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Proposta de diretrizes para a gestão de egressos de programas de graduação

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PROPOSTA DE DIRETRIZES PARA A GESTÃO DE EGRESSOS DE PROGRAMAS DE GRADUAÇÃO

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do Grau de Mestre em Administração.

Orientadora: Professora. Dra. Andressa Sasaki Vasques Pacheco.

Florianópolis 2018

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Dedico este trabalho a minha família e aos amigos egressos da Universidade Federal de Santa Catarina.

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Agradeço acima de tudo a Deus, pelas bênçãos e por permitir que eu viva tudo o que tenho vivido.

Agradeço a minha família pelo amor, valores e incentivo. Muito obrigada pelo apoio de sempre!

Agradeço a professora Andressa Sasaki Vasques Pacheco, pela orientação, amizade, atenção e todo apoio desde a época da graduação e por todo esse processo do mestrado. Você foi essencial para o meu amadurecimento acadêmico!

Agradeço aos queridos amigos do INPEAU, em especial ao Professorº Dr. Pedro Antônio de Melo e Júlio Eduardo Ornelas Silva, pelas oportunidades e por terem tornado essa jornada acadêmica mais enriquecedora.

Agradeço a República Federativa do Brasil, ao Programa de Pós-Graduação em Administração do Centro Sócio Econômico e a Universidade Federal de Santa Catarina pela oportunidade de desenvolvimento acadêmico, profissional e pessoal durante toda a minha trajetória acadêmica até este momento. Muito obrigada!

Agradeço aos professores e servidores do Departamento de Ciências da Administração da UFSC.

Agradeço a todos que gentilmente concederam entrevistas e contribuíram de alguma forma com esta pesquisa.

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Uma vez que uma pequena vitória foi conquistada, forças que favorecem outra pequena vitória são postas em movimento. Pequenas vitórias alimentam mudanças transformadoras, elevando vantagens minúsculas a padrões que convencem as pessoas de que conquistas maiores estão dentro de seu alcance. (CHARLES DUHIGG, 2012).

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Este estudo tem como objetivo geral propor diretrizes para a gestão de egressos dos cursos de graduação de uma Universidade Federal. Para atender ao objetivo geral, se procura examinar como é realizada a gestão de egressos nas principais Universidades brasileiras e estrangeiras; analisar a gestão de egressos da Universidade na visão de gestores da Universidade e de coordenadores de cursos; e avaliar possíveis estratégias para gestão de egressos dos cursos de graduação da Universidade.

Universidade. A pesquisa é caracterizada como realista, dedutiva, qualitativa, descritiva, bibliográfica, documental, estudo de caso e transversal. Como técnicas se utilizou a análise de portais e relatórios das 10 Universidades selecionadas para o estudo, além da aplicação de questionários e entrevistas com 3 gestores da Instituição e 15 coordenadores de curso. Como conclusões e resultados, verificou-se que a Universidade utiliza o PDI como principal meio para dispor os seus objetivos com relação ao egresso. Além do mais, não há dados centralizados para o controle das ações com egressos que estão sendo realizadas nas gestões dos cursos. Quanto as Universidades estrangeiras pode-se afirmar que há uma preocupação com o planejamento da sua gestão e ações. Já nas Universidades brasileiras analisadas, não foi possível identificar o grau de comprometimento por parte do egresso com a Universidade. Ademais, A preocupação com o egresso aparece nos PDI e planejamento estratégico das instituições, porém, observou-se que ainda é necessário desenvolver sua estrutura de gestão. Quanto às estratégias de gestão, entende-se como essencial realizar um planejamento estratégico voltado especificamente para o egresso, para que seja possível realizar um desdobramento das metas e ações necessárias para iniciar o desenvolvimento do relacionamento e acompanhamento dos egressos de graduação. Todos os dados encontrados e analisados serviram como alicerce para a proposição de seis diretrizes: conhecer o perfil do egresso e acompanhar sua mudança; olhar para o egresso como um agente permanente da instituição; fazer com que todos tomem consciência da importância do desenvolvimento deste vínculo; definir uma política de integração do egresso; realizar o monitoramento e controle do acompanhamento dos egressos; realizar a avaliação e atualização da gestão de egressos.

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This study has as general goal to propose guidelines for the management of undergraduate alumni at the Federal University. In order to meet the general objective, it seeks to analyse how the alumni’s management in the main Brazilian and international universities is carried out; analyse the current alumni monitoring from University in the vision of University managers and course coordinators; and to evaluate possible strategies for the management of undergraduate graduates of the University. The research is characterized as realistic, deductive, qualitative, descriptive, bibliographic, documentary, case study and cross-sectional. As techniques, the analysis of portals and reports of the10 selected Universities for the study was used, besides the application of questionnaires and interviews with 3 managers of the University and 15 courses coordinators. As conclusions and results, it was verified that University uses the PDI as the main means to set its goals related to alumni management. Moreover, there is no centralized data to control the actions that are being carried out in the management of alumni in the programs. As for foreign universities it can be stated that there is a concern with the planning of its management and actions. In the Brazilian Universities analyzed, it was not possible to identify the degree of alumni’s commitment with the University. In addition, the concern with alumni’s relationship appears in the PDI and strategic planning of the institutions, however, it was observed that it is still necessary to develop its management structure. Regarding management strategies, it is understood as essential to carry out a alumni’s strategic planning, so that it is possible to achieve the goals and actions necessary to begin the development of the relationship and alumni monitoring. All the data found and analyzed served as a foundation for the proposition of six guidelines: to know the alumni profile and to accompany its change; look at the alumni as a permanent agent of the institution; to make everyone aware of the importance of developing this link; define a policy of alumni’s integration; monitor and control the follow-up of alumni; evaluate and update the alumni’s management.

Keywords: Alumni. Alumni Management. University Management.

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Figura 1- Métodos da análise dos dados ... 60

Figura 2 – Universidades estrangeiras da pesquisa ... 75

Figura 3 – Universidades brasileiras da pesquisa ... 75

Figura 4– Campi da UFSC no estado de Santa Catarina ... 95

Figura 5- Estrutura Organizacional da Administração da UFSC ... 97

Figura 6– Sistema de Acompanhamento de Egressos -UFSC ... 102

Figura 7 - Egressos da UFSC no Portal ... 103

Figura 8 – Tipos de egressos da Universidade ... 122

Figura 9 - Planejamento Estratégico da Gestão de Egressos de Graduação ... 125

Figura 10 - Ciclo das informações da gestão de egressos de graduação na Universidade ... 127

Figura 11– Integrantes do Relacionamento com o Egresso da UFSC 129 Figura 12 - Proposta de diretrizes para a gestão de egressos de graduação da UFSC ... 137

Figura 13 - O processo de gestão de egressos de graduação da pesquisa ... 138

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Gráfico 1- Evolução dos estudos de gestão de egressos ... 32 Gráfico 2- Meios de integração para os egressos ... 116

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Quadro 1 – Questionário com Informações sobre egressos ... 51 Quadro 2 - Resumo das principais práticas encontradas na literatura .. 55 Quadro 3 - Critérios para a política de acompanhamento de egressos . 56 Quadro 4– Filosofia da pesquisa ... 61 Quadro 5– Bases de dados utilizadas ... 63 Quadro 6– Principais autores por tema ... 63 Quadro 7- Método utilizado para alcançar cada objetivo específico. .. 66 Quadro 8- Cursos da amostragem ... 69 Quadro 9- Categoria de análise por grupo ... 71 Quadro 10 – Síntese das práticas encontradas nas Universidades estrangeiras. ... 90 Quadro 11 – Síntese das práticas encontradas nas Universidades brasileiras ... 92 Quadro 12 – Melhores práticas de gestão de egressos encontradas na pesquisa ... 93 Quadro 13– Os campi da UFSC ... 94 Quadro 14– Órgãos da Universidade Federal de Santa Catarina ... 96 Quadro 15– Categorização das informações da atual gestão do egresso na UFSC ... 120

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Tabela 1 – Análise sistemática do tema egresso ... 28 Tabela 2– Bases de dados dos artigos sobre o tema egresso ... 30 Tabela 3– Artigos selecionados após a leitura dos títulos e resumos ... 30 Tabela 4– Categorização dos trabalhos sobre o tema egressos ... 31 Tabela 5 – Quantitativo de egressos de graduação do Portal de Egressos da UFSC ... 104 Tabela 6 – Meios de integração para os egressos ... 115

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BDTD - Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CASE - Council for Advancement and Support of Education CCA – Centro de Ciências Agrárias

CCB – Centro de Ciências Biológicas CCE – Centro de Comunicação e Expressão CCJ – Centro de Ciências Jurídicas

CCS – Centro de Ciências da Saúde CDS – Centro de Desportos

CED – Centro de Ciências da Educação CFH – Centro de Filosofia e Ciências Humanas CFM – Centro de Ciências Físicas e Matemáticas

CONAES - Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior CSE – Centro Socioeconômico

CTC – Centro Tecnológico

CWUR - Center for World University Rankings ES – Educação Superior

HESA - Higher Education Statistics Agency

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

MEC – Ministério da Educação

PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional PREG - Pró-Reitoria de Ensino de Graduação

SINAES - Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

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1 INTRODUÇÃO ... 25 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ... 26 1.2 OBJETIVOS ... 27 1.2.1 Objetivo geral ... 27 1.2.2 Objetivos específicos ... 28 1.3 JUSTIFICATIVA ... 28 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 33 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 35 2.1 UNIVERSIDADE ... 35 2.1.1 - Avaliação Institucional e de Curso ... 38 2.1.2 Gestão Universitária ... 40 2.2 EGRESSOS - SEU PAPEL E IMPORTÂNCIA COMO FONTE DE INFORMAÇÃO ... 42

2.3 RELACIONAMENTO COM EGRESSOS NO CONTEXTO

INTERNACIONAL E NACIONAL ... 46

2.4 ESTRATÉGIAS DA GESTÃO DE RELACIONAMENTO

COM EGRESSOS ... 49 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 59 3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ... 59 3.2 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS ... 65 3.3 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS ... 70 3.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ... 73

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .. 74

4.1 PRÁTICAS DE GESTÃO DE EGRESSOS DE

UNIVERSIDADES ESTRANGEIRAS E BRASILEIRAS ... 74 4.1.1 Universidade Harvard ... 76 4.1.2 Universidade Stanford ... 77 4.1.3 Instituto de Tecnologia de Massachusetts - MIT ... 78 4.1.4 Universidade Cambridge ... 79 4.1.5 Universidade Oxford ... 80 4.1.6 Universidade de São Paulo ... 82 4.1.7 Universidade Federal do Rio de Janeiro ... 83 4.1.8 Universidade de Campinas ... 84 4.1.9 Universidade Federal de Minas Gerais ... 85 4.1.10 Universidade Federal do Rio Grande do Sul ... 86

4.2 ANÁLISE GERAL E MAPEAMENTO DAS PRÁTICAS

ENCONTRADAS NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS E

ESTRANGEIRAS ... 87 4.3 A UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 93

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4.4 PRÁTICAS DA GESTÃO DE EGRESSOS DA UFSC ... 97 4.4.1 Importância do acompanhamento do egresso na UFSC . 98 4.4.2 Monitoramento do egresso – o atual acompanhamento do egresso na UFSC ... 100 4.4.3 A atual gestão do acompanhamento do egresso na UFSC

110

4.5 ESTRATÉGIAS E PROPOSTA DE DIRETRIZES PARA A GESTÃO DE EGRESSOS DE GRADUAÇÃO DA UFSC ... 121

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES DE

ESTUDOS FUTUROS ... 141 5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 141 5.2 RECOMENDAÇÃO DE ESTUDOS FUTUROS ... 144 REFERÊNCIAS ... 147 APÊNDICE A – ... 161 APÊNDICE B – ... 163

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1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento de setores da sociedade motivado pelos avanços da tecnologia e da ciência, como no setor da indústria eletrônica, tem tornado o mundo cada vez mais interdependente, de forma que hoje se observa mudanças da concepção sobre o tempo e espaço, consequência da facilitação da comunicação (PACHECO, 2010). Devido a todas essas transformações a sociedade se insere cada vez mais em desafios maiores que exigem elevada qualificação profissional, atendidas pela área da educação (MACHADO, 2001).

Neste meio, as Universidades precisam propor melhorias contínuas do seu processo de gestão (MACHADO, 2010). O autor complementa que um dos grandes objetivos da Universidade é o ensino, que deve ser muito bem planejado. “Planejar envolve diversos processos, com ações de natureza política e estratégica, de modo a fundamentar a organização e a sistematização das atividades das instituições” (MOTA, 2014, p. 16).

Atualmente o conhecimento pode ser buscado pelas pessoas através da educação continuada, sendo necessário que o conhecimento adquirido e produzido neste meio seja transmitido para a sociedade, o que exige uma gestão adequada e singular no setor educacional (MURIEL, 2006). As Universidades têm papel fundamental neste contexto, pois elas são Instituições complexas e amplas, ou seja, não devem ser tratadas de forma trivial (PACHECO, 2010). A Universidade precisa formar profissionais com capacidades técnicas, visão multidisciplinar e que ultrapassem a complexidade do conhecimento científico (LOUSADA; MARTINS, 2005).

É primordial que a Instituição realize avaliações constantemente para obter um feedback da qualidade dos serviços ofertados. Aquelas que não possuem um retorno sobre a qualidade dos seus serviços podem deixar de realizar atualizações pertinentes em seus currículos e no processo de ensino aprendizagem, de acordo com as necessidades de formação para o mercado (LOUSADA; MARTINS, 2005; MICHELAN et al, 2009).

É neste contexto complexo, de gestão do conhecimento, compartilhamento e aprimoramento da educação superior que os egressos possuem um papel fundamental. Michelan et al (2009) afirmam que o envolvimento do egresso começa com a existência de políticas institucionais voltadas para o seu acompanhamento.

Há um número grande de egressos que saem das Universidades todos os anos e se estabelecem no mercado de trabalho, passando-se, na

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maioria das vezes, a se preocupar apenas com sua vivência profissional e pessoal e acabam perdendo, dessa maneira, o vínculo com a Universidade de sua formação (MARCOVITCH, 1998). O alumni- termo utilizado para os egressos em países estrangeiros - é considerado uma importante fonte de informação e experiência da sua área de formação (STEFANESCU; CANDEA; MANOLACHE, 2012). Queiroz (2014) diz que essa preservação do relacionamento com o aluno quando diplomado não é, atualmente, algo usual da maior parte das Universidades brasileiras.

Este vínculo é muito importante “para a consolidação e perpetuação dessas instituições, é concebida durante o período de realização do curso, sendo importante a promoção de experiências positivas por parte delas para a formação desses laços” (QUEIROZ, 2014, p. 6). Ademais, a experiência prática do egresso, por conta do seu contato direto com o mercado de trabalho, pode contribuir com a construção da estrutura dos programas dos cursos (STEFANESCU; CANDEA; MANOLACHE, 2012).

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

A Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC foi criada em 1960 com sede em Florianópolis - SC, sendo pública e gratuita. Tem como propósito é fomentar o desenvolvimento de pesquisa, ensino e extensão por meio de sua comunidade, que atualmente é constituída por aproximadamente 60 mil pessoas, entre alunos de graduação, pós-graduação, de ensino básico a médio, docentes e técnicos administrativos (UFSC, 2017a).

A Instituição criou um portal de egressos através de um sistema online, para atender aos objetivos do seu Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI de 2010 a 2014 (UFSC, 2010a). Além disso, a UFSC tem evidenciado nos últimos anos uma preocupação para fornecer educação continuada aos seus egressos, atendendo suas necessidades (UFSC, 2010a). No seu Plano de Desenvolvimento Institucional da UFSC, que corresponde ao período de 2015 a 2019, há um objetivo direcionado aos egressos que busca promover ações de interação com os egressos através das seguintes metas:

a) Implementar uma política de relacionamento com os egressos;

b) Implementar programas de monitoramento dos egressos para fornecer subsídios aos cursos, visando à constante atualização dos currículos perante as necessidades da sociedade;

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c) Desenvolver ações de cooperação e de promoção institucional com os egressos.

Como pode ser observado, a Universidade tem um grande desafio para o desenvolvimento deste relacionamento com seu alumni, atendendo ao que foi colocado como objetivo no seu PDI. Tendo em vista a grande relevância dos estudos sobre egressos, pode-se afirmar que é essencial que as Instituições de Ensino Superior (sendo neste estudo consideradas as Universidades) realizem uma gestão do seu egresso, ou seja, é necessário que acompanhem sua trajetória, tenham uma comunicação desenvolvida, conheçam o perfil e desenvolvam o relacionamento com o mesmo e com a comunidade acadêmica em geral. Analisar estrategicamente as prioridades de cada um e promover a interdependência são iniciativas estratégicas desenvolvidas e entregues em colaboração entre assuntos estudantis e relações de egressos que podem avançar nos compromissos da instituição (RISSMEYER, 2010).

Estruturar redes de egressos a partir do zero é um desafio para as Universidades que necessita de tempo, dinheiro e comprometimento (EBERT; AXELSSON, HARBOR, 2015). Em Universidades sem um programa existente, são necessários novos recursos para desenvolver uma infraestrutura e atividades de relações com o alumni.

Nesta conjuntura, a UFSC precisa encontrar meios para realizar a gestão e acompanhamento do seu egresso, para atender aos objetivos do seu PDI e se adequar à nova realidade global, de pessoas conectadas e compartilhadoras de conhecimento. Diante deste problema, surge a seguinte pergunta: “Quais diretrizes podem ser consideradas para a gestão de egressos dos cursos de graduação da Universidade Federal de Santa Catarina?”.

1.2 OBJETIVOS

A seguir apresentam-se os objetivos traçados para responder à pergunta de pesquisa apresentada.

1.2.1 Objetivo geral

Propor diretrizes para a gestão de egressos dos cursos de graduação da Universidade Federal de Santa Catarina.

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1.2.2 Objetivos específicos

a) Examinar como é realizada a gestão de egressos nas principais Universidades brasileiras e estrangeiras;

b) Analisar a gestão de egressos da UFSC na visão de gestores da Universidade e de coordenadores de cursos; e

c) Avaliar possíveis estratégias para gestão de egressos dos cursos de graduação da UFSC.

1.3 JUSTIFICATIVA

O estudo em desenvolvimento se justifica quanto a sua originalidade, importância e viabilidade.

Para verificar a originalidade da pesquisa, analisou-se o estado da arte, por meio de análise sistemática em bases de dados. Primeiramente para saber sobre trabalhos de dissertações e teses desenvolvidos sobre o tema, foi feito uma busca na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações – BDTD e no Banco de Teses e Dissertações da CAPES – BTD CAPES. Nessas bases foram utilizados os termos “egressos” e “sistema”; “egressos” e “gestão”; “egressos” e “acompanhamento”; e “egressos” e “comunicação”, utilizando o período de 1996 a 2016. A análise foi realizada entre o mês de abril e junho de 2017.

Para selecionar os trabalhos pelo título, buscou-se verificar se o título apresentava alguma relação do egresso com seu (1) planejamento, (2) gestão, (3) relacionamento, (4) comunicação. Ademais, foram selecionados apenas os títulos que apresentavam a palavra egresso, ou alguma similar, e que estivesse no contexto do ensino superior em geral. Após a leitura dos títulos, foi realizada a análise dos resumos. O resultado do número de trabalhos selecionados encontra-se na tabela 1.

Tabela 1 – Análise sistemática do tema egresso

Base de dados BDTD BTD CAPES TOTAL

Nº de teses e dissertações Encontradas 598 3198 3796 Nº de teses e dissertações após a leitura

dos títulos

32 09 41

Nº de teses e dissertações após a leitura dos resumos

09 1 10

FONTE: Elaborado pela autora (2017).

As dissertações e teses selecionadas exploram pontos como: o acompanhamento de egressos ser importante para a avaliação do ensino

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(MACHADO, 2001). Também é avaliado o perfil do egresso da instituição (MACHADO, 2010). Outro ponto tratado é a investigação do relacionamento entre a universidade e seu alumni (QUEIROZ, 2014). Os demais trabalhos tratam de questões como: gerenciamento de associações de ex-alunos; uso de sistemas para o acompanhamento de egressos; avaliação de curso na perspectiva dos egressos; instrumentos para o acompanhamento de alumni; e análise de indicadores para o retorno do egresso a universidade.

Uma segunda análise sistemática foi realizada em bases de periódicos para identificar estudos sobre a temática desta pesquisa. As bases escolhidas foram: Scielo; EBSCO e Web of Science.

Para realizar a busca primeiramente tentou-se padronizar os filtros de busca na medida do possível, já que há diferenças nas bases de dados. O período selecionado para as três bases foi de 1996 a 2016, os idiomas escolhidos foram o português, espanhol e inglês. Os termos usados para a busca foram: “egressos” e “sistema”; “egressos” e “gestão”; “egressos” e “acompanhamento”; “management” e “alumni”; “engagement” e “alumni”; “monitoring” e “alumni”; e “tracking” e “alumni”.

A seguir apresentam-se as delimitações que não foram possíveis padronizar nas bases, pelo fato de cada uma apresentar diferenças nos filtros.

1.Na base de dados da EBSCO, além dos filtros citados acima, foram também selecionados os filtros “Academic Search Premier”, "texto completo" e "revistas acadêmicas". Após a realização de todas as delimitações chegou-se a um resultado de 271 artigos.

2.Na base de dados da Scielo, o tipo de arquivo selecionado foi “artigo” e delimitou-se a área das “ciências sociais aplicadas”. Feito todos os delineamentos, obteve-se um resultado de 17 artigos.

3.Na base de dados Web of Science, além dos filtros padronizados ora citados, foi também selecionado o tipo de arquivo, escolhendo-se o “artigo”. Além disso, foram utilizados apenas os termos de busca em inglês: “management” e “alumni”; “engagement” e “alumni”; “monitoring” e “alumni”: e “tracking ” e “alumni”. Após as demarcações, teve-se como resultado 245 artigos.

Os filtros e termos utilizados em cada base, assim como a quantidade total podem ser visualizados na tabela 2.

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Tabela 2– Bases de dados dos artigos sobre o tema egresso

Base EBSCO SCIELO Web of

Science

Termos utilizados para busca

“egressos” e “sistema” 4 6 - “egressos” e “gestão” 6 3 - “egressos” e acompanhamento” 1 2 - “management” e “alumni” 200 6 133 “engagement” e “alumni” 37 0 43 “monitoring” e “alumni” 12 0 27

“tracking System” e “alumni” 11 0 42

TOTAL 271 17 245

FONTE: Elaborado pela autora (2017).

O passo seguinte foi filtrar os artigos com a leitura dos títulos. Foi utilizado o mesmo método feito nas bases de teses e dissertações. Ou seja, os artigos selecionados apresentava alguma relação do egresso com seu (1) planejamento, (2) gestão, (3) relacionamento, (4) comunicação e estivesse no contexto do ensino superior em geral. Assim, chegou-se a um número mais limitado, seguindo-se para leitura do resumo como pode ser visualizado na tabela 3 abaixo.

Tabela 3– Artigos selecionados após a leitura dos títulos e resumos

Bases de dados EBSCO SCIELO Web of

Science TOTAL Nº total de artigos encontrados 271 17 245 533 N° de artigos após a leitura dos títulos

15 4 61 29

Nº de artigos após a leitura dos resumos

6 3 2 11

FONTE: Elaborado pela autora (2017)

O total de selecionados, sendo artigo, dissertação ou tese, foram 21 e estes podem ser categorizados. As categorias utilizadas foram adaptadas de Cabral (2017, p.31). É importante destacar que alguns estudos poderiam ser encaixados em mais de uma categoria, assim, foram classificados naquela que o representava de forma mais significativa, conforme a tabela 4.

1

Após a leitura dos títulos encontrou-se um mesmo artigo na base Web of Science e EBSCO. Por conta disso, foi retirado da contagem da base Web of Science para não comprometer o resultado.

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Tabela 4– Categorização dos trabalhos sobre o tema egressos

Categoria Autores Modalidade Freq.

Absoluta Acompanhamento dos egressos MACHADO (2001) Dissertação 14 QUEIROZ (2014) Dissertação VIEIRA (2016) Dissertação RODRIGUES (2014) Dissertação MACCARI e TEIXEIRA (2014) Artigo TEIXEIRA e MACCARI (2014) Artigo INGRAM et al (2005) Artigo EBERT e AXELSSON (2015) Artigo DALY (2013) Artigo BERNAL e MILLE (2013) Artigo LOUSADA e MARTINS (2005) Artigo PAUL (2015) Artigo ALNAWAS e PHILLIPS (2015) Artigo TEIXEIRA (2015) Dissertação Perfil e perspectivas dos egressos MACHADO (2010) Tese 1 Avaliação do programa VASCONCELOS (2012) Dissertação 5 MIJIC e JANKOVIC (2014) Artigo TIMOTEO (2011) Dissertação MOTA (2014) Tese NEVES (2011) Dissertação Doações e apoio institucional por parte do egresso WEERTS e RONCA (2008) Artigo 1 FONTE: Elaborado pela autora (2017).

É possível perceber uma evolução na pesquisa sobre gestão de egressos nos últimos anos, porém, ainda assim, é um número baixo de trabalhos. O gráfico 1 ilustra essa evolução.

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Gráfico 1- Evolução dos estudos de gestão de egressos

FONTE: Elaborado pela autora (2017).

De todos os estudos selecionados, os trabalhos de Teixeira e Maccari (2014) e Queiroz (2014) foram as principais bases para a construção deste estudo. Ademais, o trabalho de Cabral (2017) também foi essencial para a estruturação da pesquisa, pois, a proposta deste autor foi realizar a proposição de diretrizes para a gestão de egressos de um curso de pós-graduação. Algumas de suas proposições e ações propostas são relevantes para a gestão de egressos de graduação, desta forma, serviram como base para esta pesquisa.

Quanto à importância deste estudo, o acompanhamento do egresso é um item proposto pela CONAES – este é o órgão colegiado de coordenação e supervisão do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior SINAES (INEP, 2015d, p. 44). Sendo também um item considerado no Plano de Desenvolvimento Institucional.

Sendo assim, este estudo pode contribuir como uma base para a UFSC no que tange às possíveis diretrizes para que haja uma gestão do egresso eficiente e eficaz, atendo assim às medidas legais conforme colocado acima e ajudando na sua atualização e gestão do conhecimento. Acredita-se que Universidade, seus alunos, seus egressos e sua comunidade em geral ganharão com esse compartilhamento do conhecimento e aprimoramento dos seus cursos ofertados, já que poderá ter um feedback mais empírico, atualizado e globalizado. Além disso, os egressos e alunos poderão formar uma forte rede de networking que poderá contribuir com seu crescimento

0 1 2 3 4 5 6 7 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16

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profissional e pessoal, conforme fundamento no capítulo 2 desta pesquisa.

No que se refere à viabilidade da pesquisa, considera-se viável, pois, é de interesse da Universidade atender às exigências da legislação; há fácil acesso às informações, como a realização de entrevistas para a coleta de dados, além disso, os dados coletados das outras universidades utilizadas para análise foram todos retirados dos sites das instituições e documentos disponibilizados na internet, sendo assim, também foi possível realizar a coleta sem empecilhos. Ademais, a pesquisa não requer investimentos financeiros consideráveis, tendo em vista que a análise dos dados é na própria Universidade estudada e a autora é acadêmica da instituição. Para finalizar, esta pesquisa é componente do projeto de pesquisa “Estudo sobre evasão, permanência e egressos de cursos de graduação e pós-graduação, nas modalidades presenciais e a distância”, coordenado pela professora Dra. Andressa Sasaki Vasques Pacheco.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

A estrutura deste trabalho está dividida em cinco grandes capítulos. O Capítulo 1, ora apresentado, é composto pela introdução, objetivos e justificativa do estudo. O capítulo 2 é composto pela revisão de literatura, no qual se realiza um resgate do estudo sobre Universidade, avaliação institucional de um curso superior, a gestão universitária, o egresso e seu papel como fonte de informação, o egresso e seu relacionamento no contexto internacional e nacional, e as estratégias da gestão do relacionamento com egressos.

O capítulo 3 apresenta os procedimentos metodológicos utilizado no estudo considerando: a filosofia e a lógica da pesquisa, abordagem do problema, objetivos e estratégias da pesquisa, horizonte de tempo, as técnicas e procedimento, universo e amostra, análise dos dados e as limitações do estudo.

O capítulo 4 apresenta os resultados e análise dos dados e informações encontradas e o capítulo 5 as considerações finais e recomendações para estudos futuros.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O capítulo 2 é composto pelas bases teóricas deste estudo. Foram utilizados artigos científicos nacionais e internacionais com foco no problema de pesquisa apresentado, dissertações, teses, livros, leis, dentre outros meios de informações. A fundamentação teórica está dividida em quatro grandes seções.

A primeira trata da Universidade no contexto nacional, com seus desafios, barreiras, burocracia, cultura e gestão - com foco no que é apresentado por estudiosos do tema, além do que é disposto pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira- INEP, o Ministério da Educação -MEC, além de leis e portarias.

A segunda seção apresenta a essência deste estudo, conceituando o egresso e debatendo sobre o seu papel e importância como fonte de informação. A terceira seção mostra o egresso no seu contexto internacional e nacional, ou seja, como o egresso é estudado no mundo e no Brasil. A quarta seção disserta sobre estratégias encontradas na literatura que podem ser utilizadas na gestão do egresso pelas Universidades.

2.1 UNIVERSIDADE

A Universidade é uma Instituição cuja essência é a busca pela formação de profissionais e precisa estar comprometidas com estes (BACKES et al, 2002). É “indiscutível a forte relação existente entre Universidade e sociedade” (LOUSADA, MARTINS, 2005, p. 74). Sendo assim, o setor educacional tem um papel primordial na construção de um país, além de ser o caminho para moldar a sua qualidade (RUZA; MUSTAFA, 2013).

O ensino superior no Brasil, se comparado com as origens do ensino superior entre os séculos XII e XIII, é muito jovem (ROTH, et al. 2013). O autor diz que, a atual estrutura legal do ensino superior brasileiro tem passado por transformações devido às recentes políticas governamentais.

A Universidade no país é definida no artigo 52 da LDB- Lei das Diretrizes e Bases da Educação Brasileira como sendo uma instituição pluridisciplinar “de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano”. A sua finalidade, também está disposta na LDB - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em seu artigo 43, conforme a seguir:

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I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;

II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;

III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;

IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;

V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;

VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.

VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem os dois níveis escolares (BRASIL, 1996).

Backes et al (2002, p. 202) complementam que, o papel da Universidade.

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(...) se estabelece a medida que vai "formando" o profissional , de modo a conduzi-Io ao desnudamento critico da realidade em que está inserido, despertando-Ihe a responsabilidade e o compromisso com as questões sociais. Isso pode ser adquirido através do desenvolvimento de atividades integradas de ensino, pesquisa e extensão, levando a formação profissional caracterizada pela construção de uma dimensão política e crítica da realidade onde vai atuar, interligando o ensino, através da produção de novos conhecimentos, que deverão dar respostas coerentes e adequadas as necessidades sociais. Lousada e Martins (2005, p.74) corroboram com a ideia e adicionam que,

as rápidas mudanças ocorridas na sociedade como, por exemplo, a globalização da economia, os avanços tecnológicos, o crescimento da oferta de cursos superiores e as novas exigências do mercado de trabalho com relação à preparação dos profissionais, exigem que as IES desenvolvam nos profissionais que formam, além das capacidades técnicas, uma visão multidisciplinar, ultrapassando a complexidade do conhecimento científico.

Dito isso, se o que a sociedade quer são profissionais comprometidos com esta e com suas profissões, então é essencial que a Universidade seja de fato um centro comprometido com a formação de profissional que irá atuar e intermediar de forma criativa no mundo e no mercado de trabalho inserido, sendo que esse compromisso deve ser firmado tanto enquanto alunos da comunidade acadêmica como após a sua formação (BACKES et al, 2002).

Por conta da pressão gerada por um ambiente cada vez mais competitivo aumenta a preocupação das Universidades com a necessidade de bons resultados e desempenho. Esta recebe pressão por parte do governo na avaliação do sistema de ensino superior e também é cobrada pela própria sociedade, a qual reivindica excelência na qualidade de ensino e atuação (PASCUCI; et al 2015). Muriel (2006, p. 62) afirma que o trabalho de planejamento em uma IES está dividido em

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quatro etapas centrais, sendo a “avaliação institucional; construção do plano; implantação; e acompanhamento e atualização”.

2.1.1 - Avaliação Institucional e de Curso

No Brasil, o Ministério da Educação - MEC, vinculado ao INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira busca avaliar periodicamente a qualidade dos cursos de graduação no país (IGARASHI et al, 2008; LAVOR; ANDRIOLA; LIMA, 2015).

As principais responsabilidades do INEP são a organização e manutenção do sistema de educação e informação estatística, o planejamento e direções de desenvolvimento de sistemas e projetos de avaliação educacional que visam estabelecer indicadores de desempenho da educação no país. Ele coordena o processo de avaliação dos cursos de graduação, em conformidade com a legislação vigente, definindo parâmetros e propondo critérios e mecanismos de ES, bem como a ações conjuntas de apoio institucional, técnico e financeiro, cooperação bilateral e multilateral nacionais, estrangeiras e internacionais. (FRANCO; AFONSO; BORDIGNON, 2012, p. 94).

Há a Avaliação Institucional e a Avaliação de curso - integrantes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - Sinaes.

analisa as instituições, os cursos e o desempenho dos estudantes. O processo de avaliação leva em consideração aspectos como ensino, pesquisa, extensão, responsabilidade social, gestão da instituição e corpo docente. O Sinaes reúne informações do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e das avaliações institucionais e dos cursos. As informações obtidas são utilizadas para orientação institucional de estabelecimentos de ensino superior e para embasar políticas públicas. Os dados também são úteis para a sociedade, especialmente aos estudantes, como referência quanto às condições de cursos e instituições (MEC, 2017).

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A Avaliação Institucional é concernente à melhoria constante da qualidade do ensino superior; com orientações para se realizar a expansão da sua oferta; “aumento permanente da sua eficácia institucional e efetividade acadêmica e social; ao aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais das instituições de educação superior” (INEP, 2015a). Ademais, esta avaliação é dividida em duas modalidades, sendo uma a auto avaliação (orientada pela Comissão Própria de Avaliação -CPA- de cada instituição) e a avaliação externa - feita por comissões nomeadas pelo Inep (INEP, 2015a).

Quanto a Avaliação dos Cursos Superiores, o Inep produz indicadores e informações que sustentam o processo de regulamentação - feito pelo MEC- e também para garantir a qualidade dos cursos. Os instrumentos utilizados são o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - Enade e avaliações in loco de responsabilidade de comissões com designados de competência (INEP, 2015b).

Os Indicadores de Qualidade dos cursos, conforme a portaria n° 40 de 12 de dezembro de 2007, são adquiridos com fundamento no Enade, nas bases de dados do MEC e atendendo o padrão da Lei n° 10.861, de 14 de abril de 2004 (INEP, 2015c). Estes indicadores são colocados em uma escala de cinco níveis, sendo que, para ter uma qualidade satisfatória o nível deve ser igual ou superior a três.

Quanto aos egressos, em 2004 o Ministério da Educação emitiu um roteiro com diretrizes para a avaliação interna do ensino superior (INEP, 2004). As dimensões apresentadas neste documento fazem parte do instrumento de avaliação utilizado pelas Comissões de Avaliação Externa. Neste arquivo o egresso é avaliado em várias partes, conforme apresentado a seguir.

1° Na missão e o Plano de Desenvolvimento Institucional (no qual se questiona qual é o perfil esperado dos egressos da instituição).

2º Na descrição do perfil dos egressos - conhecimentos e competências que devem adquirir durante a sua permanência na IES.

3º Nas políticas de atendimento aos estudantes (onde se realiza a avaliação sobre o acompanhamento de egressos e de criação de oportunidades de formação continuada).

4º Uma dimensão voltada apenas para o egresso, no qual se analisa sobre:

a) Inserção profissional dos egressos.

b) Participação dos egressos na vida da Instituição.

c) Se existem mecanismos para conhecer a opinião dos egressos sobre a formação recebida, tanto curricular quanto ética. d) Conhecer a situação dos egressos.

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e) Saber qual o índice de ocupação entre eles e se há relação entre a ocupação e a formação profissional recebida.

f) Se existem mecanismos para conhecer a opinião dos empregadores sobre os egressos da instituição.

g) Se é utilizada a opinião dos empregadores dos egressos para revisar o plano e os programas.

h) Se existem atividades de atualização e formação continuada para os egressos.

i) Se há participação dos egressos na vida da instituição. j) Que tipos de atividades desenvolvem os egressos.

k) Que contribuições sociais os egressos têm trazido para a instituição.

Para responder a todas as questões solicitadas, as orientações deste documento sinalizam também quais são as documentações, dados e indicadores para contemplar esta dimensão (INEP, 2004).

2.1.2 Gestão Universitária

Segundo Gomes (2013) a gestão é um instrumento essencial para as organizações, podendo a tomada de decisão do seu administrador, ter impacto nos resultados de forma negativa ou positiva. No contexto das instituições de ensino superior, para Pascuci et al (2016, p. 57), a organização universitária possui características complexas e sua gestão é constituída de “um grande desafio para os seus gestores”. O autor diz que ainda se necessita de estudos sistêmicos e detalhados no campo das Instituições de Ensino Superior públicas.

As instituições educacionais são muito complexas para serem gerenciadas por ferramentas racionais. Seu desempenho resulta de um grande número de variáveis tangíveis e intangíveis que se mesclam dificultando uma medição de seu impacto no desempenho organizacional, em especial quanto ao valor agregado pela educação aos indivíduos e sociedade (MEYER; MEYER JUNIOR, 2013, p. 18).

Para Meyer e Meyer Junior (2013), tratar de gestão na educação superior não é algo novo. Os autores afirmam que existe uma preocupação por parte dos gestores dessas instituições em buscar práticas gerenciais mais adequadas que reflitam a qualidade do

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“desempenho organizacional e na excelência da educação oferecida” (MEYER; MEYER JUNIOR, 2013, p. 4).

Porém, Gomes (2013, p. 240) destaca que nas Universidades há uma grande primazia pela burocracia “nos procedimentos e funções desempenhados em suas gestões pela maioria dos gestores”. O autor diz que esse processo burocrático dificulta a adaptação da administração gerencial, faltando também aos gestores qualificações sobre as práticas gerenciais. Souza e Santos (2013, p.525) corroboram ao dizer que,

gerir uma instituição universitária não implica atender apenas a um determinado grupo de interesse. Ao contrário, uma Universidade é povoada por diversos centros de poder que de algum modo precisam ser conciliados.

É importante se atentar para o fato de que o nível educacional muda a cada geração, sendo que aprimoramentos devem ser buscados para garantir a qualidade constante e de alto nível todo o tempo (RUZA; MUSTAFA, 2013). Ou seja, para os autores, a educação futura não pode ser planejada e executada sem um devido planejamento anterior.

Marcovitch (1998) afirma que tanto a inovação quanto o risco são componentes da gestão acadêmica, já que, para se criar uma inovação há algum risco alinhado. Sendo assim, como mostrado anteriormente, é necessário que a Universidade se atualize e se transforme, por conseguinte, é um momento adequado para mudar este cenário, “a partir da introdução da visão empreendedora e inovadora nos cursos de graduação oferecidos no Brasil, e da criação de estratégias públicas que fomentem a interação entre Universidade, empresa e governo” (PEREIRA, 2016, p.192).

O conceito de inovação necessita ser estendido além do mercado, indo ao encontro do atendimento das necessidades e demandas da população. A inovação está atrelada a investimentos (financeiros, humanos) e envolve a utilização de um novo conhecimento ou de novos usos para conhecimentos já existentes. A base para a inovação é o conhecimento e este se assegura na formação educacional. A Ciência gera o conhecimento, a tecnologia se configura como aplicação deste conhecimento e a inovação deve atender as necessidades sociais. Neste sentido se configura a importância da pesquisa nas

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Universidades (FRANCO; AFONSO; BORDIGNON, 2012, p. 99 e 100).

Porém, apesar da importância da Universidade buscar inovação e uma gestão planejada, esta deve observar também que, existe a intervenção do Estado sobre a sua gestão, como, por exemplo, quando o governo emite medidas –pareceres, portarias e resoluções, que a Instituição deve seguir e respeitar (MURIEL, 2006). É importante que a formação do indivíduo não pare quando concluiu o seu curso, mas que permaneça de forma contínua e por toda a vida (BACKES et al, 2002).

É fundamental que os egressos das Universidades tenham contato com um ambiente que possibilite a visão empreendedora e inovadora durante a sua formação, e que a visão estritamente acadêmica seja superada. Essas iniciativas poderiam alterar de forma progressiva o perfil do empresário brasileiro, possibilitar a geração de novos negócios baseados em novas tecnologias e a geração de produtos e serviços com maior valor agregado, revigorando a economia (PEREIRA, 2016, p.192).

O número de egressos do ensino superior tem aumentado na última década e de acordo com os estudos do autor, o mercado de trabalho tem desvalorizado a mão de obra qualificada. Logo, “o nível de profissionalização dos trabalhadores deve crescer concomitantemente a ações que permitam o acesso desses profissionais ao mercado de trabalho” (PEREIRA, 2016, p.179). Posto isto, fica claro a importância de se analisar o egresso e seu papel, por conta disso, a seguir, será tratado da importância do egresso como fonte de informação.

2.2 EGRESSOS - SEU PAPEL E IMPORTÂNCIA COMO FONTE DE INFORMAÇÃO

Muitos estudos, tanto internacionais quanto nacionais têm tratado do tema egresso - no exterior também chamado de alumni - em várias perspectivas. Neste estudo, o foco está no egresso - também conhecido como ex-aluno e graduado - das Universidades. Sendo assim, dentro deste contexto, o egresso é aquele que se formou, ou seja, concluiu seus estudos e recebeu seu diploma em uma instituição de ensino superior (LOUSADA; MARTINS, 2005).

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O egresso pode ter diversos papéis dentro da Universidade. Além de ser um graduado, ele pode ser um membro local da comunidade, um servidor da Universidade e um pai de um estudante desta comunidade universitária ou um embaixador do campus (GALO, 2013). Autores também dizem que o egresso pode ser um voluntário, mentor, recrutador de estudantes e benfeitor (WEERTS; RONCA, 2008; WEERTS; CABRERA; SANFORD, 2010; STEFANESCU; CANDEA; MANOLACHE; 2012; GALLO, 2013). Logo, quando está interagindo com a Universidade, esse egresso pode representar qualquer uma dessas identidades dependendo do contexto do momento e como resultado disso é o surgimento de um benefício muito maior para a comunidade universitária (GALLO, 2013).

Marcovitch (1998, p. 62) diz que a Universidade tem o papel de formar melhores agentes críticos. Porém, para o autor, isso ainda é uma “utopia acadêmica”, pois, somente a minoria dos seus egressos exerce “idealmente esse papel”. Estudiosos afirmam que todo ano egressos se formam, saem da Universidade e se adentram na sociedade e mercado de trabalho, sendo que, muitos perderão o contato com sua Universidade de formação (MARCOVITCH, 1998; MACDEARMON, 2012).

Tanto a Universidade quanto o egresso perdem com essa quebra de vínculo. Backes et al (2002, p.203), Lousada e Martins (2005, p.74), Michelan et al (2009, p.14), e Macdearmon (2012) falam das perdas que a Universidade tem com o término do seu relacionamento e contato com seu egresso. Por exemplo, o conhecimento sobre o mercado de trabalho fica limitado, já que a Instituição não tem um feedback prático desses integrantes para realizar mudanças no seu currículo, no seu processo de ensino e desenvolvimento de conhecimento, gerando assim uma falta de sincronismo entre o que se é aprendido na sala de aula e o que o mercado de trabalho precisa.

Backes et al (2002, p.203) ainda acrescentam que esse distanciamento entre ambos pode prejudicar a participação da sociedade como um todo daquilo que é concebido pela Universidade, “tanto na perspectiva de usuária desses serviços, como na condição de "participante" ativa dos mesmos”. A realidade está de encontro ao modelo ideal e real em instituições do mundo que já possuem uma cultura de integração com o egresso, pois, o que ocorre, segundo o autor, é um distanciamento entre o aluno e a Universidade quando este se forma, já que esse passa a exercer sua atividade profissional muitas vezes de forma isolada e “desvinculada da sua realidade”, dificultando assim o aprimoramento do indivíduo como cidadão e profissional (BACKES et al, 2002, p. 203).

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Para Weerts; Cabrera e Sanford (2010), o egresso oferece importantes perspectivas de avaliação acadêmica dos programas e dos serviços disponíveis aos estudantes. Os egressos são considerados uma importante fonte de informação, experiência e oportunidade de um treinamento e contato com profissionais das áreas de formação, além de poder agir como um suporte para atividades de pesquisa e atualização curricular (STEFANESCU, CANDEA, MANOLACHE, 2012).

Volkwein (2010) corrobora ao dizer que por conta da sua importância, as pesquisas com egressos deveriam ocupar uma importante posição no portfólio de pesquisas da instituição. Por conseguinte,

é, pois, imprescindível saber o que os egressos pensam a respeito da formação recebida para se proceder a ajustes em todas as partes do sistema de ensino ofertado. Além disso, conhecer o que fazem como profissionais e cidadãos e suas adequações aos setores em que atuam, possibilita uma reflexão crítica sobre a formação e sua relação com as necessidades do mercado de trabalho. É interessante, também, conhecer a trajetória profissional e acadêmica, ou seja, em quanto tempo o egresso se estabiliza no mercado, qual o seu poder decisório, competências, autonomia e perspectivas, bem como o trajeto percorrido através de cursos após a graduação (LOUSADA, MARTINS, 2005, p.74).

Para Macdearmon (2012), o alumni, independentemente do seu nível de envolvimento com a sua Universidade de formação, será para sempre ligado a esta fazendo parte da sua identidade. Quando compartilham informações o egresso e a Universidade desenvolve uma “cumplicidade”, além disso, criam uma responsabilidade ainda maior diante dos problemas tanto econômicos quanto sociais da sociedade, passando a sociedade assim a reconhecer ainda mais o valor que a Universidade no seu meio como um instrumento de transformação (BACKES et al, 2002, p. 203).

É importante que as relações entre estudantes/instituições ou estudantes/estudantes sejam perenes, ou seja, continuem para além da conclusão do curso, pois contribuem para as carreiras pessoais, profissionais e acadêmicas dos egressos da rede gerada (TEIXEIRA; MACCARI, 2014). A experiência prática do alumni, devido ao seu

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contato direto com as necessidades do mercado de trabalho e o desenvolvimento da sociedade, pode influenciar a estrutura dos programas dos cursos (STEFANESCU; CANDEA; MANOLACHE, 2012).

Volkwein (2010) afirma que avaliações e relatos de egressos tem legitimidade tanto para os stakeholders internos quanto externos. Para o autor, de forma interna, as pesquisas de egressos podem promover informações para enriquecer o currículo acadêmico, dar suporte aos programas e na política administrativa. De forma externa, as pesquisas de egressos podem dar suporte na prestação de contas, recrutamento e arrecadamento de fundos (VOLKWEIN, 2010).

Segundo os estudos de Sauders-Smitsa e Graaffb (2012), há quatro diferentes áreas de relacionamento com egressos de grande importância para a Universidade:

1. Suporte - os egressos podem dar o suporte tanto internamente quanto externamente para a Universidade. Por exemplo, nos Estados Unidos, muitas Universidades ganham grandes recursos de egressos ricos e muitos recém graduados conseguem seu primeiro emprego junto com um egresso. 2. Ranking acadêmico - as conquistas dos egressos podem ser

usadas para ilustrar a importância da qualidade da Universidade.

3. Modelos a serem seguidos - muitas instituições tem uma lista de egressos famosos. Muitos estudantes são atraídos para a Universidade por causa do impacto que um egresso tenha tido na sociedade, mesmo que tenha se graduado há muito tempo. 4. Avaliação e desenvolvimento do currículo - o egresso está em

uma posição única para avaliar a efetividade dos estudos na sua vida profissional. Eles podem indicar os ganhos que tiveram com suas experiências durante o tempo em que estavam na Universidade e também indicar, através do seu dia a dia de trabalho, quais são as experiências e conhecimentos necessários para ter sucesso nas carreiras profissionais. Conforme apresentado, o alumni tem um importante papel como fonte de informação para sua Universidade de formação e a comunidade em que está inserido. Outrossim, é relevante diferenciar o seu papel no contexto internacional e nacional, por isso, a seguir será explicitado experiências de acompanhamento de egresso no exterior e no Brasil, conforme pesquisas de estudiosos da área.

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2.3 RELACIONAMENTO COM EGRESSOS NO CONTEXTO INTERNACIONAL E NACIONAL

Várias são as iniciativas de associações responsáveis por coletar, estudar e aprimorar informações referentes aos egressos em várias partes do mundo. Paul (2015) trata de algumas dessas associações. Uma dessas apresentadas pelo autor fica na Alemanha, que em 1994 criou o Observatório Estatístico da Universidade de Bolonha (Alma Laurea), que recebe suporte do Ministério da Educação, da Universidade e da Pesquisa do país, sendo dirigida por um Consórcio das Universidades Italianas. O objetivo principal deste observatório é “criar uma base de dados confiável e atualizada de currículo vitae (CVs) dos egressos que seja acessível às empresas” (PAUL, 2015, p.316).

O projeto de "Pesquisa de Emprego e Flexibilidade Profissional”- REFLEX, é um projeto internacional de grande escala que envolve parceiros de quinze países - Áustria, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Noruega, Espanha e Reino Unido, mais Bélgica-Flandres, República Checa, Portugal, Suíça, Japão e Estônia (ROA, 2017). Esse Projeto visa contribuir para a avaliação das exigências que a moderna sociedade do conhecimento atribui aos egressos do ensino superior e até que ponto as instituições de ensino superior na Europa estão atendendo as necessidades dessa sociedade equipando os graduados com as competências necessárias para atender a essas demandas (ALLEN; VAN DER VELDEN, 2011).

O projeto busca responder as seguintes perguntas: que competências são necessárias para cumprir as exigências da sociedade? Como essas competências estão relacionadas às características dos empregos e das empresas? Em que medida os diplomados do ensino superior possuem estas competências? Em que medida o ensino superior proporcionou (a base para adquirir) estas competências? As características particulares da empresa tornam mais fácil ou mais difícil para os graduados atender às demandas? Como os graduados e os empregadores lidam com discrepâncias entre as competências adquiridas e exigidas? (ROA, 2017).

Outra iniciativa apontada é na Grã-Bretanha que em 1993 criou a “The Higher Education Statistics Agency” (HESA), uma agência oficial que cujo objetivo principal é coletar, analisar e divulgar as informações quantitativas sobre o ensino superior no país, realizando estudos de curto prazo (seis meses após a formação do egresso) e de longo prazo (três anos após a formação). Esta é uma associação sem fins lucrativos,

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composta por todas as Instituições de Ensino Superior do Reino Unido e financiada por estas (PAUL. 2015, p.314).

Nos últimos anos muitas Universidades britânicas estabeleceram escritórios de desenvolvimento e de relações com os ex-alunos. Daly (2013) mostra que o ambiente interno das Universidades tem sido afetado por mudanças e desafios em um contexto mais amplo no ensino superior. Essas mudanças na organização interna das Universidades afetaram a força de trabalho do ensino superior e a dinâmica das relações entre Universidades e partes interessadas externas (DALY, 2013).

Outro exemplo a se citar é a estrutura geral para as relações de ex-alunos desenvolvidas na Universidade de Estocolmo, que inclui uma equipe centralizada de funcionários de tempo integral de 15 pessoas, trabalhando com cerca de 20 coordenadores de departamento que têm relações de ex-alunos como uma pequena parte de sua carga de trabalho. Os coordenadores departamentais organizam eventos e estratégias dentro de um departamento e o pessoal de relações com ex-alunos supervisiona a estratégia geral, administra a base de dados de ex-alunos, organiza eventos universitários, organiza reuniões periódicas do grupo de coordenadores departamentais. E trabalhar com coordenadores departamentais para desenvolver e crescer relações de ex-alunos (EBERT; AXELSSON; HARBOR, 2015). Na Universidade dentre as atividades recentes pode-se citar:

1. Reuniões de ex-alunos: encontros organizados para ex-alunos que participaram de determinado curso ou programa. O objetivo principal é compartilhar memórias e reconectar com a Universidade durante um evento agradável;

2. Dias de volta ao lar: um convite aberto a todos os ex-alunos para retornarem à Universidade para eventos;

3. Seminários de Alumni: dados por ou para ex-alunos. O objetivo é dar aos estudantes universitários e funcionários notícias sobre as necessidades no mercado de trabalho, ou fornecer aos alunos com os resultados mais recentes de pesquisa, com o objetivo de manter todos atualizados e encontrar interesses compartilhados;

4. Eventos de carreira que incluem egressos e alunos, como um dia de mercado de trabalho, quando as empresas se apresentam aos estudantes;

5. Histórias de sucesso: entrevista com ex-alunos;

6. Projetos de cooperação como o NOTIS (desenvolvimento profissional de funcionários e ex-alunos - aprendendo uns com

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os outros) e Humtank, Humsamverkan (utilização da pesquisa de humanidades para a sociedade por seminários e redes) (EBERT, AXELSSON, HARBOR, 2015).

Comparado com os EUA, segundo Sauders-Smitsa e Graaffb (2012), a Europa ainda fica para trás quando se trata de pesquisa de ex-alunos. Isto é em parte devido ao fato de que a maioria das Universidades dos EUA depende de seus egressos para uma grande parte do seu financiamento, enquanto a maioria das instituições de ensino superior da Europa ainda é parcialmente financiada pelo governo. As Universidades norte-americanas, como resultado da dependência de ex-alunos, são mais ativas na pesquisa de seus ex-alunos (SAUNDERS-SMITSA; GRAAFFB, 2012).

Nos Estados Unidos, um exemplo que pode ser citado é a Universidade da Carolina do Norte, na qual os assuntos de ex-alunos se relacionam com assuntos estudantis em um evento anual na noite anterior às aulas (RISSMEYER, 2010). O autor diz que seiscentas organizações estudantis alinham uma grande avenida do campus enquanto os alunos apreciam bandas, ouvem grupos vocais de alunos, veem equipes esportivas e obtêm informações sobre programas importantes do campus.

Como pode ser percebido, nos Estados Unidos e na Europa já existe uma forte cultura nas instituições de ensino superior em se manter um vínculo com os egressos (TEIXEIRA; MACCARI, 2014). Os autores afirmam que, no Brasil, esse movimento para criação de associações de alumni, está aparecendo apenas nos últimos anos.

Paul (2015, p.309) diz que “no Brasil, embora algumas pesquisas tenham sido realizadas na década de 1980 e os “Portais do Egresso” tenham proliferado nos últimos anos, os estudos de egressos continuam esporádicos, pouco utilizados e com insuficiências metodológicas” podendo estas estar ligadas ao fato de não haver uma prospecção das experiências internacionais.

Cabral, Silva e Pacheco (2016, p. 170 e 171) realizaram um estudo sobre 10 portais de egressos em Universidades públicas brasileiras. Como resultado da pesquisa, os autores verificaram que, referente à gestão de egressos (se tratando dos portais online), “não se tem dado, por parte das Instituições, a devida atenção a esta forma de contato com a comunidade acadêmica como um todo”. Os autores complementam que das Universidades analisadas apenas quatro “possuem um portal de egresso centralizado, de fácil acesso e com os elementos principais contidos na literatura”.

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2.4 ESTRATÉGIAS DA GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM EGRESSOS

No mercado cada vez mais competitivo do ensino superior, as Universidades procuram meios para aumentar a influência sobre seus egressos beneficiando assim a sua instituição (WEERTS; RONCA, 2008). Para cultivar uma parceria entre egressos é preciso ter uma liderança, comprometimento de tempo, esforço e disposição para definir as atividades que atendam às necessidades de todos os envolvidos (RISSMEYER, 2010). Volkwein (2010) acrescenta que para maximizar os resultados obtidos com a pesquisa de egressos, a instituição deve buscar desenvolver parcerias que incluam seus servidores e departamentos acadêmicos. Ademais, as oportunidades deveriam ser exploradas ao máximo para maximizar os benefícios da instituição (WEERTS; RONCA, 2008).

Uma preocupação comum em Instituições de Ensino Superior (IES) é manter o aluno formado ligado às atividades acadêmicas, pois é consenso que um dos ativos mais valiosos das Universidades é o seu egresso (alumni), já que suas ações práticas garantem mais visibilidade à Universidade. Nos últimos anos, percebe-se um movimento das IES no sentido de incentivar a criação de associações de alumni, pois elas propiciam oportunidades de networking e manutenção do contato entre IES e alumni ou alumni entre si (PAUL, 2015, p. 324).

Os estudos de Pearson (1999) demonstraram que os egressos que tiveram as experiências mais satisfatórias durante a sua vida de universitário tem mais chances de permanecerem engajados com a Universidade, os alumni que eram mais envolvidos têm maiores chances de ler as notícias da Universidade e aqueles que procuram por informações sobre a Universidade tem maiores chances de se manterem comprometidos. Os profissionais das associações de egressos entendem que os fatores psicológicos referentes às experiências dos egressos estão positivamente ligados com a adesão à associação, pois esses fatores podem ser controlados pelo menos parcialmente pelos programas, eventos e comunicações em que estão envolvidos (NEWMAN; PETROSKO, 2011).

Referências

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