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INDICADORES FÍSICO-QUÍMICOS DE QUALIDADE EM PLINTOSSOLO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVOS NO ECÓTONO CERRADO-AMAZÔNIA

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11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palma

INDICADORES FÍSICO-QUÍMICOS DE QUALIDADE EM

PLINTOSSOLO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE

CULTIVOS NO ECÓTONO CERRADO-AMAZÔNIA

Hailane Gama Vargas1; Viviane Fernandes Moreira2;

1

Aluno do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi; e-mail: Lane-vargas@hotmail.com

2Orientadora do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi; e-mail: viviane.fm@uft.edu.br

RESUMO: O manejo inadequado do solo para introdução de atividades agrícolas, empregando técnicas de manejo pouco sustentáveis, pode promover alterações nos atributos físicos e químicos e, consequentemente, perda da capacidade produtiva do solo. Desta forma o objetivo do presente trabalho foi avaliar a qualidade de diferentes sistemas de manejos cultivados em Plintossolos, por meio da avaliação de indicadores físicos e químicos. Os sistemas avaliados foram: cerrado nativo (testemunha), sistema agroflorestal, sistema de plantio convencional de manga e banana e pastagem natural. Foram coletadas amostras nas profundidades de 0 a 0,10 m e 0,10 a 0,20 m, para determinações químicas acidez ativa (pH), cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K), fósforo (P), matéria orgânica (MO), soma de bases (SB), capacidade de troca de cátions total (T), e saturação por bases (V), e físicas densidade do solo, porosidade total, macro e microporosidade, e resistência do solo à penetração e umidade gravimétrica.

Palavras-chave: Indicadores de qualidade; químicos, físicos; Plintossolo. INTRODUÇÃO

Dependendo do tipo de manejo adotado, os solos podem manter melhorar ou piorar as suas propriedades químicas e físicas, as quais refletem sua capacidade produtiva (SILVA & ARAÚJO, 2005). A qualidade do solo se relaciona com sua capacidade em desempenhar funções que interferem na produtividade de plantas e animais e no ambiente, podendo mudar com os passar dos tempos em decorrência de eventos naturais ou uso humano (SOIL SCIENCE SOCIETY OF AMERICA, 1995).

Esta geralmente é determinada por um conjunto de atributos físicos e químicos, que refletem as diferentes características do solo e que influenciam as suas diversas funções. Os atributos físicos do solo são bons indicadores de qualidade e permitem o monitoramento de áreas que sofreram algum tipo de interferência, determinando melhor uso daquele que provoca menor degradação (ARSHAD et al., 1996). Entre esses atributos, destacam-se a densidade, a porosidade e a resistência mecânica do solo á penetração.

A estrutura física e a fertilidade do solo são fatores importantes envolvidos na formação e no estabelecimento das culturas. As mudanças evidenciadas nos atributos físicos afetam a movimentação

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de água, ar, nutriente e raízes no perfil do solo, bem como nos atributos químicos, sendo a fertilidade do solo indispensável para o desenvolvimento das plantas. Neste contexto, o manejo do solo passa a ser um instrumento essencial para ser usado na busca de atividades agropecuárias sustentáveis (CASALINHO & MARTINS, 2004).

Desta forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar a qualidade de diferentes sistemas de manejos cultivado em plintossolos, por meio da variação de indicadores físicos químicos do solo na região Ecótono Cerrado- Amazônia.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido na estação experimental da Universidade Federal do Tocantins – UFT, no Campus de Gurupi. O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso, em esquema fatorial, com dez tratamentos e quatro repetições. As amostras de solo foram coletadas na estação seca, ano de 2012, e encaminhadas para o laboratório de solos do Campus de Gurupi, para a realização de análises químicas e físicas do solo.

Em relação aos indicadores físicos foram analisados: a granulometria (método de Bouyoucos); porosidade total obtida considerando-se o peso de saturação dos anéis; microporosidade pelo método da mesa de tensão e a macroporosidade pela diferença entre a porosidade total e a microporosidade. A densidade do solo foi realizada pelo método do anel volumétrico, já a resistência do solo à penetração foi determinada utilizando-se o penetrômetro de impacto tipo IAA Planalsucar. Os parâmetros químicos do solo foram analisados em procedimentos de rotina desenvolvidos no Laboratório de Solos do Campus de Gurupi, segundo metodologias desenvolvidas pela EMBRAPA (1999). Os dados foram submetidos aos testes de normalidade, método Shapiro Wilk, e homogeneidade da variância e dos erros, método Hartley. Após a verificação dessas pressuposições, procedeu-se á análise de variância (ANOVA), sendo as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% probabilidade, por meio do programa estatístico SISVAR (versão 5.3)

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O teor de cálcio apresentou-se superior nos sistemas de manejo cerrado e manga (Tabela 1). Segundo os padrões de fertilidade da 5º aproximação (CFSEMG, 1999), estes teores são considerados altos. Para o teor de magnésio não foi detectada diferença significativa entre os tratamentos (Tabela 1). O valor médio dos tratamentos foi de 0,89 cmolc/dm3 (Tabela 1), valor este considerado médio CFSEMG (1999). Para o potássio, a maior média foi identificada no sistema de manejo da banana, fato que pode estar relacionado com o tipo de material orgânico que é depositado ao solo. Já para o fósforo,

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os maiores valores foram observados no sistema pastagem natural e banana (Tabela 1). O pH apresentou-se superior nos sistemas de plantio agroflorestal, pastagem natural e banana (Tabela 1) entretanto, de acordo com (RIBEIRO 1999) estão dentro da faixa de pH alta para o cultivo da maioria das culturas, indicando portanto necessidade de correção.

Soma de bases (SB) e saturação de bases (V%) tiveram médias superiores no sistema de manejo manga. De acordo com os índices estabelecidos por (CFSEMG, 1999), estes resultados são considerados altos para o parâmetro soma de bases e médios para a saturação de bases, fatos que estão associados principalmente aos maiores teores de cálcio encontrados neste tratamento, o que estaria elevando a soma de bases e, conseqüentemente, a saturação de bases.

Não houve diferença significativa para a CTC (total), apresentando teor médio de 7,14 cmoc/dm-3 valores estes considerados médios segundo (CFSEMG, 1999). Já para a matéria orgânica, a análise estatística não apresentou diferença estatística entre os tratamentos apesar dos diferentes sistemas de manejo do solo adotados. A média geral dos tratamentos foi de 10,49 g/dm3. Apesar dos baixos teores de matéria orgânica encontrados, da análise granulométrica ter apontado para solos de textura arenosa (853,27 g/kg), em todos estes sistemas, os valores de CTC total associados a estes elevados valores de saturação por bases podem estar apontando para argila de atividade alta o que provavelmente pode estar mantendo esta fertilidade do solo nestes sistemas.

De acordo com os resultados obtidos (Tabela 2), verificou-se que os maiores valores de densidade do solo foram verificados nos tratamentos manga na profundidade de 0,10 a 0,20 m e pastagem na profundidade de 0 a 0,10 m, em relação aos demais tratamentos. Segundo RABELO (2000), a densidade do solo, geralmente, aumenta com a profundidade do perfil, em decorrência de pressões exercidas pelas camadas superiores sobre as subjacentes, propiciando fenômeno conhecido por adensamento, o qual acaba por acarretar a redução da porosidade total. Já para a profundidade de 0 a 0,10 m, referente à pastagem, o valor elevado da densidade do solo pode ser explicado pela maior pisoteio animal (MULLER et. al., 2001). Não foi observada diferença estatística para o parâmetro macroporosidade, sendo o valor médio de 16,9% (Tabela 2). Este resultado pode ser justificado pelo alto teor de areia (853,27 g/kg), encontrado no solo de todos os tratamentos. Para o parâmetro microporosidade (Tabela 2), médias superiores foram identificadas nos tratamentos cerrado nativo e agrofloresta e para a porosidade total (Tabela 2), os resultados demonstraram valores superiores para os tratamentos cerrado, agrofloresta e banana na profundidade de 0 a 0,10 m e para o cerrado na profundidade de 0,10 a 0,20 m. Estes resultados podem ser justificados pela maior percentagem de microporos associada a quantidade de macroporos. Em contrapartida, reduzidos valores de porosidade

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total, citando os demais tratamentos (Tabela 2) podem estar associados ao pisoteio de animais, máquinas agrícolas e manejo inadequado, os quais irão acarretar interferências na estrutura do solo, promovendo redução do volume total de poros. Já para o parâmetro resistência mecânica do solo à penetração, os menores valores foram obtidos nos tratamentos cerrado e agrofloresta, ambos na profundidade de 0 a 0,10 m. Esses resultados provavelmente estão atrelados à menor interferência antrópica no solo destas áreas, a textura arenosa e aos baixos valores de densidade do solo e maior macro e microporosidade do solo (Tabela 2), o que provavelmente estão promovendo esta baixa resistência à penetração. Conforme SOUZA & ALVES (2003), valores de resistência à penetração que não são considerados como impeditivos ao crescimento e desenvolvimento de plantas, podem variar de 3 a 5 MPa, dependendo do tipo de solo, manejo e uso do solo, culturas, umidade, entre outros.

LITERATURA CITADA

ARSHAD, M.A.; LOWERY, B.; GROSSMAN, B. Physical tests for monitoring soil quality. In: DORAN, J.W.; JONES, A.J. (Ed.). Methods for assessing soil quality. Madison: Soil Science Societyof America, 1996. p.123-141. (SSSA special publication, 49).

CASALINHO, H.D. & MARTINS, S.R. Qualidade do solo como indicador de sustentabilidade em agroecossistemas: avaliações integrando os conhecimentos acadêmicos e não-acadêmicos. In: CANUTO, J.C. & COSTABEBER, J.A. Agroecologia: Conquistando a soberania alimentar. Porto Alegre, Emater/RS-Ascar; Pelotas, Embrapa Clima Temperado, 2004. p.212-225.

EMBRAPA/CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE SOLOS Manual de métodos de

análise de solo. 2aed. Rio de Janeiro: EMBRAPA/CNPS, 1999. 212p.

RABELO, N. A. Método de Análise – Goiânia: Ed. UCG, 2000. 88p.: - (Cadernos Didáticos; 12).

MULLER, M.M.L.; GUIMARÃES, M.F.; DESJARDINS, T. & MARTINS, P.F.S.

Degradação de pastagens na Região Amazônica: Propriedades físicas do solo e crescimento de raízes. Pesq. Agropec. Bras., v.36, p.1409-1418, 2001.

SOIL SCIENCE SOCIETY OF AMERICA - SSSA. Statement on soil quality. Madison, Agronomy News, 1995. 200p.

SOUZA, Z.M.; ALVES, M.C. Propriedades químicas de um Latossolo Vermelho distrófico de cerrado sob diferentes usos e manejos. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.27, n.1, p.133-139, 2003.

SILVA, D.J.; ARAÚJO, C.A. de S. Agricultura irrigada: a importância da adubação. In: Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 30., 2005, Recife. Anais. Recife, PE: Sociedade Brasileira

de Ciência do Solo, 2005. CD Rom.

P.T.G.; ALVAREZ V., V.H. (Ed.). Recomendaçãoes para o uso de corretivos e fertilizantes

em Minas Gerais: 5. Aproximação. Viçosa: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas

Gerais, 1999. p.359.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT, com a orientação da professora Viviane Fernandes Moreira, ajuda de Juliana Barilli, Edíhones Lima Reis, Patricia Bartkow de Almeida e Thaís Araujo Coelho de Oliveira.

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Tabela 1. Cálcio (Ca), magnésio (Mg), fósforo (P), pH em água, capacidade de troca catiônica total (CTC total), saturação por base (V%), matéria orgânica (M.O) e soma de bases trocáveis (S), em relação a diferentes sistemas de manejo e profundidades de coleta de solo.

Sistemas de manejo Cálcio* (cmolc/ dm3) Magnesio ns (cmolc/ dm3) Fósforo* (mg/dm3) pH* (H2O) Potássio* (cmolc/ dm3) CTC (T)ns (cmolc/ dm3) Saturação por* bases (%) Matéria orgânica ns (g/dm3) Soma de bases* (cmolc/ dm3) Média/Sistema de Manejo Média Geral: Média/Sistema de Manejo Média/Sistema de Manejo Média/Sistema

de Manejo Média Geral: Média/Sistema de Manejo Média/Sistema de Manejo Média/Sistem a de Manejo Cerrado Agrofloresta Manga Banana Pastagem 3,08ª 2,77B 3,12A 2,72B 2,86B 0,89 0,97 1,07 1,00 1,02 2,28B 1,99B 3,43B 2,79A 3,22A 6,17 C 6,32 A 6,24 B 6,34 A 6,31 A 6,17C 6,32A 6,24B 6,34A 6,31A 7,22 7,00 7,13 6,73 7,63 54,69B 54,02B 59,71A 55,89B 49,98C 12,67 9,62 11,09 9,03 9,03 3,94B 3,78B 4,24A 7,76B 3,80B Média Geral 2,91 0,99 2,54 6,27 6,27 7,13 54,85 10,49 3,90 C.V.% 8,14 18,01 17,22 0,76 24,38 7,14 6,43 15,56 5,63

*Valores seguidos pela mesma letra, maiúscula nas colunas e minúscula nas linhas, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 0,05 de significância. nsNão significativo ao nível de 0,05 de significância pelo teste de Scott-Knott.

Tabela 2. Densidade do solo, Macroporosidade, Microporosidade, Porosidade Total e Resistência mecânica do solo à penetração em relação a

diferentes sistemas de manejo e profundidades de coleta do solo.

* Valores seguidos pela mesma letra, maiúscula nas colunas e minúscula nas linhas, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 0,05 de significância.

nsNão significativo ao nível de 0,05 de significância pelo teste de Scott-Knott Sistemas De Manejo Densidade do Solo* (g/cm3) Macroporosidadens (%) Microporosidade* (%) Porosidade Total* (%) Resistência Mecânica do Solo a Penetração * (MPa) Umidade Gravimétrica* (U%) Profundidade (m) Média/Sistema de Manejo Média/Sistema de Manejo Profundidade (m) Profundidade (m) Média/Sistema de Manejo 0 - 0,10 0,10 - 0,20 0 – 0,10 0,10 - 0,20 0 - 0,10 0,10 - 0,20 Cerrado Agrofloresta Manga Banana Pastagem 1,19Cb 1,35Ba 1,40Ab 1,32Bb 1,40Aa 1,28Ca 1,34Ca 1,49Aa 1,39bB 1,41Bb 27,31A 25,36A 23,76A 25,86A 28,55A 13,69A 12,10A 8,98D 8,48D 4,95C 40,75Aa 38,40Aa 33,15Ba 40,06Aa 34,10Ba 39,52Aa 33,76Bb 32,33Ba 32,17Bb 32,90Ba 4,55Bb 3,74Bb 5,91Ba 10,02Aa 8,31Ab 11,35 Aa 11,75 Aa 8,35 Aa 10,20 Aa 12,46Aa 7,28B 5,35C 10,02A 6,96B 3,99D Média geral 1,35 26,16 9,64 35,71 8,66 6,72 C.V 3,41 16,88 17,37 8,46 24,67 12,53

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