• Nenhum resultado encontrado

Os impactos causados pelo facebook na rotina dos adolescentes coxixolenses.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Os impactos causados pelo facebook na rotina dos adolescentes coxixolenses."

Copied!
55
0
0

Texto

(1)

UNIDADE ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO CURSO DE LICENCIATURA EM CIENCIAS SOCIAIS

ADRIANA ARAÚJO DE FARIAS

OS IMPACTOS CAUSADOS PELO FACEBOOK NA ROTINA DOS

ADOLESCENTES COXIXOLENSES

SUMÉ – PB 2015

(2)

OS IMPACTOS CAUSADOS PELO FACEBOOK NA ROTINA DOS

ADOLESCENTES COXIXOLENSES

Monografia apresentada ao curso de Licenciatura em Ciências Sociais, da Universidade Federal de Campina Grande, do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido, como requisito parcial para a obtenção do titulo de Licenciatura em Ciências Sociais.

Orientador: Professor Me. Walberto Barbosa.

SUMÉ – PB 2015

(3)

F224i Farias, Adriana Araújo de.

Os impactos causados pelo Facebook na rotina dos adolescentes coxixolences. / Adriana Araújo de Farias. Sumé - PB: [s.n], 2015. 54 f.

Orientador: Professor Me. Walberto Barbosa da Silva.

Monografia - Universidade Federal de Campina Grande; Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido; Curso de Licenciatura em Ciências Sociais.

1. Redes sociais. 2. Identidade. 3. Impacto social das redes. I. Título.

(4)
(5)

À minha querida família, em especial minha mãe Maria Aparecida que sempre foi meu maior exemplo de determinação e integridade moral. Meus irmãos André, Denise e Davi que são as maiores riquezas que tenho na vida e ao meu querido pai Durval (in memorian), eternizado em nossos corações.

(6)

Em primeiro lugar agradeço a Deus no qual deposito toda minha fé e esperança. Agradeço imensamente a ele pelo dom da vida e por todas as bênçãos derramadas todos os dias de minha existência.

Agradeço a toda minha família, mãe e irmãos pela paciência e força que sempre me deram do decorre de minha vida acadêmica, em especial minha irmã Denise Farias pelo exemplo, incentivo, ajuda e cobranças.

Aos professores que lecionaram no curso Licenciatura em Ciências Sociais, que contribuíram para minha formação profissional e pessoal, meu muito obrigado pelos ensinamentos. Aqui agradeço em especial meu querido orientador Walberto Barbosa pela dedicação e paciência teve comigo.

Aos meus queridos companheiros de caminhada acadêmica Renata Amorim, Suzy Lins, Fátima Lemos, Mesias Ramos, Girluce Lima, José Dhiones, Leticia Oliveira, Bruna Oliveira e Jéssica Fyama, obrigado a todos pela amizade, carinho e companheirismo.

A todos que contribuíram na minha formação direta ou indiretamente.

A Universidade Federal de Campina Grande por todas as oportunidades, especialmente por ter tido a oportunidade de participar do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência PIBID, programa muito interessante e de grande relevância em minha formação.

(7)

Os adolescentes equipados com confessionários eletrônicos portáteis são apenas aprendizes treinando e treinados na arte de viver numa sociedade confessional – uma sociedade notória por eliminar a fronteira que antes separava o privado e o público, por transformar o ato de expor publicamente o privado numa virtude e num dever público (…)

(8)

O trabalho ora apresentado tem por objetivo detectar os impactos causados pelas redes sociais, em especial o Facebook, na rotina dos adolescentes coxixolenses. De acordo com Lemos (2005), Levy (1998), Castells (1999) Recuero (2009), Rosa e Santos (2013), entre outros, veremos que a adesão às redes sociais de internet é uma realidade presente nos novos modos de se relacionar na Pós-modernidade. Mediante leitura da literatura que aborda a temática foi elaborado e aplicado um questionário, onde o mesmo foi aplicado nas turmas de 1°, 2º e 3º ano do Ensino Médio da Escola Manoel Honorato Sobrinho da cidade de Coxixola. Os respondentes do questionário estavam divididos em 65% do sexo feminino e 35% do sexo masculino. Desses mais da metade se concentrava na turma do 1º ano representando 54% dos pesquisados, enquanto a turma de 2º ano correspondia com 31% e a do 3° ano com 15%. No que diz respeito à faixa etária dos pesquisados, metade desses tinham entre 15 e 16 anos. Os dados apresentados nus questionários mostram que 6% dos adolescentes pesquisados além de possuírem outras reses sociais possuem também o Facebook. Outo dado interessante é que esses adolescentes utilizam aparelhos celulares para acessar suas contas nas redes sociais, esse dado sugere a variável de que tal fato tenha gerado um consumismo nesses adolescentes. Os dados ainda mostram que segundo os adolescentes coxixolenses o fato desses possuírem conta em redes sociais e muitos passarem mais de três horas diárias de dedicação às mesmas, isso não alterou de forma significativa a rotina dos mesmos. Diante dos dados apresentados na pesquisa pudemos constatar que tal fenômeno que se configura na esfera global, mesmo de forma tímida e muitas vezes sendo negado pela população pesquisada esse apresenta-se na população adolescente coxixolense.

(9)

The work presented herein is aimed at detecting the impacts of social networks, especially Facebook, in the routine of coxixolenses adolescents. According to Lemos (2005), Levy (1998), Castells (1999) Recuero (2009), Rose and Santos (2013), among others, we see that the uptake of internet social networking is a present reality in new ways of relate the Post-modernity. Upon reading of the literature that addresses the theme was developed and implemented a questionnaire, where it has been implemented in the classes of 1st, 2nd and 3rd year of high school School Manoel Honorato Nephew City Coxixola. The respondents of the questionnaire were divided into 65% female and 35% male. Of these more than half concentrated in the 1st grade class representing 54% of respondents, while the 2nd year class corresponded with 31% and the 3rd year with 15%. With regard to the age group of respondents, half of them were between 15 and 16 years. The data presented naked questionnaires show that 6% of adolescents surveyed in addition to having other social cattle also have Facebook. Outo interesting fact is that these adolescents use mobile devices to access their accounts on social networks, this data suggests the variable that this fact has generated consumerism in these adolescents. The data also show that in adolescent coxixolenses the fact that these hold an account in social networks and many spend more than three hours of dedication to them, it does not significantly alter the routine of the same. Given the data presented in the survey we found that such a phenomenon that is configured at the global level, even timid and often being denied by the research population that is presented in coxixolense adolescent population.

(10)

GRÁFICO 01 - Series dos pesquisados : Distribuição dos entrevistados pelo ano do Ensino Médio, que frequentavam na ocasião da pesquisa... 28

GRÁFICO 02 - Distribuição percentual por sexo dos entrevistados... 29 GRÁFICO 03 - Distribuição etária dos entrevistados nas faixas de 12 a 14, 14 a 16

e 16 a 18 anos... 30 GRÁFICO 04 - Distribuição percentual das opções de Redes Sociais pelos

entrevistados... 31

GRÁFICO 05 - Frequência de acesso dos entrevistados à Rede Social Facebook... 32 GRÁFICO 06 - Tempo diário de acesso dos entrevistados à Rede social Facebook.. 33 GRÁFICO 07 - Tipo de aparelho utilizado pelos entrevistados para acessarem suas

Redes Sociais... 34

GRÁFICO 08 - Distribuição percentual dos motivos pelos quais os entrevistados afirmam ter interesse no Facebook... 35

GRÁFICO 09 - Distribuição percentual da opinião dos entrevistados quanto o que mais lhes atrai no Facebook... 36

GRÁFICO 10 - Distribuição percentual da opinião dos entrevistados sobre a importância do Facebook para si... 37

GRÁFICO 11 - Distribuição percentual dos entrevistados que declararam deixar ou de realizar alguma atividade por causa do Facebook... 38

GRÁFICO 12 - Distribuição percentual da opinião dos entrevistados sobre sua mudança de comportamento perante familiares e amigos... 39

(11)

1 INTRODUÇÃO... 10

2 REDES SOCIAIS (FACEBOOK)... 12

3 ADOLECENTES E IDENTIDADE... 18

4 TRILHAS E CAMINHOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA... 24

5 OS IMPACTOS CAUSADOS POLO FACEBOOK NA ROTINA DOS ADOLECENTES COXIXOLENSES... 28

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 42

REFERÊNCIAS... 44

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO... 47

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO... 50

(12)

1 INTRODUÇÃO

O modo como os indivíduos se relacionam uns com os outros, como esses mantêm suas relações conforme seus interesses pessoais, o modo como essas relações se modificam e resinificam ao longo do tempo sempre foram alvo de minhas observações e interesses. A partir do momento que ingressei no curso de Licenciatura em Ciências Sociais, tive a oportunidade de acessar inúmeras bibliografias que tratavam justamente dessas relações nas quais os indivíduos mantêm na convivência em sociedade. Desse modo, meu interesse em entender como essas relações se estabelecem e como essas ganham outros significados ao longo do tempo devido o advento da tecnologia e a informatização de “tudo”, acentuou-se.

Optei por essa temática por diversas motivações; a primeira delas seria o profundo interesse em conhecer melhor uma ferramenta de uso cotidiano, ou seja, as redes sociais, nesse caso especifico, o Facebook. Outro motivo seria a visão que tenho acerca de quão é imensa a capacidade de influenciar o comportamento e alterar a rotina das pessoas que as redes sociais têm.

A presente pesquisa será relevante no tocante que essa trata de uma temática atualíssima, como são as redes sociais, essas sendo utilizada por adolescentes, categoria essa alvo de muitas polêmicas e contradições. O uso massivo das redes sociais por adolescentes tem chamado bastante à atenção de pais, professores, psicólogos e sociólogos. Nos últimos anos vem sendo realizadas diversas pesquisas no intuito de compreender esse fenômeno.

Essa pesquisa foi inédita na cidade de Coxixola, onde a mesma examinou se esse fenômeno que se apresenta em âmbito nacional e mundial se configura na população adolescente de Coxixola. Tal pesquisa poderá auxiliar pais e professores na compreensão desse novo fenômeno, que tanto tem influenciado as diversas formas de pensar e agir dos adolescentes coxixolenses, assim como dar margem para pesquisas posteriores, mais aprofundadas.

Esse trabalho tem a intenção de compreender como está sendo utilizada a rede social Facebook, pelos adolescentes da cidade de Coxixola. Nesse sentido procuro perceber quais foram os impactos causados por essa nova tendência de comunicação, na vida desses adolescentes, tendo em vista que esse se configura como um fenômeno

(13)

mundial, como afirma Rosa e Santos (2013, p.1), “O Facebook é a rede social que tem o maior número de usuários no mundo inteiro.”

O presente trabalho está dividido em quatro seções. Na primeira seção encontra-se o referencial teórico utilizado para a composição do trabalho. Desse modo comecei falando o que são redes sociais de internet e sua expansão pelo globo nas primeiras décadas do século XXI. Dentre essas redes sociais focalizamos nosso olhar para a rede social Facebook, tendo em vista que a mesma é considerada a rede social mais conhecida e que mais possui contas em todo o mundo.

No segundo momento trago a visão de vários autores acerca do que é a adolescência, como os indivíduos nessa fase geralmente se comportam, tudo isso levando em consideração que esses são o publico alvo de nossa pesquisa. Na mesma seção fazemos uma breve abordagem do que é identidade. A terceira seção é dedicada à metodologia utilizada na pesquisa para a coleta de dados e como se deu todo o esse processo. Essa pesquisa é de caráter qualitativo e quantitativo, onde na ocasião utilizei como instrumento de coleta de dados um questionário contendo dez questões, sendo essas três questões abertas e sete de múltipla escolha. Nesse momento trago também uma breve descrição do campo onde foi realizada a pesquisa, ou seja da escola Estadual Manoel Honorato Sobrinho e da Cidade de Coxixola onde a mesma encontrasse inserida.

Por fim, na ultima seção estão expostos os gráficos com os dados coletados no processo de pesquisa e as respectivas analises dos mesmos levando em consideração toda a bibliografia utilizada para a composição do trabalho, e terminamos apresentando as conclusões a que chegamos e as referências utilizadas.

(14)

2 REDES SOCIAIS (FACEBOOK)

As redes de comunicação que estabelecemos ao longo de nossas vidas são imprescindíveis para vivermos em sociedade. A cada dia que passa as relações contidas nessas redes se tornam mais dinâmicas e complexas. Com o advento da Revolução Industrial ocorrida na Europa nos séculos XVIII e XIX deu-se início uma nova dinâmica mundial de produção econômica, cultural e social. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas. A partir daí, dando um salto no tempo chegamos a pós-modernidade, momento que pode ser compreendido como a ‘Era da Informação’.

Na era da informação entram em cena muitas possibilidades de ser do indivíduo, o que resulta em novas maneiras de pensar a cultura, a economia e o social. “Redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura” (CASTELLS, 1999).

Dando um passo largo desde a Revolução Industrial até a Pós- Modernidade, compreendida como “A pós-modernidade refere-se a um deslocamento das tentativas de fundamentar os deslocamentos a epistemologia, e da fé no progresso planejado humanamente” (LYOTARD, 1985 apud GIDDDENS, 1991). É bem verdade que o modo como os seres humanos se relacionam ganharam novos sentidos e percepções com a inserção dos meios de comunicação, do surgimento dos computadores e consequentemente o acesso a internet e por fim das chamadas Redes Sociais de Internet. “As redes sociais representam uma nova tendência de partilhar contatos, informações e conhecimentos” (PATRÍCIO; GONÇALVES, 2010).

Esse novo meio de interação, agora online, permite que nos comuniquemos com pessoas das mais diversas nacionalidades, crenças, classe social, culturas, nível de escolaridade e o mais revolucionário, sem sequer sairmos do nosso quarto. Rosa e Santos (2013), vão assegurar que as tecnologias da informação e da comunicação -TICs colocaram novas condições para a produção dos sujeitos e de sentido de estar no mundo. Na rede (Internet) os indivíduos não encontram barreiras geográficas e esses uma vez possuindo uma conta em determinada Rede Social, podem ser aquilo que desejam ser. “Uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos: atores (pessoas,

(15)

instituições ou grupos; os nós da rede) e suas conexões (interações ou laços sociais)” (RECUERO, 2009.p. 22).

Para Levy, (1998) o ciberespaço surge como uma novíssima forma de se comunicar que supera qualquer existente até então. Para esse meio de interação não existe fronteiras ou distancias geográficas.

O ciberespaço é hoje o sistema com o desenvolvimento mais rápido de toda a história das técnicas de comunicação. Ao destronar a televisão, ele será provavelmente, desde o início do próximo século, o centro de gravidade da nova ecologia das comunicações. Mas as razões de um interesse mais próximo não são apenas quantitativas. O ciberespaço encarna um dispositivo de comunicação qualitativamente original que se deve bem distinguir das outras formas de comunicação de suporte técnico (LEVY, 1998, p.43).

Mesmo sendo uma realidade mundial o acesso dos indivíduos a internet e posteriormente a adesão desses às Redes Sociais. Poucos ainda são os trabalhos e estudos publicados acerca da temática, tendo em vista quão é crescente os números que dão conta dessas adesões a Internet e consequentemente as Redes Sociais.

Os estudos que dão conta de tal temática são ainda mais escassos quando nos referimos ao estado da Paraíba

A Paraíba, assim como outros Estados do Brasil e outros países do mundo, está experimentando essa revolução. O nosso Estado carece de estudos relacionados às novas tecnologias e, particularmente, sobre o fenômeno da cibercultura surgida com o advento das tecnologias digitais de informação e comunicação” (SILVA, 2009, p4).

O desenvolvimento de comunidades e redes sociais on-line é provavelmente um dos maiores acontecimentos dos últimos anos, sendo uma nova maneira de ‘fazer sociedade’. (ROSA; SANTOS, 2013).

O mundo pós-moderno nos força a sentir, pensar e agir de forma instantânea. O turbilhão de informações que temos acesso diariamente pelos meios de comunicação como rádio televisão, internet, etc. Por vezes nos deixam desnorteados e sem sabermos como agir. Contudo, essa nova era não nos permite estar de fora dessa “aldeia global”, caso contrário, estaremos fora de todo o social. Pois, como afirma (CASTELLS, 2009.p 98)

(16)

“...diferentemente de qualquer outra revolução, o cerne da transformação que estamos vivendo na revolução atual refere-se ás tecnologias da informação, processamento e comunicação”.

Antes de ir adiante, é importante salientar que desde o surgimento da internet no final da década de 1960 e inicio de 1970 até os dias atuais, provocou no mundo, e mais do que isso, a própria internet, constantes e profundas inovações que ocasionaram sua disseminação por todo o planeta. A mais recente e significativa mudança ocorreu na primeira década do milênio, quando é observada a abertura da web instrumental ou web 1.0 para a web social ou web 2.0. Nesse sentido a web 2.0 seria uma um aperfeiçoamento da web 1.0. Na era da web de caráter instrumental essa era usada necessariamente para coletar e disseminar informações, enviar e receber dados como sons, imagens e textos.

O ponto principal da Web 2.0 é o envolvimento de pessoas no processo de desenvolvimento. Ocorreu uma migração para a Web Social voltada para a colaboração, participação e descentralização. Desta forma, a Web passou de uma ferramenta para uma plataforma, que dá suporte ao desenvolvimento de inúmeros serviços e integração dos mesmos (MOREIRA; DIAS, 2009, p13).

A web social funciona fundamentalmente por um regime de trocas, de compartilhamento e de interação dos internautas com a rede e uns com os outros. Nesse sentido os usuários da rede têm acesso a um leque bem maior de possibilidades. A rede passa de um caráter menos utilitarista para um caráter mais colaborativo e participativo. Conforme afirmam Santos e Cypriano (2014), entra em cena uma nova web, a chamada Web.2. Essa diferentemente da Web1.0, vai proporcionar e requerer de seus usuários uma maior participação e interação. Em resumo, a chamada Web 2.0 só fará sentido se seus usuários desenvolverem uma cultura de participação e compartilhamento de seus cotidianos

Com efeito, a web 2.0, eventualmente chamada da segunda geração da internet, é basicamente caracterizada pela participação dos usuários, pela sua abertura para utilização e pelos efeitos de rede que produz. A participação se dá por meio de um sistema que estimula as relações, os compartilhamentos e as trocas entre os internautas, isto é, um sistema que incentiva a colaboração de quem quer que esteja disponível para entrar em interação com outros por intermédio da plataforma (SANTOS; CYPRIANO, 2014, p2).

(17)

Os celulares, smartphone, tablets, entre outros aparelhos intensificaram ainda mais a participação desses usuários, que desejam ficar cada vez mais conectados a sua rede de amigos e pares, informando-os daquilo que acontece consigo e ao seu redor e da mesma forma ficando inteirado daquilo que transcende seu território.

O celular passa a ser um “Teletudo”, um equipamento que é ao mesmo tempo telefone, máquina fotográfica, televisão, cinema, receptor de informações jornalísticas, difusor de e-mails e SMS7, WAP8, atualizador de sites (moblogs), localizador por GPS, tocador de música (MP3 e outros formatos), carteira eletrônica...Podemos agora falar, ver TV, pagar contas, interagir com outras pessoas por SMS, tirar fotos, ouvir música, pagar o estacionamento, comprar tickets para o cinema, entrar em uma festa e até organizar mobilizações políticas e/ou hedonistas (caso das smart e flash mobs). O celular expressa a radicalização da convergência digital, transformando-se em um "teletudo" para a gestão móvel e informacional do quotidiano. De médium de contato inter-pessoal, o celular está se transformando em um media massivo. (LEMOS, 2005, p. 6-7).

Meio a toda essa dinâmica informacional e de interação surge a rede social mais acessada do planeta até então, o Facebook.

Segundo afirmam (ROSA; SANTOS, 2013),” no decorrer de sua recente história, o Facebook enfrentou percalços para lograr estabelecer-se como o maior site de rede social do mundo”. A rede social criada em 2004 no interior da Universidade de Harvard, por um grupo de estudantes no qual um deles Mark Zuckerberg, hoje o maior acionista da rede rocial, foi criada inicialmente como uma ferramenta cadastral dos alunos da Universidade, em pouco tempo essa ferramenta ultrapassou os muros da universidade chegando aos quatro cantos do planeta.

Ainda segundo o site Tech Tudo que fala tudo sobre as novidades em internet, tecnologia, games entre outros, publicou uma matéria em outubro de 2014, onde o mesmo afirma que; “O Facebook mostra cada vez mais que faz jus ao título de “Maior Rede Social do Mundo” e mostra em números que realmente é a mais popular de todas: o site de Mark Zuckerberg atingiu 1,35 bilhão de usuários no segundo semestre de 2014, conforme o relatório divulgado pela rede social aos investidores”.

A rede social Facebook, tem como usuários pessoas de todo o mundo, de todas as faixas etárias, das mais diversas classes sociais. Estes usuários uma vez obtendo uma conta

(18)

nessa rede social podem fazer amizades, compartilhar fotos, vídeos, músicas, acontecimentos de seu cotidiano, compartilhar noticias, expressar o que pensam, sentem e desejam com pessoas de todo o mundo que também possuam uma conta nessa rede social. “Não é de se admirar que o Facebook contenha em seu nome o cerne de sua potencialidade: o de ser um livro de rostos onde cada um apresenta, de algum modo, sua face e onde todos podem ser apreciados em suas características singulares” (SANTOS; CYPRIANAO, 2014).

Recuero (2009) traz uma breve descrição do das varias possibilidades encontradas por aqueles que possuem uma conta na rede social Facebook.

O Facebook funciona através de perfis e comunidades. Em cada perfil, é possível acrescentar módulos de aplicativos (jogos, ferramentas, etc.). O sistema é muitas vezes percebido como mais privado que outros sites de redes sociais, pois apenas usuários que fazem parte da mesma rede podem ver o perfil uns dos outros. Outra inovação significativa do Facebook foi o fato de permitir que usuários pudessem criar aplicativos para o sistema. O uso de aplicativos é hoje uma das formas de personalizar um pouco mais os perfis ( BOYD; ELLISON, 2007 apud RECURO, 2009).

Cresce o número de usuários que se espalham pela superfície do planeta na medida em que aumenta a presença dessas redes na vida cotidiana deles (SANTOS; CYPRIANO, 2014).

Nesse sentido vale considerar o que realmente esses usuários dessa rede social desejam ao cadastre-se no Facebook. As motivações por vezes são variadas, contudo estudos comprovam que o mais comumente ocorre com os usuários do Facebook, é uma “negociação de identidade”, ou seja, dependendo do outro com quem eu interajo na rede social eu irei procurar a melhor maneira de me apresentar a esse. “Esse fenômeno, a nosso ver, pode gerar repercussões na subjetividade dos usuários, bem como nos sentidos e significados que eles atribuem a essas identidades. (ROSA; SANTOS, 2013).”

Para ter ideia da dimensão e do dinamismo dessa ferramenta de comunicação, o Facebook, seus operadores procuram conhecer os anseios e dificuldades que os usuários de cada pais em que ela ganha adeptos para assim conquistarem um público cada vez maior. “Na Alemanha, por exemplo, o Facebook tem um acordo com o principal provedor local

(19)

de e-mail para que as pessoas tenham facilidade em se registrar e entrar em contato com os amigos que contam em suas listas de endereço de e-mails” (KIRKPATRICK, 2011.p. 301). Pode-se afirmar que as redes sociais em especial o Facebook, são bastante envolventes e atrativas, pois para assegurar seguidores em todo o mundo, essa ferramenta só pode tratar de algo muito dinâmico. Perceber como ocorre essa dinâmica entre adolescentes parece algo mais desafiador ainda, tendo em vista que essa fase da vida do ser humano é na maioria das vezes marcada por transformações e tensões com o meio social.

(20)

3 ADOLECENTES E IDENTIDADE

Parece-me que os adolescentes são bem mais ativos e íntimos do mundo virtual do que os adultos. Eles estão sempre conectados ao mundo virtual e lidam de forma natural com as novas tecnologias que surgem diariamente no mercado mundial. A necessidade de está sempre acompanhando o que ocorre no mundo em termos de moda, lazer, jogos, músicas e os modos de se relacionar com o outro, é uma característica peculiar a essa fase da vida do indivíduo. Nessa perspectiva a internet, mais especificamente as Redes Sociais se estabelecem como algo muito comum na vida dos adolescentes, no sentido desses aderirem a essas de forma massiva.

Um estudo realizado pela Unicef intitulado ‘O uso da internet por adolescentes’ realizado com mais de dois mil adolescentes de todas as regiões brasileira e publicado em 2013, dentre muitas questões colocadas, perguntou aos adolescentes uma vez fazendo uso da internet, quais ferramentas os mesmos utilizavam. Na resposta dos adolescentes pesquisados a grande maioria respondeu que faziam uso das redes sociais.

Com alto potencial de interação, 85% dos adolescentes que utilizam a internet possuem perfil nas redes sociais. A plataforma mais utilizada é o Facebook (92%), seguida pelo Orkut (5%). A predominância do Facebook é menor em áreas rurais (88% Facebook e 10% Orkut) e nas classes D/E (81% Facebook e 18% Orkut). O uso do Twitter é praticamente nulo entre os entrevistados. (UNICEF, 2013, p27).

Outro estudo realizado pelo site TEC Kids Brasil e divulgado pelo site Terra no ano de 2014 ouviu crianças e adolescentes de nove a dezessete anos de idade mostrou que 79% dos pesquisados que tem acesso a internet mantêm contas em alguma rede social. Diante dessa constatação e percebendo que a “categoria” adolescente encontra-se inclusa nesse perfil, me chamou atenção pesquisar essa categoria em interação com a rede social Facebook, tendo em vista que a mesma é tida tanto no senso comum como em estudos científicos como, uma fase marcada por descobertas e conflitos.

Compreendida pela Psicologia como a fase que se inicia entre os 11 e 12 anos de idade e se estende até os 18, também conhecida como a ‘maior idade’ aqui no Brasil, a adolescência para a maioria dos indivíduos não se trata de um momento fácil. É nesse

(21)

momento da vida que profundas transformações acontecem tanto no corpo, como no psíquico do individuo. O amadurecimento sexual surge nessa fase, e pode ser percebida por características sexuais secundarias como o surgimento dos seios nas meninas e dos pelos pubianos tanto nas meninas como nos meninos. Com relação a parte mental são vários processos que desencadeiam em abstrações, ente outras capacidades.

[...] a adolescência — 11 ou 12 anos em diante [...] Neste período, ocorre a passagem do pensamento concreto para o pensamento formal, abstrato, isto é, o adolescente realiza as operações no plano das idéias, sem necessitar de manipulação ou referências concretas, como no período anterior. É capaz de lidar com conceitos como liberdade, justiça etc. O adolescente domina, progressivamente, a capacidade de abstrair e generalizar, cria teorias sobre o mundo, principalmente sobre aspectos que gostaria de reformular. Isso é possível graças à capacidade de reflexão espontânea que, cada vez mais descolada do real. A contestação é a marca desse período. [...] O livre exercício da reflexão permite ao adolescente, inicialmente, “submeter” o mundo real aos sistemas e teorias que o seu pensamento é capaz de criar. Isto vai-se atenuando de forma crescente, através da reconciliação do pensamento com a realidade, até ficar claro que a função da reflexão não é contradizer, mas se adiantar e interpretar a experiência (BOCK, et al, 1999, p.137-138).

A esse respeito os autores Santos, Xavier e Nunes (2009) trazem um quadro com visões de diversos autores acerca da adolescência. Esse quadro, porém divide-se em autores que veêm a adolescência como uma fase da vida do ser humano marcada por conflitos.

Stanley Hall: pioneiro no estudo da adolescência em 1904. Para ele a adolescência representava um momento critico no desenvolvimento humano, com tensões e conflitos entre os impulsos dos adolescentes e as demandas da sociedade. Anna Freud: o aumento de impulsos sexuais como consequências da maturação da puberdade torna essa fase marcada pela conduta impossível dos adolescentes e pela ambivalência na relação com os pais e com a sociedade. Arminda Aberastury e Mauricio Knobel: conflitos, rebeldia, idealismo e tensões são denominados como síndrome da adolescência normal (SANTOS; XAVIER; NUNES, 2009. p.113).

(22)

Existe também uma visão de que a adolescência é a fase de preparação para entrar no mercado de trabalho. Contudo sabemos que isso deixa estabelecida uma relatividade no tocante a idade, uma vez que este aspecto muito varia.

Por tudo isso, podemos concluir que fica difícil estabelecer um critério cronológico que defina a adolescência, ou um critério de aquisição de determinadas habilidades, como ocorre com o desenvolvimento infantil. Dá-se o nome de adolescência ou juventude à fase caracterizada pela aquisição de conhecimentos necessários para o ingresso do jovem no mundo do trabalho e de conhecimentos e valores para que ele constitua sua própria família. A flexibilidade do critério, que nos pode levar a categorizar alguém com vinte e cinco anos como adolescente e alguém com quinze como adulto [...] (BOCK, et al, 1999, p.388).

Isto é mais uma visão que encontramos acerca desta fase que intermédia a infância à vida adulta. Mas ainda é possível seguirmos e entendermos que alguns autores pautaram seus posicionamentos no que diz respeito à adolescência, com ênfase nos aspectos sociais.

Erik Erikson: em seu modelo de desenvolvimento, coloca os fatores sociais e culturais, antes da sexualidade. Enfatiza os novos papeis e as tarefas que a sociedade demanda dos jovens. Margaret Mead: seus estudos em Samoa foram emblemáticos para situar a diferença da adolescência entre as culturas. John Coleman: nos anos 1980 realizou uma ampla visão da literatura empírica sobre adolescência, concluindo que os dados disponíveis não permitem manter a ideia da adolescência como caracterizada pelo estresse e tensão (SANTOS; XAVIER; NUNES, 2009. p.113).

Os autores, porém chamam atenção para não nos prendermos a dicotomia dessas visões que restringe apenas ao biológico e ao social, mas sim devemos ver esse processo como algo complexo que envolve múltiplos fatores; físicos, psico-motor, emocional e social, que culminará no desenvolvimentismo do individuo. Nessa perspectiva os autores citam Piaget, Vygotsky e Wallon, onde os mesmos vão concordar “... esse desenvolvimentismo se processará na influencia de diversos fatores como maturação neurológica, exercício e experiência, interações sociais e mecanismos organizadores desses fatores como a equilibração, a apropriação/internalização e o conflito” (SANTOS, et al, 2009).

(23)

No que diz respeito as relações sociais, é possível entendermos que desde a família até os grupos e amigos os quais os adolescentes interagem, interferem em suas reflexões e até vocabulário, e ao mesmo tempo que quer ser independente, esbarra na realidade da real dependência.

Do ponto de vista de suas relações sociais, também ocorre o processo de caracterizar-se, inicialmente, por uma fase de interiorização, em que, aparentemente, é anti-social. Ele se afasta da família, não aceita conselhos dos adultos; mas, na realidade, o alvo de sua reflexão é a sociedade, sempre analisada como passível de ser reformada e transformada. Posteriormente, atinge o equilíbrio entre pensamento e realidade, quando compreende a importância da reflexão para a sua ação sobre o mundo real. Por exemplo, no início do período, o adolescente que tem dificuldades na disciplina de Matemática pode propor sua retirada do currículo e, posteriormente, pode propor soluções mais viáveis e adequadas, que considerem as exigências sociais. No aspecto afetivo, o adolescente vive conflitos. Deseja libertar-se do adulto, mas ainda depende dele. Deseja ser aceito pelos amigos e pelos adultos. O grupo de amigos é um importante referencial para o jovem, determinando o vocabulário, as vestimentas e outros aspectos de seu comportamento. Começa a estabelecer sua moral individual, que é referenciada à moral do grupo. Os interesses do adolescente são diversos e mutáveis, sendo que a estabilidade chega com a proximidade da idade adulta (BOCK, et al, 1999, p.138).

Podemos entender que a adolescência é uma fase de transição da vida, onde se deixa de ser criança e passa-se a ser jovem/adulto. Esse entendimento passa pelo que se estabelece em cada sociedade.

Há um paradoxo aqui. A sociedade obriga alguns jovens a se tornarem adultos muito cedo e, ao mesmo tempo, considera esse jovem adulto como adolescente. Então não temos a adolescência como uma fase definida do desenvolvimento humano, mas como um período da vida que apresenta suas características sociais e suas implicações na personalidade e identidade do jovem (BOCK, et al, 1999, p.391).

O pleno desenvolvimento intelectual do individuo se dá também nessa fase, assim como a ruptura com laços de dependência comuns na infância. Nesse momento os adolescentes se desprendem dos laços familiares e de seus modelos para busca de novos

(24)

modelos e identificação de novos grupos onde esses possam se encontrar como ser. A crise indetitária talvez seja o maior dilema que os adolescentes enfrentam.

Segundo E. Erikson (1902-1994), O estudo da identidade tornou-se tão central na nossa época quanto o da sexualidade na época de Freud”. Associando as abordagens psicanalítica e psicossocial, ele considera que a identidade apresenta duas fases: de um lado, o “sentimento consciente de especificidade individual”; de outro, o “esforço inconsciente tendendo a reestabelecer” (...) a solidariedade do individuo com as ideias do grupo (ERIKSON, apud, DORTIER, 2010, p. 6).

Tenho que admitir que descrever o que é ‘Identidade’ é algo muito complexo, pois a mesma pode ser compreendida a partir de diversas perspectivas, tanto religiosa, como politica, cultural, social, territorial, virtual entre outras. Para Castells (2006) a identidade pode ser entendida como um atributo cultural, elas são percebidas através das instituições sociais onde os indivíduos convivendo coletivamente reconhecem suas particularidades. “Identidades, por sua vez, constituem fontes de significado para os próprios atores, por eles organizadas, e constituídas por meio de um processo de individualização” (CASTELLS, 2006).

Nessa discurssão do que é identidade Mocellim (2008) traz a perspectiva de Sturt Hall do que é identidade na modernidade “Para Hall , as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo nascer novas identidades e fragmentando o individuo moderno, até aqui visto como sujeito unificado.” (MOCELLIM, 2008).

Identidade diz respeito a peculiaridades individuais, mesmo que isto faça referência ao coletivo que abarca o indivíduo. Nesta perspectiva de caractezação do “eu”, vemos como importante a fala de Carlos R. Brandão, antropólogo e educador, trazida por Bock:

Diz que a identidade explica o sentimento pessoal e a consciência da posse de um eu, de uma realidade individual que torna cada um de nós um sujeito único diante de outros eus; e é, ao mesmo tempo, o reconhecimento individual dessa exclusividade: a consciência de minha continuidade em mim mesmo. A referência do autor ao eu em oposição aos outros eus, leva-nos a considerar algo bastante importante: é em relação a um outro — diferente de nós — que nos constituímos e nos reconhecemos como sujeito único (BRANDÃO, 1986, p.38 apud BOCK, et al, 1999, p.391).

(25)

Ainda tentativa de estabelecer uma definição apropriada do conceito de identidade Hall disse;

Em meus trabalhos recentes sobre este tópico fiz uma apropriação do termo “identidade” que não é, certamente, partilhada por muitas pessoas e pode ser mal compreendida. Utilizo o termo “identidade” para significar o ponto de encontro, o ponto de sutura, entre, por um lado, os discursos a e as praticas que tentam nos “interpelar”, nos falar ou nos convocar para que assumamos nossos lugares como os sujeitos de discursos particulares e, por outro lado, os processos que produzem subjetividades, que nos constroem como sujeitos aos quais se pode “falar”. As identidades são, pois, pontos de apego temporário ás posições-de-sujeito que as praticas discursivas constroem para nós (HALL,1995. apud. SILVA, 2013. p. 111-112).

A questão da identidade é algo a considerar quando estamos tratando de adolescência, pois algumas características mudam nesta idade, mas a essência identitária parece permanecer. Neste momento, devido à consciência e capacidade critica e abstrativa que são desenvolvidas, conforme falamos acima, desencadeiam alguns conflitos entendemos como crise de identidade. Tudo isso faz parte das expressões e consolidação do “eu”!

Neste contexto, as expressões dos adolescentes que são reflexos dos elementos que constituem suas identidades são expressas através das redes sociais, inclusive no Facebook, gênero digital que faz parte deste estudo. Além disso, esta rede social se torna um meio de sociabilidade, e esta é essencial na adolescência.

(26)

4 TRILHAS E CAMINHOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

Exponho agora o trajeto que trilhamos na execução da pesquisa que originou esta monografia. Primeiramente é necessário descrever o lócus dessa pesquisa.

A presente pesquisa foi realizada na Escola Estadual Manoel Honorato Sobrinho da cidade de Coxixola, situada no Caríri Ocidental á 250km da capital da Paraíba, João Pessoa. Coxixola tem uma área de 169.878 (Km2) e uma população de aproximadamente 1.874 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2014. A população vive basicamente da agricultura familiar e criação de animais de pequeno porte, fora os que ocupam algum cargo do funcionalismo público.

A Escola Estadual Manoel Honorato Sobrinho foi escolhida como campo de pesquisa por se tratar de uma pesquisa com adolescentes, uma vez que esses se encontram em um bom número na escola, foi considerado que ali estaria bem representado os adolescentes do município. Nela pode-se realizar a pesquisa com adolescentes oriundos tanto da zona rural como urbana, bem como adolescentes de poder aquisitivo, crenças e realidades sociais distintas. A pesquisa foi realizada com adolescentes do 1°, 2° e 3° anos do Ensino Médio. Na referida escola pelo quantitativo de discentes existe apenas uma turma de cada série citada, nesse sentido foram pesquisados em apenas três turmas, e foram aplicados questionários, dos quais falaremos mais adiante.

É fundamental que as pesquisas científicas deixem claro a metodologia utilizada pelo pesquisador para chegar a tais resultados. Segundo Vieira (2009), “Nas Universidades, as pesquisas precisam ter objetivos compatíveis com pelo menos parte do conhecimento existente e obedecer a métodos consagrados” (VIEIRA, 2009, p. 04).

Para Richardson (2009), não devemos esquecer que o objetivo último das Ciências Sociais é o desenvolvimento do ser humano. Nesse sentido a pesquisa deve caminhar nessa direção objetivando de imediato a aquisição de conhecimento. Desse modo o objetivo da pesquisa pode ser variado como, por exemplo; resolver problemas, avaliar teorias existentes ou mesmo criar uma nova teoria. “Pesquisa científica é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos.” (RODRIGUES, 2007).

(27)

Em nosso caso, primeiramente fizemos leituras criteriosas acerca dos elementos propostos na temática. Tratou-se de um estudo de caráter mais exploratório em um primeiro momento. E com relação ao procedimento técnico podemos dizer que em seu início será feito um estudo bibliográfico, ou seja, nos debruçaremos sobre as produções existentes sobre a temática, aprofundando assim aquilo que já víamos estudando em momentos anteriores. Segundo Lakatos (2010), inicia-se antes da leitura, na escolha do tema e no plano de trabalho para depois vir a leitura propriamente dita e o fichamento, para assim partir em direção a analise, interpretação e redação.

No segundo momento, depois de estudar autores que tratam do assunto deste trabalho fomos a campo e através de questionário buscarmos saber sobre a questão das redes sociais, especificamente o Facebook e a relação com os adolescentes da cidade supracitada. O fato de irmos a campo pesquisar o fenômeno caracteriza também esta pesquisa como sendo de campo, pois segundo Severino (2007), nesta pesquisa há uma coleta de dados feita onde os fenômenos acontecem, ou seja, onde os atores pesquisados atuam.

Na presente pesquisa procuramos verificar se o fenômeno de adesão cada dia mais massivo de pessoas que criam um perfil na Rede Social Facebook, e que se configura na esfera global também se apresenta de forma relevante entre os adolescentes coxixolenses. Procurei verificar ainda a carga-horária diária que esses adolescentes dedicam ao Facebook e diante disso poder analisar o nível de importância e dedicação desses adolescentes para com essa ferramenta de comunicação e interação.

A comprovação ou não de determinadas hipóteses levantadas pelo pesquisador só pode ser verificada através da pesquisa. Nesse sentido volta-se uma especial atenção para o método utilizado. Assim sendo, dada ás circunstâncias da pesquisa, no que diz respeito a tempo e campo optei por uma pesquisa de caráter quantitativo e qualitativo. “Na pesquisa quantitativa, as informações são de natureza numérica. O pesquisador busca classificar, ordenar, ou medir as variáveis para apresentar as estatísticas, comparar grupos ou estabelecer associações” (VIEIRA, 2009). No que diz respeito à pesquisa de caráter Qualitativa a autora via que nessa “... o pesquisador busca, basicamente, levantar as opiniões, as crenças, o significado das coisas nas palavras dos participantes da pesquisa” (VIEIRA, 2009).

(28)

Em uma analise feita pelos autores Dalfovo, Lana e Silveira (2008), salientam de forma pertinente a diferença entre a pesquisa Quantitativa e a Qualitativa.

A pesquisa quantitativa pelo uso da quantificação, tanto na coleta quanto no tratamento das informações, utilizando-se técnicas estatísticas, objetivando resultados que evitem possíveis distorções de análise e interpretação, possibilitando uma maior margem de segurança;...A pesquisa qualitativa, por sua vez, descrevem a complexidade de determinado problema, sendo necessário compreender e classificar os processos dinâmicos vividos nos grupos, contribuir no processo de mudança, possibilitando o entendimento das mais variadas particularidades dos indivíduos (DALFOVO; LANA; SILVEIRA. 2008).

Goldenberg (2009), também reúne pareceres de diversos autores de renome a exemplo do sociólogo Max Weber para reforçar seu argumento acerca da pesquisa quantitativa e qualitativa.

Max Weber acreditava que se podia tirar proveito da quantificação na Sociologia, desde que este método se mostrasse fértil para a compreensão de um determinado problema, e não obscurecesse a singularidade dos fenômenos que não poderia ser capturada através da generalização. Como nenhum pesquisador tem condições de produzir um conhecimento completo da realidade, diferentes abordagens de pesquisa podem projetar luz sobre diferentes questões. É o conjunto de diferentes pontos de vista, e diferentes maneiras de coletar e analisar os dados (qualitativa e quantitativamente), que permite uma idéia mais ampla e inteligível da complexidade de um problema (GOLDENBERG, 2009, p. 61).

Par a o autor a pesquisa que adota a dualidade quantitativa e qualitativa, permite ao mesmo o cruzamento de dados em suas conclusões onde esse poderá ter maior confiança que seus dados não são produto de uma ou outra situação particular, uma vez que não é possível o conhecimento da totalidade por parte do autor. Quando me refiro que essa pesquisa tem caráter quantitativo e qualitativo, quero dizer que o questionário montado para a referida pesquisa está estruturado com questões tanto fechadas, ou seja, com alternativas para que os respondentes escolham a alternativa que melhor corresponde a sua realidade, bem como questões abertas onde os mesmos poderão expressar livremente suas opiniões.

(29)

Geralmente, os questionários cumprem pelo menos duas funções: descrever as características e medir determinadas variáveis de um grupo social. A informação obtida por meio de questionário permite observar as características de um individuo ou grupo. Por exemplo: sexo, idade, estado civil, nível de escolaridade, preferência política, etc. (RICHARDSON, 2009, p. 189).

Como foi citado anteriormente o questionário está estruturado em dez questões, sendo dessas sete questões fechadas e três questões abertas. Dessa forma o público pesquisado teve a oportunidade tanto de responder a questões de múltipla escolha, bem como ficaram a vontade para expressar de forma aberta suas opiniões e visões nas questões abertas. No que se refere às questões abertas trará as falas de alguns alunos. Deixo bem claro aqui que o sigilo da identidade dos mesmos será preservado, para tanto no momento de expor as falas dos entrevistados usarei nomes fictícios.

Dia onze de fevereiro do ano de 2015 cheguei ao meu campo de pesquisa, a Escola Estadual Manoel Honorato Sobrinho, onde na oportunidade fui recepcionado pelo diretor da escola com que eu tinha falado da pesquisa em conversa anterior e o mesmo autorizou a realização da pesquisa. Desse modo entreguei a solicitação ao diretor para que o mesmo a assinasse e me dirigi às salas de aula do 1°, 2° e 3º ano do Ensino Médio, onde na oportunidade li para os discentes o termo de consentimento livre e esclarecido e solicitei que os mesmos o entregassem a seus pais para que esses assinassem autorizando seu filhos a responder o questionário, tendo em vista que a maioria desses eram menores de idade.

No dia treze de fevereiro do mesmo ano retornei a escola para recolher os termos de consentimento e aplicar o questionário com os discentes das turmas pesquisadas. Após recolher os termos assinados pelos pais e responsáveis dos adolescentes distribui os questionários com aqueles que trouxeram os termos assinados. Em seguida li para os adolescentes todo o questionário e dei um tempo para que esses respondessem. Em resumo os respondentes foram bastante rápidos ao responder o questionário e não fizeram nenhuma pergunta.

Em seguida passei a tabular e analisar os dados levantados através dos questionário e tomando por embasamento a teoria estudada previamente na construção da fundamentação teórica deste trabalho. Os detalhamentos dos dados serão explicitados na seção a seguir.

(30)

5 OS IMPACTOS CAUSADOS PELO FACEBOOK, NA ROTINA DOS ADOLECENTES COXIXOLENSES

Antes de começar a analise dos dados é importante esclarecer alguns fatos referentes à pesquisa. A presente pesquisa foi feita com 26 (vinte e seis) adolescentes distribuídos nas turmas de 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio. O quantitativo de pessoas pode ser considerado baixo para a pesquisa, mas é importante atentar para alguns fatores como; o numero de alunos matriculados nas turmas pesquisadas é um número pequeno, desse modo o quantitativo não poderia ser alto. Somado a isso um número significativo de alunos se recusaram a responder o questionário, por fim a pesquisa foi realizada num período em que a escola e os alunos estavam em adaptação, ou seja a mesma se deu na primeira semana de aula, com isso alguns alunos deixaram de participar da pesquisa por não frequentarem a escola na primeira semana de aula ou por não terem realizado matricula ainda. Até momento em que essa pesquisa foi realizada a Escola Estadual Manoel Honorato Sobrinho contava com um total de 56 matriculas realizadas nas turmas do 1°, 2º e 3º ano do Ensino Médio regular.

O primeiro gráfico faz referência ao número de discentes de cada série que responderam ao questionário. Como podemos perceber no Gráfico 1, o quantitativo maior de respondentes se concentrou no primeiro ano do Ensino Médio, conferindo mais da metade dos respondentes, ou seja, 54% dos adolescentes pesquisados. Esse fato é justificável se levarmos em consideração que o numero de alunos matriculados no 1° ano do Ensino Médio é superior ao das turmas do 2° e 3° juntas.

Grafico 1 - Series dos pesquisados : Distribuição dos entrevistados pelo ano do Ensino Médio, que frequentavam na ocasião da pesquisa.

54%

31%

15%

1º ANO 2ºANO 3ª ANO Fonte: Construído com dados da pesquisa

(31)

O Gráfico-2 é referente ao número de respondentes do sexo masculino e do sexo feminino. Podemos perceber no mesmo que o número de respondentes do sexo feminino foi superior aos respondentes do sexo masculino. Esse dado é justificável se olharmos para matriculas realizadas nessas turmas. Nesse sentido iremos perceber que já nas matriculas o número de meninas matriculadas é superior ao número de meninos. Acentuando ainda mais esses números, temos que daqueles que se recusaram a responder o questionário a grande maioria era do sexo feminino.

Grafico 2 - Distribuição percentual por sexo dos entrevistados

35%

65%

MASCULINO FEMININO

Fonte: Construído com dados da pesquisa.

O Gráfico-3 traz o demonstrativo da faixa etária dos respondentes do questionário. Ao perguntar a idade dos respondentes o questionário trazia três intervalos de frequência, esses intervalos contemplam adolescentes de doze a dezoito anos de idade. Como podemos perceber o maior número de respondentes está concentrado na coluna do meio do gráfico, isso significa dizer que o intervalo que contempla os adolescentes do intervalo de 14 (quatorze) á 16 (dezesseis) anos se destaca em detrimento dos outros. Em resumo podemos dizer que o perfil predominante dos adolescentes que responderam ao questionário foram meninas com idade de quatorze a dezesseis anos e que estão no 1º ano do Ensino Médio.

(32)

Gráfico 3 - Distribuição etária dos entrevistados nas faixas de 12 a 14, 14 a 16 e 16, 18 anos.

Fonte: Construído com dados da pesquisa.

A primeira questão do questionário acerca das redes perguntava se os respondentes possuíam contas em alguma rede social, todos responderam que possuíam. Os adolescentes que alegaram não possuir nenhuma conta em redes sociais se omitiram prontamente a responder ao questionário. Ao passo em que fui distribuindo os termos de consentimento para os pais dos adolescentes, muito falaram que não iriam pegar pois não possuíam contas em Redes Sociais.

O Gráfico-5 traz o demonstrativo das contas em redes sociais nas quais os adolescentes alegaram possuir. A grande maioria dos adolescentes declararam possuir contas em mais de uma rede social. O Twitter e o Tumblr foram as redes sociais menos citadas pelos adolescentes pesquisados, correspondendo a apenas 3% cada um, da preferencia dos mesmos. Em seguida aparece o E-mail representando apenas 5% da respostas dos adolescentes que responderam ao questionário.

Empatados com 15% cada um, surgem o Instagram e o Whatsapp. Podemos perceber que as duas redes sociais geralmente são utilizadas por adolescentes que também aderiram o Facebook. A rede social Facebook aparece como a primeira colocada na preferencia dos adolescentes. Compreendendo uma fatia de 63% das respostas dos entrevistados desponta como a rede social mais utilizada pelos mesmos.

(33)

Grafico 4 - Distribuição percentual das opções de Redes Sociais pelos entrevistados

Fonte: Construído com dados da pesquisa.

Perguntado com que frequência os adolescentes acessavam suas redes sociais, como está representado no Grefico-5, a maioria dos alunos que responderam ao questionário disseram que acessavam suas contas diariamente. O quadro a seguir traz a representação das respostas dos adolescentes a essa indagação. Do total de 26 entrevistados, treze responderam que acessavam suas contas todos os dias, ou seja, 50% dos adolescentes têm acesso diário as redes sociais. O restante dos adolescentes somaram 50% que se dividiram em sete que responderam acessar suas contas mais de uma vez por semana, quatro que afirmaram acessar suas contas apenas uma vez na semana e dois adolescentes optaram pela opção ‘outros’ que foi uma opção de resposta a questão caso as outras dadas não contemplassem a resposta dos alunos.

(34)

Grafico 5 - Frequência de acesso dos entrevistados à Rede Social Facebook 0 2 4 6 8 10 12 14

1 vez por semana Mais de uma vez por semana

Todos os dias da semana

Outros Fonte: Construído com dados da pesquisa.

A pergunta exposta no Grafico-6, afunilava ainda mais essa questão do tempo de dedicação dos adolescentes à suas redes sociais, em especial o Facebook. Perguntados quanto tempo em horas diárias os adolescentes passavam acessando suas contas o cenário foi o seguinte: 42% dos adolescentes responderam que dedicam menos de uma hora diária a suas redes sociais. As opções, ‘mais de uma hora diária’ e a opção ‘mais de três horas diárias’, ficara empates com 23% das respostas dos adolescentes. Por fim temos a alternativa ‘uma hora diária’, que ficou com 12% das respostas dos adolescentes.

É interessante perceber se fizermos um comparativo desse gráfico com o último, que apesar da maioria dos adolescentes terem respondido que acessavam suas contas nas redes sociais todos os dias da semana, esses não passam muito tempo acessando. De acordo com os mesmos, eles dedicam menos de uma hora diária as redes sociais.

(35)

Gráfico-6: Tempo diário de acesso dos entrevistados à Rede social Facebook

Fonte: Construído com dados da pesquisa.

O Gráfico-7 ilustra a resposta dos adolescentes no que diz respeito aos aparelhos utilizados pelos mesmos para acessar suas contas nas redes sociais. A grande maioria dos adolescentes responderam que acessavam suas contas por celulares próprios. O restante das alternativas receberam pequenas porcentagens se comparada a mais escolhida. Por exemplo, o que chamou atenção nesses dados é que bem pouco tempo atrás a maioria das pessoas acessavam a internet apenas por computadores, e muitas pessoas não dispunham de recursos para possuírem um computador, desse modo recorriam a Lan houses.

Parece-me que com a chegada da telefonia móvel na cidade de Coxixola e consequentemente a popularização dos celulares provocou um esvaziamento nas Lan houses da cidade. Faço menção a tal fato tendo em vista que sou nativa da cidade pesquisada e lembro-me que cerca de cinco anos atrás aqueles que possuíam contas em Redes Sociais acessavam apenas nas Lan houses, poucos eram aqueles que possuíam computadores para poderem acessar de suas residências.

Como já visto anteriormente a web.2.0 tem como característica a participação, interação e colaboração massiva dos indivíduos com a mesma, desse modo é interessante que essa interação entre individuo e rede seja a mais frequente possível. Nesse sentido os

(36)

celulares que possuem recursos de acesso a internet ganha cada dia mais espaço no mercado, especialmente entre os adolescentes que cada dia mais desejam estar atualizados com as novidades e tecnologias dos mercados.

Grafico-7: tipo de aparelho utilizado pelos entrevistados para acessarem suas Redes Sociais

Fonte: Construído com dados da pesquisa.

Os Graficos 8 e 9 ilustrarão questionamentos referentes exclusivamente à rede social Facebook, pois como mesmo sugere o titulo do trabalho, o foco do mesmo é perceber os impactos do Facebook na rotina desses adolescentes.

Perguntado qual o interesse dos adolescentes pesquisados em possuir uma conta na rede social Facebook, 46% dos respondentes disseram seus interesses são fazer novas amizades. Em segundo lugar aparece a alternativa ‘ficar informado’, com 31% do interesse dos adolescentes. Por fim temos ‘relacionamentos’ com 15% do interesse dos adolescentes e ‘outros’ com 8%. A opção ‘exposição pessoal’, não pontuou.

De acordo com as respostas dos adolescentes pesquisados, parece-me que o interesse dos mesmos se concentra em fazer novos amigos, contudo “é pouco provável que esses adolescentes possuam uma conta em qualquer que seja a rede social com o intuito

(37)

apenas de fazer amigos”. Embora essa seja o proposito mais aparente de qualquer rede social, pois sem “amigos” o indivíduo que possui uma conta não teria com quem interagir e partilhar seus momentos.

Outra questão interessante de ser observada, é que a alternativa ‘exposição pessoal’ não foi escolhida por nenhum daqueles que responderam ao questionário. Isso é bastante curioso, pois como vimos no decorrer do trabalho as redes sociais estão inseridas na chamada web.2.0, que se caracteriza por uma troca constante de informações. As redes sociais são o maior exemplo disso, na medida em que você compartilha uma foto, uma musica uma opinião ou uma simples curtida, ali esta intrínseca uma opinião sua, um valor, um gosto, desse modo ao realizarmos qualquer atividade desse tipo estamos nos expondo. Talvez os adolescentes não tenham optado por essa alternativa por terem entendido essa “exposição” como algo comparado a mercadoria e isso é difícil de admitir. Contudo se pararmos para pensar as redes sociais funcionam como um “mercado” de fato, onde as pessoas fazem diariamente a propaganda de si mesmas.

Grafico 8 - Distribuição percentual dos motivos pelos quais os entrevistados afirmamter interesse no Facebook

Fonte: Construído com dados da pesquisa.

O Gráfico-9 representa a resposta dos adolescentes no tocante do que mais lhes atrai na rede social Facebook. Dadas às opções grande parte dos adolescentes respondeu

(38)

que a ‘interação’ que o Facebook possibilita é o que mais lhe atrai. ‘As possibilidades’ ficaram com o 27% na opinião dos adolescentes, seguida da ‘praticidade’ com 19%, ‘designer’ com 8% e ‘dinamismo’ com 4%.

Grafico 9 - distribuição percentual da opinião dos entrevistados quanto o que mais lhes atrai no Facebook

Fonte: Construído com dados da pesquisa.

O Grafico-10 representa as respostas dos adolescentes no que diz respeito ao grau de importância que esses dão a rede social, Facebook. Essa questão foi colocada com o intuito de compreender se esses adolescentes aderiram a tal rede social por mero modismo, ou se esses realmente gostam de possuir uma conta em uma rede social seja para fazer novas amizades, seja para ficar informado, relacionamentos, enfim, se esses adolescentes acham o Facebook significativo em seu dia a dia.

As respostas dos adolescentes foram as seguintes: 35% dos respondentes afirmaram possuir uma conta na rede social Facebook e acessar a mesma diariamente. Outros 27% responderam que possuem e acessam com certa frequência, ou seja, esses respondentes possuem a conta, mas faz uso da mesma todos os dias. Com 23% encontram-se aqueles que não se imaginam mais sem o Facebook e 15% disseram que possuem a conta, mas é muito raro acessa-la. A opção ‘tenho, mas nunca acesso’ não pontuou.

(39)

Grafico 10 – Distribuição percentual da opinião dos entrevistados sobre a importância do Facebook para si

Tenho, mas nunca acesso 0% Tenho, mas raramente acesso 15% Tenho e acesso com certa frequência 27% Tenho e acesso diariamente 35% Não me imagino mais sem acessar o

Facebook 23%

Fonte: Construído com dados da pesquisa.

Nas questões abertas foi colocado se ao possuir uma conta na rede social Facebook o adolescente deixou de realizar alguma atividade que antes de possuir tal conta gostava de fazer. Para 92% dos adolescentes, possuir uma conta no Facebook não mudou em nada suas rotinas, tudo que esses realizavam antes, continuam fazendo da mesma forma após criarem seus perfis. Apenas 8% dos respondentes admitiram que ao criar uma conta no Facebook suas rotinas foram alteradas. Segundo esses ao criar essa conta eles não estudam mais como acontecia antes.

Nesse momento é interessante atentarmos para esses dados, na medida em que esses adolescentes responderam em questões anteriores que acessavam suas contas diariamente, que não mais se imaginavam sem Facebook e que dedicavam mais de três horas por dia a rede. Mesmo que essas respostas não tenha partido da maioria dos respondentes é interessante perceber que partiu de um percentual considerável dos adolescentes. Desse modo alguns adolescentes foram contraditórios em suas respostas, pois como é possível você de uma hora para outra passar a dedica mais de três horas a determinada atividade e responder que isso não alterou sua rotina? O que esses

(40)

adolescentes faziam nessas três horas que agora passaram a dedicar ao Facebook? Seriam esses adolescentes ociosos e com a chegada das redes sociais esse tempo ocioso foi preenchido?

Essa questão exige ser analisada com bastante cautela, pois a partir dessas respostas podemos pensar algumas possibilidades. Uma dessas possibilidades que surge nesse momento é a de que esses adolescentes possam estar negando serem afetados por esse processo que se configura em âmbito mundial. Da mesma forma esse adolescentes podem estarem tão envolvidos com a dinâmica das redes sociais que nem se dão conta de quão viciante é esse processo.

Grafico 11 - Distribuição percentual dos entrevistados que declararam deixar ou de realizar alguma atividade por causa do Facebook

Fonte: Construído com dados da pesquisa.

O Gráfico- 12 abaixo representa as respostas dos adolescentes mediante o questionamento em que perguntava se o comportamento desses perante parentes e amigos foi alterado após sua inserção no mundo das redes sociais. 88% dos adolescentes responderam que não. Para esses seus comportamentos continuam o mesmo. O restante dos alunos que responderam ao questionário representam 12%, esses responderam que sim, suas rotinas foram alteradas sim após sua inserção no mundo das redes sociais.

(41)

Segundo os adolescentes João e Maria o dialogo e atenção com suas famílias não mais acontecem como outrora, segundo eles o tempo que tem a mais em seus dias é dedicado as redes sociais.

JOÃO- “Raramente nós conversamos entre familiares e amigos como antigamente, pois todo o tempo disponível é voltado para as redes sociais”.

MARIA- “As vezes nós adolescentes dedicamos a maior parte do tempo nas redes sociais do que com nossas famílias mesmo”.

Grafico 12 - Distribuição percentual da opinião dos entrevistados sobre sua mudança de comportamento perante familiares e amigos.

Fonte: Construído com dados da pesquisa.

Diante do que foi exposto e das observações feitas durante todo o processo de coleta dos dados algumas considerações devem ser feitas. Confesso que os dados me surpreenderam no tocante que as respostas dos adolescentes pesquisados derrubaram algumas hipóteses por mim formuladas. Como vimos no decorrer do trabalho a partir da

(42)

literatura aqui exposta que às redes sociais invadiram literalmente a vida, o cotidiano e roubaram o tempo das pessoas. Vimos também que esse fenômeno se configura segundo autores Recuero, (2009), Castells, (1999), Rosa e Santos, (2013) como um fenômeno mundial em constante expansão.

Os dados coletados entre os adolescentes do 1º, 2º e 3º ano da Escola Manoel Honorato Sobrinho da cidade de Coxixola em um primeiro momento parecem não se aplicar fenômeno crescente da adesão dos adolescentes as redes sociais, visto em toda a literatura aqui exposta, contudo é importante atentar para algumas questões como que estão além daquilo que os dados produziram. Giddens citando o autor norte-americano Millis, vai dizer que o sociólogo depende da imaginação sociológica do autor. “A imaginação sociológica, acima de tudo, exige de nós que pensemos fora das rotinas familiares de nossas vidas cotidianas, a fim de que os observemos de modo renovado” (GIDDENS, MILLIS, 1970 apud GIDDENS, 2005.p. 24).

Como podemos observar nas respostas dos adolescentes pesquisados, a rede social Facebook dispara em índice de popularidade entre os pesquisados. Esses dados comungam com os dados apresentados em nossa bibliografia, onde os mesmos apontam o Facebook como a rede social mais acessada do planeta. Como pudemos ver nos gráficos a grande maioria dos adolescentes possuem contas em mais de uma rede social, dentre essas contas encontra-se o Facebook como predominante na resposta do adolescentes coxixolenses.

A questão da grande maioria dos adolescentes pesquisados terem respondido que acessavam suas contas de celulares próprios fazem-nos pensar no primeiro impacto causado por essas redes sociais na rotina desses adolescentes. Se o interesse desses adolescentes fosse apenas de possuir um celular para fazer ligações, os aparelhos usados por esses seriam aparelhos simples. Como os pesquisados responderam que acessavam seus perfis de redes sociais dos celulares, presume-se que um aparelho celular simples não possui tecnologia suficiente para conectar a essas redes. A questão aqui é perceber que esse fator de certa forma produziu uma necessidade na rotina desses adolescentes que antes não existia, ou seja, a necessidade de possuir um aparelho moderno e multifuncional que antes não se fazia necessário.

No que se refere à posição de negação desse processo na rotina dos pesquisados podemos considerar as respostas de um pequeno percentual que admitiu ter, com a adesão as redes sociais não estudar mais como antes para colocarmos aqui outro índice interessante que é o de aprovados no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, no ano

Referências

Documentos relacionados

João Dantas, 2º Classificado no campeonato da Europa Surf Júnior, Longboard Sub18 Madalena Guerra, 3º Classificada no campeonato da Europa Surf Júnior, Bodyboard

Como já vimos anteriormente, vivemos tomando decisões e podemos ou não seguir as etapas acima, mas o estudo dessas fases e de como as decisões são tomadas pode contribuir para que

It is not to be regarded as investment research, or investment advice, a sales prospectus, an offer or solicitation of an offer to enter in any investment activity, to buy or sell

Isto realmente será importante para um bom gerenciamento clínico destas mulheres, mas também para pesquisas na área, particularmente em áreas que ainda não foram exploradas –

Nessa edição, apresentamos um número da revista com artigos voltados para Linguística, Língua Brasileira de Sinais e educação de Surdos, bem como Ensino e Aprendizagem

Mas como a distância entre os corpos celestes também é grande, pode levar um bom tempo para que a luz da estrela chegue até nós.. Isso quer dizer que a luz dessa

Como proprietário de um OHRV-EVAP, você também deve estar ciente que a Polaris poderá recusar a cobertura de sua garantia caso seu OHRV-EVAP ou uma peça falhe devido a

• Consulte o guia de instalação do sistema e os desenhos Lutron para conhecer as limitações e restrições de fiação do cabo de alimentação de energia e cabo de dados (link