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TCC_Melo_Estudo do estresse termico em trabalhadores da construcao civil em Sinop MT

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Estudo do estresse térmico em trabalhadores da construção civil em Sinop – MT.

Study of heat stress on construction workers in Sinop – MT.

Gabriely Guaragni Melo1, Karen Wrobel Straub2

Resumo: A construção civil é um ramo que emprega muitas pessoas no país e no mundo, em Sinop, MT, isto também ocorre. As funções exercidas neste ambiente de trabalho são em sua maioria, funções que demandam esforços físicos, e vários delas os trabalhadores ficam expostos ao calor.O presente trabalho teve como objetivo geral avaliar as condições de sobrecarga térmica dos trabalhadores da construção civil em canteiros de obra do município de Sinop. Utilizou de um intrumento de medição para mensurar o IBUTG (Índice do Bulbo Úmido Termômetro de Globo), e um questionário com o intuito de avaliar a sensação térmica dos trabalhadores e comparar com os resultados apresentados pelo instrumento. Conclui-se que a maioria dos trabalhadores já estam acostumandos com o calor, e que essa adaptação é melhor observada por trabalhadores naturais de regiões que possuem o clima quente. Apesar disso é importante investir em técnicas para minimização da exposição de calor, ou redução do tempo de trabalho, evitando por dessa danos futuros à saúde destes trabalhadores.

Palavras-chave: IBUTG; construção civil; saúde no trabalho; calor.

Abstract: The construction industry is a sector that employs many people in the country and the world, in Sinop,

MT , this also happens . The functions performed in this environment are mostly functions that require physical effort, and many of these workers are exposed to heat. This work had as main objective to evaluate the conditions of thermal overload of construction workers in the city of Sinop construction sites. Used a measuring instrument to measure the WBGT (Wet – Bulb Globe Temperature), and a questionnaire in order to evaluate the thermal sensation of workers and compare it with the results presented by the instrument. It is concluded that most workers already accustomed with heat, and this adaptation is best observed by workers in natural regions with warm weather. Nevertheless it is important to invest in techniques to minimize heat exposure or reduction of working time, avoiding this way further damage to the health of these workers.

Keywords: WBGT; construction industry; health at work; heat.

1 Introdução

De acordo com pesquisas realizadas pela Fundação Getulio Vargas e o Sindicato da Construção em 2014 o Brasil empregou cerca de 3285 milhões de trabalhadores na Construção Civil.

A maioria desses trabalhadores, carpinteiros, pedreiros, serventes, entre outros, ficam expostos ao sol, e calor típico da região. O que pode contribuir para o desconforto térmico diminuindo o rendimento do trabalhador e principalmente trazendo danos a saúde, tanto a curto quanto longo prazo.

A curto prazo esta exposição pode acarretar cansaço elevado, sonolência e desidratação, e a longo prazo, enfermidades mais sérias como doenças oculares, síncope pelo calor, prostração térmica, entre outras. Consequentemente as ocorrências dessas doenças fazem que a produtividade do trabalhador diminua. A exposição excessiva ao calor, em curto prazo, pode acarretar o estresse térmico e isso pode levar o individuo, segundo Lamberts, et al. (2011) a debilitação do estado geral de saúde e a queda da capacidade de produção.

Em 1978 o Ministério do Trabalho, desenvolveu as Normas Regulamentadoras, com o objetivo de limitar e/ou prevenir os riscos causados pelas profissões, com a finalidade das empresas adotarem medidas para limitar e se possível extinguir acidentes e doenças de trabalho. Uma das normas que contribuiu

para que isso ocorrese, foi a Norma Regulamentadora 15, que trata das condições de insalubridade, dentre as condições ambientais apresentadas pela norma temos a exposição ao ruído, condiçõesde ventilação e sobrecarga térmica.

O anexo 3 da NR 15, traz sobre a exposição ao calor, o qual estabeleceu um índice, o Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo – IBUTG,o qual é utilizado para medir a temperatura em que o trabalhador está exposto, é empregado em trabalhos internos e externos, ao ser constatado o índice que o trabalhador esta exposto, deve – se seguir a Norma Regulamentadora 15, a qual fornece os limites de tolerância para exposição ao calor.

Tendo em vista os fatos expostos, verifica-se a importância de estudos mais aprofundados a cerca do estresse térmico em trabalhadores da construção civil. A NR 15 tem o objetivo de regulamentar as atividades consideradas como insalubres, mas mesmo a atividade sendo insalubre, existem vários limites de exposição ao calor, a ruídos, a pressões atmosféricas que devem ser levados em consideração, a fim de evitar as doenças que isto pode acarretar.

Muitos trabalhadores e empregadores desconhecem a existência da Norma Regulamentadora 15, a qual indica os níveis de calor a qual o colaborador pode ficar exposto.

A construção civil na cidade de Sinop ocorre em ritmo acelerado, a cidade é considerada polo econômico do norte do estado de Mato Grosso, por isso, até novembro de 2015 foram liberados 1.435 alvarás para novas construções na cidade, (PRODEURBS, 2015). De acordo com a classificação climática Koppen –

1

Graduanda em Engenharia Civil, UNEMAT, Sinop – MT, Brasil, gabrielygme@gmail.com

2 Mestre, Professora Assistente UNEMAT, Sinop – MT,

(2)

Geiger é uma cidade de clima tropical, onde o calor é predominante durante todo o ano, por isso, é de extrema importância verificar os níveis dessa exposição em que os trabalhadores da construção civil estão sujeitos.

O presente trabalho teve como objetivo geral avaliar as condições de sobrecarga térmica dos trabalhadores da construção civil em canteiros de obra do município de Sinop.

E como objetivos específicos: determinar o IBUTG das principais atividades desenvolvidas nos canteiros de Sinop; analisar o cumprimento da NR 15 no que diz respeito a sobrecarga térmica; estudo de caso da sensação térmica do trabalhador e comparar com o IBUTG medido às sensações térmicas dos trabalhadores, assim como identificar os principais problemas relatados pelos trabalhadores em função da sobrecarga térmica.

Os resultados poderão ser utilizados pelas construtoras, podendo trazer melhorias para os trabalhadores, e também aos interessados pela área da pesquisa que poderão utilizar esses indicativos para minimização dos danos à saude dos trabalhadores e consequentemente gastos desnecessários às instituiçoes públicas e privadas, e a sociedade de uma forma geral.

2 Fundamentação teórica 2.1 Estresse Térrmico

Estresse térmico pode ser entendido como quando o corpo humano está fora da sua zona de conforto térmico, Sendo assim o corpo está sofrendo certa sobrecarga térmica, a qual pode acarretar cansaço, sonolência, fazendo assim com que afete a capacidade de produção. (LAMBERTS, 2011). 2.2 Doenças relacionadas a sobrecarga térmica As doenças que podem apresentar devido a exposição ao calor são, segundo Tavares (2009): síncope pelo calor, a qual tem como efeitos náusea, vômito, desânimo, anorexia e fadiga; prostração térmica a qual é a perda excessiva de água e sais minerais, causando assim desidratação do indivíduo; câimbras se apresentam como fortes dores musculares; enfermidades da glândula sudoríparas; edemas pelo calor causa inchaço do pés, mãos e tornozelos; cataratas a doença que atinge os olhos, a qual é comum aparecer em pessoas idosas, surge de maneira precoce no indivíduo; insolação pode causar tontura, tremores, convulsões e delírios, podendo levar a morte.

2.3 Sobrecarga térmica e taxa de metabolismo A sobrecarga térmica não depende somente da temperatura do ambiente, mas também da umidade do ar, velocidade do ar, radiação e taxa metabólica do indivíduo. Estes são parâmetros ambientais e pessoais que influenciam diretamente na sensação térmica do indivíduo (ISO 7730/2005).

Apesar de esses fatores afetarem diretamente a sensação térmica de um indivíduo, a NR 15 adota apenas os valores referentes à temperatura do ar, umidade do ar e temperatura radiante para a determinação do IBUTG.

A taxa de metabolismo é outro fator importante na avaliação do conforto térmico do individuo, pois à medida que o individuo realiza alguma função, a taxa metabólica aumenta.

A sensação de bem estar térmico depende da função que o trabalhador realiza, quanto mais esforço o trabalho demanda, maior será a sensação de desconforto térmico. (RUAS, 1999).

Na tabela 1 podem-se verificar as taxas metabólicas para diferentes funções da construção civil:

Tabela 1 - Taxa de metabólica para atividades da construção civil.

Fonte: ADAPTADO DE FUNDACENTRO, 1999.

A tabela 1 relaciona MET a qual representa a energia produzida no tempo por área superficial do corpo e W/m² é a produção de calor, portanto a tabela 1 mostra que quanto mais intensa a atividade realizada maior a taxa metabólica estimada.

2.4 Estudos correlatos

Estudo realizado por Oliveira et al (2010) em trabalhadores do setor administrativo de uma empresa situada no Colar Metropolitano do Vale do Aço, mostra que o estresse térmico está diretamente relacionado a produtividade e a saúde do trabalhador, influenciando negativamente na realização das atividades em ambientes desconfortável termicamente.

Silva (2014) estudou o ambiente em que churrasqueiros trabalham em quatro churrascarias de médio porte em Camboriu, Santa Catarina, pode concluir que em três churrascarias os trabalhadores estavam expostos a situações insalubres decorrentes ao alto nível de exposição ao calor e avaliou se essa exposição pode trazer riscos a saúde do trabalhador e propôs medidas que amenizem os riscos.

Straub (2016) realizou pesquisas para estabelecer parâmetros e condições de conforto térmico em estudantes em salas de aula com climatização artificial a fim de identificar a temperatura de neutralidade de acordo com váriaveis físicas do ambiente e percepção térmica dos mesmos

MET W/m² 2,6 150 2,4 140 2,1 125 2,3 135 4,7 275 3,9 230 2,7 155 3,1 280 4,7 275 3,8 220 5 290 6,2 360 4,6 a 5,3 270 a 310 Subindo em escada portatil com 70º de inclinação,

velocidade de 11,2 m/min

sem carga com 20 kgf de carga Cavando vala

Colocando pedregulho no carrinho Empurrando carrinho em terreno plano, carga de 100

kgf, velocidade de 4,5 km/h Misturando argamassa Fazendo forma para concretagem

Concretando fundação Compactando concreto com vibrador

bloco furado (peso de 23,4 kgf)

Indústria da construção civil

Assentamento de tijolos

tijolo sólido (peso de 3,8 kgf) tijolo furado (peso de 4,2 kgf) bloco furado (peso de 15,3 kgf)

(3)

Verificando a importância destes estudos para o melhor desempenho acadêmico dos estudantes. Outro estudo nessa linha mostrou a análise de uma possível correlação entre o IBUTG e a perda de peso em eletricistas da Companhia Energética de Alagoas foi realizada por Oliveira e Pessoa (2006) os quais concluíram que há influência da vestimenta utilizada para realização das tarefas e que o IBUTG não leva isso em consideração, então criaram uma equação para relacionar a perda de peso, com as váriaveis do IBUTG e com a vestimenta utilizada.

2.5 Área de Estudo

O município de Sinop está localizado no norte do estado de Mato Grosso. Conforme a classificação climática Koppen – Geiger é uma cidade de clima tropical, a qual não apresenta estação de inverno. Segundo o INMET (2014) a temperatura do mês mais frio é maior que 18º C e apresenta forte precipitação anual. Tendo assim duas estações definidas, chuva e seca. O período chuvoso acontece nos meses de outubro a fevereiro.

De acordo com o INMET (2014) a temperatura média anual é de 24º, com precipitação pluviométrica superior a 2500 mm.

Segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2014), a população estimada para o município de Sinop é de 126.817 habitantes, a economia da cidade advém do setor de serviços, agricultura e indústria. A cidade é considerada polo econômico da região (IMEA, 2010).

O setor da construção civil se mostra em contínuo crescimento como é possível verificar através dos alvarás de construção emitidos, segundo o PRODEURBS, em 2015 foram emitidos 1640 alvarás e no ano de 2016 até o mês de abril já foram emitidos cerca de 500 alvarás.

A cidade apresenta um grande número de obras em execução, empregando um número elevado de trabalhadores, por isso é de grande importância e relevância a realização dessa pesquisa no município de Sinop.

3 Materiais e métodos

Para a análise do estresse térmico dos trabalhadores da construção civil do município de Sinop – MT foram realizadas medições em obras, utilizou-se sensores específicos e submissão de questionários a fim de identificar a sensação térmica de cada trabalhador, entre outros parâmetros.

O equipamento utilizado foi o termômetro de globo digital, da marca INSTRUTEMP, modelo ITWTG 2000, conforme Figura 1. Este equipamento mede a temperatura do ar, temperatura global, umidade do ar e calcula automaticamente o IBUTG.

Figura 1 - Termomêtro de globo digital - ITWTG 2000. Fonte: INSTRUTEMP, 2010.

Na tabela 2 estão alguns dados do equipamento. Tabela 2- Especificações do Equipamento

Fonte: Adaptado de INSTRUTEMP, 2016. Foram avaliados quatro funções da construção civil: pedreiro, servente, carpinteiro e armador.

De acordo com a ISO 7726/1998 a altura recomendada para medição é de 1,10 metros para o colaborador que esteja trabalhando em pé, todos os trabalhadores avaliados estavam executando seu trabalho em pé, por isso a altura do equipamento foi de 1,10 metros.

O tempo de medição para cada trabalhador foi de 20 minutos, simultaneamente à medição foi realizada a aplicação do questionário. O questionário aplicado pode ser verificado na Figura 2. Através dele foi possível realizar a caracterização da amostra estudada, por meio das questões a cerca da função, idade e naturalidade.

Diâmetro da esfera 75 mm

Faixa de temperatura do ar 0°C a 50°C

Precisão Temperatura do ar ± 0,6°C

Faixa de temperatura global 0°C a 50°C Precisão Temperatura global 0°C a 80°C Faixa de temperatura IBUTG 0°C a 50°C

Faixa de umidade do ar 0 a 100%

Precisão da umidade do ar 3%

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Figura 2 – Questionário. Fonte: A autora, 2015. Na questão 1 pretendia obter a sensação térmica do trabalhador no momento da medição, a questão 2 desejava saber se o indíviduo já tinha sentido algum dos sintomas exibidos após ficar exposto ao calor, a questão 3 almejava a informação se algum trabalhador já teve uma complicação de saúde devido a exposição ao calor, e a questão 4 pretendia saber a sensação térmica do indivíduo durante a maior parte do tempo, durante o ano.

As medições foram realizadas nos meses de março e abril.

A coleta dos dados foi realizada nos períodos matutino e vespertino, a partir das 9:00 até as 16:00 horas, período em que pode se deparar com temperaturas mais elevadas. As medições foram feitas em obras residenciais, distribuídas em vários bairros do município. Com o objetivo de garantir certa aleatoriedade, tanto relacionada á localização quanto ao horário das medições.

Para o cálculo do IBUTG e para a análise dos dados utilizou-se como base a Norma Regulamentadora 15 – Atividades e Operações Insalubres, a qual define os parâmetros para que determinada atividade seja considerada insalubre ou não.

Segundo a NR 15 (MTE,1978), o IBUTG pode ser calculado através das equações 1 e 2 que seguem.

IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg (Equação 1) IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg (Equação 2) Sendo que:

Tbn: temperatura de bulbo úmido natural, °C; Tg: temperatura de globo, °C;

Tbs: temperatura de bulbo seco, °C.

A NR 15 faz duas distinções em relação às equações. A equação 1 é utilizada para ambientes internos ou externos sem carga solar, e a equação 2 para ambientes externos com carga solar. Onde O equipamento utilizado para o desenvolvimento deste trabalho realiza o cálculo do IBUTG automaticamente usando as equações descritas acima, e nele pode-se configurar se está em ambiente interno ou externo com carga solar.

Com a determinação do IBUTG é possível compará-lo às tabelas 3 e 4, que pode ser encontrada no anexo da norma, para verificação da salubridade.

Tabela 3 - Regime de trabalho intermitente com descano no próprio local de trabalho

Fonte: ADAPTADO DE NORMA REGULAMENTADORA 15, 1978.

A tabela 3 apresenta os tipos de atividades, os quais estão relacionados à taxa metabólica, sendo que as taxas metabólicas em função da atividade podem ser verificadas na tabela 4.

Tabela 4 - Taxa de Metabolismo por atividade

Fonte: ADAPTADO DE NORMA REGULAMENTADORA 15, 1978.

A análise dos dados será feita comparando os resultados obtidos pelo instrumento de medição e pelas respostas obtidas com a aplicação do questionário.

4 Apresentação e análise dos resultados

Para o desenvolvimento desta pesquisa foram realizadas 105 medições em canteiros de obra no

LEVE MODERADA PESADA

até 30,0 até 26,7 até 25,0

acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0 Não é permitido o trabalho, sem

a adoção de medidas adequadas de controle 15 minutos trabalho 45 minutos descanso 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0 15 minutos descanso 30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9 30 minutos trabalho 30 minutos descanso REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE COM DESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL DE TRABALHO (POR

HORA)

Trabalho contínuo 45 minutos trabalho

TIPO DE ATIVIDADE

26,0 a 27,9

TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h

Sentado em repouso 100

Trabalho Leve

Sentado, movimentos moderados com braços e tronco 125 Sentado, movimentos moderados com braços e pernas 150 De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, pricipalmente com os braços 150

Trabalho Moderado

Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas 180 De pé, trabalho leve em maquina ou bancada, com alguma movimentação 175 De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma movimentação 220 Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar 300

Trabalho Pesado

Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos 440

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municipio de Sinop, bem como aplicação de 105 questionários.

Os trabalhadores avaliados desenvolviam as atividades de pedreiro, servente, armador e carpinteiro – atividades frequentemente encontradas em canteiro de obras.

4.1 Pedreiro

Para a função de pedreiro foram avaliados 33 trabalhadores, os quais apresentaram idade mínima de 24 anos e máxima de 62 anos, naturalidade de todas as regiões do país, verificou-se IBUTG mínimo de 26,1 e máximo de 32,1.

O trabalho que eles estavam realizando se caracteriza de acordo com a tabela 4 como trabalho moderado, com uma taxa de metabolismo em torno de 220 kcal/h A tabela 5 traz o IBUTG e a sensação térmica emitida por cada trabalhador no momento da medição, na questão 1 por meio do questionário.

Tabela 5 - IBUTG versus sensção térmica – pedreiro.

Fonte: A autora, 2016.

87,8% dos trabalhadores avaliados nesta função apresentaram valores de IBUTG mensurados, acima do que a NR 15 estabelece como valor máximo de exposição ao sol em regime de 45 minutos trabalhando e 15 minutos descansando.

A tabela 6 mostra os resultados da questão 1, identificando as regiões do país de onde os trabalhadores são naturais e as respecitvas respostas.

Tabela 6 - Resposta questão 1 para função pedreiro

Fonte: A autora, 2016.

A tabela 6 mostra que 36,36% dos trabalhadores se sentem desconfortáveis em relação ao calor e a sobrecarga térmica, e desses trabalhadores 50% são naturais da região sul 33,33% vem do sudeste e 16,67% são naturais do centro oeste do Brasil. Na pesquisa deparou-se com pessoas trabalhando de forma contínua e algumas trabalhavam 45 minutos e repousavam 15 minutos. De acordo com a tabela 3, pessoas que estão realizando trabalho moderado contínuo o IBUTG máximo devem ser de 26,7, e as que estão no regime de trabalho 45 minutos, e 15

minutos de descando devem apresentar IBUTG máximo de 28,0.

Foram alcançados índices maiores que o IBUTG máximo, o maior índice medido foi de 32,1, porém pode – se observar que os trabalhadores na sua maioria estão acostumados com o calor, o qual é tipico na região. Muitos alegaram que se sentem neutros com relação à sensação térmica.

A tabela 7 exibe o resultado da questão 4 do questionário aplicado.

Tabela 7 - Resposta da Questão 4 para a função de pedreiro

Fonte: A autora, 2016.

A sensação térmica neutra foi exposta principalmente por trabalhadores naturais da região nordeste do país. Os trabalhadores advindos das regiões sul e sudeste expressaram que sentem muito calor, ou somente calor, como mostra a tabela 7.

Na questão 2 do questionário aplicado obtve-se como maioria das respostas, equivalente a 54,5% que os pedreiros sentem cansaço após ficarem trabalhando expostos ao calor, 18,2% responderam que já sentiram mal estar e 27,3% disseram que já sentiram outros sintomas. Na tabela 8 verifica-se os resultados da questão 2.

Tabela 8 - Respostas da questão 2

Fonte: A autora, 2016.

Na questão 3, todos os trabalhadores entrevistados relataram que nunca tiveram nenhuma complicação devido a exposição ao calor.

Em relação ao ambiente em que estavam trabalhando, interno ou externo, teve-se as seguintes respostas em relação a questão 1 do questionário.

Tabela 9 - Sensação térmica em relação ao ambiente trabalhado

Fonte: A autora, 2016.

Observa-se que a maioria dos trabalhadores que estavam trabalhando internamente, com abrigo do sol, apresentou sensação térmica neutra, e os que estavam trabalhando expostos ao sol mostraram maior sensibilade ao calor.

IBUTG Muito calor Calor Neutro Frio Sobrecarga Térmica 26,1 1 0 0 0 29,6 1 1 0 0 x 29,7 4 4 1 0 x 28,6 1 3 3 0 x 32,1 1 0 0 0 x 30,6 1 1 0 0 x 28,7 1 1 1 0 x 27,8 1 0 2 0 28,2 0 0 3 0 x 29,8 1 1 0 0 x

Regiões Quantidade Muito Calor Calor Neutro Frio

Norte 2 0 1 1 0 Nordeste 10 0 5 5 0 Centro Oeste 9 2 4 3 0 Sudeste 5 4 1 0 0 Sul 7 6 0 1 0 Pedreiro - Questão 1

Regiões Quantidade Muito Calor Calor Neutro Frio

Norte 2 0 1 1 0 Nordeste 10 0 4 6 0 Centro Oeste 9 2 5 2 0 Sudeste 5 3 1 1 0 Sul 7 5 2 0 0 Pedreiro - Questão 4

Regiões Quantidade Cansaço Sonolencia Mal estar Outro

Norte 2 1 0 0 1 Nordeste 10 4 0 2 4 Centro Oeste 9 7 0 0 2 Sudeste 5 2 0 3 0 Sul 7 4 0 1 2 Pedreiro - Questão 2

Ambientes Muito Calor Calor Neutro Frio

Interno - 14 3 3 8 0

(6)

Segundo a tabela 9, dezenove trabalhadores da função de pedreiro estavam trabalhando externamente, com carga solar, a Figura 3, mostra uma fotografia de um local onde o pedreiro estava exercendo sua função.

Figura 3 - Local onde pedreiro estava trabalhando. Fonte: A autora, 2016.

4.2 Servente

Para a função de servente foram avaliados 30 trabalhadores, os quais apresentaram idade mínima de 18 anos e máxima de 60 anos, naturalidade de todas as regiões do país, sendo mensurado IBUTG mínimo de 28,2 e máximo de 29,8.

Como o trabalho dos pedreiros, os serventes estavam realizando trabalho caracterizado de acordo com a tabela 4 como trabalho moderado, com uma taxa de metabolismo em torno de 220 kcal/h.

A tabela 10 relaciona o IBUTG medido com a sensação térmica respondida por cada trabalhador no momento da medição, na questão 1 do questionário aplicado.

Tabela 10 - IBUTG versus sensação térmica – servente.

Fonte: A autora, 2016.

100% dos trabalhadores avaliados nesta função apresentaram valores de IBUTG mensurados, acima do que a NR 15 estabelece como valor máximo de exposição ao sol em regime de 45 minutos trabalhando e 15 minutos descansando.

A tabela 11 mostra os resultados da questão 1, identificando as regiões do país de onde os trabalhadores são naturais e as respecitvas respostas.

Tabela 11 - Respostas questão 1 - Servente

Fonte: A autora, 2016.

A tabela 11 mostra que 10,00% dos trabalhadores se sentem desconfortáveis em relação ao calor e a sobrecarga térmica, e desses trabalhadores 66,67% são naturais do sudeste e 33,33% são naturais do nordeste do Brasil.

Na pesquisa deparou-se com pessoas trabalhando de forma contínua e algumas trabalhavam 45 minutos e repousavam 15 minutos. De acordo com a tabela 3, pessoas que estão realizando trabalho moderado contínuo o IBUTG máximo devem ser de 26,7, e as que estão no regime de trabalho 45 minutos, e 15 minutos de descando devem apresentar IBUTG máximo de 28,0.

Foi alcançado indices maiores que o IBUTG máximo, o maior indice medido foi de 29,8. Dezenove trabalhadores dentre os serventes estavam realizando trabalho interno, sem estar expostos ao sol, isso pode explicar o IBUTG menor em relação a função dos pedreiros.

Na tabela 12 tem-se as respostas para a questão 4, realizada para os trabalhoderes que estavam exercendo serviços de servente.

Tabela 12 - Respostas Questão 4, função de servente.

Fonte: A autora, 2016.

A tabela 12 mostra que pessoas naturais de estados do nordeste e centro oeste se sentem neutros em relação ao calor. Nesta função a mairoia dos trabalhadores advindos da região sudeste expressaram que sentem muito calor, e os trabalhadores naturais do sul do país responderam que sentem calor.

Na questão 2 do questionário aplicado obtve-se como resposta que o cansaço e outros sintomas já foram sentidos por 43,33% dos trabalhadores, respectivamente, 13,33% responderam que já sentiram mal estar, a alternativa sonolência não foi apontada nesta função. Na tabela 13 verifica-se os resultados da questão 2 para a função de servente. IBUTG Muito calor Calor Neutro Frio Sobrecarga

Térmica 28,2 0 0 4 0 x 28,5 1 0 1 0 x 28,6 0 1 5 0 x 28,7 0 4 3 0 x 29,3 0 1 0 0 x 29,6 0 1 2 0 x 29,7 1 0 2 0 x 29,8 1 0 3 0 x

Regiões Quantidade Muito Calor Calor Neutro Frio

Norte 1 0 0 1 0 Nordeste 8 1 2 5 0 Centro Oeste 11 0 3 8 0 Sudeste 4 2 0 2 0 Sul 6 0 2 4 0 Servente - Questão 1

Regiões Quantidade Muito Calor Calor Neutro Frio

Norte 1 0 1 0 0 Nordeste 8 1 2 5 0 Centro Oeste 11 1 4 6 0 Sudeste 4 3 1 0 0 Sul 6 0 5 1 0 Servente - Questão 4

(7)

Tabela 13 - Respostas Questão 2 - Servente

Fonte: A autora, 2016.

Na questão 3, todos os trabalhadores entrevistados relataram que nunca tiveram nenhuma complicação devido a exposição ao calor.

Em relação ao ambiente em que estavam trabalhando, interno ou externo, teve-se as seguintes respostas em relação a questão 1 do questionário.

Tabela 14 - Sensação Térmica em relação ao ambiente de trabalho.

Fonte: A autora, 2016.

Ressalta-se que 68,42% dos trabalhadores que estavam trabalhando internamente, com abrigo do sol, apresentou sensação térmica neutra, e os que estavam trabalhando expostos ao sol, 63,64% mostraram neutralidade térmica e 18,18% alegaram estar sentindo muito calor, ou calor.

De acordo com a tabela 14, dezenove serventes estavam realizando sua função em ambientes internos, sem carga solar. A Figura 4 exibe um desses ambientes.

Figura 4 - Local onde servente estava trabalhando. Fonte: A autora, 2016.

4.3 Carpinteiro

Para a função de carpinteiro foram avaliados 20 trabalhadores, os quais apresentaram idade mínima de 27 anos e máxima de 56 anos, naturalidade de todas as regiões do país, sendo mensurado IBUTG mínimo de 27,6 e máximo de 29,7.

O trabalho executado pelos carpinteiros está caracterizado de acordo com a tabela 4 como trabalho moderado, com uma taxa de metabolismo em torno de 220 kcal/h.

A tabela 15 relaciona o IBUTG medido com a sensação térmica respondida por cada trabalhador no momento da medição, na questão 1 do questionário aplicado.

Tabela 15 - IBUTG versus sensação térmica

Fonte: A autora, 2016.

Regiões Quantidade Cansaço Sonolencia Mal estar Outro

Norte 1 1 0 0 0 Nordeste 8 1 0 1 6 Centro Oeste 11 6 0 1 4 Sudeste 4 2 0 1 1 Sul 6 3 0 1 2 Servente - Questão 2

Ambientes Muito Calor Calor Neutro Frio

Interno - 19 1 5 13 0

Externo - 11 2 2 7 0

IBUTG Muito calor Calor Neutro Frio Sobrecarga Térmica 27,6 0 2 1 0 28,1 0 2 0 0 x 28,2 0 1 1 0 x 28,5 0 1 0 0 x 28,6 0 1 2 0 x 28,7 0 0 1 0 x 28,9 0 0 2 0 x 29,6 0 1 1 0 x 29,7 3 0 1 0 x

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85% dos trabalhadores avaliados nesta função apresentaram valores de IBUTG mensurados, acima do que a NR 15 estabelece como valor máximo de exposição ao sol em regime de 45 minutos trabalhando e 15 minutos descansando.

A tabela 16 mostra os resultados da questão 1, identificando as regiões do país de onde os trabalhadores são naturais e as respecitvas respostas.

Tabela 16 - Resposta questão 1 - carpinteiro

Fonte: A autora, 2016.

A tabela 16 mostra que 15,00% dos trabalhadores se sentem desconfortáveis em relação ao calor e a sobrecarga térmica, e desses trabalhadores 33,33% são naturais do sudeste, 33,33% são naturais do centro oeste e 33,33% são naturais do nordeste do Brasil.

Na pesquisa deparou-se com pessoas trabalhando de forma contínua e algumas trabalhavam 45 minutos e repousavam 15 minutos. De acordo com a tabela 3, pessoas que estão realizando trabalho moderado contínuo o IBUTG máximo devem ser de 26,7, e as que estão no regime de trabalho 45 minutos, e 15 minutos de descando devem apresentar IBUTG máximo de 28,0.

Foi alcançado indices maiores que o IBUTG máximo, o maior indice medido foi de 29,7. Nove trabalhadores que foram entrevistados relataram estar sentindo neutro em relação ao calor.

Na tabela 17 tem-se as respostas para a questão 4, realizada para os trabalhoderes que estavam exercendo serviços de carpinteiro.

Tabela 17 - Respostas Questão 4 - Carpinteiro

Fonte: A autora, 2016.

A tabela 17 mostra que 60,00% dos trabalhadores expressaram que sentem calor, e 35,00% dos trabalhadores resposnderam que se sentem neutros em relação ao ambiente.

Na questão 2 do questionário aplicado obtve-se como resposta que o cansaço já foi sentido por 35,00% dos trabalhadores, 5,00% responderam que já sentiram mal estar, a alternativa sonolência não foi apontada nesta função e 60,00% dos carpinteiros responderam que já sentiram algum outro sintoma após ficar exposto ao calor. Na tabela 18 verifica-se os resultados da questão 2 para a função de carpinteiro.

Tabela 18 - Respostas questão 2 - carpinteiro

Fonte: A autora, 2016.

Na questão 3, todos os trabalhadores entrevistados relataram que nunca tiveram nenhuma complicação devido a exposição ao calor.

Em relação ao ambiente em que estavam trabalhando, interno ou externo, teve-se as seguintes respostas em relação a questão 1 do questionário.

Tabela 19 - Sensação Térmica relacionado com o ambiente trabalhado

Fonte: A autora, 2016.

Pode-se ressaltar que 46,15% dos trabalhadores que estavam trabalhando internamente, com abrigo do sol, apresentou sensação térmica neutra e de calor, e os que estavam trabalhando expostos ao sol, 42,85% mostraram neutralidade térmica e 28,57% alegaram estar sentindo muito calor, ou calor.

Exatos 65,00% dos trabalhadores que estavam exercendo a função de carpinteiro estavam trabalhando em ambientes internos, sem carga solar, a Figura 5, mostra uma fotografia de um desses locais.

Figura 5 - Local de trabalho do carpinteiro. Fonte: A autora, 2016.

Regiões Quantidade Muito Calor Calor Neutro Frio

Norte 1 0 1 0 0 Nordeste 6 1 2 3 0 Centro Oeste 7 1 2 4 0 Sudeste 1 1 0 0 0 Sul 5 0 3 2 0 Carpinteiro - Questão 1

Regiões Quantidade Muito Calor Calor Neutro Frio

Norte 1 0 1 0 0 Nordeste 6 0 2 4 0 Centro Oeste 7 0 4 3 0 Sudeste 1 1 0 0 0 Sul 5 0 5 0 0 Carpinteiro - Questão 4

Regiões Quantidade Cansaço Sonolencia Mal estar Outro

Norte 1 0 0 0 1 Nordeste 6 0 0 0 6 Centro Oeste 7 4 0 1 2 Sudeste 1 1 0 0 0 Sul 5 2 0 0 3 Carpinteiro - Questão 2

Ambientes Muito Calor Calor Neutro Frio

Interno - 13 1 6 6 0

(9)

4.4 Armador

Para a função de armador foram avaliados 22 trabalhadores, os quais apresentaram idade mínima de 18 anos e máxima de 53 anos, naturalidade de todas as regiões do país, sendo mensurado IBUTG mínimo de 27,8 e máximo de 29,7.

O trabalho executado pelos armadores está caracterizado de acordo com a tabela 4 como trabalho moderado, com uma taxa de metabolismo em torno de 220 kcal/h.

A tabela 20 relaciona o IBUTG medido com a sensação térmica respondida por cada trabalhador no momento da medição, na questão 1 do questionário aplicado e a figura 9 traz os resultados em forma de gráfico.

Tabela 20 - IBUTG versus sensação térmica

Fonte: A autora, 2016.

90,90% dos trabalhadores avaliados nesta função apresentaram valores de IBUTG mensurados, acima do que a NR 15 estabelece como valor máximo de exposição ao sol em regime de 45 minutos trabalhando e 15 minutos descansando.

A tabela 21 mostra os resultados da questão 1, identificando as regiões do país de onde os trabalhadores são naturais e as respecitvas respostas.

Tabela 21 - Resposta questão 1 - armador

Fonte: A autora, 2016.

A tabela 21 mostra que 9,09% dos trabalhadores se sentem desconfortáveis em relação ao calor e a sobrecarga térmica, e desses trabalhadores 100% são naturais do sudeste do Brasil.

Na pesquisa deparou-se com pessoas trabalhando de forma contínua e algumas trabalhavam 45 minutos e repousavam 15 minutos. De acordo com a tabela 3, pessoas que estão realizando trabalho moderado contínuo o IBUTG máximo devem ser de 26,7, e as que estão no regime de trabalho 45 minutos, e 15 minutos de descando devem apresentar IBUTG máximo de 28,0.

Foi alcançado indices maiores que o IBUTG máximo, o maior indice medido foi de 29,7. Na tabela 22 tem-se as respostas para a questão 4.

Tabela 22 - Respostas Questão 4 – armador

Fonte: A autora, 2016.

A tabela 22 exibe o resultado da questão 4 do questionário aplicado. Observa-se que pessoas naturais de regiões sul e sudeste do Brasil, sentem mais com o calor da região.

Na questão 2 do questionário aplicado obtve-se como maioria das respostas, equivalente a 54,55% os armadores já sentiram algum outro sintoma após ficarem expostos ao calor, e 45,45% responderam que sentem cansaço após ficarem trabalhando expostos ao calor. Na tabela 23 verifica-se os resultados da questão 2.

Tabela 23 - Respostas Questão 2

Fonte: A autora, 2016.

Na questão 3, todos os trabalhadores entrevistados relataram que nunca tiveram nenhuma complicação devido a exposição ao calor.

Em relação ao ambiente em que estavam trabalhando, interno ou externo, teve-se as seguintes respostas em relação a questão 1 do questionário.

Tabela 24 - Sensação Térmica relacionado com o ambiente trabalhado

Fonte: A autora, 2016.

Observa-se que 55,55% dos trabalhadores que estavam trabalhando internamente, com abrigo do sol, apresentou sensação térmica neutra, e os que estavam trabalhando expostos ao sol, 50,00% mostraram neutralidade térmica e 50,00% alegaram estar sentindo calor.

Somente 18,18% dos trabalhadores que estavam trabalhando como armadores, estavam realizando seus serviços em ambientes externos, com carga solar, a Figura 6 mostra um desses locais.

IBUTG Muito calor Calor Neutro Frio Sobrecarga Térmica 27,8 0 1 1 0 28,1 0 0 3 0 x 28,2 0 1 1 0 x 28,5 0 1 4 0 x 28,6 2 1 0 0 x 28,7 0 2 1 0 x 29,7 0 2 2 0 x

Regiões Quantidade Muito Calor Calor Neutro Frio

Norte 2 0 1 1 0 Nordeste 6 0 2 4 0 Centro Oeste 7 0 3 4 0 Sudeste 2 2 0 0 0 Sul 5 0 2 3 0 Armador - Questão 1

Regiões Quantidade Muito Calor Calor Neutro Frio

Norte 2 0 2 0 0 Nordeste 6 1 2 3 0 Centro Oeste 7 0 4 3 0 Sudeste 2 1 1 0 0 Sul 5 0 5 0 0 Armador - Questão 4

Regiões Quantidade Cansaço Sonolencia Mal estar Outro

Norte 2 2 0 0 0 Nordeste 6 1 0 0 5 Centro Oeste 7 5 0 0 2 Sudeste 2 1 0 0 1 Sul 5 1 0 0 4 Armador - Questão 2

Ambientes Muito Calor Calor Neutro Frio

Interno - 18 2 6 10 0

(10)

Figura 6 - Local de trabalho do armador. Fonte: A autora, 2016.

5 Conclusão

Este estudo teve como finalidade analisar a sobrecarga térmica gerada em trabalhadores da construção civil do municipio de Sinop, estado do Mato Grosso.

Os trabalhadores de quatro funções diferentes foram analisados, no período da chuva, através de um instrumento de medição e de um questionário voltado a sensação térmica dos mesmos.

De acordo com a pesquisa 87,80% dos pedreiros, 100% dos serventes, 85% dos carpinteiros e 90,90% dos armadores estavam trabalhando em condições insalubres.

Apesar disso verificou-se que os trabalhadores, mesmos sujeitos a sobrecarga térmica, 30,30% dos pedreiros, 66,67% dos serventes, 45% dos carpinteiros e 54,54% dos armadores disseram estar confortáveis, sentindo-se neutros em relação ao calor. A sensação de desconforto térmico foi dita por apenas 36,36% dos pedreiros, 10% dos serventes, 15% dos carpinteiros e 9,10% dos armadores, visto que esse desconforto foi considerado quando a resposta obtida foi que estavam sentindo muito calor.

Mesmo obtendo índices altos de IBUTG, os trabalhadores relataram estarem acostumados com o calor da região e com o esforço físico que a profissão demanda.

Dos trabalhadores avaliados nesta pesquisa, o equivalente a 48,57% relatou se sentir neutro a sensação térmica causada pelo calor. O que nos mostra que a naturalidade destes trabalhadores, bem como a habilidade de adpatação do ser humano acaba por afetar as sensações térmicas dos mesmos, garantindo conforto térmico mesmo em situações em

que a norma sugere que esteja sob stress ou sobrecarga térmica.

Verificou-se ainda que o cansaço físico foi a principal resposta obtida na questão que pretendia saber se o trabalhador já sentiu algum sintoma após ficar exposto ao sol.

Pode-se concluir que pessoas naturais de regiões do país onde o clima tem predominância de calor, como o clima daqui, se mostraram mais adaptadas as altas temperaturas somadas com o esforço físico da profissão, mas a norma tem por objetivo preservar a saúde dos trabalhadores e portanto, mesmo que eles estejam se sentindo confortáveis sob sobrecarga térmica, é importante investir em técnicas para minimização da exposição de calor tais como: trocar o turno de trabalho, trocar o tipo de vestimenta, redução do tempo da jornada de trabalho, evitando desse forma danos futuros à saúde destes trabalhadores conforme discutido anteriormente.

5.1 Sugestões para trabalhos futuros

Avaliar os trabalhadores no período da seca; realizar um estudo comparativo de produção dos trabalhadores em regime normal de trabalho e no regime de acordo com a NR 15.

Agradecimentos

Agradeço a Deus, o grande arquiteto do universo, pelo dom da vida e por todas as oportunidades que ele coloca no meu caminho.

Agradeço meus pais, Mauricio e Jussara, minha irmã e minha família toda, por terem acreditado no meu sonho, me incentivado a continuar a caminhada, por toda educação que me proporcionaram e pelo exemplo na construção do meu caráter.

Agradeço minha orientadora Me. Karen Wrobel Straub pela aprendizagem, pelo tempo dedicado e pela ajuda na elaboração deste trabalho.

Agradeço aos professores desta instituição de ensino, por terem compartilhado seu conhecimento.

E agradeço meu namorado Gustavo, por estar comigo em toda esta jornada, por ter me apoiado nas minhas decisões, por sempre se esforçar para poder sanar as minhas dúvidas, por se fazer forte nos momentos em que mostrei fraqueza.

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(11)

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