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II
BREVES
CONSIDERAÇÕES
Sobre as lebres intcrmiUenles pantanosas, observadas nas margens
do Paraguassú, e de alguns de seos confluentes, especialmente
nas Lavras Diamantinas do Sincorá,
MESE
APRESENTADA E SUSTENTADA PERANTE
FACULDADE
DE
MEDICINA
DA
BAHIA
PORentorna
fcc
Souja
t
étlxiit
NATUHALDAVILLADECAETITE,[PROVÍNCIADABAHIA)
Ml.
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MÉDIUM
PELA UNIVERSIDADE
DE BRDXELLAS
PARA
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^WS&S^&^SM
3DI2 Z^SS S?8ttW3<DEM OUTUBRO
DE
1864.Dlfficullfts erat circa mndum ofTcrenril
reraedlum,et cvitandicalumniamsi
occu-tXllsseloeger
—
(TonTi,r.2.*,p. 30)
BAHIA;
TYPOGRAPHIA
POGGETTI
DE
T01RIMI0
*
C."Itua
«IoCorpo
Sanío
n.°
-17FACULDADE DE
MEDICINA DA
BAHIA.
DIRECTOR
ft Jijr.ma Setr. CottselFieirtp JOt%.
Jíoãn
Mtajtlistft tfnsAnjos.
O E\.moSnr. Conselheiro Dr. Vicente Ferreira de Magalhães.
ossus.DOVTonus
Cons.Vicente Ferreirade Magalhães
FranciscoRodrigues daSilva. . .
AdrianoAlvesdeLima Gordillio .
Anlonio de Cerqueira Pinlo
AntónioMarianodo Bomfim . .
Adriano Alves deLimaGordillio.
Elias JoséPedroza .
Joséde Góes Siqueira
Cons.ManoelLadisláoAranhaDantas. . Alexandre José de Queiroz
Mathias MoreiraSampaio
{
AlexandreJoséde Queiroz. . . .
JoaquimAntóniodOliveiraBotelho
JoséAntóniodeFreitas
AnlonioJoséOzorio . . .
Saiustiano FerreiraSouio.
DomingosRodriguesSeixas
AnlonioJosé Alves. . . .
Anlonio Januário de Faria.
RozendoAprlgloPereiraGulmarãi IgnacioJosédaCunha. . . .
Pedro Ribeiro de Araújo. . .
José Ignacio de Barros Pimentel
VirgilíoCllmacoDamazlo . .
JoséAíTonso Paralzo de Moura.
Augusto Gonçalves Martins. .
DomingosCarlosdaSilva. . .
I.*AISNO. MATÉRIAS QinLICIOIUM
; Pbysiea em geral, e particularmenteem suas I apDlicaçõcsa Medicina. ChimicaeMineralogia. Anatomiades«ripliva. 2.»ANNO. Chimicaorgânica. Physiologia. BotânicaeZoologia.
Repetição deAnatomiadescriptiva.
õ.° ANNO.
Anatomiageralepathologica. Palhologiageral.
Physiologia. A.'ANNO.
Palhologia externa. Palhologiainterna.
Partos,moléstiasdemulherespejadascde meninos,
rcceinnascidos. 8.»ANNO.
Continuação de Palhologiainterna.
MatériamedicaeIherapeulica.
Anatomiatopographica. Medicina opcratovia.e apparellios
<i.°ANNO.
Pharmacia.
Medicinalegal.
liygiene, e Historiada Medicina.
Clinicaexterna do3.'e4° nnno.
Clinicainterna du5.° eli.* anuo.
Anlonio Alvares daSilva. . Demétrio Cyriaco lourinho. Luiz Alvares dos Santos . .
João Pedro daCunhaValle.
JerónimoSodre Pereira. .
(D»í!r(Dsasp<02aaí ./ Secção Acrcssoria. A Secção Cirúrgica. Secção Medica. AFaculda!e nãoap
O
iixm. Sr.B»r.Clncinnato B^inlodaSilva.©íanjjaâaa>n BanujíjiaiJi
O
Sr. S>r.Vhomaz
dMquino
Gaspar.^£S>'
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EZTREMOSi
]£ÍS
Respeito, amor c gratidão.
í
wbm
mmmmm
mbiê
Verdadeiro amorfraternal.
Á
MEU
PARENTE
EESPECIAL
AMIGO
<© S$nr.
entanto
Ire
Smtja
Spínola
DEPUTADO á
ASSSGSlDL&a @ERAIL LMMflLATIVA.Pequena prova de verdadeiraamisade e milita gratidão.
Á TODOS
AQUELLES
DE
QUEM
TENHO
RECEBIDO
PROVAS
NÃO
EQUIVOCAS
DE VERDADEIRA
AMISADE
Grata lembrança do
£,_.r-.yv.,fy<<
A
MEMORIA
DE
MINHA QUERIDA
MULHER
(Morla na flor da idade)
Profunda
gnmlade.
•. .JSJ53K
NTES
de tudo devo uma explicação á Illuslre Faculdade deMedi-&L
Vs?
fina da Bahia.Quando
cm
1852 conclui o meu quarto anuo medico, n'eslaFa-culdade, de cujas matérias passei os competentes exames, já meu estado de saúde era tão grave, que dava logar á recciar-sc por minha existência.
Porconselhos de muitos médicos c amijos, cu não sódeveria abandonar os estudos, como ainda procurarmudança de clima; únicos meios, dizião os mé-dicos, capazesde
me
restabelecerem: comprchendi o alcanceda receita....A
viagem para o interior da Província, ondeteria de encontraros cuidadosda Família, já era impossível, eu não poderia supportar o movimento do
ani-mal: tratei pois de ir para a Europa, onde os recursos são outros: ali estive
Ires annos felizmente de utilidade para mira;primeiramente porque melhorei de saúde tanto, que
um
anuo depois pude continuar meos estudos, aindaque coramuita moderação;
cm
segundo Jogar, porque tive a fortunade recebero nico gráo era
uma
das Faculdades mais acreditadas da Europa, c de poder apreciar o grande lheatrocm
que a Arte de curar temfeitoera todos osseosramosprogressos dignos d'aquelles, de que mais se ennobrece a humanidade.
Senti, e senti profundamente, que minha fraca saude
me
não permillisse aproveitar melhor o meo tempo era relação aos estudos... liz o que pude.Voltando era 1856, e aquichegando quiz tratardo reconhecimento demeo Titulo; mas infelizmente minha saude, ainda fraca,começoulogo á ressenlir-se
do clima quente e húmido d'esía Cidade; c eu receioso de que reapparcccsse
tão raartirisanlc sofrimento, do qual havia milagrosamente escapado, cuidej
lofjode retirar
me
para o interior da Província, na Cidade dos Lcnçoes, onderesido, não tendo tido até agora occasião opporluna de vir legalisar o meo
Ti-tulo: posso aliançar, que a falta não foi voluntária; por isso espero, que
HH^asisia.
í->SOS<
Escrevendo algumas considerações sobre as febres intermiltentes
paludozas não tive unicamente
em
vista o reconhecimento demeo
ti-tulo; para este fim poderia escrever sobre outro qualquer assumpto:
motivo mais ponderoso actuou paraque eupreferisseoceupar-me, ainda
quegenérica, e suecintamente, de
uma
moléstia, que, por assim dizer,domina
a pathologia dologar o mais importante do interior daPro-víncia da Bahia; fallo das Lavras diamantinas, ondetaes febres fazem
annualmcnte
um
grandenumero
de victimas, atacando asvezescom
tanta violência, que
em
doisou trez dias morreum
individuo, que pouco antesgosava de perfeita saúde.Entendi, que, filho dointeriorda Província, e
morando
a oito an«nos nas Lavras, onde tenho observado
com
attenção amarcha de taesfebres, e otratamento maisproveitosopara cural-as, deveria publicar
oresultado de minhas observações tanto mais, quando não sendo
fá-ceis n'aquelles logares os recursos da medeeina,
um
escripto, queof-ferecesse
em
estilo ao alcance de todas as intelligencias,uma
explica-ção, ainda queem
esboço, da natureza damoléstia, das variadas for-mas, porque pode apresentar-se, da facilidade de complicar-secom
outros soffrimenlos, e os meiosmais profícuos para combalel-a, e rnes. íno prevenil-a, poderiaser degrande utilidade aos nicos patrícios.
Não
tenho apretenção de apresentarum
escripto tal, qual eumes-mo
desejaria, se outros fossem osmeos
recursos intellectuáes, e sedisposesse demelhor saúde, que
me
permittisse oceupar seriamentedos estudos: afianço
porem
—
que as breves considerações—
que,of-fereço ao publico, são resultado da pratica, e da observação, que eu
demonstraria por exemplos, se de alguma forma não m'o probibisse
Ari to»a in observationilui*.
(BACLIVI)
FEBRE
vulgarmentechamada
intermittente é todareacção febril periódicaou não
em
consequência deum
envenenamento
miasmatico,sui generis, cedendoem
regra geral ás preparações de quina.Nos
logares pantanosos, nasmargens
de rios importantes de cursovagaroso que percorrem terrenos baixos e férteis, a febre
intermit-tente é
uma
moléstia endémica que atacaem
todas as estações,prin-cipalmente depois de grandes chuvas
que augmenlão
o volume dasagoas fazendo-assahir foradeseosleitos naturaes, quando estasagoas
voltando á seo curso regular deixãolagos oupântanos, onde ficão
em
putrefacção matérias orgânicas de varias espécies, cujas emanações
rarefeitas pelo calor volatilisão-se infeccionando o ar.
Vemos também
desenvolver-se a febre intermittenteem
logaresal-tos e arejados, onde existem tanques ou outros depósitos artiíiciaes
de agoas estagnadas contendo matérias orgânicas
em
putrefacção.As
condições as mais essenciaes para o desenvolvimento doEu
creio que lodos, quantos se achão nos Jogares onde reina a en-demia, estãoigualmente sujeitos á suaacção: só a resistência ouforçade repulsão orgânica, principalmente
quando
é esta reforçadadecon-diçõeshygienicas favoráveis, explica a razãoporque uns são atacados
com
maisoumenos
violência, á medida que outros deixãodeo ser.A
febre intermíttente, queámeo
ver nãopassa deuma
entoxicaçãodo sangue pelo principio miasmatico, qualquer que seja a forma ou
caracter sob o qual se apresente, é sempre a
mesma
moléstia; sua es-sência é invariável apezar das diflerentes formas porque sócmanifes-tar-se.
Essa variedade aliás tãofrequente nos logares onde predominão os
miasmas
depende da idiosyncrasia do individuo, das condiçõeshygie-nicas
em
que se ache, da quantidade demiasmas
absorvidos, das di-versas alterações doorganismoem
consequência de padecimentos pas-sados ou presentes.Introduzidos os
miasmas
na torrente da circulação já pelospulmões,já pela pelle, já pelo estômago, é claro que mais tarde ou maiscedo,
ou poroutra, logoque se
rompa
oequilíbrio entre a força deresistên-cia orgânica e de acção do veneno, o organismo ha de ressentir-se
da presença de
um
principio deletériocom
tendência á destruil-o.Este principio morbifico pode conservar-se no organismo de
um
avinte dias ealguma vez mais,
sem
que entretanto os centros nervososdêem
signal de sua presença: este é o período quechamamos
dein-cubação.
Logo porém
que serompe
o equilíbrio os centros nervosos
sentem-se abalados, declara-se ou frio intenso
acompanhado
de tremor,simplesmente horripilações, ou apenas frieza das extremidades, e as
vezes
nem
esta: o certo é, que os centrosnervosos atacados procurãorepellir o inimigo, e para isso
põem
em
acção todas as forçasorgâ-nicas; esta luta, quando oorganismo
tem
forças parareagir, érepre-sentada pela febre, que, quando éaccompanhada de suor e apyrexia,
indica que o organismosaio victorioso dalutaque tevedesustentar.
Mas
infelizmente, á não ser poruma
raríssima excepção, nosso po-bre organismo terá de sernovamente
acommettido pelo tenaz ere-belde inimigo, que
em
vezde fraquearaugmenta
de vigor áproporçãoque aquelle enfraquece; e se ossoccorrosdaarte nãoo
vem
ajudarem
uma
lutaquecom
acontinuação torna-se tão desigual, virá ásuecum-bir victima dos estragosproduzidos pela intoxicaçãomiasmatica.
A
reproducção dos accessos tem intervallos variáveis, os quacsfor-mão
a intermittencia.O
resultado dalula, que sustenta oorganismo para expellirdesi o principio miasmatico, não c sempre idêntico; depende daforçadere-sistência ou refracção de que é o individuo dotado, das condições
fa-voráveis oudesfavoráveis que o cerquem, da quantidade ou
concentra-ção dos
miasmas
de quese acheimpregnado.De
uma
febre intermittente simples c benignacom
seostrêsperío-dos
bem
descriminados áuma
perniciosa algidasem
períodos regularesvae
uma
tão grande variedade de formas (não falloainda dascompli-cações, que á seo turno fazem variar a febre
em
suas manifestações)queseriaimpossível descrever
em
uma
simples these.Demonstrar
que a moléstia é amesma,
que adifíerença está apenasna benignidade ou malignidade
com
que ataca, na simplicidade e nascomplicações que apresenta; mostrar alem disto que a febre intermit-tentepodevariar de forma, complicar-sede quasi todos ossoffrimentos
á que está o organismo sujeito, complical-os, e
mesmo
mascaral-os;apresentar finalmente o tratamento
empregado
pormim
epor algunscollegas
meos
nointerior daProvíncia, no focodainfecção, tratamentoque
tem
sido quasi sempre coroado do mais feliz resultado, tal é o principal fim das breves considerações, que tenho a honra deapresen-tara illustre Faculdade deMedicinada Bahia.
Muita vez ouquasi sempre asalvação dodoente depende do
conhe-cimento praticode varias particularidades, que terei de referir; e só esse conhecimento nos poderáguiar naescolha dos medicamentos, e
na opportunidade deempregai-ossegundo a forma sol) aqual se
de-clarea febre.
Se esta se apresentasse semprede
um
modo
regular euniformeva-riando apenas naviolência
com
que atacasse, parece que nada maisse teria á acerescentar ao que atéagora se
tem
escripto a respeito,ánãoser o descobrimento de
um
novo especifico, que se devesse publi-carem
beneficio da humanidade.As
complicaçõesporém
que sedão no organismo na luta, que estesustentapararepellir o mal, e as differentes formas porque se mani-festa a reacção,
confundem
de talsorte omedico poucoexperimenta-do,
maxime
se a moléstia sedeclara longe do foco dainfecção, (comoacontece quasi sempre aos viajantes) que o pobre doente
morre
muitavez victima de
um
falso diagnostico cercadomesmo
de médicoshábeisonde asciencia é perfeitamentediscutida,
mas
onde infelismente por falta deum
conhecimento pratico especial o verdadeiro tratamento5
A
feltre interinittenteora é simples c regular; n'este cazo aoperío-do de frio sueeede o de calor ou reacção febril, e áeste
ode
suor,se-gue-se depois aintermitteucia ouapyrexia, durante a qual o doente
nãosente
incommodo
algum, c quando o sinta étão ligeiramente, queas maisdas vezes
nem
se quero priva de suas habituaes occupações:ora é simples e irregular; isto é: quando não trazendo ou não sendo
acompanhada
decomplicações deixacomtudo
de percorrer seos trêsperíodos característicos, faltando ora o frio, que asvezes ésubstituído
por
uma
ligeira horripilação ou pouca frieza das extremidades que oprópriodoente apenas percebe; ora o suor que
em
algunscazos ésubs-tituído por
uma
grande quantidade de ourinas ou por dejecçõesalvi-nas:de qualquer formadá-se aintermittencia
como
na febre simples regular.Uma
febre intermittente pode começar simplese depois complicar-se
ou
tornar-se pernicioza: istodepende devarias circumstancias,es-pecialmente da lutaque sustenta o organismo para expellir o
princi-pio morbifiGo eda violência
com
queeste ataca.Se as maisdas vezesa febre intermittentesedeclara
com
otypoque
lhe dáo
nome,
muitas vezestambém
apresenta-se remittente ouconti-nua, eassimdurapor muitos dias
sem
quesetenha certezadesuana-tureza: estaobservação deve merecer alguma attenção dos práticos
para que não
deixem
absolutamente de considerar as febresgravescontinuas ousubcontinuas
como
podendo ter por cauzauma
intoxica-ção paludica, e assimnão cahirem
em
errosgraves e fataes deixando deempregar
em
tempo
o tratamento especifico.A
falta deuma
intermittencia franca e a irregularidadedos períodos
indicãosempre algumagravidade; areacção
não écompleta, portanto
as forçasradicaes estão mais ou
menos
6
Se o soffrimento quecomplica a febreé de natureza inflammatoria,
predomina ocaracter de continuidade
em
quanto dura a acuidade dacomplicação: se
porém
é esta de natureza chronicaa febre podeapre-sentasse intermittente ou remittente: a remittencia pode dar-sc
lam-bem
em
alguns casos de complicação inflammatoria e aguda de poucaintensidade; a intermíttencia nunca.
Na
lula que sustenta o organismo para expellir de si o mal que oacommette
quasi sempre fica mais oumenos
compromcltido algumórgão, naturalmente o mais vulnerável: d'ahi
vem
o predomínio(festaou d'aquella complicaçãomais ou
menos
grave segundo a importânciado órgão offendido.
Temos
lambem
febre intermittente larvada, isto é aquella que seapresenta revestindo o caracter de
uma
moléstia diversacomo
se foraa idêntica: n'estes casos varias considerações nos levão ao
conheci-mento
exacto da natureza do mal; por exemplo: omorar
o doenlcou
terestado
em
lugar onde reinaa endemia palustre, a intermíttenciaou
remittenciaque se observa, a fallibilidade de vários tratamentos, c
fi-nalmente o triumpho do especifico quando dellese lança
mão.
Além
destas, outras considerações, que ainda terei de offerecerno
decurso de
meo
escripto, deverãocalar no espirito do clinicopara quefaça
um
diagnostico exacto, e consequentementeum
bom
tratamentoda febre intermittente, que se apresenta
sem
o seo typocaracterístico.Não
devo deixar passar desapercebidoum
facto muitofrequente e deobservação quasi diária; nos logares, onde a febre intermittente re• presenta aparte a mais importanteno quadro nosologico, todas as
mo-léstias agudasde naturezanão pantanosa,
em
sua declinação, c osrcmittcntc: n'estescasos só o especifico pode terminar o curativo no
primeiro, e melhorar oestadododoenteno segundo.
À
febre perniciosa não é senão amesma
febre intermittente levadaaos últimos gráos de intensidade.
Ahi
vemos
o mal tomar dimensõesgigantescas, eopobre organismo suecumbir ás mais das vezessem
forças para resistirem
uma
lutatão desigual: os centros nervosos, que deverião animal-oe sustental-o na lide, são os primeiros a fraquearem (vistocomo
são ellesos mais di-recta e violentamente acommettidos) ecom
o nobre systema ode-mais organismo, ficando a victoria ao terrível inimigo, que augmenta
de
vigor ámedida
queenfraquece a vida.E
mesmo
assim, á não serporuma
raríssima excepção eem
algum
cazo da maisviolenta perniciosidade,
com
que ásvezes costuma atacaro miasma,
quando
está muito concentrado, o organismo resiste aos primeiros combates offerecendo intermittencia ou remittencia: depoisvae pouco ápouco fraqueando á proporção que renovão os ataques,
até que finalmente
suecumbe
exhausto de forças, se amão
poderosado
hábil e experimentado clinico, dispondo dos precizos recursos, onão
vem
livrardeuma
morte infallivel.As
formas variadas,com
que se declara a febre perniciosa,depen-dem
da maior oumenor
intensidadecom
que sãoatacados os centrosnervosos, dos pontos ollendidos, e da natureza especial ou
idiosyn-crasia do individuo.
O
estudo da febreintermittente perniciosa, quetantotem
oceupadoa attenção de grandes práticos, e que melhor se
tem
prestado aoco-nhecimentodaslezões orgânicas, visto
como
sonoscazosdei
dade achíi o medico
um
vasto amphitheatro para o estudo daanato-mia pathologica, tem feito
com
que geralmente se acredite que afe-bre intermittente ó
uma
nevropathia: Maillot vae além, c depois deapresentar suas observações
em
dezenas deautopsias feitas na Algerhisobre
um
grandenumero
desoldados mortoscm
consequência defe-bresintermittentes perniciosasconclue, que a febre intermittente não
passa de irritação do eixo cerebro-espinhal
acompanhada
de febre emostrandose debaixo de forma periódica
ou
de accesso.Em
vista de autopsias, de cuja exactidão se não pode duvidar, eucreioque os centros nervosos são narealidade aspartes do organismo
de preferencia atacadas: são elles que maior luta sustentão para
cx-pellir o principio morbifico, e portanto os que
em
cazo deperniciosi-dade, e quando
suecumbe
o organismo, apresentão as mais graveslezões.
Mas
só porisso deveremos afiançar que a febre intermittenteéuma
irritação cerebro-espinhal?
Um
symptoma
não deve servir de base para a definição deum
pa-decimento do organismo
em
geral; porque então omesmo
soffrimentoseriadefinidodiversamente, seoutro
symptoma
predominasse.A
mesma
febre intermittente pode servir-nos de exemplo n'este cazo: assim os Srs. RayereGuerin deMamers
entre outros aconside-rão
uma
nevróse cerebro-espinhal; Maillot afiança que é cilauma
irritação dos centros nervosos; o Sr. Piorry
tomando
em
grandecon-sideração as alterações do baço e seo restabelecimento depois do
em-prego do medicamento especifico, quer localizar a febre n'aquelle
ór-gão; o Sr. Roche, que
em
outrotempo
considerou-acomo
irritaçãoenve-ncnamcnlo
do sangue produzido por miasmas pantanosos, epensa queos
symptomas
nervosos c inflamatórios, pelosquaes cilase manifesta,não passão deefleitos docontactodo veneno sobre os centrosnervosos
e 08 principaes órgãos.
Outras muitas opiniões haainda de vários authores sobreanatureza da febre intermittente: confesso que
nenhuma
me
satisfaz,anão
será doSr.Roche
que eu partilho;más
suaexplicação sobre a cauzadain-termiltencia da febre
me
parece singular.O
quejulgo incontestável, e que a pratica demonstra é, que nacn-toxicação palustre todosos órgãos soffrem mais ou menos: o sangue,
os centros nervosos, e as vísceras deconsistênciaesponjosa são de pre-ferencia atacados: a côrnegra dosangue, a faltade fibrina que se ob-serva depois de algunsaccessos de febre,esua tendênciaás congestões
provão, que os
miasmas
oaltcrãoaponto de desenvolver-se essaca-chexia paludosatão característica, e as vezestão difíicil ácurar-sc:
as dores naespinhadorsal, que sentem tãofrequentemente osdoentes
acommeltidos de febre intermittente (eque tanto se prestão para o seodiagnostico) osenfraquecimentos, e
mesmo
paralysias dasextremi-dades, que algumas vezessobrevoem, os
symptomas
nervosos mais oumenos
graves, que sedãonas perniciosas,nosdevem
convencer dosof-frimentodo eixo cérebro-espinhal:o baço, ofígado e ospulmõessão asvísceras mais frequentementeata. cadas; o fígado mais do queospulmões c obaçoainda mais do que o fígado:o baçoprincipalmeutc
c^V
™
isalterações offereceno
decursod'
uma
febre pantanosa; seovolume
vaepoucoapoucoaugmen-tando áproporção que vãoos accessos repetindo á ponto de
tomar
di-mensões
enormes, cassim embaraçandocertas ftincções do organismo, cajudado do estado do sangue desenvolverhy-IO
dropesias rebeldes e quasi sempre incuráveis, de que infelizmente
to-mos
visto tantos exemplos.É
rarovêruma
pessoa de recursos chegar á este deplorável estadode cachexia einfiltração sorosa, o que aliás é frequente nas classes da
sociedade
menos
favorecidas da fortuna: tocaremos ainda n'este pontoquando tratarmos dos meiospreventivos da febre inlermittcnte, e
de
suas consequências.
Antes de entrar nos detalhes do tratamento julgo conveniente esta-belecer certas bases, sobre asquaes
em
regra geral elle se funda:estas bases, resultado da experiência,
devem
sempre estarna
mente
daquelles, queainda pouco práticos sededicão ao exercício da Medeci-na
em
logares, onde reina a febre intermitlcnte, que,sempre
variá-vel
em
suas manifestações, pode illudir atémesmo
aos mais hábeismédicos.
Não
basta conhecer a natureza da febre, e saber que paracomba-tel-a existe
um
especificopoderoso: éprecizo tercm
vista que, se o especifico podecurar a febre neutralizando aacção do principiomias-matico, pode
também
(o que não é raro) aggravar por sua acção localouphysiologica ascomplicações que
acompanhão
a febre, e assim,em
logar de combatel-a, fazerperigar o estado do doente: d'ahinascem
certas prevenções, aliás injustas, contra o sulfato de quinina.
Os
primeiros médicos, que nointerior de nossa província tratarãode doentes atacados de febrespantanosas complicadas ou perniciosas,
ora desconhecião a natureza delias, e entãoas combatião
como
febrescontinuas graves não especificas; ora conhecião a natureza do mal, e
empregavão logo o especifico
sem
seoceuparem das complicações:em
um
e outro cazo erão geralmente mal suecedidos; e se amoléstiato-1 i
mava
proporçõesgraves,que as simpliccs forrasorgânicas não podiaosu perar, morria o doente victimada inexperiência dosqueo tratarão, (a)Saber
em
tempo
remover do organismo todos os soíTrimentos quecompliquem
o malcom
especialidade osdecaracter inflamatório,com-batendo cada
um
segundo sua natureza e gravidade, e empregaro es-pecifico opportunamente—
eis omodo
o maisprofícuo de curaruma
fe-bre intermittente palustremais ou
menos
complicada.Nas
perniciozas porem,em
queoorganismo se acha gravemente comprometidopela violênciado envenenamento, esem
forçaspararea-gir sobre o mal, o tratamento
muda:
em
tacs cazos o especifico deveser
empregado
prompta, instantânea,eenergicamentepor todas asvias, por onde possaterlogar sua absorpção; aqui ofim dopraticodeve con-sistirem
neutralizar immediatamente a acção doveneno, que pelain-tensidade
com
queobra põeem
perigo a vida do doente: depois ouconcomitantemente, segundo as circunstancias, combateráas
compli-cações,
quando
haja, principalmente aqucllas que por sua gravidadepossão á seo turnocomprometter o organismo.
Isto posto, qual deverá ser o procedimento do medico
chamado
naoccasião do accesso? esperar que a febre faça pausa (salvo
em
caso de{a) Devo poramor á justiça declarar, que, quando aointerior da
Província
no foco dainfecção palustre reinavaaconfusão no tratamento das febres graves,
emorriãopor anno centenas de doentes (como infelizmente ainda accontece, porem
em
menor escala) osSrs. Drs. Pedro daSilva Rego, e FelippeM.S. Vieira salvarãogrande numerode doentesempregando orao tratamento mixto, ora o puramenteespecifico conformeoeazo exigia, ecom a intelligencia e tino,de que são dotados.
is
reconhecida perniciosidade) para então empregar o especifico: entre
-tanto tratará
sem demora
de removertodas as complicações ainda asmais ligeiras,
combatendo
-as segundo sua natureza e gravidade porantiphlogisticos, conlra-estimulantes, emeto-catharticos, revulsivos,
calmantes,
ác,
&c. conforme melhor entender.Mas como
pode acontecer, queo tratamento dascomplicações baslcalgumasvezes paraque o curativoda febre se faça, cprudente não
em-pregaro especificosenão depoisdo reapparecimento doaccesso,
quando
este se de, depois de combatidas as complicações: então quanto mais
affastado for do accessovindouro o
emprego
do especifico, tanto maisproficuamente este obrará. *
Dous
são portanto os meios empregados para o curativo da febreintermit tente miasmalica:
um
racional ou das complicações; outroes-pecifico ou da causa da moléstia.
No
primeiro caso estão todos os agentes therapeulicos, que possãocollocar o organismo doente
em
condições favoráveispara poderrea-gir convenientemente sobre o principio morbifico, ou para melhor
re-cebera acção doespecifico: estes meiosvarião infinitamente conforme
a natureza da complicação, idiosjncrasia individual, ác.
No
segundo caso está a quina, ou antes seuprincipio activo, únicoespecifico, ou agente*alé hoje conhecido, capaz de destruir o
mal
em
sua essência.
Todos os medicamentos preconisados
como
suecedaneos da quinanão
merecem
ámeo
ver tão honrosoepitheto.13
ha
também
outros muitos de curativo da febre paludica pelo tártaroemético, por alguns laxativos, por sudoríficos, por tónicos, banhos
frios,
mudança
de clima,$c,
independente doemprego
da quina ou de seoscompostos.O
tártaro emético mais que todos merece especialmenção
como
um
dos maispoderosos adjuvantes do especifico, e
um
dosmeios maisúteispara facilitarareacção orgânica sobre o principio miasmatico: não ex-plicarei as diversas acções do tártaro emético, direi apenas que grande
numero
de febres intermittentes simplices cede ao seuemprego; e asque
deixão de ceder são depois mais facilmente combatidas peloes-pecifico.
Na
cidade dos Lençóes ecm
outros pontos das lavras diamantinasdoSincorá, onde a febrepantanosaé endémica, o usodo tártaro
emé-tico está tãovulgarisado, queraraé acaza,ondese não administreesse
medicamento no começo
deuma
febre, qualquer que sejasua naturezae gravidade; csó quandoesta deixadeobedecer á sua acção, é que re-correm á outros meios, e o tártaro justifica a confiança, que nelle deposituo.
De
factocombatendo
o tártaroum
grandenumero
de complicaçõespelas diíTerentes virtudesde que é dotado, ora favorece areacção or-gânica sobre oprincipio miasmatico, queas vezes é completamente ex-pcllido; oraregularisa a febre dispondo o organismo a receber mais vantajosamente a acção do especifico.
Mas,pergunto, haverá
um
só exemplo de febre perniciosa curadapor
algum
dessesmedicamentos, que se dizsuecedaneos/ da quina?14
Entretanto temosdiante de nós milhares de exemplos, que provão
exuberantementeo poder da quina, ou antes do seo principio activo, no curativodesses envenenamentospaludosos gravíssimos,
em
queso-mente
esteheróicomedicamento
pode livrar odoente de morteimmi-nente.
Eu
mesmo,
com
prazer o digo, tenho visto dezenas de doentes, queja passavão por cadáveres, apresentarem
como
por encanto signaes demelhoramento, elogodepois convalescerem debaixo do
emprego
do sulfatode quinina manejado pormim
no foco dainfecção, onde omias-ma
ataca muita vezcom
tal violência, queem
vinte e quatro, trinta cseis, ou quarentae oitohoras
morre
um
individuo,pouco
antes cheio de vida ede vigor.Qualé oremédio que pode operar osmilagresdaquininanos cazos,
em
queavida se acha compromettida seriamente porum
veneno tão activo?respondão os práticos.E
nem
se diga que a quina ésimplesmenteum
tónico ou coizaque
ovalha, eque por sua acção eminentemente tónica é que curaa febre
miasmatica: assim não penso eu, e
com
tanto mais razãoquando
oprincipio activoda quina, verdadeiro antídoto do
miasma
pantanoso,não é
um
tónico na accepçâo dapalavra; ao contrariodebaixode
suainíluencia, sobre-tudo se é
empregado
em
altas dozes e poralgunsdias, o organismo abate-se.
Os
diversosagentesempregadoscomo
suecedaneos da quinaobrão,segundo penso, não
como
específicos,mas como
adjuvantes das forças vitaes concorrendo para que estas possão por si reagir sobre a acção dosmiasmas, quandoestesnão ataquemcom
violência capazdeIO
tagem
parauma
boa digestão c portanto para prompta reparação dasforras.
Alem
dos meios aconselhadosum
outro nãomenos
importante iapassando desapercebido: quero íallar da hydrotherapia, alavanca
po-derosa da Medicina
moderna
para levantar o doente de muitossoffri-mentos
graves, diante dosquaesoutras medicações falharão; c de factooschoques d'agoa friapela
manhã
são de grandeutilidadeem
muitoscasos de cachexia palustre,
como
cm
alguns de febre intermittentechronica c rebelde.
Todos
esses meios mais oumenos
modificados serãoem
parte ouno todo aconselhados durante aconvalescença: as preparações
ferru-ginosas serão
também
empregadas, se o estado anemico do doente oexigir.
Concluindo direi que o tratamento da febre intermittente, e deto das as complicações, que a cercão, é mais difíicil, do que talvez se
possa acreditar; porque
nem
sempre o organismo acecitavantajosa-mente
a acção dos medicamentos; demais o caracter pernicioso, ascomplicações graves, que se apresentão, a necessidade que
tem
odoente de continuar á habitar logarespantanosos,
de,
são embaraçospara o curativo, que nos
devem
merecer séria reflexão.A
verdadeira medicina deve consistir antesem
prevenir asmolésti-as, do que
em
cural-as; isto é opinião degrandes práticos.Se todos nós comprchendessemos, que somos dotados de
uma
forçaoceulta inherente á nossa organisação, e sempre
cm
luta para nosSfO
colo procuraríamos conservar essa preciosa égide, que quasi sempre
por ignorância, e ás vezes por vontade antes (ralamos de destruir.
A
hygiene, que nos poderia levar asconhecimento de meioscapa-zes de evitar as causas de
um
grandenumero
de moléstias, é porin-felicidade nossa
uma
sciencia apenas conhecida quasi exclusivamentepelos médicos, e estes
em
regra geralnem
parasitomão
osconselhosdo maisútil dosconhecimentos
humanos.
. .É
nos preceitos hygienieos principalmente que bascao os melhorespreservativos da febre miasmalica, visto
como
não é possível, senãodepois de dezenas de annos, de séculos c talvez nunca, extinguir esses focos de infecção, que tantos estragos fasem na humanidade,
especial-mente
cm
um
paiz vasto, rico de vegetação, virgem na suamaiorcx-tensão, alem disto quente e húmido,
como
é o nosso.Não
pretendo tratar minuciosamente de todos os recursos, queme
parecemvantajososparanospreservarem dafebre intermitlentenos lo-garesdesua soberania: paraisso seria preciso passar além dos limites
de
uma
these; tocareiapenas nos pontos mais importantesámeo
ver,mostrando
em
esboço as causas predisponentesda febre, e osmeios deprevenil-a.
É durante a noite quando os miasmas estão condensados pela
fres-cura da atmosphera, contrastando
com
o grandecalordo dia, que maisfacilmente se é atacado pelo principio morbifico; por isso
com
razãomuita gente procura nesses logares evitar o sereno da bocca da noite
privando-se
mesmo
depasseios e viagens ao luar, aliás tão agradáveis.Durante o dia, quando os
miasmas
estão rarefeitos pelo calor do sol, está-semenos
sujeito á sua acção; silvo nosfócos de infecçãoain-31
da não discortinadosdas grandes arvoresou florestas,onde os miasmas
sr achão á qualquer hora mais ou
menos
concentrados por falta deventilação, e liberdade para se rarefaserem.
Os
habitantes dessas localidadesdevem
procurar teruma
vidare-gular, evitando os excessosde todo o género, que possão enfraquecer oorganismo, e portanto sua (orça de resistência contra oagente
de-letério.
A
alimentaçãolambem
influe poderosamente sobre odesenvolvi-mento
da febre, c de suas consequências: assimuma
alimentaçãore-paradora, tónica e de fácil digestão, constando especialmente de
subs-tancias azotadas conserva as forças orgânicas
em
estado de resistiremá acção miasmatica,
como
diariamente observamos entre as pessoas derecursos e regulares
cm
scos hábitos: aquellasporem, que ou porfal-tade meios, ou por vontade se alimentão de preferencia de
substan-cias pouco nutrientes c dedifficildigestão, c as quese entregão aos ex-cessos da
mczaou
áum
regimennocivo, não só estão mais sujeitasásfebres,
como
ás recahidas, e ás mais consequências doenvenenamen-to paludoso.
Ainda
como
meio preservativo aconselharei ás pessoas residentesem
logarcs pantanosos, que procurem morarcm
cazas ventiladasesec-cas, edificadaso mais longepossível dos focos daexhalação
miasmati-ca, fora dadirecção dos ventos, que venhão daquelle lado, quando
n'isto nãohaja impossibilidade material.
Finalmente
ninguém
deverá expor-secm
jejum á acção dosmias-mas:
convém
antes de sahir de caza tomar algum alimento reparador;««
O
café, quetambém
tem sido preconisadocomo
antídoto nasfebres palustres,éameo
verde grande utilidade nas convalescenças, quando15
Combatidasas complicaçõespelos methodosordinários, emelhorado
o estado dodoente, se este melhoramento
em
vez de continuar, antesdesapparece para dar logar a novo accesso de febre, e
reappareci-mento
das complicações, logo que novo melhoramento se declare,ain-da
quando
não seja estebem
pronunciado, o medicodeverásem
per-da de
tempo
empregar o sulfatooubisulfato de quinina, e continual-opor algunsdias.
Ainda
quando
omedico não ache complicação alguma,más
reco-nhecendo
uma
intermittentesimples, nãodeverá empregar oespecifi-co,
sem
que antes administreumvomitivo
ouum
laxativo.À
praticatem
demonstrado, queum
evacuante antes do empregodaquinina é de
summa
vantagem
para obom
êxito do especifico, salvose houver formal contra-indicação.
Para curar
uma
febre intermittente, aindamesmo
asde algumagra-vidade, não sãonecessárias essasdoses de quininalevadasá
uma
eduasoitavas por dia,
como
alguns authores aconselhão: essasdosesexage-radas têem, alem de outras desvantagens, a de produzir
em
algunsdoentes graves incominodos cerebraes,
bem
como
zunido de ouvidos,surdez, vertigens, e até
mesmo
accessos de alienação mental etc: demais a pratica
tem
demonstrado que paracuraruma
febreintermit-tente não perniciosa basta de 18 á
2i
grãos desulfato de quininanoprimeirodia,e
menos
nosseguintes,em
queomedicamento será con
-tinuado
em
decreschnento: o essencial é nãofraccionar muito a dose,c
nem
perdertempo
cm
administral-a.Nas
intermittentes simplicesde seo começo, ou tornadas taesdepois de combatidas as complicações, nas remittentes, e naslarvadas admi
16
No
começo
do tratamento, logo depois doaccesso, dou ao doentedezoito grãos de quinina
cm
pílulasouem
dissolução deuma
só ve/,ou
em
duas oumesmo
em
três, quando muito,com
pequenosinterva-los de
uma
dose á outra: se a intermittencia é curta, então faço todoempenho
de empregara dose inteiraifesse pequeno espaço.Se o accesso sobrevem, adose seguinte será egual á primeira, ou
mesmo
augmentada, seagravidade dalebre o exigir;más
se esta deixa derepetir, então dever-se-ha continuar o especificoem
dosemenor
edecrescente porespaço de alguns dias, c sempre nas horas da apyrexia.
Ordinariamente
nenhum
praticoemprega
o sulfatode quinina puro;quasisempre oadministraassociado ora ao ópio, ora ao calomelanos,
ouâ qualquer outro adjuvantesegundoaconveniênciad'estcoudaquelle.
Cada umd'elles temsuautilidade,quando é opportunamente
empre-gado; osulfato demagnesia oude soda por sua acção laxativa c de
al-guma
formaespecialsobre o tubo digestivo facilita a absorpção dosul-fato de quinina, co torna mais enérgico: tenho vistofebres
intermit-tentes rebeldesao sulfato de quinina cederem de promptoao
mesmo
medicamento associado ao sulfatodemagnesia.Somente
nos cazos de febres perniciosaseu costumoelevar as doses de quinina á uma, duas oitavas, e mais pordia; não sóporqueenten-do,queénecessário empregar maiorquantidadedo especifico para neu-tralizar aacção domiasma;
como
porque estandoo organismoprofun-damente abalado, esuasfuneções de alguma forma entorpecidas, nãose
podeavaliar
nem
aproximadamente aquantidade deespecificoabsorvi-da^
assimporcauzade
duvidas eu oemprego
em
altas dosesja pelaboca, ja
cm
clysteres oumesmo
pelomeíhodo
endermico até que o1?
Aqui não devo haver questão de hora para o emprego do
especi-fico; neutralisar prompta e energicamente a acção violenta do
vene-no, combater as Lezões mais ou
menos
graves, que tenhão apparecidono organismo, eis o dever do pratico diante de
uma
intermiltenteperniciosa.
Ao
emprego
do especificoem
altas dozes deveaccompanhar o dosrevulsivos enérgicos
bem
como
cáusticos, sinapismos, clvsleresesti-mulantes: os clysteres de pimentas malaguetas são de
um
effeitopromplo
contra as congestões ecrebro-espinhaes.Á
sangria, principalmente a geral, não deverá ser empregada docurativo das febres perniciosas palustres, salvo
em
algum caso raro,cm
queo grande tino dopratico entender, que é cila nessaria.Combatido o accesso pernicioso o medicocontinuará á empregar o
sulfato de quinina,
porém
com
mais moderação ccm
dozes decres-centes, tendocm
consideração o estado geral do doente, sua natu-reza especial, e as lezões de alguns órgãos, que necessitem deum
tratamento especial: cessando aperniciosidade o tratameuto á seguir-se é o das febres intermittentes simplices.
Muitas vezes a febre nãocede ao primeiro curativo, e quando ceda,
reapparecc
algum tempo
depoisem
consequência de varias cauzas,es-pecialmentepor faltavoluntária ou involuntária de
uma
hôa hygiene.Nestes cazos
vemos
a febretomarum
caracterde chronicidade,apre-sentando-sc poraccessos
em
dias e horas determinadas, ousem
inter-vallos certos;
más
estragando poucoapouco
eprofundamenteoI*
É
quandoa febretoma
estecaracter, que se desenvolvem as mata das vezes essas obstrucções chronicasdevísceras, de proporçõesenor-mes, e tãorebeldesao tratamento; motivando quasi sempre
hydrope-siasincuráveis, e outros malesde consequência funesta.
A
cachexia paludosa, as paralysias dosmembros,
as inflamaçõeschronicas dotubo digestivo etc. são
também
muitavez resultadodain-fecção palustre.
O
tratamento dessas diversas alteraçõesdo organismo, nada tem deespecifico; aqui o especifico nada poderá conseguir, visto
como
não émaiso principiomi
asma
tico, quesetem
a combater; e sim moléstiasorgânicas, quea quininapoderá antes aggravar, e que só pelo
metho-do racional convenientemente applicado poderão sercuradas.
Nas febres rebeldes
convém
afastar o doente do foco da infecção,combater os desarranjos dos órgãos offendidos, fortifical-os pormeios
apropriados, finalmente collocar o doente debaixode condições
hygie-nicas salutares: se este6 meios nâo
derem
um
resultado satisfacloriotodos os maisserão inúteise então veremos suecumbir o enfermo
vic-tima do envenenamento paludoso oude suas consequências.
Entre osmeioshygienicosmais efficazesparadebellar
uma
intermit-tente, queo especifico não poude combater, aconselharei de
preferen-cia
mudança
do doenteparalogaresaltos earejados, onde nãocheguem
asemanações miasmaticas, regimen fortificante composto de substan-cias nutrientes e de fácil digestão por cx; assados de vacca, carneiro, gallinhaetc., pão,
bom
vinho, café etc. e se fôr ajudado dealgum
exercício e do uso por algum
tempo
demedicamentos
simplesmentevan-CCROLLARIC:
1.»
A
febre intermittente éum
envenenamento
miasmatico.2.a
Ella podeapresentar-se debaixo de formasdifierentes, complicando,
ou
complicadade todos ossofírimentos,áque
estáo organismo sujeito.3.a
Às
forças orgânicas bastão muita vez para cxpellir o principiotoxi-co, ou porsi simplesmente, ou ajudadas de medicamentos não
espe-cíficos.
4-.a
Àfóraestes casossó o medicamento especifico poderá neutralisar o
veneno, e salvar o doente.
5.»
Na
febre inlermittenle complicada o medico deverá combater ascomplicações ainda as mais simplices antesde empregar o especifico.
C.a
O
especificoporém
deverá serempregadocom
promptidão eener-gia se a febretomar ocaracter de perniciosidade, qualquerque seja o
S4
No
decurso dossofíVimentoschronicos e no fim dos agudos, quandoapparcce intermittencia ou remittencia, o especifico será logo
empre-gado.
8.*
O
únicoespecifico até hoje conhecido parao curativoda febre palu-dosa é a quina e seos compostos, especialmente a quinina o maisactivo de seos princípios.
9.a
Os
mais medicamentospreconisados, e empregadoscomo
específicoshão são taes no
meo
entender; curão physiologicamente, isto é,aju-dando as forças orgânicas á expellirem o principio morbifico,
princi-palmente quandoo especifico encontrando certa resistência ou
antipa-thia da parle do organismo, não pode produzir seo eífeito
anti-mias-matico.
10.
Os
meios mais poderosos para evitar a febre intermittente!VYi
i.
Vila brevis, ars longa, occasioproeceps, experientiafallax, judicium difficile.
(Sect. l.a aph. l.°)
II.
Morbiatitem quilibet fiunt
quidem
in quibuslibet anni temporibus; non-nulli vero in quibusdam ipsorum potiús, etfiunt etexacerbanlur.(Sect. 3 a
aph. 19.)
III.
In temporibus, quando in
eadem
diemodo
calor,modo
frigus fit,autumnales
morbos
exspectare opportet.(Sect. 3.J
aph. 4.°)
IV.
Autumno
autem, et ex cestivis multa, et febres quartanoe, eterra-ticce, etlienes, ethydropes ele.
(Sect. 3.a aph. 22.)
V.
Quibus in febribus quotidie rigores fiunt,quotidie febres solvuntur.
(Sect. 4.a aph. G3.)
VI.
Qui lienosià dyssenteria corripiuntur, hislonga superveniente
dys-sinteria, hydropssupervenit, aut intestinorum lcevitas, et pereunt.
(Sect. C.a aph. 43.)