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A importância do estágio para a formação docente

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Academic year: 2021

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A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO PARA A FORMAÇÃO DOCENTE TARCIANE FARIAS DA SILVA

Graduanda em Pedagogia – UFC. Email: juliviacarvalho@hotmail.com

JULIVIA DE CARVALHO ALVES

Graduanda em Pedagogia – UFC. Email: tarciane.farias@hotmail.com

Introdução

A escrita deste artigo tem como finalidade apresenta uma pesquisa qualitativa, que busca demonstrar a importância do está-gio para a formação do professor por meio de uma análise reflexiva da prática dessa atividade realizada por alunas, estudantes da Uni-versidade Federal do Ceará, na Escola José Valdevino de Carvalho, em turmas da EJA II e III.

A importância dessa pesquisa está na necessidade de ressal-tar para os alunos, estagiários, a relevância dessa atividade para a sua vida acadêmica e profissional demonstrando algumas dificul-dades e aprendizagens que eles poderão vivenciar, durante essa atividade tão prazerosa e desafiadora.

Em nossa reflexão buscamos responder, com base nos nos-sos dados de pesquisa, as seguintes questões: Por que o estágio é importante para o aluno? Quais são as principais dificuldades para o estudante do curso de Pedagogia noturno para a conclusão da dis-ciplina de estágio?

Tendo como questões norteadoras as perguntas anterior-mente citadas dividimos a fundamentação teórica em dois tópicos: “O estágio e a sua importância”, que enfatiza a relevância dessa ativi-dade acadêmica para o estudante tendo como embasamento alguns autores como Roseli Fontana(2013), Selma Garrido(2004) dentre outros. No seguinte tópico denominado “O olhar discente sobre a discussão dos resultados”, destacamos de nossos dados de pesquisa falas da vivência de estudantes durante o estágio e analisamos as fa-las dialogando sobre as dificuldades enfrentadas pelos estudantes.

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Fundamentação teórica

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O ESTÁGIO E A SUA IMPORTÂNCIA:

Segundo o Decreto n° 87497/82, estágio é uma atividade de aprendizagem que possibilita ao estudante participar de situações reais e práticas do seu futuro cotidiano profissional, que pode ser oferecido por rede privada ou pública, devendo ser de responsabi-lidade da coordenação da instituição de ensino e da instituição que oferece o estágio, o acompanhamento e a orientação do desenvolvi-mento dessa atividade.

O estágio supervisionado, por sua vez é um componente curricular necessário para a conclusão do curso de licenciatura de muitas instituições de ensino superior, sendo de responsabilidade total da instituição de ensino o seu oferecimento assim como acom-panhamento e orientações.

Portanto, o uso da palavra estágio neste artigo refere-se ao estágio supervisionado, disponibilizado pela instituição de ensino como um componente curricular obrigatório para a conclusão do curso de Pedagogia, levando em consideração toda a sua importân-cia e complexidade, para os estudantes que necessitam realizar o cumprimento dessa atividade.

O estágio, segundo Pimenta (2004, p. 102) tem como objeti-vo “preparar o estagiário para a realização de atividades nas esco-las, com professores nas salas de aula, bem como para o exercício de análise, avaliação e crítica que possibilitem a escrita de projetos de intervenção (...)”.

Por outro lado, nem sempre o que se espera como objetivo do estágio é alcançado pelos estagiários que veem as atividades exigidas pelo estágio como algo difícil de conseguir, pelo distancia-mento existente entre as universidades e as instituições de ensino primário.

Segundo Pimenta (2004), outra dificuldade enfrentada pe-los estagiários, decorrente do distanciamento entre universidade

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e escola que é caracterizada pelas sensações iniciais vivenciadas pelos estagiários no período do estágio, caracterizado pela desor-ganização da instituição de ensino, assim como pela realidade edu-cacional encarada pelos alunos, como também a falta de material didático, falta de recursos e de interação entre estagiários e escola.

Entretanto, é inegável desvincular o estágio da aprendizagem significativa para o estudante, assim como ressalta TRACZ,(2007):

Quando em sala de aula, o aluno, ao estar atuando em sua profissão, consegue dar mais ênfase, ou seja, consegue visu-alizar na prática, os conteúdos trabalhados em sala de aula. Dessa forma, o entendimento, o aprendizado, bem como o aproveitamento, se tornam muito mais interessantes para o futuro profissional.( p.7)

A escola é de forma inegável um espaço de grande conheci-mento para o estagiário, visto que nesse espaço que o estudante pode exercer diversos papéis, que podem vim a contribuir com a sua perspectiva educacional como futuro professor, favorecendo a aquisição de novos conhecimentos, sendo, portanto um local onde ele poderá também compartilhar saberes.

Durante o estágio os alunos não se inserem apenas no coti-diano da turma a qual irão acompanhar durante a atividade peda-gógica, mas também irão participar mesmo que indiretamente com os demais membros integrantes da instituição escolar. No estágio, o estudante entra em contato com o contexto social e educacional da instituição de ensino e precisa está atento à discrição, conforme ressalta Fontana (2013). O estagiário necessita aprender a ter sigilo em relação a tudo que ocorrer na escola, pois é isso que se espera dele, deve inegavelmente respeitar os demais interlocutores inte-grantes da instituição, assim como compreender a importância da ética profissional.

Ao está em contato com o contexto escolar o aluno pode re-fletir o que vem sendo estudado durante o seu curso de licenciatura, fazer comparações e identifica-se ou não com a profissão docente.

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Portanto é necessário compreender que o estágio assim como qualquer outra atividade acadêmica, possui suas distinções e dificuldade próprias, mas os momentos de aprendizagem viven-ciados pelos estudantes devem superar essas disparidades entre universidade e escola, fazendo também com que os alunos identifi-quem-se profissionalmente com o curso, verificando se tem ou não condições de exercê-la.

Deter-se sobre o processo social da inserção do estagiário na escola, analisando sua complexidade e contradições, pode contribuir para que o jovem professor em formação compreenda o trabalho docente como atividade intersubje-tiva, que exige o domínio do conhecimento teórico e técnico, não como um sistema fechado de normas a serem, seguidas, mas como conhecimento necessário de escolhas e julga-mentos que as situações reais de trabalho estão sempre a exigir. (FONTANA, p. 160, 2013).

Metodologia

A nossa pesquisa que podemos classificar como qualitativa teve como técnicas fontes documentais como entrevistas e observa-ções. Como fonte de pesquisa utilizaremos os dados conquistados e observados durante a experiência de estágio que realizamos com turmas de EJA II e III, na Escola Professor José Valdevino de Carva-lho, em Fortaleza, Ceará, no período de 12 de abril a 14 de maio de 2014, nas segundas e quartas-feiras durante o turno da noite.

Iniciamos as atividades de estágio primeiramente buscando ad-quirir um conhecimento teórico mais amplo sobre o que seria o estágio e sobre a modalidade a qual iríamos ter a vivência, que seria a EJA.

Em seguida, após de estarmos munidos de embasamento teórico importante e necessário para a realização do estágio tive-mos a primeira visita a instituição, tendo em mãos uma carta de apresentação assinada pela professora da disciplina, que teve como finalidade, nos apresentar a escola, como alunas estagiárias.

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A primeira visita ocorreu no dia 12 de abril e pela ausência da professora na escola fizemos as observações dos espaços físicos da escola e conversamos com a coordenadora da instituição, que se mostrou bastante solícita em retirar algumas dúvidas sobre a es-trutura e funcionamento da escola. Porém, infelizmente não conhe-cemos os alunos, nem a professora. Entretanto, a partir da segunda aula de observação da sala de aula (14 de abril) podemos conhecer formalmente a professora regente e os alunos da turma da EJA II e a professora da EJA III.

Durante as nossas atividades de estágio podemos conhecer de perto a turma e os demais integrantes do espaço escolar. Reali-zamos inicialmente as primeiras observações do lócus de pesquisa, posteriormente tivemos como análise a turma e a vivência da pro-fessora com os alunos.

Após o primeiro contato com o lócus fizemos todas as ati-vidades necessárias para a conclusão do estágio, que foram à ob-servação de um modo geral de todo o espaço e cotidiano da rotina escolar, dos integrantes que dela fazem parte, depois a escrita de uma sequência de atividades, para de por fim a regência dessas au-las planejadas.

Em seguida, iniciamos a escrita do relatório, nele realizamos a análise de todos os dados que foram extraídos durante a pesquisa de campo e podemos refletir sobre a importância da experiência do estágio na formação do professor.

O olhar discente sobre a discussão dos resultados

Iniciamos o estágio com muita ansiedade e também insegu-rança, visto que apesar de já termos vivenciado momentos dentro da sala de aula, a experiência de estar na sala de aula com uma turma de jovens e adultos era algo totalmente novo. Porém mesmo com todas as dificuldades enfrentadas por nós conseguimos superar esses obstáculos e com esforço e deter-minação conseguimos realizar as atividades do estágio, no nosso ponto de vista, de forma satisfatória.

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Essa fala de uma aluna do oitavo semestre mostra um dos primeiros sentimentos experimentado pelos alunos, estagiários, que é a ansiedade, esse sentimento reflete a insegurança e o medo que o aluno poderá sentir em sua primeira experiência pedagógica.

É nesse momento que alguns alunos, estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Ceará, do curso noturno, têm de forma obrigatória pelo currículo o seu primeiro contato com a regência. É nesse período que conhecem a realidade das escolas.

É nessa experiência que eles põem em prática tudo o que aprenderam se auto- avaliam enquanto futuros docentes e avaliam a sua própria formação. Preparando-se principalmente para o en-cantamento com essa profissão tão linda, porém tão desvalorizada, ou desanimam-se totalmente.

A ansiedade vivenciada pelos estudantes originar-se pelo distanciamento do curso e da experiência pedagógica prática, pois somente quase ao fim do curso, a maioria dos alunos de Pedagogia, do curso noturno tem a sua primeira experiência, alguns alunos só tem o conhecimento escolar referente ao seu período de estudo. O que gera nos estudantes vários questionamentos e medos.

No período do estágio o aluno sente-se inseguro, porque apesar de já ter vivenciado uma rotina escolar, como estudante, ele não poderá ver a escola estudada por ele como igual a da instituição de ensino do qual realizará o estágio, pois apesar das semelhanças uma escola é totalmente distinta da outra, pois o olhar que esse estudante terá da instituição não será como apenas de aluno e sim como membro participante, mesmo que por alguns momentos, o estagiário passa a ser participante da escola, da qual fará o estágio.

Na escola o estagiário pode ver de perto todas as dificulda-des do ensino e da aprendizagem dos alunos daquela instituição, podendo refletir sobre as discussões feitas na faculdade e comparar as disparidades entre a realidade do vivenciado na instituição de ensino com o contexto subjetivo e teórico, adquirido na universi-dade, do qual muitas vezes tem domínio. Porém quando chega o

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momento de demonstrar o aprendido ele verifica o quanto é difícil essa tarefa.

Umas das dificuldades relatadas pelos estagiários no relató-rio estar na escrita sobre a reflexão de sua própria prática, visto que muitas vezes na Universidade não é lhes dado essa oportunidade de auto avaliação. Além do desafio pessoal relatado pelos alunos sobre as barreiras encontradas no desenvolver da escrita, está o desabito incorporado em alguns alunos, muitas vezes estimulado por alguns professores, que desvalorizam a escrita individual acostumando os estudantes ao trabalho em grupo, o que muitas vezes desestimulam os alunos a produzirem textos autorais.

Entretanto, apesar de todos os obstáculos que os alunos es-tagiários precisam passar para conclusão da disciplina de estágio, podemos avaliar segundo, a fala de uma aluna, a importância dessa disciplina, porém não desvalorizando a necessidade de melhores condições para que o aluno realize de forma satisfatória a disciplina de estágio.

Depois dos medos, percebemos a importância dessa etapa en-quanto estudantes de pedagogia, onde aliamos todo o conhe-cimento teórico, filosófico, que nos deu subsídios para enfren-tar mais esse desafio acadêmico. Percebemos a importância do estágio e de como essa experiência nos foi de fundamental valor para a nossa vida acadêmica, profissional e pessoal, pois algo bastante interessante e importante acontece no es-tágio, que é a troca de conhecimento entre professor e aluno, porque não somos detentores de todo o saber, também somos seres em constante aprendizagem e durante essa atividade tivemos a oportunidade de adquirir e conquistar novos co-nhecimentos.

Segundo Roseli Fontana o estudante estagiário pode exercer e ser visto na instituição de ensino por várias vertentes:

(...) o estudante pode apresentar-se nas relações de estágio como porta-voz das mudanças pedagógicas ou aprendiz que

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nada sabe; pode experimentar-se como um analista da escola ou como um participante em suas relações, como um futuro professor, como um pesquisador ou como professor-pesquisa-dor, valorizando ou não trabalho dos professores em atuação na escola básica e seus conhecimentos, reconhecendo-se, ou não, como parte integrante da escola básica em suas descon-tinuidades e contradições.

Por fim podemos refletir sobre os diversos papéis, que serão exercidos pelo estudante, como estagiário. Sabendo das dificulda-des devemos pensar sobre a necessidade de um maior apoio e con-tinuação dessa atividade, para uma aquisição mais ampla e neces-sária de conhecimento para a formação do futuro docente.

Conclusão

A experiência do estágio foi muito importante para a vida acadêmica do estudante, apesar das dificuldades em acompanhar as exigências necessárias para a realização do mesmo, pois como ressalta PIMENTA “... no currículo dos cursos de licenciatura obri-ga o aluno a cursar outras disciplinas, além do estágio, no mesmo período letivo. Isso faz com que a ida à escola ocorra em dias al-ternados, fragmentados as atividades e as percepções que vinham construindo.” (2004, p. 105).

As outras disciplinas estudadas faz com que os estudantes não foquem o olhar especifico para a vivência do estágio, não per-cebendo todo campo de pesquisa que existe dentro da escola, além de dar a aparência de intromissão dos estudantes dentro da rotina da escola.

Por esse motivo notamos a necessidade de um olhar mais especifico dos especialistas em educação em organizar o currículo de licenciatura de Pedagogia, de modo que favoreça aos estudantes, tendo uma visão mais ampla e de sentimento de empatia sobre as dificuldades enfrentadas pelos alunos estagiários, visto a

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impor-tância desta “disciplina” e implicações futuras que ela acarretará aos alunos que não a realizarem de modo satisfatório.

O estágio é muito mais que uma obrigação acadêmica impos-ta pelo currículo, é para muitos graduandos o primeiro conimpos-tato com o papel de docente, talvez um pouco tardio tendo em vista que acon-tece quase no final do curso. É muito significativo, onde toda a teo-ria se faz entender, onde todo o conhecimento adquirido no espaço acadêmico se alia a prática da sala de aula. O estágio acaba sendo um instrumento que integra a universidade, a escola e a comunidade.

Referência bibliografica

BARCELOS, Valdo. Formação de professores para a educação de

jovens e adultos. 2° ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

BRZEZINSKI, Iris (org.). LDB dez anos depois: reintegração sob

diversos olhares. São Paulo: Cortez, 2008.

PAIVA, Jane. Os sentidos do direito à educação de jovens e

adul-tos. Petrópolis, RJ: DP ET Alii; Rio de Janeiro: FAPERJ, 2009.

PIMENTA, Selma Garrido, LIMA, Lucena Socorro Maria. Estágio e

Docência. São Paulo: Cortez, 2004.

IEL – Instituto Euvaldo Lodi – Principais perguntas e respostas

sobre estágio. Disponível em: http://www.ielpr.org.br. Acesso em

Referências

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