A formação da monarquia inglesa na Baixa Idade Média, mais precisamente no século XII, na época da Guerra dos Cem anos.
Por volta do século XIII, o rei João sem terras estabeleceu novos impostos que recaíram sobre os nobres ingleses, para custear a montagem de seus exércitos.
Diante de tal fato os nobres ingleses se rebelaram contra o rei, limitando-lhes os direitos políticos – MAGNA CARTA.
Segundo a Magna Carta o rei reconhecia a liberdade de algumas cidades; garantia autonomia da Igreja; respeitava o direito dos nobres em seus senhorios (terras) e determinava que nenhum homem livre fosse preso, a não ser pelo julgamento do Tribunal do Júri. A partir da Magna Carta, todas as decisões do rei
seriam fiscalizadas por uma assembleia de nobres. Nascia o PARLAMENTO INGLÊS.
O Parlamento inglês estava dividido em dois órgãos: a
Câmara dos Comuns, composta principalmente pela
burguesia; e a Câmara dos Lordes, composta pela nobreza das terras e clero.
O absolutismo inglês combinou com a dinastia dos Tudor. Uma característica desse período era a existência de uma marinha poderosa, que tanto servia á guerra como ao comércio.
No governo de Henrique VIII (1509 – 1547), dinastia Tudor, foram mantidos os compromissos com o Parlamento. Um exemplo foi que o Parlamento aprovou o ato de supremacia, que declarava o monarca o chefe da igreja inglesa – IGREJA ANGLICANA.
O auge do absolutismo inglês foi durante o governo de
Elizabeth I, filha de Henrique VIII. A “rainha virgem”
proclamou o anglicanismo como religião oficial da Inglaterra.
E, também, alcançou um alto desenvolvimento econômico por meio de uma política mercantilista, fortalecendo a burguesia inglesa no mercado internacional. Agiu favorecendo à agricultura, às manufaturas, ao comércio e à navegação.
Durante seu reinado surgiram as workhouses, onde os expulsos do campo eram submetidos a longas jornadas de trabalho.
Com a morte de Elizabeth I, que não deixou herdeiros, uma nova dinastia assumiu, os Stuarts (Jaime Estuart era rei da Escócia e primo de Elizabeth). E uma luta política se desenvolveu no campo religioso.
O Rei Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica
em 1534 por:
a) Opor-se ao Ato de Supremacia que submetia a
Igreja Anglicana ao Papa.
b) Opor-se à Igreja Anglicana, que enfraqueceu a
autoridade real.
c) Aceitar o calvinismo e opor-se á Igreja Anglicana.
d) Ambicionar ampliar seus poderes com a criação da
Igreja Anglicana.
e) Defender a burguesia calvinista e opor-se à
nobreza católica.
Jaime I Stuart adotou uma política centralizadora, tentou
restaurar o absolutismo divino e perseguiu os puritanos (protestantes) ingleses.
O rei para ampliar seu exército aumentou a carga de
impostos, o que provocou uma reação imediata do Parlamento inglês, que vetou a decisão.
Em represália, o rei dissolveu o Parlamento e passou a
cobrar os impostos ilegalmente e reprimir com violência os opositores.
Em 1625, com a morte de Jaime I, assumiu seu filho Carlos
Em 1628, o Parlamento obrigou Carlos I a assinar a
Petição de Direitos, que restringia o poder do rei
declarando que ele só podia cobrar impostos com a aprovação dos parlamentares.
Como retaliação, Carlos I dissolveu o Parlamento mais uma vez e tomou o controle financeiro da Inglaterra. Além disso, impôs à força a religião anglicana em todo domínio da Coroa Inglesa, o que gerou insatisfação na Escócia e na Irlanda.
Os escoceses invadiram a Inglaterra e o rei Carlos I foi obrigado a convocar o Parlamento, pois necessitava de novos impostos para conter o inimigo. Para aceitar o pedido real, os parlamentares fizeram novas exigências.
Após acalmar os escoceses, o rei Carlos I viu a fúria da Irlanda católica. Nesse momento o Parlamento recusou dar o controle do exército ao rei, a não ser que os conselheiros do rei passassem a ser indicados pelos parlamentares. Carlos I achou isso uma afronta e ordenou o fechamento do Parlamento. Esse fato foi impedido pelos parlamentares e pela população londrina.
Em 1642, começava a guerra civil - REVOLUÇÃO
PURITANA - entre as forças militares do rei e do
Seis anos depois do início da guerra, o rei (Carlos I) foi vencido e decapitado. O poder passou a ser exercido pelo Parlamento, comandado por Cromwell, representante da elite burguesa. Oliver Cromwell proclamou a República e a chamou “Puritana”.
No plano econômico, em 1651, o Parlamento promulgou os Atos de Navegação, que proibia o transporte de mercadorias por barcos estrangeiros, consolidando o poder marítimo da Inglaterra.
Na política interna favoreceu os interesses burgueses quando massacrou os niveladores, radicais que lutavam pelo direito de voto a todos os homens e pela reforma agrária. Cromwell ignorava as camadas populares, afirmando que a pobreza era uma punição divina.
Oliver Cromwell se fortaleceu tanto que dissolveu o Parlamento, em 1653, e se tornou Lorde Protetor da
Inglaterra, um cargo vitalício e hereditário. Dava-se
Em 1658 Cromwell morreu, deixando o cargo para seu filho, que sem habilidade abdicou do poder. Em 1660, o Parlamento foi reconvocado.
No mesmo ano os Stuarts voltaram ao poder com Carlos II, período que ficou reconhecido como
Os novos reis adotaram uma política centralizadora e autoritária. Favoreceram os anglicanos e católicos em detrimento dos calvinistas (protestantes). Aproximaram-se da França causando descontentamento na burguesia inglesa, uma vez que os franceses eram rivais comerciais da Inglaterra.
Em 1688 o Parlamento depôs o rei Jaime II e entregou o trono para Mary Stuart, casada com Guilherme de Orange, príncipe da Holanda e que foi coroado como Guilherme III.
Os acontecimentos políticos acontecidos entre 1688 e 1689 ficaram conhecidos como Revolução Gloriosa, porque não foi derramada nenhuma gota de sangue.
Os parlamentares impuseram a Guilherme III a Bill of
Rights ( Declaração de Direitos), que limitava seu
poder, deixando o governo sob a autoridade do Parlamento.
Pela declaração a monarquia não podia sobrepor-se ao poder Legislativo, nem dispor do exército permanente nem ter tribunais especiais nem arrecadar impostos, como também, não podia tomar decisões especiais sobre a religião.
A Revolução Gloriosa marcava a vitória da burguesia inglesa sobre o Absolutismo, consolidando o regime de
monarquia parlamentar na Inglaterra, o qual permanece até hoje.
A chamada "Revolução Gloriosa" (1688-1698) fez
triunfar na Inglaterra a/o:
a) Expansão marítima e o início da colonização da
América pelos ingleses.
b) Implantação de uma sociedade rural e a criação da
pecuária extensiva.
c) Limitação da autoridade real e consolidação do poder do Parlamento.
d) Proibição da escravidão e o avanço da trabalho assalariado.
e) Voto universal masculino e a igualdade jurídica para todos.
No processo de formação do absolutismo na
Inglaterra, pode ser identificado o seguinte aspecto: a) Fortalecimento do poder da burguesia que passava a controlar a Igreja Anglicana.
b) Ampliação da dependência do rei em relação à Igreja Anglicana.
c) Desagregação da nobreza e enfraquecimento do monarca.
d) Uma bem sucedida política econômica mercantilista no reinado de Elizabeth I.
e) Enfraquecimento da nobreza e a ampliação dos laços com a Igreja Católica.