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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA GAB. DES. MANOEL SOARES MONTEIRO

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA GAB. DES. MANOEL SOARES MONTEIRO ACÓRDÃO

APELAÇÃO CÍVEL N. 200.2009.017147-7/ 001 RELATOR: Des. Manoel Soares Monteiro

APELANTE: PREVI — CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL

ADVOGADOS: Carlos Roberto Siqueira Castro e outros APELADAS: Edileusa de Oliveira Gouveia Lins e outros ADVOGADOS: André Luis de Farias costa e outros

PROCESSUAL CIVIL — Apelação Cível - Previdência Privada — Prejudicial de prescrição — Ausência de prescrição do fundo de direito — Prescrição quinquenal — Relação de trato sucessivo — Extinção da pretensão apenas no tocante às verbas anteriores aos cinco anos que antecedem o ajuizamento da ação — Rejeição da prejudicial de mérito — Mérito — Aposentadoria — Estatuto da PREVI — Dispositivo que exige para ambos os sexo, o limite de 30 (trinta) anos de filiação, para efeito de recebimento integral da complementação da aposentadoria — Ofensa ao principio da isonomia — Interpretação conforme a Constituição Federal — Desprovimento do recurso apelatório.

- Versando a discussão sobre obrigação de trato sucessivo, representada pelo pagamento de suplementação de aposentadoria, a prescrição alcança tão-somente as parcelas vencidas anteriormente ao quinquênio que precede o ajuizamento da ação, e não o próprio fundo do direito.

- A aplicação da regra contida no Estatuto da PREVI não se ajusta à igualdade material apregoada pelo constituinte, eis que acaba por conferir tratamento desigual e prejudicial às mulheres que

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optaram por se aposentar aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço, já que a complementação da aposentadoria seria feita de forma proporcional ao tempo de filiação, enquanto os homens, obtendo a aposentação aos 30 (trinta) anos de serviço, acabaria por receber proventos integrais..

Vistos, relatados e discutidos estes autos, antes identificados: ACORDA a Egrégia Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, à unanimidade, em harmonia com o parecer ministerial, rejeitar a prejudicial de prescrição e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO ao recurso apelatório, mantendo a sentença impugnada em todos os seus termos..

Relatório

Trata-se de recurso apelatório (fls.273/290) interposto pela PREVI — CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL contra sentença prolatada pelo Juiz de Direito da 10- 4 Vara Cível da comarca da Capital (fls.256/270), que julgou procedente em parte os pedidos contidos na exordial da AÇÃO ORDINÁRIA DE REVISÃO DE BENFÍCIO PREVIDENCIÁRIO C/C AÇÃO DE COBRANÇA ajuizada por EDILEUSA DE OLIVEIRA GOUV EIA LINS E OUTRAS.

O Magistrado sentenciante julgou antecipadamente a lide, rejeitando as preliminares de revelia, de incompetência absoluta do juízo e de impossibilidade jurídica do pedido, reconhecendo em parte a prejudicial de mérito atinente a prescrição quinquenal. No mérito, condenou a PREVI a promover o recálculo do benefício percebido pelas autoras, observando-se a proporcionalidade estabelecida entre homens e mulheres pela Constituição Federal para a concessão de aposentadoria, bem como ao pagamento das diferenças, observando-se o prazo prescricional quinquenal contados desde o ajuizamento da ação. Sobre as prestações vencidas e não prescritas fez incidir, desde a data dos respectivos vencimentos, correção monetária pelo INPC-IBGE, e juros de mora, estes de 1% (um por cento) ao mês, desde a citação. Condenou a ré ao pagamento das custas processuais e honorários sucumbenciais no importe . de R$1.500,00 ( hum mil e quinhentos reais).

Em suas razões recursais (fls.273/290), renova a discussão acerca da ocorrência da prescrição quinquenal, requerendo a extinção do feito. No mérito, assevera que as apeladas pretendem transformar a aposentadoria proporcional em integral , ao pretender criar aposentadoria integral aos 25 (vinte e cinco) anos de

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contribuição, inexistindo previsão legal para tanto. Contrarrazões às fls.302/308.

A Procuradoria Geral de Justiça opinou pela rejeição da prejudicial de mérito e, no mérito, pelo desprovimento do recurso apelatório, para que sejam mantidos íntegros todos os termos da respeitável decisão recorrida (fls.314/323).

É o relatório. VOTO

Preenchidas as condições de admissibilidade recursal, não havendo questões preliminares a serem apreciadas, conheço do recurso apela tório interposto, passando ao exame da prejudicial de mérito (prescrição) suscitada em suas razões recursais.

Prescrição quinquenal.

Menciona a recorrente que, nos termos da súmula 291 do STJ e do Regime de Previdência Complementar, a pretensão das recorridas foi fulminada pela ocorrência da prescrição quinquenal.

Não tem plausibilidade jurídica a argumentação da apelante. Prescreve o art.75 da Lei Complementar ng109/2001, que dispõe. sobre o Regime de Previdência Complementar:

Art. 75. Sem prejuízo do benefício, prescreve em cinco anos o direito às prestações não pagas nem reclamadas na época própria, resguardados os direitos dos menores dependentes, dos incapazes ou dos ausentes, na forma do Código Civil.

Como se observa do dispositivo legal em questão, a prescrição quinquenal tem plena aplicabilidade à revisão de benefício previdenciário para fins de complementação, sendo tal entendimento consolidado no Superior Tribunal de Justiça que, na interpretação da referida norma infraconstitucional, fixou como termo "a quo" para contagem do prazo extintivo da pretensão autoral a data de cada pagamento a menor, por se tratar de relação de trata sucessivo, na qual a lesividade incide mês a mês.

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Nestes termos colaciono o seguinte julgado do STJ:

AGRAVO REGIMENTAL. PREVIDÊNCIA PRIVADA. FUNCEF. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL QUE NÃO ALCANÇA O FUNDO DO DIREITO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA E REEXAME DE PROVA. SÚMULAS STJ/5 e 7. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATORIOS. MULTA. CABIMENTO. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA. IMPROVIMENTO. 1.- Versando a discussão sobre obrigação de trato sucessivo, representada pelo pagamento de suplementação de aposentadoria, a prescrição alcança tão-somente as parcelas vencidas anteriormente ao quinquênio que precede o ajuizamento da ação, e não o próprio fundo do direito. 2.- A revisão da questão decidida com base na interpretação das normas estatutárias e no exame das circunstâncias fáticas da causa esbarra nos óbices das Súmulas 5 e 7 deste Tribunal. 3.- Caracterizada a conduta protelatória da parte, de rigor a aplicação da multa fixada com fundamento no artigo 538 do Código de Processo Civil. 4.- A agravante não trouxe qualquer argumento capaz de modificar a conclusão do julgado, a qual se mantém por seus próprios fundamentos. 5.- Agravo Regimental improvido. (AgRg no AREsp 11.609/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/09/2011, Me 23/09/2011)

Por fim, após diversas decisões no mesmo sentido, pacificando o entendimento, o STJ editou a súmula 291, nos seguintes termos:

"A ação de cobrança de parcelas de complementação de

aposentadoria pela previdência privada prescreve em cinco

anos."

Portanto, agiu acertadamente o Magistrado sentenciante ao afastar a alegada prescrição de fundo de direito, reconhecendo a prescrição da pretensão no tocante às •verbas anteriores aos cinco anos antecedentes ao ajuizamento da ação.

Portanto, rejeito a prejudicial de mérito suscitada. MÉRITO

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Compulsando o caderno processual, observo que, diferentemente do alegado pela recorrente, as recorridas não postulam por meio da ação revisional transformar a aposentadoria proporcional em integral, mas apenas um tratamento isonômico, afastando-se cláusula do regulamento da recorrida (entidade de previdência privada complementar ) que veicula um fator de discriminação entre homens e mulheres, qual seja, a exigência de um período de 30 (trinta) anos de filiação à PREVI para o recebimento integral da complementação da aposentadoria.

Melhor explicando: a Constituição Federal, disciplinado a aposentadoria por tempo de serviço, estabelece, como regra, que o homem terá o direito à aposentação após 35 (trina e cinco) anos de trabalho, enquanto a mulher, aos trinta anos de labor.

No entanto, o constituinte facultou tanto aos homens quanto às mulheres a aposentadoria em menor tempo, no caso, após 30 (trinta) anos e 25 (vinte e cinco) anos de serviço, respectivamente, com proventos, obviamente, proporcionais.

Conforme relata as recorridas na petição inicial da ação em análise, o estatuto da recorrente prevê que para o recebimento do benefício integral, seriam necessários 30 (trinta) anos de filiação, indistintamente (fato Ia() contestado pela apelante).

Ora, a aplicação de tal regra não se ajusta a igualdade material apregoada pelo constituinte, eis que acaba por conferir tratamento desigual e prejudicial às mulheres que optarem por se aposentar aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço, já que a complementação da aposentadoria seria feita proporcionalmente ao tempo de filiação, enquanto os homens, obtendo a aposentação aos 30 (trinta) anos de serviço, acabaria por receber proventos integrais.

Desta forma, entendo que deve ser dada ao Estatuto da PREVI uma interpretação conforme a Constituição, possibilitando às mulheres que optem por se aposentar antes do tempo, ou seja, ao 25 (vinte e cinco) anos de serviço, o direito de perceber a complementação da aposentadoria nos moldes percebidos pelo filiado do sexo masculino.

Trata-se, sem sombra de dúvidas, de uma medida que objetiva adaptar a legislação em comento à igualdade material consagrada na Constituição Federal.

Ora, entender de forma diversa, seria permitir que o homem, optando por se aposentar aos 30 (trinta) anos de serviço, fizesse "jus" à

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à,

complementação integral de sua aposentadoria, enquanto a mulher, ao se aposentar aos 25 (vinte e cinco) anos, por não ter completado os 30 anos de filiação exigidos no Estatuto da PREVI, seria privada da complementação integral, justamente por não possuir os 30 (trinta) anos de filiação.

Por todo o exposto, em harmonia com o parecer ministerial, rejeito a prejudicial de mérito (prescrição) e, no mérito, NEGO PROVIMENTO ao recurso apelatório, mantendo a sentença impugnada em todos os seus termos.

É o voto.

Presidiu a sessão o Excelentíssimo Senhor Desembargador José Ricardo Porto. Participaram do julgamento, além do relator, o Excelentíssimo Desembargador Manoel Soares Monteiro, o Excelentíssimo Senhor Desembargador José Di Lorenzo Serpa e o Excelentíssimo desembargador José Ricardo Porto.

Presente à sessão o Promotor de Justiça Manoel Henrique Serejo. Sala de Sessões da 1 2 Câmara Cível "Des. Mário Moacyr Porto" do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em João Pessoa, 16 de fevereiro de 2012.

Des. MancrKSoares Monteiro Relator

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