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Exercícios Análise Financeira

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(1)

ISCSP – Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Finanças de Empresa

Exercícios Resolvidos de Análise Financeira

Carlos Pedro Gonçalves

(2)

Caso Corticeira Amorim (Análise de Cash Flows)

No quadro da página seguinte encontram-se as demonstrações dos fluxos de caixa da

Corticeira Amorim, empresa portuguesa que actua na área das cortiças, para o biénio

de 2012/2013. Analise, com base nos valores apresentados, de modo fundamentado, a

evolução dos cash flows da empresa.

(3)

Demonstração dos Fluxos de Caixa 2012 2013 Actividades Operacionais

Recebimentos de clientes 588,693 595,190 Pagamentos a fornecedores -464,501 -457,311 Pagamentos ao pessoal -98,549 -99,206

Fluxos gerados pelas operações 25,643 38,673

Recebimentos/(pagamentos) do imposto sobre o rendimento -11,101 -22,528 Outros recebimentos/(pagamentos) relativos à actividade

operacional 37,505 50,116

CASH FLOW DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS 52,047 66,261

Actividades de Investimento Recebimentos provenientes de:

Activos fixos tangíveis 612 404

Activos fixos intangíveis 0 2

Investimentos financeiros 6 0

Outros activos 157 1,285

Juros e proveitos relacionados 1,430 970 Subsídio de investimento 5,860 1,835

Dividendos 255 255

Total de recebimentos (actividades de investimento) 8,320 4,751 Pagamentos respeitantes a:

Activos fixos tangíveis -20,329 -25,995 Investimentos financeiros -14,653 -1,271

Activos intangíveis -406 -351

Total de pagamentos (actividades de investimento) -35,388 -27,617

CASH FLOW DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO -27,068 -22,866

FREE CASH FLOW 24,979 43,395

Actividades de Financiamento Recebimentos provenientes de:

Empréstimos obtidos 17,214 0

Outros 476 1,469

Total de recebimentos (actividades de financiamento) 17,690 1,469 Pagamentos respeitantes a:

Empréstimos obtidos 0 -43,140

Juros e gastos similares -6,917 -6,040

Dividendos -20,497 -20,396

Aquisições de acções (quotas) próprias -686 -264

Outros -1,478 -568

Total de pagamentos (actividades de financiamento) -29,578 -70,408 CASH FLOW DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO -11,888 -68,939

Variações de caixa e equivalentes 13,091 -25,544 Efeito das diferenças de câmbio 24 -498

CASH FLOW DO PERÍODO 13,115 -26,042

Caixa e seus equivalentes no início do período (Balanço) 6,731 19,846 Caixa e seus equivalentes no fim do período (Demonstração C.Flow) 19,846 -6,195

(4)

Caso CIMPOR (Análise de Cash Flows)

No quadro da página seguinte encontram-se as demonstrações dos fluxos de caixa da

CIMPOR, empresa portuguesa que actua na área dos cimentos, para o biénio de

2012/2013. Analise, com base nos valores apresentados, de modo fundamentado, a

evolução dos cash flows da empresa (atenção à

nota 1

apresentada em conjunto com

as demonstrações dos fluxos de caixa).

(5)

Demonstração dos Fluxos de Caixa 2012 2013 Actividades Operacionais

Recebimentos de clientes 2,513,330 2,745,996 Pagamentos a fornecedores -1,536,690 -1,853,748 Pagamentos ao pessoal -258,466 -313,612

Fluxos gerados pelas operações 718,174 578,636

Recebimentos/(pagamentos) do imposto sobre o rendimento -98,945 -104,811 Outros recebimentos/(pagamentos) relativos à actividade operacional -174,607 -30,077

CASH FLOW DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS 444,622 443,748

Actividades de Investimento

Recebimentos provenientes de:

Alterações de perímetro de consolidação pela permuta (1) 189,777 Investimentos financeiros 18,764 21,647

Activos fixos tangíveis 6,087 21,808

Activos fixos intangíveis 373 27

Juros e proveitos similares 21,067 4,023

Dividendos 879 714

Outros 441

Total de recebimentos (actividades de investimento) 237,388 48,217

Pagamentos respeitantes a:

Alterações de perímetro de consolidação por aquisições -75 Investimentos financeiros -1,798 -30,664 Activos fixos tangíveis -208,804 -331,057

Activos intangíveis -4,564 -6,316

Outros -723

Total de pagamentos (actividades de investimento) -215,889 -368,112

CASH FLOW DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO 21,499 -319,895

FREE CASH FLOW 466,121 123,853

Actividades de Financiamento

Recebimentos provenientes de:

Empréstimos obtidos 2,103,069 442,252

Venda de acções próprias 1,438 2

Outros 3,844

Total de recebimentos (actividades de financiamento) 2,108,352 442,254

Pagamentos respeitantes a:

Empréstimos obtidos -1,960,959 -408,797 Juros e gastos similares -186,357 -225,874

Dividendos -110,511 -10,785

Outros -9,736 -6,351

Total de pagamentos (actividades de financiamento) -2,267,564 -651,807

CASH FLOW DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO -159,211 -209,553

Efeito das diferenças de câmbio e de outras transacções não monetárias -49,464 -87,667

CASH FLOW DO PERÍODO 257,446 -173,367

Caixa e equivalentes de caixa no início do exercício 556,247 813,692 Caixa e equivalentes de caixa no fim do exercício 813,692 640,326

(6)

(1)NOTA: Cf. p. 56 Relatório e Contas 2013

O Grupo detém as suas participações concentradas essencialmente em duas sub-holdings: (i) a Cimpor Portugal, SGPS, S.A., que concentra as participações nas sociedades que se dedicam à produção de cimento, betão, agregados, argamassas, artefactos de betão, e atividades conexas, em Portugal; e, (ii) a Cimpor Inversiones, S.A., que detém as participações nas sociedades sedeadas fora de Portugal.

Tal como estabelecido no prospeto da OPA da InterCement, em 20 de dezembro de 2012 concretizou-se a permuta da integralidade dos ativos e operações de cimento, betão e agregados na América do Sul, nomeadamente no Brasil, Argentina e Paraguai, e em Angola (“Ativos adquiridos na permuta”) da InterCement, por troca com ativos detidos pela Cimpor em Espanha, Marrocos, Tunísia, Turquia, China, Índia e Perú (“Ativos alienados na permuta”), conjuntamente com uma parcela equivalente a 21.2% da Dívida Líquida Consolidada da Cimpor. Decorrente do processo acima, a Demonstração consolidada do resultado e do outro rendimento integral do exercício findo em 31 de dezembro de 2012, apresenta os resultados dos Ativos alienados na Permuta como “Resultado líquido das operações descontinuadas”, tal como preconizado na IFRS 5 – Ativos não correntes detidos para venda e Unidades operacionais descontinuadas (“IFRS 5”). A Demonstração consolidada da posição financeira em 31 de Dezembro de 2012, foi reexpressa decorrente da conclusão do processo de afetação do valor de compra dos ativos adquiridos na permuta ao justo valor dos mesmos (Nota 5 do relatório e contas).

(7)

Caso Airbus Group (Análise de Rendibilidade)

Na tabela abaixo encontra-se a decomposição da rendibilidade financeira segundo o

modelo de rendibilidade integrada do grupo empresarial Airbus para o biénio

2012/2013.

Face aos resultados apresentados na tabela comente as seguintes afirmações:

A1: “De 2012 para 2013 ocorreu uma reestruturação significativa da estrutura

financeira da empresa, visível numa subida elevada do rácio de leverage.”

A2: “Apesar da performance económica ter sido pior em 2013, a margem

financeira foi maior em 2013 do que em 2012 devido ao facto de o custo médio

do capital alheio ter sido menor em 2013.”

A3: “O impacto dos factores financeiros tiveram um efeito positivo sobre a

rendibilidade do capital próprio devido ao aumento do capital alheio por cada

unidade de capital próprio.”

A4: “Foram os factores económicos os principais responsáveis pela melhor

performance financeira do Airbus Group avaliada em termos da rendibilidade

dos capitais próprios.”

(8)

Caso Clubes de Futebol (Análise de Rendibilidade e Análise de Cash Flows)

Complete a tabela abaixo obtida para os três Clubes de Futebol Benfica, Sporting e

Porto, e compare a performance financeira em termos de:

1. Análise de Rendibilidade.

2. Análise de Cash Flows (consulte os Relatórios e Contas disponibilizados na

plataforma de e-learning para mais informação).

3. Reflicta, com base na análise da performance financeira, acerca do risco

operacional e financeiro dos três clubes.

Época: 2012/2013

Benfica

Sporting

Porto

(Em Euros)

(Em

milhares

de Euros)

(Em Euros)

EBIT

11,941,858

-34,317

33,798,206

Activo Total

416,671,199

139,464

227,852,575

Capital Alheio

440,480,627

258,873

220,225,220

Capital Próprio

-23,809,428

-119,409

7,627,355

Juros e Gastos Similares

22,690,806

9,259

12,893,251

Resultado Antes de Impostos

-10,748,948

-43,576

20,904,955

Resultado Líquido

-10,393,584

-43,816

20,329,895

ROA

L

Ki

Margem Financeira (ROA – Ki)

Leverage Effect

Efeito Fiscal

ROE

Cash Flow das Actividades Operacionais

3,122,569

-47,883

-30,060,236

Cash Flow das Actividades de Investimento

-4,610,662

-4,813

67,017,348

Free Cash Flow

-1,488,093

-52,696

36,957,112

Cash Flow das Actividades de Financiamento

-1,475,593

53,888

-21,055,883

Cash Flow do Período

-2,963,686

1,192

15,901,229

(9)

RESOLUÇÃO

Caso Corticeira Amorim

Considerando, em primeiro lugar, o cash flow do período (CFP), importa relevar que este cash

flow constitui a síntese final dos fluxos de entrada (recebimentos) e dos fluxos de saída

(pagamentos) durante determinado período, neste caso o ano civil. Assim, um valor positivo do CFP significa que houve um contributo positivo para as Disponibilidades (Caixa e equivalentes do Balanço). Um valor negativo significa, por conseguinte, um contributo negativo para o nível de disponibilidades as quais, caso sejam negativas, obrigam a empresa à sua cobertura através de fundos próprios ou via recurso a um empréstimo de curto prazo, o qual pode revestir várias modalidades, dependendo do tipo e dimensão da empresa, bem como das suas relações com os bancos com que trabalha. A principal razão destes procedimentos deve-se ao facto de não podem aparecer no Balanço de final de ano disponibilidades negativas.

Para o caso da Corticeira Amorim, a evolução do CFP foi negativa, apresentando um valor positivo em 2012 e negativo em 2013. Assim, enquanto que em 2012 houve um contributo positivo de 13,115 milhares de euros para as disponibilidades, em 2014 o contributo foi negativo pelo montante de -26,042 milhares de euros, evolução que importa analisar.

O CFP resulta da soma do Free Cash Flow (FCF) ao cash flow das actividades de financiamento

(CFAF) e ao efeito das diferenças de câmbio sobre caixa e equivalentes. O FCF é determinado,

em termos de performance, pelos dois ciclos centrais de actividade, a saber: ciclo das actividades operacionais, que conduz ao cash flow das actividades operacionais (CFAO), e o ciclo das actividades de investimento, que conduz ao cash flow das actividades de investimento (CFAI). Embora o FCF resulte da soma algébrica do CFAO com o CFAI, constitui um importante indicador de desempenho financeiro, pois, caso seja positivo, como aqui acontece, informa a gestão e os demais stakeholders acerca do dinheiro disponível para operações de financiamento e, em particular, constitui o principal veículo para o estudo de duas importantes decisões financeiras estratégicas, a saber:

 A decisão de (novos) investimentos

 A decisão de financiamento desses novos investimentos.

No biénio em análise o FCF é positivo e crescente tendo quase duplicado de 2012 para 2013. Assim, em termos de FCF a empresa apresentou uma boa performance. Considerando o CFAO e o CFAI podemos analisar as causas da evolução do FCF.

O cash flow das actividades operacionais (CFAO) constitui um indicador de viabilidade financeira da empresa, além de ter em ambos os anos valores positivos - cumprindo, assim, com a condição necessária de viabilidade financeira - apresenta uma tendência crescente. Consequentemente, além de financeiramente viável, a positividade do CFAO deve-se, essencialmente, a um desempenho adequado da zona económica (ou de exploração) da empresa, evidenciado pelo aumento dos recebimentos dos clientes, bem como de outros recebimentos de exploração e de um ligeiro decréscimo dos pagamentos a fornecedores, o que

(10)

lhe permitiu suportar o acréscimo de pagamentos e impostos, bem como o de um ligeiro acréscimo dos gastos com pessoal.

O cash fow das actividades de investimento (CFAI) apresenta, em ambos os anos, valores negativos. Esta situação pode ser considerada normal, principalmente se estiver relacionada com activos tangíveis, os quais após desempenharem a sua função económica deverão ser substituídos e, por norma, o valor de alienação é insuficiente para a cobertura dos novos activos tangíveis de substituição. Consequentemente, o financiamento desses investimentos de substituição, não coberto pelo desinvestimento da mesma natureza de investimento, deverá ser suportado pelo CFAO, o que explica a importância e significado do CFAO registar valores positivos.

Embora negativo, o CFAI em 2013 é menos negativo do que em 2012. Embora a empresa tenha investido mais em activos fixos tangíveis (aumentando os pagamentos relativos às actividades de investimento) e desinvestido menos (diminuindo os recebimentos relativos às actividades de investimento), os investimentos financeiros e em activos intangíveis foram menores em 2013, facto que explica a evolução do CFAI. Assim, embora a empresa tenha investido em 2013 no que se refere aos activos fixos tangíveis, esse investimento não foi acompanhado por maior investimento ao nível dos activos intangíveis e ao nível dos investimentos financeiros.

Considerando os valores positivos e crescentes do FCF, e a boa performance económica da empresa, conclui-se, assim, que a pior performance em termos do cash flow do período se deve ao cash flow das actividades de financiamento (CFAF).

O CFAF cash flow é, por norma, numa empresa não financeira, negativo, pois nestas empresas, de um modo geral, os principais recebimentos que podem obter são de empréstimos contraídos, de aplicações de tesouraria e/ou de capital e de juros e dividendos recebidos. Por seu turno, os pagamentos de empréstimos obtidos, quer para o financiamento de novos investimentos, quer para situações de insuficiência de liquidez, sistemáticas ou crónicas bem como para o pagamento de juros e dividendos, são bastante mais elevados do que os fluxos de entrada. É este comportamento dos fluxos de entradas e saídas de dinheiro que, em síntese, explica os valores negativos do CFAF em empresas não financeiras.

No caso da Corticeira Amorim, o CFAF passou de -11,888, montante que era coberto em 2012 pelo FCF de 24,979, para -68,939, montante não coberto em 2012 pelo FCF de 43,935. Assim, apesar da boa performance económica conducente à subida do FCF este foi insuficiente para cobrir o valor negativo do CFAI em 2013. Este valor deve-se a duas rúbricas centrais que se destacam:

 Os pagamentos relativos a empréstimos obtidos no montante de -43,140 milhares de euros;

 Os pagamentos relativos a dividendos no montante de -20,936 milhares de euros. Estes dois montantes, juntamente com a descida dos recebimentos relativos às actividades de financiamento explicam o valor mais negativo do CFAI em 2013. Bem como o valor negativo do CFP. Apesar da evolução negativa do CFP, em termos económicos a empresa apresentou uma boa performance revelando uma evolução positiva do negócio no biénio em análise.

(11)

Caso CIMPOR

A performance financeira da empresa apresenta um desempenho positivo no período em análise evidenciado pelos cash flows mais relevantes, a saber:

(1) Cash flow das actividades operacionais (CFAO) que, enquanto indicador de viabilidade financeira da empresa, além de ter em ambos os anos valores positivos - cumprindo, assim, com a condição necessária de viabilidade financeira - apresenta, contudo, uma tendência ligeiramente decrescente. Sendo inquestionável a viabilidade financeira, a ligeira quebra do CFAO deve-se, essencialmente, a um acréscimo mais do que proporcional dos pagamentos a fornecedores e ao pessoal relativamente ao acréscimo dos recebimentos de clientes. Tal situação provocou um decréscimo dos fluxos gerados pelas operações de cerca de 20% mas, devido a um forte decréscimo dos "outros pagamentos", de cerca de -83%, a variação no CFAO foi, somente, de 0,2%.

(2), Cash fow das actividades de investimento (CFAI) que, por norma, apresenta valores negativos em virtude de os recebimentos obtidos com a venda de activo fixo tangível serem inferiores aos valores de aquisição de activo fixo tangível de substituição daqueles activos intangíveis que, tendo cumprido a sua função económica, são alienados. Verifica-se que é esta a situação em 2013, porém, em 2012 o CFAI é positivo devido a uma situação singular relacionada com a permuta de bens relacionados com a OPA (ver nota 1 apresentada no enunciado) a qual permitiu gerar um fluxo vultuoso de entradas de cerca de 189,777 milhares de euros que, a não ter ocorrido, face aos pagamentos de novos investimentos em "Activos fixos tangíveis", o valor do CFAI seria negativo, tal como ocorreu em 2013.

(3), Free cash flow (FCF), este cash flow, embora resulte da soma algébrica do CFAO com o CFAI, constitui um importante indicador de desempenho financeiro, pois caso seja positivo, como aqui acontece, informa a gestão e os demais stakeholers o dinheiro disponível para operações de financiamento e, em particular, constitui o principal veículo para o estudo de duas importantes decisões financeiras estratégicas: (a) a decisão de (novos) investimentos e (b) a decisão de financiamento desses novos investimentos. No caso da CIMPOR, o FCF foi menor em 2013 do que em 2012, pelas razões acima identificadas decorrentes da análise do CFAO e do CFAI.

(4) Cash flow das actividades de financiamento (CFAF). Este cash flow é, por norma, numa empresa não financeira, negativo, pois nestas empresas, de um modo geral, os principais recimentos que podem obter são de empréstimos contraídos, de aplicações de tesouraria e/ou de capital e de juros e dividendos recebidos. Por seu lado, os pagamentos de empréstimos obtidos, quer para o financiamento de novos investimentos, quer para situações de insuficiência de liquidez, sistemáticas ou crónicas bem como para o pagamento de juros e dividendos, são bastante mais elevados do que os fluxos de entrada. É este comportamento dos fluxos de entradas e saídas de dinheiro que, em síntese, explica os valores negativos do CFAI em empresas não financeiras. No caso da CIMPOR, embora quer os pagamentos quer os recebimentos respeitantes às actividades de financiamento tenham diminuído em 2013, os recebimentos diminuíram mais em montante do que os pagamentos, o que explica que o CFAF seja mais negativo em 2013 do que em 2012.

(5) Cash flow do período (CFP) constitui a síntese final dos fluxos de entrada (recebimentos) e dos fluxos de saída (pagamentos) durante determinado período, neste caso o ano civil. O valor positivo do CFP significa que houve um contributo positivo para as Disponibilidades (Caixa e

(12)

equivalentes do Balanço). O valor negativo, que ocorre em 2013 significa, por conseguinte, um contributo negativo para o nível de disponibilidades as quais, caso sejam negativas, obrigam a empresa à sua cobertura através de fundos próprios ou via recurso a um empréstimo de curto prazo, o qual pode revestir várias modalidades, dependendo do tipo e dimensão da empresa, bem como das suas relações com os bancos com que trabalha. A principal razão destes procedimentos deve-se ao facto de não podem aparecer no Balanço de final de ano disponibilidades negativas.

No caso da CIMPOR, o valor negativo do CFP em 2013 deve-se por um lado a uma descida elevada do FCF, decorrente do efeito conjugado de diminuição do CFAO e do valor negativo do CFAI e do valor mais negativo do CFAF em 2013, relativamente a 2012. Assim, o FCF foi insuficiente para cobrir o CFAF.

(13)

Caso Airbus Group (Análise de Rendibilidade)

A1:

A afirmação é falsa, a estrutura financeira definida em termos da proporção de

financiamento suportada por Capital Próprio e da proporção de financiamento

suportada por Capital de Alheio permanece aproximadamente a mesma embora se

verifique uma pequena descida do rácio de leverage, indicando um peso menor de

Capital Alheio no financiamento da empresa em relação a 2012.

A2:

A afirmação é falsa, embora a margem financeira (ROA – Ki) tenha aumentado, este

aumento não se deveu a uma diminuição do custo médio do capital alheio, pelo

contrário, o custo médio do capital alheio aumentou. O aumento da margem financeira,

contrariamente à afirmação, deveu-se a uma melhor performance económica em 2013,

com uma subida da rendibilidade do activo de 0.0252 (em 2012) para 0.0297 em 2013.

Assim, embora o custo médio do capital alheio tenha subido essa subida foi compensada

por uma subida maior da rendibilidade do activo, explicando assim o aumento da

margem financeira.

A3:

A afirmação é falsa. Embora a componente leverage effect tenha subido, contribuindo

positivamente para a subida da rendibilidade do capital próprio, essa subida deveu-se

ao diferencial ROA – Ki e não ao rácio de leverage. Assim, enquanto a proporção de

capital alheio por cada unidade de capital próprio (rácio de leverage) diminuiu a margem

financeira aumentou explicando assim o valor mais elevado em 2013 do leverage effect.

A4:

A afirmação é verdadeira. Em 2013 o grupo empresarial apresentou um maior valor de

rendibilidade económica, medida em termos da rendibilidade do activo, com uma maior

cobertura do custo médio da dívida explicando uma subida do leverage effect. Assim,

quer a melhor performance ao nível dos factores económicos (ROA) quer a melhor

performance ao nível dos factores financeiros (leverage effect) foram decorrentes de

uma melhor performance económica da empresa em 2013.

(14)

Caso Clubes de Futebol

1.

Em termos de análise de rendibilidade, apenas podemos calcular o modelo de

rendibilidade na íntegra para o Porto, no caso do Benfica e do Sporting, devido ao facto

do capital próprio ser negativo, não tem sentido o cálculo do rácio de rendibilidade do

capital próprio, podem, contudo, serem calculados o ROA, o Ki e a margem financeira.

Época: 2012/2013

Benfica

Sporting

Porto

(Em Euros)

(Em

milhares

de Euros)

(Em Euros)

EBIT

11,941,858

-34,317

33,798,206

Activo Total

416,671,199

139,464

227,852,575

Capital Alheio

440,480,627

258,873

220,225,220

Capital Próprio

-23,809,428

-119,409

7,627,355

Juros e Gastos Similares

22,690,806

9,259

12,893,251

Resultado Antes de Impostos

-10,748,948

-43,576

20,904,955

Resultado Líquido

-10,393,584

-43,816

20,329,895

ROA

0.0287

-0.2461

0.1483

L

28.8731

Ki

0.0515

0.0358

0.0585

Margem Financeira (ROA – Ki)

-0.0229

-0.2818

0.0898

Leverage Effect

2.5925

Efeito Fiscal

0.9725

ROE

2.6654

Cash Flow das Actividades Operacionais

3,122,569

-47,883

-30,060,236

Cash Flow das Actividades de Investimento

-4,610,662

-4,813

67,017,348

Free Cash Flow

-1,488,093

-52,696

36,957,112

Cash Flow das Actividades de Financiamento

-1,475,593

53,888

-21,055,883

Cash Flow do Período

-2,963,686

1,192

15,901,229

Comparativamente, em termos de rendibilidade, dos três clubes, o Porto é aquele que

apresentou na época de 2012/2013 o ROA mais elevado (€0.1483 por unidade de

activo), seguindo-se-lhe o Benfica com um ROA de €0.0287 por unidade de activo, e,

finalmente, o Sporting que apresentou um ROA negativo de -€0.2461 por unidade de

(15)

activo, o que se deveu ao facto de o EBIT ser negativo no montante de -34,417 milhares

de Euros.

No caso do Benfica, a margem financeira é negativa, o ROA não cobre o custo médio da

dívida, o que também ocorre no caso do Sporting. No Porto o ROA cobre o custo médio

da dívida com uma margem de 0.0898.

O rácio de leverage (L) do Porto é de 28.8731, o que conduz a um efeito financeiro de

alavanca que vai amplificar o impacto da margem financeira positiva sobre a

rendibilidade do capital próprio, conduzindo a um leverage effect positivo no montante

de 2.5925 o que explica o valor elevado da rendibilidade do capital próprio obtida pelo

Porto na época de 2012/2013: €2.6654 por unidade de capital próprio.

2.

Em termos de cash flow das actividades operacionais, o Benfica apresenta a melhor

performance dos três clubes, pois é o único que tem um cash flow das actividades

operacionais positivo, no montante de aproximadamente 3,123 milhares de Euros. O

Porto apresentou um cash flow das actividades operacionais negativo no montante de

aproximadamente -30,060 milhares de Euros, e o Sporting apresentou a pior

performance operacional com um cash flow das actividades operacionais negativo no

montante de -47,883 milhares de Euros.

Consultando as demonstrações dos fluxos de caixa apresentadas nos relatórios e contas

dos três clubes, verifica-se que, no caso do Sporting o valor negativo do cash flow das

actividades operacionais se deve principalmente ao facto de os recebimentos de

clientes, da UEFA e das empresas do grupo ser insuficiente para cobrir o total resultante

dos pagamentos a fornecedores e empresas do grupo, os pagamentos ao Estado e os

pagamentos ao pessoal.

No caso do Porto, verifica-se algo de semelhante, os recebimentos de clientes são

insuficientes para cobrir o total resultante dos pagamentos a fornecedores e dos

pagamentos ao pessoal.

No caso do Benfica, consultando o relatório e contas, verifica-se que embora os

recebimentos de clientes sejam insuficientes para cobrirem o total resultante dos

pagamentos a fornecedores e dos pagamentos ao pessoal, os outros

pagamentos/recebimentos operacionais são suficientemente elevados para cobrir a

diferença e assim conduzir a um cash flow das actividades operacionais positivo.

Os Free Cash Flow do Benfica e do Sporting são ambos negativos, embora por razões

distintas. No caso do Benfica, deve-se a um cash flow das actividades de investimento

negativo que excede em termos de magnitude o cash flow das actividades operacionais.

No caso do Sporting, deve-se ao facto de o cash flow das actividades operacionais e o

cash flow das actividades de financiamento serem ambos negativos.

(16)

No caso do Porto, o Free Cash Flow é positivo devido ao cash flow das actividades de

investimento ser positivo e suficientemente elevado para compensar o valor negativo

do cash flow das actividades operacionais.

Consultando as demonstrações dos fluxos de caixa, apresentadas nos relatórios e contas

dos três clubes, verifica-se que o valor do cash flow das actividades de investimento

positivo no caso do Porto se deve principalmente ao montante das alienações de passes

de jogadores, no montante de cerca de 122,183 milhares de Euros. Assim, no caso do

Porto, o valor positivo do Free Cash Flow deve-se ao efeito das alienações de passes de

jogadores, compensando em termos de montante o valor negativo das operações.

Quanto ao Benfica, o valor negativo do cash flow das actividades de investimento

deve-se ao montante acumulado de investimento em activos intangíveis e tangíveis que é

superior aos recebimentos decorrentes de activos intangíveis e de juros e rendimentos

similares obtidos (que decorrem da esfera financeira).

O cash flow das actividades de financiamento é negativo quer para o Benfica, quer para

o Porto, sendo positivo para o Sporting.

Assim, no caso do Benfica, o efeito conjunto do cash flow das actividades de

investimento e das actividades de financiamento, ambos negativos explicam o cash flow

do período negativo.

O Sporting obtém um cash flow do período positivo devido ao cash flow das actividades

de financiamento que é positivo num montante suficientemente elevado para cobrir o

montante negativo do Free Cash Flow. Consultando a demonstração dos fluxos de caixa

apresentada no relatório e contas do Sporting, verifica-se que o montante positivo do

cash flow das actividades de financiamento se deve ao efeito conjunto dos empréstimos

obtidos (principal factor) e de recebimentos de fundos de investimento/parcerias.

No caso do Porto, apresenta o cash flow do período positivo e mais elevado do que o

Sporting devido ao cash flow das actividades de investimento, dado que os cash flows

decorrentes das restantes actividades são negativos. Assim, conclui-se que o Porto

compensou o efeito negativo dos cash flows das actividades operacionais e de

financiamento com recurso à alienação de passes de jogadores, cujo montante explica

o valor positivo elevado do cash flow das actividades de investimento e, assim, o valor

positivo do cash flow do período.

3.

Os três clubes apresentam uma “fragilidade” elevada na esfera operacional, decorrente

do facto de os recebimentos de clientes ser insuficiente para cobrir quer os pagamentos

aos fornecedores quer os pagamentos aos trabalhadores. Deste modo, e pelo exposto

acima, os três clubes revelam problemas ao nível dos cash flows das actividades

operacionais.

(17)

Conforme verificado no ponto anterior, o cash flow das actividades de investimento,

principalmente, as actividades de compra e venda de jogadores desempenham um

papel central na actividade dos clubes.

Contudo, o risco económico é elevado principalmente tendo em atenção a sensibilidade

dos cash flows das actividades operacionais dos clubes a possíveis crises económicas e

financeiras.

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