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Rotatividade Migratória: um novo olhar para as migrações no século XXI (*)

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Rotatividade Migratória: um novo olhar para as migrações no século

XXI

(*)

Rosana Baeninger

Departamento de Demografia e Núcleo de Estudos de População/NEPO-UNICAMP

Introdução

O texto busca compreender as migrações recentes no Brasil, comparando as informações sobre os movimentos migratórios para todos os estados, no período 1995-2000 e 2001-2006, com base no Censo Demográfico de 1995-2000 e na PNAD 2006, respectivamente.

O deslanchar dos processos migratórios recentes tem suas raízes de transformações desde os anos 80, quando as clássicas interpretações da migração via o desempenho econômico das áreas alcançaram seus limites.No item 1 busca-se recapitular as tendências gerais da migração nos anos 80 e 90, a fim de que se possa acompanhar no longo prazo a manifestação das migrações internas no Brasil e sua configuração atual.

Nesse sentido, os itens seguintes pretendem apresentar os movimentos migratórios contemporâneos, em particular aqueles referentes ao período 2001-2006, que imersos em um novo contexto socioeconômico e urbano, imprimem espaços da migração marcados por diferentes “condição migratória”: áreas de retenção de população, áreas de perdas migratórias e áreas de rotatividade migratória.

1. Breve retrospecto: as tendências a partir dos anos 80

As mudanças no processo migratório nacional tiveram, a partir dos anos 70, o deslanchar de suas transformações. No contexto dos deslocamentos interestaduais- apesar da centralidade migratória no Sudeste - São Paulo e Rio de Janeiro foram os dois estados dessa Região que já haviam assistido a uma redução em seus volumes de imigrantes dos anos 70 para os 80 (Baeninger, 1999). O Sudeste que chegava a ter um movimento migratório que envolvia quase 5 milhões de pessoas nos anos 70, diminuiu este volume para 4,3 milhões no período 1981-1991.

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Na Região Centro-Oeste, os Estados do Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal também diminuíram seus volumes de imigrantes entre esses dois períodos. O Mato Grosso do Sul demonstrava sinais do “fechamento de sua fronteira” (Martine, 1994) e o Distrito Federal iniciava, no período 1981-1991, seu processo de expansão metropolitana atingindo os municípios do Estado de Goiás, com significativos fluxos migratórios para seu entorno.

Ao longo dos últimos cinqüenta anos do século XX, as migrações internas reorganizaram a população no território nacional, onde as vertentes da industrialização e das fronteiras agrícolas constituíram os eixos da dinâmica da distribuição espacial da população no âmbito interestadual, muito embora a primeira vertente detivesse os fluxos mais volumosos. Nesse sentido, as análises a respeito do processo de distribuição espacial da população nos anos 701, e até mesmo durante a década de 80, estiveram baseadas e preocupadas em apontar o crescente e intenso movimento de concentração: da migração, com a predominância do fluxo para o Sudeste; do processo de urbanização, com a enorme transferência de população do campo para a cidade, quando cerca de 15,6 milhões deixaram as áreas rurais nesse período (Martine, 1994); e, a concentração da população, manifestada no processo de metropolização.

De fato, essas características representaram e compuseram a sociedade urbano-industrial brasileira (Faria, 1991), com a concentração tanto de atividades econômicas quanto populacional. É revelador nesse processo, no entanto, que os efeitos da desconcentração relativa das atividades econômicas2, iniciados no decorrer dos anos 70, não tivesse tido reflexos imediatos nos deslocamentos populacionais captados pelo censo demográfico de 1980; somente no período 1981-1991 é que esse processo tornou-se mais evidente, sugerindo uma defasagem entre os deslocamentos das atividades econômicas e os deslocamentos de população3.

No entanto, além das “trajetórias dominantes”4, fenômenos de suma importância para a dinâmica da mobilidade espacial da população já emergiam naquele período. Um deles referia-se ao refluxo de mineiros para seu Estado já nos anos 705, apontando o incipiente processo de reversão emigratória da área; cerca de 35,6% dos imigrantes para o Estado de Minas Gerais eram de retorno naquele período. O processo de

1 Veja-se a importante contribuição de Martine (1987).

2 Veja-se Negri (1996), Diniz (1995); Cano (1995); Pacheco (1998).

3 Negri (1996) aponta essa possível defasagem entre dinâmica econômica e dinâmica migratória em seu estudo a respeito do processo de desconcentração da indústria no País.

4 Veja-se Brito (1997).

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desconcentração das atividades econômicas que marcava o período 1970-1980 beneficiou Minas Gerais, podendo já ter contribuído, nesse período, para a absorção de sua população natural, bem como para atração e, inclusive, refluxo de população.

Outro aspecto a considerar refere-se aos possíveis destinos migratórios nos anos 70. Martine e Carvalho (1989) sintetizam os deslocamentos populacionais, desse período, destacando a ocorrência do aumento no número de estados expulsores de população e a redução nos receptores. Na verdade, das vinte e seis UF’s existentes em 19806, onze delas haviam registrado trocas migratórias positivas com outros estados, das quais cinco estavam no Norte, indicando que entre 1970-1980 essa fronteira foi capaz de aumentar o número de estados absorvedores de população no País; no cômputo geral, havia, nos anos 70, mais estados “perdedores” que “ganhadores” de população7. Essa situação inverteu-se na década seguinte, com os anos 80 entrando na história migratória recente do País com o maior número de “espaços ganhadores” nas migrações interestaduais, mesmo tendo o Rio de Janeiro registrado perdas populacionais. Dentre as vinte e sete UF’s existentes em 1991, quatorze delas registraram trocas migratórias positivas no período 1981-1991, destacando-se, além dos estados do Norte (à exceção do Acre), o saldo positivo do Estado de Sergipe (no Nordeste), do Espírito Santo (no Sudeste) e de Goiás (no Centro-Oeste).

De fato, de uma para outra década, ocorreram significativas mudanças econômicas que tiveram rebatimentos sobre os movimentos migratórios. Ao lado do processo de esgotamento das fronteiras agrícolas, o País conviveu com o importante processo de desconcentração relativa da indústria, que implicou na alteração da distribuição das atividades econômicas, em particular as industriais (Pacheco, 1998). Para esse período, pode-se concluir que essa desconcentração relativa da indústria propiciou também fluxos migratórios nessas direções, bem como reteve uma população que potencialmente migraria destas áreas.

Foi particularmente importante no período 1981-1991, o movimento de retorno aos estados de nascimento, os quais também contribuíram para a elevação no número de estados ganhadores. Nos anos 70, o movimento de retorno aos estados de nascimento representava apenas 11,0% do total da migração nacional, proporção que chegou a dobrar no período 1981-1991, alcançando 24,5% do total; passou-se de um volume

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anual de retorno de 105.482 pessoas, no período 1970-1980, para 259.582, entre 1981-1991.

Assim, os anos 80 já indicavam a expansão dos espaços da migração8, tendência que se viu confirmada nos anos 90, particularmente quando se consideram os movimentos intra-regionais e os inter-regionais separadamente.

Na continuidade das mudanças nos movimentos migratórios, as tendências na migração interna no Brasil nos anos 90 apontaram:

1) os fluxos migratórios de longa distância reduziram-se, consideravelmente, em particular aqueles que se dirigiam às fronteiras agrícolas;

2) mantiveram-se como área de absorção de fluxos de longa distância, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal, que canalizaram os fluxos do Nordeste;

3) houve a recuperação migratória no âmbito intra-regional de “espaços perdedores” no âmbito nacional, especialmente os estados nordestinos;

4) houve o surgimento e consolidação de pólos de absorção migratória no âmbito inter-regional e intra-regional, com a maior parte dos estados tornando-se “ganhadores” de população - mesmo que estes ganhos estejam circunscritos a contextos regionais específicos.

A análise dos movimentos migratórios, em anos recentes, como se procederá a seguir, indica o reforço da tendência de configuração de novos espaços da migração, agora, no entanto, muito mais relacionados ao âmbito de suas próprias regiões.

2. Movimentos Migratórios Interestaduais- 1995-2000, 1999-2004 e 2001-2006

Quando se considera os movimentos migratórios interestaduais9 e suas trocas migratórias pode-se verificar, do período 1995-2000 para 1999-2004, a manutenção no número de estados ganhadores de população: 17 estados entre 1995-2000 e entre 1999-2004; contudo, entre 2001-2006, 15 foram os estados com ganhos migratórios, refletindo a situação de trocas migratórias negativas dos estados da Região Norte, as oscilações nas tendências da migração de alguns estados da Região Nordeste e a nova posição de São Paulo e Rio de Janeiro no cenário de perdas migratórias no contexto das migrações internas no Brasil. Ou seja, no início do século XXI, as migrações internas tornaram-se ainda mais complexas, sem a definição – que anteriormente poderia se

8 Veja-se Baeninger (1999).

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visualizar – dos rumos da migração no país, considerando o comportamento verificado em décadas ou qüinqüênios anteriores.

O descolamento da relação migração-industrialização, migração-fronteira agrícola, desconcentração industrial, emprego, migração-mobilidade social no contexto atual da economia e da reestruturação produtiva, em anos recentes, induziu um novo dinamismo às migrações no Brasil, onde os fluxos mais volumosos são compostos de idas-e-vindas, refluxos, re-emigração, outras etapas – que pode ser mesmo o próprio local de origem antes do próximo refluxo para o último destino-, onde as migrações assumem um caráter mais reversíveis (Domenach e Picouet, 1990) do que nas explicações que nos pautávamos até o final do século XX. Essa reversibilidade diz respeito tanto às áreas de origem, com um crescente vai-e-vem, como às de destino, com o incremento da migração de retorno.

É nesse contexto, que a migração interestadual, para o conjunto do país, continuou exibindo decréscimos em seus volumes, que passou de 5,2 milhões, entre 1995-2000, para 4,6 milhões, entre 1999-2004, e 4,4 milhões, de 2001-2006 (Tabela 1 e Tabela 2). Esse decréscimo, contudo, não implica em uma tendência à estagnação das migrações; ao contrário, denota outros arranjos da própria migração interna, bem como seus atuais desdobramentos, com novas modalidades de deslocamentos populacionais em âmbitos locais e regionais.

Para o entendimento deste novo cenário das migrações no país é necessário que se observe as tendências atuais da Região Nordeste. Com uma tendência que se delineia desde os últimos vinte anos, a região Nordeste continuou o decréscimo em seus saldos migratórios negativos, de 763 mil pessoas, entre 1995-2000, para 86 mil pessoas, entre 1999-2004, alcançando 53 mil entre 2001-2006, o que indica a força da migração de retorno na composição de sua imigração. Esta nova face e nova fase da imigração para o Nordeste estão relacionadas ao contexto atual da Região Metropolitana de São Paulo, em especial, e do Rio de Janeiro, e a reorganização da indústria no território nacional (Coutinho, 1998).

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Tabela 1

Volumes de Imigração, emigração e trocas migratórias por Unidades da Federação Brasil, 1995/2000 e 1999/2004 I (imigração) E (emigração) Trocas Índice de Eficácia ( I-E/ I+E) I (imigração) E (emigração) Trocas Índice de Eficácia ( I-E/ I+E) Rondônia 83.325 72.734 10591 0,07 49.046 55.239 -6193 -0,06 Acre 13.635 16.069 -2434 -0,08 14.777 13.212 1565 0,06 Amazonas 89.626 58.658 30968 0,21 64.001 52.928 11073 0,09 Roraima 47.750 14.380 33370 0,54 38.384 13.325 25059 0,48 Pará 182.045 234.213 -52168 -0,13 235.111 187.426 47685 0,11 Amapá 44.582 15.113 29469 0,49 32.525 18.281 14244 0,28 Tocantins 95.430 82.513 12917 0,07 82.312 112.004 -29692 -0,15 NORTE 556.393 493.680 62713 0,06 516.156 452.415 63741 0,07 Maranhão 100.820 274.470 -173650 -0,46 180.924 258.016 -77092 -0,18 Piauí 88.736 140.815 -52079 -0,23 119.646 113.952 5694 0,02 Ceará 162.926 186.709 -23783 -0,07 141.680 120.574 21106 0,08

Rio Grande do Norte 77.917 71.286 6631 0,04 73.494 37.284 36210 0,33

Paraíba 102.005 163.485 -61480 -0,23 138.328 95.857 42471 0,18 Pernambuco 164.872 280.289 -115417 -0,26 179.932 204.868 -24936 -0,06 Alagoas 55.967 127.949 -71982 -0,39 81.318 85.668 -4350 -0,03 Sergipe 52.109 56.921 -4812 -0,04 45.843 43.258 2585 0,03 Bahia 250.572 517.930 -267358 -0,35 290.343 378.618 -88275 -0,13 NORDESTE 1.055.924 1.819.854 -763930 -0,27 1.251.508 1.338.095 -86587 -0,03 Minas Gerais 447.836 408.659 39177 0,05 429.438 398.460 30978 0,04 Espírito Santo 129.169 95.149 34020 0,15 107.132 108.669 -1537 -0,01 Rio de Janeiro 319.749 274.223 45526 0,08 166.036 255.653 -89617 -0,21 São Paulo 1.223.809 884.121 339688 0,16 823.557 978.689 -155132 -0,09 SUDESTE 2.120.563 1.662.152 458411 0,12 1.526.163 1.741.471 -215308 -0,07 Paraná 297.308 336.998 -39690 -0,06 260.478 271.182 -10704 -0,02 Santa Catarina 199.651 139.665 59986 0,18 214.287 139.268 75019 0,21

Rio Grande do Sul 113.395 152.891 -39496 -0,15 116.643 146.372 -29729 -0,11

SUL 610.354 629.554 -19200 -0,02 591.408 556.822 34586 0,03

Mato Grosso do Sul 97.709 108.738 -11029 -0,05 90.071 97.271 -7200 -0,04

Mato Grosso 166.297 123.726 42571 0,15 192.691 81.011 111680 0,41 Goiás 372.702 169.887 202815 0,37 315.571 168.574 146997 0,30 Distrito Federal 216.200 188.551 27649 0,07 152.073 199.982 -47909 -0,14 CENTRO-OESTE 852.908 590.902 262006 0,18 750.406 546.838 203568 0,16 Total 5196142 5196142 4635641 4635641 1995/2000 1999/2004

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico de 2000 e PNAD 2004. Tabulação Nepo/Unicamp * Não inclui os imigrantes estrangeiros nem os de UF não especificada

No período 1995-2000 apenas Rio Grande do Norte registrava saldo positivo nas trocas migratórias interestaduais, tendência que havia se ampliado para Piauí, Ceará, Paraíba e Sergipe, no período 1999-2004. Entretanto, para o período 2001-2006, alguns estados não seguiram mantendo esta capacidade de inversão em suas tendências de perdas migratórias, como foram os casos da Paraíba e de Sergipe. Ou seja, as dinâmicas migratórias dos estados do Nordeste são profundamente marcadas por oscilações em temos de recuperação, absorção e expulsão de suas populações que refletem tanto os processos intra-regionais, como a instabilidade das tendências dos movimentos migratórios de retorno.

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Tabela 2-

Volumes de Imigração, emigração e trocas migratórias por Unidades da Federação Brasil, 2001-2006

UFs 2001-2006

Imigração Emigração Trocas Rondônia 36.000 56.801 -20.801 Acre 17.762 13.154 4.608 Amazonas 51.792 54.600 -2.808 Roraima 36.602 7.071 29.531 Pará 198.158 174.718 23.440 Amapá 17.823 19.769 -1.946 Tocantis 67.730 90.055 -22.325 NORTE 425.867 416.168 9.699 Maranhão 154.041 220.748 -66.707 Piauí 99.490 110.842 -11.352 Ceará 174.343 136.014 38.329 Rio G. do Norte 85.063 54.640 30.423 Paraíba 112.330 137.991 -25.661 Pernambuco 194.317 204.361 -10.044 Alagoas 70.769 105.894 -35.125 Sergipe 38.472 44.775 -6.303 Bahia 339.133 306.116 33.017 NORDESTE 1.267.958 1.321.381 -53.423 Minas Gerais 417.502 378.067 39.435 Espírito Santo 137.501 82.150 55.351 Rio de Janeiro 210.038 251.634 -41.596 São Paulo 765.469 972.567 -207.098 SUDESTE 1.350.510 1.684.418 -153.908 Paraná 262.629 274.548 -11.919 Santa Catarina 217.714 127.768 89.946 Rio G. do Sul 93.457 130.950 -37.493 SUL 573.800 533.266 40.534 Mato G. do Sul 120.126 80.308 39.818 Mato Grosso 142.130 85.618 56.512 Goiás 245.943 172.383 73.560 Distrito Federal 157.092 169.876 -12.784 C. OESTE 665.291 508.185 157.106 TOTAL 4.463.418 4.463.418 --

Fonte: FIBGE, PNAD 2006. Tabulação NEPO/Unicamp

* Não inclui os imigrantes estrangeiros nem os de UF não especificada

De fato, o estado da Bahia é um dos melhores exemplos; com uma trajetória de perdas migratórias por mais de cinqüenta anos – apesar do decréscimo em seu volume como um todo – a PNAD 2006 revelou um maior contingente de imigrantes (339.133 pessoas) do que de emigrantes (306.116), com um saldo migratório positivo de 33.017 pessoas para o Estado da Bahia. Nesse contexto, torna-se pertinente, mais uma vez

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destacar, as análises a respeito da reversibilidade das migrações, como aponta Domenach e Picouet (1990).

A compreensão das migrações no Nordeste passa, necessariamente pela nova realidade da Região Sudeste. Os movimentos migratórios, do início do século XXI, transformaram os grandes estados de atração populacional dos anos 70 - São Paulo e Rio de Janeiro - em áreas de perdas migratórias. Na PNAD 2006 é possível identificar que a imigração para São Paulo diminuiu para 765.469 migrantes nacionais, entre 2001-2006 – quando, no período 1995-2000, esta ainda havia sido de 1.223.809 migrantes interestaduais; sua emigração aumentou de 884.121 para 972.567, respectivamente.

Com isso, nas trocas migratórias, o Estado de São Paulo passou de um ganho de 339.688 migrantes para uma perda de -207.098 pessoas, respectivamente. Deve-se ressaltar, que estas perdas podem estar relacionadas, muito mais, às saídas de população da Região Metropolitana de São Paulo, com histórico consolidado de migrações interestaduais – em especial nordestina-, do que ao cenário do interior paulista, que vem expandindo suas áreas de migração com o Nordeste mais recentemente (Baeninger, 2006).

O Rio de Janeiro teve seu volume de imigrantes diminuído (de 319.749, entre 1995-2000, para 210.038, entre 2001-2006), embora com menor força que o decréscimo para São Paulo. A emigração do Rio de Janeiro chegou a registrar um ligeiro decréscimo: de 274.223 para 251.634, nos períodos acima mencionados, mas mesmo assim, registrando um saldo migratório negativo de -41.596 pessoas.

Para as antigas áreas de fronteiras agrícolas, as mudanças nos movimentos migratórios também foram expressivos. Na Região Norte, o início dos anos 2000 aponta a inversão dos processos migratórios em Rondônia. Ainda no período 1995-2000, o estado registrava trocas migratórias interestaduais positivas (10.591 pessoas), passando para um saldo migratório negativo entre 1999-2004 (-6.193) e indicando o período 2001-2006 aumento em suas perdas migratórias (-20.801 migrantes).

A manifestação de saldo negativo no período 2001-2006 também foi evidente para Tocantins (-22.325), para o Amazonas (-2.808), para o Amapá (-1.946) contrariando as tendências do período 1995-2000, quando estes estados apresentaram saldos positivos. Tendências inversas ao período 1995-2000 também foram registradas pelo estado do Acre, que passou a saldo migratório positivo entre 2001-2006 (4.608) e pelo Pará, que de perdas migratórias entre 1995-2000 (-52.168 migrantes), passou para um saldo migratório positivo de 23.440 pessoas. O único estado que manteve as

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tendências nos últimos dez anos foi Roraima, que sustentou seu saldo migratório positivo, em torno de 30 mil migrantes, para os períodos de 1995-2000, 1999-2004 e 2001-2006.

Na Região Centro-Oeste, o Mato Grosso do Sul que apresentava uma tendência de perda de população em 1995-2000 (com saldo negativo de 11.029 migrantes), diminuiu sua emigração, passando a um saldo positivo de 39.818 migrantes. Outra tendência inversa no Centro-Oeste é registrada pelo Distrito Federal que de ganhos migratórios, ainda em 1995-2000 (27.649 pessoas), passou para uma perda de população em 2001-2006 de 12.784 pessoas.

Finalmente, cabe destacar que, a Região Sul passou a ter saldo positivo no âmbito nacional, de um para outro período (de -19.200 para 40.534 migrantes, entre 2001-2006), em função dos ganhos migratórios de Santa Catarina (59.986 e 89.946, respectivamente), uma vez que Paraná (de -39.690 para -11.919) e Rio Grande do Sul (-39.496 e -37.493) continuaram registrando saldos migratórios negativos, apesar da diminuição em seus volumes.

2.1. Fluxos Migratórios Inter-regionais e Intra-regionais: 1995-2000 e 2001-2006

Considerando-se os fluxos migratórios entre as Grandes Regiões brasileiras para os períodos 1995-2000 e 2001-2006 (Tabela 3 e Tabela 4), é possível observar as recentes alterações nas tendências migratórias nos contextos regionais.

A partir das evidências empíricas trazidas pelo Censo 2000 e pela PNAD 2006, nota-se que a região Norte encerra seu ciclo de fronteira agrícola perdendo população para o Centro-Oeste (com um saldo negativo de 44 mil pessoas no período 1995-2000 para -23 mil, entre 2001-2006), bem como para o Sudeste, nos primeiros anos de 2000, com uma emigração de mais de 65 mil pessoas para esta região entre 2001-2006.

Com o Nordeste, a emigração do Norte aumenta (de 86 mil, entre 1995-2000, para 114 mil, entre 2001-2005), embora ainda registrando saldo positivo no último período (37 mil). É com a Região Sul, contudo, que se estabelece a maior capacidade de absorção migratória da Região Norte, com um índice de eficácia migratória de 0,32. Para o período 2001-2006 é preciso que se considere para a Região Norte o elevado volume de migrações intra-regionais, em torno de 152 mil migrantes, o que indica as

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Tabela 3

Fluxos Migratórios Inter-regionais, 1995-2000

NE 182.712 86.838 95.874 0,36 SE 75.466 68.185 7.281 0,05 S 26.990 22.954 4.036 0,08 CO 70.270 114.770 -44.500 -0,24 exterior 13.789 - - -Total * 355.438 292.747 62.691 0,10 N 86.838 182.712 -95.874 -0,36 SE 462.626 969.435 -506.809 -0,35 S 27.898 31.027 -3.129 -0,05 CO 70.013 228.249 -158.236 -0,53 exterior 20.860 - - -Total * 647.375 1.411.423 -764.048 -0,37 N 68.185 75.446 -7.261 -0,05 NE 969.435 462.626 506.809 0,35 S 205.975 214.918 -8.943 -0,02 CO 161.276 193.274 -31.998 -0,09 exterior 88.136 - - -Total * 1.404.871 946.284 458.587 0,20 N 22.954 26.990 -4.036 -0,08 NE 31.027 27.898 3.129 0,05 SE 214.918 205.975 8.943 0,02 CO 61.715 88.951 -27.236 -0,18 exterior 52.665 - - -Total * 330.614 349.814 -19.200 -0,03 N 114.770 70.270 44.500 0,24 NE 228.249 70.013 158.236 0,53 SE 193.274 161.276 31.998 0,09 S 88.951 61.715 27.236 0,18 exterior 26.770 - - -Total * 625.244 363.274 261.970 0,27 Índice de Eficácia (I-E / I+E) I (Imigrantes) E (emigrantes) Trocas CO N NE SE S

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico de 2000. Tabulação NEPO/UNICAMP

No contexto nacional, o Nordeste é a Região que registrou maior alteração de volume e tendência de sua imigração e emigração do período 1995-2000 para 2001-2006; estudos anteriores utilizando a PNAD 2004 já indicavam tais modificações, no período 1999-2004 (Brito e Carvalho, 2006; Cunha, 2006; Hakkert e Martine, 2006; Baeninger, 2007). Com os resultados da PNAD 2006 a inversão na tendência de evasão do Nordeste para o Sudeste parece se confirmar: de um saldo migratório negativo de mais de 506 mil pessoas, de 1995-2000, o Nordeste passou um saldo positivo de 62 mil, entre 2001-2006. O volume de emigração do Nordeste para o Sudeste que foi de 969 mil pessoas, entre 1995-2000, reduziu-se para 539 mil, entre 2001-2006, aumentando também o volume de imigrantes (de 462 mil para 601 mil, respectivamente).

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Tabela 4

Fluxos Migratórios Inter-regionais e Intra-regionais, 2001-2006

Imigração Emigração Trocas IEM

Norte NE 151.328 114.203 37.125 0,14 SE 49.868 65.599 -15.731 -0,14 S 23.915 12.194 11.721 0,32 CO 47.786 71.210 -23.424 -0,20 intra-regionais 152.962 152.962 exterior 13.173 Total 439.032 416.168 22.864 0,03 Nordeste N 114.203 151.328 -37.125 -0,14 SE 601.501 539.389 62.112 0,05 S 24.847 37.755 -12.908 -0,21 CO 108.035 173.565 -65.530 -0,23 intra-regionais 419.344 419.344 exterior 14.362 Total 1.282.292 1.321.381 -39.089 -0,02 Sudeste N 65.599 49.868 15.731 0,14 NE 539.389 601.501 -62.112 -0,05 S 141.035 208.955 -67.920 -0,19 CO 131.333 170.940 -39.607 -0,13 intra-regionais 653.154 653.154 exterior 103.794 Total 1.634.304 1.684.418 -50.114 -0,02 Sul N 12.194 23.915 -11.721 -0,32 NE 37.755 24.875 12.880 0,21 SE 208.955 141.035 67.920 0,19 CO 51.749 80.294 -28.545 -0,22 intra-regionais 263.174 263.174 exterior 57.587 Total 631.414 533.293 98.121 0,08 C.Oeste N 71.210 47.786 23.424 0,20 NE 173.565 108.035 65.530 0,23 SE 170.940 131.333 39.607 0,13 S 80.294 51.749 28.545 0,22 intra-regionais 169.282 169.282 exterior 16.793 Total 682.084 508.185 173.899 0,15 TOTAL Inter-regional 2.805.501 2.805.529 Intra-regional 1.657.916 1.657.916 exterior 205.709 TOTAL 4.669.126 4.463.445 Fonte: FIBGE, PNAD 2006. Tabulação NEPO/UNICAMP.

Essa recuperação do Nordeste, no período 2001-2006, no que se refere à imigração de outras regiões também foi evidente para o Norte (com um volume de imigração de 114 mil pessoas) e Centro- Oeste (108 mil), além do Sudeste, totalizando um volume de imigração interestadual em torno de 848 mil pessoas (Tabela 5).

(12)

Contudo, apesar do volume de imigração do Sudeste para o Nordeste (601 mil pessoas) superar o de emigração no sentido Nordeste –Sudeste (539 mil), com outras regiões o Nordeste manteve sua emigração, resultando em um volume de emigração inter-regional de 902 mil migrantes. Ou seja, as modificações das tendências migratórias no Nordeste estão vinculadas às alterações com o Sudeste; à continuidade de emigração para outras regiões - o que confere um novo papel desta região no cenário migratório nacional, pois suas perdas são para as regiões Norte e Centro Oeste – e; à dinâmica migratória intra-regional (cerca de 419 mil pessoas migraram entre os estados da mesma região).

Para a Região Sudeste, os dados da PNAD 2004 já indicavam, e os da PNAD 2006 confirmam, que a inversão dos saldos migratórios do Sudeste com as regiões Nordeste (-62 mil pessoas), Centro-Oeste (-39 mil) e Sul (-67 mil), passando a ser negativos, revela a consolidação dos espaços da migração no país, onde a complementaridade migratória - historicamente existente entre Nordeste-Sudeste – se redefine num cenário de rotatividade migratória.

De fato, a emigração inter-regional do Sudeste alcançou um volume de mais de um milhão de pessoas, dos quais 600 mil em direção ao Nordeste. Para se ter uma idéia das mudanças em curso nos processos migratórios no Brasil, tanto o Nordeste quanto o Sudeste registraram perdas migratórias inter-regionais, sendo que para a Região Nordeste o saldo migratório com outras regiões foi de -53 mil pessoas e para a Região Sudeste, o saldo migratório inter-regional chegou a –153 mil pessoas.

No caso da Região Sul, as trocas migratórias que estabelece com outras regiões ainda a caracteriza como área de perda migratória para a Região Centro-Oeste e para o Norte, com possíveis vínculos com as migrações de fronteira agrícola. Os maiores ganhos migratórios da Região Sul se deve à migração da Sudeste, possivelmente vinculada aos retornos migratórios. No caso desta região, é importante destacar os movimentos migratórios intra-regionais (263 mil pessoas) para retenção de sua população.

Dentre as regiões brasileiras, apenas a Centro-Oeste apresenta ganhos migratórios em suas trocas com as demais regiões, registrando um saldo migratório positivo de mais de 157 mil migrantes inter-regionais e assumindo, de fato, uma posição de centralidade na retenção de população migrante no contexto nacional, no período 2001-2006.

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Tabela 5

Volumes de Imigração e Emigração Inter-regional e Intra-Regional

GrandesRegiões, Brasil, 2001-2006.

Imigração Emigração Trocas IEM Norte inter-regional 272.897 263.206 9.691 0,02 intra-regional 152.962 152.962 TOTAL 425.859 416.168 Nordeste inter-regional 848.586 902.037 -53.451 -0,03 intra-regional 419.344 419.344 TOTAL 1.267.930 1.321.381 Sudeste inter-regional 877.356 1.031.264 -153.908 -0,08 intra-regional 653.154 653.154 TOTAL 1.530.510 1684418 Sul inter-regional 310.653 270.119 40.534 0,07 intra-regional 263.174 263.174 TOTAL 573.827 533293 Centro-Oeste inter-regional 496.009 338.903 157.106 0,19 intra-regional 169.282 169.282 TOTAL 665.291 508.185 Fonte: FIBGE, PNAD 2006. Tabulação NEPO/UNICAMP.

3. Áreas de Rotatividade Migratória, Áreas de Retenção Migratória e Áreas de Perdas Migratórias

Considerando-se o Índice de Eficácia Migratória10 interestadual, nos períodos 1995-2000, 1999-2004 e 2001-2006, nota-se que o país vivencia uma intensa mobilidade da população, com o aumento das áreas de rotatividade migratória, onde o índice de eficácia migratório, tanto positivo quanto negativo, são bastante próximos de zero (Tabela 6). Ou seja, já não há mais estados de grande retenção migratória e nem de elevada perda migratória. As exceções cabem à Roraima com IEM de 0,68 entre 2001-2006 e, bem mais distantes os estados com IEM em torno de 0,2: Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Santa Catarina – com a importância das migrações intra-regionais – e os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que ainda contemplam as migrações de mais longa distância, em especial da Região Sul e do Nordeste.

Assim, os estados com índice de eficácia próximos ao de rotatividade migratória – mesmo com valores negativos (entre –0,12 e 0,12) – são, no período 2001-2006:

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Amazonas, Pará, Amapá, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Ceará, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Distrito Federal, compreendendo catorze estados brasileiros.

Tabela 6-

Índice de Eficácia Migratória por Unidades da Federação Brasil, 1995-2000, 1999-2004 e 2001-2006 UFs 1995-2000 1999-2004 2001-2006 Rondônia 0,07 -0,06 -0,22 Acre -0,08 0,06 0,15 Amazonas 0,21 0,09 -0,03 Roraima 0,54 0,48 0,68 Pará -0,13 0,11 0,06 Amapá 0,49 0,28 -0,05 Tocantis 0,07 -0,15 -0,14 NORTE 0,06 0,07 0,01 Maranhão -0,46 -0,18 -0,18 Piauí -0,23 0,02 -0,05 Ceará -0,07 0,08 0,12 Rio Grande do Norte 0,04 0,33 0,22 Paraíba -0,23 0,18 -0,10 Pernambuco -0,26 -0,06 -0,03 Alagoas -0,39 -0,03 -0,20 Sergipe -0,04 0,03 -0,08 Bahia -0,35 -0,13 0,05 NORDESTE -0,27 -0,03 -0,02 Minas Gerais 0,05 0,04 0,05 Espírito Santo 0,15 -0,01 0,25 Rio de Janeiro 0,08 -0,21 -0,09 São Paulo 0,16 -0,09 -0,12 SUDESTE 0,12 -0,07 -0,05 Paraná -0,06 -0,02 -0,02 Santa Catarina 0,18 0,21 0,26 Rio Grande do Sul -0,15 -0,11 -0,17 SUL -0,02 0,03 0,04 Mato Grosso do Sul -0,05 -0,04 0,20 Mato Grosso 0,15 0,41 0,25 Goiás 0,37 0,30 0,18 Distrito Federal 0,07 -0,14 -0,04 C. OESTE 0,18 0,16 0,13 TOTAL 5.196.142 4.635.641 4.463.418

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico de 2000, PNAD 2004 e PNAD 2006. Tabulação NEPO/UNICAMP (*)Não inclui os imigrantes estrangeiros nem os de UF não especificada

(15)

Os estados com capacidade de retenção migratória (IEM superior a 0,12), no período 2001-2006, são Acre, Roraima, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; totalizando nove estados.

Já as áreas de perdas migratórias (IEM superior a –0,13) são apenas: Rondônia, Maranhão, Alagoas e Rio Grande do Sul.

O entendimento das migrações internas atuais , a partir desse novo olhar para os processos migratórios, conduz à substituição de conceitos historicamente datados, tais como: a) áreas de evasão por áreas de perdas migratórias;

b) áreas de atração ou absorção por áreas de retenção migratória;

c) áreas de origem e destino por áreas/etapas constituintes dos processos de

rotatividade migratória.

Duas dimensões estão particularmente presentes na re-definição desses processos: em primeiro lugar, a própria reversibilidade dos diferentes fluxos migratórios, em especial as oscilações nos volumes de emigração e imigração e suas novas modalidades; em segundo lugar, a menor permanência das condições da migração para a caracterização das áreas.

O caso de Estado de São Paulo é indicativo de tais alterações (Tabela 7). Nas principais trocas migratórias ocorridas entre 2001-2006, dentre os estados brasileiros, São Paulo apresentou-se como área de forte perda migratória para os estados da região Sul e Centro-Oeste, com destaque para Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além do Amazonas (IEM em torno –0,40); área de retenção da migração com nas trocas com os estados do Pará e Rio de Janeiro; e, área de rotatividade migratória com os restantes vinte estados brasileiros.

Como se poderia visualizar essa configuração migratória para São Paulo dez anos atrás? Como mantermos a hipótese de que esta tendência atual de rotatividade migratória permanecerá?

A passagem de uma “condição migratória” de retenção, perda ou rotatividade migratória para qualquer área é bastante tênue e por isso a dificuldade, cada vez maior, de explicações do fenômeno migratório.

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Tabela 7- Imigração e Emigração com o Estado de São Paulo 2001-2006

Imigração Emigração Trocas IEM Rondônia . 706 . . Acre . 314 . . Amazonas 1.796 3816 -2020 -0,36 Roraima . 632 . . Pará 13.350 7226 6124 0,30 Amapá . 865 . . Tocantins 6.186 6772 -586 -0,05 NORTE 21.332 20331 1001 0,02 Maranhão 15.983 14078 1905 0,06 Piauí 26.717 38148 -11431 -0,18 Ceará 34.742 66301 -31559 -0,31 R.G.Norte 10.696 22088 -11392 -0,35 Paraíba 46.993 32688 14305 0,18 Pernambuco 48.089 73538 -25449 -0,21 Alagoas 29.353 32517 -3164 -0,05 Sergipe 6.186 8664 -2478 -0,17 Bahia 133.335 171867 -38532 -0,13 NORDESTE 352.094 459889 -107795 -0,13 Minas Gerais 154.067 188248 -34181 -0,10 Espírito Santo 17.042 14861 2181 0,07 Rio de Janeiro 48.171 28927 19244 0,25 São Paulo . . . . SUDESTE 219.280 232036 -12756 -0,03 Paraná 79.796 107122 -27326 -0,15 Santa Catarina 19.576 46323 -26747 -0,41 R.G.do Sul 7.084 17076 -9992 -0,41 SUL 106.456 170521 -64065 -0,23 M.G.do Sul 13.250 38507 -25257 -0,49 Mato Grosso 6.146 14501 -8355 -0,40 Goiás 33.543 24976 8567 0,15 Distrito Federal 13.368 11806 1562 0,06 C.OESTE 66.307 89790 -23483 -0,15 TOTAL 765.469 972.567 -207098 -0,12 Exterior 57.809

Fonte: FIBGE, Censo Demográfico de 2000, PNAD 2004 e PNAD 2006. Tabulação NEPO/UNICAMP

A matriz migratória da PNAD 200611 indica os maiores volumes nos fluxos

migratórios, para o período 2001-2006 (Mapa 1):

-Do Maranhão para o Pará: PA com saldo migratório de 42 mil pessoas

-De São Paulo para a Bahia, Minas Gerais e Paraná: com saldos negativos para SP

- Do Distrito Federal para Goiás

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- Do Paraná para Santa Catarina

- Do Rio de Janeiro para Minas Gerais e São Paulo - Da Bahia para Goiás

Nesse contexto de redefinição de áreas de retenção e perdas migratórias, define-se processos migratórios que resultam em espaços de rotatividade migratória, onde a análise das migrações no contexto de cada uma das Grandes Regiões permite identificar o papel que os movimentos migratórios circunscritos às mesmas regiões desempenham na caracterização da ”condição migratória” dos estados brasileiros na referida temporalidade; no caso, o período 2001-2006.

Na região Norte, o Estado do Pará passa a ser a maior área de evasão de população no contexto de sua própria região. Sua polarização se dá com os estados vizinhos do Maranhão e de Tocantins. O Amazonas recebe as migrações do Pará, configurando como área de rotatividade migratória com os demais estados. Roraima se destaca como pólo regional.

Na Região Nordeste, o Maranhão apresenta como área de retenção dos fluxos do Piauí. O Ceará retém as migrações de Pernambuco , Bahia e Piauí. A Bahia parece se configurar com uma área de rotatividade migratória regional.

Dentre os estados da Região Sudeste, São Paulo é também uma área de rotatividade migratória com Minas Gerais e Espírito Santo, passando a ser uma área de retenção de migrantes oriundos do Rio de Janeiro, no período 2001-2006.

Na região Sul, o Paraná envia fluxos migratórios para Santa Catarina, sendo que o Rio Grande do Sul para os dois; Santa Catarina é o pólo regional de retenção migratória.

Finalmente, no Centro-Oeste, Goiás o pólo migratório regional, inclusive com saldos migratórios bastante superiores ao do Distrito Federal.

Em síntese, pode-se caracterizar os espaços da migração no período 2001-2006 da seguinte maneira:

-área de retenção migratória nacional e regional: Goiás

-área de retenção migratória regional: Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Santa Catarina

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Mapa 1

Principais Fluxos Migratórios Interestaduais, 2001-2006

Fonte: FIBGE, PNAD 2006. Tabulação NEPO/UNICAMP

Considerações Finais

A complementaridade em termos de transferências de população do Nordeste para o Sudeste, que parecia ter diminuído nos anos 80, volta a ser retomada nos 90, porém se redesenhando no início dos 2000. O Nordeste registrava um total de 1,3 milhão de emigrantes para outras regiões, em 1986-1991, elevando-se para 1,4 milhão em 1995-2000, mantendo-se no mesmo patamar com 1,3 mil emigrantes entre o período 2001-2006. O fluxo migratório inter-regional do Nordeste para o Sudeste era de 969 mil pessoas, entre 1995-2000, passando para 539 mil entre 2001-2006. Nas trocas migratórias entre os estados do Nordeste e São Paulo, Maranhão e Paraíba

0 250 kilometers 500 0 250 kilom eter s 500 Per n am b u co Per n am b u co Per n am b u coPer n am b u coPer n am b u coPer n am b u coPer n am b u coPer n am b u coPer n am b u co

Alag o as Alag o as Alag o asAlag o asAlag o asAlag o asAlag o asAlag o asAlag o as

Par aí b a Par aí b a Par aí b a Par aíb a Par aíb aPar aíb aPar aíb aPar aíb a Par aíb a B ah i a B ah i a B ah i aB ah i aB ah i aB ah iaB ah iaB ah iaB ah i a To can ti n s To can ti n s To can ti n sTo can tin sTo can tin sTo can tin sTo can tin sTo can tin sTo can tin s

Piau í Piau í Piau íPi au íPi au íPi au íPiau íPiau íPiau í

Mato G r o sso Mato G r o sso Mato G r o ssoMato G r o ssoMato G r o ssoMato Gr o ssoMato Gr o ssoMato Gr o ssoMato G r o sso

Ser g ip e Ser g ip e Ser g ip eSer g ip eSer g ip eSer g ip eSer g i p eSer g i p eSer g i p e

Mato Gr o sso d o Su l Mato Gr o sso d o Su l Mato Gr o sso d o Su lMato Gr o sso d o Su lMato Gr o sso d o Su lMato Gr o sso d o Su lMato Gr o sso d o Su lMato Gr o sso d o Su lMato Gr o sso d o Su l

R io G r an d e R io G r an d e R io G r an d eR io G r an d eR io G r an d eR io Gr an d eR io Gr an d eR io Gr an d eR io G r an d e d o N o r te d o N o r te d o N o r te d o N o r te d o N o r te d o N o r te d o N o r te d o N o r te d o N o r te Par á Par á Par áPar áPar áPar áPar áPar áPar á Am ap á Am ap á Am ap áAm ap áAm ap áAm ap áAm ap áAm ap áAm ap á C ear á C ear á C ear á C ear á C ear áC ear áC ear áC ear á C ear á

Min as Ger ais Min as Ger ais Min as Ger ais Min as Ger ais Min as Ger aisMin as G er aisMin as G er aisMin as G er ais Min as Ger ais R o r aim a

R o r aim a R o r aim aR o r aim aR o r aim aR o r aim aR o r ai m aR o r ai m aR o r ai m a

Par an á Par an á Par an áPar an áPar an áPar an áPar an áPar an áPar an á

San ta C atar i n a San ta C atar i n a San ta C atar i n aSan ta C atar in aSan ta C atar in aSan ta C atar in aSan ta C atar in aSan ta C atar in aSan ta C atar in a Go iás Go iás Go iás Go iás Go iásG o i ásG o i ásG o i ás Go iás Am az o n as Am az o n as Am az o n as Am az o n as Am az o n asAm az o n asAm az o n asAm az o n as Am az o n as R io G r an d e d o Su l R io G r an d e d o Su l R io G r an d e d o Su lR io Gr an d e d o Su lR io Gr an d e d o Su lR io Gr an d e d o Su lR i o Gr an d e d o Su lR i o Gr an d e d o Su lR i o Gr an d e d o Su l R o n d ôn i a R o n d ôn i a R o n d ôn i aR o n d ôn iaR o n d ôn iaR o n d ôn iaR o n d ôn iaR o n d ôn iaR o n d ôn ia Acr e Acr e Acr eAcr eAcr eAcr eAcr eAcr eAcr e

R io d e Jan eir o R io d e Jan eir o R io d e Jan eir oR io d e Jan eir oR io d e Jan eir oR io d e Jan eir oR i o d e Jan eir oR i o d e Jan eir oR i o d e Jan eir o Mar an h ão Mar an h ão Mar an h ãoMar an h ãoMar an h ãoMar an h ãoMar an h ãoMar an h ãoMar an h ão

São Pau lo São Pau lo São Pau loSão Pau loSão Pau loSão Pau loSão Pau l oSão Pau l oSão Pau l o

Esp í r ito San to Esp í r ito San to Esp í r ito San toEsp ír i to San toEsp ír i to San toEsp ír i to San toEsp ír ito San toEsp ír ito San toEsp ír ito San to

0 250 kilometers 500 0 250 kilom eter s 500 Per n am b u co Per n am b u co Per n am b u coPer n am b u coPer n am b u coPer n am b u coPer n am b u coPer n am b u coPer n am b u co

Alag o as Alag o as Alag o asAlag o asAlag o asAlag o asAlag o asAlag o asAlag o as

Par aí b a Par aí b a Par aí b a Par aíb a Par aíb aPar aíb aPar aíb aPar aíb a Par aíb a B ah i a B ah i a B ah i aB ah i aB ah i aB ah iaB ah iaB ah iaB ah i a To can ti n s To can ti n s To can ti n sTo can tin sTo can tin sTo can tin sTo can tin sTo can tin sTo can tin s

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registraram saldos negativos com São Paulo. Essas oscilações nos volumes da imigração e emigração entre o Nordeste e Sudeste parecem confirmar as enormes idas-e-vindas, o caráter reversibilidade dos movimentos migratórios internos de longa distância no Brasil.

A novidade da PNAD 2004 foi confirmada na PNAD 2006, qual seja: saldo migratório negativo para o Estado de São Paulo. Entretanto, os volumes de imigração e emigração entre Nordeste-São Paulo não serão muito menores; isto por que em um contexto de enorme transformações na dinâmica produtiva, onde o setor terciário tem importante papel – quer seja nas metrópoles do Sudeste ou no Nordeste - e o emprego na indústria oscila conforme o mercado internacional, a rotatividade migratória tenderá a se consolidar, marcando uma nova fase do processo de redistribuição espacial da população brasileira.

Assim, as migrações no início dos 2000 redefinem seus pólos, configurando-se muito mais áreas de retenção da migração do que uma tendência polarizadora de longa permanência. É nesse sentido, que se pode observar nas migrações nacionais do período 2001-2006 uma faixa que se estende do Mato Grosso passando por Goiás, Tocantins, Maranhão e Piauí até o Pará as maiores áreas de retenção migratória.

Já o outro corredor da migração nacional é historicamente conformado pelos fluxos Nordeste-Sudeste, e agora pelos seus refluxos Sudeste-Nordeste, onde transitam os volumes mais elevados da migração do país, com intensas áreas de rotatividade migratória, mas com espacialidades migratórias em âmbito

sub-regional, como são os casos de Minas Gerais, Bahia e São Paulo.

Na Região Sul também se configura esse espaço sub-regional da migração, com a espacialidade migratória de Santa Catarina. Já no extremo norte do país, além da baixa mobilidade populacional, não há como caracterizar nenhum espaço migratório que se defina como centralidade destes movimentos, apesar da importância do Amazonas na recepção dos fluxos migratórios do Pará e da atual retenção migratória de Roraima.

As análises aqui apresentadas buscaram introduzir novas perspectivas às reflexões sobre as migrações no Brasil, a partir das informações advindas da PNAD 2006. A complexidade do fenômeno requer que se considere muito mais que os fluxos de imigração, emigração e suas trocas migratórias; é preciso que sejam incorporadas dimensões – dentre outras, a reversibilidade da migração e sua

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áreas de retenção de população, de perda migratória ou ainda, e talvez a maior novidade do século XXI, de rotatividade migratória para a maioria dos estados brasileiros.

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