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Academic year: 2021

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TÍTULO: VARIAÇÃO DA PRESSÃO INTRAOCULAR NO EXERCÍCIO RESISTIDO SUPINO REALIZADO EM DIFERENTES POSIÇÕES

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADE UIRAPURU INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): FABRÍCIO TEIXEIRA GARRAMONA AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): SERGIO PAULO DE TARSO DOMINGUES ORIENTADOR(ES):

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1 VARIAÇÃO DA PRESSÃO INTRAOCULAR NO EXERCÍCIO RESISTIDO SUPINO

REALIZADO EM DIFERENTES POSIÇÕES

GARRAMONA, Fabrício Teixeira (Bolsista de Iniciação Científica)

1. RESUMO

Introdução: A Pressão Intraocular (PIO) varia de acordo com posição corporal, apresenta-se inferior na posição sentada à deitada e/ou com membros inferiores acima do nível da cabeça. Explica-se essa variação pela dinâmica do escoamento do humor aquoso(HA). Embora, o exercício resistido possa reduzir a PIO não é conhecido esse efeito em diferentes posições. Objetivo: Verificar a variação da PIO no exercício resistido supino realizado nas posições reto, inclinado e declinado. Método: Foram avaliados sete indivíduos do sexo masculino (20,7 + 2,1 anos), submetidos a três intervenções separadas por um intervalo de 96 horas, ambas com o mesmo volume e intensidade, ou seja, 3 séries de 15 repetições com 60% 1RM, tempo de intervalo entre as séries de 60 segundos e velocidade moderada, de acordo com as seguintes posições: P1) Supino executado na posição reta; P2) Supino executado na posição inclinada e P3) Supino executado na posição declinada. A PIO foi obtida, utilizando o Tonometro de Perkins, em três momentos: M1) imediatamente antes do exercício, M2) imediatamente após a terceira série e M3) três minutos após a finalização da terceira série. Cada sequência de mensuração foi obtida na posição da respectiva realização do exercício. Como procedimentos estatísticos foram aplicados o teste de normalidade de Shapiro-Wilk e o teste Anova (p<0,05). Resultados: Foi observado houve redução significativa PIO em todas posições, sendo que no supino reto no olho direito (OD) reduziu 20,7% e 29% no olho esquerdo, já no inclinado a redução foi de 45% (OD) e 28% no (OE) e finalmente no declinado a redução foi de 32,7% (OD) e 28,32% (OE). Conclusões: Conclui-se que, mesmo em posição potencialmente hipertensiva, o exercício promoveu redução significativa da PIO. Pode-se atribuir a queda da PIO decorrente do exercício resistido, a mecanismos relacionados a diminuição da produção do humor aquoso em contrapartida ao aumento do escoamento desse líquido pelo ângulo camerular.

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2. INTRODUÇÃO

A Pressão Intraocular (PIO) é determinada pela produção, circulação e drenagem do humor aquoso, pelo fluxo trabecular e uveoscleral e ainda pela pressão venosa episcleral(1). O volume do vítreo, volume sanguíneo da coróide, rigidez da esclera, tensão do músculo orbicular do olho e a pressão externa, também podem influenciar a PIO(2). Além desse aspecto, a PIO pode sofrer variações devido a vários fatores, tais como, ritmo circadiano(3), posição corporal(4), exercício físico(5), entre outros.

Em relação ao ritmo circadiano há um pico da PIO nas primeiras horas da manhã e o valor torna-se mais baixo ao final da tarde, havendo flutuação de 4 a 6 mmHg, essa variação está relacionada atividade do sistema nervoso autonômico, controle humoral e a mudança do tônus muscular (3,4,6,7). Quanto à posição corporal, a PIO deitado é maior do que sentado, possivelmente as alterações hidrostáticas, como a elevação da pressão venosa episcleral, que ocorrem de uma posição para a outra, podem explicar essas diferenças(8). Por outro lado, em relação à prática de exercícios físicos, tanto em atividades aeróbias quanto anaeróbias, incluindo treinamento com pesos (treinamento resistido), ocorre redução da PIO decorrente da redução da osmolaridade do plasma, hiperventilação, aumento da síntese de óxido nítrico, redução do pH plasmáico entre outros mecanismos(9,10 ).

De fato, os estudos tem demostrado o efeito hipotensor do exercício resistido na PIO, no entanto, não é definido na literatura se exercícios realizados em diferentes posições, também apresentam efeitos diferentes na PIO.

3. OBJETIVOS

Verificar a variação da PIO no exercício resistido supino realizado nas posições reto, inclinado e declinado.

4. METODOLOGIA

Foram avaliados sete indivíduos do sexo masculino (20,7 + 2,1 anos), como critérios de inclusão foram considerados: i) sexo masculino; ii) saudáveis; iii) experiência de musculação por pelo menos 6 meses; iv) sem presença de lesões e aptos fisicamente com liberação médica; v) não usuários de substâncias ergogênicas. Os critérios de exclusão

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3 adotados foram: i) opacidade de meios; ii) alteração de volume do bulbo ocular ou ausência de bulbo ocular, iii) idade inferior 16 e superior a 30 anos e iv) tempo de prática de treinamento resistido inferior a 30 dias. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Anhanguera Educacional (parecer no 232.220). O protocolo conduzido seguindo os princípios éticos estabelecido na Declaração de Helsinki proposta pela Associação Mundial de Médicos. Todos os participantes serão esclarecidos sobre a pesquisa e o respectivo grau de envolvimento e, então, solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido(11), consistindo em esclarecimento a respeito dos seguintes aspectos: i) justificativa, objetivos e procedimentos utilizados; ii) desconfortos, possíveis riscos e benefícios esperados; iii) forma de acompanhamento e assistência e seus respectivos responsáveis; iv) informação sobre a possibilidade de inclusão no grupo controle; v) liberdade de recusar a participar ou retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem penalização ou prejuízo e vi) garantia de sigilo em relação aos dados coletados. Os procedimentos experimentais foram realizados nas dependências do Centro de Atividades Físicas do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS Fit).

Para determinação das cargas de treinamento, inicialmente foi realizado o teste de predição(12), no exercício supino e respectivas variações (reto, inclinado e declinado), que visou estimar a carga máxima para os exercícios através da aplicação de cargas submáximas até a exaustão. De acordo com o respectivo protocolo, foi aplicada uma carga aleatória, para cada exercício, e solicitado aos voluntários executar até a fadiga. As repetições foram relacionadas à tabela específica para verificação da estimativa da carga a ser utilizada no experimento, no caso 60% de 1RM.

Os voluntários foram submetidos a três intervenções separadas por um intervalo de 96 horas, ambas com o mesmo volume e intensidade no exercício supino, ou seja, 3 séries de 15 repetições com 60% 1RM, tempo de intervalo entre as séries de 60 segundos e velocidade moderada, de acordo com as seguintes posições: P1) Supino executado na posição reta; P2) Supino executado na posição inclinada e P3) Supino executado na posição declinada. A PIO foi obtida, utilizando o Tonometro de Perkins, sempre pelo mesmo oftalmologista, com experiência nessa técnica, em três momentos: M1) imediatamente antes do exercício, M2) imediatamente após a terceira série e M3) três minutos após a finalização da terceira série. Cada sequência de mensuração obtida na posição da respectiva realização do exercício, observando objeto à distância com o olho contralateral, após a instilação de uma gota de colírio de proparacaína e uma gota de colírio de fluoresceína. Embora, o Tonômetro de Aplanação de Goldmann seja considerado o padrão-ouro para a medida da PIO, outros tonômetros apresentam boa correlação na medida, tais como Perkins, Pneumotonômetro, Tono-Pen XL(13,14). No presente projeto, justifica-se a utilização

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4 do tonômetro de Perkins pela praticidade do emprego nas situações de campo do exercício físico, possibilitando que seja levado para qualquer lugar e que a medida seja feita sem o deslocamento do avaliado.

A análise estatística realizada pelo Teste de normalidade de Shapiro-Wilk. Descritivamente foram calculados a média e o desvio-padrão, para comparação das médidas referente às variáveis estudadas foi utilizado ANOVA com pós-teste de Bonferroni adotando-se um nível de significância 5%. O software utilizado foi o GraphPad Prism®.

5. RESULTADOS

Todos os voluntários realizaram o teste de predição de 1 RM e as respectivas cargas máximas e de treinamento (60% 1RM) são apresentadas na tabela 1. A tabela 2 mostra que houve queda significativa da PIO nas três posições que foi realizado o exercício supino, no entanto, na posição declinada (-30º) a PIO em todos os momentos foi significativamente superior as demais posições.

Tabela 1: Carga máxima estimada (100%1RM) e de treinamento (60%1RM)

Medida Descritiva

SUPINO

RETO INCLINADO DECLINADO

100% RM 60% RM 100% RM 60% RM 100% RM 60% RM

Média 74,6 44,8 62 37,4 73,4 44

DP 23,96 14,40 20 12,10 22,64 13,82

Mediana 76 46 62 38 76 46

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5 Tabela 2: Variação da PIO (mmHg) nos respectivos exercícios, segundo olho direito (OD) e

olho esquerdo (OE).

POSIÇÃO SUPINO SUPINO M1 M2 M3 OD OE OD OE OD OE RETO 9,66 + 3,51 10,33 + 3,05 7,66 + 3,05* 7,33 + 3,51* 8,33 + 3,51* 7,66 + 2,51* INCLINADO 12,33 + 2,08 11,66 + 1,52 6,66 + 3,05* 8,33 + 2,51* 9,33 + 3,21* 10,00 + 1,73* DECLINADO 18,33 + 3,51 17,66 + 4,04 12,33 + 1,15* 12,66 + 1,52* 13,00 +1,73* 13,33 + 2,08* *Indica diferença estatisticamente significativa na mesma posição do supino

Indica diferença estatisticamente significativa em relação a posição no supino reto e

inclinado

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que, mesmo em posição potencialmente hipertensiva, o exercício promoveu redução significativa da PIO. Pode-se atribuir a queda da PIO decorrente do exercício resistido, a mecanismos relacionados a diminuição da produção do humor aquoso em contrapartida ao aumento do escoamento desse líquido pelo ângulo camerular

7. FONTES CONSULTADAS

1. Weinreb RN, Brandt JD, Garway-Heath D, Medeiros, FA. Intraocular Pressure. WGA - Consensus series 4. Amsterdam: Kugler Publications, 2007.

2. Talieri IC, Honsho CS, Nunes N, Souza AP, Duque JC. Comportamento da pressão intra-ocular segundo os efeitos cardiorrespiratórios e hemodinâmicos induzidos pela anestesia com desflurano, em cães submetidos à hipovolemia experimental. Arq Bras Oftalmol. 2005;68(4): 521-6.

3. Jaén-Díaz JI, Cordero-García B, López-de-Castro F, De-Castro-Mesa C, Castilla-López-Madridejos F, Berciano-Martínez F. Variabilidad diurna de la presión intraocular. Arch Soc Esp Oftalmol. 2007; 82(11): 675-9.

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6 4. Shuba LM, Doan AP, Zimmerman M.B. Diurnal Fluctuation and Concordance of Intraocular Pressure in Glaucoma Suspects and Normal Tension Glaucoma Patients. J Glaucoma 2007; 16:307–12.

5. Dane S, Kocer I, Demirel H, Ucok K, Tan U. Effect of acute submaximal exercise on intraocular pressure in athletes and sedentary subjects. Int J Neurosci. 2006; 116(10):1223-30.

6. Asejczyk-Widlicka M, Pierscionek BK. Fluctuations in intraocular pressure and the potential effect on aberrations of the eye. Br J Ophthalmol. 2007; 91: 1054-8.

7. Conte M, Scarpi MJ, Rossin RA, Beteli H, Lopes RG, Marcos HL. Variação da pressão intra-ocular após teste submáximo de força no treinamento resistido. Arq Bras Oftalmol. 2009; 72(3):351-4.

8. Rodrigues LD, Silva MRBM, Schellini SA, Jorge EN. Picos de pressão intra-ocular: comparação entre curva tensional diária, minicurva e medida da pressão intra-ocular às 6 horas. Arq. Bras. Oftalmol. 2004; 67(1): 127-31.

9. Ashkenazi I, Melamed S, Blumenthal M. The Effect of Continuous Strenuous Exercise on Intraocular Pressure. Invest Ophthalmol Vis Sci. 1992; 33(10):291-7.

10. Harris A, Malinovsky V, Cantor LB, Henderson PA, Martin BJ. Isocapnia blocks exercise-induced reductions in ocular tension. Invest Ophthalmol Vis Sci.1992; 33: 2229-32.

11. Ministério da Saúde/Fundação Nacional da Saúde. Informe Epidemiológico do SUS. Suplemento 3, ano V, n. 2, abril a junho, 1996.

12. BrzyckI, M., Strength Testing – Predicting a One-Rep Max from Reps-to-fatigue. Journal of physical education recreation and dance, 1993; v. 64, p. 88-90.

13. Andrada Márquez MT, Fesser Oroz I, Antón López A. Estudio comparativo de dos Tonómetros portátiles: Tono-Pen XL y Perkins. Arch Soc Esp Oftalmol. 2003; 78(4): 189-196.

14. Santos MG, Makk S, Berghold A, Eckhardt M, Haas A. Intraocular pressure difference in Goldmann applanation tonometry versus Perkins hand-held applanation tonometry in overweight patients. Ophthalmology. 1998;105:2260-3.

Referências

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