• Nenhum resultado encontrado

CONIC-SEMESP

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CONIC-SEMESP"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

TÍTULO: PERCEPÇÃO DE PAIS E CIRURGIÕES DENTISTAS SOBRE A NECESSIDADE DE TRATAMENTO ORTODÔNTICO EM CRIANÇAS NA FASE DE DENTADURA MISTA

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: ODONTOLOGIA

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): MARCELLE PELEGRINO FLANDES

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): FERNANDO CESAR TORRES

(2)

PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PIBIC 2013/2014

RELATÓRIO FINAL

ORIENTADOR: FERNANDO CÉSAR TORRES

Curso: Odontologia / DIURNO E-mail: fernandozzy@hotmail.com

Título do Projeto: PERCEPÇÃO DE PAIS E CIRURGIÕES DENTISTAS SOBRE A

NECESSIDADE DE TRATAMENTO ORTODÔNTICO EM CRIANÇAS NA FASE DE DENTADURA MISTA

Palavras-chave: 1. Má oclusão 2. Mordida Aberta

3. Ortodontia

(3)

1. Resumo do Trabalho

O tratamento ortodôntico na dentadura mista é fundamental para a correção de diversos tipos de más oclusões, porém o diagnóstico dos problemas que ocorrem nesta fase muitas vezes apresenta dificuldades, devido às mudanças proporcionadas pelo crescimento e desenvolvimento e à substituição dental que está ocorrendo. O objetivo deste trabalho é avaliar e discutir a percepção de adultos não relacionados à Odontologia e de cirurgiões dentistas clínicos gerais, sobre necessidade de tratamento ortodôntico de da mordida aberta anterior, na fase de dentadura mista, avaliando também a correlação entre suas opiniões e o correto diagnóstico, comparando com uma oclusão normal, correspondente à mesma fase. Para tanto, foram aplicados questionários objetivos aos voluntários, que observaram fotografias intrabucais de variados casos de oclusopatias sendo a mordida aberta anterior e a oclusão normal sendo selecionadas como objetos de comparação.

2. Introdução

A oclusão normal pode ser definida como uma relação dental harmoniosa, com todos os elementos dentais presentes, gengiva sadia, com coloração rosada e livre de sangramentos, articulação temporomandibular (ATM) com ausência de dor e de ruídos. A má oclusão, por sua vez, constitui uma anomalia de desenvolvimento dental e/ou dos arcos dentais, ocasionando problemas estéticos e funcionais, tendo como causas mais comuns as condições funcionais adquiridas (Tomita et al 2000). É um dos problemas de saúde bucal de maior ocorrência no mundo, ficando atrás somente da cárie dental e da doença periodontal (World Health Organization, 2003). Resultados alarmantes, quase nunca inferiores a 50%, têm sido relatados, situando as oclusopatias como uma condição de interesse público (Frazão et al.,2002; Suliano et al.,2007; Marques et al.,2005; Capote et al.,2003).

(4)

A importância de se possuir uma boa oclusão está relacionada tanto a fatores estéticos quanto a fatores funcionais. Problemas como de deglutição, mastigatórios e fonéticos além de hábitos bucais deletérios especialmente a sucção de chupeta hábitos deletérios como sucção digital e uso de chupetas, estão intimamente ligadas às más oclusões. No entanto, o fator estético influencia diretamente no desconforto dos pacientes, principalmente na adolescência, pois estes acabam sendo vítimas de preconceito devido a sua aparência. Sendo assim, é importante que o cirurgião dentista saiba diagnosticar as más oclusões para que sejam corrigidas, proporcionando maior qualidade de vida para o paciente.

As más oclusões podem classificadas como Classe I (neutroclusão), Classe II (distoclusão) e Classe III (mesioclusão) de Angle, mordida profunda, diastemas, mordida cruzada invertida (“mordida em Brodie”) unilateral ou bilateral, mordida cruzada anterior, mordida cruzada unilateral direita/ esquerda; apinhamento; mordida cruzada anterior esquelética (com todos os dentes anteriores cruzados), entre outras, podendo haver associações entre estas.

Os problemas ortodônticos podem acometer os indivíduos em várias fases da vida, ocorrendo na dentadura decídua, mista ou permanente, porém quanto mais cedo for diagnosticada corretamente a má oclusão, melhor será o resultado do tratamento.

Por sua vez, a necessidade de tratamento ortodôntico é difícil de ser definida precisamente pelos profissionais porque os desvios da “oclusão normal” nem sempre são nítidos e de fácil identificação; ou seja, é difícil delimitar “oclusões aceitáveis” e “oclusões inaceitáveis”. Sendo assim, a indicação para o tratamento deve ser definida pelo profissional após exame clínico e conhecimento da existência de impacto negativo da má oclusão sobre a qualidade de vida do indivíduo (Marques et al, 2005).

Sendo assim, diferenciar problemas oclusais de uma oclusão normal é imprescindível, para que ocorra o tratamento ortodôntico. A procura pelo tratamento pode ocorrer devido à indicação pelo cirurgião dentista, pela percepção da necessidade de tratamento do próprio paciente ou, em casos de

(5)

crianças, pela percepção dos pais, que notam anormalidades oclusais ou do sorriso.

Em uma dentadura mista existe certa dificuldade em realizar o diagnóstico de algumas más oclusões, provavelmente devido a ser uma fase de crescimento e de substituições dentais. Porém, esta fase é a melhor época para se realizar diversos tipos de tratamentos ortodônticos, justamente por ser uma fase de desenvolvimento ósseo e dental.

Dentre as más oclusões indicadas para serem tratadas nesta fase, está a mordida aberta anterior (MAA), que é uma das más oclusões de maior comprometimento estético-funcional, pelas alterações dentais e esqueléticas. Ela pode se desenvolver a partir de diversos fatores etiológicos, tais como os hábitos bucais deletérios (sucção de polegar ou chupeta), amígdalas hipertróficas, respiração bucal, anquilose dental e anormalidades no processo de erupção.

A mordida aberta anterior apresenta-se com grande prevalência em pacientes jovens, sendo de fácil solução, na maior parte dos casos, quando interceptada precocemente (Torres et al, 2006). Essa má oclusão está relacionada a hábitos deletérios, como sucção de dedo e chupeta, sendo mantida posteriormente pela interposição lingual. Existem diferentes terapias ortodônticas que podem ser empregadas para correção da mordida aberta (Bronzi et al, 2002).

Este estudo teve como objetivo avaliar a percepção de adultos não relacionados à área odontológica fazendo um estudo comparativo com a percepção de cirurgiões dentistas clínicos gerais, verificando a necessidade ou não de tratamento ortodôntico na fase de dentadura mista, no que diz respeito à má oclusão do tipo mordida aberta anterior e comparando à oclusão normal.

(6)

3. Revisão de Literatura

Entende-se que a má oclusão é de etiologia multifatorial, atribuída a hábitos bucais deletérios ou mesmo à genética, constituindo uma anomalia do arco dental, com problemas estéticos, funcionais e psicológicos. Na fase de dentadura mista a má oclusão chega a acometer 80% das crianças, ocasionando problemas futuros e estão propícias à desenvolver hábitos que possam agravar o problema, como o uso de chupetas, sucção de dedos ou até mesmo a respiração bucal.

A intervenção ortodôntica preventiva permite a correção ou melhora da situação, diminuindo a necessidade de um tratamento ortodôntico corretivo posteriormente, evitando que a má oclusão se instale na dentadura permanente e, consequentemente, favorecendo o crescimento harmonioso das bases ósseas.

Segundo Shaw (1981), o tratamento ortodôntico pode ser uma mudança de vida, desde que a má oclusão seja um fator importante na percepção de uma pessoa afetando sua inteligência e capacidade de atração pelos colegas e o público em geral.

Segundo Silva Filho et al (1990), a alta prevalência de má oclusões na população levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a considerá-la como o terceiro problema odontológico de saúde pública em todo mundo , sendo inferior apenas à cárie e à doença periodontal. Ou seja, a busca pelo tratamento interceptivo com o uso de aparelhos ortodônticos está cada vez sendo mais estudado e mais utilizado pela população.

Vários estudos relatados na literatura avaliaram a prevalência de má oclusão em crianças em dentição mista. Biscaro et al. (1994) avaliaram 891 crianças de 7 a 12 anos e observaram que 97,7% eram portadoras de algum tipo de má oclusão.

(7)

A necessidade de tratamento ortodôntico na fase de dentadura mista está diretamente relacionada com o fator social e psicológico, pois é uma fase de socialização e muitas vezes a criança não consegue se relacionar com outras pessoas. A má oclusão por sua vez pode causar impacto estético nos dentes, na face e nas atividades diárias como mastigação, fonação e nessa fase a dificuldade na socialização pode causar baixa autoestima. No entanto, a preocupação das pessoas com má oclusão está diretamente voltada para a estética ao invés da função, sendo necessária a orientação do ortodontista para associar o fator estético com o fator funcional, levando o paciente a ter uma qualidade de vida satisfatória.

A formação básica do cirurgião dentista deveria abranger conhecimentos para tratamentos preventivos e interceptivos para poder diagnosticar as oclusopatias. Porém, muitos dos pacientes encaminhados pelo clínico ou odontopediatra chegam ao ortodontista na fase de dentição permanente, quando a maioria dos problemas está instalada.

É comum encontrarmos crianças que tenham, ao nascimento, o hábito da sucção não nutritiva, porém, devemos atentar que o prolongamento deste hábito que pode culminar em uma má oclusão. Esses se dividem em hábitos de sucção não nutritiva (sucção de chupeta, sucção digital), hábitos de morder (objetos, onicofagia e bruxismo) e hábitos funcionais (respiração oral, deglutição atípica e alteração de fala), segundo Lino, 1995.

É de grande importância para os profissionais da Odontologia que trabalham com crianças conhecer as práticas de aleitamento e os hábitos bucais deletérios, pois é sabido que quaisquer intervenções prévias para preveni-los resultam em melhor qualidade de vida através do estabelecimento de condições adequadas de alimentação, respiração e fala, favorecendo a harmonia e o equilíbrio entre esqueleto, tecidos moles, morfologia e volume dental, os quais têm interferência direta sobre a oclusão. Salientando-se que estes hábitos deletérios tendem a perdurar principalmente em crianças que não receberam aleitamento materno (Gondim, 2010).

Em todos os aspectos, um diagnóstico correto e uma intervenção precoce de mordida aberta anterior podem trazer grandes benefícios estéticos e

(8)

funcionais ao paciente, minimizando o tratamento corretivo posterior e atribuindo uma maior estabilidade nos resultados alcançados.

3. Procedimentos Metodológicos

Após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), foram selecionados 9 conjuntos de fotografias de casos clínicos, de crianças na fase de dentadura mista. Essas crianças foram selecionadas da Clínica Odontológica da Prefeitura Municipal de Louveira-SP, com autorização tanto dos responsáveis pelos pacientes, como da Secretaria da Saúde do município, por meio de convênio firmado para realização de pesquisas.

Cada conjunto de fotografias intrabucais incluía 2 fotos oclusais (inferior e superior), 2 fotos laterais (direta e esquerda), e uma foto frontal. Cada foto apresentava dimensão de 12 x 6 cm, sendo cada caso clinico disposto em uma pagina.

Dos 9 casos clínicos, 7 eram de más oclusões e 2 eram de oclusões normais, sendo todos em fase de dentadura mista. Entre as más oclusões que compunham o conjunto de fotos, existiam casos de: mordida profunda (overbite de 10 mm); mordida cruzada invertida (“mordida em Brodie”) unilateral direita; mordida aberta anterior (overbite de -7 mm); mordida cruzada anterior dental (incisivos centrais superiores cruzados); mordida cruzada unilateral esquerda; apinhamento anterior de 5 mm; mordida cruzada anterior esquelética (com todos os dentes anteriores cruzados).

Os 2 casos de oclusões normais representavam casos típicos de normalidade em dentadura mista, com pequenos diastemas, mordida suavemente profunda, e Classe I de molares.

Os casos clínicos foram avaliados por 2 grupos distintos: cirurgiões dentistas e adultos não relacionados à Odontologia, denominados respectivamente de Grupo 1 e Grupo 2.

(9)

O Grupo 1 apresentava média de idade 30,5 anos, e era formado há 12,7 anos. Desses dentistas, nenhum apresentava formação em Ortodontia, mas todos já haviam realizado alguma indicação para tratamento ortodôntico.

O Grupo 2 apresentava média de idade 31,65 anos, renda familiar maior do que R$ 2.400,00 por mês, e grau de instrução mínimo de “curso superior completo”.

Todos os participantes da pesquisa concordaram com a sua realização por meio da assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).

Os participantes da pesquisa deveriam responder sim ou não a duas perguntas para cada caso clinico avaliado:

1) Este paciente necessita de tratamento ortodôntico?

2) Este paciente possui hábitos como chupar dedo ou chupeta?

Dos 9 casos utilizados para avaliação, apenas 2 foram selecionados, para fins de comparação: o de mordida aberta anterior e um caso de oclusão normal.

Para o caso de oclusão normal, as respostas corretas às duas perguntas eram negativas. Por sua vez, para o caso de mordida aberta anterior, as respostas corretas às duas perguntas eram positivas.

Os acertos dos diagnósticos obtidos pelos 2 grupos, foram somados e representados em forma de gráficos, para fins de comparação.

(10)

4. Resultados

Neste estudo conseguimos obter uma taxa de resposta satisfátoria entre os entrevistados, não havendo recusa entre os participantes. Segundo os dados coletados e representados em gráficos, em relação a oclusão normal (encaixe correto entre os dentes na fase de dentadura mista), os adultos leigos que responderam ao questionário possuíam média de idade de 31,65 anos e 80% disseram que havia necessidade de tratamento ortodôntico em uma oclusão normal sendo que apenas 20% acertaram a resposta de que não havia necessidade de tratamento. Em relação aos hábitos de sucção digital ou o uso de chupetas, 70% dos entrevistados responderam corretamente, que não havia nenhuma relação entre a oclusão normal e tais hábitos. Os demais 30% responderam que havia relação entre a oclusão normal avaliada e os hábitos deletérios em questão.

Gráfico 1 - Porcentagem de diagnósticos corretos e incorretos, segundo a percepção de adultos, para casos de:

(A) Oclusão normal versus necessidade de tratamento ortodôntico; (B) Oclusão normal versus relação com hábitos de sucção digital e de

chupeta. (Eu não colocaria em negrito)

1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral Acertos Erros A B

(11)

No segundo gráfico, correspondente à mordida aberta anterior (MAA), os entrevistados tiveram maior facilidade em acertar o diagnóstico, com um índice de erros menor do que para a oclusão normal. Em relação ao tratamento ortodôntico em uma criança com mordida aberta anterior na fase de denttadura mista, todos os entrevistados responderam que havia necessidade de tratamento. Quando se questionou sobre a relação da oclusão com mordida aberta anterior e hábitos como o uso de chupeta e sucção digital, 93,3% dos leigos entrevistados acertaram a resposta, dizendo que tal relação existia. Apenas 6,6% erraram, dizendo que não havia tal relação.

Gráfico 2 - Porcentagem de diagnósticos corretos e incorretos, segundo a percepção de adultos, para casos de:

(A) Mordida aberta anterior versus necessidade de tratamento ortodôntico;

(B) Mordida aberta anterior versus relação com hábitos de sucção digital e de chupeta. 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral Acertos Erros A B

(12)

Os cirurgiões dentistas que responderam ao questionário apresentavam média de idade de 30,50 anos. No gráfico relacionado á oclusão normal houve um índice de acertos maior quando comparado ao dos adultos, 66,3% dos cirurgiões entrevistados conseguiram diagnosticar a oclusão normal em fase de dentadura mista, mesmo assim ainda ocorreram erros, 33,4 % em diagnosticar uma oclusão normal entre os cirurgiões dentistas, devido á anos de formação, afastamento da especialidade conforme o tempo. Em relação aos hábitos de sucção digital e ao uso de chupetas o índice de acertos foi bem maior 83,3% disseram que não havia relação entre hábitos e apenas 16,7% não conseguiram avaliar corretamente.

Gráfico 3 - Porcentagem de diagnósticos corretos e incorretos, segundo a percepção de cirurgiões dentistas, para casos de:

(A) Oclusão normal versus necessidade de tratamento ortodôntico; (B) Oclusão normal versus relação com hábitos de sucção digital e de chupeta. 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral acertos erros A B

(13)

No segundo gráfico referente à mordida aberta anterior (MAA), avaliada por cirurgiões dentistas o índice de acertos foi de 100% tanto para necessidade de tratamento ortodôntico quanto para relações de hábitos de sucção digital e uso de chupetas.

Gráfico 4 - Porcentagem de diagnósticos corretos e incorretos, segundo a percepção de cirurgiões dentista, para casos de:

(A) Mordida aberta anterior versus necessidade de tratamento ortodôntico;

(B) Mordida aberta anterior versus relação com hábitos de sucção digital e de chupeta. 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral acertos erros A B

(14)

4. Desenvolvimento / Discussão

Neste estudo tivemos como objetivo avaliar e verificar a percepção de pais e cirurgiões dentistas sobre a necessidade de tratamento ortodôntico na fase de dentadura mista, tendo como comparativo uma MAA (mordida aberta anterior) com uma oclusão normal.

Segundo os resultados obtidos nos gráficos representados por uma pequena amostra, conseguimos perceber que adultos não relacionados à área odontológica, não conseguem avaliar e diferenciar uma oclusão normal para crianças em fase de dentadura mista que não necessite de tratamento ortodôntico. Isso ocorre, pois diagnosticar corretamente uma oclusão normal principalmente na fase de substituição de dentes decíduos para permanentes não é tão evidente. Um período característico deste estágio da dentadura é a fase do “patinho feio”, quando os incisivos superiores apresentam-se projetados vestibularmente, com divergência do longo eixo de apical para incisal, sobremordida profunda e diastemas. Outra característica desta etapa é a presença de incisivos inferiores desalinhados, que não devem ser corrigidos precocemente, pois na maioria das vezes apresentam melhora ao final da dentadura mista. (CHU, F. C. S et al)

No entanto, cirurgiões dentistas clínicos gerais apresentaram índice de acertos de 66,3%, ou seja, 33,4% erraram ao diagnosticar uma oclusão normal, devido à dificuldade de percepção dos profissionais. A explicação para isso pode ser devido ao afastamento por demais profissionais fora da especialidade de Ortodontia, anos de experiência do profissional, defasagem devido à graduação realizada há longo tempo etc.

Em um estudo realizado por Pereira et al, afirmaram que a mensuração da oclusão dental em populações humanas tem sido um permanente desafio aos profissionais de Odontologia e de saúde pública. Ou seja, a dificuldade pela percepção de más oclusões é um problema que se agrava cada vez mais, sendo que muitas vezes o paciente é diagnosticado como portador de alguma má oclusão quando na realidade ele está em uma fase de dentadura mista que não requer intervenção ortodôntica naquele momento. Mesmo assim, com relação aos hábitos deletérios como sucção digital e ao uso de chupetas, tanto

(15)

adultos não relacionados à área odontológica como cirurgiões dentistas já conseguem obter uma percepção maior sobre isso, comparando-se ao observado para oclusão normal.

Em relação à MAA adultos não relacionados à área odontológica apresentaram maior facilidade em diagnosticar corretamente a mordida aberta anterior. A resposta é por conta do espaço entre dentes superiores e inferiores, sendo considerado um problema de má oclusão que necessite de intervenção ortodôntica. Neste caso, a facilidade por diagnosticar foi mais evidente, pois, segundo os entrevistados, no caso os adultos, é mais fácil visualizar o que está errado do que perceber uma oclusão normal. Sendo assim, cirurgiões dentistas, mesmo não sendo especialistas em ortodontia, responderam em 100% que neste caso havia uma má oclusão e que a mesma está diretamente relacionada com hábitos de sucção.

Segundo Henriques et al.,2000, as deformações na arcada dental causadas pela mordida aberta anterior têm como principal característica clínica a falta de um trespasse vertical entre as margens incisais dos dentes anteriores superiores e inferiores. O diagnóstico e tratamento devem iniciar-se ainda na fase decídua ou mista da dentição, como atuação preventiva, com o intuito melhorar a questão estética funcional e psicológica, como também, aumenta os níveis de sucesso do tratamento clínico.

Apesar da estreita relação entre os hábitos de sucção com a mordida aberta anterior (Subtelny & Sakuda, 1964; Parker, 1971; Popovich & Thompson, 1973), esta má-oclusão pode estar presente mesmo sem a presença do hábito (Justus, 1976), o que torna necessário uma avaliação criteriosa dos fatores etiológicos.

(16)

5. Conclusão

Segundo a metodologia utilizada e com base nos resultados obtidos foi possível concluir que:

Adultos não relacionados à área odontológica (leigos) conseguiram identificar com maior facilidade a mordida aberta anterior do que uma oclusão normal, na fase de dentadura mista;

Os adultos leigos associaram a mordida aberta anterior à presença de hábitos como sucção digital e de chupeta;

Cirurgiões dentistas clínicos gerais identificaram a mordida aberta anterior como uma má oclusão que necessita de tratamento ortodôntico e que está relacionada a hábitos de sucção;

Cirurgiões dentistas clínicos gerais também apresentaram certa dificuldade em concluir que a oclusão normal apresentada na dentadura mista não necessitava de tratamento ortodôntico.

(17)

Referências

LINO AP. Fatores extrínsecos determinantes de más oclusões. In: GUEDES-PINTO, A. C. Odontopediatria. 5. Ed. São Paulo: ed. Santos; 1995 p.941-948. ( nas referencias ou usa no autor só maiúscula, ou somente a primeira letra maiúscula. Há os dois casos aqui)

HENRIQUES, J. F. C.; JANSON, G.; ALMEIDA, R. R.; DAINESI, E. A.; HAYASAKI, S. M. Mordida aberta anterior: a importância da abordagem multidisciplinar e considerações sobre etiologia, diagnóstico e tratamento: apresentação de um caso clínico. Revista Dental Press OrtodonOrtop facial, Maringá, v.5, n.3, p. 29-36, maio/jun. 2000

TOMITA, Nilce E, Vitoriano T Bijella e Laércio J Franco Relação entre hábitos bucais e má oclusão em pré- escolares Rev. Saúde Pública, 34 (3): 299-03, 2000

Hamdan V.S.A Peter Rock P. The perception of dental aesthetics and orthodontic treatment need by 10 - to 11- year- old children European

Journal of Orthodontics pg 646 -651 August 2001

Frazão P, Narvai PC, Latorre MRDO, Castellanos RA. Prevalência de oclusopatias na dentição decídua e permanente de crianças na cidade de São Paulo, Brasil, 1996. Cad. Saúde Pública, v.18, n.5, set-out, 2002.

ALMEIDA A.B, MAZZIEIRO, E.T, PEREIRA T.J, SOUKI,B.Q, VIANA C.P; Interceptação de uma Mordida Aberta Esquelética Associada à Sucção Digital: Relato de um Caso Clínico, J Bras Ortodon Ortop Facial, Curitiba, v.7, n.41, p., set./out. 2002.

(18)

BRONZI, E.S.; MINERVINO, B.L.; MELO, A.C.M.; PINTO, R.S.; MARTINS,L.P. Mordida aberta em pacientes jovens: relato clinico. Revista da UNIMEP, v.4, n.1, p.24-29, jan/jun, 2002

TASHIMA, A.Y.; VERRASTRO, A.P.; FERREIRA, S.L.M.; WANDERLEY, M.T.; GUEDES-PINTO, E. Tratamento ortodôntico precoce da mordida cruzada anterior e posterior: relato de caso clínico. J Bras Odontopediatr

Odontol Bebê, Curitiba, v.6, n.29, p.24-31, jan./fev. 2003

Marques L.S, Barbosa C.C, Jorge R.L.M, Pordeus.A.I, Paiva.M.S; Prevalência da má oclusão e necessidade de tratamento ortodôntico em escolares de 10 a 14 anos de idade em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: enfoque psicossocial. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 21(4): pg 1099-1106, jul-ago, 2005.

Miguel J.A.M; Brunharo I.P, Esperão P.T.G; Oclusão normal na dentadura mista: reconhecimento das características oclusais por alunos de graduação.Revista Dental Press Ortodopedia Facial; Maringá. V 10 n.1, p. 59-66, jan/fev. 2005.

THOMAZ E.B.A.F, VALENÇA A.M.G; Prevalência de má oclusão e fatores relacionados à sua ocorrência em pré- escolares da cidade de São Luís – MA – Brasil; RPG Rev. Pós Grad Maranhão; pg 212-219; fev. 2005.

Torres FC, Almeida RR, Almeida MR, Almeida-Pedrin RR, Pedrin F, Henriques, JFC. Anterior open bite treated with a palatal crib and high-pull chin cup therapy. A prospective randomized study. Eur J Orthod, v.28, n.6, p.610-7, 2006.

Alves, J.A. O, Forte, F.D. S, Sampaio, F.C; Condição socioeconômica e prevalência de más oclusões em crianças de 5 a 12 anos na USF Castelo

(19)

Branco III – João Pessoa/Paraíba; Revista Dental Press de Ortodontia e

Ortopedia Facial; Maringá, v 14, n.3, p,52-59, Maio/jun.2009

SPALJ.J Perception of orthodontic treatment need in children and adolescentes; European Journal of Orthodontics, Croatia, p. 387–394, October/2009.

Gondim R.C, Barbosa A.M, Dantas X.M.R, Massoni T.L.C.A, Padilha N.W.W Mordida aberta anterior e sua associação com os hábitos de sucção não-nutritiva em pré-escolares. Revista Gaúcha de Odontologia, v.58, n.4, p.475-480, Porto Alegre, out./dez 2010.

PERES S.H.C.S. Self- Perception and malocclusion and their relation to oral appearance and function Ciencia e Saúde coletiva; Bauru.p.4059-4066 outubro/2011.

7. Dificuldades encontradas, alterações e justificativas (se houver).

Não se aplica.

8. Demais informações relevantes:

Não se aplica

9. Anexos

(20)

São Paulo, de de 2014.

_________________________ ________________________

Referências

Documentos relacionados

“...é a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra

Após a colheita, normalmente é necessário aguar- dar alguns dias, cerca de 10 a 15 dias dependendo da cultivar e das condições meteorológicas, para que a pele dos tubérculos continue

Para preparar a pimenta branca, as espigas são colhidas quando os frutos apresentam a coloração amarelada ou vermelha. As espigas são colocadas em sacos de plástico trançado sem

Para atender a esse objetivo, foi realizado o levantamento de informações fitogeográficas e florísticas da vegetação do Parque; a identificação de 30 elementos arbóreos

Quanto ao emprego dos fatores de produção, observa-se que as regiões tecnicamente eficientes aumentaram mais a quantidade de mão de obra empregada entre 1975 e 2006 do que as

A placa EXPRECIUM-II possui duas entradas de linhas telefônicas, uma entrada para uma bateria externa de 12 Volt DC e uma saída paralela para uma impressora escrava da placa, para

Os interessados em adquirir quaisquer dos animais inscritos nos páreos de claiming deverão comparecer à sala da Diretoria Geral de Turfe, localizada no 4º andar da Arquibancada

(1983) estudaram o efeito da adição de monensina (l00mg) em dietas de novilhas da raça holandesa, recebendo 33% de concentrado e 67% de volumoso, verificaram que houve aumento de