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Cyclocoelidae do Brasil (Trematoda)

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BERENICE MARIA FERNANDES DE LiffiA

CYCLOCOELIDAE DO BRASIL

( TREffiA TODA)

Dissertação apresentada

à

Coord� nação do Curso de Pós-Graduação em Zoologia da UFRJ, visando a ao-tenção do titulo de mestre •

Rio de Janeiro 1980

(2)

l

1

Anna Kahn Hoineff Orientador

(3)
(4)

AGRADECiffiENTOS

'

Nossos sinceros agradecimentos a Professora Anna Kohn Hoineff, Pesquisadora Associada do Instituto Oswaldo Cruz, pelos conhecimentos transmitidos no campo da Helmintologia,responsável pela nossa iniciação e formação cient!fica, pela amizade, apoio e incentivo constantes, que possibilitaram a realização desse trabalho.

Ao corpo docente do Curso de Pós-Graduação em Zoologia, pelos ensinamentos ministrados.

Ao Professor Roberto Regis magalhães Pinto e demais CQ legas do Departamento de Helmintologia do Instituto Oswaldo Cruz

.

-pelas criticas e sugestoes apresentadas.

i

fundação Oswaldo Cruz, pelas condições oferecidas p� ra o desenvolvimento do presente trabalho.

Ao Professor Helmut...Sick, Pesquisador do museu NaciQ nal pela carinhosa orientação prestada em relação

à

sistemática das espécies de aves incluídas na presente dissertação.

i

Sra. maria da Penha Rodrigues Costa, do Instituto O� waldo Cruz, pela execução das cópias fotográficas dos

apresentados.

(5)

sumÃRIO

RESUffiO

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 1

IN�RDDUÇÃO

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o • • 2

HISTÕRICO

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • li • • • ••• • 5

ffiATERIAL E ffiÊTODOS

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 8

RESULTADOS

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • e • • • ll

LISTA DOS HOSPEDEIROS

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 37

CONCLUSÕES

• • • • • • • •

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 44

summARY

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 46

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÃFICAS

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • 47

(6)

l

RESUMO

Com a finalidade de ampliar o conhecimento dos helmin tos parasitas de aves, no presente trabalho são estudados os tr� matÓdeus da família Cyclocoelidae Kossack, 1911 que ocorrem no Brasil; Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile (Zeder, 1800) Stossich, 1902, Cyclocoelum(Cyclocoelum)phasidi Stunkard, 1929,Cyclocoelum (Haematotrephus)vanelli (Rudolphi, 1819) Dubois, 1965, Cyclocoe lum(Haematotrephus)brasilianum Stossich, 1902, Ophthalmophagus magalhaesi Travasses, 1921, Typhlocoelum cucumerinum ( Rudolphi, '

1809) Stossich, 1902 e Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois ,

1959, distribuidos em ·doze espécies de aves,-pertencentes a cin

co diferentes famílias, em vários Estados do Brasil.

Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile , Cyclocoelum( Cyclo coelum)phasidi e Cyclocoelum(Haematotrephus)vanelli são referi dos pela primeira vez em nos;o território, e em novos hospedei ros. Também é referida em qua�ro novos hospedeiros a espécv Nei

vaia _,.;ymbium.

(7)

INTRODUÇÃO

Segundo OLYffiPIO DA FONSECA (1970) a aplicação dos conh� cimentos sobre parasitas de diferentes grupos de animais superiQ res,

à-

solução de problemas gerais de paleogeografia, de evoly_ ção filogenética e de posição sistemática dos hospedeiros, con� titui uma espécie de introdução aos estudos que se vieram a f� zer, independentemente, mas sob um ponto de vista semelhante, em

-�

-relaçao as migraçoes do homem primitivo e ao povoamento da supe� f1c_ie da Terra.

O primeiro pesquisador a abordar esse genero de estudos

foi HERffiANN VON IHERING, em 1891, que partindo do estudo de d�

terminados parasitas, chegou a resultados sobre a distribuição

paleogeográfica dos respectivos hospedeiros. e sobre as relações

• , • , • .,,,,, ;A.

filogeneticas desses ultimas. De suas observaçoes, pode

concluir sobre as comunicações terrestres existentes em remotas entre a Am�rica do Su� e a Austrália, mostrando que a Patagônia e o Chile estiveram em outras épocas

também epocas separados das terras altas do Equador e do planalto antigo do Brasil. De seus estudos verificou q�e o sul do Brasil já estava ligado ao Chile e

à

Patagônia, antes de o estar ao planalto central do Br� sil. E uma das provas que apresentou para essa conclusão é que um crustáceo decápoda de água doce, Aegleas laevis, existe no Rio Grande do Sul (Brasil) e no Chile, e em ambas essas regioes tendo o platelminto Temnocephala chilensis como ectoparasita.

(8)

3

fiais tarde, em 1902 VON IHER ING utilizou largamente in formações parasitolÓgicas para determinar o lugar de origem de v�rios vertebrados da Am,rica meridional, especialmente mamlfe­ ros, estudando-lhes os parasitas pertencentes aos grupos dos acantocéfalos, trematÓdeos, cestÓdeos e nematÓdeos.

Em 1903 ZSCHOKKE demonstrou que certos peixes de doce abrigam parasitas de grupos normalmente encontrados em

agua

ani mais marinhos, o que o levou a admitir que seus hospedeiros ti vessem sido primitivamente animais que habitavam a água salgada. O mesmo autor em 1904 estendeu seus estudos aos cestÓdeos de m�

e e . - ,

miferos, ai a posiçao sistematica dos parasitas vindo a esclar�

cer a dos hospedeiros e a orientar sobre sua filogenia.

Em 1909 fUHRffiANN chegou às mesmas conclusões estudando os cestÓdeos parasitas de aves.

Em 1912 e 1914 JOHNSTON, na Austrália, estabeleceu que

os helmintos encontrados em uma dada classe de vertebrados em

uma mesma região zoogeográfice, têm afinidades mais prÓxim�,não com outros helmintos observaaos na mesma região, mas sim com os encontrados em hospedeiros da mesma classe em outras regiões z� ogeográficas. A esse propósito, chama atenção para a importância que teria um conhecimento aprofundado dos trematÓdeos parasitas de rãs da América do Sul, o que viria contribuir para confirmar

a ligação em épocas remotas, desse continente com a Austrália, ·

através da Antártida.

, .

DARLING a partir de 1921, publicou varias trabalhos,

(9)

procurando utilizar dados helmintolÓgicos para esclarecer probl� mas de etnolo�ia e perscrutat a origem e a direção das migrações pré-históricas.

E mais recentemente DURETTE-DESSET em 1971, publicou um ensaio de classificação dos nematÓdeos heligmosomideos , demon� trando as correlações com a paleobiogeografia dos hospedeiros.

Assim, procuramos trazer com este trabalho, mais uma contribuição para o conhecimento dos parasitas de aves no Brasil.

(10)

HISTÔRICO

A fam1lia Cyclocoelidae já �oi objeto de sete sistemáticos importantes: KOSSACK (1911), HARRAH (1922), BERG (1923 e 1926), JOYEUX & BAER (1927), DOLLFUS (1948)

BOIS (1959).

5

estudos

WITEN e

DQ

STOSSICH em 1902 cria a subfamllia Cyclocoelinae, com quatro gêneros: Cyclocoelum Brandes, 18-92, Haematotrephus Sto� sich, 1902, Ophthalmophagus Stossich, 1902 e Typhlocoelum Sto� sich, 1902.

Em 1911 KOSSACK eleva Cyclocoelinae

à

fam1lia, mantendo os gêneros considerados anteriormente por STOSSICH, e incorporan do Hyptiasmus Kossack, 1911, Spaniometra Kossack, 1911 e Bothrio gastar Fuhrmann, 1904.

Em 1913 SKRJABIN cria um novo gênero para a famllia :

Tracheophilus.

HARRAH em 1922 divide Cyclocoelidae em tres

as: Cyclocoelinae Stossich, ·1902, contendo os generos

subfamlli

.

-Cyclocoe lum Brandes, 1892, Haematotrephus Stossich, 1902 e Hyptiasmus Kossack, 1911; Typhlocoelinae Harrah, 1922 com Typhlocoelum Sto�

sich, 1902 e Tracheophilus Skrjabin, 1913 e Ophthalmophaginae

Harrah, 1922 com os generos Ophthalmophagus Stossich, 1902 , Bo thriogaster Fuhrmann, 1904 e Spaniometra Kossack, 1911.

WITENBERG dedica aos Cyclocoelidae duas revisões (1923 1

e 1926), que constituem dois trabalhos divergentes, tanto assim, que dois gêneros, um subgênero e uma espécie descritos em 1923 , não são mencionados no segundo trabalho, que não contém nenhuma

(11)

�lusão ao precedente, nem mesmo a referência bibliográfica. Em 1926 WITENBERG mantém somente as duas primeiras subfam1lias con sideradas por HARRAH em 1$22, que são; Cyclocoelinae e Typhloco� linae, suprimindo Ophthalmophaginae. Divide Cyclocoelinae em te tribus: Wardianea, Haematotrephea, Cyclocoelea, Hyptiasmea

s�

,

Ophthalmophagea, Contracoela e Bothriogasterea, com dezesseis g�

neros, sendo dez criados nessa ocasião e distribuidos entre as

,

. .

tribus. Em Typhlocoelinae mantem tres generos : Tracheophilus Sk�

jabin, 1913, Typhlocoelum Stossich, 1902 e Typhlultimum be�g, 1926.

lliiten • Em 1927 JOYEUX & BAER analisando a longa lista de gen� , .

ros e especies estabelecida po� WITENBERG, afirmam que muitos

dos caracteres adotados por aquele autor ou são muito especlfi

cos não necessitando da criação de gêneros, ou simplesmente ind1 viduais devido a grande variação comum entre os trematÓdeos. Tam bém não consideram válido o caráter presença ou ausência de di vertlculos intestinais, para .a formação de subfamllia. Assim, C�

clocoelinae e Typhlocoelinae são suprimidas, ficando Cyclocoeli

dae constituída somente por três gêneros: Cyclocoelum, Spaniome tra e Typhlocoelum, baseados na posição dos test1culos em rel� ção ao ovário, e na presença de divert1culos intestinais no bo� do interno dos cecos.

Em 1929 TRAVASSOS cria um novo gênero para a familia :

Neivaia.

DOLlfUS em 1948 apresenta uma divisão para a superfam1 lia Cyclocoeloidea Henry, 1923, contendo três famllias: Cycloco�

(12)

7

lidae, Bothrigastridae e Typhlocoelidae. Cyclocoelidae com tres subfam1lias (Haematotrephinae, Cyclocoelinae e Hyptiasminae), B� thrigastridae com duas (Bothrigastrinae e Ophthalmophaginae)e T� phlocoelidae com uma {Typhlocoelinae).

Em 1959 DUBOIS discute prévios esquemas propostos para

a classificação da familia Cyclocoelidae e a divide em duas sub familias: Cyclocoelinae e Typhlocoelinae. Cyclocoelinae com dois gêneros: Cyclocoelum e Ophthalmophagus, sendo Cyclocoelum subdi vidido de acordo com a posição relativa das gÔnadas em : Cyclocoe lum(Cyclocoelum) Witenberg, 1928, Cyclocoelum(Haematotrephus)

Stàssich, 1902 e Cyclocoelum(Hyptiasmus) Kossack, 1911. em Typhlocoelinae os gêneros Typhlocoelum e Neivaia.

Coloca

Além dessas revisões, BASHKIROVA em 1950 apresenta em

russo, chaves de classificação das espécies, com descrições e fi guras.

mais recentemente YAffiAGUTI em 1971, em seu trabalho g�. ral sobre os trernatÓdeos digenéticos parasitas de vertebrados inclui a classificação da f�mllia Cyclocoelidae, sem discu1ir

,

a validade dos diferentes sinÔnim�s apresentados por outros

res para gêneros e espécies, por não ter tido acesso ao material tipo, restringindo-se apenas a breves comentários sobre essa si

4 •

nonimia.

No presente trabalho adotamos a classificação proposta por DUBOIS em 1959, apesar de ser anterior ao trabalho de YAffiAGQ t TI, considerando ter DUBOIS revisto toda a literatura referente

à

familia, e examinado um grande número de espécimes, incluindo

material tipo, tendo assim condições para propor a simplificação do grupo.

(13)

ffiATERIAL E ffiÊTODOS

Estudamos todos os trematÓdeos pertencentes

à

famllia

Cyclocoelidae depositados na Coleção,HelmintolÓgica do Institu to Oswaldo Cruz desde 1918.

A·maior parte do material encontrava-se conservada em formal acético, (11quido de Railliet & Henry) e uma pequena

PªL

A # #

te montada em lamina com balsamo do Canada.

Os trematÓdeos conservados em formal acético foram suQ metidos

à

desidratação pela série alcoólica, após terem sido c� rados com c�rmim clorldrico alcoólico, diafanizados com fenol e

- , ,

creosoto de Faia e montados em lamina com balsamo do Canada. Os desenhos foram feitos em camara clara Leitz. As m� didas referidas são dadas em mil1metros.

Damos a seguir a relação do material examinado e seus respectivos hospedeiros.

1) Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile (Zeder, 1800) Sto� sich, 1902.

Dendrocygna viduata (L., 1766) n2- 15.628, 15.629 e 15.631.

Gallinula chloropus oaleata (Licht., 1818) n2- 24.694 a 24.696,

24.701 a 24.704.

2) Cyclocoelum(Cyclocoelum)phasidi Stunkard, 1929

Crypturellus variegatus variegatus (Gm., 1789)

n

º

-

16.974 e 31.

190.

(14)

9

Gallinago gallinago paraguayae (Vieill., 1876) n°- 15. 219 e 31.

173.

Odontophorus capueira capueira (Spix, 1825) n°- 15. 728, 15.730,

15. 734, 15.735, 16. 970, 16. 971, 31. 178, 31. 180, 31. 184, 31. 185, 31. 187 e 31. 188.

Tinamus solitarius solitarius (Vieill., 1879) n2 - 15�301, 15. 302,

15.726, 15.729, 15.731 a 15.733, 15. 782, 16. 969, 16.�73, 31. 174 a 31. 176, 31. 179, 31. 181 a 31.183, 31. 186

e

31. 189.

3) Cyclocoelum(Haematotrephus)brasilianum Stossich, 1902 Tringa flavipes (Gm., 1789) n2 - 2. 348 a 2. 350, 2.505, 2.574 ,

2.927 a 2.930, 6.327, 6.336, 31. 165 e 31. 166.

4) Cyclocoelum (Haematotrephus)vanelli (Rudolphi, 1819) Dubois, 1965.

Tringa flavipes (Gm., 1789) n2 - 9. 464 e 31. 167.

5) Ophthalmophagus magalhaesi Travasses, 1921

Cairina moschata (L. , 1758), domesticada n2 - 2. 262, 2. 263, 2.575

a 2. 578, 2.616, 4.659, 5.668, 6. 272, 6.274, 7. 968, 10.470, 13. 762 14.043, 31. 164, 31. 171 e 31. 172.

6) Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois, 1959 Amazonetta brasiliensis (Gm., 1782) n2 - 15. 595.

Anas bahamensis bahamensis L. , 1758 nç- 6. 167.

Anas platyrhynchos boschas L., 1758, domesticada n2 - 2.409 a

(15)

2. 412 e 2.654.

Dendrocygna autumnalis discolor Sclater & Salvin, 1873 nº-14. 445.

7) Typhlocoelum cucumerinum (Rudolpbi,1809) Stossich,

1902

.8..!J-ª.§. platyrhynchos boschas L. , 1758, domesticada

n

º

-

20. 312, 20. 687 a 20. 689.

Cairina moschata (L., 1758), domesticada nº- 2. 264, 2. 265,2. 332,

2.582, 2. 658, 4. 650, 4.651, 4. 824, 5.667, 6.279, 9. 423, 10. 470 a 10. 473, 13.763, 14.040 a 14.042, 20.313, 20. 336, 20. 337, 31. 168 a 31. 170.

(16)

RESULTADOS

Digenea van Beneden, 1B58 Prosostornata Odhner, 1905 Cyclocoeloidea Henry, 1923

Cyclocoelidae Kossack, 1911

Corpo de tamanho médio a grande, achatado.

11

Ventosa

oral geralmente ausente. Abertura bucal terminal ou subterminal. Acetábulo geralmente ausente. Faringe bem desenvolvida. Esôfago curto, raramente longo. Cacos intestinais unidos posteriormente, simples ou com divertlculos. Poro g�nital mediano, próximo da

extremidade anterior. Bolsa do cirro presente, contendo la seminal. Test1culos geralmente obllquos, intercecais,

vesicQ

usual

mente situados na região posterior do corpo, ocasionalmente � quatoriais ou pré-equatoriai�. Ovário anterior ou

aos test1culos ou intertestlcular. Espermateca presente ou a� sente. Canal de Laurer ausente. Vitelinos estendendo-se longitu dinalmente, extracecais ou cecais, podendo confluir posterioL

mente. Ütero formando alças transversais, ocupando quase todo o

campo intercecal, podendo ou não alcançar os cecos lateralmen

te. Ovos embrionados. Sistema excretor reticular, poro excretor dorsoterminal.

Parasitas da traquéia, fossas nasais, sacos aéreos cavidade geral e raramente de intestino de aves.

'

(17)

EVOLUÇÃO DE CYCLOCOELIDAE

Segundo TRAVASSOS, 1950, os ovos com as mucosidades nA sais ou pulmonares, vão ao meio exterior com as fezes. Caindo em meio líquido pÕem em liberdade um miracÍdio, provido de mancha ocular, que nadando procura o molusco, hospedeiro intermediário, no quàl penetra. Este mirac1dio apresenta na porção caudal uma rédia jovem que evolui, sem que haja fase de esporocisto, e dá origem a cercárias que logo se enquistam como metacercárias no

próprio molusco,

à

espera que este seja ingerido pelo hospedeiro

definitivo, para concluir a evolução e atingir a maturidade s�

,

-xual. Neste grupo de trematodeos a abreviaçao do ciclo no hosp� cieiro �atermeciiário se reduz ao máximo. A penetração é ativa no hospedeiro intermediário e passiva no definitivo.

-

-

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-�--�@

-)

B

A- Hospedeiro definitivo, B- Hospedeiro intermediário,

, ,

.

2- ffiirac1dio, 3- Redia, 4- ffietacercaria.

1- Ovo

(18)

I:') r-i Classificaçao das esp,2cü,s de ae Ko ssack, subfamllia cyolocoelina� ---Typh.1.Dcoelina.e -f

l

gênero subgénero C, (Cyaloaoelwn) -

Cyotoaoetwn--e.

(llyptiaamua) ---

I

f

OphthaZmophagus

-

---1

Typhtoaoelwn

---

--�-

---{

Neivaia -{ * Espécies que ocorrem no Bras il 911 espécie C. (C.) mutabil e (Zeder, 1800) St oss ich, 1902 • C. (O.) odeningi Dubois, 1965 C. (O.) ovopuna tatiun Stossich, 1902 C.JC.) phaaidi Stunka.rd, 1929 * C. (C.) polonicwn Machalska, 1978

e.

(C1) thaophili Dollfus, 19·18 C. (H • .J bi'aailia num Stossich, 1902 *

e.

(li.) fcwioi Drenes · & Arrcyo, 1962

e.

(li.) ae ndrei Dubois, 1959 C, (IJ,) -infiatoaoeliw11 Oshnurin, 1963

e.

(H.) jaemwlzi Johnston & S.impscn, 1940

e.

(H.) 1at�riov<ll"i �lo[Xll'skaya, 1971 C. (li.) pltane1•op_aofom Stossich, 1902

e.

(/J.) 2•olmstw11 Ukoli, 1968 C. (H.) tringae Stoss.ich, 1902

e.

(H.) vane"lli (Rudolphi , . 1819) D..lbois, 1965 • C. (H.J antiganes (Johnstm, 1913) · C. (IJ.) <ll"auaturn Stossich, 1902 C, (JJ,) aoata.riaenaia Brenes & Arrcyo, 1962

e.

(IJ.) �zonaatwn l!arrnh, 1921

e.

(IJ. J u1.:ignip1•0Zes Witenberg, 1928

e.

(H.) magnwn johnston, 1916 C, (IJ,) oaz1tewn Kossack, 1911 . C. (li. ) ominoaWJ1 Kossack, 1911

e.

(IJ.) robuotwn Stossich, 1902 C. (H.) skrjabini (Shakntakhtinskilja, 1951)

e.

(FJ.) vaa1pn Morü hita, 1924

e.

(H.) vigiai Savnov, 1960 O. magaU1aeai Travasses, 1921 • O. mutenaia Gupta, 1970 O. oau lobiua . (Cohn, 1902)

o.

aingu ta1•ia Stossich, 1902 O. tJk?'jabiniam,s (\�itenl:erg, 1926) O. vai•iol<ll" t B (Fuhrrr.ann, 1904 ) T. auawnel'inwn (Rudolphi, 1809) Stossich. 1902* T. indiawn Fotedar, 1965 T. siaowi (Skrjabin, 1913) N. cymbiwn (Diesing, 1850) Dubois, -1959 *

(19)

Cyclocoelinae Stossich, 1902

Ausência de divert1culos intestinais. Acetábulo vesti gial situado logo abaixo da bifurcação esofagiana.

Cyclocoelum Brandes, 1892

Corpo alongado ou em forma de 11ngua. Ventosa oral a� sente ou rudimentar. Acetábulo ausente. faringe pres�nte.Es;fago variável. Cecos intestinais simples, sem divert1culos e fusion� dos posteriormente. Poro genital situado anteriormente, na zona da faringe. Bolsa do cirro geralmente pré-bifurcal. Testiculos situados na região posterior do corpo, obl1quos entre si, geral mente separados um do outro por alças uterinas. Ovário situado na parte posterior do corpo, geralmente intertesticular, no cam po oposto ao testículo anterior. Vitelinos laterais, em grande parte extracecais, geralmente não unidos posteriormente. Alças uterinas intercecais.

Este gênero se subdivide em três subgéneros de acordo principalmente com o arranjo das glândulas genitais.

Cyclocoelurn(Cyclocoelurn) Witenberg, 1928

Testículos distantes um do outro, formando um triâng� 1 lo com o ovário, que é lateral e intertesticular. Alças uterinas

orientadas transversalmente, intercecais, não alcançando a extracecal.

(20)

15

Espécie tipo- Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile(Zeder, 1800)Stos� sich, 1902

Cyclocoelum(Haematotrephus) Stossich, 1902 Test1culos cont1guos, ovário lateral, pré-testicular, ou na mesma zona do test1culo anterior. Alças uterinas invadin do a área extracecal.

Espécie tipo- Cyclocoelum(Haematotrephus)vanelli(Rudolphi, 1819) Dubois, 1965

Cyclocoelum(Hyptiasmus) Kossack, 1911

e e

Testiculos geralmente no mesmo campo, contiguos ou não. Ovário intertesticular, mediano. Alças uterinas invadindo a área extracecal.

Espécie tipo- Cyclocoelum(Hyptiasmus)arcuatum Stossich, 1902 Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile (Zeder, 1800) Stossich, 1902

(fig.1)

Sinonlmia e refer;ncias: ffionostoma mutabile Zeder, 1800 : 150 , 154-155; Cephalogonimus ovatus Stossich, 1896 nec Rudolphi, 1803 :126; monostoma microstomum Creplin, 1829 :1,49-50, pl.l, figs. 10-11; Cyclocoelum mutabile Stossich, 1902 :12, 13, 14,pl.1, figs. l-2;Cyclocoelum pseudomicrostomum Harrah, 1922 :12, 25, 26, 27129,

33, 34, 37-38, pl. 2, fig. 4, pl. 7, fig. 27, pl. 8,fig. 30, pl.9, fig.43; � clocoelum goliath Witenberg, 1923 :85,94, 99, 108, 110, 115, 117-118,

(21)

121; Cyclocoelum paradoxum Pont, 1926 :17- 19,fig. l-6;Cyclocoelum japonicum Kurisu, 1932 :286, 294-296, 298,figs.l-2; Cyclocoelum mi crocotyleum Noble, 1933 :356-3581360, pl.50,figs. l- 3; Cyclocoelum

lahillei Dollfus, 1948 :135, 174; Cyclocoelum(Cyclocoelum) mutabi 1..§. :Baschkirova, 1950 :334, 354, 355, 356, 358-363,figs. 123- 126; f..y_­ clocoelum mutabile: Yamaguti, 1958 :773, pl. 67,fig. 815, pl. 70,fig. 851; Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile: Dubois, 1959 :67,75, 76

'

78, 88, 89, 112, 118, 119, l20, 121, 129; Cyclocoelum mutabile : Yamaguti, 1971 :493, 1036,fig. 1130.

Corpo achatado com extremidades arredondadas, medindo 13, 16 a 18, 91 de comprimento por 3, 95 a 5, 53 de maior largura . Cutlcula lisa. Ventosa oral ausente. Abertura bucal subterminal. Pré-faringe presente, mede de 0,43 a 0,51 de comprimento. Farin ge musculosa, bem desenvolvida com 0, 79 a 0, 82 de comprimento por 1,09 a 1, 24 de largura. Esofago medindo 0,52 a 1, 27 de com primento, se bifurca em dois -cecos intestinais, unidos na extrg midade posterior do corpo. Poro genital situado ao nlvel do bo� do anterior da faringe. Bolsa do cirro pequena, situada na zona faringeana, mede 0, 90 a 0, 94 de comprimento por 0, 14 a 0, 30 de largura. Testlculos situados no mesmo campo, no terço posterior do corpo, e com zonas afastadas, formando um tri�ngulo com o ová rio. O testlculo anterior mede D, 58 a 0, 97 de comprimento por 0, 58 a 0, 97 de largura, e o posterior mede 0, 46 a 0,64 de compri menta por 0, 78 a 1, 16 de largura. Ovário arredondado intercecal, situado no campo oposto ao dos testículos. Espermateca e gl�nd�

(22)

17 la de ffiehlis presentes, �ituadas abaixo do ovário. Alças uteri nas intercecais, podendo atingir a área cecal, estendendo-se da zona testicular posterior até o poro genital. Ovos oper·culados medindo 0,075 a 0, 112 de comprimento por 0,047 a 0,075 de largQ ra. Vitelinos foliculares extracecais e cecais, que se estendem desde a zona pÓs-bifurcal até a extremidade posterior do corpo. Ves1cula excretora e poro excreto� não evidenciados.

Habitat - Vias aéreas de Gallinula chloropus galeata (Licht. 18�8) e sinus nasais de Dendrocygna viduata (L. , 1766).

'

Proveni�ncia - Amorim, Estado do Rio de Janeiro e Barranco Alta,

Estado de mato Grosso do Sul. Comentários , .

Essa especie, tipo-do genera, foi descrita por ZEDER

em 1800, de exemplares obtiôos de Gallinula chloropus chloropus

(L. ), proveniente da Alemanha. Ocorre em diversas aves perten

centes às seguintes familias: Jacanidae, Charadriidae, Rallidae e Phasianidae. Apresenta ampla distribuição geográfica, já ten

do sido assinalada em vários pa1ses da Europa, Asia e Américas.

L

agora assinalada pela primeira vez no Brasil, parasitando Gal

linula chloropus galeata (Licht.) e Dendrocygna viduata (L. )

'

sendo que esta Última representa um novo hospedeiro para

, .

especie.

essa I

(23)

Atualizando a lista de hospedeiros apresentada por

DUBOIS em 1959, damos a seguir os hospedeiros e países em que essa espécie foi assinalada. Ardea cinerea L. : Tcheco-Eslováquia Glottis stagnatilis Gray :Ghana; Gallinago hardwickii (Gray) Rússia; Tringa glareola L. , Gallinago gallinago gallinago L.

.

,

Gallinaoo stenura (Bonap.), Numenius arguata orientalis (Brehm),

Gallinago megala (Swinhoe), Charadrius dominicus fulvus Gm.

'

Glareola maldivarum Forster, Numenius borealis minutus Gould

,

Rostratula benghalensis (L. ) e Anas crecca crecca L. :China;Gal

linula chloropus cachinnans Bangs : Estados Unidos e hypoleucus (L. ) : Hungria.

Cyclocoelum(Cyclocoelum)phasidi Stunkard, 1929 (fig. 2)

Actitis

Sinonímia e referências : Cyclocoelum phasidi Stunkard, 1929 235, 269-271, figs. 36- 37; CyclÔcoelum(Cyclocoelum)phasidi: asch kirova, 1950 : 357, 386; Cyclocoelum phasidi: Yamaguti, 1958:774; Cyclocoelum(Cyclocoelum)phasidi: Dubois, 1959 :75, 91, 113,124 ; Cyclocoelum phasidi: Yamaguti, 1971 :494, 1048.

Corpo lanceolado com extremidades arredondadas, mede

5, 72 a 17, 56 de comprimento por 1,66 a 5, 33 de maior Cutícula lisa. Ventosa oral ausente. Abertura bucal

largura . subtermi nal. Faringe musculosa presente, com 0, 20 a 0, 41 de comprimento

(24)

19

por 0, 18 a 0,55 de largura. Es�fago medindo 0, 12 a 1,66 de compri menta, bifurca-se em dois cecos intestinais, mais ou menos retili neos, que se unem na extremidade posterior do corpo. ·Poro genital na zona da faringe ou do esôfago. Bolsa do cirro na zona esofagi� na, podendo alcançar a zona da faringe; mede 0, 37 a 0,96 de com

primento por 0, 09 a D, 47 de largura. Acetábulo ausente. Test1cg

los de contorno liso, intercecais, localizados no terço posteri -or do c-orpo, no mesmo campo e com zonas afastadas. O testlculo arr

terior mede D, 37 a 1, 57 de comprimento por 0, 41 a 1,73 de largura.

e

O t�sticulo posterior mede 0, 42 a 2, 0� de comprimento por 0, 46 a

2, 03 de largura. Ovário arredondado, intercecal, com campos e zo nas afastados dos test1culos, mede 0, 26 a 0, 50 de comprimento por 0, 22 a 0, 52 de largura. Espermateca e gl�ndula de mehlh situadas imediatamente abaixo do ovário. Otero intercecal, com algumas al ças alcançando a área cecal, estendendo-se da extremidade posteri or do corpo até o poro genital. Ovos operculados medindo 0, 047 a 0, 177 de comprimento por 0, 03Ta D, 112 de maior largura . �ol1cy los vitellnicos mais ou menos arredondados, pequenos,extracecais, podendo invadir a área cecal, estendem-se da bifurcação esofagi� na até a extremidade posterior do corpo, onde podem ou não confly ir. Veslcula excretora e poro excretor não evidenciados.

Habitat - Sacos aéreos e traquéia de : Crypturellus variegatus

varieaatus (Gm., 1789), Gallinago gallinago paraguayae (Vieill. ,

1816), Odontophorus capueira capueira (Spix, 1825) e Tinamus

(25)

solitarius solitarius (Vieill., 1879).

Proveniência - Engano e Linhares no Estado do Espirita Santo, e Salobra no Estado de mato Grosso do Sul.

Comentários

Espécie proposta por STUNKARD em 1929, para trematÓd� os parasitas de Guttera plumifera schbotzi Reich, proveniente do Congo Belga. Não tinha sido assinalada, até o momento, em outros pa1ses. Na oportunidade registramos sua presença no Brasil apr� sentando quatro novos hospedeiros para essa espécie.

Cyclocoelum(Haematotrephus)vanelli (Rudolphi, 1819)Dubois, 1965 (fig.3)

Sinon1mia e referências: ffionustoma vanelli Rudolphi, 1819 : 87 , 350; monostoma lanceolatum Wedl, 1858 :251-252, pl.l,figs. 15-17 ; Haematotrephus similis Stossich, 1902 :24, pl.5,figs.19-20, pl.8 , fig.30. Haematotrephus consimilis Nicoll, 1914 :124-125 ;

Haema-totrephus adelphus Johnston, 1919 :241-244, 250, 252, 256, pl.19

,

fig.24; Uvitellina pseudocotylea Witenberg, 1923 :85,94,99, 102 , 105-106, 107, pl.2, fig.10 ; Cyclocoelum(Uvitellina)dollfusi Tseng, 1 1930 :254-258,figs.l-2; Uvitellina keri Yamaguti, 1933 :1, 44-48, 49,figs.19-20; Uvitellina tageri Yamaguti, 1933 :1, 48-50,fig.21 ;

(26)

21

Uvitellina macroisophaga Hannum & Wilson, 1934 :245-250,pl. 24

'

figs.1-3; Cyclocoelum obscurum Houdemer, 1938 nec Leidy, 1887 :24; Haematotrephus(Uvitellina)vanelli Dollfus, 1948 ;147; Uvitellina vanelli Baschkirova, 1950 :419, 420, 429-430, figs.160-161; Uvitel lina adelpha Bychwskaja-Pawlowskaja, 1953 :15, 16 ; Cyclocoelum titiri Chatterji, 1958 :561-563,564,565; Haematotrephus(Uvitelli ,lli!)kaniharensis Gupta, 1958 :1-4,fig?. l-2; Uvitellina vanelli: Yamaguti, 1958 :782; monostoma Vanelli (sic) :Dubois, 1959 :110 ; Cyclocoelum(Haematotrephus)vanelli Dubois, 1965 :417, 418, 419, 420, 421, 425,figs. 4-5; Uvitellina vanelli: Yamaguti, 1971 :501, 1071 •

Corpo lanceolado com extremidades arredondadas, mede 7,03 a 12, 55 de comprimento por 2,52 a 3, 01 de largura. Cut1cula lisa. Ventosa oral ausente. Abertura bucal subterminal. Faringe presente medindo 0, 23 a 0, 37 de comprimento por 0, 31 a 0, 35 de largura. Esôfago curto com 0, 09 a 0, 11 de comprimento, que se bi :'11.1·ca em dois cecos intestina_is unidos na extremidade posterior do corpo. Poro genital e bolsa do cirro no n1vel da bifurcação � sofagiana. A bolsa do cirro mede 0, 19 a 0, 70 de comprimento por

0, 13 a 0, 19 de largura. Acetábulo ausente. Test1culos e avario ,

.

de contorno liso, intercecais, situados na extremidade posterio� do corpo. Test1culos com campos coincidentes ou parcialmente coin cidentes, e com zonas afastadas. O test1culo anterior mede 0, 45

a 0, 75 de comprimento por 0, 49 a 0, 82 de largura. O testículo 1

posterior mede 0, 71 a 0, 79 de comprimento por 0, 49 a 1, 01 de la� gura. Ovário arredondado, pré-testicular ou na zona do testículo

(27)

posterior. Espermateca e gl;ndula de ffiehlis presentes, logo abai xo do ovário. Otero intercecal, cecal e extracecal, estendendo-se do poro genital até a extremidade posterior do corpo, com alças flexionadas para trás, que circundam as gÔnadas, com alças na r� gião pós- testicular. Ovos operculados medem D,084 a D, 233 de C Ofil

primento por 0,065 a D, 103 de largura. Vitelinos foliculares, ce cais e extracecais, · estendem-se da bifurcação esofagiana até a extremidade posterior do corpo onde se unem. Vesícula excretora e poro excretor não evidenciados.

Habitat - Cavidade abdominal de Tringa flavipes (Gm., 1789)

Proveni�ncia - Ilha de marajá, Estado do Pará.

Comentários

Essa espécie foi considerada espécie dÚbia por DUBOIS em 1959. Em 1965, o mesmo a4tor, reabilitou-a baseado em �escri çÕes de exemplares obtidos do hospedeiro tipo, Tringa vanellus L. (hoje Vanellus vanellus (L. )), quando apresentou um histórico completo. ffiA TSKÃSI em 1973 registrou a presença dessa espécie em Vanellus vanellus (L.) na Hungria. No presente trabalho assinalª

Â

mos sua primeira ocorrencia no Brasil e em novo hospedeiro : Trin

(28)

Cyclocoelum(Haematotrephus ) brasilianum Stossich, 1902 (fig.4)

23

Sinon1mia e refer�ncias : Cyclocoelum brasilianum Stos sich, 1902 :

16-17,pl. 2, figs . 1-2; Cyclocoelum halli Harrah, 1922 :12, 24, 27

'

32,33 ;35, 38-40, 42, 78, pl. 2, fig.5, pl. 4, fig. ll, pl. 6, fig. 20, pl.9, fig. 36; Cyclocoelum kos sacki lliitenberg, 1923 :479; Cyclocoelum nit­ tanyense Zeliff, 1946 : 340-342, fig.l; Haematotrephus brasilianurn : Baschkirova, 1950 :41 1-412, fig . 150; Corpopyrum brasilianum Y� maguti, 1958 : 776; Cyclocoelum(Haematotrephus)brasilianum : Dubo is, 1959 :75, 80, 95, 97, 100- 101, 1 13, 127, 128, figs.6,9; Cyclocoelum brasilianum: Travas ses, freitas & Kahn, 1969 :583-584, 767, 830 fig. 430; Corpopyrum brasilianum : Yamaguti, 1971 :496,991.

'

Corpo lanceolado com extremidades arredondadas medindo 7, 14 a 1 3, 58 de comprimento por 1,77 a 3, 91 de largura. Cuticula

lisa. Ventosa oral ausente . Abertura bucal subterminal .

ringe ausente. faringe musculosa, pequena, com D, 17 de comífimen to por D, 24 de largura. Esôfago medindo 0,82 a 1,09 de comprimen to, se bifurca em dois cecos intestinais que se unem na extremi dade posterior do corpo. Poro genital situado ao nivel do bordo inferior da faringe, ou na zona esofagiana. Bolsa do cirro pequ� na, na zona esofagiana, mede 0, 36 a D,68 de comprimento por D,09 a 0, 18 de largura. Acetábulo ausente. Testículos intercecais, de

contorno liso, situados na extremidade posterior do corpo , em

campos e zonas parcialmente coincidentes ou zonas afastadas . O

(29)

tes tl culo a nte r i or m e d e 0 , 2 5 a 014 9 d e comprimento por 0 , 14 a

0 , 60 d e l ar gura e e n contra- s e na mesma z ona do ovár i o . Test1 c ul o posteri or mede 0 , 20 a 0 , 56 d e comprimento por 0 , 33 a 0 , 7 5 d e largur a , e

é

p ó s- ovariano . Ovári o mais o u m enos arredondado , in terc ecal , oposto ao tes tl cul o a nte ri or , ou formando um tri�ngg

lo com os testi c u l os , mede D , 22 a D , 4 5 d e c omprimento por 0 , 31 a D , 37 de l ar g ur a . E s p ermateca e gl�ndul a d e mehl i s pres e ntes , na z ona pÓs - ovar i a na . Otero volumos o , formando muitas al ças utg r i nas , que ocupam q u as e toda a extensão do corpo , d es d e o poro genital até a r eg ião p osteri or , é i nter c ecal , pod e nd o algumas alças ultrap assar l ateralme nte os cecos . Ovos opercul ados que medem 01093 a D , 1 96 de c omprime nto por 0 , 04 7 a 0 , 1 03 d e largg

ra . Vitel i nos f ol i cul ar es peque nos , extracecais , com a l g u ns fo l l c ul os cecais , e s te nd em- s e da z ona es ofagi ana até a extremid� d e posterior do corpo , o nde podem ou não c o nfl ui r . Viteloduto bem evidenciado , na z o na pÓs- ovari a na . Vesícula exc retora e PQ r o excretor não e v i d e nc i ados �

Habitat - Cavidade abdomi nal e perit� ni o d e Tri nga flavipes ( Gm . , 1 7 8 9 ) .

Prov e ni;ncia - A ngra dos Reis e Rio d e Janeir o , no Estado do

Rio d e Janeiro e L as s an c e no Estado d e Mi nas Gerais .

i

(30)

25

Comentários

,

.

Essa especie foi descrita por STDSSICH em 1902 de exem

plares obtidos de Tringa flavipes (Gm.) do Brasil. Já foi assinª lada nos seguintes pa1ses em aves Charadriiformes: C uba parasi

tando Tringa melanoleuca (Gm. ); na Tcheco-Eslováquia em Tringa

erytropus (Pall.); na 1 nd i a em Hydrophasianus chirurgus (Scop.) ;

nos Estados Unidos em Tringa melanoleuca (Gm. ) e Tringa flavipes (Gm. ) , e na Venezuela em Actitis macularia (L. ).

No presente trabalho atualizamos sua descrição baseada em exemplares obtidos também de Tringa flavipes (Gm.).

Ophthalmophagus Stossich, 1902

Corpo lanceolado. Ventosa oral e acetábulo ausentes Faringe presente. Es�fago sigmÓide. Cecos intestinais simp ,es

,

sem divert1culos, fusionado� posteriormente. Poro genital pré-fª ringeano. Bolsa do cirro ventral

à

faringe. Test1culos obl1quos entre si, no terço posterior do corpo. Ovário mediano ou sub-m� diana, pós- testicular, próximo do arco cecal posterior. Viteli nos unidos posteriormente. Alças uterinas invadindo a área ex trª

cecal.

(31)

Ophthalmophagus magalhaesi Travassos, 1921 (fig. S)

Sinon1mia e refer�ncias: Ophthalmophagus magalhaesi Travassos 1921 :i 2 1, figs.1-2 ; Ophthalmophagus plectropteri Dubois, 193 0

,

. .

385- 390, figs.l-7; Ophthalmophagus magalhaesi: Baschkirova , 1950: 460, 461-462, fig.175; Ophthalmophagus magalhaesi: Yamag�ti, 1958: 780; Ophthalmophaous maoalhaesi: Dubois, 1959 :75, 84, 107- 108, 116, 134; Ophthalmophagus magalhaesi: Travasses, Freitas & Kahn, 1969 :589, 590-591, 760, 843,fig.435; Ophthalmophagus(Geowitenbergia) !!lê. galhaesi Yamaguti, 1971 :499, 102 8.

Corpo lanceolado com extremidades arredondadas, mede

9,40 a 18, 8 0 de comprimento por 2, 71 a 6, 88 de largura. Cutícula lisa. Ventosa oral ausente. Abertura bucal subterminal.Pré-farin ge longa com 0, 70 a 1, 16 de comprimento. Faringe bem desenvol vi

da, medindo 0, 49 a 0, 75 de co�primento por 0, 60 a 0,98 de argg

ra. Es�fago presente com 0, 2 8 a 0, 56 de comprimento, bifurca-se em dois cecos intestinais, unidos na extremidade posterior do corpo, e que apresentam dilatações no bordo externo, em quase to da sua extensão. Poro genital situado entre a abertura bucal e a faringe. Bolsa do cirro localizada entre o poro genital e a bi furcação esofagiana·, podendo ul trapassá- la, mede 1, 39 a 2,41 de comprimento por 0, 11 a 0, 2 2 de maior largura. Acetábulo ausente. Testículos bem desenvol vidos, obl iquos, situados na extremidade

(32)

2 7

pos terior d o corpo , em campos parcialmente c o i n c i d e n tes e z o nas afas tadas . O tes tl c u l o anter ior med e 0 , 2 6 a 0 , 97 de c omprimento por 0 , 41 a 1 , 6 6 d e l ar gura . Ovário arred o ndad o , p ós- tes ti cular , mede 0 , 2 6 a 0 , 75 d e c omprime nto p or 0 , 4 3 a 0 , 67 d e l argura . E� permate ca pres e n te l o g o abaixo do o vário . Gl�ndula d e ffie l hi s não evi d e nc i ad a . Otero i nterc ecal , c ecal e extracecal , es te nden do- s e do poro g e ni tal até a extremidade p os terior d o corpo . Ovos opercul ados q u e m e d em 0 , 093 a 0 , 1 5 9 de comprime nto por 0104 7 a

D , 084 de l ar g u r a . Vi tel i nos fol i culares , cecais e extracecais , es tendendo- s e d a b i furcação es ofagiana até a extr emidade pos t�

r i or d o corpo , d is p o s tos ao l ongo dos cecos i ntes t i nai s . Ves i cg

l a excretora e p o r o excretor não evidenciados .

Habi tat - F o s s as nasais e traquéia d e C ai r i na moschata ( L . , 1 7 5 8 ) domes ti cada .

Proveni �ncia - N i te r ó i e R i o d e Janeiro , E s tado d o Rio d e Janei

ro .

Come ntários

Espécie propos ta por TRA VA S S OS em 1 921 , para exempla res obti dos de C ai r i na moschata ( L . , 1758) , domesticad a . Em 1 978 TA NG & TA NG as s i nal aram sua pres ença em no vo hosped e i r o ,

pl atyrhynccs L. d omes ti c ad a , na China , ampl i a ndo as s im s ua di� tribuição geogr áfi c a . No pres e n te trabal ho atual i z amos s u a s i nQ

(33)

n1mia e descrição.

Typhlocoelinae Harrah, 1922

Presença de divert1culos intestinais. Acetábulo vesti

gial situado próximo

à

região mediana do corpo.

Typhlocoelum Stossich, 1902

Corpo achatado, el1tico. Ventosa oral ausente. Aceti bulo muito pequeno ou ausente. Faringe e esôfago presentes. C� cos intestinais fusionados posteriormente, com divert1culos sifil

ples, dispostos em todo o comprimento da parede interna. Poro

genital ao nlvel da faringe ou anterior a ela. Bolsa do cirro

geralmente ul trapassando a bifurcação esofagiana. Test1culos

fortemente lobados, obl1quos entre si, dispostos na parte post� rior do corpo. Ovário arredondado, oposto ao test1culo anterior, um pouco posterior ou anterior ao seu n1vel. Vitelinos latefais, não unidos posteriormente. A i ças uterinas intercecais.

Espécie tipo - Typhlocoelum cucumerinum (íludolphi, 1809) Sta�

sich, 1902.

(34)

Typhlocoelum c u c umeri num ( R ud olphi , 1 8 0 9 ) S tos s i c h , 1 902 ( fi g . 6 )

2 9

S i nonlmia e r e fe r ; nc i as : D i s toma cucumeri num Rudol phi , 1 809 : 3 6 0-361 ; ffib nos tomum f l a vum mehl i s , 1 8 31 :172 ; mo nos tomum asperum Ni t zch i n Leuc-k ar t , 1 84 2 : 2 0 ; llío nos tomum s arcidi ornicola ff,égnin , 1890 : 8 7- 9 0 , f i g . 2 ; Typhlocoelum cucumeri num S toss i c h , 1 9 02 : 32-33 , pl . 8 , fi g . 2 8 ; Typhlocoelum o boval e Neumann , 1909 : 1 88 ; Typhlo coel um reticulare Johns ton , 1 913 : 362 , 371-3 75 , pl . 2 2 , fi gs . 5- 6 , pl . 23 , fig . 7 , pl . 2 5 , fi g s . 2 7- 2 8 , pl . 2 6 , fi g . 2 9 ; Typhlocoelum amer icanum manter & W i l l i ams , 1 92 8 : 90- 91 , pl . 1 3 , fi g s . 2- 4 ; Typhlocoelum s ho vel l u s Lal , 1 93 6 : 4 5- 51 , fi g s . l- 3 ; Typhlocoelum c u c umeri num : Bas ch kirova , 1 9 5 0 : 4 71 , 4 72 , 4 7 3 , 4 74- 4 7 5 , fi g . 18 0 ; Typhl oco e l um c ucumeri num : Yamaguti , 1 9 5 8 : 78 3 , pl . 71 , fi g . 863 ; Typhlocoelum cucumeri num

: Dubois , 1 95 9 : 74 , 75 , 77 , 8 6 , 1 08 , 117 , 134 , 1 3 5 , l 3 6 , 1 3 7 , 1 4 0 ; Typhl o coelum cucumer i num : Travas s o s , F r e i tas & Kahn , 1 9 69 : 584 , 585- 58 6 , 760 , 761 , fi g . 4 31 ; Typh l o c o e l um -cucumeri num : Yamaguti , 1 971 :� 02 , 1 0 01 .

Corpo oval m e d i nd o 1 0 , 79 a 1 5 , 41 de c omprime nto por 4 ,

1 3 a 6 , 77 d e l ar g ura . C u tic u l a com es camas . Ventosa oral a u s ente . A bertura bucal s u b termi nal . Pr é- fari ng e prese n te com 0 , 09 a 0 , 3 9 de comprimento . F ari nge musculosa medi ndo 0 , 4 0 a 0 , 51 d e comprf menta por 0 , 36 a_ 0 , 50 d e l ar g ur a . E s �fago curto com 0 , 09 a 0 , 2 5 1 de comprime nto , q u e s e b i fu�ca em dois cecos i ntes ti nais u ni dos na e x t r emidade pos teri o r do corpo , e que apr e s e n tam o bordo i n

(35)

terno com divertlculos. Poro genital situado ao nlvel do bordo inferior da faringe. Bolsa do cirro pequena, localizada abaixo da faringe, medindo 0, 74 a 0, 86 de comprimento por 0, 21 a D, 34

, e

de largura. Acetabulo ausente. Testiculos fortemente lobados, ou ramificados, obllquos, situcdos na extremidade posterior do cor po, estand� em parte no mesmo campo com zonas parcialmente em contato. O testlculo anterior mede 0, 82 a 2,63 de comprimento por 1, 31 a 2, 48 de maior largura. O test1culo posterior mede D,

75 a 1, 96 de comprimento por 2, 00 a 2,6 0 de maior largura. Ovário arredondado, intertesticular, situado do lado oposto ao testlcg

, e

lo anterior, esta no mesmo campo do testiculo posterior, e na

mesma zona do testículo anterior, mede 0, 43 a D, 71 de comprimen to por 0, 48 a 0,65 de largura. Espermateca e gl�ndula de melhis não evidenciadas. Ütero intercecal, estendendo-se do poro geni tal até a extremidade posterior do corpo. Ovos operculados, medem 0, 093 a 0, 159 de comprimento por 0, 056 a 0, 084 de largura. Vit� linos foliculares extracecais r cecais e intercecais, que se e� tendem do nlvel da faringe até a extremidade posterior do corpo.

Veslcula excretora transversal e pós-cecal, com poro dorsal.

excretor

Habitat - Traquéia e ventrículo de Anas platyrhynchos boschas L. , 1758, domesticada, e fossas nasais e traquéia de Cairina moscha

(36)

31

Proveniência - manaus, Estado do Amazonas, Niterói e Rio de J� neiro, Estado do Rio de Janeiro.

Comentários

ffiAGALH�ES em 1888 refere a presença dessa espécie no Brasil, sob o nome de monostoma flavum, respons�vel pela paras! tose conhecida como monostomose sufocante, muitas vezes mortal, em marrecos do Rio de Janeiro.

Posteriormente, esse parasita foi assinalado novamen te no pals, por TRA VASSOS (19 21) sob o nome de Typhlocoelum oba vale , em traquéia de Cairina moschata (L.). Na oportunidade o autor redescreve a espécie, cuja diagnose era, até então, insuf! ciente.

Em 1935 P I NTO & ALffiE I DA citam Typhlocoelum num, entre outros trematÓdeos que ocorrem em patos e do Brasil.

cucumeri

marrecos

FRE I TAS & COSTA em 1969 assinalam Typhlocoelum cucume rinum parasitando galinha-d ' angola em Minas Gerais.

Mais recentemente, em 1975, SCHAfRA NSK I, FREI TAS &

COSTA descrevem no Brasil, o ciclo biológico dessa espé cie, em infecções experimentais de Cairina mos chata (L. ) domesticada e Anas platyrhynchos boschas L. , domesticada, utilizando como ho� pedeiros intermediários, planorbldeos do gênero Biomphalaria,

�. glabrata (Say, 1818) e �- tenagophila (d ' Orbigny, 1835) criados em laboratório.

,

(37)

Neivaia Travasses, 1929

Corpo el1tico. Ventosa oral e acetábulo ausentes. farin ge presente. Es� fago curto. Cecos intestinais sem divert1culos , fusionados posteriormente. Poro genital pré- faringeano. Bolsa do cirro ultrapassando a bifurcação esofagiana. Test1culos de forma alongada, lobados ou não, e situados na extremidade posterior do corpo. Ovário arredondado, lateral, situado adiante do testlculo posterior, e na zona testicular anterior. Vitelinos extracecais, estendendo-se da zona da faringe até a extremidade posterior cau dal, onde podem ou não confluir. Alças uterinas intercecais. Espécie tipo - Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois, 1959.

Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois, 1959 (fig.7)

Sinonímia e refer�ncias : mono� toma cymbium Diesing, 1850 :320 Haematotrephus cymbius S toss'ich, 1902 :27-28; Typhlocoelum

vai Travasses, 1921 :122, fig.5 ; Tracheophilus cymbium Viana, 1924 :111, 159 ; Neivaia neivai Travasses, 1929 :54 ; Cyclocoelum (Cyclo coelurn ) neivai Baschkirova, 1950 :380; Tracheophilus cymbium : Y� rnaguti, 1958 :784 ; Neivaia cymbium Dubois, 1959 :74, 75, 1 09, 112 , 139, 140, fig.ll ; Neivaia cymbium : Travass es, Freitas & Kohn, 1969 :

586-587, 767, 842, fig.432; Cyclocoelurn neivai Yamaguti, 1971 : 494, i 503, 1037 ; Neivaia cymbium : Yamaguti, 1971 :494 ; Tracheophilus ,,

cymbium: Yamaguti, 1971 :503, 1037; Typhlocoelum neivai :Ya�aguti, 1971 :494, 503.

(38)

1

1

Corpo elÍtico, chato , côncavo ventralmente , medindo

8 , 31 a 10, 82 de comprimento por 4 , 02 a 4 , 40 de largura. Cut1cula com escamas. Ventosa oral ausente. Abertura bucal subterminal •

Pré-faringe presente com 0 , 075 a 0 , 16 de comprimento. Faringe

musculosa medindo 0 , 33 a 0 , 35 de comprimento por 0 , 26 a 0 , 32 de largura. Esôfago com 0 , 19 a 0 , 21 de comprimento , se bifurca em dois cecos intestinais mais ou menos retillneos , unidos na ex tremidade posterior do corpo. Poro genital faringeano. Bolsa do cirro pequena, situada abaixo da faringe , mede 0 , 71 a 0 , 75 de comprimento por 0 , 19 a 0 , 25 de largura. Acetábulo ausente . Test1 culos lobados , obllquos , intercecais , situados na extremidade posterior do corpo , com campos e zonas parcialmente em contato.

Testlculo anterior mede 0 , 82 a 1 , 12 de comprimento por 0 , 41 a 0 , 60 de largura . Testlculo posterior medindo 0 , 37 a 0 , 49 de com primento por 1 , 20 a 1 , 3 9 de largura . Ovário arredondado , situado do lado oposto ao testlculo anterior , e no mesmo campo do test1 culo posterior, mede 0 , 41 a �, 47 de comprimento por 0 , 3 9 a 0 , 42 de largura. Espermateca e gf;ndula de fflehlis nio evidenciadas •

Ütero intercecal, estendendo-se do poro genital até a extremid� de posterior do corpo . Ovos operculados que medem 0, 075 a 0 , 140 de comprimento por 0 , 047 a 0 , 075 de largura. Vitelinos folicul� res , extracecais e cecais , podendo invadir a área intercecal, se estendem da zona faringeana até a extremidade posterior do cor

< , 1

po. Vesicula excretora transversal e pos-ceca , com poro

tor dorso-terminal.

(39)

�abitat - Es�fago e traquéia de A mazonetta brasiliensis(Gm. , 1782)

Anas platyrhynchos boschas L., 1758, domesticada e autumnalis discolor Sclater & Salvin, 1873 .

Dendrocygna

Proverii;ncia - Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, Tanque, Estado do Piau1, Alinane (rio Aquidauana) e Barranco Alto, Est� do de rnato Grosso do Sul.

Comentários

Essa espécie foi descrita por DIESI NG em 1850 sob o ng me ffionostoma cymbium parasita de Himantopus wilsonii Temm . (= a Charadrius wilsonia wilsonia Ord) do Brasil�

Em 1921 TRA VASSOS encontra este parasita em traquéia de marreco selvagem (Anatidae), e julgando tratar-se de uma espécie nova, descreve-a como Typhlocoelum neivai .

E m 1929 o mesmo autor baseado na opinião de UJ I T�JBERG (W I TE N BERG, 1 928 : 416), cri� o g�nero Neivaia para Typhlocoelum neivai, caracterizado pela aus;ncia de divert1culos intestinais,

, .

pas sando a especie a se denominar Neivaia neivai .

DU BO IS . em 1 959 examinando o material tipo de ffionostoma cymbium Diesing, 1850, o transfere para o g�nero Neivaia, identi ficando-o a Neivaia neivai, passando então essa espécie a denomi

nar-se, por prioridade, Nei vaia cymbium.

YA f1,A G UTI ern 1 958 considera o gênero Neivaia Travasses ,

(40)

3 5

A

1929 (Typhlocoelinae ) , como sinonimo d e Cyclocoelum, g enero tipo

de Cyclocoelinae, baseando-se somente na aus�ncia d e divertículos intestinais .

Em 1965 DU BOIS discorda d essa sinonímia por ter YAmAGUTI utilizado somente um caráter, sem ter l evado em consideração ou

tras caracterlsticas para a diferenciação das duas subfamllias co mo for�a e proporção do corpo e posição do acetábulo vestigial

'

raramente visíveis em preparações totais, que em Cyclocoe linae

situa-se logo abaixo da bifurcação esofagiana, e em Typhlocoel inae encontra-se próximo

à

região mediana do corpo, colocando então o

genero Neivaia em Typhlocoe linae.

Em 1971, YAffiA GUTI não consid era a opinião de DU BOIS e

mantém Neivaia na sinonlmia d e Cyclocoelum.

Concordamos com DU BC IS principalmente pela posiçao do acetábulo vestigial, que consid eramos um caráter importante para a diferenciação das duas subfamllias.

(41)

DISTR I BUIÇÃ O GEOGRÃF ICA NO BRAS IL

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f.. (f.. )phasidi ' ' ' ' I • f.. (!J.. ) brasilianum

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f.. (!J.. ) vanelli , Q. magalhaesi • !:!,.cvmbium • 1. cucumerinum 1 1 ' ' I \ l i I \ I I I

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(42)

37

LISTA DOS HOSPEDE IROS

Damos a seguir a relação das aves, incl uídas no presen te trabalho, nomes vul gares, distribuição geográfica segundo OL IVERI O PI NTO (1 978) e as espécies de trematÓdeos que as parasi tam, aproveitando a oportunidade para atualizar o " Catálogo dos Hospedeiros" apresentado no trabalho " TrematÓdeos do Brasil"

(TRAVASSDS, F ílE I TA S & KOHN, 1 969 : 745-802).

A natidae

I) Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1782)

íi1arreca-ananaÍ, lr.arreca piripÓ, marreca de-pés-encarnados

Distribuição geográfica - América ffieridional cisandina, dos

limites setentrionais (Col;mbia, bacia do Orenoco, Guianas)ao Estreito de ffiagalhães, incl usive todos os Estados do Brasil.

1) Echinostoma mendax Dietz, 1 90 9

2 ) Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois, 1 9 5 9

3) Strigea sphaerocephala (Westrumb, 1823)Dubois, 1 937

4) Zygocotyle l unatum (Diesing, 1836) Stunkard, 1 917

I I) A nas bahamensis baharnensis linné, 1758 ffiar reca toucinho, Paturi do mato (Ceará)

Distribuição geográfica - I lhas Bahamas (também, ocasionalmen

(43)

te, no leste dos Estados Unidos), Antilhas e porção setsu trianal da América do Sul, inclusive o nordeste e o leste do Brasil (ao sul, até o Rio Grande do Sul).

1) Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois, 1959

2 ) Psilochasmus oxyurus (Creplin, 1825) Lüehe,

3 ) Renicola sp. Ulright, 1945

4) Schistosoma pirajai Travassos, 1932

I I I) Anas platyrhynchos boschas linné, 1758, domesticada marreco

1909

Distribuição geográfica - Europa. Originária da região p� leártica. Ocorre em todos os Estados do Brasil.

1) Cotylurus cornutus (Rudolphi, 1808) Szidat, 1928

2) Echinostoma barbosai Lie & Basch, 1966

3) Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois, 1959

4) Typhlocoelum cucumerinum (Rudolphi, 1809)Stossich, 1902

I V) Cairina moschata (Linné, 1758), domesticada Pato

Distribuição geográfica - Sul Americana. Originária da re i

(44)

39

1) Echinostoma revolutum (Froelich, 1802)Loos s, 1899

2) Eucotyle freitasi Costa & Freitas, 1972

3) Ophthalmophagus magalhaesi Travas sos, 192 1

4) Prosthogonimus ovatus (Rudolphi, 1803) Lüehe, 1899

5) Typhlocoelum cucumerinum (Rudolphi, 1809) Stos sich, 1902

6) Zygocotyle lunatum (Diesing, 1836) Stunkard, 1917

V) Dendrocygna autumnalis discolor Sclater & Salvin, 1873 marreca cabocla, marreca asa-branca

Distribuiçio geográfica - América �eridional cis andina ( tam bém em Trinid ad e várias Antilhas), da Col�mbia ao norte da República Argentina (Salta, Tucumán), inclusive o Brasil (vi� tualmente em todos os Estados).

1) Neivaia cymbium (Diesing , 1 850) Dubois, 1959 VI) Dendrocygna viduata (Linné, 1766)

marreca-viGva, mar reca apia1, marreca piadeira, I rer�.

Distribuiç�o geográfica - Africa tropical (rio Zambese, lago

Tchad, ffiadagascar), América Central (Costa ílica, Panam�) ,

Grandes Antilhas e América n1eridional cis andina (do norte ex tremo ao Rio da Prata), inclusive todos os Estado do Brasil. ,

1) Çyclocoelum (Cyclocoelum) mutabile (Zeder, 1800) Stossich, 1902

(45)

Phasianidae

VI I) Odontophorus capueira capueira (Spix, 1825) Uru, Capoira

Distribuição geográfica - Nordeste extremo da Argentina

(missiones), Paraguai e Brasil estemeridional (da Bahia ao Rio Grande do Sul), inclusive o sudeste de mato Gross o(rio

Paranaíba).

1) Brachylaemidae sp. Travas sos, 1945

2) Cyclocoelum(Cycl ocoelum)phasidi Stunkard, 1929

3) Leucochloridium s p. Travas sos & Freitas, 1948

4) Lyperos oma oswal doi (Travas sos, 1919) Travas s os,1944

5) Paratanaisia bragai (Santos, 1934) Freitas, 1�9

Ral lidae

VI I I) Gallinula chloropus oaleata (Lichtens tein, 1818) Frango d ' água

Distribuição geográfica - A m�rica ffieridional cisandina , do extremo norte (Venezuela, Guianas) ao Uruguai e norte

(46)

41

da Argentina (Tucuman, mendoza, Buenos Aires, Jujui), atra vês do leste da 8o11via, do Paraguai e do Brasil, nos Est�

dos mar1timos (do Pará ao Rio Grande do Sul) e no sul de

mato Grosso (rio Paraguai).

1) Cotylurus gal linulae gal linulae (Lutz, 192B)Dubois , 1937

2) Cycl ocoelum(Cyclocoelum)mutabile (Zeder, 1800) Sta�

sich, 1902

3) Echinostoma aphylactum Dietz, 1909

4) Echinostoma microrchis Lutz, 1924

5) Leucochloridium flavum Travassos, 1922

Scolopacidae

IX) Gal linago gal linago paraguayae (Vieillot, 1876) Batuira, Narceja, monj�linho, Rapaz.

Distribuiç�o geográfica - América meridional cisandina (águas doces, e banhados), desde o seu norte extremo, irr clusive o Brasil, em todos os Estados mar1timos e centrais.

1) Cyclocoelum(Cyclocoelum)phasidi Stunkard, 1929

(47)

X) Tringa flavipes (Gmelin, 1785) maçarico

Distribuição geográfica - Reproduz-se no extremo norte da

América (Alaska, Canadá), emigrando para o sul durante o irr

vérno, quando se espalha, aquém e além dos Andes, por todo

o Continente, e bem assim nas Antilhas, alcançando eventual mente a Terra do Fogo e ocorrendo com regularidade nas águas interiores e no litoral marl timo (inclusive nas ilhas cos tei ras) de todo o Brasil.

1) Cyclocoelum (Cyclocoelum ) brasilianum Stossich, 1902

2) Cyclocoelum (Haematotrephus) vanelli (Rudolphi, 1819) Dubois, 1965

Tinamidae

XI) Crypturellus variegatus variegatus (Gmelin, 1789)

InhambÚ- saracuira, lnhambÚ-anhanga (Amazonas), InhambÚ-onça ( Pará) , Chorarão (Bahia)

Distribuição geográfica - Sudeste da Colômbia, Venezuela

,

Guianas, Brasil Amazônico (margens ambas do rio Solimões e do Baixo Amazonas) e médio-oriental, nos Estados da Bahia e Espírito Santo, inclusive o leste de ffiinas.

(48)

1) Brachylaernus(Centrodes)centrodes (Braun, 1901) Travas sos & Kahn, 1964

2) Cyclocoelum(Cyclocoelurn ) phasidi Stunkard, 1929 3) Echinostoma siticulosurn Dietz, 1909

XII) Tinamus solitarius solitar ius (Vieillot, 1 879)

ma�ucaua (nome tupi), macuca, macuco (sul da Bahia)

4 3

Distribuição geográfica - Comum outrora em todas as regiões densamente florestadas do Paraguai (Sapucaí), nordeste da Argentina (mis siones) e Brasil este-meridional, des de o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul, inclusive o leste de ffii nas Gerais (Rio Doce) e sudeste extremo de mato Gros so ( rio Paraná).

1) Brachylaemus (Centrodes)centrodes (Braun, 1901) Travassos & Kahn, 1964

2) Cesartrema pintoÍ Travassos & Kahn, 1964 � 3) Cyclocoelurn (Cyclocoelum)phasidi Stunkard, 1929

(49)

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CONCLUSÕES

Relacionamos abaixo as espécies da familia Cyclocoeli dae Kossack, 1 9 1 1 que ocorrem no Brasil :

1) Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile (Zeder, 1800) Stossich, 1 9 02 2) Cyclocoelum(Cyclocoelum)phasidi Stunkard, 1 929

3) Cyclocoelum(Haematotrephus)brasilianum Stossich, 1 9 02

4) Cyclocoelum(Haematotrephus)vanelli (Rudolphi, 181 9)Dubois, 1 965

5) Ophthalmophagus magalhaesi Travassos, 1 921

6) Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois, 1 965

7) Typhlocoelum cucumerinum (Rudolphi, 1809) Stossich, 1 9 02

As seguintes espécies são referi das pela primeira vez no Brasil e em novos hospedeiros :

Cyclocoelum(Cyclocoelum)mu�abile (Zeder, 1800)Stossich, 1 9 02 em: Dendrocygna viduata

(L . )

Cycl ocoelum(Cyclocoelum)phasidi Stunkard, 1 929 em : Crypturellus varieoatus variegatus (Gm. )

Gallinago gallinago paraguayae (Vieill. ) Odontophorus capueira capueira (Spix)

(50)

Cyclocoelum(Cyclocoel um) vanelli(Rudolphi, 1819) Dubois, 1965 em : Tringa flavipes (Gm. )

45

Neivaia cvmbium (Diesing, 1850) Dubois, 1959 é referida nos seg uintes novos hospedeiros:

Amazonetta brasiliensis (Gm. ) Anas bahamensis bahamensis L.

Anas platyrhynchos boschas L. , domesticada

Dendrocyona autumnalis discolor Sclater & Salvin

(51)

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summARY

Brazilian C yclocoelidae (Trematoda)

ln arder to extend the knowled ge concerning parasite hel minths recovered from Brazilian birds, some trematodes under Cy clocoelidae Kossack, 1911 are studied. Cyclocoelum (Cyclocoelum ) mutabile (Zeder, 1800) Stossich, 1902, Cyclocoelum ( Cyclocoelum) phasidi Stunkard, 1929, Cyclocoelum(Haematotrephus)vanelli ( Rudol phi, 1819) Dubois, 1965, Cyclocoelum ( Haematotrephus) brasilianum

Stossich, 1902, Ophthalmophagus magalhaesi Travassos, 1921,

.DL­

phlocoelum cucumerinum (Rudolphi, 1809) Stossich, 1902 and Nei­ vaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois, 1959.

Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile, Cyclocoelum(C vclocoe -lum)phasidi and Cyclocoelum(Haematotrephus)vanelli are referred in Brazil for the first time, and consist new host records. Nei­ vaia cymbium is also referre�_ in four new hosts.

Original camera lucrda drawings of the studied species

as well as a table with their geographical distribution are pr� sented. The systematical classification of the studied family is also brought up to date.

(52)

1

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47

REFERÊ NCIAS BI BL I OGRA F ICAS

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Referências

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