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Programa Estratégico para a Redução da Pobreza Urbana

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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE Ministério da Planificação e Desenvolvimento

Ministério das Finanças

Ministério da Administração Estatal Ministério do Trabalho

Ministério da Mulher e Acção Social

Programa Estratégico para a Redução da Pobreza

Urbana

2010-2014

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Índice

1. Introdução

2. Conceito de pobreza urbana 3. Caracterização da pobreza urbana

4. Programa estratégico para a redução da pobreza urbana a. Programa Quinquenal do Governo

b. Municípios i. Geração de emprego 1. Auto-emprego a. Formação profissional b. Associações c. Financiamento d. Equipas de trabalho 2. Pequenas e médias empresas

3. Indústrias e serviços intensivos em trabalho ii. Ambiente de negócios

iii. Protecção social iv. Calendário Anexo: Matriz de Monitoria

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1. Introdução

Nos últimos 14 anos, Moçambique registou um clima de estabilidade macroeconómica que propiciou o crescimento económico e o desenvolvimento social. No domínio do combate à pobreza, que afecta ainda uma vasta maioria da população, o Governo tem vindo a implementar o Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA I e II).

A estratégia consubstanciada nos PARPA’s enfatiza o recurso ao financiamento internacional e o crescimento económico inclusivo e alargado como veículos para a redução da pobreza absoluta. De entre os domínios chave de intervenção dos PARPA’s salientam-se o investimento no capital humano, o desenvolvimento de infraestruturas básicas e da agricultura, o fortalecimento institucional e do quadro legal e do clima de paz e segurança. Como corolário da implementação deste Plano, o índice de incidência da pobreza absoluta passou de 69,4% em 1997, para 54,1% em 2003. Espera-se uma tendência de redução da pobreza, apesar das crises internacionais dos alimentos, dos combustíveis e financeira poderem ter um impacto neste esforço.

Apesar dos avanços registados no âmbito da erradicação da pobreza, ainda se assiste à incidência e prevalência de várias dimensões da pobreza nomeadamente, a proliferação do sub-emprego e a satisfação limitada das necessidades básicas (alimentação, saúde e habitação) no seio de segmentos da população rural e urbana.

O Governo tem dado e continuará a dar prioridade ao desenvolvimento rural, através de políticas de descentralização e de financiamento de iniciativas de promoção do emprego, de produção de comida e de geração de rendimento. Na actual fase, o Governo vai alargar a sua intervenção ao promover inicitivas de redução da pobreza urbana.

Este documento contém uma definição de pobreza urbana, a sua caracterização com base nos Inquéritos às Famílias de 1996-97 e 2002-03 e as linhas de um Programa Estratégico para a Redução da Pobreza Urbana.

2. Conceito de pobreza urbana Definição de pobreza urbana

O combate à pobreza urbana constitui um dos principais desafios do Governo, na sua acção visando a promoção do bem-estar de todos os cidadãos e o desenvolvimento de Moçambique. Para propósitos desta estratégia, define-se pobreza urbana como falta de rendimentos necessários para a satisfação das necessidades básicas de indivíduos, famílias e comunidades residentes nas zonas urbanas. A pobreza resulta de uma combinação de factores, tais como a incapacidade da economia de gerar postos de emprego suficientes e de criar condições de vida decentes; a expansão demográfica não acompanhada de provisão de infra-estruturas e serviços básicos.

Dados dos Censos de 1997 e 2007 indicam que a população urbana no país aumentou ligeiramente entre estes dois períodos, tendo passado de 29% em 1997 para 29,8% em 2007 (INE 2009a). A pobreza urbana registou uma redução de cerca de 11% entre 1996-97 e 2002-03, tendo passado de 62,0 para 51,5%, respectivamente (MPF et al. 2004).

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A par da pobreza urbana, as desigualdades em algumas cidades apresentam níveis acentuados, onde os mais elevados se registaram em Inhambane, Maputo Provincia e Cabo Delgado em 2002-03 (INE 2009b). As desigualdades devem ser monitoradas para evitar que as camadas mais pobres da população sofram por efeito de aumentos acentuados nos preços de produtos e serviços básicos do seu consumo. As zonas urbanas onde houve aumento dos indices de pobreza foram em Cabo Delgado, Maputo Província e Maputo Cidade.

Perante os diferentes níveis de pobreza e desigualdades nas várias zonas urbanas, há necessidade de identificação de opções estratégicas de intervenção, para cada local, tendo em conta a disponibilidade e acesso relativo aos recursos e mecanismos de combate à pobreza. Isto implica a definição de um conjunto de medidas diferenciadas para cada local. Todavia, no imediato, propõe-se a elaboração de um Programa Estratégico para a

Redução da Pobreza Urbana (PERPU) com enfoque na promoção de emprego e

protecção social.

3. Contextualização da pobreza urbana Perfil da pobreza

Alguns resultados da Primeira e Segunda Avaliações da Pobreza

Segundo os resultados do Inquérito aos Agregados Familiares (IAF) 2002-03, o índice de incidência da pobreza baixou de 69,4% em 1996-97 para 54,1%, o que representa uma alta redução da pobreza e um grande desafio para o alcance das metas estabelecidas pelo PARPA II.

Perfil da pobreza nas zonas urbanas

Incidência da pobreza por sexo do chefe do agregado familiar

Tanto em 1996-97 como em 2002-03, as famílias chefiadas por mulheres tende a apresentar maior incidência da pobreza comparada com as famílias chefiadas por homens. Entre estes dois periodos em análise, as famílias chefiadas por homens reduziram mais rapidamente a pobreza comparada com as famílias chefiadas por mulheres (Quadro 1).

Quadro 1: Incidência da pobreza por sexo do chefe do AF (%)

1996/97 2002/03

Chefe Homem 60,9 48,4 Chefe Mulher 66,5 61,8

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Tamanho do agregado familiar e a taxa de dependência

O tamanho do agregado familiar é representado pelo número de membros em cada familia. Os resultados apresentados no Quadro 2 indicam que em média familias pobres tendem a ter mais membros que famílias não pobres, 6,0 e 4,7 membros, respectivamente. No que diz respeito à taxa de dependência, as famílias pobres tendem a apresentar altas taxas comparadas com as famílias não pobres, 57,6% e 47,9%, respectivamente.

Quadro 2: Tamanho do agregado familiar e a taxa de dependência

1996-97 2002-03 Pobre Não pobre Todos Pobre Não pobre Todos Tamanho médio do agregado

familiar 6,0 4,7 5,4 5,4 4,0 4,7

Taxa de dependência (%) 57,6 47,9 53,9 55,9 46,6 51,4

Educação do chefe do agregado familiar, por sexo

Tanto para as familias chefiadas por mulheres como para as chefiadas por homens, a incidência da pobreza tende a baixar com o nivel de educação do chefe, principalmente a partir da conclusão do EP2 (Quadro 3). Devido a baixas taxas de escolarização das mulheres, muitas familias pobres chefiadas por mulheres estão na categoria das que nunca estudaram.

Quadro 3: Educação do chefe do AF (%)

Educação do chefe do AF (%) 1996-97 2002-03

Masculino Pobre Não pobre Todos Pobre Não pobre Todos Nunca estudou 42.01 17.66 32.49 32.8 24.1 29.2 Alfabetização e EP1 36.64 35.48 36.19 35.2 27.3 32.2 Ensino Primario 2 Grau 13.63 25.32 18.2 21.7 20.3 19.9 Ensino Secundário 6.93 15.48 10.27 8.6 22.8 15.1 Ensino Técnico 0.78 6.06 2.84 1.7 5.6 3.6

Total 100 100 100 100 100 100

Educação do chefe do AF (%) 1996-97 2002-03

Feminino Pobre Não pobre Todos Pobre Não pobre Todos Nunca estudou 78.79 44.88 67.42 63.6 44.4 56.0 Alfabetização e EP1 14.57 26.07 18.42 25.3 31.8 28.9 Ensino Primario 2 Grau 6.36 18.46 10.42 7.0 15.0 9.7 Ensino Secundário 0.28 8.64 3.09 4.1 6.6 4.3 Ensino Técnico 0 1.95 0.65 0.0 2.2 1.0

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Incidência da pobreza por sector de emprego

Existe uma concentração das familias pobres a trabalhar na agricultura e pescas, tanto em 1996-97 como em 2002-03 (Quadro 4). As familias não pobres estão distribuidas na agricultura, comércio e serviços privados e públicos.

Quadro 4: Incidência da pobreza por sector de emprego

Sector de emprego (%) 1996-97 2002-03

Pobre Não pobre Todos Pobre Não pobre Todos Agricultura e pesca 55.6 28.8 45 53.9 40.1 48.3 Comercio e services 16.3 27.3 20.6 29.4 38.0 33.2 Serviços públicos 10.8 19 14 5.1 10.5 7.7 Indústria e minas 9.6 13.2 11 3.3 2.9 2.7 Construção 4.2 4.6 4.3 5.6 4.6 5.1 Transporte e comunicações 3.5 7.2 5 2.6 3.8 3.0 Total 100 100 100 100 100 100

Pese embora os dados dos dois inquritos não mostrarem o sector infromal, nas zonas urbanas maior parte dos pobres está concentrada neste sector.

Saneamento do meio (latrina) e Posse de rádio

Há mais probabilidade de encontrar uma familia com latrina ou rádio entre as familias não pobres tanto em 1996-97 como em 2002-03 comparada com familias pobres (Quadro 5).

Quadro 5: Posse de latrina e rádio

Posse de latrina e rádio (%) 1996-97 2002-03

Pobre Não pobre Todos Pobre Não pobre Todos Sanemento (uso de latrina) 55.1 71.6 61.4 70.1 75.4 71.7 Posse de radio 39.2 66.5 51.4 53.9 57.9 54.9 Uso de electricidade para iluminar

Há mais probabilidade de encontrar familias não pobres a usarem electricidade para iluminar comparado com familias pobres, 34% e 12.6% respectivamente em 2002/03. Quadro 6. Acesso a electricidade

1996-97 2002-03

Pobre Não pobre Todos Pobre Não pobre Todos Uso de electricidade para

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Estatísticas sobre o Sector Informal

Segundo o inquérito à força de trabalho (IFTRAB) o sector informal da economia emprega 7,6 milhões trabalhadores1. Deste número 7,1 milhões são trabalhadores com mais de 15 anos de idade, estando 1,6 milhões na área urbana e 5,5 milhões na área rural. Determinantes da Pobreza Urbana

Demografia

Os resultados da analise da dinamica dos determinantes da pobreza nas zonas urbanas desenvilvido por Maximiano et al, 2005 indicam que o tamanho do agregado familiar apresenta numa relação negativa com o consumo real per capita, o que significa que quanto maior for o tamanho do agregado familiar, que muitas das vezes é devido a maior número de crianças, o nível de bem-estar dessa família baixa. Esta relação foi identificada no perfil da pobreza onde as familias pobres apresentam em média maior número de membros.

O género feminino do chefe do agregado familiar tem uma relação negativa e significativa com o consumo real per capita do agregado familiar (sendo que esta relação é mais forte nas pequenas cidades). Isto significa que o facto de o chefe do agregado familiar ser um homem contribui para um maior bem-estar dos agregados familiares urbanos, principalmente, nas pequenas cidades. A incidência da pobreza em familias chefiadas por mulheres foi de 66,5% comparado com 60,9% dos homens.

Educação

No que concerne a educação as variáveis para adultos femininos alfabetizados e adultos masculinos alfabetizados são modelados separadamente por grandes cidades e pequenas cidades (Maximiano et al. 2005). Os resultados mostram que a variável para adulto feminino alfabetizado é fortemente positiva e significativa nas grandes e pequenas cidades, sendo que a variável para o adulto masculino alfabetizado é não significativa para ambas (negativa para as grandes cidades e positiva para as pequenas). Este resultado mostra mais uma vez a importância da educação da mulher no bem-estar familiar comparado com a educação do homem.

Outro facto de notório interesse é que os retornos para o nível máximo de educação são maiores quanto mais elevado for o nível, sendo que até Ensino Secundário Geral de segundo Grau, técnico médio e formação de professores o impacto é mais forte nas grandes cidades, passando a ser mais forte nas pequenas cidades para o nível de ensino superior (Maximiano et al. 2005).

Emprego e fontes de rendimento

As variáveis de número de adultos empregues no sector agrícola, número de adultos empregues em outros sectores, número de adultos masculinos alfabetizados empregues no sector industrial são positivas e significativas. No bloco das grandes cidades o número de adultos empregue em outros sectores é positivo e altamente significativo.

1

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Nos derterminates de pobreza a que considerar os factores exogenos que podem ser considerados na avalição da pobreza que incluem a falta de habitção, acesso a saude e educação.

4. Programa estratégico para a redução da pobreza urbana

a. Programa Quinquenal do Governo 2010-2014 e o Programa estratégico para a redução da pobreza urbana

O Programa Quinquenal do Governo (PQG) inclui um conjunto de acções que conduzem à redução da pobreza em geral. O documento operacional do PQG 2010-2014, que nos mandatos anteriores tem sido designado PARPA, vai definir a estratégia geral de redução da pobreza, tanto rural como urbana.

O PQG prevê a elaboração deste instrumento que aqui se designa Programa Estratégico para a Redução da Pobreza Urbana. Este programa apresenta um conjunto de acções que conduzem à melhoria das condições de vida da população pobre, através do aumento do emprego e do fortalecimento da protecção social. Ou seja, este é um programa adicional às várias actividades já previstas para a redução da pobreza nos demais instrumentos de gestão pública.

Este programa adicional é composto pelo presente documento genérico, e será operacionalizado por cada um dos munícípios, para tomar em conta as características específicas de cada um. As acções indicadas no presente documento são da responsabilidade dos municípios, excepto as que explicitamente sejam imputadas a outras entidades.

b. Municípios

i. Geração de emprego

Objectivo: Aumentar as oportunidades de emprego e os níveis de empregabilidade da mão-de-obra.

1. Auto-emprego

a. Formação profissional

Objectivo: Melhorar a educação de base, das competências técnicas e da formação em gestão.

Os municípios poderão recorrer às instituições vocacionadas e que tenham disponibilidade de recursos para desenvolver acções de formação profissional e técnica, como é o caso do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFP), e de outras instituições públicas e privadas. Estes cursos poderão ser de curta duração.

Os pacotes de formação, como por exemplo os da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de formação comunitária, de formação qualificante e programas do tipo “Gere melhor o teu negócio” ou “Começa o teu negócio” podem conduzir a uma melhoria das competências técnicas e de gestão.

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Actividades estão em curso no país para a transformação do paradigma da educação profissional orientado pela procura no âmbito do Programa Integrado de Reforma da Educação Profissional (PIREP).

b. Associações Acções:

Criar ou incentivar associações de produtores em sectores que serão definidos em cada zona urbana, especificamente. Por exemplo, arbitrariamente são:

a. Agricultores da cintura verde das cidades; b. Vendedores de produtos do mar;

c. Confecção de vestuário; d. Sapateiros;

e. Marceneiros; f. Electricistas; g. Artífices;

h. Serviços financeiros de pequena dimensão; i. Guardas e lavadores de viaturas;

j. Colectores de lixo;

k. Portadores de deficiência física com possibilidade de trabalhar. c. Financiamento

Objectivo: Aumentar o acesso aos serviços financeiros.

As políticas de promoção de emprego deverão ter com objectivos a melhoria do acesso ao crédito e a outros serviços financeiros tais como a actividade seguradora; promoção da intermediação financeira permitindo reduzir os riscos, custos e capaz de disponibilizar, a longo prazo, serviços financeiros às populações habitualmente excluídas do sistema bancário formal.

Como princípio, o acesso a financiamento deve ser facilitado a quem tenha comprovado ter iniciado alguma actividade ou negócio. O financiamento também deve promover o empreendedorismo tendo em conta a especificidade de cada local.

Acções:

Subsidiar as iniciativas empreendedoras provadas como viáveis:

a. Facilitar o crédito a estas iniciativas, das famílias mais pobres, as associações destes produtores e a operações de comercialização dos seus produtos (por exemplo: hortícolas, milho, arroz, mandioca, feijão).

b. Financiar serviços seleccionados aos agricultores e criadores de animais na cintura verde (por exemplo, aves), como a actividade de extensão, o acesso a sementes, a fertilizantes ou a ração animal.

Para financiar o programa de criação de emprego nas zonas urbanas o Governo usará várias fontes de financiamento:

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a) As dotações concedidas pelo Estado devem constituir a principal fonte de financiamento para as iniciativas de promoção do emprego. É necessário que anualmente (ou em intervalo de tempo a definir) se arrolem as várias medidas de promoção de emprego a adoptar, locais da sua implementação, resultados esperados e o respectivo impacto orçamental.

a.1) O Estado vai privilegiar os contratos-programa com os Municípios para financiar tais iniciativas de criação de emprego.

b) Subsídios e dotações de outras entidades, incluindo as privados no âmbito da sua responsabilidade social poderão financiar as medidas a implementar no âmbito deste tipo de iniciativas.

c) Contribuição de parceiros nacionais, estrangeiros e internacionais de apoio ao desenvolvimento que têm estado a apoiar a área de educação técnico-profissional no país.

d. Equipas de trabalho

Equipas multidisciplinares dos Municípios vão assegurar a efectividade destas acções. O representante do Estado nos municípios ou criação de Gabinete de monitoria da Estratégia de redução da pobreza Urbana para supervisaão e acompanhamento no das cumprimento acções.

2. Pequenas e médias empresas Acções:

Promover as pequenas e médias empresas nos sectores onde não exista uma saturação no mercado. Estas áreas serão definidas em cada zona urbana, especificamente. Por exemplo, arbitrariamente são:

a. Manufactura diversa, incluindo de fogões e fornos poupando energia; b. Mecânica auto;

c. Electricidade; d. Construção;

e. Manutenção de edifícios e infraestruturas; f. Serviços de suporte aos negócios.

Introduzir a obrigatoriedade de subcontratação de pequenas e médias empresas no fornecimento de serviços seleccionados nos contratos com as grandes empresas (a definir os casos de aplicação).

3. Indústrias e serviços, intensivos em trabalho Acções:

Promover trabalhos públicos com financiamento do Conselho Municipal, de preferência intensivos em trabalho (mão-de-obra), por exemplo nas seguintes áreas:

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c. Construção e reabilitação de obras de saneamento, água, incluindo de escoamento das águas da chuva;

d. Serviços de electricidade, serviços de energia alternativa, meios de comunicação e de transportes.

Promover investimentos privados ou de parceria público privada, intensivos em mão-de-obra, em áreas como por exemplo:

a. Construção de habitações;

b. Indústria alimentar – frutas, peixe, carne, cereais; c. Indústria de ração animal;

d. Indústria de vestuário.

Estimular a construção de habitações nas zonas periféricas, quer seguindo os planos de urbanização, quer promovendo uma urbanização equilibrada e estética, evitando aglomerados de habitações sobrepostas ou por cima de prédios.

ii. Ambiente de negócios

Facilitar a contratação de curto prazo, podendo ser por qualquer período inferior a um ano, e renovável. Também pode ser por um número limitado de horas por dia ou por semana. Se necessário, revendo a legislação, em articulação com o MITRAB. Este regime poderia aplicar-se nos serviços de venda ao público, ou noutros a definir. Os estudantes seniores poderiam complementar o seu rendimento beneficiando deste regime. Facilitar a abertura de um negócio, só com o registo do B.I., uma prova da residência (por exemplo). Também se poderia cobrar um valor a definir. Por exemplo, 0,5% do valor do investimento nos primeiros 12 meses de actividade.

iii. Protecção social

Objectivos, Eixos de Intervenção e Acções-Chave

As intervenções no âmbito da protecção social devem ter os seguintes objectivos:

1. Aumentar a cobertura e o impacto das intervenções da protecção social básica às pessoas mais pobres e vulneráveis;

2. Aumentar a eficiência do sistema de protecção social básica; e

3. Assegurar a harmonização e coordenação dos diferentes programas e serviços de protecção social básica.

Eixos de intervenção e responsabilidades institucionais

O enfoque das intervenções deve-se centrar em três eixos aos quais estarão associadas responsabilidades institucionais especificas, a saber:

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(I) Acção Social Directa

A Acção Social Directa compreenderá:

a) Transferências monetárias sociais regulares não condicionadas

Actualmente, o Programa de Subsídio de Alimentos (PSA) constitui o único programa de transferências sociais regulares de natureza não contributiva em Moçambique. Este Programa cobre agregados familiares com pessoas idosas, pessoas portadoras de deficiência e doentes crónicos. Existem outros grupos vulneráveis que não se encontram cobertos por qualquer tipo de transferência regular, como sejam os agregados familiares com crianças órfãs e vulneráveis e cuja situação justifica uma intervenção no âmbito da segurança social básica. Será necessário analisar as melhores possibilidades para o estabelecimento de um sistema de transferências sociais assente em uma ou mais prestações que ofereçam resposta a diferentes grupos vulneráveis sem capacidade física para trabalhar.

Usar diferentes fontes de financiamento para cobrir esta actividade: fundos públicos, receitas diversas dos municípios.

b) Transferências sociais por tempo determinado

Enquadram-se neste âmbito os apoios sociais directos sob a forma de bens, géneros alimentícios, pagamento de serviços por tempo determinado, como resposta a situações transitórias de vulnerabilidade.

A responsabilidade de concessão deste tipo de apoio é do MMAS, através do INAS, com intervenção dos parceiros governamentais, em especial, os sectores da Saúde, Educação e outros parceiros não governamentais e instituições religiosas.

c) Serviços Sociais da Acção Social

Nestes serviços enquadrar-se-ão os serviços cuja gestão está sob responsabilidade do MMAS, os serviços sociais que estão sob responsabilidade de gestão de outros sectores governamentais, tais como a Saúde, Educação, Justiça, e os serviços que estão sob responsabilidade de outros actores não governamentais.

Assim, caberá ao MMAS a responsabilidade de:

• Gerir os Serviços Sociais que já se encontram sob sua gestão (ex. Infantários, Centros de Apoio a Velhice, Centros de Trânsito);

• Enquadrar e fiscalizar as Unidades Sociais Privadas cuja responsabilidade está a cargo das organizações da sociedade civil, instituições religiosas ou outras entidades particulares;

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• Prestar o seu apoio, em caso de necessidade, aos serviços sociais sob responsabilidade de outros actores governamentais e não governamentais • Promover a formação de assistentes sociais

• Responsabilizar as famílias pelos seus membros, quer sejam crianças, idosos, doentes crónicos ou portadores de deficiências.

Caberá ao MINED a responsabilidade de gerir os serviços sociais de acordo com o seu mandato.

Caberá ao MISAU a responsabilidade de coordenar a gestão dos serviços sociais de acordo com o seu mandato.

O eixo da Acção Social Directa deverá também incluir uma intervenção ao nível da garantia do acesso dos mais vulneráveis aos seus direitos como cidadãos, como por exemplo, o direito ao registo civil.

(II) Acção Social da Saúde

Esta componente englobará as acções que apresentam como objectivo melhorar a qualidade de saúde das populações mais vulneráveis, com especial destaque para a promoção do acesso aos cuidados básicos de saúde.

A responsabilidade de implementação da Acção Social da Saúde é do MISAU, em coordenação com o MMAS e suas instituições subordinadas.

(III) Acção Social Escolar

Esta componente englobará as acções que apresentam como objectivo propiciar a participação dos mais vulneráveis no sistema de ensino.

A responsabilidade de implementação da Acção Social Escolar é do MINED, em coordenação com o MMAS esuas instituições subordinadas.

iv. Calendário

O Programa Estratégico para a Redução da Pobreza Urbana será implementado no período de 2010 a 2014. Os Conselhos Municipais têm a oportunidade de iniciar a sua implementação no segundo semestre de 2010, de acordo com a iniciativa de cada um. O Orçamento de Estado para 2011 vai incluir pela primeira vez uma linha orçamental para financiar este programa ao nível dos municípios.

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Anexo: Matriz de Monitoria

A Matriz de Monitoria deverá conter os seguintes elementos: Acções

Indicadores de resultado Instituição responsável Prazo

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Bibliografia

INE 2009a. Resultados do Censo de 2007. Apresentação pública de slides, feita pelo INE. INE 2009b. “Pobreza e ODMs”. Agenda Estatística 2010.

Maximiano, N., C. Arndt e K. R. Simler. (2005). Qual foi a Dinâmica dos Determinantes

da Pobreza em Moçambique? Maputo: Ministério do Plano e Finanças.

MPF, IFPRI, Purdue University. 2004. “Pobreza e Bem-Estar em Moçambique: Segunda Avaliação Nacional”. Ministério do Plano e Finanças, Instituto Internacional de Pesquisa em Políticas Alimentares.

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Anexo

Aspectos que poderão ser considerados na elaboração dos programas municipais 1. Identificar o perfil dos segmentos da população mais pobre, para priorizar os

beneficiários do programa.

2. Identificar e utilizar as redes informais de informação sobre as condições de vida e as relações sociais, para enriquecer as acções do programa.

3. Fazer o levantamento das condições sanitárias e dos serviços de saúde de pequena dimensão, para identificar áreas de actuação.

4. Identificar os vários serviços informais, incluindo dos trabalhadores do sexo, para melhor assistência profissional e de saúde.

5. Promover acções de poupança nos grupos sociais e etários onde haja desperdício de rendimento, como é o caso do alcoól.

6. Desenvolver distritos periféricos para descongestionar as áreas urbanas superlotadas. 7. Promover a limpeza e recolha do lixo, disponibilizando sacos apropriados.

Referências

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