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MODELO DE ANÁLISE DE RISCOS APLICADA NA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS

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MODELO DE ANÁLISE DE RISCOS

APLICADA NA GESTÃO DE RESÍDUOS

SÓLIDOS INDUSTRIAIS

Leonardo Dias Pinto (Latec/UFF)

Osvaldo Luiz Gonçalves Quelhas (Latec/UFF)

Resumo

Os resíduos sólidos provenientes das diversas atividades industriais representam perdas significativas e impactos aos processos produtivos, além de ocasionar impactos e riscos nas diversas atividades.

A gestão de resíduos é um sistema de ggestão utilizado para reduzir ou eliminar os impactos socioambientais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável de forma sistêmica, permitindo identificar perdas e priorizar etapas para controle.

As perdas de materiais, desgastes de equipamentos e tempo de produção aliados aos riscos de acidentes, vazamentos e impactos ambientais podem ser analisados por ferramentas de identificação e controle, permitindo estabelecer estratégias para gestão destes resíduos industriais de forma preventiva, priorizando as etapas mais críticas dentro deste modelo de gestão.

Palavras-chaves: Gestão de resíduos, análise de riscos, perdas, meio ambiente

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1. INTRODUÇÃO

Diversas atividades de indústrias que atuam na exploração de recursos naturais são apontadas como principais responsáveis no favorecimento do desequilíbrio ambiental e causadoras de perdas irreparáveis ao meio ambiente (SILVA, 2008). Por outro lado, estas indústrias investem cada vez mais no desenvolvimento de novas tecnologias e sistemas integrados para redução das perdas nos processos e menores impactos aos ambientes em que atuam direta ou indiretamente.

Segundo Ribeiro (2003), a utilização de estudos e implantação de sistemas de gestão de forma sistêmica e contínua em seus aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais são cada vez mais aplicados nas diversas etapas da cadeia produtiva de uma empresa.

A utilização de ferramentas para análise das etapas de seus processos na busca de identificação de possíveis perdas e medidas corretivas para reduzir ou eliminas riscos e perdas são fundamentais para crescimento da cultura de desenvolvimento sustentável nas organizações.

As perdas estão associadas à diminuição de produção ou rendimento, prejuízos com aumento de resíduos ou sobras, acidentes e impactos ao ambiente que envolva descarte de produtos ou paralisação de um processo.

O presente estudo busca apresentar os conceitos para a utilização de um modelo para análise de riscos na gestão dos resíduos industriais, permitindo identificar etapas dentro de seus processos de produção associados a outras ferramentas como coleta seletiva, formas de armazenagem e destinação final de resíduos sólidos em busca de melhor eficiência e seu desenvolvimento de forma integrada.

A condição estabelecida para melhorias no sistema de gerenciamento de resíduos sólidos permite a evolução para um Sistema de Gestão Integrado (SGI) e apoio no desenvolvimento de novas tecnologias e alternativas para tratamento sistêmico da questão.

2. FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

As indústrias buscam cada vez mais investir em sistemas de controle para reduzir perdas e impactos ao meio ambiente e identificam em seus resíduos gerados, uma grande oportunidade para realizar ações de reciclagem ou reutilização e consequente aumento de produção.

A importância deste tema está diretamente relacionada aos impactos ambientais e a destinação final de resíduos sólidos que são destinados aos aterros sanitários e industriais, gerando passivos cada vez mais nocivos a degradação do nosso planeta.

O problema identificado e que motiva esta pesquisa é a necessidade de desenvolver um modelo que possibilite a aplicação na análise dos riscos durante a gestão de resíduos para melhor desempenho de seus processos, de forma sustentável e economicamente viável.

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3. OBJETIVO

O objetivo deste estudo é desenvolver um modelo para análise de riscos que seja aplicável na gestão dos resíduos sólidos industriais. Para alcançar este objetivo, será realizada uma análise dos conceitos de gestão e de perdas, para o desenvolvimento de um modelo de análise de riscos que permita identificar onde ocorrem os descartes e a priorização das ações, levando em consideração os aspectos teóricos abordados no estudo.

4. GESTÃO DE RESÍDUOS

Segundo Chiuvite e Andrade (2001) o entendimento sobre o que é resíduo está relacionado com tudo o que é descartado durante o processo de produção, transformação ou utilização de bens e serviços, bem como os restos decorrentes das atividades humanas, em geral, e que se apresente no estado sólido ou semi-sólido, líquido e os gases emitidos podem ser caracterizados como resíduos.

O planejamento de gestão dos resíduos é um conjunto de ações aplicadas em etapas de um determinado processo, permitindo a identificação do material ou produto, suas formas de recolhimento, transporte, armazenamento, destinação, acondicionamento e gestão final, podendo ser reutilizado, reciclado ou destinado para depósitos (aterros) de acordo com a análise e tratamento definido.

Segundo Castilhos Junior (2003), o gerenciamento de resíduos deve ser integrado, englobando etapas articuladas entre si, desde ações visando a não geração de resíduos até a disposição final.

Figura 01 - Modelo de agrupamento dos sistemas de gestão

Fonte: LOPES (2004) adaptado.

A gestão de resíduos remete não só aos fatores administrativos, gerenciais, econômicos, ambientais e de desempenho, mas também a aspectos operacionais e tecnológicos, LIMA (2002).

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4 As políticas ambientais brasileiras são estruturadas e estabelecem diretrizes e regulamentos para a questão de resíduos, porém na prática, suas aplicações e formas de fiscalização e controle são deficientes. A Constituição Brasileira, em seu Artigo 225, dispõe sobre a proteção ao meio ambiente, a Lei 6.938/81 estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente, a Lei 6.803/80 dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial em áreas críticas de poluição e a resolução CONAMA 23 dispõem sobre resíduos perigosos.

Algumas empresas e indústrias multinacionais ou de nacionais de grande porte utilizam normas específicas internacionais, seguindo as diretrizes de seus países sede ou normas internacionais traduzidas pela ABNT, onde são aplicadas para complementação ou aplicação prática na implantação desta gestão.

A utilização de um sistema de gestão para controle dos resíduos e a aplicação de soluções inovadoras e sustentáveis para utilização ou destinação destas sobras ou materiais são sem dúvida um dos maiores desafios no processo de melhoria das condições ambientais e de impactos na natureza, uma vez que alguns materiais podem representar grandes volumes e componentes ou substâncias de alto tempo para decomposição.

4.1. Segregação e identificação dos resíduos

Segundo Lima (2002), a forma de segregação de forma correta e parametrizada é fundamental para o início do gerenciamento, permite o tratamento de forma racional e estruturada e reduz ainda mais o dispêndio de recursos na identificação, seleção e acondicionamento dos resíduos. Para iniciar um sistema de controle dos resíduos gerados é necessário primeiramente identificar e definir aquilo que vai ser controlado, ou seja, é preciso saber quais resíduos serão trabalhados.

A identificação e posterior segregação permitem, além da melhoria na organização e ordenação dos ambientes, uma melhor qualidade dos resíduos e segregação por compatibilidade, reduzindo riscos de contaminações, degradações e desgastes. Estas etapas durante a identificação e segregação dos resíduos aumentam as possibilidades de recuperação ou reciclagem e reduzir o volume a ser tratado.

A separação dos resíduos deve ser realizada preferencialmente no local de origem, com segregação dos possíveis contaminantes ou resíduos perigosos, evitando a mistura de materiais incompatíveis ou reagentes. Deve-se ainda evitar misturas de resíduos sólidos e líquidos, aumentando a possibilidade do tratamento na fase seguinte.

4.2. Caracterização e classificação dois resíduos

Segundo a NBR 10004 os resíduos são caracterizados nos estados sólidos e semi-sólidos e que resultam das atividades da comunidade de origem: Industrial, doméstico, hospitalar, comercial, agrícola, serviços gerais e varrição.

O agrupamento em classes distintas de resíduos que possuem características semelhantes em função dos riscos que apresentam ao meio ambiente e a classificação são os principais pontos a serem considerados no estabelecimento das ações, uma vez que a técnica e a viabilidade econômica permitem o controle sistêmico do problema.

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5 São resíduos sólidos e semi-sólidos resultantes do processamento industrial, bem como do desgaste de seus equipamentos e instalações, abrangendo lodos, líquidos provenientes do processamento, sobras de materiais produtos fora das especificações. Incluem-se também resíduos semi-sólidos depositados em estações de tratamento e efluentes e sobras de componentes utilizados para transporte e movimentação de materiais.

Periculosidade dos resíduos:

Resíduos com características que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou contagiosas, possuam potencial de risco à saúde, provocando ou acentuando um aumento de mortalidade ou incidência de doenças; risco ao meio ambiente e nas comunidades ao entorno. A periculosidade de um resíduo permite priorizar o tratamento, deposição e formas de controle, onde muitas vezes é bastante difícil em função, principalmente, das limitações técnicas de tecnologias e custos.

Os resíduos não definidos previamente como de conhecimento periculoso deve ser analisado através da amostragem, exames e testes laboratoriais padronizados para caracterização conforme suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Classificação dos resíduos:

As fases de um determinado resíduo desde a sua geração, manuseio, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final, devem basear-se na classificação em função dos riscos potenciais e reais que estes podem apresentar ao homem e impactos ambientais.

A ABNT estabeleceu um conjunto de normas para padronização e caracterização dos resíduos de acordo com sua especificidade e aplicação.

NBR 10.004 Resíduos Sólidos Classificação NBR 10.005 Lixiviação de Resíduos Procedimento NRB 10.006 Solubilização de Resíduos Procedimento NBR 10.007 Amostragem de Resíduos Procedimento Quadro 01 - Normas ABNT para classificação e caracterização de resíduos

Fonte: <www.abnt.org.br> Acesso em 06 dez. 2010.

A NBR 10.004 classifica os resíduos nas seguintes categorias de risco:

Classe I - Perigosos: resíduos ou mistura que, em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, podem apresentar riscos à saúde pública, provocando ou contribuindo para um aumento de mortalidade ou incidência de doenças e/ou apresentar efeitos adversos ao meio ambiente, quando manuseado ou disposto de forma inadequada. Como exemplo, estes são: Lama de cromo, borras oleosas, lodo de estação de tratamento.

Classe II - Não Inertes: são os resíduos que por suas características, não se enquadram nas classificações de resíduos Classe I (Perigosos) ou Classe III (Inertes). Esses Resíduos podem

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6 apresentar propriedades como: solubilidade em água, biodegradabilidade, combustibilidade. Ex.: Restos de alimentos, papel, papelão, madeira, tecidos, borrachas, correias.

Classe III - Inertes: resíduos que submetidos ao teste de solubilidade (conforme NBR 10.006 - Solubilização de resíduos) sem constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água conforme a NBR 10.004. Como exemplo, estes são: Blocos de Concreto, vidro, porcelana, plásticos.

4.3. Inventário de resíduos industriais

Os resíduos existentes ou gerados pelas diversas atividades industriais devem ser controlados de forma específica, sendo considerado como uma das etapas do sistema de gestão. A resolução CONAMA 313 dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais, apresentando informações sobre a geração, características, armazenamento, transporte, tratamento, reutilização, reciclagem, recuperação e disposição final dos resíduos sólidos gerados pelas indústrias do país.

Em seu anexo I, a resolução define uma estrutura de formulário específico para coleta dos resíduos gerados durante atividade industrial e informações sobre seu preenchimento, fundamentais para que o Estado obtenha conhecimento da real situação em que esses resíduos se encontram e possa cumprir seu papel na elaboração de diretrizes para o controle e gerenciamento dos resíduos industriais no país.

As informações sobre o processo de produção desenvolvido pela indústria também são abordados neste inventário, listando as matérias-primas, suas quantidades totais utilizadas no último ano correspondentes à capacidade máxima da indústria, com as unidades de medida correspondentes e as quantidades dos produtos fabricados pela indústria nos últimos doze meses e as correspondentes à capacidade máxima da indústria, indicando claramente as unidades de medida correspondentes.

Além das matérias-primas, o inventário deve conter informações sobre os principais processos da indústria e os resíduos sólidos gerados, contendo descrição sobre material, quantidade em toneladas por ano, código de classe e tipo de resíduo (ANEXO B) e sua forma de destinação, através de tratamento, reutilização, reciclagem, ou disposição final fora da indústria.

O ANEXO C define os códigos e formas de armazenamento, tratamento, reutilização, reciclagem e disposição final, padronizando assim a classificação e reporte das informações pela empresa geradora.

O inventário de resíduos industriais deve ser comunicado mensalmente pelas indústrias ao órgão estadual de meio ambiente e suas informações atualizadas a cada vinte e quatro meses, ou em menor prazo, de acordo com o estabelecido pelo próprio órgão, que fará um acompanhamento e monitoramento das condições e impactos das empresas geradoras no Brasil.

5. Método para análise de riscos

A utilização de modelos para identificação e controle dos fatores potenciais de riscos e perdas auxilia na antecipação e prevenção, permitindo melhor gestão dos processos e controle da produção.

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7 Cada etapa da produção ou processo deve ser mapeada, juntamente com os riscos e fatores potenciais de perda envolvidos, possibilitando realizar uma análise crítica em cada item, freqüência, severidade e medidas que possibilitem o controle ou eliminação do risco ou perda levantado.

A Análise Preliminar de Riscos (APR) é uma metodologia de análise dos riscos de processo e operações. O critério de aceitabilidade de riscos definido para a APR determinará a necessidade de ações preventivas ou mitigadoras dos cenários identificados.

A metodologia de APR compreende a execução das seguintes tarefas: - Definição das fronteiras das instalações analisadas;

- Coleta de informações sobre as instalações, a região e as características da substância perigosas envolvidas;

- Definição dos módulos de análise;

- Realização da APR propriamente dita (preenchimento da planilha para cada módulo de análise);

- Elaboração das estatísticas dos cenários por categorias de freqüência e de severidade e da lista de sugestões geradas no estudo;

- Análise dos resultados e preparação do relatório.

A realização da APR é realizada através de um modelo de uma planilha, com as informações necessárias à avaliação de riscos para cada módulo de análise, conforme ANEXO A.

5.1. Análise de atividades

Na etapa de análise das atividades realizadas, são identificadas as principais etapas das atividades e seus riscos, criticidade, melhorias e monitoramento, na busca de melhor eficiência na gestão.

O fluxograma do quadro abaixo demonstra os níveis necessários neste processo e a classificação dos efeitos para aplicação da APR.

Figura 02 - Fluxograma de APR

Divida a Área/Processo em Módulos Selecione um módulo para análise Identifique as situações de risco aplicáveis

Avalie suas causas e barreiras de proteção

Defina os efeitos

Classifique:

Freqüência

Complete a análise com base na Matriz de Decisão

Severidade Risco Selecione uma situação

de risco para análise Divida a Área/Processo em Módulos Selecione um módulo para análise Identifique as situações de risco aplicáveis

Avalie suas causas e barreiras de proteção

Defina os efeitos

Classifique:

Freqüência

Complete a análise com base na Matriz de Decisão

Severidade Risco Selecione uma situação

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Fonte: Elaboração própria.

Alguns itens são indispensáveis na elaboração de uma metodologia de análise de atividades para possibilitar a identificação de possíveis perdas e riscos:

- Processo ou atividade com seus passos necessários; - Descrição do perigo ou risco;

- Frequência de realização (Rotina, eventual ou emergencial); - Probabilidade da perda (alta, média, baixa ou inexistente);

- Potencial de Risco (Catastrófico, alto, médio, baixo, desprezível ou inexistente); - Procedimento de melhoria e controle.

Depois de estabelecidos estes itens, é possível estabelecer uma rotina para monitoramento, priorização, acompanhamento dos responsáveis e prazos para nova verificação.

5.2. Matriz de riscos

Para realização de um modelo de análise de riscos cada cada cenário, área, local ou processo são classificados de acordo com a sua categoria de freqüência e de severidade, que fornecem uma indicação qualitativa de frequência esperada de ocorrência e do grau de severidade das consequências de cada ponto identificado.

Para aplicação de APR é necessária a identificação das categorias citadas anteriormente conforme uma matriz de riscos, estabelecendo pesos para frequência e severidade, que multiplicados, permite escalonar os níveis de risco.

A frequência é a classificação de uma ocorrência não esperada dentro de um determinado processo analisado, estando relacionada a uma lista de categorias com cinco classificações e pesos atribuídos, que seguem desde uma ocorrência remota até um acontecimento freqüente. A classificação de severidade está associada à abrangência e ao impacto que a ocorrência atribuída pode ocasionar potencialmente, ou nos caso de ocorrência anterior, a classificação conforme histórico, permitindo assim a análise do risco sob diferentes aspectos de ordem ambiental, de saúde e de segurança ocupacional, na reputação da empresa, além dos aspectos sociais e operacionais.

Os valores obtidos nas classificações de frequência e severidade devem ser enquadrados na matriz de riscos (quadro 02), permitindo classificar o nível de risco, estabelecendo assim um nível de priorização para tratamento dos riscos analisados. Os valores encontrados nos quadros da matriz são resultado da multiplicação dos pesos de severidade e frequência, onde são atribuídas cores para melhor visualização dos níveis.

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Quadro 02 - Matriz e níveis de riscos

Fonte: Instrução de Análise de Riscos Vale (2009) adaptado.

A matriz de riscos permite identificar o nível em que aquele risco listado está associado e estabelecer critérios prioritários da categoria de risco para a tomada de decisão. Este cálculo em função da freqüência e severidade atribui uma pontuação específica para cada risco listado e analisado.

Os critérios em função do nível de risco variam do menor risco ao mais alto, com cinco níveis de categoria:

- Muito baixo: pontuação entre quatro e oito, com cenários de riscos toleráveis e sem necessidades de medidas para redução, cabendo sua implantação após análise e responsabilidade de liderança ou gerência da área local.

- Baixo: pontuação entre dez e vinte e quatro pontos, apresentando cenários de riscos baixos e toleráveis, permitindo sua redução através de medidas simples e de baixo investimento. As sugestões devem ser analisadas e não consideradas obrigatórias no caso de investimentos mais elevados e imediatos com custo baixo e baixo esforço.

- Médio: pontuação entre vinte e seis e sessenta e quatro, permitindo-se conviver com cenários neste nível de risco, porém com redução de médio em longo prazo. As recomendações são consideradas obrigatórias com prazo máximo de até três anos.

- Alto: pontuação entre oitenta e cento e vinte e oito, onde os riscos desta categoria devem ser minimizados. As recomendações são consideradas obrigatórias e de responsabilidade da gerência da unidade ou do negócio e implantação com prazo máximo de um ano.

- Muito alto: pontuação igual ou superior a cento e sessenta, com implantação imediata ou interdição até a solução de situação ou do risco. São consideradas obrigatórias e de responsabilidade do diretor da área de negócio ou do empreendimento.

Os cenários identificados com classificação como risco médio, alto e muito alto deverão ter sua classificação de freqüência e severidade reavaliada, considerando que as recomendações propostas serão implantadas ou possam varia em função de interferência com outros riscos e processos.

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6. Resultados esperados

Prevenir ou mitigar a repetição dos eventos ou de eventos semelhantes que possam gerar perdas dentro das empresas são etapas fundamentais para estabelecer um gerenciamento de resíduos de forma sustentável e baseada em resultados.

Este modelo de análise de riscos aplicado na gestão de resíduos sólidos industriais permite um controle sistêmico para diversas fases do processo, possibilitando desta forma que pessoas, departamento, empresa ou fornecedores realizem ações para eliminação no processo.

Estas ferramentas auxiliam na gestão de resíduos, identificando redução de perda e materiais que possam ser reinseridos no processo produtivo, reutilização de materiais em outros produtos, formas de segregação e coleta seletiva nos pontos de perda e não diretamente no destino final de todos os resíduos, possibilitando melhoria no transporte dos produtos, estocagem e destino final para fornecedores ou demais possibilidades.

Os resultados identificados auxiliam na tomada de decisões para melhoria dos processos, além de possibilitar políticas para implantação de programas de educação ambiental nas empresas e comunidades ao entorno, de modo que os temas identificados possam atuar na redução dos resíduos ou reaproveitamento destes.

Uma das formas para melhoria ou reaproveitamento no processo é a reciclagem, definida como o processo de reaproveitamento dos resíduos sólidos, em que os seus componentes são separados, transformados e recuperados, envolvendo economia de matérias-primas e energia, combate ao desperdício, redução da poluição ambiental e valorização dos resíduos, com mudança de concepção em relação aos mesmos (PNUD, 1998).

As análises podem auxiliar também na identificação dos principais resíduos sólidos existentes na empresa, permitindo que matérias com potencial de reciclagem como material orgânico, papel, papelão, plásticos, madeiras, vidros e metais sejam reaproveitados e materiais com pouca ou baixa reciclagem como trapos, borracha, terra e couro recebam a destinação adequada, assim como os resíduos com alto potencial poluidor, como pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes.

7. Considerações finais

O estudo mostrou fatores importantes para realização deste método de identificação e controle dos resíduos sólidos industriais na busca de melhorar a eficiência produtiva e diminuição dos impactos ambientais associados às diversas etapas.

O gerenciamento de resíduos sólidos é apenas uma das etapas para que as empresas e organizações, independente de seus processos ou porte, busquem desenvolver a cultura do desenvolvimento sustentável de forma integrada e eficaz.

A eliminação de sobras e o manejo ambientalmente sustentável dos resíduos sólidos devem ir além da simples deposição em aterros sanitários, industriais e reaproveitamento por outros processos, buscando desenvolver a causa fundamental do problema, procurando mudar os padrões não sustentáveis de produção e consumo.

Finalmente é importante separar que este estudo teve o mérito de apresentar o tema de importância sobre a aplicação de um modelo sistêmico para identificação de riscos e perdas dos resíduos sólidos e melhorar o gerenciamento e a tomada de decisões nas indústrias.

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8. Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001 - Sistemas da gestão ambiental - Requisitos com orientações para uso. 30/05/2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR10004 - Resíduos sólidos - Classificação. 31/05/2004.

CASTILHOS JUNIOR, A. B. de, et al. Resíduos Sólidos Urbanos: aterro sustentável para municípios de pequeno porte. Rio de Janeiro: ABES/RiMa, 2003, 294p.

CHIUVITE, Telma Bartholomeu Silva; ANDRADE, Tereza Cristina Silveira. Resíduos Sólidos. Gerenciamento de Resíduos: aspectos técnicos e legais. Revista Meio Ambiente Industrial, n. 29 p. 59-61, abril/maio, 2001.

TORRES, H. G. Indústrias sujas e intensivas em recursos naturais: importância crescente no cenário industrial brasileiro. In: MARTINE, G. (org.). População, meio ambiente e desenvolvimento: verdades e contradições. Campinas: UNICAMP, 1996, p.43-53.

LIMA, J. D. Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil. João Pessoa: ABES. 2002. LOPES, José Ricardo de Moraes. Sistema de gestão ambiental integrado - SGAI: um modelo conceitual como fundamento da nova administração empresarial. 2004. 196f. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão) - Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2004. Orientador: Ubirajara Aluízio de Oliveira Mattos.

MONTEIRO, José Henrique Penido et al. Manual de gerenciamento integrado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001.

PNUD. Educação Ambiental na Escola e na Comunidade. Brasília: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento/ONU, 1998.

RIBEIRO, Regina Conceição Corrêa da Silva Moniz. Gestão de resíduos sólidos urbanos: Um estudo de cooperativismo para catadores de recicláveis no município de Itaguaí - RJ. 2003. 180f. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão) - Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2003. Orientador: Eduardo L. Qualharini.

SILVA, Antônio Roberto. Análise do desempenho de indicadores de sustentabilidade ambiental em companhias de petróleo. 2008. 154f. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão) - Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2008. Orientador: Stella Regina Reis da Costa.

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9. Anexos

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13 ANEXO B - Descrição dos resíduos sólidos industriais

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16 ANEXO C - Códigos para armazenamento, tratamento, reutilização, reciclagem

Referências

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