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A utilização da fração mínima de parcelamento como instrumento de gestão territorial

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC CENTRO TECNOLÓGICO - CTC. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL - PPGEC ÁREA: CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO. A UTILIZAÇÃO DA FRAÇÃO MÍNIMA DE PARCELAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL. VALFLAN RIBEIRO HONÓRIO. Florianópolis, 10 de novembro de 2006..

(2) UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC CENTRO TECNOLÓGICO - CTC. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL - PPGEC ÁREA: CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO. A UTILIZAÇÃO DA FRAÇÃO MÍNIMA DE PARCELAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL. Dissertação submetida à Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial exigido pelo Programa de PósGraduação em Engenharia Civil - PPGEC, para obtenção do titulo de Mestre em Engenharia Civil. VALFLAN RIBEIRO HONÓRIO. Florianópolis, 10 de novembro de 2006.

(3) ii. A UTILIZAÇÃO DA FRAÇÃO MÍNIMA DE PARCELAMENTO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL. VALFLAN RIBEIRO HONÓRIO. Dissertação julgada adequada para a obtenção do titulo de Mestre em Engenharia Civil e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - PPGEC da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.. _________________________________________ Prof. Dr. Glicério Trichês Coordenador do PPGEC. _________________________________ Prof. Dr. Carlos Loch - Orientador Comissão Examinadora: ________________________________________ Prof. Dr. Carlos Loch - Moderador - ECV/UFSC _________________________________ PhD. Ivan Luiz Zilli Bacic - EPAGRI/SC __________________________________________ Prof. Dr. Ing. Jürgen Wilhelm Philips - ECV/UFSC _____________________________________ Prof. PhD. Roberto de Oliveira - ECV/UFSC.

(4) iii. Dedico este trabalho ao meu pai, Virgínio e a minha mãe, Francisca (ambos em memória); por tudo que fizeram juntos, enquanto foi possível, e ainda fazem por nós. Dedico também aos meus filhos, Danielle, Dijeanne e Daniel e à minha esposa e companheira Sonia.

(5) iv AGRADECIMENTOS. É sempre muito difícil elencar e agradecer a todos que direta e indiretamente tiveram participação na realização deste trabalho. Com certeza cometeremos algumas injustiças por não identificar e agradecer a todos. Mas, não posso deixar de correr esse risco e agradecer a alguns em particular. Ao prof. Dr. Carlos Loch, pela orientação competente dedicada e por todas as sugestões indispensáveis ao desenvolvimento do trabalho; Um agradecimento especial aos professores, colegas e funcionários da UFSC, que muito me ajudaram a enfrentar esses anos, nos quais dividimos nosso tempo entre as salas de aulas, orientações e pesquisas, e as atividades orientadas para o estudo e investigações em campo necessárias para a realização da dissertação; Agradeço a Fundação de Amparo à Pesquisa Científica e Tecnologia – FAPESC e aos amigos Adermo Francisco Crispim, José da Silva Felix e Valmir Francisco Comim, pela ajuda financeira para realização de trabalhos de campo. Aos colegas de trabalho Ana Lúcia Lazarin Coutinho, Doroteu Anacleto Martins. Rita de Cássia Pereira Mafra e Walquírio Ponce Junior pelo apoio técnico e incentivo. Aos amigos Edson Osni da Rosa, Geraldo da Silva Felix (em memória), Gilmar Pedro Teixeira, Humbermário Dantas da Silva, Luciano Moura, Marcelo Capurro Gazzapina pelo apoio, incentivo, companheirismo, amizade, paciência, compreensão; Quero agradecer, ainda, a todas as instituições visitadas e pessoas que me receberam em entrevistas, às vezes longas, até mesmo em horários de trabalhos, como os extensionistas da EPAGRI, das Secretarias de Agricultura e de empresas particulares; os cartorários e aos proprietários de imóveis rurais, pois sem essa gentileza eu não poderia ter os conhecimentos necessários para escrever o que escrevi. É para Sonia, no entanto, meu maior agradecimento, por ela fazer parte da minha vida..

(6) v. “ Nenhum povo prospera se não aprende que há tanta dignidade em cultivar o campo como em compor um poema.” (Martin Luther King).

(7) vi. SUMÁRIO. 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS...................................................................................1 1.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 1 1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................................... 2 1.3 OBJETIVOS..................................................................................................................................................... 4 1.3.1 Objetivo Geral ...................................................................................................................................... 4 1.3.2 Objetivos Específicos ............................................................................................................................ 4. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................5 2.1 FRAÇÃO MÍNIMA DE PARCELAMENTO ........................................................................................................... 5 2.2 COMPARAÇÃO DE DIREITOS .......................................................................................................................... 7 2.3 OUTROS TRABALHOS ENCONTRADOS SOBRE O TEMA ................................................................................... 8 2.4 IMÓVEL RURAL ........................................................................................................................................... 14 2.5 PARCELAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS .......................................................................................................... 15 2.5.1 Histórico ............................................................................................................................................. 16 2.6 FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE ............................................................................................................. 17 2.6.1 Breve Histórico da Função Social da Propriedade. ........................................................................... 18 2.7 PROPRIEDADE FAMILIAR ............................................................................................................................. 22 2.8 MÓDULO RURAL ......................................................................................................................................... 22 2.9 MÓDULO FISCAL ........................................................................................................................................ 23 2.10 REFORMA AGRÁRIA .................................................................................................................................. 24 2.10.1 Histórico ........................................................................................................................................... 24 2.11 CADASTRO ................................................................................................................................................ 26 2.12 CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO .................................................................................................. 27 2.13 CADASTRO TÉCNICO RURAL ........................................................................................................... 29. 3 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................31 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................48 4.1COMENTÁRIOS GERAIS ................................................................................................................................. 48 4.2 CADASTRO RURAL NOS MUNICÍPIOS VISITADOS ......................................................................................... 58. 5 CONCLUSÕES ......................................................................................................61 6 RECOMENDAÇÕES..............................................................................................65 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................67 ANEXOS ...................................................................................................................72.

(8) vii. LISTA DE FIGURAS. FIGURA 1 - ZONAS AGROECOLÓGICAS DO ESTADO. .......................................33 FIGURA 2 - MAPA GERAL COM ZONAS AGROECOLÓGICAS E MUNICÍPIOS VISITADOS ...............................................................................................................36 FIGURA 3 - ZONA AGROECOLÓGICA 1 - A ...........................................................37 FIGURA 4 - ZONA AGROECOLÓGICA 1- B ............................................................38 FIGURA 5 - ZONA AGROECOLÓGICA 2 – A...........................................................39 FIGURA 6 - ZONA AGROECOLÓGICA 2 – B..........................................................40 FIGURA 7 - ZONA AGROECOLÓGICA 2 – C .........................................................41 FIGURA 8 - ZONA AGROECOLÓGICA 3 – A...........................................................42 FIGURA 9 - ZONA AGROECOLÓGICA 3 – B.........................................................423 FIGURA 10 - ZONA AGROECOLÓGICA 3 - C ........................................................44 FIGURA 11 - ZONA AGROECOLÓGICA 4 – A........................................................45 FIGURA 12 - ZONA AGROECOLÓGICA 4 – B........................................................46 FIGURA 13 - ZONA AGROECOLÓGICA 5 .............................................................47 FIGURA 14 - PERCENTUAIS DAS RESPOSTAS DA PERGUNTA 4. .....................56.

(9) viii. LISTA DE QUADROS. Quadro 1 – Percentual de respostas do questionário dos proprietários de imóveis por Microrregião. ..................................................................................49 Quadro 2 - Percentual de respostas do questionário dos extensionistas por Microrregião. ...........................................................................................53.

(10) ix. LISTAS DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES. ACARESC. -. Associação de Crédito e Assistência Rural de Santa Catarina. CCIR. -. Certificado de Cadastro de Imóveis Rurais. EPAGRI. -. Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina. FMP. -. Fração Mínima de Parcelamento. IBRA. -. Instituto Brasileiro de Reforma Agrária. INCRA. -. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. INTERMAT. -. Instituto de Terras do Mato Grosso. IPTU. -. Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana. ITR. -. Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural. ONGS. -. Organizações Não Governamentais. SEAGRI. -. Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia. SNCR. -. Sistema Nacional de Cadastro Rural. SRF. -. Secretaria da Receita Federal. UMC. -. Unidade Municipal de Cadastramento. ZTM. -. Zona Típica de Módulo.

(11) x. RESUMO. O conceito de Fração Mínima de Parcelamento foi criado com o advento da lei 5.868/72, permitindo que o imóvel rural seja dividido em áreas abaixo do módulo rural. Segundo a citada lei, Fração Mínima de Parcelamento é a área mínima fixada para cada município, que se pode desmembrar, para constituição de um novo imóvel rural, desde que o imóvel original permaneça com área igual ou superior a área mínima desmembrada. Esta dissertação buscou caminhos alternativos para a legalização, através do registro cartorial e cadastramento de imóveis abaixo da Fração Mínima de Parcelamento, no estado de Santa Catarina, oriundos de desmembramentos indiscriminados, muitos deles realizados sem observação da legislação vigente, ocorridos do início da década de 60 até os dias atuais. Foram visitados 112 (cento e doze) municípios divididos em 11 (onze) zonas agroecológicas. Em 105 (cento e cinco) desses municípios foram entrevistados no mínimo 3 (três) proprietários rurais por municípios. Após análise da situação encontrada em campo foi sugerido o cadastramento no INCRA e registro cartorial daqueles considerados produtivos, viáveis economicamente. A lei 4504, conhecida como o estatuto da terra, dispôs que nenhum imóvel rural poderá ser desmembrado em área inferior à do módulo de propriedade rural de forma a se tornar economicamente inexplorável e improdutivo. O procedimento de legalização desses imóveis se justifica pelo fato de muitos serem produtivos e outros apresentarem condições de conseguirem uma grande produtividade alcançando bons rendimentos, com o uso adequado do solo e auxílio técnico de órgãos especializados. Sugere também que a legalização e o controle do tamanho desses imóveis sejam feito pelos municípios que definirão um tamanho ideal adequado, realizando também um cadastramento rigoroso georreferenciado. Esta atitude irá contribuir para um bom gerenciamento do espaço rural, controlando o meio ambiente, diminuindo o êxodo rural e consequentemente o inchaço territorial ocasionado pela migração de agricultores para os centros urbanos. Provavelmente se a Fração Mínima de Parcelamento não tivesse área inferior à do módulo rural, porém às vezes ela a tem, o problema de divisão de imóveis rurais não fosse solucionado, seria diminuído, eliminando assim a possibilidade de surgimento de minifúndios improdutivos e à formação de habitações subnormais, como favelas no meio rural.. Palavras chaves: Imóveis rurais, Legalização, Fração Mínima de Parcelamento..

(12) xi. ABSTRACT. The concept of Minimum Fraction of Land Plots was created with the advent of law 5,868/72 that allowed the agricultural property to be divided in areas below of the agricultural module. According to this law, the Minimum Fraction of Land Plots is a minimum area determined for each municipality, that can be separated, for the constitution of a new property, but the original property must remain with the same area or even superior than that. This dissertation searched for alternatives for the legalization through the cadastre in public agencies and registry offices of properties below of the Minimum Fraction of Land Plots, in Santa Catarina State, originated for indiscriminate land plots, of which, most were performed without observation of the actual legislation, from the beginning of the sixties until the current days. It was visited 112 (one hundred and twelve) municipalities divided in 11 (eleven) agroecological zones. In 105 (one hundred and five) of those municipalities at least 3 (three) farmers for each municipality were interviewed. After the analyses of the situation on the field it was suggested the cadastre in INCRA and the official registry of those that are considered as economically productive. The law 4504, known as the land statute, states that none agricultural property could be divided in an area smaller than the module rural property to become economically unproductive. The procedure of legalization of those properties is justified by the fact that many are productive and others with entire conditions to obtain positive results with an adequate land use and support from specialized government organizations. It is also suggested that the legalization and control of the size of those properties can be done on the municipals that will define an adequate size, performing also a sound georeferenced cadastre. This attitude will contribute for a positive management of the rural territory, controlling the environment, decreasing the agricultural exodus and, therefore, the territorial overload caused by the migration of farmers to urban centers. Probably, if the Minimum Fraction of Land Plots did not have area smaller than the agricultural module, what happens sometimes, the problem of division of agricultural property would not be solved, it would be diminished, eliminating the possibility of originate unproductive small farms and the formation of subnormal habitations, as slum quarters in the rural environment.. Key-words: Agricultural property, Legalization, Minimum Fraction of Land Plots.

(13) 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS. 1.1 Introdução. A Fração Mínima de Parcelamento(FMP) é a menor área em que um imóvel rural, num dado município pode ser desmembrado. Nenhum imóvel rural poderá ser desmembrado ou dividido em área de tamanho inferior à do módulo rural calculado para o imóvel ou da Fração Mínima de Parcelamento, prevalecendo a de menor área. Ao ser parcelado o imóvel rural, para fins de transmissão a qualquer título, a área remanescente não poderá ser inferior a Fração Mínima de Parcelamento. Criada em 1972 através da lei 5868 em seu artigo 8º, como instrumento de limitação física de imóvel rural em termos de transmissão, a FMP, desde sua criação, proíbe o registro cartorial e cadastramento no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária(INCRA) de imóveis com áreas abaixo de 2 e 3 hectares, dependendo do município, no estado de Santa Catarina. Esta lei até hoje não passou por nenhuma modificação, estando em descompasso com o regime econômico de possibilidades de exploração, hoje muito rico em alternativas de produção, até mesmo para pequenos imóveis rurais. A partir de observações realizadas no desempenho das atividades cadastrais, entre elas, análise de formulários, fiscalização e cadastro de imóveis rurais, observou-se a busca constante de detentores de propriedades abaixo da FMP em legitimá-las no INCRA, bem como, a luta de cartorários em regulamentar alguns desses imóveis já registrados equivocadamente em seus cartórios. A presente dissertação levantou a realidade dos imóveis rurais abaixo da Fração Mínima de Parcelamento, não cadastrados no INCRA, no estado de Santa Catarina verificando o que produzem e as dificuldades encontradas por seus possuidores no tocante a legalização do imóvel, produção e comercialização de seus produtos. Este trabalho propõe a adoção de critério de registro e cadastro de imóveis, incluindo os imóveis produtivos abaixo da fração mínima de parcelamento, que possuam viabilidade econômica, boa produtividade e mercado para os produtos gerados, com escoamento e destinação certa dos dejetos que possam ser gerados, conservando o meio ambiente; fazendo com que seus proprietários, possam usufruir dos direitos e benefícios disponibilizados pelas diversas formas de governo, como pesquisas específicas, créditos.

(14) 2 agrícolas, e assistência técnica indispensável para sua produção e fixação do homem no campo. O Cadastro Técnico Multifinalitário Rural – CTMR é imprescindível para o conhecimento rigoroso da área rural, formado por mapa fundiário e diversos mapas temáticos que possibilitam a análise integrada das informações, permitindo que se dê orientação mais consistente ao agricultor, quanto ao melhor aproveitamento de suas terras para produção agrícola. A implantação do CTMR nos municípios será uma ferramenta importante que auxiliará na gestão dos imóveis abaixo da FMP, através do controle territorial e ambiental, detectando transmissões de domínio, analisando e encontrando soluções para as mudanças ocorridas na paisagem rural do município. O estudo do espaço agrário é um desafio, pois abrange uma série de questões históricas (modo de colonização), econômicas (modo de produção), sociais, e culturais.. 1.2 Justificativa A investigação que serviu de base a esta dissertação foi fortemente motivada pela intenção de compreender mais profundamente fatos e agitações que tivemos oportunidade de presenciar no desenvolvimento cotidiano do setor de cadastro rural do Incra no estado de Santa Catarina. No papel de servidor público, após observação de um grande número de proprietários de imóveis rurais abaixo da FMP, em busca de uma solução para registrá-los em cartórios e cadastrá-los no INCRA, foi verificada a necessidade de conhecer e estudar estes imóveis, no sentido de saber o que eles produzem a maneira de produzir, acessibilidade de seus proprietários à assistência técnica, sua produção e comercialização dos produtos gerados. De posse destas informações esperamos contribuir com o fornecimento de alternativas de cultivos ou destinação do uso da terra para aqueles imóveis classificados como improdutivos e solução para escoamento e venda da produção, bem como, dar opção de melhoria de rendimentos através da indicação de produtos mais rentáveis e definir parâmetros no sentido de conseguir homologação do seu registro em cartórios e cadastramento no INCRA. Desse modo esperamos contribuir para a fixação do homem no campo, produzindo paz e justiça social..

(15) 3 Esta dissertação é relevante também por ser um trabalho pioneiro e contribuir com a reforma agrária, colaborando com a fixação do homem no campo e oferecendo alternativas para o seu desenvolvimento. Encontra suporte para sua relevância também, não somente na necessidade de regularização e informações sobre os referidos imóveis ou na troca destas, mas por não haver sido encontrada ferramenta similar a esta..

(16) 4 1.3 Objetivos. 1.3.1 Objetivo Geral O objetivo geral deste estudo é identificar, estudar e analisar imóveis abaixo da fração mínima de parcelamento, apresentando uma proposta coerente para o registro desses imóveis em cartórios e cadastramento no INCRA.. 1.3.2 Objetivos Específicos a) Identificar imóveis rurais discriminados em razão de sua área física, que ficaram excluídos do registro em cartórios e direito de inscrição no SNCR, em detrimento à sua capacidade de sustentabilidade econômica; b) Verificar a realidade atual dos imóveis abaixo da FMP no estado. c) Recomendar, a título de exemplo, formas produtivas e rentáveis, para imóveis abaixo da FMP; d) Propor o controle dos imóveis rurais abaixo da FMP para os municípios que os legalizarão e implantarão um Cadastro Técnico Multifinalitário Rural CTMR, georreferenciado, destacando os que possuam viabilidade econômica, registrando em cartório e cadastrando no INCRA, além de oferecer alternativas de produção para tornar os imóveis improdutivos viáveis economicamente..

(17) 5 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. 2.1 Fração Mínima de Parcelamento. A Lei 5.868, de 12/12/1972, em seu artigo 8º, § 1º, cria o conceito de Fração Mínima de Parcelamento, combinando seu entendimento com o decreto 72106/73 e o artigo 65 da Lei nº 4.504/64. O artigo 8º, § 1º, define a fração mínima de parcelamento como sendo a área mínima fixada para cada município, que a lei permite desmembrar, para constituição de um novo imóvel rural, desde que o imóvel original permaneça com área igual ou superior à área mínima fixada. § 1º - A fração mínima de parcelamento será: a) o módulo correspondente à exploração hortigranjeira das respectivas zonas típicas, para os Municípios das capitais dos Estados; b) o módulo correspondente às culturas permanentes para os demais Municípios situados nas zonas típicas A, B e C; c) o módulo correspondente à pecuária para os demais Municípios situados na zona típica D.. Segundo Almeida (2004), a Lei nº. 5.868/72 estabeleceu um instituto que turvou o entendimento então sedimentado pelo Estatuto da Terra. Com a criação da fração mínima de parcelamento, surgiu uma instabilidade com relação à resolução dos problemas daí surgidos, e permitiu a proliferação de minifúndios improdutivos, contrariando a política vigente para o mundo agrário, especificamente a política da reforma agrária. Segundo ele a nossa Carta Magna elevou a função social da terra (artigos 5º, XXIII, 184 e 186) ao nível de princípio, sendo que tal função só poderá ser atingida pela propriedade rural se, dentre outros fatores, for considerada produtiva e favorecer o bem-estar do rurícola. Se o módulo é a menor unidade admitida para que uma propriedade seja considerada produtiva, qualquer lei ou.

(18) 6 decreto que permita a existência de um imóvel com dimensão inferior ao módulo, portanto aquém da possibilidade de cumprir a função social, será contrário à nova ordem constitucional. Concluindo ele diz: a criação do instituto jurídico da fração mínima de parcelamento, apesar da legalidade da Lei nº. 5.868/72 frente ao Estatuto da Terra, vem a ferir o princípio constitucional da função social da propriedade e o da indivisibilidade dos imóveis (artigo 53, inciso II do Código Civil); pois as práticas no parcelamento do solo rural, como meio instituidor de propriedades em tamanhos ínfimos, que não permitem alcançar o bem-estar e o progresso social e econômico do proprietário e do trabalhador rural, são claramente conflitantes com os preceitos da ordem social-constitucional; que a nosso ver deve ser repensada e modificada, afim de objetivamente enquadrar a propriedade agrária dentro dos princípios da Lei Maior, que deverá sempre prevalecer. De qualquer forma, a idéia de manutenção de uma área ou fração mínima abaixo da qual não deveria ser dividido o imóvel rural, tem sua importância no sentido de evitar o fracionamento de imóveis em áreas econômica e socialmente inviáveis, o que levaria, também, ao descumprimento da função social da terra. O próprio art. 65 do Estatuto da Terra já estabelecia a indivisibilidade do imóvel em área inferior à dimensão do módulo. Por outro lado, com os avanços tecnológicos verificados nos últimos anos e as técnicas de produção intensiva, através de processos de irrigação e plantio direto, permite garantir sucesso econômico em áreas pequenas, dependendo, evidentemente, da localização, orientação e do tipo de cultura explorada. Ainda assim, a observância de padrões de área mínima que poderiam ser revistos periodicamente, continua sendo importante na perspectiva da garantia da função social da terra..

(19) 7 2.2 Comparação de Direitos Semelhante à figura do módulo rural e da fração mínima de parcelamento da legislação brasileira, temos as unidades mínimas de cultivo do Direito espanhol e a mínima unidade de cultura do Direito italiano. Na Espanha a lei 19 de 4 de julho de 1995, mais conhecida como lei modernização de exploração agrária em seu artigo 23 define a unidade mínima de cultivo como sendo:. La superficie suficiente que debe tener una finca rústica para que las labores fundamentales de su cultivo, utilizando los medios normales y técnicos de producción, pueda llevarse a cabo com un rendimiento satisfactorio, teniendo en cuenta las características socioeconómicas de la agricultura en la comarca o zona.. Na Itália o Código Civil, em seu artigo 846, traz a seguinte previsão:. S’intende per minima unità colturale l’estensione di terreno necessaria e sufficiente per il lavoro di una famiglia agricola e, se non si tratta di terreno appoderato, per esercitare una conveniente coltivazione secondo le regole della buona tecnica agrária. (DONZELE, 2004, p. 72).. Para Donzele (2004) esta disposição sobre a mínima unidade de cultura no Código Civil italiano representa o instituto fundamental para o reordenamento da propriedade rural e aí estaria uma importância desta figura jurídica. De acordo ainda com o código civil italiano, artigo 846,. quando esta. determinação é violada, a sanção cominada não será a nulidade, mas a simples anulabilidade..

(20) 8 Na Espanha a previsão é de que o ato praticado contra a lei no sentido da indivisibilidade abaixo da unidade mínima de cultivo é tido como nulo. Previsto no artigo 21.2 da Lei de modernização de exploração agrária:. serán nulos y no producirán efecto entre las partes ni com relación a tercero, los actos o negocios jurídicos, sean o no de origen voluntario, por cuya virtud se produzca la división de dichas fincas contraviniendo lo dispuesto em el apartado anterior.. No Brasil a lei 5868 em seu artigo 8 § 3º com redação dada pela lei 10.267 de 28/08/2001 define: São considerados nulos e de nenhum efeito quaisquer atos que infrinjam o disposto neste artigo, não podendo os serviços notariais lavrar escrituras dessas áreas, nem ser tais atos registrados nos Registros de Imóveis, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e criminal de seus titulares ou prepostos.. 2.3 Outros Trabalhos Encontrados Sobre o Tema. Sobre o tema proposto foram encontrados na câmara federal dois projetos de lei dos deputados, Omar José Serraglio (projeto de lei nº 5211, de 2001) e José Mohamed Janene (projeto de lei nº 7289, de 2002). Estes projetos focalizam o tema no sentido de liberar a divisão de imóveis rurais abaixo da Fração Mínima de Parcelamento para programas de assentamentos no âmbito dos poderes públicos federal, estadual e municipal. Nenhum desses projetos se preocupou com aspectos importantes como a exigência de estudos sobre sua localização, condição da terra se é fértil ou viável em termos de produtividade e produção de culturas e ainda, estudos ambientais, se poderá causar prejuízos a fauna e a flora, ou seja, ao tão já castigado meio ambiente. Caso seja aprovado qualquer um dos projetos, não serão contemplados os loteamentos de iniciativa privada, assim sendo, a situação precária encontrada hoje em campo não será. resolvida. Caso dos imóveis abaixo da Fração Mínima de. Parcelamento, oriundos ou criados antes da vigência da lei 5868/72, que deixaram.

(21) 9 de serem legalizados por falta de conhecimento da legislação vigente à época; e outros criados a partir do ano de 1972, por inobservância da lei através de divisões ilícitas, loteamentos clandestinos e até mesmo, por motivo de força maior (abertura de rodovias, desvio de rios, estradas etc.), muitos destes já registrados equivocadamente nos cartórios e não cadastrados no INCRA. A seguir vemos na íntegra os projetos de lei encontrados na câmara federal:. PROJETO DE LEI Nº. 5.211, DE 2001. Altera a Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, dispondo sobre parcelamentos de imóveis rurais, destinados à agricultura familiar, promovidos pelo Poder Público. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Acrescentem-se ao art. 65 da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, os §§ 5º e 6º, com a seguinte redação: "Art. 65.......................................................... § 5º. Não se aplica o disposto no caput deste artigo aos parcelamentos de imóveis rurais em dimensões inferiores à do módulo, fixada pelo órgão fundiário federal, quando promovidos pelo Poder Público, em programas oficiais de apoio à atividade agrícola familiar, cujos beneficiários sejam agricultores que não possuam outro imóvel rural ou urbano. § 6º. Nenhum imóvel rural adquirido na forma do parágrafo anterior poderá ser desmembrado ou dividido." Art. 2º Acrescente-se ao art. 8º da Lei nº 5.868, de 12 de dezembro de 1972, o seguinte § 6º: "Art. 8º............................................................ § 6º. Não se aplica o disposto neste artigo às hipóteses previstas no § 5º do art. 65, da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964." Art. 3º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Sala da Comissão, em. de. de 2002..

(22) 10 PROJETO DE LEI Nº. 7289, DE 2002. Altera a Lei nº 5.868, de 12 de dezembro de 1972, dispondo sobre a fração mínima de parcelamento em assentamentos rurais. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Acrescente-se ao art. 8º da Lei nº 5.868, de 12 de dezembro de 1972, o seguinte parágrafo sexto: (a) "Art. 8º ........................................................" "§ 6º Nos projetos de assentamentos rurais promovidos pelo Poder Público, a fração mínima de parcelamento poderá ser inferior ao módulo a que se refere a letra "a" do § 1º deste artigo, desde que atendidos os seguintes requisitos: I - que o assentamento rural esteja localizado em cinturões verdes, assim entendidas as áreas rurais próximas aos aglomerados urbanos; II - que a região, em que se localize o assentamento rural, tenha potencial de oferta de emprego permanente ou sazonal, e de outras fontes alternativas de renda para os agricultores e seus familiares; III - que seja realizado estudo da viabilidade social do projeto de assentamento; IV - que, com a participação dos beneficiários, seja elaborado plano de desenvolvimento do assentamento; V - que os agricultores beneficiários não possuam outro imóvel rural ou urbano." Art. 2º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.. Foram encontrados ainda projetos de assentamentos públicos com imóveis abaixo da Fração Mínima de Parcelamento nos estados da Bahia, Paraná e Mato grosso. Na Bahia o governo do estado através da SEAGRI (secretaria da agricultura, irrigação e reforma agrária), lançou em maio de 2002 o programa de promoção socioeconômico denominado “Minha Roça”, definindo entre as três prioridades a serem atacadas de imediato, a opção para os que têm propriedades menores que a fração mínima de parcelamento da terra de ingressarem nos projetos de reforma agrária já em execução. Este programa pretende realocar as famílias cujos módulos estejam abaixo da FMP da terra estabelecida pelo INCRA.

(23) 11 Segundo Reis (1997), no Paraná o projeto VILAS RURAIS foi concebido em 1994, pelo governo do estado surgindo do projeto político de descentralização do estado, em busca de alternativas para a grave questão social de expulsão dos trabalhadores rurais das fazendas. Trabalhadores que passam a viver nas periferias das cidades, pagando aluguel, em habitações precárias, enquanto continuam a trabalhar como “bóias frias” nas zonas rurais, principalmente em época de colheita. Nas cidades, vivem de biscates ou empregam-se na indústria da construção civil. Este projeto prevê o assentamento de 20.000 famílias de trabalhadores volantes (bóias-frias), que constituem mão-de-obra da agricultura do estado e tem como objetivo principal atender essas famílias, fixando-as em seu próprio meio, garantindo-lhes moradia e terra, para que saiam da condição de miserabilidade em que vivem. O trabalhador volante recebe um lote de 5 mil metros quadrados, escolhido em áreas férteis, uma moradia com 45 metros quadrados, um galinheiro e um depósito de produtos e instrumentos de trabalho; e também recebe treinamentos e insumos para fazer a transição para um novo tipo de vida. Durante 30 meses, a família selecionada recebe todo o apoio necessário para trabalhar a terra e no final desse período assinam um contrato de financiamento de 25 anos, no valor médio de R$ 40 mensais. O primeiro projeto construído pela COHAPAR (Companhia de Habitação do Paraná), foi a Vila Rural Nova Ucrânia, localizada em Apucarana, a 54 km de Londrina. A vila ocupa uma área de 459.311 metros quadrados, abriga 65 famílias e teve um investimento total de 780 mil reais, financiado através do programa Paraná 12 Meses. Existe uma grande diferença entre os problemas que passam os pequenos agricultores que possuem imóveis abaixo da FMP encontrados na zona rural catarinense e a situação vivida pelos vileiros no Paraná. Se por um lado temos agricultores que vivem na terra há muitos anos, tirando seu sustento e da sua família, mesmo enfrentando discriminações por parte do governo, que buscam a legalidade de suas terras; pelo outro, encontramos trabalhadores rurais, sem terra, desempregados, que sem nenhuma opção de sobrevivência, passaram a viver na periferia das cidades. Este exemplo serve de alerta para as autoridades locais e nacionais que devem buscar alternativas urgentes para solucionar os problemas detectados no.

(24) 12 campo catarinense. Possivelmente através de políticas públicas e gestões territoriais eficazes, que atuem no sentido de reprimir e conter o surgimento indiscriminado de pequenos imóveis rurais e solucionem os problemas daqueles já existentes, de modo que consigam manter os nossos colonos em suas terras, evitando assim o êxodo rural e a aglomeração de desempregados nas cidades. Segundo Oliveira (2002) o curioso é que o governo do Paraná continue apostando nesta idéia de falsa Reforma Agrária e desenvolvimento humano, quando a verdadeira face deste projeto vem sendo mostrada por muitas entidades e denunciada pelos próprios vileiros, vítimas da mentira deste projeto, levado às portas de organizações internacionais como o Banco Mundial e a ONU através de fotos bem montadas que mascaram a realidade de abandono e pobreza a que continuam submetidos os moradores destes redutos de mão-de-obra, que é o único adjetivo possível para estas Vilas. Este programa foi desenvolvido para fixar o homem no campo, prevendo um lote de cerca de 5 mil m2 para cada família (meio hectare), uma casa de 44,52 m2 e insumos para o plantio. Temos aí o primeiro – e um dos mais graves – problemas do programa: o tamanho da área de terra disponível para a agricultura, insuficiente para garantir o sustento de uma família. Ora, o requisito básico de um programa de reforma agrária é que garanta a subsistência da família beneficiária e, conseqüentemente, sua autonomia econômica e política. É isso justamente o que não quer o governo: ao dar aos vileiros uma terra insuficiente, o Estado mantém o trabalhador rural atrelado ao latifúndio, dependente financeira e politicamente do grande proprietário rural, que agora, é seu vizinho. Mantém-se, assim, a relação de exploração que caracteriza a vida dos assalariados rurais, público alvo do programa. O que é estranho é que o próprio governo não escondeu esta intenção de manter a dependência e a exploração: ele colocou entre os objetivos do programa “propiciar mão-de-obra qualificada à disposição da produção agrícola”. A Vila Rural é assim, na cabeça do governo, um depósito de mão-de-obra para os vizinhos latifundiários, que agora, não precisam ir muito longe para contratar os trabalhadores para o serviço em suas fazendas, abrindo-se, inclusive, a possibilidade de driblar a legislação trabalhista, forjando relações de trabalho como meeiros, parceiros. No estado do Mato Grosso, de acordo com o instituto de terras INTERMAT (2005), com dados atualizados até 2005, a implantação de vilas rurais busca levar.

(25) 13 dignidade a trabalhadores que devido ao êxodo rural, estão hoje desempregados na cidade. O Projeto denominado Nossa Terra, Nossa Gente visa atender prioritariamente, famílias cujos pais possuam acima de 45 anos, desempregados, que não tenham imóvel na cidade e que demonstrem aptidão para a lida com a terra. As áreas destinadas à criação de vilas rurais estão localizadas nos entornos dos centros urbanos e são adquiridas pelo Governo do Estado ou em parceria com os municípios. Os lotes de 1,2 a 2,5 hectares, são destinados, preferencialmente, para homens e mulheres com mais de 45 anos, que depois de selecionados, cadastrados e registrados no Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (Sipra/Incra), tornam-se habilitados à concessão de créditos destinados à agricultura familiar e à reforma agrária. As áreas devem obedecer aos pré-requisitos de proximidade às zonas urbanas (até 5km em média) e ter aptidão agrícola e ambiental. A terra é medida e parcelada pelo INTERMAT. De acordo com o INTERMAT o Projeto de Vilas Rurais está centrado em três políticas prioritárias: 1. Atender aos trabalhadores do município em áreas do próprio município, daí a denominação “Nossa Terra, Nossa Gente”; 2. Como o Projeto está localizado próximo a áreas urbanas, garante a comercialização do excedente da produção por meio da “feira do produtor”, e acesso do trabalhador aos serviços de educação, saúde, lazer, sistema bancário e outros; 3. O Projeto tem a parceria dos Governos Federal, Estadual e Municipal que asseguram a terra, a infra-estrutura e as linhas de créditos. As famílias beneficiadas pelo Projeto são prioritariamente as que comprovam residência no município contemplado, tradição agrícola, ou ainda trabalhadores oriundos de atividade garimpeira, bóias-frias e trabalhadores informais. Desta forma, o Projeto alcança aquelas famílias que por conta da idade ou falta de histórico no trabalho urbano, têm dificuldades de conseguir emprego nas cidades. Até maio de 2005 já haviam sido beneficiados 22 municípios e 1.156 famílias no estado (INTERMAT, 2005)..

(26) 14 2.4 Imóvel Rural. De acordo com o Estatuto da Terra (lei 4504/64), imóvel rural é o. prédio. rústico de área contínua qualquer que seja sua localização, destinado à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial, quer mediante planos públicos de valorização, quer mediante iniciativa privada. Segundo Heinen (2003) o critério básico estabelecido nas definições legais é a destinação do imóvel. Assim, é a área de terras, qualquer que seja a sua localização, que se destina à atividade agropecuária. Isto significa dizer que, pelos critérios inseridos nos textos legais, o elemento diferenciador é a atividade exercida no imóvel. Portanto, o imóvel, mesmo localizando-se no perímetro urbano, mas sendo destinado à produção agropecuária, para os fins do Direito Agrário, é classificado como rural. Da mesma forma, o fato de um imóvel localizar-se fora do perímetro urbano, mas não tendo finalidade agropecuária, não se enquadra nos conceitos de imóvel rural. Ex. área utilizada para uma igreja, escola, posto de gasolina, etc. Para ele os elementos constitutivos, ou características estão inseridos na própria definição legal de imóvel rural. Prédio rústico: prédio aqui tem sentido de toda e qualquer propriedade territorial, de qualquer terreno, independente de onde estiver localizado. Já a expressão “rústico” tem sentido de cultivo, ou seja, o imóvel destinado a cultivo. Assim sendo, a finalidade ou a destinação do imóvel o classifica em rústico, ou rural, quando utilizado para as atividades agrárias. Área contínua: a área contínua tem sentido de utilidade, de uso para a mesma finalidade. Assim, a divisão, ao meio, de um imóvel, por uma estrada, não lhe tira o sentido de área contínua como elemento caracterizador do imóvel rural. Há unidade econômica na definição do que venha a ser prédio rústico. Mesmo que ocorra a interrupção física, havendo a exploração conveniente pelo proprietário, ocorre a unidade econômica área contínua. E possível dizer, então, que determinada área de terras, constituída por diversas propriedades, ou diversas glebas, com documentos e registros próprios, se transforma em um único imóvel do proprietário, sobretudo quando se caracteriza por uma unidade econômica. Assim, o conceito de imóvel como área contínua se.

(27) 15 aproxima da designação comum de fazenda, sempre observada a regra de correto aproveitamento nos termos da função social. O conceito de imóvel rural foi alterado pela Lei 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, em seu artigo 4.º, inciso I - "o prédio rústico, de área contínua, qualquer que seja sua localização, que se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial." Para fins cadastrais, considera-se como um único imóvel, uma ou mais áreas confinantes, registradas ou não, pertencentes ao mesmo proprietário ou posseiro, de forma individual ou em comum (condomínio ou composse), mesmo na ocorrência das hipóteses abaixo: a) Estar situado total ou parcialmente em um ou mais municípios; b) Estar situado total ou parcialmente em zona rural ou urbana; c) Ter interrupções físicas tais como: cursos d’água e estradas, desde que seja mantida a unidade econômica, ativa ou potencial. A quebra da continuidade do imóvel rural se configura quando existe uma interrupção do empreendimento econômico desenvolvido, ou que possa ser desenvolvido no mesmo. Conseqüentemente, áreas de um mesmo proprietário, entrecortadas por rodovias, ferrovias, limites municipais, divisas estaduais, rios ou qualquer outro acidente geográfico, somente configuram imóveis rurais distintos quando inexistir a possibilidade de explorá-lo como um todo. Convém ressaltar, entretanto, que se as áreas das rodovias ou ferrovias federais, das rodovias estaduais ou municipais que intercortam o imóvel rural estiverem sob o domínio das entidades públicas (DER, DNER, etc.) correspondentes, a quebra da continuidade se configura, independente da visão do empreendimento econômico.. 2.5 Parcelamento de Imóveis rurais. De acordo com a Instrução Nº. 17-b de 22 de dezembro de 1980, são formas de parcelamento do solo, o loteamento e o desmembramento. Considera-se loteamento a divisão de gleba em lotes, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação dos já.

(28) 16 existentes. Desmembramento é o parcelamento de imóvel em lotes destinados à edificação com aproveitamento do sistema viário oficial.. 2.5.1 Histórico Segundo Weschenfelder (2002), O parcelamento de imóveis no Brasil iniciou-se no tempo do Império, período em que a instabilidade nas relações jurídicas preponderava. Não havia um direito de propriedade instituído e a terra era fracionada pela tomada de posse dos indivíduos. Em 1917, com a entrada em vigor do Código Civil, substituiu-se o "Registro Geral" pelo "Registro de Imóveis", ficando o controle da segregação imobiliária sacramentado pela necessidade de transcrição do título hábil, no registro imobiliário da situação do imóvel, para a aquisição da propriedade imóvel (arts. 530 I e 861). Ao regulamentar forma de transação imobiliária e impor o seu registro para transferência do domínio, o Código Civil foi um dos marcos iniciais geradores do fracionamento de imóveis. A partir de então, surgiram inúmeros regulamentos sobre parcelamento de imóveis. O decreto lei nº. 58 de 10 de dezembro de 1937, regulamentado pelo Decreto nº 3.079, de 15 de setembro de 1938, disciplinou os loteamentos urbanos e rurais. O Estatuto da Terra, Lei nº. 4.504, de 30 de novembro de 1964, regulamentada pelos Decretos 56.792 de 26 de agosto de 1965, 59.428 de 27 de outubro de 1966, 59.566 de 14 de novembro de 1966 e 62.504 de 08 de abril de 1968; todos contendo dispositivos sobre o parcelamento de imóveis rurais, bem como o controle de parcelamento de propriedades através do repasse de informações ao IBRA pelos registros de imóveis e os órgãos do poder judiciário dos estados e dos municípios. Ainda em 1964, entra em vigor a Lei nº 4.591, que dispôs sobre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias. Em 28 de fevereiro de 1967 entra em vigor o Decreto-lei nº 271 e, somente em 19 de dezembro de 1979, passa a vigorar a Lei nº 6.766, que, revogando grande parte dos dispositivos do Decreto n° 271/67 rege atualmente o parcelamento do solo urbano no país. O Decreto nº 62.504/68 buscou regulamentar o artigo 65 da Lei nº. 4.504/64 que tem como objetivo evitar a proliferação de novos minifúndios, haja vista que estes inviabilizam o cumprimento da função social pela propriedade rural. O.

(29) 17 mencionado artigo 65 nada dispôs sobre a possibilidade do desmembramento do imóvel rural quando da construção de obras de utilidade pública, as quais venham a possibilitar o desenvolvimento do meio rural. Assim, o Decreto nº 62.504/68, em seu artigo 2º, determina tal possibilidade, mas somente quando o desmembramento visar à construção de obras com fim diverso do que consta no artigo 4º, inciso I, do Estatuto da Terra (ALMEIDA, 2004). Finalmente em 22 de dezembro de 1980, por meio da Instrução nº 17-B, o INCRA dispõe sobre as regras para aprovação do loteamento de imóvel rural. Esta instrução estabelece o procedimento necessário ao parcelamento da propriedade rural para fins urbanos e para fins agrícolas (apresentação de documentos, comprovante da quitação de imposto, memorial descritivo do imóvel, etc.).. 2.6 Função Social da Propriedade Princípio de vasta interpretação que atualmente vem sendo discutida no Brasil, não só em relação à propriedade agrária, como também com vistas à propriedade urbana. Pelo lado agrário a função social adquire uma maior relevância, não somente pela crise social em que vivemos, mas. principalmente, por ser esta. propriedade a responsável pela produção de bens vitais à sobrevivência do homem e animais. Manter e se desenvolver são os elementos fundamentais da função social da propriedade. Albuquerque (2004) diz que a função social da propriedade imobiliária rural no ordenamento brasileiro já tem uma conceituação positivada que se pode dizer histórica, pois data de mais de trinta anos. A função social da propriedade é o conjunto de normas da Constituição que visa, por vezes até com medidas de grande gravidade jurídica recolocar a propriedade na sua trilha normal (BASTOS, 1998). “Função é a satisfação de uma necessidade”, que pressupõe sempre uma relação com um bem apto a satisfazê-la (interesse), na esfera jurídica de um sujeito (MORAES, 1999)..

(30) 18 De acordo com França (1999) "Cabe ao princípio da função social, enfim, dar estabilidade necessária à propriedade privada, tutelando sua integridade jurídica e procurando tornar sua existência sensível ao impacto social do exercício dos poderes concedidos ao titular do domínio”. A função social da propriedade não se confunde com os sistemas de limitação da propriedade, pois estes dizem respeito ao exercício do direito do proprietário. A função social da propriedade privada surge em razão da utilização produtiva dos bens de produção, proporcionando crescimento econômico e produção de riquezas na forma de um bem estar coletivo (SILVA, 2003). A função social da terra foi admiravelmente definida por Leon Duguit, ao sustentar que a propriedade não é um direito, mas uma função social. O proprietário ou possuidor da riqueza é vinculado a uma função ou dever social. Enquanto ele, detentor da propriedade, cumpre essa missão, seus atos devem ser protegidos. Não o cumprindo ou cumprindo mal ou de forma imperfeita; se não a cultiva ou deixa que sua propriedade se arruíne, torna legítima a intervenção do poder público para compeli-lo ao cumprimento de sua função social de proprietário, consiste em assegurar a utilização da riqueza conforme o seu destino (CHAGAS, 2000). Segundo FRANÇA (1999) a propriedade sempre constituiu um foco constante de tensões sociais e econômicas, instabilizando relações jurídicas, causando acirrados conflitos entre as pessoas e, estas e o estado, enfim, tem fortes repercussões em todas as esferas sociais.. 2.6.1 Breve Histórico da Função Social da Propriedade. Antes da época romana, nas sociedades primitivas, somente existia propriedade para as coisas móveis. O solo pertencia a toda a coletividade. Isso acontecia porque esses homens viviam exclusivamente da caça, da pesca e de frutos silvestres e quando esses recursos se tornavam escassos ou desapareciam, o grupo social tinha que se deslocar para outras terras. Fruto de uma secular elaboração conceitual o direito à propriedade é tutelado no ordenamento jurídico brasileiro de um modo que não diverge muito da.

(31) 19 maneira pela qual outros países integrantes do sistema do direito civil garantem ao proprietário o uso, o gozo e a disposição da coisa, tal como sustentado pelos romanos há centenas de anos (GAMBARO, 1990). Nas sociedades primitivas, a propriedade individual limitava-se às coisas móveis, essencialmente objetos de uso pessoal. O solo pertencia a todos os membros da tribo, da família, ou, mais exatamente, não pertencia a ninguém (TERRÉ e SIMLER, 1998). Destarte, não havia noção de utilização privativa do bem imóvel. No curso da história, a permanente utilização da mesma terra pelo mesmo povo, pela mesma tribo e pela mesma família passa a ligar então o homem à terra que usa e habita, surgindo daí, primeiramente, a concepção de propriedade coletiva e, posteriormente, individual (VENOSA, 2003). O princípio da função social da propriedade foi pela primeira vez mencionado no ordenamento jurídico pátrio na Constituição Federal de 1967. Com a redação dada pela Emenda Constitucional n. º 1, de 1969, a Carta de 1967 inclui a função social da propriedade como princípio basilar da ordem econômica e social (art. 160, III), coexistente com a garantia da propriedade privada. Alguns chegam a encarar esse princípio como uma verdadeira hipoteca social sobre a propriedade (MOESCH, 2005). O Estatuto da Terra Lei. N. 4.504, de 30/11/1964, em seu artigo 2º define a função social da seguinte forma:. Art. 2º É assegurada a todos a oportunidade de acesso à propriedade da terra condicionada pela sua função social, na forma prevista nesta Lei. § 1° - A propriedade da terra desempenha integralmente sua função social quando, simultaneamente: (a) Favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam, assim como de suas famílias; (b) Mantém níveis satisfatórios de produtividades; (c) Assegura a conservação dos recursos naturais; (d) Observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho entre os que a possuem e a cultivam..

(32) 20 A Constituição Federativa do Brasil de 1988 em seu artigo 186º deu especial atenção ao direito de propriedade, ao exigir que seja cumprida a sua função social; inovando ao incluir a função social da propriedade entre os direitos e garantias individuais e coletivos (art. 5º, XXIII), conferindo-lhe o status de cláusula pétrea (art. 60, § 4º, IV), mantendo quase o mesmo texto do estatuto da terra em seu:. Art. 186 – A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I Aproveitamento racional e adequado; II Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III Observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV Exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.. Os requisitos relativos ao cumprimento da função social da terra ou da propriedade imobiliária rural devem ser cumpridos em seu conjunto para que o imóvel se encontre dentro dos parâmetros legais. Esses requisitos são agrupados sob três aspectos: econômico, social e ecológico. A lei n.º 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, veio para regulamentar as disposições constitucionais a respeito de desapropriação de interesse social e estabeleceu no seu art. 9.º o seguinte:. Art. 9.º A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo graus e critérios estabelecidos nesta lei, os seguintes requisitos: I- aproveitamento racional e adequado; II- utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III- observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV- exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores; § 1.º Considera-se racional e adequado o aproveitamento que atinja os graus de utilização da terra e de eficiência na exploração especificados nos § § 1.º a 7.º do art. 6.º desta lei. § 2.º Considera-se adequada a utilização dos recursos naturais disponíveis quando a exploração se faz respeitando a vocação da terra, de modo a manter o potencial produtivo da propriedade..

(33) 21 § 3.º Considera-se a preservação do meio ambiente a manutenção das características próprias do meio natural e da qualidade dos recursos ambientais, na medida adequada à manutenção do equilíbrio ecológico da propriedade e da saúde e qualidade de vida nas comunidades vizinhas. § 4.º A observância das disposições que regulam as relações de trabalho implica tanto o respeito às leis trabalhistas e aos contratos coletivos de trabalho, como as disposições que disciplinam os contratos de arrendamentos e parcerias rurais. § 5.º A exploração que favorece o bem-estar dos proprietários e trabalhadores rurais é a que objetiva o atendimento das necessidades básicas dos que trabalham a terra, observa as normas de segurança do trabalho e não provoca conflitos e tensões sociais no imóvel.. De acordo com França (1999) "Cabe ao princípio da função social, enfim, dar estabilidade necessária à propriedade privada, tutelando sua integridade jurídica e procurando tornar sua existência sensível ao impacto social do exercício dos poderes concedidos ao titular do domínio”. Segundo Petrucci (2004), a concepção da função social da propriedade, como princípio jurídico, foi à resposta do mundo do direito às intensas modificações sociais então havidas por força da Revolução Industrial. Já não é possível admitir que o titular empregue seu imóvel em atenção a fins puramente individuais. Cumpre-lhe, ao contrário, fazê-lo de uma forma útil à sociedade, usando-o como um instrumento de riquezas e visando à felicidade de todos. A propriedade, assim, constitui-se em um verdadeiro encargo social, voltada, ao bem estar da coletividade. A conceituação do direito de propriedade evoluiu através dos tempos, deixando ele de ser apenas condicionado à individualidade do proprietário. Não pode esse direito ser exercido de maneira absoluta, egoística, mas, sim, com o objetivo de atender não apenas aos interesses do proprietário, como também de toda a coletividade. Por essa razão, é sustentada a existência de interesses nãoproprietários, que devem ser considerados e respeitados. Esse princípio cabe ser frisado, impõe ao proprietário não apenas a obrigação de se abster, de não violar uma regra, mas também de fazer, isto é, utilizar a coisa em conformidade com os anseios coletivos. Porém, a função social, embora ambicionada por toda a coletividade, deve ser efetivada de forma imperativa apenas pelo Estado, por intermédio do instituto da desapropriação (MOESCH, 2005). Para Bacciotti (2003),. A função social da propriedade é um instrumento. utilizado pelo legislador, na forma de alguns requisitos estabelecidos a serem.

(34) 22 cumpridos por todas as propriedades, para que estas atendam as necessidades sociais contemporâneas, evitando o desperdício, mau uso ou não uso do solo.. 2.7 Propriedade Familiar O inciso II, do art. 4º, do Estatuto da Terra (Lei 4.504/64), define como "Propriedade Familiar" o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho; lhes garantido a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente, trabalhado com a ajuda de terceiros.. 2.8 Módulo Rural. Medida de área agrária, fixada para a propriedade familiar, calculado para cada imóvel rural em separado, variando de acordo com cada região do País e com o tipo de exploração; implicando um mínimo de renda ao agricultor, visando assegurar a ele e a sua família não somente a subsistência, porém devendo propiciar o progresso social e econômico. O módulo rural equivale à área da propriedade familiar, variável não somente de região para região, como também de acordo com o modo de exploração da gleba (ALBUQUERQUE FILHO, 2004). Segundo Lima (1994, p. 48) "o módulo rural é o imóvel rural com área mínima suficiente para que uma família possa viver e progredir com a sua exploração". O módulo rural é definido para cada região do país e para cada tipo de atividade a ser nele praticada. Em termos práticos, o módulo rural é uma unidade de medida agrária, variável de região para região, de acordo com o tipo de exploração, sendo empregado para definir o tamanho da propriedade familiar e, por conseguinte, definir latifúndio e minifúndio. Para Almeida (2004). módulo rural é a unidade de medida agrária que. determina as dimensões mínimas necessárias à manutenção e ao desenvolvimento do rurícola, permitindo o progresso deste e de toda a sua família. O estabelecimento.

(35) 23 de um módulo rural, diferenciado para cada região, busca fazer com que a propriedade rural cumpra sua função social, conforme estabelecido pela Constituição Federal. O Módulo Rural é calculado para cada imóvel rural em separado, e sua área reflete o tipo de exploração predominante no imóvel rural, segundo sua região de localização (INCRA, 2005).. 2.9 Módulo Fiscal Unidade de medida expressa em hectares, fixada para cada município, considerando os seguintes fatores (INCRA, 2005). a- Tipo de exploração predominante no município; b- Renda obtida com a exploração predominante; c- Outras. explorações. existentes. no. município. que,. embora. não. predominantes, sejam significativas em função da renda ou da área utilizada; d- Conceito de propriedade familiar.. O Módulo Fiscal atualmente é utilizado para classificação do imóvel rural quanto ao tamanho, na forma da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, definindo: a- Pequena Propriedade – o imóvel rural de área compreendida entre 1(um) e. 4(quatro) módulos fiscais;. b- Média Propriedade - o imóvel rural de área de área superior a 4 (quatro) e até 15(quinze) módulos fiscais; c- Grande propriedade – o imóvel de área superior a 15 módulos fiscais.. Serve também de parâmetro para definir os beneficiários do PRONAF (pequenos agricultores de economia familiar, proprietários, meeiros, posseiros, parceiros ou arrendatários de até 4 (quatro) módulos fiscais). O Módulo Fiscal é estabelecido para cada município, e procura refletir a área mediana dos Módulos Rurais dos imóveis rurais do município (INCRA, 2005)..

(36) 24. 2.10 Reforma Agrária. Conjunto de medidas que visam promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade (Estatuto da Terra - Lei nº 4.504, de 30.11.64). Segundo Duarte (1953, p. 39) Reforma agrária é a revisão, por diversos processos de execução, das relações jurídicas e econômicas dos que detêm e trabalham a propriedade rural, com o objetivo de modificar determinada situação atual do domínio e posse da terra e a distribuição da renda agrícola.. 2.10.1 Histórico O problema agrário brasileiro começou em 1850, quando acabou o tráfico de escravos e o Império, sob pressão dos fazendeiros, resolveu mudar o regime de propriedade. Surge então a primeira legislação doméstica, a Lei 601. Até então, ocupava-se a terra e pedia-se ao imperador um título de posse. Dali em diante, com a ameaça de os escravos virarem proprietários rurais, deixando de se constituir num quintal de mão-de-obra quase gratuita, o regime passou a ser o da compra, e não mais de posse. (VEJA, 2005) A Lei de Terras, sancionada em 1850, não foi, na verdade, uma lei agrária que possibilitasse a reformulação ou correção das distorções da realidade fundiária brasileira, mas uma tentativa de ordenação da propriedade da terra e seus efeitos mais significativos foram: a criação das terras devolutas, a extinção das sesmarias, a legitimação das posses e o incentivo à imigração estrangeira, na esteira da abertura dos portos (CARVALHO e CALLADO, 2004). De 1850 para cá, pouco se mexeu na estrutura da terra no país - apesar do fim do tráfico de escravos, da abolição, da proclamação da República, da Revolução.

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