Programa de Eficiência Energética das Concessionárias Distribuidoras de Energia Elétrica – PEE; Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, responsável pela execução do Programa Brasileiro de Etiquetagem – PBE. Ainda existem grandes empresas industriais com programas internos próprios, para conservação de energia, como a WEG, Coca-Cola, Philips e Whirpool.

2.3 Políticas de Eficiência Energética no Brasil

Para entender o ponto presente, em relação às políticas ligadas à Eficiência Energética no Brasil, é necessário se reportar, primeiramente, aos acontecimentos das décadas de 70 e 80, que levaram, não só o Brasil, mas o mundo, rumo a Eficiência Energética.

À década de 70, coube a crise do petróleo; crise esta que motivou inúmeros países a buscarem fontes alternativas e fontes renováveis de energia. Junto à essas medidas, também buscou-se um padrão de consumo mais moderado e consciente.

Já na década de 80, em meio aos movimentos em defesa ao meio ambiente, teve-se como resultado, dois protocolos: o Protocolo de Montreal e o Protocolo de Quioto; ambos dando destaque à Eficiência Energética e, em algumas situações, dando ênfase à preferência do uso da mesma, como forma mitigadora de efeitos decorrentes das emissões de gases de efeito estufa. Tais destaques foram capazes de aumentar a percepção dos fatores positivos do incremento da Eficiência Energética, e também de elucidar quanto às condições favoráveis, econômica e ambientalmente, de atender parte da demanda energética (MME, 2009).

A partir deste cenário, assegurar a sustentabilidade ambiental, econômica e social do país, demandava grandes desafios, e criar alternativas de suprimento energético era um deles.

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Conhecer a disponibilidade de recursos, também era um fator imprescindível para a segurança ambiental e energética do país.

De maneira geral, a Eficiência Energética enquanto política governamental e empresarial, é relativamente recente. Como já foi mencionado, foi a partir da crise do petróleo, em 1973, que realmente tal assunto ganhou destaque e atenção.

No Brasil, a primeira reação em direção à Eficiência Energética, se deu no ano de 1975 por meio da criação do Programa Nacional do Álcool - Proálcool. Tal programa visava a substituição dos combustíveis veiculares derivados de petróleo, por álcool combustíveis.

Na sequência, em 1981, foi criado o Programa CONSERVE, no âmbito do Ministério de Indústria e Comércio. O princípio básico do programa era o desenvolvimento de produtos energeticamente eficientes, bem como o estímulo à substituição de energéticos importados por energéticos produzidos no país. O CONSERVE foi o primeiro grande esforço rumo à economia de energia do país. Como resultado do programa, foi possível observar a migração da produção de energia térmica com base em combustíveis fósseis, para energia elétrica, transferindo, assim, responsabilidade pela conservação de energia, para o setor elétrico (MME, 2009).

No ano de 1984, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, propôs a ação de fazer chegar aos consumidores, as informações referentes à Eficiência Energética de produtos, máquinas e equipamentos, a fim de estimulá-los a comprar, de forma consciente, produtos mais eficientes. A partir desta iniciativa, surgiu o Programa Brasileiro de Etiquetagem – PBE. A princípio, o PBE foi desenvolvido por meio de adesão voluntária dos fabricantes e, posteriormente, dois importantes parceiros começaram a atual junto a essa linha de frente: Eletrobras e Petrobras. Desde então, informar os consumidores, sobre o desempenho energético dos equipamentos, é a principal ação do PBE para promover a Eficiência Energética.

Pouco tempo depois, em dezembro de 1985, por meio da Portaria Interministerial nº 1.877, foi criado o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL, cujo objetivo era fomentar ações, dirigidas principalmente à produção e ao uso final de energia elétrica (MME, 2009).

Em 1991, por meio de Decreto Presidencial, foi criado o Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural – CONPET. O programa visa promover o desenvolvimento de cultura antidesperdício no uso dos recursos naturais não

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renováveis no Brasil; estimular o uso eficiente de energia em diversos, como residência, indústria e transporte; além de desenvolver ações de educação ambiental. Os principais objetivos do CONPET são: racionalizar o consumo dos derivados do petróleo e do gás natural; reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera; promover a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico; e fornecer apoio técnico para o aumento da eficiência energética no uso final da energia.

No final da década de 90, mais precisamente em 24 de julho de 2000, por meio da Lei. nº 9.991, em meio a reestruturação do setor elétrico do país e reorganização dos parâmetros institucionais e regulatórios do setor, foi consolidada a obrigatoriedade de todas as concessionárias do país, aplicarem, pelo menos, 1% de suas receitas operacionais líquidas – ROL, em Programas de Eficiência Energética e pesquisa e desenvolvimento.

Há de se ressaltar que, graças às indefinições dos processos de privatização do setor elétrico brasileiro no final da década de 90 e ao período hidrológico extremamente desfavorável, culminou-se, em 2001, a crise que levou o Brasil ao racionamento de energia elétrica (MME, 2009).

Diante deste quadro, em 17 de dezembro de 2001, foi sancionada a Lei nº 10.295, mais conhecida como a “Lei de Eficiência Energética”. Considerada uma estratégia fundamental para enfrentar a crise de 2001, ela foi aprovada e passou a representar o principal marco regulatório no país em matéria de Eficiência Energética, cuja criação complementou os programas existentes ao estabelecer padrões mínimos de eficiência ou máximos de consumo energético para equipamentos eletrônicos fabricados/comercializados no Brasil (VIEIRA, 2016).

Mais recentemente, em 2010, foi lançado o Plano Nacional de Eficiência Energética – PNEf, que estabelece meta de redução de 10% do consumo de energia elétrica (com relação ao ano-base de 2009) até 2030, por meio de ações integradas entre os diversos instrumentos existentes (VIEIRA, 2016). É possível observar que existem vários mecanismos capazes de promover a Eficiência Energética no país, envolvendo vários setores e beneficiando diferentes segmentos da sociedade. Entretanto, as ações de eficiência estão dispersas em inúmeros organismos, de atribuições distintas. Faltam estruturas de coordenação e operação suficientemente munidas de recursos humanos e materiais, para que haja maior integração entre os programas e consequentemente, êxito nas metas previstas no PNEf 2030 (MME, 2010).

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Serão destacadas, na sequência, as iniciativas do Programa de Eficiência Energética – PEE – Lei nº 9.991/2000; Lei de Eficiência Energética – Lei nº 10.295/2001 e Plano Nacional de Eficiência Energética – PNEf. Tal destaque justifica-se pela delimitação e enquadramento das atividades que serão objeto de análise do presente trabalho.

2.3.1 Programa de Eficiência Energética – PEE – Lei nº 9.991/ 2000

O Programa de Eficiência Energética – PEE, tem por objetivo, promover o uso eficiente de energia elétrica em todos os setores da economia do país. Tal promoção se dá por meio de projetos que demonstrem a importância e a viabilidade econômica de melhoria da Eficiência Energética de equipamentos, processos e usos finais de energia. Buscar o máximo de benefício públicos de energia economizada e de demanda evitada, promover a transformação do mercado de Eficiência Energética, estimular o desenvolvimento de novas tecnologias e a criação de hábitos e práticas racionais de uso de energia elétrica são as linhas de trabalho do PEE (ANEEL, 2017).

O PEE foi criado em 2000 por meio da aprovação da Lei n° 9.991/2000. No entanto, os contratos de concessão das distribuidoras, assinados a partir da criação da ANEEL em 1996 (Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, e regulamentada pelo Decreto nº 2.335, de 6 de outubro de 1997) já previam a obrigatoriedade de aplicação da Receita Operacional Líquida – ROL, anual, em projetos de Eficiência Energética. Sendo assim, desde 1998 a ANEEL tem regulamentado o Programa, buscando maximizar os resultados obtidos a partir dos recursos disponíveis. Ao longo dos anos, visando adequar e aprimorar o regulamento, devido às mudanças tecnológicas, mudanças de mercado, ou mesmo mudanças de caráter legal, várias resoluções normativas foram publicadas, juntamente com seus respectivos manuais.

O PEE, desde seu primeiro ciclo, que compreende os anos 1998/1999, vem sofrendo modificações em sua elaboração e condução. Tais alterações ocorreram, pois, nem as empresas concessionárias e nem a ANEEL (órgão regulador), tinham real noção de como conduzir de maneira efetiva os projetos ligados à Eficiência Energética. Decorridos todos esses anos, várias foram as mudanças ocorridas no PEE, conduzidas pelos documentos apresentados na Tabela 5.

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Tabela 5 – Documentos referentes ao Programa de Eficiência Energética - PEE

Documentos Definições

Resolução ANEEL nº 242, de 24/07/1998

- Aplicar anualmente recursos de, no mínimo, 1% da receita operacional anual (RA) apurada no ano anterior. Do montante a ser aplicado, no mínimo 0,25% da receita operacional anual (RA) deverá ser destinado a ações especificamente vinculadas ao uso final da energia elétrica.

Resolução ANEEL nº 261, de 03/09/1999

- As empresas de distribuição e geração de energia elétrica deverão investir um mínimo de 0,1% e 0,25%, respectivamente, da sua receita operacional anual em atividades de pesquisa e desenvolvimento – P&D. Resolução ANEEL nº 271, de 19/07/2000

- As empresas de distribuição e geração de energia elétrica deverão aplicar recursos anualmente de, no mínimo, 1% da receita operacional anual (RA) apurada no ano anterior. Sendo 0,25% da receita operacional anual em ações especificamente vinculadas ao uso final da energia elétrica e 0,1% da RA em projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico do setor elétrico. A diferença entre o montante aplicado e o total resultante do cumprimento do disposto deverá ser aplicada em ações vinculadas ao incremento da eficiência na oferta de energia elétrica.

Lei nº 9.991, de 24/07/2000

- As concessionárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica ficam obrigadas a aplicar, anualmente, o montante de, no mínimo, 0,75% de sua ROL em pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico e, no mínimo, 0,50% em programas de eficiência energética no uso final. Resolução ANEEL nº 153, de 18/04/2001

- Altera os critérios de aplicação de recursos em ações de combate ao desperdício de energia elétrica para o Ciclo 2000/2001, estabelecidos na Resolução ANEEL nº 271 de 19 de julho de 2000. As concessionárias, ficam obrigadas a aplicar, no mínimo de 0,25% da ROL em projetos de doação de lâmpadas fluorescentes compactas a consumidores de baixo poder aquisitivo e, no mínimo de 0,5%, em projetos de eficientização da iluminação pública.

Resolução ANEEL nº 186, de 23/05/2001

- As concessionárias foram redirecionadas a aplicar 0,5% da receita anual operacional de 2000, em projetos de doação de lâmpadas fluorescentes compactas aos consumidores de baixo poder aquisitivo ou de eficientização de sistemas de iluminação pública.

Resolução ANEEL nº 394, de 17/09/2001

- Estabelece que as concessionárias e permissionárias deverão fazer aplicação anual de, no mínimo, 0,50% da Receita Operacional Líquida, calculada de acordo com a

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Resolução ANEEL nº 185, de 21 de maio de 2001. Resolução ANEEL nº 492, de 03/09/2002

- Aplicar, anualmente, o montante de, no mínimo, 0,50% de sua Receita Operacional Líquida no desenvolvimento de programas para o incremento da eficiência energética no uso final de energia elétrica.

Resolução ANEEL nº 185, de 21/05/2001 (cálculo da ROL)

- Estabelece, na forma desta Resolução, os critérios e procedimentos para o cálculo, pelas concessionárias, permissionárias e autorizadas, dos valores da ROL a serem aplicados em Programas de Eficiência Energética e de Pesquisa e Desenvolvimento do setor de energia elétrica.

Lei nº 10.848, de 15/03/2004

- Decreta e sanciona que a comercialização de energia elétrica entre concessionários, permissionários e autorizados de serviços e instalações de energia elétrica, bem como destes com seus consumidores, no Sistema Interligado Nacional - SIN, dar-se-á mediante contratação regulada ou livre, nos termos desta Lei e do seu regulamento, observando as diretrizes estabelecidas.

Resolução ANEEL nº 176, de 28/11/2005 e Manual de PEE (ciclo 2005/2006);

- Estabelece que até 31 de dezembro de 2005, a concessionária ou permissionária deverá aplicar, anualmente, no mínimo, 0,50% de sua ROL no desenvolvimento de programa para o incremento da eficiência energética no uso final de energia elétrica. - A partir de 1º de janeiro de 2006, a concessionária ou permissionária deverá aplicar, anualmente, no mínimo, 0,25% de sua Receita Operacional Líquida no desenvolvimento de programa para o incremento da eficiência energética no uso final de energia elétrica. Lei nº 11.465, de 28/03/2007

- Obrigada as concessionárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica aplicarem, no mínimo, 0,50% de sua receita operacional líquida em programas de eficiência energética no uso final.

Resolução ANEEL nº 300, de 12/02/2008 e Manual de PEE – 2008

- Estabelece que as concessionárias ou permissionárias deverão aplicar no mínimo 50% da obrigação legal de investimento em programas de eficiência energética em projetos voltados a comunidades de baixa poder aquisitivo.

Lei nº 12.212, de 20/01/2010

- A partir de 1o de janeiro de 2016, para as

concessionárias e permissionárias cuja energia vendida seja inferior a 1.000 (mil) GWh por ano, o percentual mínimo a ser aplicado em programas de eficiência energética no uso final poderá ser ampliado de 0,25% para até 0,50%

- As concessionárias e permissionárias de distribuição de energia elétrica deverão aplicar, no mínimo, 60% dos

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recursos dos seus programas de eficiência para unidades consumidoras beneficiadas pela Tarifa Social.

Lei nº 13.203, de 08/12/2015

- Define que até 31 de dezembro de 2022, os percentuais mínimos definidos no caput deste artigo serão de 0,50%, tanto para pesquisa e desenvolvimento como para programas de eficiência energética na oferta e no uso final da energia. A partir de 1o de janeiro de 2023, para as

concessionárias e permissionárias cuja energia vendida seja inferior a 1.000 (mil) GWh por ano, o percentual mínimo a ser aplicado em programas de eficiência energética no uso final poderá ser ampliado de 0,25% para até 0,50%.

- As concessionárias e permissionárias de distribuição de energia elétrica deverão aplicar, no mínimo, 60%, podendo aplicar até 80%, dos recursos voltados aos seus programas de eficiência energética nas unidades consumidoras rurais, ou nas unidades pertencentes à comunidade de baixa renda ou cadastradas na Tarifa Social de Energia Elétrica.

Lei nº 13.280, de 03/05/2016

- Permite que as concessionárias e permissionárias de distribuição de energia elétrica poderão aplicar até 80% dos recursos de seus programas de eficiência energética em unidades consumidoras beneficiadas pela Tarifa Social de Energia Elétrica, em comunidades de baixa renda e em comunidades rurais.

- 80% serão aplicados pelas próprias concessionárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica, conforme regulamentos estabelecidos pela Aneel; e 20% serão destinados ao Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL).

Posteriormente à Lei nº 9.991, de 24 de julho de 2000, à qual dispunha sobre a obrigatoriedade das empresas concessionárias em realizarem investimentos em pesquisa e desenvolvimento em Eficiência Energética e aplicarem 0,75% de sua receita operacional líquida em pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico e 0,25% em programas de Eficiência Energética em Uso Final, novas alterações foram efetuadas no que diz respeito à distribuição dos recursos, por parte das empresas de energia.

Em 03 de maio de 2016, foi sancionada a Lei nº 13.280, a qual destina 20% dos recursos que as distribuidoras de eletricidade devem investir em ações de Eficiência Energética, conforme disposto na Lei nº 9.991/2000. Estima-se que, com base nos cálculos dos recursos alocados pelas distribuidoras nos últimos anos, o PROCEL seja beneficiado com

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cerca de 100 milhões de reais por ano. Por meio da Lei supracitada, também foi criado o Comitê Gestor de Eficiência Energética (CGEE).

Para regulamentar e acompanhar os Programas de Eficiência Energética, juntamente com os programas de P&D, foi criada, pela ANEEL, uma superintendência denominada Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética – SPE.

2.3.2 Lei de Eficiência Energética – Lei nº 10.295/2001

A Lei de Eficiência Energética – Lei nº 10.295/2001, que dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia é considera um marco para a Eficiência Energética no Brasil. Foi por meio dela que foram estabelecidos de níveis máximos de consumo de energia ou mínimos de eficiência energética, de máquinas e aparelhos consumidores de energia fabricados ou comercializados no país, bem como as edificações construídas (BRASIL, 2001b).

Tornando compulsórios os limites mínimos de Eficiência Energética; fabricantes e importadores de produtos que não atendessem ao que havia sido instituído, eram obrigados a adotar medidas que atendessem aos níveis máximos de consumo de energia, conforme as regulamentações estabelecidas, contribuindo, assim, com o combate de desperdício de energia no Brasil, além de agregar valor à tecnologia voltada ao desenvolvimento de produtos de maior Eficiência Energética (VIEIRA, 2016).

Também em 2001, por meio do Decreto 4.059, foi instituída a criação do Comitê Gestor de Indicadores e de Níveis de Eficiência Energética – CGIEE, composto por membros dos ministérios MME, MCTI e MDIC, das agências reguladoras ANEEL e ANP e ainda, especialistas em energia. As competências do CGIEE são:

I – elaborar plano de trabalho e cronograma visando implementar a aplicação da Lei nº 10.295, de 17 de outubro de 2010;

II – elaborar regulamentação específica para cada tipo de aparelho e máquina consumidora de energia;

III – estabelecer Programa de Metas com indicação da evolução dos níveis a serem alcançados para cada equipamento regulamentado;

IV – constituir Comitês Técnicos para analisar e opinar sobre matérias específicas sob apreciação do CGIEE, inclusive com participação de representantes da sociedade civil;

V – acompanhar e avaliar sistematicamente o processo de regulamentação e propor plano de fiscalização;

VI – deliberar sobre as proposições do Grupo Técnico para Eficientização de Energia em Edificações (BRASIL, 2001a);

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Desde de sua criação, o CGIEE vem deliberando decretos e portarias normativas, os quais estabelecem padrões mínimos de eficiência ou máximos de consumo de energia para aparelhos consumidores de energia, conforme Tabela 6.

Tabela 6 – Portarias e Decretos do CGIEE no âmbito da Lei 10.295/2010

Ano Objetivo Equipamentos Indicador de eficiência

Decreto nº 4508 2002

Nível min. de eficiência energética

Motores elétricos de indução

trifásicos Rendimento Nominal Portaria

nº 553 2005 Programa de Metas

Motores elétricos de indução

trifásicos Rendimento Nominal Portaria nº 132 2006 Nível min. de eficiência energética Lâmpadas Fluorescentes Compactas

Fluxo luminoso [lúmem]/potência elétrica consumida [W] Portaria nº 362 2007 Nivel máx. de consumo de energia Refrigeradores e Congeladores kWh/mês (NMC) Portaria nº 363 2007 Nível min. de

eficiência energética Fogões e Fornos a Gás

Ie = 100% - Ic (Para mesa de cocção e forno) (Ic - índice de consumo) Portaria

nº 364 2007

Nível min. de

eficiência energética Condicionadores de ar

Capacidade total de refrigeração [W] / Potência elétrica demandada [W] Portaria

nº 298 2008

Nível min. de

eficiência energética Aquecedores de água a gás

Méd. aritmética de 3 medições de rendimento do aparelho [η (%)=ΔQ/ΔE] Portaria nº 238 2009 Prorrogar os prazos da P.I. 553/2005

Motores elétricos de indução

trifásicos Rendimento Nominal Portaria

nº 959 2010

Nível min. de eficiência energética

Reatores eletromagnéticos para Lâmpadas Vapor de

Sódio de Alta Pressão e Vapor Metálico

Perda elétrica máxima [W] Portaria

nº 1.007 2010

Nível min. de

eficiência energética Lâmpadas Incandescentes

Fluxo luminoso [lúmen]/potência elétrica consumida [W] Portaria nº 1.008 2010 Programa de Metas Lâmpadas Fluorescentes Compactas Lúmen/Watt Portaria

nº 323 2011 Programa de Metas Condicionadores de ar Capacidade de refrigeração Portaria

nº 324 2011 Programa de Metas Aquecedores de água a gás Rendimento Portaria

nº 325 2011 Programa de Metas Fogões e Fornos a Gás Rendimento Portaria nº 326 2011 Programa de Metas Refrigeradores e Congeladores kWh/mês (NMC) Portaria nº 104 2013 Nível min. de eficiência energética Transformadores de distribuição

Perda máx. total em vazio [W] Perda máx. total na derivação

nominal/crítica [W]

(35)

Concomitantemente à aplicação da Lei nº 10.295/2001, tem-se o amparo do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), no qual são estabelecidos padrões e/ou etiquetas de Eficiência Energética dos equipamentos, de forma voluntária. No Brasil, o PBE vem sendo implementado desde 1985, apoiado pela Eletrobras/ Procel e INMETRO. Destaca-se, entre os equipamentos etiquetados, motores elétricos trifásicos, refrigeradores e congeladores (freezers), condicionadores de ar, coletores solares, lâmpadas fluorescentes compactas, reatores eletromagnéticos, fogões e fornos a gás (HADDAD, s/d).

2.3.3 Plano Nacional de Eficiência Energética – PNEf

Para a implantação do Plano Nacional de Eficiência Energética – PNEf, são propostas premissas e diretrizes básicas abrangentes e que envolvam órgãos governamentais, empresas e setores da sociedade. Coube ao Ministério de Minas e Energia – MME coordenar as atividades de implantação do PNEf, acionando ou promovendo negociação com outros órgãos competentes, a depender do tema que se refere a atividade, por meio de Planos de Trabalhos plurianuais (PNEF, 2011).

2.3.3.1 Eficiência Energética na Educação

Segundo o PNEF (2011), o objetivo de discutir ações de Eficiência Energética na área da Educação, visa:

 Estimular mudança cultural, por meio da aplicação dos conceitos de Política Ambiental, Conservação e Eficiência Energética e Racionalização de Energia, Responsabilidade Social e Sustentabilidade, visando ao uso responsável da energia, dos recursos do planeta, a proteção ao meio ambiente e ao clima;

 Incentivar a comunidade escolar a adotar a cultura do uso racional e da conservação de energia, bem como a participar ativamente e de forma contínua na implantação de projetos de EE;

 Promover a difusão e a utilização de tecnologias, práticas e técnicas de elevado rendimento energético;

 Potencializar os resultados atuais de economia de energia com programas educacionais, visando o alcance das metas previstas pelo Plano Nacional de Energia 2030;

 Conscientizar a população a adotar novos hábitos de consumo.

É imprescindível estimular as energias renováveis e apostar em atitudes eficientes e racionais no que se refere ao uso da energia. Espera-se que, em um futuro não tão distante, o

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